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HISTÓRIA E FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA Daniel Caraúna da MOTTA1 INTRODUÇÃO "A palavra "Psicopedagogia", especialmente após 1990, começou a fazer parte dos debates sobre educação escolar de modo intenso. Todavia, tal terminologia, ainda hoje, tem sua história e significados perdidos em meio a discursos que em muito enfraquecem o potencial científico dos estudos psicopedagógicos, fundamentalmente no campo da educação escolar. Com base nessa observação inicial, este COMPÊNDIO APOSTILADO tem o objetivo de resgatar a história (passada e presente) e o significado da Psicopedagogia, bem como o papel de seu profissional, a partir de uma análise bibliográfica que busca recuperar e unir os dados que se encontram dispersos na literatura sobre o tema". 1 O QUE É PSICOPEDAGOGIA? "A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio _ família, escola e sociedade _ no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia". (Código de Ética da Associação Brasileira de Psicopedagogia) Se consultarmos um dicionário clássico de termos técnicos encontraremos: Psicopedagogia: Termo cujo aparecimento no início do século XX não pôde causar admiração, de tal modo parecia evidente, na época, a privilegiada relação da pedagogia com a psicologia, que era considerada renovadora do conhecimento do sujeito da educação: a criança. No final do século, esse privilégio é contestado. As realidades da educação dependem igualmente, e até mais, de uma sociopedagogia, cuja ausência no inventário das ciências demonstraria a força de ideologia psicologista. A psicopedagogia é uma das possíveis abordagens da situação educacional, a que leva em consideração seus componentes psicológicos: característicos dos indivíduos e dos grupos, relações professores- alunos, articulação dos conteúdos e dos métodos com os processos individualizados de aprendizagem, etc. (HOMELINE, apud DORON e PAROT, 1998; p. 634) 2 COMO E ONDE SURGIU Quanto à possibilidade do resgate dos primórdios históricos dos fundamentos da Psicopedagogia, é consenso a admissão da França como país pioneiro, porém podemos deparar com duas datas distintas quanto aos seus primórdios factuais; apesar de ambas apontarem à França como o país genitor, há duas datas divergentes com base no 1 Disponivel em: <http://www.artigonal.com/ciencia-artigos/fundamentos-da-psicopedagogia-4890392.html> julgamento dos fatos: uma que nos remete ao século XIX e a outra que data do século XX. 2.1 SÉCULO XIX A idéia da gênese psicopedagógica do século XIX, é fundamentada no fato de que no final desse século educadores pioneiros como Itart, Pereire, Pestalozzi e Leguin começaram a se dedicar às crianças que apresentavam problemas de aprendizagem devido a múltiplos fatores - período próximo a 1898, - quando Clarapéde e Neville, introduziu na escola pública as "classes especiais", destinadas à educação de crianças com retardo mental. Esta foi a primeira iniciativa registrada de médicos e educadores no campo da reeducação. Outro fato importante quanto a data do século XIX, é que ainda antes do seu termino, surgiu Seguin e Esquirol, dando ênfase à neuropsiquiatria infantil que passou a se ocupar dos problemas neurológicos que afetam a aprendizagem. Nessa época a psiquiatra italiana Maria Montessori criou um método de aprendizagem destinado inicialmente às crianças com algum retardo, tendo como sua principal preocupação a educação da vontade e a alfabetização, via estimulação dos órgãos dos sentidos – (método sensorial). 2.2 SÉCULO XX Entre 1904 e 1908 (século XX) iniciam-se as primeiras consultas médico- pedagógicas, cujo objetivo era encaminhar crianças para as classes especiais. Mery (1985) aponta esses educadores como pioneiros no tratamento dos problemas de aprendizagem, observando, porém, que eles se preparavam mais pelas deficiências sensoriais e pela debilidade mental do que propriamente pela desadaptação infantil. Segundo Andrade (2004), a gênese da psicopedagogia teria acontecido na década de 1920 (século XX), momento em que se instituiu o primeiro Centro de Psicopedagogia do mundo. Ligado ao pensamento psicanalítico de Lacan, tal centro, de acordo com a autora, fundamentou aquilo que posteriormente foi nomeado de Psicopedagogia Clínica. Bossa (1994) e Masini (1993), por outro lado, apontam que a Psicopedagogia teria nascido no ano de 1946, período em que se deu a criação dos primeiros Centros Psicopegagógicos na Europa, em Paris, por Juliet Favez-Boutonier e George Mauco. 2.3 SURGIMENTO DO TERMO: Psicopedagógico Conforme Masini et al. (1993), Mauco teria explicado que o termo "psicopedagógico" foi utilizado na nomenclatura desses centros em substituição à expressão "médico-pedagógico", já que os pais aceitavam mais facilmente encaminhar suas crianças para consultas psicopedagógicas, do que médicas. 2.4 OBJETIVOS E FUNDAMENTOS PRIMÁRIOS A Psicopedagogia iniciada nesses centros tinha entre os seus objetivos centrais auxiliar as crianças e os adolescentes que apresentavam dificuldades de comportamento (na escola ou na família), segundo os padrões da época, no intuito de reeducá-las para o seu ambiente por meio de um acompanhamento psicopedagógico (BOSSA, 1994). A prática da reeducação consistia em identificar e tratar dificuldades de aprendizagem, a partir de ações de medição, de classificação de desvios e de elaboração de planos de trabalho. A base do conhecimento utilizado provinha fundamentalmente da Psicologia, da Psicanálise e da Pedagogia e o tipo de enfoque predominante era o médico-pedagógico. Apesar das equipes desses centros serem formadas por profissionais de várias áreas (psicólogos, psicanalistas, pedagogos, reeducadores de psicomotricidade, de escrita etc.), era o médico o responsável pela realização do diagnóstico do sujeito (MASINI et. al, 1993). Por intermédio da investigação da vida familiar, das relações conjugais, das condições de vida, dos métodos educativos, dos resultados dos testes de QI da pessoa, ele dava a orientação sobre o tipo de tratamento cabível, visando corrigir a falta de adaptação detectada no sujeito. 2.5 AMPLIAM-SE OS OBJETIVOS 2.5.1 Diagnóstico Em 1948, para além da consideração dos casos de problema de comportamento, o estudioso Maurice Debesse inseriu, ainda, como preocupação psicopedagógica, a ocorrência de crianças e adolescentes que, embora fossem considerados inteligentes, apresentavam problemas de aprendizagem. Nesses casos, o tipo de atuação privilegiada também era de cunho médico-pedagógico e o objetivo da ação era diferenciar esses sujeitos daqueles que possuíam deficiências físicas, mentais e ou sensoriais, (diagnóstico limitado) bem como lhes possibilitar ações reeducadoras que contribuíssem para o desaparecimento de seus sintomas. Segundo Drouet (1995), esse tipo de atuação recebeu o nome de "Psicopedagogia Curativa" ou "Pedagogia Curativa" e designava, além de uma ação de reeducação especializada, exercícios de readaptação. Embora, desde a década de 60, vários pesquisadores não concordassem com essa conceituação diagnóstica, tal enfoque perdurou na história da Psicopedagogia por muito tempo, vindo a influenciar os cursos de formação que se seguiram na área, bem como o desenvolvimento do campo psicopedagógico na Argentina. 3 DESENVOLVIMENTO DA PSICOPEDAGOGIA NA ARGENTINA 3.1 ARGENTINA Na Argentina, as primeiras influências psicopedagógicas surgem no final dos anos 50, segundo Fernández (1990, p. 130), "[...] em função dos altos índices de insucessos escolares provocados especialmente pela inadequação didático-metodológica, pela expansão demográfica do pós-guerra, pela evasão e repetência escolar". Diante desses fatos passa-se a investir em estudos com objetivos de desenvolver a memória,a percepção, a atenção, a motricidade e o pensamento. Estes fatores, dentre outros, impulsionaram a necessidade da formação de profissionais qualificados nesse país. A Psicopedagogia Argentina é bem marcada por autores franceses como Jacques Lacan, Maud Mannoni, Fraçoise Dolto, Júlian de Ajuriaguerra, Janine Mery, Michel Lobrot, Pierre Vayer, Maurice Debesse, René Diatkine, George Mauco, Pichón-Riviére etc. 3.2 PRIMEIRO CURSO UNIVERSITÁRIO EM PSICOPEDAGOGIA Embora a França tenha sido o berço da psicopedagogia, foi na Argentina em Buenos Aires que foi instituído a primeira faculdade de psicopedagogia, no ano de 1956. Ocorre também nesse país, a criação dos primeiros Centros de Saúde Mental por volta dos anos 70. Eles se localizavam em Buenos Aires e possuíam equipes de psicopedagogos que atuavam no diagnóstico e no tratamento dos casos, com ênfase em trabalhos de reeducação de psicomotricidade e escrita, desenvolvendo assim a atuação clínica. Alguns anos depois, percebe-se a importância de também permitir que o aluno se expressasse e falasse de suas angustias, desejos, medos, dores e necessidades sem que apresentasse receio de ser julgado ou criticado. O que causa uma mudança na atuação do psicopedagogo, que passa a ouvir não só o aluno, mas compreender o seu convívio social e familiar. A observação e validade desses fatos trouxeram esclarecimentos à compreensão da pluricausalidade que envolve esse fenômeno chamado - educação. Já na segunda metade do século XX surgem os primeiros centros de reeducação para delinqüentes infantis e juvenis. Nos Estados Unidos cresce o número de escolas particulares e de ensino individualizado para crianças de aprendizagem lenta. 3.3 SURGE A ESCUTA PSICOPEDAGÓGICA Maria Regina Peres (2008) citando Fernández (1990) expõe que através dos fatores citados nas paginas anteriores é que surge a chamada "escuta psicopedagógica", que tem sua origem no "olhar" e na "escuta clínica" da Psicanálise. O que contribuiu para a reorganização da psicopedagogia na Argentina ampliando seus trabalhos tradicionais restritos na área da saúde para os também desafiantes trabalhos na área da educação. Nesta nova modalidade de ação o psicopedagogo passa a atuar sob a ótica de identificar possíveis dificuldades de aprendizagem e diagnosticar os possíveis problemas dela decorrentes. Para tal, o psicopedagogo argentino pode recorrer a um variado número de testes, como, dentre outros citamos: teste de inteligência, os projetivos, os psicomotores, que na Argentina são liberados tanto ao uso do psicólogo como do psicopedagogo. 3.4 EXPANSÃO NOS CAMPOS DE ATUAÇÃO Segundo Muller et al. (2000) a psicopedagogia argentina segue a tendência européia que, dentre outras questões, valoriza o dialogo interdisciplinar entre as varias áreas do conhecimento, sendo influenciada diretamente pelos conhecimentos da psicologia social. Com isso, se considera a importância das relações interpessoais, sócio/culturais, políticas, econômicas e outras no processo educacional. Também se passa a enfatizar a idéia de que o processo educacional não pode se restringir apenas à aprendizagem de conhecimentos escolares, mas sim na busca de construção de sentidos para a vida. Diante desta perspectiva, novos campos de atuação ganham espaço na atividade do psicopedagogo, dentre elas atividades psicopedagógicas: Com grupos de terceira idade; com vitimas da violência; com grupos considerados socialmente excluídos; com jovens adictos (dependente químico); atendimento clínico particular e em hospitais; em organizações com problemas de recursos humanos em questões de adaptabilidade social, convivência, bloqueios de desempenho, liderança, seleção de pessoas etc. 4 A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL O contexto que originou o surgimento da psicopedagogia no Brasil foi semelhante aos de outros países, ou seja, as situações de insucessos escolares. No Brasil perdurou durante algum tempo a crença de que os problemas de aprendizagem tinham como causa fatores orgânicos. Podemos verificar essa concepção organicista de "problema de aprendizagem" em vários trabalhos que tratam da questão como "distúrbio", onde em geral a sua causa é atribuída a uma disfunção do sistema nervoso central. Em 1970, por exemplo, foi amplamente divulgado o trabalho dos brasileiros Antonio Lefèvre (médico) e sua esposa Beatriz Lefèvre (pedagoga). Eles trabalharam com crianças agitadas, que apesar do bom potencial de inteligência, rendiam de modo inadequado nas atividades escolares. Essas crianças que hoje são denominadas com Déficits de Atenção (com e sem hiperatividade) eram consideradas portadoras de Disfunção Cerebral Mínima (D.C.M.). Devido à proximidade geográfica e ao acesso fácil à literatura (inclusive pela facilidade dos brasileiros compreenderem o espanhol), as idéias dos argentinos muito influenciaram e têm influenciado nossas práticas. O movimento da Psicopedagogia no Brasil remete-nos portanto à Argentina e por conseqüência às influências da França. A psicopedagogia, tal qual proposta por este movimento é ainda ensinada no Brasil por muitos argentinos, além disso, autores argentinos escreveram os primeiros artigos, resultando dos primeiros esforços no sentido de sistematizar um corpo teórico próprio da psicopedagogia. Vale citar: Sara Paín, Jorge Visca, Alicia Fernández etc. O famoso psicopedagogo argentino Jorge Visca, recentemente falecido (2000/2001), ao criar a Epistemologia Convergente (Visca 1987) na clínica psicopedagógica, assunto que estudaremos detalhadamente em Psicopedagogia institucional I, fez convergir a Psicanálise de Freud, a Epistemologia Genética de Piaget e a Psicologia Social de Enrique Pichon Riviere, o que causou um grande salto nas práticas psicopedagógicas inclusive em nosso país (Brasil) e que perduram até os dias atuais. 5 FUNDAMENTAÇÃO PSICOLÓGICA Quando se fala sobre as fundamentações psicológicas da psicopedagogia se pensa basicamente no desenvolvimento e aprendizagem do ser humano. Os autores mais influentes que contribuíram para a esta fundamentação foram: Jean Piaget (epistemologia genética), David Ausubel (Teoria da aprendizagem singnifitcativa), Jerome Bruner (Teoria dos formatos), Lev Vygotsky (Teoria sócio-histórica-cognitiva), Sigmund Freud (Teoria do inconsciente), Call Rogers (Teoria humanista), Paulo Freire (Pedagogia do amor) etc., e na educação especial ou inclusiva, temos Mary Warnock (trabalho voltado para a atenção a adversidade). 6 INTERDISCIPLINARIDADE NA PSICOPEDAGOGIA A atuação psicopedagógica como a sua eficiência e eficácia em determinadas situações perpassa pela interdisciplinaridade de vários conhecimentos como: neuropsicologia, neuromotricidade, fonoaudiólogo, psicanálise, medicina, etc., e não apenas a pedagogia e psicologia como alguns podem pensar. A práxis psicopedagógica apresenta propostas educacionais que convidam a criança a participar ativamente de seu processo de aprendizagem, o que configura a necessidade de uma mudança qualitativa no ensinar e no aprender. O aprender vivido de forma mais integrada propõe intrínsecas e extrínsecas {questões} à aquisição do conhecimento. Segundo Visca (1987), a psicopedagogia nasceu com uma ocupação empírica pela necessidade de atender crianças com dificuldades de aprendizagem, cujas causas eram estudadas pela medicina e psicologia. Com o decorrer do tempo, o que inicialmente foi uma ação subsidiária destas disciplinas, foi se perfilando como um conhecimento independente e complementar, possuidor de um objeto de estudo (o processo de aprendizagem) e de recursos diagnósticos, corretores/tratamento e preventivos próprios. 7 MULTIDISCIPLINARIDADE PSICOPEDAGÓGICA Geralmente, o caráter multidisciplinar da Psicopedagogia se revela pelo número de graduações diferenciadas que freqüentemente comparecem a tal curso: pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, assistentessociais, licenciados, médicos (pediatras, psiquiatras, neurologistas etc.). 8 PROPOSTA PSICOPEDAGÓGICA O especialista em Psicopedagogia pode atuar tanto em nível clínico quanto institucional, pois ele se propõe compreender e atuar nos vínculos presentes entre o ato de ensinar e a ação de aprender, assim como nas possíveis barreiras que impedem seu fluir harmonioso. Para Fagali (1987) a proposta de Psicopedagogia é trabalhar basicamente com as relações afetivas ocorridas durante a aprendizagem, de modo a garantir que o sujeito seja criativo, espontâneo, perseverante e transforma-dor ao trabalhar seu próprio pensamento. 9 OBJETO DE ESTUDO A Psicopedagogia então passa a ser um ramo do conhecimento aplicado que estuda a conduta humana em situações sócio/educativas como também dos processos de aprendizagem a partir da contextualização teórica-prática de várias ciências. A ela se interrelacionam a psicologia evolutiva, psicologia da aprendizagem, psicologia da educação, didática, epistemologia, psicolingüística etc. São importantes sua atuação nos campos da: educação especial, terapias educativas, avaliação curricular, programas educativos e, política educativa. 10 ATIVIDADES PSICOPEDAGÓGICAS O psicopedagogo, para Allessandrini (1996), pode: reprogramar projetos educacionais, facilitadores de uma aprendizagem mais dinâmica e significante; supervisionar programas, treinando educadores e atuando junto a profissionais de educação; aprimorar a qualidade de aprendizagem do sujeito que apresenta dificuldades escolares. 11 CAMPOS NORTEADORES DA AÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Fernández (1987), no livro "Inteligência Aprisionada", Pinel (2001/2002) sugere que o discente deve ser considerado em quatro aspectos: seu ORGANISMO, seu CORPO, seu DESEJO e sua INTELIGÊNCIA. O aluno/a deve ser abordado/a no seu ser total, que envolve o ORGANISMO, o CORPO, o DESEJO e a INTELIGÊNCIA. O ORGANISMO deve ser entendido no seu funcionamento – normal ou não – fisiológico. Doenças perturbam a aprendizagem, a dor – física etc. Entretanto, deficiências físicas, em si mesmas não são anormais, mas sim a sociedade onde este organismo está inserido, pois é a sociedade que não apresenta pré-requisitos para a inclusão do diferenciado. A sociedade foi e é construída para uma maioria dominante, e para uma elite dominante. Quanto ao CORPO deve ser apreendido o modo como o aluno se percebe. Também: Como o corpo discente se percebe e se movimenta no espaço? Qual o seu Esquema Corporal: Imagem e Conceito Corporal? Como o corpo é introjetado pelo discente: introjeção das partes do corpo e todo o corpo? Quais reações da pessoa frente ao espelho? Etc. Poderíamos falar em motivação, em demanda, em necessidade, em vontade do discente. Recorremos ao termo DESEJO do aluno/a. Qual a sua vontade de sentido? Qual a sua motivação mais profunda, o seu querer, a sua auto-estima, as suas forças e fragilidades? etc. Finalmente a INTELIGÊNCIA é o aspecto não mensurável do desenvolvimento cognitivo. Pode ser até avaliado por intermédio de Testes de Inteligência – utilizados em termos clínicos, ou seja: qualitativos. A inteligência refere-se a capacidade do aluno/pessoa solucionar os desafios que se interpõem à sua frente, no seu cotidiano de ser. O modo como ele aborda - criativo ou não – os problemas, solucionando-os ou não. Dentro desse contexto psiconeurológico, os distúrbios biológicos do crescimento e do desenvolvimento que for capaz de interferir prolongadamente no METABOLISMO refletem de modo negativo no crescimento e desenvolvimento. 12 MODELOS DE ABORDAGEM a) Abordagem psiconeurológica Abordagem fundamentada na biologia, psicologia e processos educativos e de treinamento. Pinel (2001/2002) estudou as bases neurais da aprendizagem/ desenvolvimento, buscando compreender alguns mecanismos psicofisiológicos e neuropsicológicos associados aos aspectos cognitivos. Destaca Pinel (2001/2002; p.108) que é importante ao estudioso da Psicopedagogia uma atitude de compreensão e esforço intelectual na pesquisa do aluno com dificuldades de aprendizagem escolar. Os principais fatores podem ser agrupados em: 1. Disfunções endócrinas: Ex.: Nanismo hipofisário e tireoidiano; gigantismo; puberdade precoce etc. 2. Fatores genéticos: Ex.: Acondroplasia; síndrome de Down; síndrome de Turner etc. 3. Desnutrição: o mecanismo de desnutrição gera um atraso no desenvolvimento- aprendizagem, e esse é muito complexo e inclui a formação escassa de somatomedina C. 4. Doenças crônicas: essas doenças, quando de longa duração perturbam o metabolismo, atrasando o crescimento. Como é o caso da insuficiência digestiva e de certas afecções renais, pulmonares e cardíacas. 5. Dificuldades emocionais no berço familiar: conflitos e violências no lar; o modo de ser da criança diante do alcoolismo paterno, por exemplo, e o sentimento da criança diante dos jogos psicopatológicos da família; abuso sexual etc.) e infecções freqüentes (verminoses e intoxicações etc.) também prejudicam o desenvolvimento/aprendizagem. Podemos considerar ainda como sexto (6º fator) as características físicas de uma criança que podem estimular seus familiares, coleguinhas, professores e outras pessoas significativas em sua vida-vivida, a criar, de modo fantasioso, a respeito dela, uma imagem marcada pelos estigmas, estereótipos e preconceitos. Muitas vezes, esses algozes são destruidores do ser, e então persistem nas condutas e atitudes prejudiciais ao crescimento do individuo. b) Abordagem neuropsiquiátrica Abordagem fundamentada na medicina e medicalização dos problemas de aprendizagem. Pode haver exageros nessa área, como a prescrição de tratamento medicamentoso a base psicotrópicos como antidepressivos, ansiolíticos etc., para crianças com problemas comuns de atenção escolar. Nesse caso é adequado consultar um médico com residência em neurologia, e com compreensão do movimento inclusivo. c) Abordagem comportamental Abordagem fundamentada nos trabalhos de laboratório de Psicologia experimental de Watson (Behaviorismo Metodológico) e B.F. Skinner (Behaviorismo Radical). O enfoque está na observação e descrição clara dos comportamentos inadequados, a identificação daquilo que mantém (reforço/recompensa) esse comportamento desviado/patológico – segundo o contexto do meio - e a intervenção de modificação, por meio de técnicas de controle do comportamento e a instalação de um novo e mais adequado comportamento. Programas psicopedagógicos como a ANÁLISE DE TAREFAS (Pinel, 1987) utlizam-se das propostas do neobehaviorismo de Madame Jordam. Filosoficamente o behaviorismo é condenável, pois defende a tese que o homem é uma tabula rasa, sem história e dele fazemos o que quizermos, a nosso bel prazer. Entretanto, mesmo psicólogos sócio-históricos como Bock et al.; tem defendido as benesses desses treinamentos para a Psicologia do Excepcional. d) Abordagem Fenomenológica O mais importante nessa abordagem são as atitudes e posturas do cuida(dor). É vital o envolvimento existencial com aquilo que se põe ao meu ser Total (Holismo) e o necessário distanciamento reflexivo da coisa mesma, e então apreender o sentido ou o significado do que é vivido pelo outro/orientando. Heidegger e Sartre são dois filósofos que fundamentam tais práticas. Viktor Emil ou Emmanuel Frakl, Medard Boss, Binswanger, Franz Rúdio, J. Wood/ Doxsey et al., Angerami-Camom e Pinel são alguns psicólogos, que fundamentados nos filósofos, recriaram alternativas de diagnóstico, prevenção e tratamento psicopedagógico. OBSERVAÇÃO: Outro campo norteador da Psicopedagogia é a abordagem da Epistemologia Convergente de Jorge Visca e os trabalhos projetivos, que tamanha sua importância estaremos estudando com profundidade em outras disciplinas. 13 FUNDAMENTOS PSICANALÍTICOS Em relação as colaborações da Psicanálise de Freud, é importante que se estude as seguintes categoriaspsicanalíticas: inconsciente; transferência; contra-transferência, bloqueios, sistemas de defesa etc., e que será (psicanálise) nosso objeto de estudo para aquisição de conhecimentos e sua importante aplicabilidade na psicopedagogia, e que para tal, teremos uma disciplina unicamente com essa finalidade (Contribuições da Psicanálise Para a Psicopedagogia). 14 FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA PSICOPEDAGOGIA Aspectos filosóficos da psicopedagogia podem ser compreendidos pelos mais diversos enfoques. Poderíamos estudar Heidegger e Sartre, por exemplo, que embasam psicólogos em algumas práticas psicopedagógicas fenomenológicas existenciais. Neste tópico, entretanto estaremos nos referindo à filosofia da inclusão. Para alcançar esse objetivo recorreremos a Correia (1999), a André et al (1999) e um texto organizado por Carvalho (1997). 15 FILOSOFANDO A PSICOPEDAGOGIA COMO FATOR DE INCLUSÃO SOCIAL As sociedades têm, ao longo da história, utilizado de recursos punitivos para pessoas que "ousam" ou são diferentes, bem como agridem simbólica ou concretamente pessoa com necessidades (de saúde; educação; de afeto; de alimentação etc.) especiais e o aluno com necessidades educativas (Adaptação Curricular: individual e/ou grupal) especiais. Ser portador de deficiência nunca foi fácil. Não se aceita o diferente e suas diferenças. Pode-se esconder essa diferença, tanto melhor, pois a sociedade é hipócrita e finge que não vê a dor do outro que não pode dizer a que veio! Com base nos padrões de normalidade estabelecidos pelo contexto sociocultural, legitima-se a ideologia do domina- dor. Assim, desde a Antiguidade até os nossos dias, as sociedades demonstram dificuldade em lidar com o diferente, as diferenças, aquilo que é novo. Todos resistem ao que é ameaça-dor à nossa estrutura de personalidade, ao nosso pretenso e harmonioso ser. A humanidade tem toda uma história para comprovar como os caminhos das pessoas com deficiência têm sido repletos de obstáculos, riscos e limitações. O que observamos é o quanto tem sido difícil a sobrevivência do ser, seu desenvolvimento e sua convivência (consigo mesmo e para com a sociedade). Pessoas nascem com deficiências em todas as culturas, etnias e níveis sócio- econômicos e sociais, e de "perto são pessoas" (gente como a gente: o que é humano não nos pode ser estranho) e se olharmos bem, também portamos temporária ou definitivamente nossos déficits. Somos diferentes e temos o direito de expressá-la. A forma de conceber a deficiência e de lidar com seus portadores tem variado ao longo dos séculos. Atualmente, os preconceitos ainda existem em diferentes graus. Os mitos são perpetuados - em detrimento dos fatos científicos - as contradições conceituais prevalecem, assim como as atitudes ambivalentes, as resistências, a inquietação e as muitas formas de discriminações. Isso acontece, não que seja um sinal dos tempos modernos, nem dos avanços contemporâneos do conhecimento, nem da evolução dos costumes ou dos valores essenciais do homem ou algo da "monstruosidade que é a pós-modernidade", justo ela que propões a convivência na diversidade do ser! Ao contrário, os preconceitos, estigmas e estereótipos tem raízes psicológicas, psicanalíticas (inconscientes), históricas e culturais. As atuais posturas discriminativas fortaleceram-se no tempo, no equívoco compartilhado e transmitido culturalmente. A evolução da concepção de deficiência sofreu alguma evolução, entretanto, vivenciamos, ainda, uma fase assistencialista. Nesta etapa a pessoa diferente é vista como aquela que precisa de ajuda. Há, nesse sentido, as pessoas que se dedicam a esse atendimento, fazendo-o (e aí é o assistencialismo) de forma caritativa, negando que o ser diferente deve ser incluído, aceito com suas diferenças. Ser da Inclusão significa isso: conviver saudavelmente com as diferenças. Saudável é entrar em conflito, sem deixar de respeitar e advogar ali mesmo há diferenças e necessidades educativas ou outra necessidade que clamam por serem satisfeitas. Na visão da caridade, os ajuda-dor-es não reconhecem o impacto do social e político no ser. Tais caridosos devem ser cuidadosamente cuidados, pois podem ser perigosos, pois sua atuação tende a "calar" a voz do oprimido, gerando nele culpa e subserviência a quem doa alimentos, roupas etc. Obviamente é que em um país em crise como o Brasil, é essencial assitir, mas ao fazê-lo é vital que se faça com dignidade, reconhecendo no outro seu direito de cidadão de receber o que lhe é concreta ou simbolicamente tirado, usurpado! Os técnicos, mesmo os especializados são vistos como beneméritos, e as pessoas que se dedicam como voluntárias à causa dos portadores de deficiência, as que criam as instituições e lutam pela sua manutenção, costumam ser exaltados pelo seu espírito humanitário. (Carvalho, 1997; p.19). Porque exaltar? Muitos desses beneméritos abatem, com suas ações, no imposto de renda. Muitos ainda ganham tanto, e tanto, que o mínimo que a sociedade espera deles é sua contribuição, o seu retorno e não depósitos em bancos suíços! Goffman escreveu um excelente livro chamado "Estigma" e Foucoult escreveu "Vigiar e Punir". Esses livros valem a pena serem lidos, estudados. A leitura servirá para se compreender os modos como as pessoas diferentes são tratadas, abordadas... Nestes livros podemos detectar, sem entrarmos em detalhes, que: a) as pessoas diferentes ainda são identificadas e socialmente rotuladas; b) tende-se a generalizar as suas limitações e a minimizar as suas limitações e a minimizar os seus potenciais; c) a diferença está sempre tão presente e enfatizada para o seu portador (porta a dor?) e para os que o cercam, que justifica os seus sucessos e fracassos, os seus atos e realizações. Para se chegar à filosofia inclusiva e a luta atual para a sua efetivação prática, a sociedade passou pela exclusão, segregação, institucionalização, integração e inclusão. A integração propunha (na prática) a colocação do aluno diferente ou com necessidades educativas especiais em sala comum, sem reconhecer-lhe as diferenças, sem propor modificações quer na instituição, na organização, quer no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Hoje, no Brasil, a inclusão é garantida pela Constituição Federal. Entretanto, desde 1986, no mundo, esse tema é discutido, pelo menos quando utilizamos o termo inclusão. Madeleine Will, Secretária de Estado para a Educação Especial dos Estados Unidos da América, fez um discurso que apelava para uma mudança radical no que dizia respeito ao atendimento das crianças com n.e.e. (Necessidades Educativas Especias) e em "risco educacional" (de rua; sob domínio de Ganges, drogadas e prostituídas etc). Dizia ela que, dos 39 milhões de alunos matriculados em escolas públicas, cerca de 10% eram alunos com n.e.e. e que outros 10 a 20% embora fossem considerados com n.e.e., demonstravam problemas de aprendizagem e comportamento que interferiam com a sua realização escolar. A solução para Will passava por uma cooperação entre professores - do ensino regular e de educação especial - que permitisse a análise das necessidades educativas dos alunos com problemas de aprendizagem e o desenvolvimento de estratégias que respondessem a essas mesmas necessidades. Essa proposta consagrou-se como princípio da filosofia de inclusão. Nesse sentido é cada vez maior o número de pais e educadores que defendem a integração (no sentido mesmo da inclusão) da criança deficiente na classe regular, incluindo as deficientes mentais severas ou profundas. Afirma-se que as necessidades educativas dos alunos não devem requerer um sistema dual, pois ele pode fomentar atitudes injustas e desapropriadas em relação à sua educação. Em junho de 1994, realizou em SALAMANCA, na Espanha, a "Conferência Mundial sobre necessidades educativas especiais (N.E.E): Acesso e Qualidade". Esse evento inspirou-se no "princípio da inclusão" e no reconhecimentoda necessidade de atuar com o objetivo de conseguir escola para todos, instituições que incluam todas as pessoas, aceitem as diferenças, apoiem a aprendizagem e respondam as necessidades educativas especiais individuais e em pequenos grupos. Segundo a maioria dos especialistas, a inclusão significa atender o aluno com N.E.E, incluindo aquele com N.E.E severas, na classe regular com o apoio de serviços especiais pertencentes à educação especial (sala de apoio, de recursos e/ou consultórios ou sala de psicopedagogia, por exemplo, dentro ou fora da escola). Entretanto para efetivar a inclusão é necessária a participação total do Estado, bem como da comunidade, da escola, da família e finalmente do aluno. Todo o sentir-pensar-agir a inclusão na escola, junto ao aluno com N.E.E., tende estimular o seu desenvolvimento nos planos acadêmicos, sócio-emocional e pessoal. Nem sempre esta tarefa é fácil, mas existem relatos técnicos-científicos onde se desenvolveram os sucessos como os encontrados em André et al. (1999). Entretanto quando se lê a DECLARAÇÃO DE SALAMANCA o que se checa é um texto legal - situado no plano ideal – cheio de "discursos" que não chegam à prática. Tal como toda boa lei, sua cristalização está se processando de modo muito lento. Para essa temática vale a pena ler: Mantoan (2003): Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? – Editora Moderna. Bader SAWAIA et al: As artimahas da exclusão. Ed. Vozes. José Leon Crochík: Preconceito. Robe Editorial. 16 A ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA "Entende-se como atendimento psicopedagógico clínico a investigação e a intervenção para que se compreenda o significado, a causa e a modalidade de aprendizagem do sujeito, os seus significados semióticos, com o intuito de sanar suas dificuldades". O foco da psicopedagogia clinica é o vetor da aprendizagem. A psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos e pedagógicos que interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações que estimulem e resgatem ou ativem o prazer de aprender em sua totalidade, incluindo a promoção da integração entre pais, professores, orientadores educacionais e demais especialistas que transitam no universo educacional do "ser". 16.1 Relação com o cliente/aluno Quando nos referimos ao(s) cliente(s) das práticas clínica psicopedagógicas nos portamos a qualquer pessoa que necessite dos benefícios dessa prática, que geralmente apresentam determinadas dificuldades relacionadas à aprendizagem, o que nos remete como público alvo àqueles que fazem parte do universo educacional escolar, que em geral, são crianças de qualquer idade encaminhadas por seus responsáveis com queixas de dificuldades na aprendizagem. Assim, na relação com o aluno ou com seu cliente, o profissional da psicopedagogia clínica em espaço clínico particular ou não, estabelece uma investigação cuidadosa, que permite levantar uma série de hipóteses indicadoras das estratégias capazes de criar a situação terapêutica que facilite uma vinculação satisfatória mais adequada para a aprendizagem. Ao lado deste aspecto mais técnico, esse profissional também trabalha a atitude, a disponibilidade e a relação com a aprendizagem, a fim de que o aluno/cliente torne-se o agente de seu processo (o aprender), aproprie-se do seu saber, alcançando autonomia e independência para construir seu conhecimento e exercitar-se na tarefa de uma correta auto-valorização de modo a alcançar o máximo possível de seu potencial. No ensino público, uma das opções para a realização da atuação clínica seria o serviço público de atendimento, onde os profissionais da psicopedagogia poderiam contribuir com uma visão mais integrada de aprendizagem e, conseqüentemente, com a aprendizagem reconduzindo e integrando o aprendizado do processo normal de construção de conhecimento, contando com melhores condições para detectar com clareza os problemas de aprendizagem dos alunos, atendendo-os em suas necessidades e contribuindo para sua permanência no ensino regular. 16.2 PARA R RELFETIR: Quando se refere ao termo APRENDIZAGEM quanto objeto de estudo e atuação do psicopedagogo pode-se incorrer no risco de acentuar as abrangências das práticas dessa profissão. Condicionar a atuação do psicopedagogo quanto a tudo que abranja o ato de aprender seria como não limitar sua atuação, considerando que a aprendizagem esta contida em todos os aspectos do viver. Assim, quando se apresenta dificuldades para aprender a nadar, dirigir, tocar um determinado instrumento ou mesmo uma profissão a qual profissão estaria vinculada a tentativa de resolução desses problemas? Apesar de cada profissão ter sua área de abrangência definida, seria incoerente não admitir a interdisciplinaridade da dissolução da diversidade de desafios que a vida nos apresenta. Considerando os dados dos séculos XIX e XX como primórdios históricos do surgimento da psicopedagogia como relacionada às dificuldades de aprendizagem no âmbito escolar, e a consideração do estudo etimológico do termo como segue: "psico" de psicologia; (gr. Psiquê) = mente + logia (gr. Logos) estudo + pedagogia (gr. Paidagogós) = instruir, conduzir, orientar a criança. A psicopedagogia poderia ser compreendida como área do conhecimento voltada a observar, descrever, analisar, avaliar, desenvolver e empregar técnicas que estimulem o ato de ensinar e o desejo pelo aprender, minimizando o surgimento de problemas e apontando intervenções para dissolução de dificuldades da aprendizagem já instaladas. Nesse caso, busca ensinar e instruir a criança através de técnicas comportamentais , verbais e não-verbais que estimulem os aspectos físico/motor e psicológico que corrijam as dificuldades ou facilitem sua aprendizagem. Com base nesses poucos dados, poderia se concluir que a atividade do psicopedagogo abrange áreas do conhecimento concernentes às questões "a tudo" relacionadas às dificuldades de aprendizagem referentes a questões da aquisição do conhecimento acadêmico, através do emprego de técnicas também psicológicas e que por sua vez teria como publico alvo (não limite) as crianças. Levantamos aqui um questionamento: O psicopedagogia cuida das dificuldades de aprendizagem da criança, das dificuldades instaladas na criança, da criança com determinadas dificuldades ou das possíveis dificuldades que podem surgir na infância e se estender por outras fases da vida? A resposta às estas indagações pode determinar os limites de sua atuação. No entanto, é compreensivo que dificuldades apresentadas na infância possam também ser instaladas ou acompanhar o ser em toda sua fase de desenvolvimento, assim, o público se tornaria universal. Com tudo, como se trata de dificuldades diversas, a existência da interdisciplinaridade será uma verdade. O que significa que: a dissolução ou minimização de determinadas dificuldades quanto ao aprender, considerando possibilidades de variadas junções que podem dificultar o ato, tanto o psicopedagogo pode recorrer ao auxilio de outros profissionais que complementam e integram sua atividade, como, outros profissionais de áreas diversas solicitar o auxilio psicopedagógico. Dessa forma, por exemplo: a pessoa com dificuldades de aprendizagem quanto ao ato de nadar, teria um duplo apoio profissional, se assim exigisse o caso – o professor de natação auxiliado, pelas técnicas psicopedagógicas orientadas por um psicopedagogo, teria conhecimento quanto às melhores práticas relacionais a aprendizagem poderiam ser adaptadas ao ato de "ensinar" a "aprender a nadar" contribuindo assim para a aceleração de tal aprendizagem. Conclui-se, pois, que a psicopedagogia apesar de ter como foco de estudo as questões relacionadas à aprendizagem, ao mesmo tempo em que se limita às dificuldades do aprender, mais especificamente, no ambiente escolar com base na interdisciplinaridade se expande com tudo que envolvea aprendizagem. 17 A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL A psicopedagogia assume um compromisso com a melhoria da qualidade do ensino expandindo sua atuação para o espaço escolar, atendendo, sobretudo, aos problemas cruciais da educação. Na escola, o profissional da psicopedagogia utiliza instrumental especializado, sistema específico de avaliação e estratégias capazes de atender aos alunos em sua individualidade e de auxiliá-los em sua produção escolar e para além dela, colocando-os em contato com suas reações diante da tarefa e dos vínculos com o objeto do conhecimento. A meta é sempre resgatar de modo prazeroso o ato de aprender. A psicopedagogia institucional pode ser compreendida de dois modos: 1. Trabalhando a escolaridade "in loco" escolar, tal como sugere Fagali e vale (1999); 2. Trabalhando a instituição enquanto aparelho e estrutura resistente à mudança, pois tende a legitimar a ideologia dominante: Por que o aluno não aprende? Por que ele nega o ato de estudar? Por que um aluno com potencial mental bem estruturado apresenta dificuldade com a aprendizagem acadêmica? Esse primeiro modo engloba a tarefa clínica. Clinicar significa cuidar do outro que, explícita ou implicitamente, sofre. O clínico, na instituição, contribui com o diagnóstico e intervenção frente às dificuldades do aluno em relação à aprendizagem. Aqui cabe uma observação, pois compreendemos o diagnóstico, se bem efetuado, como um processo de intervenção que gera mudanças no próprio ser do aluno/cliente! No modo institucional-escolar o profissional da psicopedagogia procura refletir sobre a aprendizagem do aluno, na relação com a informação e os conceitos em diferentes áreas do conhecimento, buscando os diagnósticos e ampliação da prática em sala de aula, junto a professores e pedagogos. Assim, na psicopedagogia institucional os trabalhos em salas de aula, salas de apoio e/ou salas de recursos contaminam os outros profissionais da instituição. Como esses profissionais são agentes que fornecem sentido à instituição, a proposta psicopedagógica acaba por ser institucional. Esse trabalho é um novo espaço, onde se aprofundam as questões sobre as dificuldades de aprender e com isso, vai construindo para a instalação da intervenção preventiva: os profissionais da psicopedagogia passam a sentir-pensar-agir novas ações frente aos aprendizados dos conceitos, na escola. Nesse contexto, o profissional da psicopedagogia facilita a ampliação e a abertura para novas construções onde estejam presentes a integração cognitivo-afetivo-social e a transdisciplinaridade. O educador passa, nesse processo dialético, a rever o seu próprio processo de aprender. O profissional de psicopedagogia contribui intelectual, mas principalmente com vivências e práticas por meio de oficinas, por exemplo. No segundo modo, encontramos respaldo em Guirado (1987) que trabalha com a psicologia institucional de José Bleger, Georges Lapassade, René Lourou e Guilhon de Albuquerque. A análise institucional, modo de atuar do psicopedagogo institucional, pode ser compreendida de três modos: 1. disciplina que se detém em estudar e penetrar nas entranhas institucionais (relações de poder; ideologia etc.); 2. política de intervenção psicosociopedagógica em instituições, organizações, grupos etc; 3. movimento destinado a planejar, executar/desenvolver e avaliar programas de intervenção objetivando transformar a realidade, pois dificilmente sob determinados pontos de vistas teóricos, é impossível, nessa estrutura atual, mudar a realidade de modo total. Severa (1993) sugere que o psicopedagogo institucional deve: a. distanciar-se afetivamente segundo o "ambiente" em que pretende ingressar; b. manter um "relacionamento harmonioso" com toda a equipe e superiores diretos e indiretos, não confundindo: situações de conflitos que necessitam ser enfrentados; relacionamentos afetivos e laços de amizade; c. dominar a ansiedade, isto é, não pode e nem deve ter pressa; d. efetuar sóbria, segura, estruturada e bem planejada observação; e. aproximar-se do poder instituindo (chefes; supervisores; coordenadores; diretores; presidente etc.), evitando, contudo a carga de estereótipos que temos contra esses atores mandantes em seus "locus descontroles" e que condicionam os relacionamentos pessoais e interpessoais - buscando sempre preservar pela qualidade do trabalho do que segurar o emprego de um determinado ator. Cabe, ainda, ao profissional da psicopedagogia assessorar a escola, prestar consultorias etc. trabalhando o papel que lhe compete, seja propondo para com a reestruturação de uma atuação da própria instituição junto a alunos e professores. Pode também colaborar para com o redimensionamento do processo de aquisição e incorporação do conhecimento dentro do espaço escolar, seja, por exemplo, reconhecendo seus limites e então, encaminhando alunos para outros profissionais. QUESTÕES ATENÇÃO, ALUNO! Com base no texto e em pesquisas, responda as questões a seguir. 1 A avaliação assistida de habilidades cognitivas é considerada um procedimento processual, dinâmico e interativo, sendo, portanto, extremamente útil para identificar não apenas as dificuldades, mas também dimensionar recursos possíveis do funcionamento cognitivo. Nela é fornecida ajuda educacional temporária e ajustável às necessidades individuais da criança. A partir desse procedimento, algumas crianças conseguem melhorar seu desempenho, enquanto outras demandam apoio intensivo e prolongado. É correto afirmar que: A) a avaliação assistida tem, entre seus fundamentos básicos, os conceitos de equilibração e acomodação de Piaget. B) a avaliação assistida tem, entre seus fundamentos básicos, os conceitos de estágio do espelho e personalismo de Wallon. C) a avaliação assistida tem, entre seus fundamentos básicos, os conceitos de aprendizagem mediada e de zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky. D) a avaliação assistida tem como fundamentos todos os conceitos expressos nas alternativas A, B e C. E) a avaliação assistida não se fundamenta em nenhum dos três autores mencionados nos itens A, B e C. 2 Qual dos aspectos abaixo não pode ser considerado fator etiológico da hiperatividade? 4 Considere a história da Psicopedagogia. I. Para entender a Psicopedagogia no Brasil, é fundamental compreender como essa área se desenvolveu na Argentina, sendo que os profissionais desse país foram fortemente influenciados por autores estadunidenses. II. A Psicopedagogia não nasceu na Argentina. III. O enfoque orgânico foi o primeiro a orientar médicos, educadores e terapeutas na definição de dificuldades de aprendizagem e exerce, atualmente, influência decisiva nas práticas preventivas em Psicopedagogia. Estão corretas as afirmações: A) I e III, somente. B) III, somente. C) I, somente. D) II, somente. E) I e II, somente. 5 Com relação à Epistemologia Genética de Piaget, é correto afirmar que: A) trata-se de uma perspectiva ambientalista. B) trata-se de uma teoria baseada na hereditariedade do conhecimento. C) ela considera a modelagem do conhecimento. D) trata-se de uma perspectiva interacionista, uma vez que reforços e punição interagem para determinar os comportamentos. E) ela concebe o conhecimento como resultado da ação que se passa entre um sujeito e um objeto. A) Hereditariedade. B) Intoxicação por chumbo. C) Epilepsia. D) Disfunção do centro de atenção do cérebro. E) Inteligência. 3 Com relação à dimensão epistemológica da Psicopedagogia o que é incorreto afirmar? A) A Psicologia e a Pedagogia não são suficientes para apreender o objeto da Psicopedagogia. B) Multiplas áreas científicas (p.ex. Psicologia Social, Neuropsicologia, Epistemologia e Psicologia Genética) fornecem subsídios para refletir cientificamente e operar no campopsicopedagógico. C) A Psicopedagogia recorre à Filosofia, à Neurologia, à Sociologia, à Linguística, à Psicanálise e às Práticas Alternativas (TVP, aromaterapia, cromoterapia, Florais de Bach, Reiki, etc.) para compreender e intervir no processo de aprendizagem e em suas variáveis. D) Os profissionais da Psicopedagogia sustentam a sua prática em pressupostos teóricos distintos. E) O campo de conhecimento da Psicopedagogia está, ainda, em fase de organização. 6 Qual das características abaixo pode ser considerada um atributo da teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner? A) Adota o fator G para explicar todas as capacidades intelectuais. B) Não permite aproximações com a Teoria Triárquica de Sternberg. C) A inteligência é considerada um potencial biopsicológico. D) Propõe que as múltiplas inteligências são totalmente independentes. E) Propõe que as múltiplas inteligências são equivalentes a estilos de aprendizagem. 7 A Psicopedagogia, enquanto área de atuação, de conhecimento e de pesquisa, caracteriza-se: I. Pela interdisciplinaridade. II. Por ter como objeto a aprendizagem humana. III. Por adotar uma configuração clínica. IV. Por ter, entre outras, uma função preventiva. V. Pela preocupação em produzir conhecimento científico. Está correto o que se afirma em: A) todos os itens. B) I, II, IV e V, apenas. C) I, II, III e V, apenas. D) II, III e IV, apenas. E) II, apenas. 8 Um profissional é contratado por uma instituição escolar para implantar uma intervenção em Psicopedagogia que tem como meta reestruturar o currículo com base na Teoria das Inteligências Múltiplas. Assim, como o profissional deve atuar? A) Avaliar no contexto as múltiplas inteligências como um pré-requisito para desenvolver o currículo em colaboração com equipe escolar. B) Aplicar a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC) e, a partir do resultado, reestruturar o currículo em um trabalho interdisciplinar. C) Aplicar testes padronizados de desempenho escolar e, com base neles, criar disciplinas específicas que enfoquem os conteúdos que os alunos têm maior defasagem. D) “Não apressar o rio”. As inteligências múltiplas se manifestarão espontaneamente na escola. Basta que os professores estejam atentos e, quando elas se manifestarem, devem fazer adequações em suas disciplinas tradicionais. E) Organizar o currículo para promover as capacidades lógico-matemáticas e linguísticas, uma vez que elas constituem a base de todas as formas de inteligência. 9 Leias as assertivas. I. “O momento de maior significado no curso do desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas de inteligência prática e abstrata, acontece quando a fala e a atividade prática, então duas linhas completamente independentes de desenvolvimento, convergem.” II. “A verdadeira essência da memória humana está no fato de os seres humanos serem capazes de lembrar ativamente com a ajuda de signos. Poder- se-ia dizer que a característica básica do comportamento humano em geral é que os próprios homens influenciam sua relação com o ambiente e, através desse ambiente, pessoalmente modificam seu comportamento, colocando-o sob seu controle.” III. “O conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de uma interação entre ambos, que resulta em construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas graças a um processo de equilibrações majorantes, que corrigem e completam as formas precedentes de equilíbrio.” Os autores das três frases são: A) I. Piaget; II. Piaget; III. Vygotsky. B) I. Freud; II. Vygotsky; III. Piaget. C) I. Wallon; II. Freud; III. Vygotsky. D) I. Wallon; II. Piaget; III. Vygotsky. E) I. Vygotsky; II. Vygotsky; III. Piaget. 10 O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal pode ser considerado fundamental para a prática profissional em Psicopedagogia porque: I. Explicita a natureza social da aprendizagem e do desenvolvimento humano. II. Provê os profissionais de um instrumento através do qual se pode entender o curso interno do desenvolvimento. III. Abre a possibilidade de desenvolvimento, de superação do déficit orgânico para pessoas com deficiência. IV. Evidencia o papel fundamental da mediação social no desenvolvimento de potenciais. Está correto o que se afirma em: A) I, II e IV, apenas. B) I e IV, apenas. C) II e III, apenas. D) todos os itens. E) I, apenas. 11 Com base no estado atual da arte das pesquisas sobre alfabetização, uma atuação profissional em Psicopedagogia deve: A) orientar as escolas a usarem somente o método global para ensinar leitura e escrita, especialmente no caso de crianças de níveis econômicos menos favorecidos. B) alertar as escolas para que não trabalhem com consciência fonológica em sala de aula, uma vez que isso não promove ganhos na capacidade leitora das crianças. C) aconselhar os professores a introduzirem atividades de consciência fonológica e de ensino dos sons das letras em sala de aula. D) evitar o uso de atividades relacionadas à consciência fonológica com estudantes com distúrbios da linguagem escrita. E) propor que a escola apresente a escrita aos estudantes por meio de textos, incentivando o aluno a deduzir o sentido das palavras que ele não conhece a partir das que ele conhece, ou seja, a partir do contexto. 12 Crianças com problemas de leitura apresentam dificuldades relativas: I. Ao desconhecimento ou pouca familiaridade com os símbolos gráficos. II. À falta de fluência. III. À velocidade de leitura lenta ou, às vezes, muito rápida, mas com omissões, alterações etc. IV. À compreensão. Está incorreto o que se afirma em: A) III, apenas. B) I e III, apenas. C) III, apenas. D) II e IV, apenas E) nenhum item. 13 No que se refere à etiologia dos problemas de aprendizagem, é correto afirmar que: A) a capacidade intelectual do indivíduo é sempre a principal causa das dificuldades de aprendizagem. B) tanto os fatores externos, abrangendo, pelo menos, os problemas de ensino (absenteísmo, troca de professores, métodos inadequados etc.) e as características do meio familiar (estilos parentais etc.), quanto os fatores internos (capacidade intelectual, dificuldades emocionais etc.) podem causar problemas de aprendizagem. C) eles são decorrentes exclusivamente de uma disfunção cerebral mínima. D) eles estão associados, na maioria das vezes, à desestruturação familiar. E) eles não têm natureza biopsicossocial. 14 As condições de saúde da criança devem ser alvo de uma atenção especial no âmbito da Psicopedagogia, uma vez que: I. Desconforto respiratório pode contribuir para o surgimento de dificuldades de aprendizagem. II. O sono, mais especificamente seus distúrbios, pode afetar negativamente a aprendizagem. III. Quadros clínicos (por exemplo, epilepsia) podem estar associados às dificuldades de aprendizagem. IV. O uso de psicofármacos é sempre recomendável para crianças com dificuldades de aprendizagem. V. Há sempre um correlato biológico para as dificuldades de aprendizagem. Está correto o que se afirma em A) IV e V, apenas. B) I, II e III, apenas. C) I, II, III e V, apenas. D) II e III, apenas. E) todos os itens. 15 Há uma série de conceitos da Psicanálise que podem contribuir para a Psicopedagogia. Dentre eles, mencionam-se: I. O mecanismo de defesa denominado autoeficácia. II. O processo sublimação. III. A organização inconsciente do psiquismo. IV. O período de latência. Está incorreto o que se afirma em: A) II e IV, apenas. B) III e IV C) II e III. D) todos os itens. E) I, apenas. 16 Para discernir o construtivismo do não construtivismo, é fundamental considerar que: I. O construtivismo valoriza as ações, enquanto operações do sujeito cognoscente.II. O construtivismo valoriza a transmissão do conhecimento. III. No construtivismo, o conhecimento é concebido como um tornar-se antes de um ser. IV. O construtivismo é produto de uma ação espontânea ou apenas desencadeada, mas nunca induzida. Está correto o que se afirma em: A) I, II e III, apenas. B) II, III e IV, apenas. C) I, III e IV, apenas. D) II e IV, apenas. E) todas as afirmativas. 17 Quanto às implicações do desenvolvimento afetivo e emocional na aprendizagem, é correto afirmar que: A) O grupo operativo, mais especificamente o brincar operativo, no processo de aprendizagem não é adequado para a formação de vínculos de confiança, para o estabelecimento de uma relação protetora, resistente e pouco frustradora. B) O mundo simbólico pessoal não deve ter espaço em sala de aula, devido a questões éticas. C) A nossa atenção não tem relação com nossos afetos. D) O corpo que aprende é o mesmo que sente todos os afetos (sentimentos e emoções). E) O desejo do outro não é relevante para nos tornarmos desejantes. 18 Uma atuação ética em Psicopedagogia pressupõe: I. Respeitar o Código de Ética independentemente da abordagem particular do profissional. II. Possuir formação adequada para o exercício profissional. III. Atualização técnico-científica a respeito da aprendizagem humana. IV. Respeitar normas de publicação científica. Está correto o que se afirma em A) IV e V, apenas. B) I, II e III, apenas. C) I, II, III e V, apenas. D) II e III, apenas. E) todos os itens. 19 Com relação ao campo de atuação da Psicopedagogia, é incorreto afirmar que: A) o trabalho psicopedagógico nunca terá um caráter assistencial. B) historicamente, a psicopedagogia nasceu para atender a patologia da aprendizagem. C) o campo de atuação refere-se não só ao espaço físico onde se dá o trabalho. D) ele pode estar relacionado à área de saúde e às empresas. E) a ação preventiva em Psicopedagogia tem como pressuposto o fato de muitas dificuldades de aprendizagem serem decorrentes de práticas educacionais inadequadas nas instituições, incluindo a família. 20 Uma atuação em Psicopedagogia institucional permite: I. Trabalhar a relação professor-aluno. II. Redefinir práticas pedagógicas. III. Investigar as condições em que se dá a aprendizagem escolar. IV. Realizar uma espécie de assessoria para os demais educadores da escola (professores, coordenadores etc.). Está correto o que se afirma em A) I, apenas. B) I, II e III, apenas. C) II, apenas. D) I e III, apenas. E) todos os itens. 21 Sobre os Fundamentos da Psicopedagogia e seu objeto de estudo, assinale a alternativa que melhor define essa área do conhecimento. A) Área do conhecimento que surge para atuar com crianças portadoras de dificuldades de aprendizagem. B) É uma área interdisciplinar que reúne conhecimentos de várias ciências e ramos do conhecimento, buscando a compreensão, de forma integrada, do processo de ensino-aprendizagem. C) Área do conhecimento que surge da demanda Clínica e Institucional para diagnosticar problemas no âmbito da aprendizagem e modificar esse processo. D) A Psicopedagogia, apesar do crescimento observado na última década, ainda não conseguiu delimitar seus fundamentos. Promove uma integração de conceitos ainda muito confusa, o que compromete a definição de seu objeto de estudo. E) A Psicopedagogia procura, por meio de sua atuação, melhorar a relação do sujeito com a aprendizagem dentro do ambiente escolar. 22 O termo “Inteligência Aprisionada”, utilizado por Alicia Fernandez, traz um conceito importante para o campo da Psicopedagogia. Observe as afirmações e depois responda. I. Muitas crianças apresentam a criatividade encapsulada, sendo necessária intervenção psicopedagógica para libertá-la. II. A família desestruturada em seus laços afetivos torna-se um componente significativo para a produção dos problemas de aprendizagem. É preciso identificar as causas da não-aprendizagem e libertar o aprendente para esse processo. III. A inteligência aprisionada muitas vezes expressa mais um evitar pensar do que um problema de aprendizagem. IV. O psicopedagogo, diante de uma criança portadora de dificuldades de aprendizagem, deverá canalizar seus esforços na intervenção junto a ela, nas oficinas psicopedagógicas, para poder através do processo de estimulação, libertar o potencial criativo aprisionado. Está (ão) correta (s): A) todas as afirmações. B) apenas duas das afirmações, incluindo a I. C) apenas duas das afirmações, incluindo a II. D) apenas uma das afirmações. E) nenhuma das afirmações. 23 Sobre a fundamentação teórica e o campo de atuação da Psicopedagogia Institucional, marque a alternativa incorreta. A) Pode-se dizer que o trabalho desenvolvido nas organizações pelo psicopedagogo se desenvolve com base na análise de sua estrutura, representada pelo organograma e relações hierárquicas estabelecidas através dele. B) Na sua atuação, o psicopedagogo desenvolve seu trabalho de forma a orientar e questionar as condutas. Desta maneira poderá auxiliar os sujeitos a repensarem suas práticas, crenças, pensamentos, valores e relações que mantêm com a instituição e seus membros. C) No campo de atuação, o psicopedagogo deverá manifestar um comportamento ético tal que não o permita transitar pela organização durante o seu funcionamento, para que não interfira no bom andamento das rotinas e para que mantenha a neutralidade de suas observações. As dinâmicas realizadas deverão ser previamente agendadas com a diretoria, que deverá autorizar e tomar ciência de todas as ações desenvolvidas pelo psicopedagogo. D) O psicopedagogo institucional tem como função principal, na instituição, conhecer e compreender o seu funcionamento. Para tal, levanta dados e informações, além de realizar entrevistas para descobrir a queixa institucional que representa o problema a pesquisar. E) O objeto de estudo é a instituição, seja ela uma escola, um hospital, uma empresa ou outro. A atuação é ampla e não se limita às escolas. O que importa é ter pessoas que se relacionam, ensinam e aprendem. 24 A psicopedagogia traz contribuições de várias correntes epistemológicas. As afirmações abaixo se referem às contribuições que Vygotsky traz para a relação professor aluno no processo de aprendizagem. Assinale a alternativa correta. A) Através do processo de assimilação e acomodação, a criança poderá incorporar novas aprendizagens ao conhecimento previamente adquirido, com auxílio do professor. B) Enfocando o ambiente social, Vygotsky prioriza a liberdade de ação, onde o professor deve deixar a criança construir a sua aprendizagem, respeitando a sua cultura e interferindo o menos possível nesse processo. C) Na Teoria Sócio-Histórica de Vygotsky, o aluno já traz em si o seu conhecimento, sendo o professor um auxiliar do aluno, um facilitador, pois o aluno já traz o saber que ele precisa. Cabe ao professor apenas trazer à consciência, organizar e completar o conteúdo. D) O professor deve ser o mediador que cria situações novas entre o desenvolvimento real e o potencial do aluno. É aquele que detendo mais experiência, funciona intervindo e mediando a relação do aluno com o conhecimento. Ele está sempre, em seu esforço, atuando de forma explícita, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente. E) Dentro de uma perspectiva dialética, a Zona de Desenvolvimento Proximal de Vigostky traz uma visão ambientalista. Esse pensamento, de grande contribuição para a psicopedagogia, influenciou a postura do professor em sala de aula, tendo o mesmo que promover um ambiente estimulante e com boas relações afetivas para que ocorra a aprendizagem. 25 Sobre a História da Psicopedagogia no Brasil e as tendências atuais, assinale a alternativa incorreta. A) Apesar deser uma área relativamente nova – existe no Brasil há aproximadamente 40 anos – tem despertado a atenção de muitos profissionais que trabalham no processo ensino-aprendizagem. B) No final do século XIX, a psicologia em busca de reconhecimento científico, que não tardou, fez uma aproximação com a medicina e a biologia que contribuiu para a visão inatista dos problemas de aprendizagem. C) Os interesses capitalistas interferiram de maneira significativa no tratamento dos problemas de aprendizagem, sendo os indivíduos com dificuldades de aprendizagem considerados como portadores de anomalias neurológicas herdadas. É a medicalização dos problemas de aprendizagem. D) O século XX foi marcado por grandes avanços em relação à compreensão dos problemas de aprendizagem, tendo nomes como o da médica italiana Maria Montessori, em grande destaque. E) Percebemos nos tempos atuais uma mudança significativa em relação à medicalização dos problemas de aprendizagem. Há consenso dos profissionais envolvidos no processo ensino- aprendizagem, em relação ao enfoque no sujeito biopsicossocial quando o tema abordado se refere à problemas de aprendizagem. 26 Na segunda metade do século XX, a Epistemologia Genética de Jean Piaget traz contribuições significativas para a evolução da psicopedagogia. Em relação ao Método Clínico desenvolvido por este autor, observe as afirmações e responda. I. Foi adaptado por Piaget para conhecer as gêneses das estruturas lógicas do pensamento da criança. II. O Método Clínico permite que a criança fale normalmente, manifestando por completo seu conhecimento. As manifestações espontâneas são, portanto, captadas pelo pesquisador, que não deve interferir nesse processo. III. No uso do Método Clínico o psicopedagogo intervém no processo educativo durante as conversas com a criança, buscando investigar também, o seu desenvolvimento psicológico. Está (ão) correta (s): A) todas as afirmações. B) apenas duas das afirmações, incluindo a I. C) apenas duas das afirmações, incluindo a II. D) apenas a afirmação III. E) nenhuma das afirmações. 27 Piaget conceitua a inteligência dentro de um esquema composto por três instâncias: assimilação, esquemas de ação e acomodação. Baseado nesse modelo, é incorreto afirmar que: A) o processo de acomodação consiste na capacidade de modificar os esquemas de assimilação, visando alcançar a adaptação. B) a assimilação constitui na incorporação de novos elementos à estrutura mental. C) esquemas de ação são experiências que podem ser generalizadas ou transpostas de uma ação para a outra. D) quem possibilita o processo de acomodação é a herança genética, que para Piaget é um fator determinante do desenvolvimento da inteligência. Por isso, o nome Epistemologia Genética. E) os esquemas de ação são iniciativas tomadas pelo sujeito frente a uma nova situação que resultará em novos esquemas e, assim, sucessivamente. 28 Ao observar o comportamento de um determinado sujeito, um pesquisador anotou a seguinte frase dita por ele: “Você pode desligar a chuva?” Pensando na Teoria Piagetiana, podemos afirmar que: A) provavelmente essa fala é de uma adolescente que estava em pleno desenvolvimento de sua criatividade, conseguindo realizar ricas abstrações a partir de um estímulo concreto, nesse caso, a chuva. B) a fala em questão é de uma criança de aproximadamente 8 anos que está no estágio sensório-motor, onde se observa ainda a pé- logicidade da ação infantil. C) a fala é de uma criança de aproximadamente 5 anos onde ainda há predomínio do raciocínio transdutivo, ou seja, que vai do particular para o particular. D) a criança em questão possui 4 anos e apresenta o pensamento dedutivo, por isso conseguiu fazer uma correlação entre o chuveiro e a chuva. Esse aspecto mostra o franco desenvolvimento da lógica matemática. E) por estar na fase da fantasia, a criança que está nos primeiros anos de vida consegue realizar a descentração de si mesma e criar novos pensamentos que possibilitam o desenvolvimento do raciocínio lógico nos estágios futuros. 29 Em uma sala de aula de segundo ano do ensino fundamental, com 25 crianças, da faixa etária de 7 anos, foram identificadas duas que apresentavam comportamento egocêntrico e de dependência da professora. Não dividiam brinquedos e objetos pessoais, além de só realizar as atividades quando juntas da professora. Ambas não manifestavam dificuldades na aprendizagem. A psicopedagoga convocou os pais da criança para uma conversa e realizou o encaminhamento dela ao psicólogo que, após a realização da avaliação, deveria realizar orientações também à escola para que a mesma pudesse aprender a lidar com o aluno. Baseado nas teorias que entremeiam a práxis psicopedagógica, assinale a abordagem que permeou a observação da professora e da psicopedagoga da escola em relação ao comportamento do aluno. A) Psicolinguística. B) Neuropsicologia. C) Psicanálise. D) Gestalterapia. E) Nenhuma delas. 30 Sobre o papel das emoções nas funções cerebrais, assinale a alternativa incorreta. A) O processo de memória, importante para a aprendizagem escolar, sofre interferência direta do sistema límbico. B) O hipocampo é quem toma a atitude de permitir ou não que o estímulo se fixe na memória de longo prazo. Assim, as informações que tem maior importância afetiva serão mais facilmente fixadas na memória. C) É o lobo occipital que acessamos quando vasculhamos nossa memória à procura de informações. A velocidade da busca dependerá da motivação que o estímulo oferece ao sujeito. D) Quando assiste à aula, a criança recebe as informações de todo o tipo: visuais, auditivas etc. Sem uma dessas vias em pleno funcionamento, poderão surgir problemas de aprendizagem, necessitando que o professor tenha, para com esse aluno, uma atenção especial em sala de aula. E) Aprender é um ato desejante. Quando a criança apresenta problemas emocionais, deixa de ter interesse na aprendizagem, manifestando queda na atenção concentrada. A criança aparenta estar no “mundo da lua”, quando se desliga da aula para refletir sobre suas questões emocionais. 31 Leia as afirmações que fazem um paralelo entre o superego (instância psíquica segundo a Teoria Freudiana) e a psicopedagogia. I. Através da adequada estruturação do superego, a criança nos primeiros anos de vida se manifesta como ser desejante, sem censura. Não há limites entre o real e o imaginário. Cabe ao professor em sala de aula realizar, nessa fase, atividades lúdicas e de faz-de-conta para promover a amplitude mental e a oralidade. II. Através do contato com seus cuidadores inicialmente, e depois com outros grupos sociais, a criança consegue incorporar para si valores, crenças e a moral, valorizados dentro de sua cultura. Isso tem sido feito, nos tempos atuais, com freqüência pelas figuras de afeto possibilitando a boa estruturação do superego. III. Observa-se atualmente que as crianças não estão respeitando os limites dentro das salas de aula, o que tem interferido na atuação dos professores. Isso pode ocorrer por falhas na estruturação do superego que dificulta a criança adquirir consciência das atitudes socialmente aceitas e do reconhecimento do outro nos relacionamentos. Está(ão) correta(s): A) todas as afirmações. B) apenas duas das afirmações, incluindo a I. C) apenas duas das afirmações, incluindo a II. D) apenas a afirmação III. E) nenhuma das afirmações. 32 Segundo Winnicott, a psicoterapia se efetua na sobreposição de duas áreas do brincar, a do paciente e a do terapeuta. A psicoterapia trata de duas pessoas que brincam juntas. Dentro desta perspectiva, leia as afirmações abaixo. I. O brincar contribui para o processo de avaliação diagnóstica, pois seu maior objetivo é trazer para a criança o prazer de aprender na escola. II. Os jogosconstituem a principal ferramenta de avaliação e intervenção do psicopedagogo. É nele que se fundamenta o seu trabalho. III. As brincadeiras ampliam o universo terapêutico. Desenvolvem os aspectos cognitivos, as habilidades mentais, além de constituir em uma ferramenta muito útil no processo de avaliação diagnóstica. Ao brincar, o sujeito revela pensamentos, ações e atitudes, que talvez não pudessem ser observados em outras entrevistas. Está(ão) correta(s): A) todas as afirmações. B) apenas duas das afirmações, incluindo a I. C) apenas duas das afirmações, incluindo a II. D) apenas a afirmação III. E) nenhuma das afirmações. 33 Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia, segundo a Associação Brasileira de Dislexia, é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Leia as afirmações e marque a alternativa incorreta. A) Não se pode afirmar que uma criança na fase pré- escolar seja disléxica. Se houver sinais já na pré- escola de dificuldades de memorização/sequencialização alfabética e/ou numérica, esta deverá ser incluída em Grupo de Risco, sendo acompanhada pela equipe multidisciplinar. B) Há uma dificuldade na conversão grafema-fonema e vice-versa, que dificulta o processo de leitura e escrita. Apesar disso, todos os portadores apresentam uma boa consciência fonológica que facilita o prognóstico quando o tratamento é iniciado na mais tenra idade. C) O diagnóstico é de exclusão e o Teste WISC-III é freqüentemente utilizado pelos psicólogos para afastar a possibilidade de Atraso Mental. D) Na anamnese com os pais deverá ser levantado o histórico familiar do sujeito, dados os fortes indícios de seu caráter hereditário. E) Assim como o diagnóstico, o tratamento é multidisciplinar e envolve, principalmente, a família e a escola no apoio ao portador. 34 São comorbidades da dislexia que podem estar presentes em pacientes disléxicos, exceto: A) disortografia. B) disgrafia. C) discalculia. D) disfagia. E) desatenção. 35 Sobre o trabalho desenvolvido por Fuerstein, é incorreto afirmar que: A) desenvolveu um procedimento muito detalhado e específico, que visa desencadear no aprendiz a necessidade de perceber a intencionalidade da ação do mediador, estabelecendo relações com a situação vivida e construindo significados para ela. B) uma das críticas ao trabalho de Fuerstein foi de que o seu método não produzia, em seus sujeitos, independência na ação junto ao meio. C) o mediador também deve considerar que a experiência deve transcender a ação vivida e que deve ter um significado, principalmente de ordem afetiva, para o aprendiz. D) cabe ao mediador fazer perguntas pontuais, detonadoras de reflexão, que denomina de estilo interrogatório. E) no PEI (Programa de Enriquecimento Instrumental), proposto por Fuerstein, o mediador organiza a relação psicopedagógica através de um método clínico, de perguntas pontuais. 36 O trecho a seguir revela as influências de um importante teórico para a aprendizagem: “A afetividade e a inteligência caminham juntas desde o primeiro ano de vida da criança. Esse período denominado „Impulsiva Emocional‟ é marcado pelas relações emocionais do bebê com o ambiente. A afetividade dá lugar ao desenvolvimento cognitivo quando a criança começa a construir a realidade por meio do que chamou de „Inteligência Prática ou Das Situações‟. É interessante que a escola considere os níveis do desenvolvimento cognitivo da criança e suas necessidades afetivas a fim de melhor orientar suas ações educativas.” Assinale o teórico responsável por essas idéias. A) Freud. B) Piaget. C) Wallon. D) Vygotsky. E) Winnicot. 37 Em uma sala de aula do primeiro ano do ensino fundamental uma criança apresentou os seguintes sintomas: agitação psicomotora; dificuldade em se concentrar em atividades que exigem esforço mental prolongado; perde coisas ou objetos com freqüência; está sempre “a mil”, atrapalhando o bom andamento da aula. Leia as hipóteses diagnósticas abaixo. I. Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade. II. Transtorno de Ansiedade. III. Lacunas no desenvolvimento da coordenação motora ampla. IV. Privação de momentos lúdicos fora da escola. V. Existência de possíveis conflitos domiciliares. Como psicopedagogo responsável por fazer o encaminhamento, quais as hipóteses diagnósticas possíveis você interrogaria? A) Alternativa I. B) Alternativas I e II. C) Alternativas I, II e III. D) Alternativas I, II, IV e V. E) Todas as alternativas são possíveis. 38 Gardner vislumbra uma educação escolar diferente da atual, onde a escola deveria desenvolver as várias inteligências dos alunos. Baseado nesse pressuposto, assinale a alternativa incorreta em relação ao pensamento do autor. A) A inteligência é um conjunto de habilidades que interagem e são passíveis de serem medidas com Testes Psicológicos para esse fim. B) As combinações entre as inteligências, por nós realizadas, são únicas para cada um de nós. Isso distingue um sujeito do outro. C) Para resolver um problema de física, são necessárias competências lingüísticas, espaciais e matemáticas. Esse exemplo ilustra essa teoria. D) Existem pelo menos oito inteligências: lingüística, lógico-matemática, musical, espacial, corporal- cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista. E) As múltiplas inteligências podem ser desenvolvidas ao longo de toda nossa vida, mediante fatores biológicos, culturais, sociais e tecnológicos. 39 Jorge Visca traz algumas Técnicas Projetivas Psicopedagógicas que podem ser utilizadas no processo terapêutico junto ao sujeito. Leia as afirmações abaixo e depois responda. I. Durante a aplicação das Técnicas Projetivas é fundamental captar as relações de cada estímulo dado, seja verbal ou gráfico. II. Muitas Técnicas Projetivas utilizadas com fins avaliativos se baseiam em grafismo dirigido e, por essa razão, não sofrem interferência do desenvolvimento da escrita pela criança. III. O importante na avaliação dos Testes Projetivos é a visão integrada do que é projetado pelo sujeito. Como ele pensa, age e sente em cada momento ou lugar em sua vida. IV. O Teste Projetivo “Família Educativa” foi proposto por Jorge Visca e tem como objetivo pesquisar as relações de aprendizagem dentro da família, ou seja, o Modelo de Aprendizagem que os diferentes membros possuem e transmitem. Estão corretas: A) I e II, apenas. B) I e III, apenas. C) III e IV, apenas. D) I, III e IV, apenas. E) todas. 40 O processo de alfabetização é uma etapa importante para o desenvolvimento não só cognitivo, mas também psicossocial. É a partir desse processo que o sujeito amplia as possibilidades de conhecimento e também de registro de suas percepções. Leia as afirmações sobre esse processo e depois responda. I. Representa, do ponto de vista emocional, um grande passo para a independência das figuras de afeto. Caso a relação de apego não seja bem estabelecida, a criança poderá se recusar a ler e/ou escrever. II. Fase em que é realizado o diagnóstico de dislexia com maior precisão pelos profissionais da equipe multidisciplinar, pois a criança já apresenta faixa etária entre 6 e 7 anos e poderá mostrar claramente sua resposta aos estímulos recebidos. III. A ansiedade dos pais poderá bloquear o processo de aprendizagem. É preciso que não haja cobranças para que o processo possa se desenvolver da maneira mais natural possível. Está correto o que se afirma na(s) questão(ões): A) I, apenas. B) I e II, apenas. C) II, apenas. D) I e III, apenas. E) III, apenas.
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