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Oratória UM DOS GRANDES PILARES PARA OS ESTUDANTES DE DIREITO E OPERADORES JURÍDICOS.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ – UNIDAVI
 CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
ORATÓRIA: UM DOS GRANDES PILARES PARA OS ESTUDANTES DE DIREITO E OPERADORES JURÍDICOS. 
GABRIEL LADEWIG ANDRADE ¹ 
JÚLIA MARA MENDONÇA ²
KAUANA CARLA MERINI ³
 
 RIO DO SUL – SC
 2018
RESUMO
	O trabalho tem como referência a oratória no mundo jurídico, porém direcionado à importância dela para os operadores jurídicos. Na antiguidade, a oratória era uma ferramenta à disposição apenas aos cidadãos de destaque, ricos e de participações políticas de sua sociedade. Todavia, ao decorrer dos anos, isso mudou, e a arte de falar bem passou a ser vista como uma habilidade ao alcance de qualquer pessoa que pudesse desenvolvê-la. O método utilizado na elaboração deste trabalho é o indutivo, e o método de procedimento foi o monográfico. As informações retidas no artigo, foram através da técnica de pesquisa de campo.
Palavras-chave: Oratória. Operadores Jurídicos. Comunicação Oral. Linguagem.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo esclarecer a importância da Oratória para os operadores jurídicos, a partir da evolução histórica desta, através de uma alusão histórica acerca do surgimento a oratória até os dias atuais, retratando assim, a importância da boa oratória para os operadores jurídicos, no contexto atual, a comunicação oral é uma fator decisivo no universo jurídico.
A oratória é peça fundamental, sendo uma ferramenta imprescindível na vida dos operadores jurídicos, pois é através desta que o advogado expressa seus interesses perante um júri.
A maior problemática da oratória para os futuros operadores jurídicos é o medo de falar um público, sendo esta uma ferramenta de extrema importância uma vez que está disposta no Estatuto da Advocacia que operador jurídico deve ter uma comunicação assertiva.
1 A HISTÓRIA DA ORATÓRIA JURÍDICA
	
	A oratória jurídica teve origem por volta do século V a.c na cidade de Siracusa. Siracusa é uma comuna italiana da região da Sicília, província de Siracusa, com cerca de 121 000 habitantes, e foi nesta cidade que surgiu o primeiro manual de retórica que foi escrito pelos siracusanos Córax e seu discípulo Tísias. Gélon e Hierão, dois tiranos sicilianos povoaram Siracusa e distribuíram terras pelos mercenários a custa de deportações e expropriações. Após algumas imprudências causada pelos tiranos, a reposição da ordem levou o povo à instauração de incontáveis processos que impulsionaram grandes júris populares, assim, obrigando-lhes ao uso da oralidade.
Após isso, observou-se a necessidade da implantação da oratória nas escolas para preparar os cidadãos a defender as suas causas e pugnar pelos seus direitos. E foi assim que surgiram os professores, do que mais tarde viria se chamar de retórica. Aristóteles em sua obra Retórica 2005, traz a fundamentação desse conceito: 
“Retórica é, pois, uma forma de comunicação, uma ciência que se ocupa dos princípios e das técnicas de comunicação. Não de toda a comunicação, obviamente, mas daquela que tem fins persuasivos. Não é, pois, fácil dar da retórica uma só definição. Quando dizemos que ela é a arte de falar bem e a arte de persuadir, a arte do discurso ornado e a arte de falar bem e a arte de persuadir, a arte do discurso ornado e a arte do discurso eficaz, estamos simplesmente a tentar estabelecer a relação entre duas maneiras de definir a retórica, de ligar o ornamento e a eficácia, o agradável e o útil, o fundo e a forma. (ARISTÓTELES, 2005, p.25).”
 	Foi nesse momento histórico que a democracia se impôs à tirania. No mesmo momento que a retórica eclodiu na Sicília, o diálogo desenvolve-se em Eléia, uma antiga cidade da Grécia. Fazendo com que a Grécia inteira adotasse o hábito da dissertação, principalmente em temas como a metafísica, moral e política. Em Atenas, Sócrates criou uma ilustre escola de oratória que tinha um conceito mais amplo da missão de um orador, onde esse homem deveria ser instruído e instigado por ideais éticos para garantir o progresso do Estado.
Entre todos que exerceram a oratória, Demóstenes foi o mais afamado. Recebeu diversos elogios através da sua postura e sua oralidade. Reconhecia que a força de um bom orador era expressar sentimentos e emoções em sua apresentação “… vendo no orador um psicagogo, um guia de almas mediante uma espécie de encantamento (...)” (ARISTÓTELES, 2005, p.20).
2 ORATÓRIA PARA OPERADORES JURÍDICOS BRASILEIROS
Existem pessoas com uma grande facilidade de comunicação, com uma fala precisa e eloquente onde prendem a atenção do ouvinte. Para a grande maioria, falar em público é o seu maior desafio. De acordo com a pesquisa realizada pelo jornal americano “Sunday Times” o medo de falar em público é o maior medo do homem. Esse, ultrapassando até mesmo o medo da morte.
A profissão de advogado exige boa fala e comunicação assertiva para o nosso contexto jurídico onde cada vez mais se faz necessária a comunicação. Podemos citar aqui algo de extrema relevância onde podemos perceber essa grande necessidade da oratória dentro do mundo jurídico. A oratória é matéria de extrema importância para o profissional do Direito, observando o Estatuto da Advocacia e da OAB em seu artigo 7º que é deixado claro que os profissionais do direito devem fazer sustentação oral dos recursos, usar da palavra pela ordem e reclamar contra a inobservância de preceito de lei.
A oratória é fundamental para a qualificação dos operadores jurídicos, sendo também, muito importante no ensino de acadêmicos de direito, pois o advogado muitas vezes em audiências é submetido a esclarecimentos onde necessita mostrar-lhes confiança no seu tom de voz e muita clareza para que consiga influenciar o júri. Um orador não só fala, ele consegue na sua forma de dissertar, mostrar sentimentos. 
2.1 ENTREVISTA A CAMPO
 
	Um dos objetivos desse trabalho era o contato oral com pessoas da área jurídica para indagá-los sobre suas opiniões referente a oratória para os acadêmicos do curso de Direito. Realizou-se a entrevista com um operador jurídico, o entrevistado foi o V.H.P, Advogado e morador da cidade de Rio do Sul, e é nesta cidade que ele exerce suas atividades. As perguntas foram elaboradas pelo Professor M.e Flávio Joaquim Fronza, e realizadas através dos Acadêmicos de Direito Gabriel Ladewig, Julia Mara Mendonça e Kauana Carla Merini.
1) Qual a importância da oratória para acadêmicos do curso de Direito?
R: “O termo advogar provém do latim advocare, que em sentido literal significa chamar para si, designando aquele que é chamado para ajudar; em última análise, pode significar a expressão falar pelo outro. O Império Romano abriga a origem tradicional desta honrosa profissão, cuja finalidade consiste em defender os interesses e lutar pelos direitos de outrem. Para tanto, o profissional da advocacia dispõe do instrumento da oratória (ou retórica) para o fim de bem representar seu constituinte, tornando conspícuas as razões e as insurgências deste. A arte da argumentação pode hoje ser traduzida pelo mantra da comunicação, a qual é histórica e biologicamente responsável pela aproximação e o entendimento entre cidadãos, sociedades e entre uma espécie inteira. O debate pode partir do advogado, todavia se estende à todos os profissionais do direito, pois a dialética envolvida no processo de busca da verdade somente é possível através da oposição, do contraditório e da colisão entre ideias e argumentos, tudo pela via do raciocínio lógico. A luta pelo direito, portanto, ocorre na arena da oratória, da comunicação e da arte do bem falar, donde se extrai sua primordial importância ao mundo jurídico.”
2) As instituições acadêmicas preparam os futuros operadores do Direito para as práticas que exigem a oralidade, ou deixam a desejar em relação a essas práticas?
R: “A própria essência da oratória requer a participação do operador do direito no desenvolvimento da técnica argumentativa. O estudo teórico da retórica permite formar a base do conhecimento à ela correspondente, porém apenasa prática alcança a consolidação da arte do falar bem. A participação ativa do aluno no processo de aprendizagem da oratória, portanto, é condição necessária (sine qua non) para uma formação adequada. Contudo, o próprio modelo de escola tradicional – ainda hoje praticado nas universidades brasileiras –, caracterizado pela centralização do conhecimento na pessoa do professor, obstaculiza a participação do aluno e, logo, o próprio processo de aprendizagem dela decorrente. Apesar das alternativas proporcionadas pelos modelos construtivista, comportamentalista ou mesmo de escola ativa ou nova, a escola tradicional permanece hegemônica na realidade nacional, o que impede a preparação adequada dos operadores do direito ao mundo jurídico.”
3) Citar alguns ramos, áreas do Direito em que a oralidade torna-se imprescindível para práticas profissionais.
R: “A advocacia se destaca, pela própria etimologia do termo, entre as áreas do direito em que a oratória se mostra imprescindível. A eloquência do discurso e a boa argumentação permite a compreensão do problema pela parte contrária e pelos demais membros do judiciário, tornando mais justo o processo de solução de litígios. O Ministério Público, hoje considerado um quarto poder dentro da proposta de Montesquieu, também assumiu papel indispensável no estado democrático de direito e na defesa dos interesses sociais, razão pela qual exige-lhe também boa técnica argumentativa e retórica na construção do convencimento do poder judicante e dos jurisdicionados. A magistratura, por outro lado, impõe ao juiz não só a tarefa de esclarecer as razões de suas decisões, mas principalmente demonstrar, através da técnica argumentativa, que os reclamos das partes foram devidamente analisados, compreendidos e valorados no processo de formação do convencimento, tentando com isso ao menos diminuir as aflições e angústias que muitas vezes impedem a pacificação social.”
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É através da boa oratória que um operador jurídico será julgado como um profissional com capacidade para as práticas jurídicas, dessa forma, um advogado que não possui o domínio da fala pode ser taxado como inexperto no assunto. Logo, obterá sucesso em sua carreira profissional e em sua vida, um advogado detentor de uma boa comunicação oral, visto que a oratória ligada ao conhecimento intelectual proporciona ao operador jurídico maior flexibilidade em seu serviço.
No decorrer da história, a oratória passou a receber maior prestígio no mundo acadêmico, haja vista, que as universidades estão se adequando a necessidade do atual mercado de trabalho, introduzindo está em sua grade curricular, tendo consciência que é de suma importância o preparo dos jovens desde a graduação.
Conclui-se dessa forma, que é de essencial importância para os operadores jurídicos o domínio da arte de falar em público, uma vez que, o advogado utiliza sua fala de forma a garantir um resultado assertivo perante os desafios que sua carreira profissional exigirem. 
REFERÊNCIAS
REVISTA EXAME. Falar em público: Medo que atinge mais pessoas do que se pensa. Disponível em: www.exame.abril.com.br, acesso em 20 de novembro de 2018.
MIZIARA, Guilherme. Advogado deve saber falar em público para aumentar suas chances de vitória. Disponível em: www.conjur.com.br, acesso em 19 de novembro de 2018
CARRASCO, Maria do Carmo Oliveira. Argumentação Jurídica: Comunicação Oratória e Ferramenta Estratégia para o Operador do Direito.São Paulo: Letras Jurídicas, 2009.
D'ADDARIO, MIGUEL. Coaching de Oratória- Métodos e práticas para vender o medo de falar em público. Canadá, 2016.
ARISTÓTELES. Retórica. Trad. Edson Bini. São Paulo, 2011.
¹ Acadêmico do curso de Direito do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI. E-mail: bielladewig@unidavi.edu.br
² Acadêmica do curso de Direito do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto vale do Itajai – UNIDAVI. E-mail: julia.mendonca@unidavi.edu.br
³ Acadêmica do curso de Direito do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – 
UNIDAVI. E-mail: kauana.merini@unidavi.edu.br

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