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Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 1 
 
PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO DE INTELIGÊNCIA 
ÍNDICE 
ASSUNTO pag 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 02 
2. O PENSAMENTO CRIADOR 
02 
3. O CONHECIMENTO DE INTELIGÊNCIA 
05 
4. SITUAÇÃO DE PRODUÇÃO 
06 
5. O CICLO DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 
06 
5.1 FASES DO CICLO DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 08 
5.2 METODOLOGIA PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 09 
5.3 FASES DA METODOLOGIA PARA A PRODUÇÃO DO 
CONHECIMENTO 
09 
 
5.3.1 FASE DO PLANEJAMENTO 
10 
5.3.2 FASE DA REUNIÃO 
14 
5.3.3 FASE DA ANÁLISE E SÍNTESE 
17 
5.3.3.1. ANÁLISE 
17 
5.3.3.2 A TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DE DADOS (TAD) 
22 
5.3.3.3 SÍNTESE 
26 
5.3.4 FASE DA INTERPRETAÇÃO 
27 
5.3.5 FASE DA FORMALIZAÇÃO E DIFUSÃO 29 
 
 
 
 
 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 2 
 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 O exercício da Atividade de Inteligência (Atv Intlg) constitui fator indispensável 
de assessoria à tomada de decisão das instituições (públicas ou privadas), seja no nível 
que vamos chamar de “tático”, onde a Atv Intlg atua para identificar oportunidades e 
problemas que estão ocorrendo (no presente), ou que já ocorreram (no passado); seja no 
nível “estratégico”, onde a atividade age no sentido de embasar as decisões que podem 
maximizar oportunidades; e outras que visam evitar dificuldades para os governos e as 
organizações em geral (no futuro). 
 No setor governamental, por ter esta importante participação no processo 
decisório, os órgãos de Inteligência oficiais não podem se esquecer que devem estar 
sempre voltados para a aplicação dos princípios doutrinários de Inteligência em 
consonância com o Estado Democrático de Direito. 
 Por isso os órgãos de Inteligência devem ser submetidos a efetivos controles 
como forma de garantir que as suas ações não se sobreponham aos interesses da 
sociedade e do Estado. E assim acontece no Brasil. 
Entendidos os rigores da lei e da ética aos quais a Atv Intelg está submetida, fica 
fácil entender a razão da preocupação com o produto final - o Conhecimento de 
Inteligência - no sentido de que sua preparação seja realizada dentro de um rigor 
metodológico comprometido com a verdade. 
Neste trabalho, não há espaço para intuições, opiniões pessoais desprovidas de 
qualquer fundamentação científica e ingerência política. 
 A produção do Conhecimento de Inteligência, como já vimos em outras leituras, 
utiliza uma metodologia adotada por algumas escolas do pensamento científico, 
devidamente adaptada para a Atv Intlg. 
O uso desta metodologia tem a finalidade de buscar reduzir os erros (não 
intencionais) que possam ocorrer durante a execução dos trabalhos e, 
consequentemente, o grau de incerteza do produto final, o que influenciaria, 
negativamente, no resultado final dos conhecimentos produzidos e colocados à 
disposição de algum gestor. 
2. O PENSAMENTO CRIADOR 
Objetivamente, o resultado final dos trabalhos do analista de Inteligência traduz-
se na produção de um conhecimento de conteúdo lógico e significativo, decorrente de 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 3 
 
um processo conduzido pelo seu “pensamento criador”, fundamentado em uma 
doutrina e seguindo, rigorosamente uma metodologia. 
 
 
 
 Esse processo criativo, que ocorre dentro de nosso cérebro, percorre algumas 
etapas, que podem ser assim resumidas: 
 a. acumulação, onde a experiência do analista, sua cultura geral, seu preparo 
profissional, sua percepção da conjuntura, sua capacidade de assimilação dos detalhes 
do fato, ou objeto de interesse, assim como tudo aquilo que dele conseguir reunir farão 
parte de um conjunto de dados que dará início ao processo de criação. 
 
 
 
 b. incubação, onde o analista, já de posse de tudo aquilo que acumulou, medita, 
pensa sobre o fato, ou situação em estudo, procurando formar um quadro lógico da 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 4 
 
massa de dados e conhecimentos disponíveis, utilizando-se da doutrina em vigor e da 
metodologia para a produção do conhecimento. 
 
INCUBAÇÃO 
c. inspiração, fase em que, depois de acumular dados e conhecimentos; meditar 
sobre o assunto; e integrar, fundir, na sua mente tudo isso, o analista procura ter acesso 
ao significado real daquilo tudo que já foi trabalhado nas fases anteriores – um novo 
significado. 
 
NOVO SIGNIFICADO 
 
 d. verificação, fase em que o analista valida ou rejeita a solução que se 
apresentou na sua inspiração. 
 
VALIDAÇÃO 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 5 
 
 Este processo, utilizado por algumas escolas do pensamento científico, é 
perfeitamente adaptável à produção do Conhecimento de Inteligência, conferindo um 
cunho científico ao resultado obtido. 
3. O CONHECIMENTO DE INTELIGÊNCIA 
Por que dizemos que o documento final, produto da Atv Intlg, é um 
“Conhecimento”? 
 Primeiramente, o que é mesmo o Conhecimento? 
O conhecimento humano é uma expressão usada para definir toda a experiência 
gerada pelo ser humano adquirida até o momento em que vive a humanidade. Podemos 
dizer, também, que é a soma de todos os pensamentos, criações e invenções da mente 
humana. 
Ou seja, tudo que nos cerca e que foi produto da mente criativa do ser humano 
podemos chamar de Conhecimento Humano. O Conhecimento de Inteligência também é 
um produto da mente humana. Dessa maneira, podemos dizer que o Conhecimento de 
Inteligência é científico, uma vez que também utiliza uma metodologia muito 
semelhante à aplicada na produção do Conhecimento Científico (já vimos isso em outra 
leitura anterior- consulte se necessário). 
Por fim, para que todos consigam produzir conhecimentos de qualidade, é 
necessário que todos os sistemas de Inteligência do país atuem de forma responsável, 
adotando os mesmos procedimentos, a mesma doutrina e a mesma metodologia. 
4. SITUAÇÃO DE PRODUÇÃO 
O Conhecimento de Inteligência será produzido pelas Agências de Inteligência 
(AI) nas seguintes situações: 
a) de acordo com um Plano de Inteligência. 
O órgão de Inteligência obedece a especificações de um Plano de Inteligência, 
tais como os assuntos a serem trabalhados, observando a oportunidade em que os 
Conhecimentos devem ser produzidos. 
b) em atendimento à solicitação de uma agência congênere. 
O órgão de Inteligência é acionado por uma agência congênere, de dentro ou de 
fora de seu próprio sistema, para produzir um conhecimento sobre determinado fato ou 
situação. 
c) em atendimento à determinação da autoridade competente. 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 6 
 
O órgão de Inteligência é acionado por uma autoridade ou gestor 
(governamental ou empresarial) para analisar determinado fato ou situação. 
d) por iniciativa própria. 
A Agência de Inteligência decide, com base nas Diretrizes de Inteligência, que o 
usuário ou um órgão congênere deve conhecer determinado fato ou situação. 
5. O CICLO DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO (CPC) 
O Ciclo de Produção de Conhecimento (CPC) é um processo intelectual em que 
a capacidade humana, auxiliada por metodologia própria, possibilita a elaboração de 
um Conhecimento especializado e estruturado a partir de dados, devidamente avaliados 
e analisados, para atender as demandas do processo decisório em qualquer dos seus 
níveis. 
Mas o que são DADOS? 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de dados 
 
Relatórios Agendas Livros, teses, etc 
 
 
 
Dado é toda e qualquer representação de fato, situação, comunicação, notícia, 
documento, extrato de documento, fotografia, gravação, relato, denúncia, etc, ainda 
não submetida, pelo profissional de Inteligência, à metodologia de Produção de 
Conhecimento. 
Curso de Análise de Inteligência- 2012 
 
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 Escutas Fichas Imprensa em geral 
 
 
 
E Conhecimento? 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, para Atv Intlg, produzir Conhecimento é transformar dados e/ou 
Conhecimentos (suas frações pertinentes) em um Conhecimentos avaliado, 
significativo, útil, oportuno e seguro, de acordo com metodologia própria e específica. 
 
 
 
 
 
 
Para a Atv Intlg, conhecimento é o resultado final (a representação de um 
fato, ou objeto, de interesse para a Atividade) na forma escrita, ou oral, elaborado 
pelo profissional de Inteligência, após a utilização e aplicação da Metodologia de 
Produção de Conhecimento sobre dados e/ou conhecimentos anteriormente 
reunidos. 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
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PRODUZIR CONHECIMENTOS DE INTELIGÊNCIA 
 
 
 
Vamos fazer uma pequena analogia? 
 Imagine todo o processo que acontece para se produzir uma jóia de diamantes. 
Considere que esta “jóia” é o nosso “Conhecimento de Inteligência”. Vamos ver? 
Inicialmente, temos que procurar a matéria-prima, que para a Atv Intlg, dentro 
da Metodologia da Produção do Conhecimento, são os dados que não dispomos ainda. 
 
 Procurar a matéria-prima (dado) Obter a matéria-prima (os dados) 
 
OBTER DADOS 
PRODUZIR 
CONHECIMENTOS 
 
DIFUNDIR 
(ASSESSORAR) 
 
 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
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Lapidar a pedra bruta Obter o produto final 
(trabalhar os dados dentro da metodologia) (nosso Conhecimento) 
 
Divulgar o trabalho Usar o produto final 
(encaminhar ao usuário) (fazer uso do Conhecimento) 
 
Simples, não? 
 
5.1 FASES DO CICLO DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 
O CPC possui três fases. Inicialmente, existe a fase da Orientação, que se 
fundamenta por intermédio das Necessidades de Conhecimentos da autoridade ou 
gestor, as quais estão consubstanciadas no Plano de Inteligência, ou não, dependendo 
das circunstâncias. 
 Uma vez entendidas, perfeitamente, aquelas necessidades, dá-se a “Produção do 
Conhecimento” que culmina com a “Utilização” pelo interessado, que, por sua vez, 
pode realimentar o sistema com novas necessidades. 
 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
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 CICLO DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO (CPC) 
 
 
Existe uma confusão muito comum, feita por acadêmicos de respeito, que é a de 
misturar os conceitos de Ciclo de Produção do Conhecimento com as fases da 
Metodologia da Produção do Conhecimento (Planejamento, Reunião, Análise e 
Síntese, Interpretação, e Formalização e Difusão) 
 
. 
 
5.2 METODOLOGIA PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 
A metodologia consiste na sequência ordenada de procedimentos executados 
pelo analista, com vistas à produção de um Conhecimento de Inteligência de forma 
racional e com melhores resultados. 
 O emprego da metodologia, entretanto, não garante o êxito no trabalho, pois 
outros fatores concorrem para o sucesso, tais como: a experiência pessoal, os atributos 
pessoais do analista, sua preparação profissional, sua experiência e o seu embasamento 
cultural. 
Como você vai perceber, o emprego da Metodologia para a 
produção do Conhecimento acontece na fase da Produção do CPC. 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
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 A metodologia, entretanto, garante que o analista: 
- considere todos os aspectos do problema; 
- produza um conhecimento em bases científicas; 
- uniformize procedimentos no âmbito da Atv Intlg; e 
- ofereça, ao usuário, um trabalho pleno de credibilidade. 
 
5.3 FASES DA METODOLOGIA PARA A PRODUÇÃO DO 
CONHECIMENTO 
A Metodologia de Produção do Conhecimento compreende cinco fases: 
 
 
 
 
 
 
Estas fases normalmente são aplicadas, por questão de sequência lógica, na 
ordem em que foram apresentadas acima, mas isso não implica procedimentos rígidos, 
nem impões limites precisos entre as fases. 
São fases que se relacionam e que dependem uma das outras. Abaixo, vemos um 
esquema de como transcorrerá o trabalho do analista de Inteligência, desde a chegada de 
uma demanda, que pode até não existir (vide situações de produção), até a entrega do 
Conhecimento ao usuário. 
 
 Fig: Esquema das fases da Metodologia para a Produção do Conhecimento 
� Planejamento 
� Reunião 
� Análise e Síntese 
� Interpretação 
� Formalização e Difusão 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 12 
 
5.3.1 FASE DO PLANEJAMENTO 
É a fase na qual são ordenadas, de forma sistematizada e lógica, as etapas do 
trabalho a ser desenvolvido. Nesta etapa são estabelecidos os objetivos, as necessidades, 
prazos, prioridades e a cronologia, sendo, também, definidos os parâmetros e as técnicas 
a serem utilizadas, partindo-se dos procedimentos mais simples para os mais 
complexos. 
 
A Fase do Planejamento deve seguir algumas etapas para que, ao final, o 
analista esteja seguro de que realizou todos os estudos preliminares e estabeleceu todos 
os procedimentos para cumprir a tarefa. 
Assim teremos: 
a. Determinação do Assunto 
A determinação do assunto (que será o título provisório de seu trabalho) a ser 
estudado consiste em especificar o fato ou a situação, objeto do conhecimento a ser 
produzido, por intermédio de uma expressão oral ou escrita. 
O assunto deve ser preciso, bem determinado e específico, delimitando-se o 
aspecto particular, ou o ponto de vista sob o qual será enfocado. Isso só facilitará as 
etapas seguintes do método. 
Se o assunto de seu trabalho não é tão óbvio assim, para chegar à sua escolha, 
adota-se a técnica de formulação de problema. Como se faz isso? Formular um 
problema consiste em identificar lacunas no conhecimento já existente, referente ao 
assunto. 
Faz-se sobre o assunto perguntas significativas e, após compará-las, o 
profissional de Inteligência seleciona qual pergunta é mais relevante a ser respondida. 
Aí terá o problema a ser abordado – seu assunto. 
Calma! Não se preocupe, pois normalmente, o assunto não é tão difícil de ser 
determinado. Na maioria das vezes, ele já vem determinado, ou mesmo se oferece ao 
analista de maneira evidente. 
 
A fase do Planejamento que serve para 
organizar o pensamento. 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 13 
 
b. Determinação da faixa de tempo a ser considerada 
 Consiste em estabelecer marcos temporais para o desenvolvimento do estudo 
considerado, sempre levando-se em conta a necessidade do usuário. 
 
 
Fig: Determinação da faixa de tempo 
 
c. Determinação do usuário do conhecimento 
Identifica a autoridade ou o órgão congênere que, pelo menos potencialmente, 
utilizará o Conhecimento que está sendo produzido. Identificando isso, o analista pode 
ter uma idéia do nível de profundidade do Conhecimento a ser produzido. 
Atenção! Conhecer o usuário final nem sempre será possível. 
d. Determinação da finalidade do conhecimento 
Diz respeito à virtual utilização, pelo usuário, do Conhecimento que está sendo 
produzido. 
Devido à compartimentação inerente ao exercício da Atv Intlg, nem sempre é 
possível a determinação da finalidade. Neste caso, o planejamento é orientado para 
esgotar o assunto tratado, de tal modo, que o usuário venha a encontrar em algum ponto 
do Conhecimento produzido subsídios úteis a sua atuação. 
Obs: o conceito de “compartimentação” encerra em si a necessidade de 
conhecer. Ou seja, nem todos, mesmo dentro de um serviço de inteligência, têm 
necessidade de saber de tudo. 
 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 14 
 
e. Determinação do prazo disponível 
Nos casos deprodução do Conhecimento em obediência a Planos de 
Inteligência ou estímulos específicos, é normal que os prazos estejam previamente 
estabelecidos. 
Quando isso não ocorrer ou quando a iniciativa de produção do Conhecimento é 
da própria Agência de Inteligência, os prazos são estabelecidos observando-se o 
princípio da oportunidade. 
f. Determinação dos aspectos essenciais 
Consiste em listar o que o analista, nesta etapa do estudo, acredita necessitar 
saber para extrair conclusões sobre o assunto em pauta. Tal lista poderá ser ampliada ou 
sofrer supressões em decorrência da evolução dos trabalhos. 
A determinação dos aspectos essenciais comporta dois procedimentos: a 
verificação dos “aspectos conhecidos” e os “a conhecer” . 
A eleição dos aspectos conhecidos consiste em verificar, dentre os aspectos 
essenciais já determinados, aqueles para os quais já se tenha algum tipo de resposta, 
antes do desencadeamento de qualquer medida de reunião. É importante separar as 
respostas completas das incompletas e as que expressam certeza das que expressam 
opinião (lembra dos estados da mente do ananalista?). Não se preocupe, pois você 
aprenderá como se faz isso. 
A identificação dos aspectos essenciais a conhecer remete aos aspectos 
essenciais para os quais o profissional de Intlg não possui respostas; ou que necessite 
de novos elementos de convicção para as respostas já à sua disposição, ou mesmo que 
necessite completar as respostas já disponíveis. 
g. Atribuição de um grau de sigilo preliminar 
Faz parte das medidas de segurança a adotar durante a produção do 
conhecimento a fim de garantir a compartimentação necessária ao desenvolvimento de 
qualquer Conhecimento de Inteligência. 
 
 
 
 
“Planejar” deve constituir-se em uma ação rotineira do profissional de 
Inteligência. 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 15 
 
RESUMO DA FASE DO PLANEJAMENTO 
 
 
 
5.3.2 FASE DA REUNIÃO] 
 
 
 
Compreende a etapa em que se procura obter dados e/ou Conhecimentos (estes 
últimos virão de outras Agências de Inteligência - AI) , que respondam e/ou 
complementem os aspectos essenciais a conhecer. 
 
 
 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 16 
 
A Reunião de Dados pode ser assim esquematizada: 
 
1. Pesquisa, que abarca os contatos com 
pessoas, estudos em bibliotecas, ligações 
formais e informais com organizações fora do 
Sistema de Inteligência. Como resultado da 
pesquisa, o analista só reunirá DADOS. 
 
 
 
A Pesquisa deve ser feita também nos 
arquivos e bancos de dados da própria AI. 
Tal processo pode oferecer DADOS ou 
CONHECIMENTOS (documentos de 
inteligência produzidos pela própria Agência) 
sobre o assunto. 
 
 
 
2. Ligações com órgãos 
congêneres, que consiste na solicitação do 
apoio de outras AI, pertencentes ou não ao seu 
Sistema de Inteligência. Esse contato fornecerá 
CONHECIMENTOS ao analista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 17 
 
Esses procedimentos acima constituem a chamada COLETA de dados, pois são 
ações realizadas pelo analista de Inteligência acessando fontes abertas. 
Obs: antigamente a “coleta” era chamada de “busca ostensiva”. 
 
 
3. Acionamento do Elemento de Operações (ELO) para realizar a Busca de 
dados. 
A busca se destina à obtenção do dado que é negado; que não está disponível, ou 
que está sob algum tipo de proteção. 
 
 
O analista deverá saber, com antecedência, se o ELO tem a capacidade de 
atendê-lo, antes de emitir a Ordem de Busca, ou mesmo avaliar a real necessidade 
daquele DADO que lhe falta, pois acionar o ELO sempre significa risco à AI, ao próprio 
ELO e, por conseqüência, ao sistema todo. 
4. autorização judicial em hipótese de sigilo legal e investigação criminal, no 
caso dos integrantes do Subsistema de Inteligência de Segurança Pública. 
 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 18 
 
Esses procedimentos acima descritos não obedecem, necessariamente, a ordem 
em que foram citados, mas alguns critérios definirão como essas medidas vão ser 
utilizadas, quais sejam: 
1) usar os procedimentos dos mais simples para os mais complexos. 
 
Por exemplo, antes de perguntar algo a uma AI congênere, esgotar seu arquivo; 
antes de proceder pesquisas, verificar se o dado não está no banco da AI; antes de 
acionar o ELO, verificar da real necessidade do dado requerido, pois o ELO vai utilizar 
muitos meios em homens e materiais, sendo o meio mais complexo da fase da reunião, 
caso seja empregado. 
2) acionar os procedimentos de menor custo para os de maior custo. 
 
Como exemplo, citamos, novamente, o emprego prematuro, ou mesmo sem uma 
real finalidade do ELO. 
3) dar preferência aos procedimentos de nenhum ou pouco risco, esgotando-
os antes de usar os mais arriscados. 
 
Em uma Operação de Inteligência, pela sua natureza, sempre haverá risco de 
comprometimento do próprio ELO e da AI. 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 19 
 
4) esgotar os meios de reunião da própria AI antes de estabelecer ligações 
com as congêneres. 
Isto é prescrito para que não desgastemos o parceiro de sistema, demandando-o 
com trabalhos, antes de concluirmos nossa própria pesquisa interna. 
 
5.3.3 FASE DA ANÁLISE E SÍNTESE 
Compreende duas etapas: a determinação do valor dos Conhecimentos e dados 
reunidos (ANÁLISE) e a posterior integração (SÍNTESE) daquilo que restou, ao final 
da fase. 
 
 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 20 
 
Vamos fazer uma relação entre o trabalho que está sendo feito e a montagem de 
um quebra-cabeça, só para fins didáticos? 
Nesta hora, ao ingressar na Fase da Análise e Síntese, o analista já dispõe de 
muitas “peças” (dados e conhecimentos) que foram reunidas e não sabe quais servirão 
no seu “jogo”. 
 
Fig: “peças” reunidas na fase da Reunião 
 
5.3.3.1 ANÁLISE 
a. Determinação do Valor dos Conhecimentos e Dados reunidos 
Compreende a verificação da pertinência, da significância e da 
credibilidade dos Conhecimentos e Dados reunidos. 
 
 
Fig: determinação do valor do que foi reunido 
 
1) Verificação da pertinência 
É o exame preliminar dos Conhecimentos e dados obtidos e a 
determinação de sua relação com o assunto delimitado. 
Pergunta do analista: o que é pertinente ao meu assunto? 
Uma vez reunidos todos os Conhecimentos e dados, das mais diversas 
fontes, este trabalho inicial determinará, de uma maneira geral, qual documento ou 
fração de documento, ou dado serve e qual não é útil, pois não diz respeito ao problema. 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 21 
 
 
 
 
 
2) Verificação da significância 
Depois o trabalho preliminar (isso “serve, isso não serve”) da 
identificação da pertinência, ou seja do reconhecimento dos dados e conhecimentos que 
têm relação com o assunto, o analista separa as frações significativas (parágrafos dos 
textos) que atendem aos aspectos a conhecer, quer dizer que “significam” ao algo 
perante as questões levantadas na Fase do Planejamento. 
Então, passa a identificar as frações que respondem aos aspectos 
essenciais determinados na fase de Planejamento. 
 
 
3) Verificação da Credibilidade dos Dados e das frações pertinentes 
contidas nos Conhecimentos reunidos 
 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 22 
 
No estudo das frações (parágrafos) pertinentes ao nosso estudo contidas 
nos CONHECIMENTOS , já que estes são documentos de Inteligência processados por 
analistas, cabe, apenas, verificar o tipo de Conhecimento reunidoe o que ele significa. 
Se, por exemplo, o Conhecimento reunido é uma Informação, todo o seu 
texto é de credibilidade máxima, pois é o tipo de conhecimento que expressa a 
CERTEZA do analista que o confeccionou. 
 
Mas se o Conhecimento reunido foi um Informe , somente pelo tempo 
verbal empregado é que vai se depreender, dentre as frações (parágrafos) significativas 
presentes, quais as que expressam certeza (pretérito perfeito e presente do indicativo) e 
as que denotam a opinião do analista (futuro do pretérito). 
 
Se for uma Apreciação, o analista já sabe, de antemão, que este é um 
conhecimento que expressa a opinião do analista que o elaborou, ficando, também 
atento para os tempos verbais empregados. 
Esta primeira seleção dará ao analista várias frações significativas 
(parágrafos) de credibilidade diferente: CERTEZA ou OPINIÃO . E assim, com este 
grau de credibilidade, é que essas frações deverão compor, inicialmente, os trabalhos 
em curso. 
Mais à frente, as frações que denotam “opinião” podem até ter sua 
credibilidade mudada para “certeza”, desde que sejam comparadas com outras frações 
significativas disponíveis, oriundas de outra fonte, ou até mesmo comparadas com 
aquilo que o que o analista sabe sobre o assunto. 
 
 
 
Essa certeza estará expressa no texto sob a forma dos tempos verbais: 
pretérito perfeito e presente do indicativo. 
A opinião do analista estará expressa no texto sob a forma do tempo 
verbal Futuro do Pretérito. 
Curso de Análise de Inteligência - 2012 
 
Cel R1 EB André Haydt Castello Branco Página 23 
 
Exemplo: 
Neste exemplo, as frações (parágrafos) “A” e “D” expressam a opinião 
do analista e, por isso, consideremos que foram escritas no tempo verbal “Futuro do 
Pretérito”. Já as demais, “B” e “C”, consideremos para fins de exemplo que possuem 
seus verbos no presente do indicativo, ou no pretérito perfeito, simbolizando a “certeza” 
do analista que os redigiu. 
Agora, quando o analista confronta as frações em estado de opinião com 
outras frações de fonte distinta, ou com seu próprio conhecimento, elas podem tornar-se 
frações que expressam certeza. 
 
 
 
 
 
 
 
Fração “A” – opinião 
(verbos no futuro do pretérito) 
Fração “D” - opinião 
Fração “B” – certeza 
(verbos no presente e pretérito perfeito) 
Fração “C” - certeza 
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Exemplo: 
 
E o que deve-se fazer também com os DADOS reunidos? 
Agora, vamos falar dos cuidados referentes somente aos DADOS. Busca-
se avaliar a Fonte que detém o dado e o Conteúdo daquilo que foi transmitido. Para 
isso, aplica-se a Técnica de Avaliação de Dados (TAD). 
 
 
FRAÇÃO “A” 
ESTADO DE “OPINIÃO” 
FONTE: GOVERNOS DOS EUA 
ESTADO DE “CERTEZA” 
FONTE: ARQUIVO PRÓPRIO 
FRAÇÃO “A” 
PASSA AO ESTADO DE “CERTEZA” 
JULGAMENTO 
DA FONTE 
JULGAMENTO 
DO CONTEÚDO 
DETERMINAÇÃO DA 
CREDIBILIDADE DO DADO 
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Antes de entrarmos, propriamente, na TAD, vamos comentar alguns 
conceitos muito importantes. 
a) Fonte de dados 
Os dados que chegam a uma AI têm origens, que na linguagem da Atv 
Intlg, são conhecidas como “fontes”. As “fontes” podem ser: 
- PESSOAS – aquelas que detêm a autoria do dado, por terem percebido, 
memorizado e descrito um fato, ou situação. 
- ORGANIZAÇÕES – são aquelas que detêm a responsabilidade do 
dado, por tê-lo veiculado, não nos sendo possível identificar o autor. 
- DOCUMENTOS – são os que contêm os dados, mas não fornecem 
indicações que permitam identificar o autor, ou a organização responsável. Nesta 
categoria se incluem filmes, gravações de áudio, fotografias, panfletos apócrifos, etc. 
Este tipo de dado dever ser avaliado com muito critério. 
- EQUIPAMENTOS – capazes de captar imagens e sinais. 
b) A comunicação de dados 
O analista deve estar muito atento para saber como o dado chegou a seu 
conhecimento, ou seja, em que condições o emissor (a fonte – o elemento que 
apreendeu o dado originalmente) o entregou ao receptor (o destinatário). 
O cuidado que se deve ter, então, é procurar saber se entre a fonte e o 
destinatário não existiu um outro elemento intermediário, que também possui a 
capacidade de perceber, memorizar e transmitir um dado e o fez, só que obtendo o dado 
do mesmo emissor que o passou ao destinatário. Isto pode levar o profissional a 
conclusões infundadas. Esta pessoa é chamada de “Canal de Transmissão”. 
Veja o exemplo abaixo: 
 
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 No exemplo acima, a Fonte observou o fato e o contou para o Destinatário e, 
também, para uma outra pessoa. Esta, usando de sua habilidade de perceber detalhes, 
memorizar e transmitir dados, relatou o fato, também, ao Destinatário, sem especificar 
como o tinha obtido. Estas suas características pessoais podem acabar emprestando uma 
credibilidade que não existe aos olhos dos menos avisados. 
Se o profissional de Inteligência não aplicar, corretamente, a TAD, no tocante à 
Fonte, corre o risco de confirmar este dado que, em sua origem, teve a mesma fonte. 
c) O Ponto de Interesse 
Antes de submeter um dado ao processo de avaliação, uma das 
preocupações do analista deve ser com a definição do chamado “ponto de interesse”. 
 
O ponto de interesse 
Definir o “ponto de interesse” significa determinar qual o ponto do 
conteúdo de um dado recebido, que interessa efetivamente ao analista para o 
desempenho de seu trabalho. 
A importância da definição prévia do ponto de interesse relativo a um 
dado decorre, de como isto auxiliará na identificação da fonte a ser avaliada, bem 
como, determinará o enfoque a ser adotado pelo analista, por ocasião de sua utilização 
para a elaboração de um Conhecimento de Inteligência. 
 
5.3.3.2 A TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DE DADOS (TAD) 
Agora, sim. Vamos à Técnica de Avaliação de Dados (TAD). Como já 
vimos, ela se refere ao julgamento do conteúdo do dado e da fonte que o transmitiu. 
Este trabalho deve ser feito todas as vezes que o profissional receber um dado, seja lá 
de quem foi (seu irmão, vizinho, amigo de longa data, um desconhecido, alguém 
indicado por um amigo, etc). 
1) Julgamento do conteúdo do dado 
No julgamento do conteúdo, devem ser verificados três aspectos: 
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a) Coerência: verifica-se se o dado apresenta contradições em seu 
conteúdo, ou no encadeamento lógico. Busca-se verificar a harmonia interna do dado. 
Exemplo de Dado incoerente: 
Na primeira conversa, ela viu que Alexandre e Anna queriam convencê-
la da existência de uma situação que os excluísse de suspeita. “Eles falavam, e eu 
ponderava: ´Por que um ladrão vai jogar uma criança da janela?”. O diálogo 
prosseguiu. Aqui, ele é reproduzido de acordo com o relato da delegada: 
- Se o ladrão percebe que o morador chegou, a primeira coisa que faz é 
fugir do local. Por que despertar uma criança que estava dormindo e jogar pela 
janela? — questiona Renata. 
- Ela pode ter acordado — diz o pai. 
- Se ela acordou, ele sai correndo. Uma criança de 5 anos não vai 
conseguir segurar um ladrão. 
- Então ela pode ter reconhecido ele. 
- Nesse caso, por que criar tanta dificuldade? Se ele tem uma faca, dá 
uma facada. Sabendo que o pai ia à garagem e voltava, o que demora dois minutos, ele 
não teria todo esse trabalho de procurar a tesoura, a faca, asfixiar a menina, jogar, 
guardar a faca e a tesoura, sair e ainda trancar a porta. 
O casal admitiu, diz a delegada, que nada fora levado do apartamento. E 
passou para outra hipótese: vingança. (“O fim do silêncio sobre Isabella” in Revista 
Época, 01/09/08. p. 73-77) 
Perceberam que o primeiro relato feito pelos pais de Isabella Nardoni, 
apesar decronologicamente perfeito, estava cheio de contradições, e que, por isso, não 
“entrava na cabeça” da delegada. 
b) Compatibilidade: verifica-se o grau de harmonia com que o dado se 
relaciona com outros dados já conhecidos, ou com que já se conhece sobre o fato ou 
situação. 
Em palavras mais simples: para um dado ter compatibilidade, basta que 
ele não esteja destoando de maneira contundente dos demais que falam sobre o mesmo 
assunto. 
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Exemplo: 
Você reuniu os seguintes dados, provenientes das mais diversas fontes 
(Fontes 1, 2, 3 e 4), e os comparou quanto à Compatibilidade. 
 
Qual fonte forneceu um dado que não “se encaixou”? Que foi flagrantemente 
distinto de todos os demais? Este deverá ser descartado por encerrar conteúdo que 
destoa dos demais. 
 
c) Semelhança: verifica-se se há outro dado, oriundo de fonte 
diversa, que venha reforçar, por semelhança, os elementos do dado sob observação. Em 
outras palavras, significa verificar se o dado recebido pode ser confirmado por outro 
recebido de fonte diferente (que não seja “canal”, claro!) 
Exemplo 
 
FONTE 1 
DADO A 
FONTE 3 
DADO A 
FONTE 4 
DADO A2 
FONTE 1 
DADO B 
DADO CONHECIDO 
B 
FONTE 3 
DADO B2 
FONTE 4 
DADO B3 
FONTE 1 
 
FONTE 2 
 
FONTE 3 
 
FONTE 4 
 
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 A representação das setas vermelhas indica que o analista possui, de fontes 
diversas, dois ou mais dados que dizem a mesma coisa, levando-o ao estado da mente 
de “certeza”. 
RESUMO 
 
 
2) Julgamento da fonte do dado 
No julgamento da fonte do dado (pessoas, organização ou documentos), 
busca-se avaliar seu grau de idoneidade, verificando-se três aspectos: 
a) Autenticidade: verifica-se se o dado ou conhecimento provém 
realmente da fonte presumida, ou de intermediários (“canal”). Esta verificação pode ser 
realizada mediante o estudo das peculiaridades e dos possíveis indícios que permitam 
caracterizar a fonte como sendo a detentora do dado. 
b) Confiança: observa-se a fonte, os seus antecedentes criminais; 
posicionamento político; comportamento social: colaboração anterior procedente; e 
motivação de ordem ética ou profissional. Pode-se considerar, ainda, o grau de 
instrução, valores, convicções e sua maturidade. 
c) Competência: verifica-se se a fonte é habilitada (técnica, intelectual e 
fisicamente) para se pronunciar sobre o tema e/ou se estava em local apropriado para 
obter aquele dado específico. 
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RESULTADO DA AVALIAÇÃO 
Agora, o analista dispões de frações significativas devidamente graduadas em 
credibilidade (Certeza e Opinião) . 
 
 
CREDIBILIDADE 
CERTEZA 
CERTEZA 
OPINIÃO 
OPINIÃO 
OPINIÃO 
A 
A2 
B 
B2 
B3 
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Seguindo a correlação com o “quebra-cabeças”, o analista, ao final desta fase, 
ficou, apenas, com aquelas “peças” que servirão no seu “jogo” (A, B, A2, B2 e B3), 
devidamente tratadas e separadas das demais. 
 
 
5.3.3.2 SÍNTESE 
A síntese é a operação que procede do simples para o complexo, 
reunindo as partes analisadas em um todo, buscando-se compor um conhecimento 
coerente. 
A credibilidade (CERTEZA E OPINIÃO) das frações agora 
disponíveis, que vão compor o conhecimento quando de sua formalização, será 
traduzida por meio de recursos de linguagem que expressam o estado de certeza ou de 
opinião do profissional de inteligência. 
O analista procede, agora, o trabalho conhecido como 
INTEGRAÇÃO, onde vai montar um conjunto coerente, ordenado, lógico e 
cronológico, com base nas frações significativas, já devidamente avaliadas. 
O aproveitamento de uma fração significativa varia de acordo com 
o tipo de conhecimento que se pretende produzir, porém é desejável que sejam 
aproveitadas, com prioridade, as frações significativas com grau máximo de 
credibilidade - certeza. 
Seguindo nossa correlação com o “quebra-cabeças”, o analista 
começa a montar seu jogo, buscando colocar cada peça em seu lugar. Ao observar o 
contorno de cada peça, das maiores para as menores; aquelas que têm canto reto, etc 
(simples para o complexo), ele vai se dando conta do exato lugar onde deve entrar cada 
peça no tabuleiro. 
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5.3.4 FASE DA INTERPRETAÇÃO 
 
Os procedimentos tratados nesta fase interpenetram-se de tal forma que, 
qualquer tentativa de ordenação e delimitação se torna difícil. Neste sentido, apenas 
para fins de explicação, eles são apresentados na seguinte sequência: 
- delineamento de trajetória, 
- estudo dos fatores de influência, e 
- significado final. 
Estudo dos fatores de influência – consiste em identificar e ponderar os fatores 
que influem no fato ou situação, considerando-se a freqüência, a intensidade e os 
efeitos. 
Os fatores de influência são, na maioria das vezes, encontrados na própria 
integração e identificados dinamicamente na maneira como a situação se apresentou, se 
apresenta, ou pode vir a se apresentar. 
Em outras oportunidades, os fatores de influência podem e devem ser admitidos 
no estudo como imposições do usuário. 
É a etapa na qual o profissional de Inteligência 
esclarece o significado final do assunto tratado. Após o 
processo de avaliação, análise e integração, ele deve 
buscar estabelecer as relações de causa e efeito, 
apontar tendências e padrões e fazer previsões, 
baseadas no raciocínio. 
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Pergunta a ser respondida: 
Quais as variáveis? econômicas? Políticas? Psicossociais? Militares? Científico-
tecnológicas que influenciaram, atuam, ou mesmo podem vir a estar presentes no 
futuro? 
Delineamento de trajetória - consiste no encadeamento sistemático, com base 
na integração, de aspectos relacionados com o assunto, objeto do trabalho em execução. 
Integra todos os elementos fundamentais, dentro de uma cadeia de causa e 
efeito, definindo, desta forma, o delineamento da trajetória do assunto. 
Os limites a serem considerados para o estabelecimento da trajetória são o início 
da faixa de tempo identificada no planejamento e determinado ponto do passado, do 
presente ou ainda, no futuro. 
 
Pergunta a ser respondida 
Com que intensidade e com que freqüência as variáveis levantadas já se 
apresentaram no assunto em estudo; permanecem atuando no presente, ou mesmo 
podem vir a interferir no futuro? 
 O limite de tempo abrangido pela trajetória tem como base a faixa de tempo 
identificada no Planejamento, podendo atingir mover-se para momentos do passado, do 
presente e do futuro, dependendo do estudo realizado. 
 
 
 
 
 
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Exemplo 
 
 
Legenda: As letras maiúsculas representam as variáveis identificadas. Portanto, neste 
exemplo, 04 variáveis foram apontadas (A, B, C e D). As indicações coma letra “F” 
indicam a intensidade identificada pelo analista: F1, a mais forte, até F4, a de 
intensidade mais fraca, no espaço de tempo considerado (quatro anos – A-4 até A). 
 
Significado final – nesta fase os resultados dos procedimentos anteriormente 
executados são revistos e o analista já tem em sua mente, pelo menos, um esboço da 
solução do problema em estudo. O significado final representa a imagem formulada, 
pelo analista, representando o fato ou situação em estudo, após a aplicação das quatro 
fases da Metodologia da produção do 
Conhecimento. 
 
 
 
O significado final representa a 
imagem formuladapelo analista, 
representando o fato ou situação em 
estudo, após a aplicação das quatro 
fases da Metodologia da produção 
do Conhecimento até aqui 
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Voltando ao nosso “quebra-cabeça”, o jogo já está PRONTO, devidamente 
integrado. Todas as peças no lugar. Jogo pronto para ser mostrado a alguém. 
 
 
5.3.5 FASE DA FORMALIZAÇÃO E DIFUSÃO 
Nesta fase, o conhecimento produzido será formalizado em Documentos de 
Inteligência, e difundido (disponibilizado) para o usuário ou outras Agências de 
Inteligência - atendidos os princípios do sigilo e da oportunidade e a necessidade de 
conhecer - e posteriormente arquivado. 
Em atendimento ao princípio da oportunidade admite-se a difusão informal, 
previamente à sua formalização. 
Em leitura apropriada, veremos como formalizar nosso Conhecimento de 
Inteligência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUADRO-RESUMO IMPORTANTE 
 
CONHECIMENTO 
ESTADO DA 
MENTE 
 
TEMPO VERBAL 
 
TEMPO 
 
 
INFORME 
 
OPINIÃO 
 
 
Futuro do pretérito 
 
 
PASSADO 
PRESENTE 
 
CERTEZA 
Presente 
Pretérito Perfeito 
 
INFORMAÇÃO 
 
CERTEZA 
 
 
Pretérito Perfeito 
Presente 
 
 
PASSADO 
PRESENTE 
 
APRECIAÇÃO 
 
OPINIÃO 
 
Futuro do pretérito 
 
PASSADO 
PRESENTE 
FUTURO 
 
ESTIMATIVA 
 
 
OPINIÃO 
 
Futuro do pretérito 
 
 
FUTURO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PLANEJAMENTO REUNIÃO ANÁLISE e 
SÍNTESE 
INTERPRETAÇÃO FORMALIZAÇÃO e 
DIFUSÃO 
ASSUNTO 
PRAZO 
ASPECTOS 
ESSENCIAIS 
ATRIBUIÇÃO 
PRELIMINAR 
GRAU SIGILO 
LIGAÇÃO 
ÓRGÃOS 
CONGÊNERES 
ACIONAR 
ELO 
PESQUISA 
CONSULTA 
ARQUIVOS 
INTEGRAÇÃO 
DETERMINAÇÃO 
VALOR 
DELINEAMENTO 
TRAJETÓRIA 
DIFUSÃO 
FORMALIZAÇÃO 
FINALIDADE 
USUÁRIO 
FAIXA DE 
TEMPO 
ESTUDO 
FATORES de 
INFLUÊNCIA 
SIGNIFICADO 
FINAL

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