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Livro digital - Aula 1 - Noções de Direito Processual Penal para PCPR com videoaulas (Investigador e Papiloscopista - Pós Edital)

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Prévia do material em texto

Compromisso, Dedicação e Foco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noções de Direito Processual Penal para 
PCPR com Videoaulas (Investigador e 
Papiloscopista – Pós-edital) - Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 2 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
Olá! Seja bem-vindo(a) à aula 1 sobre Noções de Direito 
Processual Penal para PCPR com Videoaulas (Investigador e 
Papiloscopista - Pós-Edital). 
Pelo portal do aluno você poderá acessar o conteúdo integral 
deste curso — aulas escritas e videoaulas —, bem como retirar suas 
dúvidas diretamente com o Professor da disciplina. 
 
SUMÁRIO 
INFORMAÇÕES INICIAIS ................................................................................... 4 
Apresentação do Professor .................................................................. 5 
Metodologia de Ensino ........................................................................ 6 
Conteúdo do Curso ............................................................................ 7 
CONTEÚDO DA AULA 1 ...................................................................................... 8 
1 Noções iniciais ................................................................................ 9 
1.1 Conceito de Processo Penal ........................................................ 9 
1.2 Finalidade ................................................................................ 9 
1.3 Características ....................................................................... 10 
1.4 Pressupostos .......................................................................... 10 
2 Sistemas de processo penal ............................................................ 11 
2.1 Sistema inquisitivo ou inquisitorial ............................................ 11 
2.2 Sistema acusatório ................................................................. 12 
2.3 Sistema misto ........................................................................ 12 
3 Disposições constitucionais aplicáveis ao direito processual penal ........ 13 
4 Princípios ..................................................................................... 15 
Princípio da dignidade da pessoa humana ........................................ 16 
Princípio da igualdade processual ou da paridade de armas ................ 17 
Princípio do juiz natural ................................................................. 17 
Princípio do promotor natural ......................................................... 18 
Princípio do defensor natural .......................................................... 19 
Princípio do devido processo legal ou due process of law .................... 19 
Princípio do contraditório ............................................................... 20 
Princípio da ampla defesa .............................................................. 21 
Princípio da plenitude de defesa ..................................................... 22 
Princípio da vedação das provas ilícitas ........................................... 23 
Princípio favor rei e in dubio pro reo ............................................... 24 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 3 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
Princípio da não culpabilidade ........................................................ 25 
Princípio da publicidade ................................................................. 27 
Princípios da duração razoável do processo e da celeridade ................ 29 
Princípio da economia processual .................................................... 31 
Princípio do juiz imparcial .............................................................. 31 
Princípio da oralidade .................................................................... 32 
Princípio da identidade física do juiz ................................................ 32 
Princípio da motivação das decisões ................................................ 33 
Princípio do duplo grau de jurisdição ............................................... 33 
Princípio da oficialidade ................................................................. 34 
Princípio da oficiosidade ................................................................ 34 
Princípio da verdade material, substancial ou real ............................. 35 
Princípio da não autoincriminação ................................................... 36 
Princípio da iniciativa das partes ..................................................... 37 
Princípio da comunhão ou aquisição da prova ................................... 38 
Princípio do impulso oficial ............................................................. 38 
Princípio da lealdade processual ..................................................... 38 
ESQUEMAS E RESUMOS DA AULA ..................................................................... 41 
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................ 53 
QUESTÕES – SEM COMENTÁRIOS ..................................................................... 77 
GABARITO ..................................................................................................... 92 
 
 
 
 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 4 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
INFORMAÇÕES INICIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 5 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
Apresentação do Professor 
Olá, tudo bem? Seja bem-vindo, seja bem-vinda! 
Sou o Professor Rodolfo Menezes e estou com você na disciplina sobre 
Noções de Direito Processual Penal. 
Atualmente exerço o cargo de Magistrado Federal. Fui Delegado de Polícia 
Civil do Distrito Federal e Oficial de Carreira do Exército Brasileiro. Tenho duas 
graduações (Direito e Ciências Militares) e cinco especializações, entre elas 
Direito Penal e Direito Público, além da constante atualização jurídica em 
congressos e seminários. 
Tenho uma trajetória nos concursos em épocas diferentes da minha vida. 
O primeiro concurso foi para ingressar na AMAN. Depois de anos, já 
recentemente, fui aprovado para Analista Judiciário, para Delegado de Polícia e 
para Juiz. Nessa época, tinha pouco tempo (trabalhava, era casado, tinha filhos 
pequenos etc.), mas, embora já fosse servidor público de carreira, resolvi ir para 
a luta dos concursos novamente, por mais de uma vez. 
Garanto a você que a diferença está na qualidade do estudo e não apenas 
na quantidade de tempo. É necessário se dedicar e estudar bem, durante as 
horas possíveis dentro do seu cotidiano. Claro que deve retirar as atividades que 
neste momento não são tão importantes e podem esperar, para aumentar a 
carga horária dentro do razoável. 
Por isso, gostaria que pensasse em três pilares: compromisso, dedicação 
e foco. Eles formarão o espírito necessário para iniciar e manter a construção 
dessa trajetória, dessa estrada, visando chegar onde hoje é apenas um horizonte 
longínquo, mas na verdade é um objetivo possível de ser conquistado. 
Procurarei auxilia-lo neste estudo com qualidade e será uma satisfação 
colaborar com você nessa caminhada. 
Um grande abraço e bons estudos! 
“Oportunidades não surgem. É você que as cria”. 
Chris Grosser. 
 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 6 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
Caso você deseje acompanhar as atualidadesrelacionadas ao estudo da 
disciplina de Direito Processual Penal, siga minhas mídias sociais: 
 
 
 www.instagram.com/prof.rodolfomenezes/ 
 www.facebook.com/professorrodolfomenezes 
 
 
 
Metodologia de Ensino 
Inicialmente, deve perceber que as primeiras aulas são importantíssimas 
para o entendimento do Direito Processual Penal, por fornecerem a base para o 
conhecimento necessário sobre os princípios norteadores, forma de criação, sua 
aplicação, execução, definições etc. Para os que já estudaram essa disciplina, 
será o momento para reforçar os pontos mais importantes e lembrados pelos 
examinadores. 
Para uma melhor estruturação, em cada aula haverá um sumário visando 
guiar o nosso estudo sobre o assunto. Apresentaremos definições importantes, 
esquemas, exemplos para a melhor compreensão e, durante ou ao final de cada 
aula, resolveremos questões nas quais o examinador abordou aquele conteúdo, 
com a finalidade de verificar a aprendizagem e saber como são as assertivas 
sobre o tema. 
Com uma visão macro sobre a disciplina, abordaremos inicialmente as 
disposições constitucionais aplicáveis ao direito processual penal, os sistemas, 
os princípios e as disposições preliminares, que permitirão o entendimento dos 
demais institutos e regras previstos no CPP. O foco não é fomentar discussões 
acadêmicas sobre a área, e sim a compreensão dos temas e a abordagem do 
que é cobrado nos concursos. 
Vamos?! 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 7 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
Conteúdo do Curso 
Neste Curso, sobre Noções de Direito Processual Penal para PCDF com 
Videoaulas (Escrivão – Pós-edital), será abordado o conteúdo programático 
associado ao Direito Processual Penal e exigido de forma recorrente em provas 
de concurso público elaboradas pela banca examinadora. Haverá, também, 
resoluções de questões visando verificar como os temas aparecem nos 
certames, que podem ser uma ótima referência de como serão as assertivas. 
 
 
 
AULA CONTEÚDO 
Aula 1 Disposições constitucionais aplicáveis ao direito processual penal. 
Sistemas de processo penal. Princípios. 
Aula 2 Inquérito policial; notitia criminis. 
Aula 3 Prisão em flagrante. 
Aula 4 Prisão preventiva. 
Aula 5 Prisão temporária (Lei n.º 7.960/1989). 
Aula 6 Ação penal: espécies. Jurisdição; competência. 
Aula 7 Prova (artigos 158 a 184 do CPP). 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 8 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
CONTEÚDO DA AULA 1 
Nesta aula, abordaremos o conceito, a finalidade, as disposições 
constitucionais aplicáveis ao direito processual penal, os sistemas de processo 
penal e os princípios, enfatizando os temas mais exigidos nos concursos 
elaborados pela banca examinadora. 
 
Padronização de siglas 
 
- União, Estados, Distrito Federal e Municípios, respectivamente: U, E, DF e M. 
- Emenda constitucional: EC. 
- Constituição Federal de 1988: CF. 
- Código Penal: CP. 
- Código de Processo Penal: CPP. 
- Código Penal Militar: CPM. 
- Código de Processo Penal Militar: CPPM. 
- Artigo: art. 
- Supremo Tribunal Federal: STF. 
- Superior Tribunal de Justiça: STJ. 
- Combinado com: c.c. 
- Inquérito Policial: IP. 
- Ministério Público: MP. 
- Defensoria Pública da União: DPU. 
- Auto de Prisão em Flagrante: APF. 
- Recurso Especial: RESP. 
- Recurso Extraordinário: RE. 
 
 
 
 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 9 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
1 Noções iniciais 
 
1.1 Conceito de Processo Penal 
O Estado detém o jus puniendi (direito de punir) e para isso elabora as 
leis penais, que tipificam crimes e impõe abstratamente uma sanção para quem 
praticá-las, visando coibir as pessoas de agirem contrárias as normas. 
Entretanto, o ser humano é complicado! Acaba cometendo crimes, 
surgindo a pretensão punitiva do Estado em aplicar a sanção penal prevista na 
lei penal. 
Ao cometer crimes, surge a necessidade do Estado sair do campo 
abstrato do direito penal e aplica-lo no plano concreto, sendo necessário um 
processo que garanta o correto exercício do poder Estatal. 
A garantia de um processo penal legal e justo é uma das características 
da democracia, diferente dos regimes totalitários em que o processo não é 
importante, mas sim a determinação de uma autoridade. 
Assim, podemos definir o Processo Penal como o conjunto de regras, 
normas e princípios que norteiam a persecução penal e a aplicação do Direito 
Penal abstrato aos casos concretos, proporcionando um julgamento justo. 
“é o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito 
Penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação 
dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares” (MARQUES, Elementos 
de Direito Processual Penal, 2ª ed., vol. 1, pág. 20). 
 
1.2 Finalidade 
Podem ser percebidos pelo menos duas finalidades do processo penal: 
mediata e imediata. 
 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 10 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
A finalidade imediata - é permitir uma aplicação do direito penal ao caso 
concreto de forma justa. 
A finalidade mediata - é a proteção dos direitos das pessoas, não permitindo 
que o Estado proceda de forma arbitrária contra a 
sociedade, sob o disfarce de persecução penal. 
- Manter a paz social. 
 
1.3 Características 
 
 
1.4 Pressupostos 
A aplicação do Processo Penal em sentido amplo inicia-se na fase 
investigativa, com a deflagração da averiguação de uma suspeita ou de uma 
notícia crime. Isso já representa a finalidade mediata, que proíbe que alguém 
seja investigado sem haver qualquer suspeita preliminar. 
Assim, o pressuposto é possibilitar a aplicação do direito penal. 
 
Instrumentalidade
É um instrumento para a aplicação do Direito Penal. Muito importante 
entender que ele não é o fim (finalidade, objetivo); é o modo de aplicação.
Normatividade
Tem normas próprias, como Código de Processo Penal (lei 3.689/41), além 
de outras leis especiais.
Autonomia
Ramo do direito independente e com princípios, normas e regras próprias.
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 11 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
2 Sistemas de processo penal 
São três os principais sistemas processuais penais. 
 
Diferenciam-se de acordo com as normas, regras e princípios que adotam 
para o processo penal. 
 
2.1 Sistema inquisitivo ou inquisitorial 
Foi o sistema utilizado na Europa em grande parte da Europa do século 
XIII ao XVIII, baseado no Direito Canônico. Decorre do absolutismo da época, 
no qual o rei detinha os três poderes: legislar, administrar e julgar. Começou 
seu declínio com a Revolução Francesa. 
Suas principais características são: 
- Um órgão tem as funções de acusar, defender e julgar, conjuntamente. 
- Por exercer as três funções, o juiz não é imparcial. 
- Não há contraditório e ampla defesa, porque tudo se concentra em um 
único órgão. O réu um mero objeto do processo, sem direitos de se defender 
amplamente. 
- Não há publicidade no processamento e julgamento. 
- Utiliza o sistema de provas tarifadas, nas quais a lei indica um valor 
maior para umas em detrimento de outras. Com isso, a confissão passa a ser 
mais valorada, levando ao inquisidor a prática de tortura para conseguir uma 
confissão, considerando ser esta a principal prova. 
Essas são as características históricas, sendo que atualmente os 
principais traços para a doutrina considerar um sistema como inquisitivo são: 
sist
em
as
inquisitivo
acusatório
misto
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 12 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
- Concentrar em só órgão as três funções: acusar, defender e julgar. 
- Faltar a imparcialidade do órgão julgador. 
- Ofende o contraditório e a ampla defesa. 
 
2.2 Sistema acusatório 
Surgiu na Grécia e Roma antiga, para substituir o sistema de vingança 
privada. Decaiu no século XIII, com a chegada do sistema inquisitório. Com o 
declínio deste, retornou como um sistema mais justo e com as atualizações 
necessárias. 
Suas principais características são: 
- Há divisão das funções de acusar, defender e julgar. 
- O juiz é imparcial. 
- O processo inicia-se com o requerimento do acusador. 
- O juiz tem o livre convencimento fundamentado diante das provas, 
pois estas não são tarifadas. 
- As partes devem produzir as provas, ficando o juiz com uma atividade 
supletiva, caso seja necessária para buscar a verdade real possível. 
- Presunção de não-culpabilidade do investigado/indiciado/réu. 
- Igualdade entre as partes: acusador e defensor. Respeito ao 
contraditório e ampla defesa. 
- O réu não é apenas um objeto no processo. É um sujeito com direitos 
e garantias. 
- O processo é público. Apenas em casos excepcionais podem ser 
sigilosos. 
 
2.3 Sistema misto 
Surgiu na França, por isso também é conhecido como sistema francês, 
sendo a fusão dos dois anteriores: inquisitivo e acusatório. 
Com isso, divide-se em duas fases. 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 13 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
 
 
Nucci, minoritariamente, entende que CPP adota este sistema, 
considerando a 1ª fase como o inquérito policial. 
Entretanto, há críticas, considerando o advento da CF que trouxe várias 
normas demonstrando que adotamos o sistema acusatório. Também, nas 
últimas décadas ocorreram várias modificações no nosso ordenamento em 
relação as normas do inquérito policial, mitigando um pouco suas características 
inquisitivas. 
Para uma prova objetiva, o Brasil adotou o sistema acusatório. 
 
3 Disposições constitucionais aplicáveis ao 
direito processual penal 
As normas constitucionais serão analisadas durante os estudos de cada 
tema no curso, para contextualizar e facilitar a compreensão, como no capítulo 
dos princípios. Apenas para situa-lo na disciplina, veremos alguns tópicos 
importantes neste momento. 
a) A União é o ente federativo competente privativamente para legislar 
sobre direito processual penal, conforme art. 22, I, da CF (regra). 
 
A própria constituição prevê uma exceção que não deve ser 
esquecida: a União, por meio de uma LC, poderá autorizar que 
os Estados legislem sobre questões específicas em direito penal. 
Logo, a União não pode delegar genericamente aos Estados. 
1ª fase: inquisitorial. Trata-se de uma instrução preliminar, que visa 
verificar a existência de indícios de autoria e materialidade do fato.
2ª fase: acusatória. Trata-se da fase do processo propriamente dito, 
com as características do sistema acusatório.
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
Prof. Rodolfo Menezes 14 de 94 www.cdfconcursos.com.br 
Assim, em regra, os Estados não poderão legislar sobre direito penal. 
Excepcionalmente, a UNIÃO poderá delegar, havendo a necessidade de 2 
requisitos cumulativos: 
- autorização por LC; 
- para tratar de uma questão específica. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho;[...] 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre 
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
 
Não esquecer, também, que o art. 24, I, da CF traz a 
competência concorrente para legislar sobre direito penitenciário. 
 
b) É proibido a edição de Mediada Provisória em matéria de processo 
penal, conforme art. 62, §1º, I, ‘b’, da CF. 
art. 62 [...] 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a: [...] b) direito penal, processual penal e processual civil; 
 
c) Respeito à dignidade do preso e direito da presa amamentar seu filho 
(art. 5º, XLIX e L, CF). 
art. 5º, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
art. 5º, L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer 
com seus filhos durante o período de amamentação; 
 
 
 
Noções iniciais 
Sistemas processuais 
Disposições constitucionais aplicáveis 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
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4 Princípios 
Princípios jurídicos são os valores fundamentais que sustentam o 
ordenamento legal, tanto para sua criação (legislador) como para sua efetiva 
aplicação (operadores do direito). Obrigatoriamente, eles antecedem a lei. 
Os princípios no processo penal podem estar positivados (estão em 
normas escritas) ou não positivados, sendo admitidos com a mesma força. 
A função é orientar a atividade legislativa responsável pela criação das 
normas penais e, ao mesmo tempo, a atividade judicante de aplicar a lei ao caso 
concreto. 
Alguns princípios estão previstos na constituição, tendo uma grande 
relevância para a disciplina, porque a CF tem força normativa e os torna 
aplicáveis de per si, além de serem a base da interpretação jurídica e ter função 
informativa. 
Também, serão vistos princípios gerais aplicáveis ao ramo do processo 
penal, ficando postergada a explicação daqueles que são intrínsecos a 
determinados temas ou institutos a serem estudados posteriormente. 
Por fim, lembrar que os princípios não se excluem, eles se 
complementam, devendo ser sopesados. A priori, não há princípio maior que 
outro abstratamente. Eventual conflito será resolvido pela ponderação de 
interesses, prevalecendo o que tem maior relevância àquele caso concreto 
(sopesamento). 
 
Princípios constitucionais expressos referentes ao processo penal 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1º, III). 
Princípio da igualdade processual (art. 5°, caput). 
Princípio do juiz natural (art. 5°, Llll). 
Princípio do devido processo penal (art. 5°, LIV). 
Princípio do contraditório (art. 5°, LV). 
Princípio da ampla defesa (art. 5°, LV). 
Princípio da plenitude da defesa (art. 5°, XXXVlll, "a"). 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
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Princípio da vedação das provas ilícitas (art. 5°, LVI). 
Princípio da não culpabilidade (art. 5°, LVll). 
Princípio in dubio pro reo (art. 5°, LVll). 
Princípio da publicidade (arts. 5°, LX e XXXlll, e 93, IX, CF; art. 792, caput, CPP). 
Princípios da duração razoável do processo e da celeridade (art. 5°, LXXVlll). 
 
Princípio da dignidade da pessoa humana 
Tem natureza constitucional: 
CF - Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: [...] 
III - a dignidade da pessoa humana; 
 
É um fundamento da República Federativa do Brasil, considerado como 
um verdadeiro conjunto de valores com a função de garantir os direitos de cada 
cidadão perante o Estado, para o bem-estar de todos. 
Ainda que se possa considerar a dignidade da pessoa humana como um atributo 
que antecede a própria compreensão jurídica, sua positivação no Texto Maior se 
afigura salutar, à medida que confere instrumento expresso ao Judiciário e, 
ademais, permite delimitar,no entrelace das normas constitucionais, seu alcance e 
sentido. (ESTEFAM, 2018)1 
Os pensamentos de Kant auxiliam na interpretação do seu sentindo, por 
ser um conceito vago e indeterminado. 
Algumas decisões no processo penal. 
- proibição de manutenção em regime mais gravoso em decorrência de 
falta de vaga no regime adequado. 
- restrição do uso de algemas. 
Súmula Vinculante 11: só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de 
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte 
do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
 
1 ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120). 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
 
Noções de Direito Processual Penal para PCPR com Videoaulas 
(Investigador e Papiloscopista - Pós-Edital) 
Aula 1 
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responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade 
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade 
civil do Estado. 
- instauração de inquérito policial em caso de fato atípico caracteriza 
constrangimento ilegal. 
- necessidade de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais que 
não tem a mínima condição para servir como prisão. 
 
Princípio da igualdade processual ou da paridade de 
armas 
Também denominado de princípio da paridade das armas, diz que as 
partes no processo devem ter as mesmas oportunidades. Considerando a 
investigação prévia e o aparato Estatal, o réu recebe alguns tratamentos 
diferenciados para equilibrar a situação, tais como: a possibilidade de embargos 
infringentes e revisão criminal. Isso já indica a ligação com o princípio favor rei 
a ser visto posteriormente. É extraído do art. 5°, caput, da CF. 
Entende-se que as partes devem ter as mesmas armas para a “luta” 
durante o processo. Sendo essencial para o sistema acusatório, que tenham as 
mesmas obrigações, direitos e ônus. 
 
Princípio do juiz natural 
O juiz de um processo deve ser previsto objetivamente, genericamente 
e anteriormente pela CF e/ou por lei. Ou seja, a competência deve ser abstrata 
e prévia, sendo vedado a constituição de juízo de exceção (juiz escolhido 
posteriormente e especificamente para julgador determinado fato; art. 5º, 
XXXVII, da CF). 
Visa garantir um juiz imparcial para apreciação do fato. 
CF, art. 5°, Llll - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente. 
 
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CF, art. 5º, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
Assim, não é possível a criação de juízo ad hoc, designado para causas 
específicas. São conhecidos também como tribunais ou juízos de exceção, 
porque são nomeados posteriormente para atuar em causas concretas já 
ocorridas. 
Algumas consequências. 
- Declaração de suspeição e impedimento quando o juiz não for imparcial. 
- O foro por prerrogativa de função não ofende o princípio, porque refere-
se a função e não a determinada pessoa, além de ser abstrato e prévio. 
- Juízes convocados para tribunais não ofende, porque prevalece o 
princípio da duração razoável do processo, além de ser abstrato. 
- O desaforamento no caso de tribunal do júri é uma garantia a isenção 
dos jurados. 
- A criação de novas varas visa a melhor prestação jurisdicional, sendo 
uma regra genérica, não individualizando uma pessoa ou fato. 
 
Princípio do promotor natural 
Alguns doutrinadores entendem que o órgão acusador também deve ser 
imparcial, sendo previamente designado por lei e proibido a indicação posterior 
para determinado fato. 
É uma forma de proteção da independência do membro do MP e da 
sociedade, que precisa de um órgão acusador independente e imparcial. 
Esse princípio é mitigado, porque há previsão em lei que permite a 
indicação de Promotor/Procurador em casos específicos, devendo ser 
predeterminada e abstrata. 
Não é pacífica a matéria no STF. Em um julgado, a Corte Constitucional 
não admitiu, considerando que violaria a unidade e indivisibilidade do MP. 
 
 
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Princípio do defensor natural 
Da mesma forma que o princípio do promotor natural, advém de analogia 
do princípio do juiz natural. 
Refere-se aos Defensores Públicos, devendo ser nomeado aquele que tem 
atribuição previamente definida por critérios abstratos e genéricos, evitando que 
exista uma escolha casuística por parte do Defensor Público Geral. Da mesma 
forma, evita que o juiz nomeie advogado dativo sem um fundamento para tal. 
O STF não se manifestou, mas registre-se que tem o entendimento 
contrário ao princípio do promotor natural. 
Estes princípios querem reforçar o sistema acusatório, para evitar 
interferência até na atuação das partes técnicas. 
 
Princípio do devido processo legal ou due process of law 
Demonstra que o processo penal é uma garantia às pessoas contra 
qualquer abuso do Estado, porque todas as ações penais deverão respeitar as 
regras, normas e princípios que regem o sistema. 
O procedimento deve ser regular, perante a autoridade competente, com 
provas lícitas e respeitar os princípios e normas existentes. 
CF, art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
 
A doutrina entende que há duas dimensões. 
a) formal: está ligada ao procedimento, sendo uma garantia do 
cumprimento das normas e regras previstas em lei, para a correta persecução 
penal. 
b) material: além de aplicar as regras processais, deve ser observado a 
proporcionalidade e equilíbrio necessário. É a aplicação da razoabilidade e 
proporcionalidade. 
 
 
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Princípio do contraditório 
Acompanha a paridade de armas e diz que a parte tem o direito de se 
manifestar em qualquer prova produzida pela outra parte, bem como nos 
requerimentos feitos. 
Traz a bilateralidade dos atos processuais, na qual haverá dialética, tese 
e antítese, para se chegar a uma síntese. 
CF, art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos 
a ela inerentes; 
 
Em decorrência, temos três direitos das partes. 
 
É a garantia que a parte irá influenciar no processo e não ser mero 
espectador. Por exemplo, se o juiz presidente do tribunal do júri perceber que o 
réu está “indefeso”, poderá nomear outro defensor. 
Por fim, lembro que há o contraditório diferido tendo em vista as 
características do processo penal, como no caso de interceptação telefônica ou 
quebra de sigilo de dados. 
O contraditório diferido será aquele exercido posteriormente, tendo em 
vista as características da diligência que impede que seja feita naquele 
momento. Por exemplo, em uma perícia necroscópica ou de um lugar crime, não 
há tempo hábil para se aguardar o contraditório no momento da realização. 
Entretanto, o contraditório será realizado posteriormente. 
Alguns pontos relevantes. 
a) O contraditório é a regra na fase processual. A investigação, em regra, 
é inquisitorial, podendo ocorrer o contraditório diferido sobre as provas e indícios 
produzidos durante as apurações. 
Contraditório
direito de ser intimado sobe ato processual praticado
possibilidade de se manifestar a respeito do ato
possibilidade de influenciar o julgador
 
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b) o contraditório não impede decisões judiciais sem oitiva da outra parte, 
que poderá se manifestar posteriormente a esta, caracterizando o contraditório 
posterior. Ex. relaxamento de prisão – não exige a oitiva do MP antes da decisão 
judicial; ordem de busca e apreensão domiciliar – a defesa terá conhecimento 
após a efetivação da diligência. 
 
Princípio da ampla defesa 
Garante ao réu a utilização de qualquer meio de defesa durante o 
processo. É uma forma de equilibrar a situação, tendo em vista o aparato Estatal 
e a investigação prévia necessária que se desenvolveu. 
Tem previsão no art. 5°, LV, da CF. 
Embora seja um direito constitucional, não se aplica na fase investigativa, 
como será visto no capítulo sobre inquérito policial. 
Segundo a doutrina, divide em autodefesa e defesa técnica. 
A autodefesa, como diz o nome, é a defesa feita pelo próprio réu durante, 
principalmente, seu interrogatório. É disponível (facultativa), podendo o réu 
preferir o seu direito ao silêncio. Ao contrário do que muitos pensam, ele não 
pode mentir sobre sua qualificação pessoal e nem imputar falsamente um crime 
a outrem, podendo ser responsabilizado penalmente por isso. Fora isso, pode 
contar sua versão falaciosa dos fatos, pois não é obrigado a produzir prova 
contra si e nem dizer a verdade. 
O réu tem o direito de ser ouvido (interrogatório) e de presença (estar 
presente aos atos judiciais; instrução). 
A defesa técnica é a exercida por um defensor técnico, advogado, sendo 
indisponível (obrigatória). O réu tem o direito de nomear um advogado para 
defende-lo (art. 263 do CPP). Se não o fizer, o magistrado irá nomear um 
defensor. 
Nesse sentido é a súmula 707 do STF, sobre o recurso contra a rejeição 
da denúncia; e a súmula 708, sobre o réu ser intimado para nomear novo 
defensor. 
 
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Súmula 707 do STF: “constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para 
oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a 
suprindo a nomeação de defensor dativo”. 
Súmula 708 do STF: “é nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos 
autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para 
constituir outro”. 
A falta de defensor constitui nulidade absoluta, enquanto a defesa 
deficiente somente anulará o processo se houver prejuízo ao réu. 
O ordenamento jurídico permite ao réu atuar algumas vezes sem 
defensor, como na interposição de recurso (art. 577 do CPP), impetração de 
habeas corpus (ar.t 654 do CPP). 
Em consequência deste princípio, apenas o réu tem o direito a revisão 
criminal e o juiz deve fiscalizar se o réu não está “indefeso” (deficiência na defesa 
técnica). 
Importante observar que o direito a defesa técnica traz como 
consequência a garantia de inviolabilidade do defensor, suas garantias, dos 
documentos e do seu local de trabalho, para que ele possa exercer eficazmente 
a defesa do réu. 
Lembrando que isso não é uma salvaguardar ao cometimento de crime 
por parte dos defensores, que, caso exista, autoriza uma ação do Estado para 
reprimir a ilicitude. 
 
Princípio da plenitude de defesa 
Além da ampla defesa, no tribunal do júri o réu tem o direito a plenitude 
de defesa, caracterizada pela utilização de qualquer meio lícito de provas, 
inclusive não técnicos, como os sentimentais e sociais, para convencer os 
jurados. 
CF, art. 5°, [...] XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que 
lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; [...] 
 
Exemplo: pode o réu ter um maior tempo para se defender, se o juiz 
 
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entender necessário, sem que isso acarrete paridade ao Ministério Público; pode 
apresentar nova tese defensiva na tréplica. 
 
Princípio da vedação das provas ilícitas 
O devido processo legal exige que as partes respeitem os limites na 
produção de prova. A prova considerada ilícita deverá ser desentranhada do 
processo e inutilizada, mas não causará nulidade se permanecer nos autos e o 
juiz não as utilizar para fundamentar a decisão ou sentença. 
CF, art. 5°, LVI: são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
O art. 157 do CPP define o que são provas ilícitas. 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas 
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
 
Cuidadoso, o legislador proibiu também as provas que decorrem das 
provas ilícitas, conhecida como a teoria da árvore dos frutos envenenados (art. 
157, §1º, CPP). Assim, todas as provas que derivaram de uma ilícita, também 
devem seguir o mesmo destino: desentranhadas dos autos. 
CPP, art. 157, § 1º: são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo 
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as 
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
 
Será importante para o operador do direito verificar se uma prova 
posterior tem fonte independente da considerada ilícita originariamente, porque 
a prova independente será válida. 
CPP, art. 157, § 2º: considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo 
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria 
capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
 
Em respeito à ampla defesa, a jurisprudência já aplicou o princípio da 
proporcionalidade ou do interesse predominante para aceitar prova ilícita 
 
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produzida pelo réu para provar sua inocência, por caracterizar legitima defesa, 
estado de necessidade ou inexigibilidade de conduta diversa. 
 
Princípio favor rei e in dubio pro reo 
Também denominado de princípio da prevalência do interesse do réu, 
favor libertatis, favor inocente, decorre do princípio da não culpabilidade. 
Determina que em caso de dúvida razoável, deve privilegiar-se a situação do 
réu, em detrimento do ius puniendi do Estado. Por isso, entende-se que também 
tem previsão no art. 5°, LVll, da CF. 
CPP, art. 386 - o juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, 
desde que reconheça: [...] 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena [...], ou 
mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
 
Todavia, na decisão de recebimento da denúncia e na sentença de 
pronúncia prevalece o princípio do in dubio pro societate, sobressaindo-se o 
princípio de proteção da sociedade e objetivando uma apuração dos fatos. 
Nestas fases, na dúvida, havendo indícios suficientes de autoria e materialidade, 
o fato deve ser processado para ser esclarecido. 
Alguns doutrinadores preferem diferenciar e compreendem que o in dubio 
pro reo aplica-se no momento da sentença, enquanto o favor rei é mais amplo, 
podendo ser aplicado a qualquer momento em benefício do investigado/réu em 
caso de dúvida razoável. 
Por fim, cabe esclarecer que não é qualquer dúvida, mas aquela razoável, 
tendo em vista que o julgador pode ficar em dúvida entre um conjunto 
probatório robusto e uma versão contada pelo réu no interrogatório. No entanto, 
deverá fazer um juízo de valor sobre os elementos constantes nos autos e aplicar 
o princípio da razoabilidade. 
 
 
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Princípio da não culpabilidade 
Também conhecido como princípio da presunção de inocência ou de 
estado de inocência (porque inocente é um fato, não pode ser presumido), 
entende que o réu somente será culpado com o trânsito em julgado de sentença 
condenatória. 
CF, art. 5°, LVll: ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória; 
 
Além da constituição, há previsões semelhantes em outros diplomas 
legais. 
Decreto nº 678, 1992 - Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São 
José da Costa Rica) 
Art. 8º [...] 
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência 
enquanto não se comprove legalmente sua culpa. [...] 
 
Decreto nº 592, 1992 - Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. 
Art. 14 [...] 2. Toda pessoa acusada de um delito terá direito a que se presuma sua 
inocência enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. 
 
Declaração Universal dos Direitos humanos 
Art 11, 1 - Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até que 
a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em 
que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas. 
 
É um princípio com eficácia irradiante no processo, tendo várias 
consequências, entre elas... 
 
Princípios – 1ª parte 
 
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a) a acusação tem ônus de provar a autoria e a materialidade do crime. 
É uma regra de natureza probatória, pelo qual a acusação tem o encargo de 
provar o fato típico. Enquanto a defesa deverá provar o que alegar, inclusive se 
for uma excludente de ilicitude ou de culpabilidade, porque é a forma de 
demonstrar que o fato, embora ocorrido, não é crime. 
b) também, tem natureza de tratamento, impondo que qualquer 
constrição de direito deve ser exceção. As medidas deverão ser necessárias e a 
decisão fundamentada, como na interceptação telefônica ou na quebra de sigilo 
bancário. 
c) a regra é o réu responder ao processo em liberdade, sendo as prisões 
cautelares exceções, que necessitam de fundamentação da sua necessidade 
(tema a ser visto no capítulo de prisões). 
d) prisão após decisão de segunda instância. 
Em tese, a prisão definitiva somente acontece após o trânsito em julgado 
da sentença. 
Entretanto, o STF, em 2016, decidiu que o início do cumprimento da pena 
imposta pode ocorrer com a decisão de 2ª instância (HC 126.292), como pena 
provisória. 
A decisão entendeu que o Recurso Extraordinário (RE - STF) e o Recurso 
Especial (REsp – STJ), em regra, não tem efeito suspensivo, podendo ser 
cumprida a decisão, porque as cortes superiores discutem apenas matérias de 
direito e não matérias de fato. 
O princípio da não culpabilidade deve ser sopesado frente a outros, como 
da confiança da sociedade no sistema penal, da pretensão punitiva estatal, da 
segurança e da proteção da sociedade. Também, isso não afastará a análise do 
processo pelas cortes superiores. 
Em novembro de 2019, o STF mudou o posicionamento e decidiu que não 
é possível a execução provisória da pena. O início do cumprimento da pena 
condenatória imposta somente será possível após o trânsito em julgado, ou seja, 
após o esgotamento de todos os recursos, incluindo o Recurso Especial (RESP – 
STJ) e Recurso Extraordinário (RE – STF). 
 
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Neste caso, para o réu ser preso, deverá haver a decretação de prisão 
preventiva (art. 312 do CPP). Fundamentada, é claro. 
Atualmente, para a prova: não pode haver prisão provisória antes do 
trânsito em julgado. 
e) quanto ao cumprimento das penas restritivas de direitos. 
O STJ e a 2ª turma do STF entendem que não porque esse caso específico 
não foi analisado pelo STF, devendo prevalecer o art. 147 da LEP. 
LEP, art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de 
direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
promoverá a execução [...] 
 
A 1ª turma do STF entende que é possível, pois a dedução é a mesma 
para a pena de prisão. 
f) quanto à execução da pena de multa. 
Somente após o trânsito em julgado, tendo em vista que o art. 50 do CPP 
e o art. 164 da LEP são taxativos. 
CPP, art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada 
em julgado a sentença. 
 
LEP, art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, 
que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos 
apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da 
multa ou nomear bens à penhora. 
 
Princípio da publicidade 
É uma forma de controle social, pela qual o acesso aos autos do processo 
e às sessões são públicas. Tem previsão em diversas normas: art. 5º, XXXIII e 
LX, art. 93, IX, da CF; art. 792, CPP. 
Excepcionalmente pode haver restrição em caso de defesa da intimidade 
ou do interesse social, desde que devidamente fundamentado pelo juiz. 
 
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CF, art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando 
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
 
CF, art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, 
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente 
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no 
sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
 
CPP, art. 792 - as audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos 
e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do 
secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou 
previamente designados. 
 
 
A publicidade interna não pode ser restringida, porque é direcionada aos 
órgãos da Administração e as partes. Por exemplo: não pode ser realizada a 
instrução processual sem a presença de um defensor; o defensor tem acesso 
amplo aos elementos de prova e aos autos. 
Cabe observar que o defensor não tem acesso aos elementos de prova 
ainda não juntados aos autos, por serem sigilosos, como a interceptação 
telefônica ou o mandado de busca e apreensão em curso. É da essência destes 
elementos o sigilo até o seu cumprimento; após, serão documentados e juntados 
aos autos do processo ou da investigação, passando a ser de amplo acesso. 
STF, súmula vinculante 14: é direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam 
respeito ao exercício do direito de defesa. 
A publicidade externa pode ser restringida, desde que presentes motivos 
de intimidade ou de interesse social que justifiquem o segredo de justiça. 
 
• publicidade interna
• publicidade externaExistem dois enfoques a serem observados:
 
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Princípios da duração razoável do processo e da 
celeridade 
Entende-se que justiça tardia é uma injustiça. Não se esquecendo que no 
processo penal deve haver um equilíbrio entre a celeridade e a garantia de 
defesa do acusado, devendo ter uma duração razoável. 
A demora do processotraz um desconforto ao acusado, principalmente 
se estiver preso. Ao mesmo tempo em que traz um sofrimento ao ofendido, seus 
familiares e ao sentimento de segurança e justiça social, devendo o Estado ser 
célere no exercício de seu jus puniendi sem ofender os direitos do acusado ou a 
proteção e segurança da sociedade. 
Com esse pensamento, o CPP traz regras que acompanham esse 
princípio, como: a carta precatória itinerante (art. 355, §1º); prazo para realizar 
a audiência de instrução (art. 400); prazo para a 1ª fase do júri (art. 412) 
Entretanto, este princípio não é absoluto e não pode ser considerado de 
maneira isolada, devendo ser harmonizado com os demais. Por isso, alguns 
doutrinadores dizem que o Brasil adotou a Teoria do Não Prazo, porque eles não 
possuem sanção pelo seu descumprimento. 
Em contraponto, a teoria do prazo fixo busca impor um prazo máximo de 
duração do processo, para sua tramitação (não adotada pelo Brasil). 
Com isso, a jurisprudência entende que esses prazos não devem ser 
rígidos, criando alguns critérios para apurar essa razoável duração do processo, 
tais como: 
 
complexidade da causa. 
qual a parte contribuiu para a demora. Evitar que a parte 
procrastine e depois queira ser beneficiada.
se houve morosidade do órgão jurisdicional.
 
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Alguns temas relevantes. 
a) o STF entende que a demora para concluir a instrução criminal pode 
caracterizar constrangimento ilegal, devendo ser observado os critérios acima. 
Isso pode ensejar a revogação de uma prisão preventiva, por exemplo. 
 
b) autoriza o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo. 
 
c) a análise se uma demora é razoável esbarra na indevida incursão dos 
fatos e elementos probatórios, por isso não é incabível Mandado de Segurança 
(MS), porque este reclama direito líquido e certo. 
 
d) o STJ já aceitou HC no caso de uma demora de 5 anos sem o 
julgamento de uma REsp, determinando um prazo para ser colocado em mesa. 
 
e) o STF aceita a convocação de juízes de 1º grau para atuarem nos 
Tribunais de Justiça considerando a elevada carga de processos. 
 
A duração razoável do processo tem previsão no art. 5º, LXXVIII, da CF 
e no art. 8º, ‘1’, da Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH). 
CF, art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados 
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação. 
 
Na esteira deste princípio estão algumas súmulas do STJ. 
STJ, súmula 21 - Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento 
ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução. 
STJ, súmula 52 - Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de 
constrangimento por excesso de prazo. 
STJ, súmula 64 - Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na 
instrução, provocado pela defesa. 
 
 
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Princípio da economia processual 
É a busca da efetividade jurisdicional com o menor emprego de meios 
(recursos financeiros, tecnológicos, pessoal, tempo etc.) possíveis. 
É uma indicação ao legislador sobre a necessidade da modificação do 
sistema recursal existente, que torna um processo penal longo demasiadamente 
e dispendioso. 
Também, deve os sujeitos do processo, principalmente o juiz, preocupar-
se em diminuir o custo processual, utilizando dos meios possíveis existentes no 
ordenamento, como a videoconferência, e preocupando-se em acompanhar os 
prazos. 
 
Princípio do juiz imparcial 
Acompanhando o sistema acusatório e complementando o princípio do 
juiz natural, existem regras no ordenamento jurídico para garantir a 
imparcialidade do juiz, evitando uma apreciação do fato por quem tenha algum 
vínculo subjetivo. A suspeição (art. 252 do CPP) e o impedimento (art. 252 do 
CPP) são exemplos destas regras. 
Tem previsão no art. 8º, ‘1’, da CADH (Dec 678/1992). 
CADH, art. 8º, I: toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e 
dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e 
imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação 
penal formulada contra ela[...] 
 
Essa imparcialidade exige que o juiz tenha garantias no seu atuar, como 
as previstas no art. 95 da CF: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de 
vencimento. 
 
 
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Princípio da oralidade 
Entende que a produção de atos no processo deve ser verbal, em regra. 
Com esse espírito, atualmente o judiciário tem utilizado em grande escala 
as videoconferências, em substituição as cartas precatórias tradicionais, bem 
como a gravação das declarações das testemunhas, ofendidos e do réu, sem 
necessidade de transcrição. 
Promove outros princípios diretamente ligados. 
a) imediatidade: contato direto do magistrado com as provas 
produzidas, com as partes, peritos, testemunhas etc. 
b) concentração: a audiência de instrução é una, mesmo que os atos 
sejam desmembrados. Visa que o julgador se lembre da instrução, facilitando o 
julgamento e a celeridade. 
c) identidade física do juiz. 
 
Princípio da identidade física do juiz 
O juiz que realiza a instrução e colhe as provas deve sentenciar. Visa dar 
mais força a celeridade processual, economia processual, oralidade e 
concentração dos atos judiciais, pois o juiz que contato direto com as partes e o 
processo terá maior conhecimento sobre os fatos a serem analisados. 
CPP, art. 399, § 2º - O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
 
Há exceções, como por exemplo se o juiz estiver afastado, de férias, 
convocado, licenciado, aposentado ou por outro motivo não estiver no exercício 
da jurisdição. Neste caso, quem o substituir fará o julgamento. 
 
 
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Princípio da motivação das decisões 
Em decorrência da imparcialidade, o juiz é livre para julgar, devendo 
motivar suas decisões para garantir a segurança jurídica na apreciação do 
processo, o contraditório e o controle social. 
CF, art. 93, IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, 
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade [...] 
 
No processo penal a motivação deve estar alicerçada nos elementos 
produzidos durante o devido processo legal, como diz o art. 155, caput, e 381, 
III, do CPP. 
Com isso, não será fundamentada a decisão abstrata, que indique apenas 
dispositivos de lei, jurisprudência, súmulas ou doutrinas e não as relacione com 
o fato concreto. 
Em que pese essa exigência, a jurisprudência admite a motivação per 
relationem (por referência; aliunde) caracterizada pela utilização das razões 
empregadas previamente pelo MP em seu parecer, pela defesa em sua 
manifestação ou pelo juiz de primeiro grau (na 2ª instância). 
Por fim, verifica-se que há uma mitigação deste princípio no tribunal do 
júri, porque o conselho de sentença não pode motivar sua decisão, de acordo 
com o princípio da livre convicção dos jurados. 
CF, art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe 
der a lei, assegurados: [...] b) o sigilo das votações; 
 
Princípio do duplo grau de jurisdição 
Decorre da estrutura do Poder Judiciário, da insatisfação da parte que foi 
vencida e do art. 8º, ‘2’, da CADH. 
CADH, art. 8º, 2. [...] Durante o processo, toda pessoa tem direito, emplena 
igualdade, às seguintes garantias mínimas: [...] h) direito de recorrer da sentença 
para juiz ou tribunal superior. 
 
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Garante a possibilidade de revisão das decisões judiciais, através dos 
recursos, proporcionando uma melhor atuação dos juízes. 
Nos casos de competência originárias dos tribunais, como no STF, não há 
a presença deste princípio. A Suprema Corte entende que o foro por prerrogativa 
de função é um privilégio ao réu, que não terá o sofrimento de aguardar os 
diversos recursos para tribunais superiores para saber seu destino no processo. 
 
Princípio da oficialidade 
A persecução penal é atividade do Estado, devendo ser realizada por seus 
órgãos oficiais. Punir uma pessoa pela prática de um crime é encargo do Estado, 
através de seus órgãos policiais (investigar), Ministério Público (denunciar) e 
Judiciário (julgar). 
Essa é a regra para ações penais públicas. Nas ações penais privadas o 
particular iniciará a ação e nas ações penais públicas condicionadas será 
necessária uma representação ou requerimento. 
Algumas doutrinas trazem o princípio da autoridade de uma forma 
semelhante, pois dizem que a investigação e o processo devem ser realizados 
por autoridades pública, com as mesmas exceções acima. 
 
Princípio da oficiosidade 
Em regra, os órgãos do Estado agem de ofício, não precisando serem 
provocados. É o que acontece nos crimes de ação penal pública incondicionadas. 
Diferente será nas ações penais públicas condicionadas e ações penais 
privadas, temas a serem estudados em outro capítulo. 
 
 
Princípios – 2ª parte 
 
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Princípio da verdade material, substancial ou real 
Diferencia-se da verdade formal prevista no processo civil, porque no 
processo penal não é possível a presunção da veracidade dos fatos, ante os 
direitos indisponíveis em jogo (liberdade, privacidade etc.). 
Para isso, o juiz pode ter iniciativa probatória, devendo ser suplementar 
para não ferir o sistema acusatório, mas não se contentando apenas com o que 
as partes trazem ao processo. 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao 
juiz de ofício: [...] 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização 
de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
 
Claro que essa busca esbarra nos limites impostos pelos direitos e 
garantias individuais das pessoas. Por exemplo: não se admite a tortura; não se 
admite a interceptação telefônica sem autorização judicial; etc. 
Alguns preferem denominar de verdade aproximada, porque entendem 
que não é possível a reprodução plena dos fatos em juízo, apenas aproximar-se 
da realidade. Outros, que não há diferença entre a verdade do processo civil e 
o penal, de acordo com o art. 370 do CPC, por isso é o princípio da busca da 
verdade. 
Alguns pontos importantes. 
a) não é possível revisão criminal em prol da sociedade, mesmo que 
esteja buscando-se a verdade. 
 
b) o princípio da vedação da prova ilícita não pode ser mitigado para se 
buscar a verdade. 
 
c) o art. 479 do CPP não admite a leitura em sessão do júri de documento 
juntado sem respeitar o lapso de três dias úteis antes da sessão. 
 
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Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a 
exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima 
de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. 
 
d) o art. 207 do CPP proíbe determinadas pessoas de depor, a nãos ser 
que desobrigadas pelo interessado no segredo. 
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, 
ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte 
interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
 
Princípio da não autoincriminação 
Ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesmo (nemo tenetur 
se detegere), previsto no art. 8º, ‘2’, ‘g’, da CADH. 
Esse princípio visa equilibrar a hipossuficiência do réu diante do poder do 
Estado em apurar os fatos e exercer seu jus puniendi. Reforçando que o órgão 
acusador é responsável por produzir as provas da autoria e da materialidade do 
crime, porque o ônus cabe a quem alega. 
Alguns pontos. 
a) o réu não está obrigado a participar dos atos em que tenha sua 
participação ativa, por exemplo interrogatório, ou intervenções corporais, como 
exame de DNA, exame de alcoolemia na direção de veículo automotor e 
grafotécnico. 
É possível serem feitos exames não invasivos, como exame de DNA com 
base na apreensão de um cigarro jogado fora. Se for invasivo, é proibido sem o 
consentimento, como coletar amostrar no interior da boca do indivíduo. 
 
b) na direção de veículo automotor embriagado, o suspeito não é 
obrigado a realizar o “teste do bafômetro”. Contudo, a legislação foi alterada 
para corrigir o equívoco e possibilitar que a prova seja feita por outros meios 
não invasivos. 
 
 
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c) o investigado/réu tem o direito ao silêncio durante o interrogatório. 
Não pode haver constrangimento para a confissão do crime e a falta do aviso 
dessa garantia constitucional anula o ato (Aviso de Miranda). O acusado poderá 
contar sua versão dos fatos da forma como desejar, sem estar comprometido 
com a verdade. 
Contudo, há limites, pois o investigado ou réu deve falar a verdade na 
qualificação pessoal; pode ficar calado ou contar sua versão sobre os fatos; não 
podendo fazer acusações falsas contra terceiros. 
CF, art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
Como o réu pode ficar em silêncio, o STF compreendeu que não pode 
haver condução coercitiva do investigado/réu para o interrogatório. 
 
Princípio da iniciativa das partes 
Com fundamento no sistema acusatório, o juiz não pode propor ação 
penal, sendo ato reservado ao órgão incumbido da acusação. 
CF, art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
 
CF, art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não 
for intentada no prazo legal; 
 
É possível existir a ação penal privada, na qual haverá iniciativa de um 
operador do direito diverso do MP. 
Todavia, não se admite mais o processo judicialiforme, que consistia 
na possibilidade do juiz iniciar o processo sem manifestação do órgão acusador, 
diretamente com o Auto de Prisão em Flagrante (APF), nos casos de 
contravenções penais. 
Dele decorre o princípio da congruência ou correlação entre a sentença 
é a denúncia. O réu se defende dos fatos imputados na denúncia ou em seus 
 
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aditamentos, não podendo a sentença julgar fatos diversos, surpreendendo o 
réu. 
Em alguns casos previstos em lei, o julgador pode agir de ofício. 
 
Princípio da comunhão ou aquisição da prova 
Uma prova juntada aos autos pode ser utilizada por qualquer das partes, 
porque ela pertence ao processo e visa contribuir para a busca da verdade. 
Por exemplo, se uma das partes indica uma testemunha, podeo juiz de 
ofício determinar sua oitiva, como pode a outra parte requerer no mesmo 
sentido. Também, acontece da parte arrolar uma testemunha e as declarações 
desta ser totalmente contrária aos seus interesses. Neste caso, a prova faz parte 
do processo e poderá ser utilizada na argumentação da parte adversa. 
 
Princípio do impulso oficial 
A jurisdição é inerte e precisa ser iniciada. Todavia, após o recebimento 
da inicial, cabe ao juiz impulsionar o processo para que tenha uma duração 
razoável e seja julgado. Para isso, determinará citações, intimações, prazos, 
conduções coercitivas e outros atos que sejam necessários. 
Assim, o processo não pode ficar parado porque as partes nada 
requereram. 
CPP, art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem 
no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública. 
 
Princípio da lealdade processual 
Consiste no dever das partes em agirem com ética, honestidade e 
probidade, vedando-se o emprego de meios fraudulentos durante o processo. 
 
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As partes devem atuar de forma técnica e não um agir ardiloso, tentando 
construir nulidades, procrastinar o feito, tumultuar etc. 
 
O STF já entendeu que viola este princípio o advogado que 
age de forma contraditória ou abusando do direito. 
Não se revelam cabíveis os embargos de declaração quando a parte 
recorrente – a pretexto de esclarecer uma inexistente situação de 
obscuridade, omissão, contradição ou ambiguidade (CPP, art. 619, e RISTF, 
art. 337) – vem a utilizá-los com o objetivo de infringir o julgado e de, assim, 
viabilizar um indevido reexame da causa. Precedentes. EXERCÍCIO ABUSIVO DO 
DIREITO DE RECORRER – O abuso do direito de recorrer – por qualificar-se como 
prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual – 
constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, 
especialmente nos casos em que a parte interpõe recurso com intuito 
evidentemente protelatório. (ARE 1085289 AgR-EDv-AgR-ED-ED, Relator(a): Min. 
CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 31/05/2019, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-127 DIVULG 11-06-2019 PUBLIC 12-06-2019) 
 
1. O paciente, advogado com larga vivência profissional, após ser notificado a 
oferecer resposta à acusação (art. 4º da Lei nº 8.038/90), voluntariamente optou 
por se quedar inerte, deixando de atuar em causa própria ou de constituir 
advogado. 2. Nítida hipótese de estratégia defensiva, quiçá com o objetivo de lançar 
o germe de futura invocação de nulidade, a afastar a alegação de cerceamento de 
defesa. 3. Inexistência de nulidade no recebimento da denúncia sem a defesa 
preliminar, tanto mais que a impetração se limita a descrever a inércia do paciente, 
sem invocar um só fato extraordinário que a pudesse justificar. 4. Impossibilidade 
de se prestigiar o comportamento contraditório do paciente, uma vez que “no 
sistema das invalidades processuais[,] deve-se observar a necessária vedação ao 
comportamento contraditório, cuja rejeição jurídica está bem equacionada na teoria 
do venire contra factum proprium, em abono aos princípios da boa-fé e lealdade 
processuais” (HC nº104.185/RS, Segunda Turma, Relator o Ministro Gilmar 
Mendes, DJe de 5/9/11). 5. Com efeito, “ninguém pode se opor a fato a que [tenha 
dado] causa; é esta a essência do brocardo latino nemo potest venire contra factum 
proprium” (ACO nº 652/PI, Pleno, Relator o Ministro Luiz Fux, DJe de 30/10/14). 
6. Ausência, ademais, de arguição oportuna da nulidade e de demonstração do 
prejuízo sofrido pelo paciente. 7. Ordem denegada. (HC 137959, Relator(a): Min. 
 
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DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 04/04/2017, PROCESSO ELETRÔNICO 
DJe-087 DIVULG 26-04-2017 PUBLIC 27-04-2017) 
 
 
 
 
Princípios – 3ª parte 
 
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ESQUEMAS E RESUMOS DA AULA 
Conceito de Processo Penal 
 
Finalidade 
imediata - é permitir uma aplicação do direito penal ao caso concreto de 
forma justa. 
mediata - é a proteção dos direitos das pessoas, não permitindo que o 
Estado proceda de forma arbitrária contra a sociedade, sob o 
disfarce de persecução penal. 
- manter a paz social. 
 
Características 
 
 
 
• o conjunto de regras, normas e princípios
• que norteiam a persecução penal e a aplicação 
do Direito Penal abstrato aos casos concretos,
• proporcionando um julgamento justo.
Processo Penal
Instrumentalidade
É um instrumento para a aplicação do Direito Penal. Muito importante 
entender que ele não é o fim (finalidade, objetivo); é o modo de aplicação.
Normatividade
Tem normas próprias, como Código de Processo Penal (lei 3.689/41), além 
de outras leis especiais.
Autonomia
Ramo do direito independente e com princípios, normas e regras próprias.
 
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Pressupostos 
A finalidade mediata proíbe que alguém seja investigado sem haver 
qualquer suspeita preliminar. 
Possibilitar a aplicação do direito penal. 
Sistemas de processo penal 
São três os principais sistemas processuais penais. 
 
Sistema inquisitivo ou inquisitorial 
Atualmente, os principais traços para a doutrina considerar um sistema 
como inquisitivo são: 
 
Sistema acusatório 
Suas principais características são: 
Há divisão das funções de acusar, defender e julgar. 
O juiz é imparcial. 
O processo inicia-se com o requerimento do acusador. 
O juiz tem o livre convencimento fundamentado diante das provas, pois 
estas não são tarifadas. 
inquisitivo
acusatório
misto
Concentrar em só órgão as três funções: acusar, defender e julgar.
Faltar a imparcialidade do órgão julgador.
Ofender o contraditório e a ampla defesa.
 
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As partes devem produzir as provas, ficando o juiz com uma atividade 
supletiva, caso seja necessária para buscar a verdade real possível. 
Presunção de não-culpabilidade do investigado/indiciado/réu. 
Igualdade entre as partes: acusador e defensor. 
Respeito ao contraditório e ampla defesa. 
O réu é um sujeito com direitos e garantias; não é apenas um objeto no 
processo. 
O processo é público. Apenas em casos excepcionais podem ser sigilosos. 
Sistema misto 
 
Para a maior parte da doutrina, o Brasil adota o sistema acusatório. 
 
Disposições constitucionais aplicáveis ao direito processual penal 
a) A União é o ente federativo competente privativamente para legislar 
sobre direito processual penal, conforme art. 22, I, da CF. Exceção: 
 
b) É proibido a edição de Mediada Provisória em matéria de processo penal, 
conforme art. 62, §1º, I, ‘b’, da CF. 
1ª fase: inquisitorial. 
Trata-se de uma instrução preliminar, que visa verificar a existência
de indícios de autoria e materialidade do fato.
2ª fase: acusatória. 
Trata-se da fase do processo propriamente dito, com as
características do sistema acusatório.
Juiz
DefesaMP
requisitos 
cumulativos:
autorização por LC;
tratar-se de uma questão específica.
 
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c) Respeito à dignidade do preso e direito da presa amamentar seu filho 
(art. 5º,XLIX e L, CF). 
Princípios 
 
Podem ser positivados ou não positivados. 
 
A priori, não há princípio maior que outro abstratamente. Eventual conflito 
será resolvido pela ponderação de interesses, prevalecendo o que tem maior 
relevância àquele caso concreto (sopesamento). 
Princípios com previsão expressa na CF 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1º, III). 
Princípio da igualdade processual (art. 5°, caput). 
Princípio do juiz natural (art. 5°, Llll). 
Princípio do devido processo penal (art. 5°, LIV). 
Princípio do contraditório (art. 5°, LV). 
Princípio da ampla defesa (art. 5°, LV). 
Princípio da plenitude da defesa (art. 5°, XXXVlll, "a"). 
Princípio da vedação das provas ilícitas (art. 5°, LVI). 
Princípio da não culpabilidade (art. 5°, LVll). 
Princípio in dubio pro reo (art. 5°, LVll). 
Princípio da publicidade (arts. 5°, LX e XXXlll, e 93, IX, CF; art. 792, CPP). 
Princípios da duração razoável do processo e da celeridade (art. 5°, LXXVlll). 
• são os valores fundamentais que sustentam 
o ordenamento legal, tanto para sua criação 
(legislador) como para sua efetiva aplicação 
(operadores do direito).
• Obrigatoriamente, eles antecedem a lei.
Princípios jurídicos
• a atividade legislativa responsável pela criação 
das normas penais
• a atividade judicante de aplicar a lei ao caso 
concreto.
A função é orientar
 
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Princípio da Dignidade Humana 
CF - Art. 1º. 
É um fundamento da República Federativa do Brasil, considerado como um 
verdadeiro conjunto de valores com a função de garantir os direitos de cada 
cidadão perante o Estado, para o bem-estar de todos. 
Algumas decisões: 
- proibição de manutenção em regime mais gravoso em decorrência de falta 
de vaga no regime adequado. 
- restrição do uso de algemas. Súmula Vinculante 11. 
- instauração de inquérito policial em caso de fato atípico caracteriza 
constrangimento ilegal. 
- necessidade de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais que 
não tem a mínima condição para servir como prisão. 
Princípio da igualdade processual ou da paridade de armas 
As partes no processo devem ter as mesmas oportunidades. 
Extraído do art. 5°, caput, da CF. 
Considerando a investigação prévia e o aparato Estatal, o réu recebe alguns 
tratamentos diferenciados para equilibrar a situação. 
Princípio do juiz natural 
O juiz de um processo deve ser previsto objetivamente, genericamente e 
anteriormente, pela CF e/ou por lei. Art. 5º, XXXVII, da CF. 
Visa garantir um juiz imparcial para apreciação do fato: CF, art. 5°, Llll; CF, 
art. 5º, XXXVII. 
Princípio do promotor natural 
Alguns doutrinadores entendem que o órgão acusador também deve ser 
imparcial, sendo previamente designado por lei e proibido a indicação posterior 
para determinado fato. 
Esse princípio é mitigado, porque há previsão em lei que permite a indicação 
de Promotor/Procurador em casos específicos, devendo ser predeterminada e 
abstrata. 
 
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Não é pacífica a matéria no STF. 
Princípio do defensor natural 
Da mesma forma que o princípio do promotor natural, advém de analogia 
do princípio do juiz natural e refere-se aos Defensores Públicos. 
Princípio do devido processo legal 
ou due process of law 
Demonstra que o processo penal é uma garantia as pessoas contra qualquer 
abuso do Estado, porque todas as ações penais deverão respeitar as regras, 
normas e princípios que regem o sistema. CF, art. 5º, LIV. 
 
Princípio do contraditório 
Acompanha a paridade de armas e diz que a parte tem o direito de se 
manifestar em qualquer prova produzida pela outra parte, bem como nos 
requerimentos feitos. CF, art. 5º, LV. 
 
Princípio da ampla defesa 
Garante ao réu a utilização de qualquer meio de defesa durante o processo. 
É uma forma de equilibrar a situação, tendo em vista o aparato Estatal e a 
investigação prévia necessária que se desenvolveu. Art. 5°, LV, da CF. 
Dimensões
a) formal: está ligada ao 
procedimento, sendo uma 
garantia do cumprimento das 
normas e regras previstas em 
lei, para a correta persecução 
penal.
b) material: além de aplicar 
as regras processais, deve ser 
observado a 
proporcionalidade e equilíbrio 
necessário. 
É a aplicação da razoabilidade 
e proporcionalidade.
Contraditório
direito de ser intimado sobe ato processual praticado
possibilidade de se manifestar a respeito do ato
possibilidade de influenciar o julgador
 
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Autodefesa 
É a defesa feita pelo próprio réu durante, principalmente, seu interrogatório. 
É disponível (facultativa), podendo o réu preferir o seu direito ao silêncio. 
Defesa técnica 
É exercida por um defensor técnico, um advogado. 
É indisponível (obrigatória). 
Súmula 707 e 708 do STF. 
Princípio da plenitude de defesa 
Além da ampla defesa, no tribunal do júri o réu tem o direito a plenitude de 
defesa, caracterizada pela utilização de qualquer meio lícito de provas, inclusive 
não técnicos, como os sentimentais e sociais, para convencer os jurados. 
CF, art. 5°, [...] XXXVIII. 
Princípio da vedação das provas ilícitas 
Limites na produção de prova. CF, art. 5°, LVI. 
A prova ilícita deverá ser desentranhada do processo e inutilizada, mas não 
causará nulidade se permanecer nos autos e o juiz não as utilizar para 
fundamentar a decisão ou sentença. 
CPP, art. 157, § 1º e § 2º. 
Princípio favor rei e in dubio pro reo 
Princípio da prevalência do interesse do réu, favor libertatis, favor inocente, 
decorre do princípio da não culpabilidade. 
Em caso de dúvida razoável, deve privilegiar-se a situação do réu, em 
detrimento do ius puniendi do Estado. (Entende-se que também tem previsão 
no art. 5°, LVll, da CF). 
Ampla defesa
autodefesa defesa técnica
 
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Todavia, na decisão de recebimento da denúncia e na sentença de 
pronúncia prevalece o princípio do in dubio pro societate, sobressaindo-se o 
princípio de proteção da sociedade e objetivando uma apuração dos fatos. 
Princípio da não culpabilidade 
O réu somente será culpado com o trânsito em julgado de sentença 
condenatória. CF, art. 5°, LVll. 
 
Princípio da publicidade 
É uma forma de controle social, pela qual o acesso aos autos do processo e 
às sessões são públicas. Art. 5º, XXXIII e LX, art. 93, IX, da CF; art. 792, CPP. 
Excepcionalmente pode haver restrição em caso de defesa da intimidade ou 
do interesse social, desde que devidamente fundamentado pelo juiz. 
 
A publicidade interna não poderá ser restringida e é direcionada aos órgãos 
da Administração e as partes. 
Ver súmula vinculante 14. 
A publicidade externa poderá ser restringida. 
Princípios da duração razoável do processo e da celeridade 
Justiça tardia é uma injustiça. 
No processo penal deve haver um equilíbrio entre a celeridade e a garantia 
de defesa do acusado. 
Com esse pensamento, o CPP traz regras que acompanham esse princípio, 
como: a carta precatória itinerante (art. 355, §1º); prazo para realizar a 
audiência de instrução (art. 400); prazo para a 1ª fase do júri (art. 412) 
Ônus de 
provar
Acusação: provar a autoria e a materialidade do 
crime. Provar o fato típico.
Defesa: provar uma excludente de ilicitude ou de 
culpabilidade
• publicidade interna
• publicidade externa
Existem dois enfoques a 
serem observados:
 
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