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Artigo - o papel do controle interno da administração pública na esfera municipal

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O PAPEL DO CONTROLE INTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA ESFERA MUNICIPAL
Jaqueline Silva Pissini, formada em Administração de Empresas pela Associação Vilhenense de Educação e Cultura no ano de 2006, Controladora Geral do Município de Pimenteiras do Oeste, desde abril.2017.
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo apresentar o papel do controle interno no âmbito da Administração Pública, mais especificamente, junto ao Poder Executivo municipal, dado o arcabouço jurídico que rege as ações de planejamento e orçamento, visando cumprir o princípio administrativo da eficiência junto aos gastos públicos. Para tanto, adotar-se-á o método indutivo para desenvolvimento do presente trabalho. O qual será desenvolvido na perspectiva da pesquisa qualitativa, objetivando obter dados descritivos através de interpretações de opiniões a cerca do papel do controle interno. Nesse passo, a pesquisa terá caráter exploratório, coletando-se os dados através de pesquisa bibliográfica e documental, onde serão apresentadas as normas jurídicas, bem como, a visão de determinados autores a cerca do assunto. No referencial teórico, foram apresentados os conceitos de Controle e Controle interno, as legislações que o regem e sua atuação junto ao executivo. Ao final, poderemos observar que o controle interno não se trata de mera imposição constitucional, mas sim, de uma ferramenta fundamental para auxílio ao Poder Executivo na gestão da coisa pública.
Palavras-chave: controle interno, administração pública, responsabilidade
ABSTRACT
This work aims to present the role of internal control within the Public Administration, more specifically, by the municipal executive branch, given the legal framework that governs the actions of planning and budget, aiming to fulfill the administrative principle of efficiency with the public spending. To do so, to adopt the inductive method to development of this work. Which will be developed in the context of qualitative research, aiming to obtain descriptive data through interpretations of opinions about the role of internal control. In this step, the search will have exploratory character, collecting data through bibliographical research and documentary, where you will be introduced the legal standards, as well as the vision of certain authors about the subject. The theoretical reference, were presented the concepts of control and Internal Control, the laws governing it and your actions on the Executive. In the end, we can observe that internal control is not about mere constitutional imposition, but rather, a fundamental tool to aid the Executive in the management of public matters.
Key words: internal control, public administration, responsibility
1. INTRODUÇÃO
O controle, no âmbito da Administração Pública foi consagrado através da Lei Federal nº 4.320/64, a qual o traz juntamente com os princípios de planejamento e orçamento, estabelecendo novas técnicas orçamentárias e eficácia dos gastos públicos. A Constituição Federal de 1988, em seu Art.74, reitera a necessidade do Controle Interno no âmbito dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Porém, o controle interno ganhou ênfase com a Lei Complementar nº101/2000, a qual traz em seu Art.54 Parágrafo único a obrigatoriedade de tal, “O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20.”
O Controle interno visa assegurar que a Administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico. Porém, o controle não se restringe apenas à legalidade e à aplicação de recursos, ele tem enfoque também na gestão da coisa pública, principalmente na avaliação de resultados no que diz respeito à eficácia e à eficiência da gestão financeira, orçamentária e patrimonial. Contudo, qual é o real papel do controle interno no âmbito da administração pública municipal?
Neste artigo buscou-se compreender o funcionamento do Controle interno no âmbito da administração pública municipal. Para tanto, estuda o conceito de controle, seus objetivos e finalidades, fundamentos legais que o regem e sua estrutura. 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste, é apresentado uma abordagem quanto à conceituação do controle interno e sua atuação junto à Administração Pública.
2.1	CONTROLE INTERNO
Ante a abordagem do Controle Interno, faz-se necessário esclarecer primeiramente o que significa Controle. Embora historicamente o termo controle vinculava-se às finanças, hoje, o controle passa a ser visto como um processo que apresenta feedback sobre o confronto do planejado com o realizado, permitindo que a administração visualize possíveis desvios e possa sanar as eventuais distorções.
Conforme Castro, (2008, pag.27):
“A palavra controle é originária de contre-role, registro efetuado em confronto com o documento original, com a finalidade de verificação da fidedignidade dos dados. No italiano, controllo é o mesmo que registro ou exame. Consagrou-se o vocábulo, na técnica comercial, para indicar inspeção ou exame que se processa nos papéis ou nas operações registradas nos estabelecimentos comerciais.”
O controle pode ser visto como uma das fases do processo administrativo onde avalia-se o desempenho das entidades do setor público, assim como a legalidade e conformidade dos atos praticados pela administração. De acordo com a Decisão Normativa nº02/2016-TCER, o controle é toda atividade de verificação que tem por objetivo verificar se está em conformidade com o padrão estabelecido, ou com o resultado esperado, ou ainda, com o que determinam a legislação e as normas.
No trato do controle interno, pode-se dizer que o mesmo é um conjunto de métodos e processos adotados com a finalidade de comprovar atos e fatos, impedir erros e fraudes e aperfeiçoar a eficiência da Administração.
Segundo Pereira, 2009:
“Os controles internos são todas as políticas adotadas pelas empresas com o intuito de mitigar riscos e melhorar processos. Os controles internos devem assegurar que várias fases do processo decisório e do fluxo de informação se revistam da necessária confiabilidade.”
Pode-se dizer que o controle interno é um processo organizacional de responsabilidade da própria gestão, adotado com o intuito de assegurar uma razoável margem de garantia de que os objetivos da organização sejam atingidos. Objetivos estes, que segundo Fayol (1981, p.139), caracteriza-se em “assinalar as faltas e os erros a fim de que se possa repará-los e evitar sua repetição”. 
2.2	LEGALIDADE DO CONTROLE INTERNO
O fundamento do controle interno na Administração Pública apresenta-se no Art. 76 da Lei 4.320/64, o qual institui que o Poder Executivo exercerá os três tipos de controle da execução orçamentária, sendo: 
1. Legalidade dos atos que resultem arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
2. A fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos;
3. O cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.
Como preceito constitucional, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 74, trata o controle da seguinte maneira:
 
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
O controle interno vem como auxílio ao controle externo, ora exercido pelo Tribunal de Contas, o qual estabelece diretrizes gerais que servem de marco referencial visando assegurar maior
grau de eficácia e eficiência à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, quanto à legalidade, legitimidade e economicidade na gestão dos recursos, a proteção do patrimônio e a avaliação dos resultados obtidos pela Administração. 
Foi a Constituição de 1967 que incluiu entre as atribuições do sistema de controle interno a de criar condições indispensáveis para a eficácia do controle externo e para assegurar regularidade à realização da receita e da despesa (art.72, inciso I), implicando na necessidade de se estabelecer integração entre os controles interno e externo. Mas, foi a Constituição Federal de 1988 que estabeleceu a obrigatoriedade de vinculação entre os sistemas. Conforme o § 1º, art. 74. “os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária”.
2.3	CONTROLE INTERNO E CONTROLE EXTERNO
Para uma melhor execução do controle interno na administração, os Tribunais de Contas, estabeleceram diretrizes para implementação do Sistema de Controle interno nos Estados e Municípios. Cito aqui, o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, através da Decisão Normativa n.001/2015/TCE-RO, Art. 8º “A instituição do Sistema de Controle Interno de cada ente dar-se-á por meio de lei estadual ou municipal de iniciativa do chefe do respectivo poder, órgão ou ente da Administração, a qual deverá contemplar as atribuições previstas no artigo 74, incisos I ao IV, da Constituição Federal, e ainda, dentre outros aspectos, prever que o ente controlado submete-se à fiscalização da respectiva Unidade Central de Controle Interno.” 
Embora o controle externo propicie meios de auxiliar a efetiva atuação do controle interno junto à administração pública, a devida responsabilidade para que o controle interno exerça com plenitude suas atribuições é do Poder Executivo. O controle interno, com independência profissional para o desempenho de suas atribuições, tem caráter eminentemente opinativo e analítico, privando sempre pela regularidade dos atos. Porém, cabe ao chefe do executivo acatar ou não os apontamentos feitos pelo controle.
Para o pleno exercício de suas atribuições, as Cortes de Contas necessitam da participação atuante do controle interno, situado na administração, acompanhando e analisando a gestão dos recursos públicos e fornecendo ao controle externo os dados e informações necessários para apurar e julgar responsabilidades. 
O sistema de controle interno compreende as políticas e procedimentos estabelecidos pela Administração de um órgão para dar suporte quanto ao alcance dos objetivos e metas propostas e assegurar o desenvolvimento ordenado e eficiente das operações, incluindo a adesão as políticas e procedimentos administrativos, a salvaguarda dos ativos, a prevenção e identificação de fraudes e erros.
2.4	CONTROLE INTERNO COMO ÓRGÃO DO PODER EXECUTIVO
Considerando que, cada órgão e entidades possuem características próprias, não há um modelo padrão a ser seguido quando da aplicação do sistema de controle interno. Cada sistema deve ser desenvolvido e adequado às peculiaridades de cada organização.
Os órgãos de controle interno do setor público atuam com independência em relação aos órgãos e entidades auditadas. O desígnio do trabalho do controle interno engloba tanto a auditoria externa, pela emissão de relatórios e pareceres endereçados aos tribunais de contas e à sociedade, em relação às contas e gestão fiscal dos administradores, quanto à auditoria interna, quando atua de forma preventiva no acompanhamento, orientação e assessoramento à administração.
3.	PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa iniciou-se com o estudo de documentos e autores que tratam do tema escolhido, explorando aspectos que conduzem a implantação e manutenção do Controle Interno. A exploração a cerca do tema foi realizada nos meses de abril a junho, através do método indutivo e mediante pesquisa qualitativa. Tendo como ferramenta de pesquisa, principalmente, a internet.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O controle interno dentro da administração vem indicar ao administrador público (e as entidades da administração e seus responsáveis), a maneira apropriada de execução dos atos administrativos de acordo com as terminações impostas pela lei, privando pela melhor gestão da coisa pública, ou seja, busca orientar a administração de maneira preventiva. É importante entender que o controle interno não confronta-se com a administração, mas sim, em conjunto a ela. O mesmo visa analisar se as metas impostas pelo Plano Plurianual, pela Lei de Diretrizes Orçamentárias estão sendo realizadas em conformidade; assim como, se a administração esta em consonância com a Lei de Responsabilidade fiscal.
É interessante que a administração tenha o controle interno como um aliado que sempre prestará auxilio quanto à execução dos atos administrativos. É claro, porém, que o controle interno não atua tão somente com a administração, mas também com órgãos do controle externo, devendo relatar sempre as realizações feitas pela administração, estando condizentes ou não. Logo, o controle interno, a administração e o controle externo, devem apresentar uma relação pautada pela ética, respeito e mútua colaboração, considerando que ambos objetivam zelar pela gestão eficiente dos recursos públicos.
5. REFERENCIAL 
	EBOOK
	Corbari, Ely Célia - Controle Interno e Externo na Administração Publica / Ely Célia Corbari e Joel de Jesus Macedo, Editora InterSaberes, 2012 – (Série Gestão Pública). Ebook.
Disponível em: http://facear.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582121245/pages/51 Acesso em: 19 Jun.2017
Tribunal de Contas da União – Critérios Gerais de Controle Interno na Administração Pública, Um estudo dos modelos e das normas disciplinadoras em diversos países – Diretoria de Métodos e Procedimentos de Controle. Brasília-DF, 10 Ago. 2009.
Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/16376477/criterios-gerais-de-controle-interno-na-administracao-publica---tcu
Acesso em: 17 Jun. 2017
	LIVRO
	Reis, Marc Uiliam Ereira – Painel de Controle: uma abordagem prática acerca da implementação e operacionalização do sistema de controle interno / Marc Uiliam Ereira Reis. – Porto Velho: TCE-RO, 2017
	PUBLICAÇÕES
	Fink, Roberto Carlos – Curso de Especialização em Gestão Pública e Controle Externo / Roberto Carlos Fink, Estado do Rio Grande do Sul Tribunal de Contas do Estado, Escola Superior de Gestão e Controle Francisco Juruena – Porto Alegre, 2008. Disponível em: www.tce.rs.gov.br Acesso em 19 Jun.2017
Silva, Pedro Gabril Kenne – O papel do controle interno na administração pública / Pedro Gabril Kenne da Silva, 2009. 
Disponível em: http://oasisbr.ibict.br/vufind/Record/URGS_04a0e6e1c72740ccd36ef3bcc9d9ac02/Details
Alczuk, Silvestre e Pires, José Santo Dal Bem – O controle interno e seus reflexos no gerenciamento dos recursos financeiros em uma instituição pública de ensino superior / Silvestre Alczuk e José Santo Dal Bem Pires
Disponível em: http://consad.org.br/wp-content/uploads/2013/02/O-CONTROLE-INTERNO-E-SEUS-REFLEXOS-NO-GERENCIAMENTO-DOS-RECURSOS-FINANCEIROS-EM-UMA-INSTITUI%C3%87%C3%83O-P%C3%9ABLICA-DE-ENSINO-SUPERIOR1.pdf
Acesso em: 15 Jun. 2017
	LEIS, DECRETOS...
	Pimenteiras do Oeste. Lei Municipal nº820/2015 - Criação da Controladoria Geral do Município, Pimenteiras do Oeste, 14 Set. 2015. Disponível em: http://177.125.134.251:5659/transparencia/index.php?link=aplicacoes/publicacao/frmpublicacao&grupo=&nomeaplicacao=publicacao
Acesso em: 15 Jun.2017
Estado de Rondônia. Decisão Normativa nº001/2015/TCE-RO – Estabelece as diretrizes gerais sobre a implementação e operacionalização do sistema de controle interno para os entes jurisdicionados. Porto Velho, 25 Set. 2015. Disponível em: http://www.tce.ro.gov.br/tribunal/legislacao/arquivos/DeNo-001-2015.pdf
Acesso em: 16 Jun. 2017 
Presidência da República, Casa Civil - Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília-DF,
1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em: 16 Jun. 2017
Presidência da República, Casa Civil – Lei Complementar nº101/2000 Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Brasília-DF, 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm Acesso em: 15 Jun. 2017
Presidência da República, Casa Civil – Lei nº 4.320 Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília, 1964. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm
Acesso em: 15 Jun.2017

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