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PSICOPEDAGOGIA TEXTO E ATIVIDADE

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HISTÓRIA E FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA 
Daniel Caraúna da MOTTA1 
INTRODUÇÃO 
"A palavra "Psicopedagogia", especialmente após 1990, começou a fazer parte dos 
debates sobre educação escolar de modo intenso. Todavia, tal terminologia, ainda hoje, 
tem sua história e significados perdidos em meio a discursos que em muito enfraquecem 
o potencial científico dos estudos psicopedagógicos, fundamentalmente no campo da 
educação escolar. Com base nessa observação inicial, este COMPÊNDIO APOSTILADO 
tem o objetivo de resgatar a história (passada e presente) e o significado da 
Psicopedagogia, bem como o papel de seu profissional, a partir de uma análise 
bibliográfica que busca recuperar e unir os dados que se encontram dispersos na 
literatura sobre o tema". 
 
1 O QUE É PSICOPEDAGOGIA? 
 
"A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o 
processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a 
influência do meio _ família, escola e sociedade _ no seu desenvolvimento, utilizando 
procedimentos próprios da psicopedagogia". (Código de Ética da Associação Brasileira de 
Psicopedagogia) 
Se consultarmos um dicionário clássico de termos técnicos encontraremos: 
Psicopedagogia: Termo cujo aparecimento no início do século XX não pôde 
causar admiração, de tal modo parecia evidente, na época, a privilegiada relação 
da pedagogia com a psicologia, que era considerada renovadora do conhecimento 
do sujeito da educação: a criança. No final do século, esse privilégio é contestado. 
As realidades da educação dependem igualmente, e até mais, de uma 
sociopedagogia, cuja ausência no inventário das ciências demonstraria a força de 
ideologia psicologista. A psicopedagogia é uma das possíveis abordagens da 
situação educacional, a que leva em consideração seus componentes 
psicológicos: característicos dos indivíduos e dos grupos, relações professores-
alunos, articulação dos conteúdos e dos métodos com os processos 
individualizados de aprendizagem, etc. (HOMELINE, apud DORON e PAROT, 
1998; p. 634) 
 
2 COMO E ONDE SURGIU 
Quanto à possibilidade do resgate dos primórdios históricos dos fundamentos da 
Psicopedagogia, é consenso a admissão da França como país pioneiro, porém podemos 
deparar com duas datas distintas quanto aos seus primórdios factuais; apesar de ambas 
apontarem à França como o país genitor, há duas datas divergentes com base no 
 
1
 Disponivel em: <http://www.artigonal.com/ciencia-artigos/fundamentos-da-psicopedagogia-4890392.html> 
julgamento dos fatos: uma que nos remete ao século XIX e a outra que data do século 
XX. 
 
2.1 SÉCULO XIX 
A idéia da gênese psicopedagógica do século XIX, é fundamentada no fato de que 
no final desse século educadores pioneiros como Itart, Pereire, Pestalozzi e Leguin 
começaram a se dedicar às crianças que apresentavam problemas de aprendizagem 
devido a múltiplos fatores - período próximo a 1898, - quando Clarapéde e Neville, 
introduziu na escola pública as "classes especiais", destinadas à educação de crianças 
com retardo mental. Esta foi a primeira iniciativa registrada de médicos e educadores no 
campo da reeducação. Outro fato importante quanto a data do século XIX, é que ainda 
antes do seu termino, surgiu Seguin e Esquirol, dando ênfase à neuropsiquiatria infantil 
que passou a se ocupar dos problemas neurológicos que afetam a aprendizagem. Nessa 
época a psiquiatra italiana Maria Montessori criou um método de aprendizagem destinado 
inicialmente às crianças com algum retardo, tendo como sua principal preocupação a 
educação da vontade e a alfabetização, via estimulação dos órgãos dos sentidos – 
(método sensorial). 
 
2.2 SÉCULO XX 
Entre 1904 e 1908 (século XX) iniciam-se as primeiras consultas médico-
pedagógicas, cujo objetivo era encaminhar crianças para as classes especiais. Mery 
(1985) aponta esses educadores como pioneiros no tratamento dos problemas de 
aprendizagem, observando, porém, que eles se preparavam mais pelas deficiências 
sensoriais e pela debilidade mental do que propriamente pela desadaptação infantil. 
Segundo Andrade (2004), a gênese da psicopedagogia teria acontecido na década 
de 1920 (século XX), momento em que se instituiu o primeiro Centro de Psicopedagogia 
do mundo. Ligado ao pensamento psicanalítico de Lacan, tal centro, de acordo com a 
autora, fundamentou aquilo que posteriormente foi nomeado de Psicopedagogia Clínica. 
Bossa (1994) e Masini (1993), por outro lado, apontam que a Psicopedagogia teria 
nascido no ano de 1946, período em que se deu a criação dos primeiros Centros 
Psicopegagógicos na Europa, em Paris, por Juliet Favez-Boutonier e George Mauco. 
 
2.3 SURGIMENTO DO TERMO: Psicopedagógico 
Conforme Masini et al. (1993), Mauco teria explicado que o termo 
"psicopedagógico" foi utilizado na nomenclatura desses centros em substituição à 
expressão "médico-pedagógico", já que os pais aceitavam mais facilmente encaminhar 
suas crianças para consultas psicopedagógicas, do que médicas. 
 
2.4 OBJETIVOS E FUNDAMENTOS PRIMÁRIOS 
A Psicopedagogia iniciada nesses centros tinha entre os seus objetivos centrais 
auxiliar as crianças e os adolescentes que apresentavam dificuldades de comportamento 
(na escola ou na família), segundo os padrões da época, no intuito de reeducá-las para o 
seu ambiente por meio de um acompanhamento psicopedagógico (BOSSA, 1994). A 
prática da reeducação consistia em identificar e tratar dificuldades de aprendizagem, a 
partir de ações de medição, de classificação de desvios e de elaboração de planos de 
trabalho. A base do conhecimento utilizado provinha fundamentalmente da Psicologia, da 
Psicanálise e da Pedagogia e o tipo de enfoque predominante era o médico-pedagógico. 
Apesar das equipes desses centros serem formadas por profissionais de várias áreas 
(psicólogos, psicanalistas, pedagogos, reeducadores de psicomotricidade, de escrita etc.), 
era o médico o responsável pela realização do diagnóstico do sujeito (MASINI et. al, 
1993). Por intermédio da investigação da vida familiar, das relações conjugais, das 
condições de vida, dos métodos educativos, dos resultados dos testes de QI da pessoa, 
ele dava a orientação sobre o tipo de tratamento cabível, visando corrigir a falta de 
adaptação detectada no sujeito. 
 
2.5 AMPLIAM-SE OS OBJETIVOS 
2.5.1 Diagnóstico 
Em 1948, para além da consideração dos casos de problema de comportamento, o 
estudioso Maurice Debesse inseriu, ainda, como preocupação psicopedagógica, a 
ocorrência de crianças e adolescentes que, embora fossem considerados inteligentes, 
apresentavam problemas de aprendizagem. Nesses casos, o tipo de atuação privilegiada 
também era de cunho médico-pedagógico e o objetivo da ação era diferenciar esses 
sujeitos daqueles que possuíam deficiências físicas, mentais e ou sensoriais, (diagnóstico 
limitado) bem como lhes possibilitar ações reeducadoras que contribuíssem para o 
desaparecimento de seus sintomas. Segundo Drouet (1995), esse tipo de atuação 
recebeu o nome de "Psicopedagogia Curativa" ou "Pedagogia Curativa" e designava, 
além de uma ação de reeducação especializada, exercícios de readaptação. Embora, 
desde a década de 60, vários pesquisadores não concordassem com essa conceituação 
diagnóstica, tal enfoque perdurou na história da Psicopedagogia por muito tempo, vindo a 
influenciar os cursos de formação que se seguiram na área, bem como o desenvolvimento 
do campo psicopedagógico na Argentina. 
 
3 DESENVOLVIMENTO DA PSICOPEDAGOGIA NA ARGENTINA 
3.1 ARGENTINA 
Na Argentina, as primeiras influências psicopedagógicas surgem no final dos anos 
50, segundo Fernández (1990, p. 130), "[...] em função dos altos índices de insucessos 
escolares provocados especialmente pela inadequação didático-metodológica, pela 
expansão demográfica do pós-guerra, pela evasão e repetência escolar". Diante desses 
fatos passa-se a investir em estudos com objetivos de desenvolver a memória,a 
percepção, a atenção, a motricidade e o pensamento. Estes fatores, dentre outros, 
impulsionaram a necessidade da formação de profissionais qualificados nesse país. 
A Psicopedagogia Argentina é bem marcada por autores franceses como Jacques 
Lacan, Maud Mannoni, Fraçoise Dolto, Júlian de Ajuriaguerra, Janine Mery, Michel Lobrot, 
Pierre Vayer, Maurice Debesse, René Diatkine, George Mauco, Pichón-Riviére etc. 
 
3.2 PRIMEIRO CURSO UNIVERSITÁRIO EM PSICOPEDAGOGIA 
Embora a França tenha sido o berço da psicopedagogia, foi na Argentina em 
Buenos Aires que foi instituído a primeira faculdade de psicopedagogia, no ano de 1956. 
Ocorre também nesse país, a criação dos primeiros Centros de Saúde Mental por 
volta dos anos 70. Eles se localizavam em Buenos Aires e possuíam equipes de 
psicopedagogos que atuavam no diagnóstico e no tratamento dos casos, com ênfase em 
trabalhos de reeducação de psicomotricidade e escrita, desenvolvendo assim a atuação 
clínica. Alguns anos depois, percebe-se a importância de também permitir que o aluno se 
expressasse e falasse de suas angustias, desejos, medos, dores e necessidades sem 
que apresentasse receio de ser julgado ou criticado. O que causa uma mudança na 
atuação do psicopedagogo, que passa a ouvir não só o aluno, mas compreender o seu 
convívio social e familiar. A observação e validade desses fatos trouxeram 
esclarecimentos à compreensão da pluricausalidade que envolve esse fenômeno 
chamado - educação. 
Já na segunda metade do século XX surgem os primeiros centros de reeducação 
para delinqüentes infantis e juvenis. Nos Estados Unidos cresce o número de escolas 
particulares e de ensino individualizado para crianças de aprendizagem lenta. 
 
3.3 SURGE A ESCUTA PSICOPEDAGÓGICA 
Maria Regina Peres (2008) citando Fernández (1990) expõe que através dos 
fatores citados nas paginas anteriores é que surge a chamada "escuta 
psicopedagógica", que tem sua origem no "olhar" e na "escuta clínica" da Psicanálise. O 
que contribuiu para a reorganização da psicopedagogia na Argentina ampliando seus 
trabalhos tradicionais restritos na área da saúde para os também desafiantes trabalhos na 
área da educação. 
Nesta nova modalidade de ação o psicopedagogo passa a atuar sob a ótica de 
identificar possíveis dificuldades de aprendizagem e diagnosticar os possíveis problemas 
dela decorrentes. Para tal, o psicopedagogo argentino pode recorrer a um variado número 
de testes, como, dentre outros citamos: teste de inteligência, os projetivos, os 
psicomotores, que na Argentina são liberados tanto ao uso do psicólogo como do 
psicopedagogo. 
 
3.4 EXPANSÃO NOS CAMPOS DE ATUAÇÃO 
Segundo Muller et al. (2000) a psicopedagogia argentina segue a tendência 
européia que, dentre outras questões, valoriza o dialogo interdisciplinar entre as varias 
áreas do conhecimento, sendo influenciada diretamente pelos conhecimentos da 
psicologia social. Com isso, se considera a importância das relações interpessoais, 
sócio/culturais, políticas, econômicas e outras no processo educacional. Também se 
passa a enfatizar a idéia de que o processo educacional não pode se restringir apenas à 
aprendizagem de conhecimentos escolares, mas sim na busca de construção de sentidos 
para a vida. Diante desta perspectiva, novos campos de atuação ganham espaço na 
atividade do psicopedagogo, dentre elas atividades psicopedagógicas: 
Com grupos de terceira idade; 
 com vitimas da violência; 
 com grupos considerados socialmente excluídos; 
 com jovens adictos (dependente químico); 
 atendimento clínico particular e em hospitais; 
 em organizações com problemas de recursos humanos em questões de adaptabilidade 
social, convivência, bloqueios de desempenho, liderança, seleção de pessoas etc. 
 
4 A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL 
O contexto que originou o surgimento da psicopedagogia no Brasil foi semelhante 
aos de outros países, ou seja, as situações de insucessos escolares. 
No Brasil perdurou durante algum tempo a crença de que os problemas de 
aprendizagem tinham como causa fatores orgânicos. Podemos verificar essa concepção 
organicista de "problema de aprendizagem" em vários trabalhos que tratam da questão 
como "distúrbio", onde em geral a sua causa é atribuída a uma disfunção do sistema 
nervoso central. Em 1970, por exemplo, foi amplamente divulgado o trabalho dos 
brasileiros Antonio Lefèvre (médico) e sua esposa Beatriz Lefèvre (pedagoga). Eles 
trabalharam com crianças agitadas, que apesar do bom potencial de inteligência, rendiam 
de modo inadequado nas atividades escolares. Essas crianças que hoje são 
denominadas com Déficits de Atenção (com e sem hiperatividade) eram consideradas 
portadoras de Disfunção Cerebral Mínima (D.C.M.). 
Devido à proximidade geográfica e ao acesso fácil à literatura (inclusive pela 
facilidade dos brasileiros compreenderem o espanhol), as idéias dos argentinos muito 
influenciaram e têm influenciado nossas práticas. O movimento da Psicopedagogia no 
Brasil remete-nos portanto à Argentina e por conseqüência às influências da França. 
A psicopedagogia, tal qual proposta por este movimento é ainda ensinada no Brasil 
por muitos argentinos, além disso, autores argentinos escreveram os primeiros artigos, 
resultando dos primeiros esforços no sentido de sistematizar um corpo teórico próprio da 
psicopedagogia. Vale citar: Sara Paín, Jorge Visca, Alicia Fernández etc. 
O famoso psicopedagogo argentino Jorge Visca, recentemente falecido 
(2000/2001), ao criar a Epistemologia Convergente (Visca 1987) na clínica 
psicopedagógica, assunto que estudaremos detalhadamente em Psicopedagogia 
institucional I, fez convergir a Psicanálise de Freud, a Epistemologia Genética de Piaget e 
a Psicologia Social de Enrique Pichon Riviere, o que causou um grande salto nas práticas 
psicopedagógicas inclusive em nosso país (Brasil) e que perduram até os dias atuais. 
 
5 FUNDAMENTAÇÃO PSICOLÓGICA 
Quando se fala sobre as fundamentações psicológicas da psicopedagogia se pensa 
basicamente no desenvolvimento e aprendizagem do ser humano. Os autores mais 
influentes que contribuíram para a esta fundamentação foram: 
 Jean Piaget (epistemologia genética), 
 David Ausubel (Teoria da aprendizagem singnifitcativa), 
 Jerome Bruner (Teoria dos formatos), 
 Lev Vygotsky (Teoria sócio-histórica-cognitiva), 
 Sigmund Freud (Teoria do inconsciente), 
 Call Rogers (Teoria humanista), 
 Paulo Freire (Pedagogia do amor) etc., 
 e na educação especial ou inclusiva, temos Mary Warnock (trabalho voltado para a 
atenção a adversidade). 
 
6 INTERDISCIPLINARIDADE NA PSICOPEDAGOGIA 
A atuação psicopedagógica como a sua eficiência e eficácia em determinadas 
situações perpassa pela interdisciplinaridade de vários conhecimentos como: 
neuropsicologia, neuromotricidade, fonoaudiólogo, psicanálise, medicina, etc., e 
não apenas a pedagogia e psicologia como alguns podem pensar. A práxis 
psicopedagógica apresenta propostas educacionais que convidam a criança a participar 
ativamente de seu processo de aprendizagem, o que configura a necessidade de uma 
mudança qualitativa no ensinar e no aprender. O aprender vivido de forma mais integrada 
propõe intrínsecas e extrínsecas {questões} à aquisição do conhecimento. 
Segundo Visca (1987), a psicopedagogia nasceu com uma ocupação empírica pela 
necessidade de atender crianças com dificuldades de aprendizagem, cujas causas eram 
estudadas pela medicina e psicologia. Com o decorrer do tempo, o que inicialmente foi 
uma ação subsidiária destas disciplinas, foi se perfilando como um conhecimento 
independente e complementar, possuidor de um objeto de estudo (o processo de 
aprendizagem) e de recursos diagnósticos, corretores/tratamento e preventivos próprios. 
 
7 MULTIDISCIPLINARIDADE PSICOPEDAGÓGICA 
Geralmente, o caráter multidisciplinar da Psicopedagogia se revela pelo número de 
graduações diferenciadas que freqüentemente comparecem a tal curso: pedagogos, 
psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, assistentessociais, licenciados, 
médicos (pediatras, psiquiatras, neurologistas etc.). 
 
8 PROPOSTA PSICOPEDAGÓGICA 
O especialista em Psicopedagogia pode atuar tanto em nível clínico quanto 
institucional, pois ele se propõe compreender e atuar nos vínculos presentes entre o ato 
de ensinar e a ação de aprender, assim como nas possíveis barreiras que impedem seu 
fluir harmonioso. Para Fagali (1987) a proposta de Psicopedagogia é trabalhar 
basicamente com as relações afetivas ocorridas durante a aprendizagem, de modo a 
garantir que o sujeito seja criativo, espontâneo, perseverante e transforma-dor ao 
trabalhar seu próprio pensamento. 
9 OBJETO DE ESTUDO 
A Psicopedagogia então passa a ser um ramo do conhecimento aplicado que estuda a 
conduta humana em situações sócio/educativas como também dos processos de 
aprendizagem a partir da contextualização teórica-prática de várias ciências. A ela se 
interrelacionam a psicologia evolutiva, psicologia da aprendizagem, psicologia da 
educação, didática, epistemologia, psicolingüística etc. São importantes sua atuação nos 
campos da: 
 educação especial, 
 terapias educativas, 
 avaliação curricular, 
 programas educativos e, 
 política educativa. 
 
10 ATIVIDADES PSICOPEDAGÓGICAS 
O psicopedagogo, para Allessandrini (1996), pode: 
 reprogramar projetos educacionais, facilitadores de uma aprendizagem mais dinâmica 
e significante; 
 supervisionar programas, treinando educadores e atuando junto a profissionais de 
educação; 
 aprimorar a qualidade de aprendizagem do sujeito que apresenta dificuldades 
escolares. 
11 CAMPOS NORTEADORES DA AÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
Fernández (1987), no livro "Inteligência Aprisionada", Pinel (2001/2002) sugere que 
o discente deve ser considerado em quatro aspectos: seu ORGANISMO, seu CORPO, 
seu DESEJO e sua INTELIGÊNCIA. 
O aluno/a deve ser abordado/a no seu ser total, que envolve o ORGANISMO, 
o CORPO, o DESEJO e a INTELIGÊNCIA. 
 O ORGANISMO deve ser entendido no seu funcionamento – normal ou não –
 fisiológico. Doenças perturbam a aprendizagem, a dor – física etc. Entretanto, 
deficiências físicas, em si mesmas não são anormais, mas sim a sociedade onde este 
organismo está inserido, pois é a sociedade que não apresenta pré-requisitos para a 
inclusão do diferenciado. A sociedade foi e é construída para uma maioria dominante, e 
para uma elite dominante. 
 Quanto ao CORPO deve ser apreendido o modo como o aluno se percebe. Também: 
Como o corpo discente se percebe e se movimenta no espaço? Qual o seu Esquema 
Corporal: Imagem e Conceito Corporal? Como o corpo é introjetado pelo discente: 
introjeção das partes do corpo e todo o corpo? Quais reações da pessoa frente ao 
espelho? Etc. 
 Poderíamos falar em motivação, em demanda, em necessidade, em vontade do 
discente. Recorremos ao termo DESEJO do aluno/a. Qual a sua vontade de sentido? 
Qual a sua motivação mais profunda, o seu querer, a sua auto-estima, as suas forças e 
fragilidades? etc. 
 Finalmente a INTELIGÊNCIA é o aspecto não mensurável do desenvolvimento 
cognitivo. Pode ser até avaliado por intermédio de Testes de Inteligência – utilizados 
em termos clínicos, ou seja: qualitativos. A inteligência refere-se a capacidade do 
aluno/pessoa solucionar os desafios que se interpõem à sua frente, no seu cotidiano de 
ser. O modo como ele aborda - criativo ou não – os problemas, solucionando-os ou 
não. 
Dentro desse contexto psiconeurológico, os distúrbios biológicos do crescimento e 
do desenvolvimento que for capaz de interferir prolongadamente no METABOLISMO 
refletem de modo negativo no crescimento e desenvolvimento. 
 
12 MODELOS DE ABORDAGEM 
a) Abordagem psiconeurológica 
Abordagem fundamentada na biologia, psicologia e processos educativos e de 
treinamento. Pinel (2001/2002) estudou as bases neurais da aprendizagem/ 
desenvolvimento, buscando compreender alguns mecanismos psicofisiológicos e 
neuropsicológicos associados aos aspectos cognitivos. Destaca Pinel (2001/2002; p.108) 
que é importante ao estudioso da Psicopedagogia uma atitude de compreensão e esforço 
intelectual na pesquisa do aluno com dificuldades de aprendizagem escolar. 
Os principais fatores podem ser agrupados em: 
1. Disfunções endócrinas: Ex.: Nanismo hipofisário e tireoidiano; gigantismo; puberdade 
precoce etc. 
2. Fatores genéticos: Ex.: Acondroplasia; síndrome de Down; síndrome de Turner etc. 
3. Desnutrição: o mecanismo de desnutrição gera um atraso no desenvolvimento-
aprendizagem, e esse é muito complexo e inclui a formação escassa de somatomedina C. 
4. Doenças crônicas: essas doenças, quando de longa duração perturbam o 
metabolismo, atrasando o crescimento. Como é o caso da insuficiência digestiva e de 
certas afecções renais, pulmonares e cardíacas. 
5. Dificuldades emocionais no berço familiar: conflitos e violências no lar; o modo de 
ser da criança diante do alcoolismo paterno, por exemplo, e o sentimento da criança 
diante dos jogos psicopatológicos da família; abuso sexual etc.) e infecções freqüentes 
(verminoses e intoxicações etc.) também prejudicam o desenvolvimento/aprendizagem. 
Podemos considerar ainda como sexto (6º fator) as características físicas de 
uma criança que podem estimular seus familiares, coleguinhas, professores e outras 
pessoas significativas em sua vida-vivida, a criar, de modo fantasioso, a respeito dela, 
uma imagem marcada pelos estigmas, estereótipos e preconceitos. Muitas vezes, esses 
algozes são destruidores do ser, e então persistem nas condutas e atitudes prejudiciais 
ao crescimento do individuo. 
b) Abordagem neuropsiquiátrica 
Abordagem fundamentada na medicina e medicalização dos problemas de 
aprendizagem. Pode haver exageros nessa área, como a prescrição de tratamento 
medicamentoso a base psicotrópicos como antidepressivos, ansiolíticos etc., para 
crianças com problemas comuns de atenção escolar. Nesse caso é adequado consultar 
um médico com residência em neurologia, e com compreensão do movimento inclusivo. 
c) Abordagem comportamental 
Abordagem fundamentada nos trabalhos de laboratório de Psicologia experimental 
de Watson (Behaviorismo Metodológico) e B.F. Skinner (Behaviorismo Radical). O 
enfoque está na observação e descrição clara dos comportamentos inadequados, a 
identificação daquilo que mantém (reforço/recompensa) esse comportamento 
desviado/patológico – segundo o contexto do meio - e a intervenção de modificação, por 
meio de técnicas de controle do comportamento e a instalação de um novo e mais 
adequado comportamento. 
Programas psicopedagógicos como a ANÁLISE DE TAREFAS (Pinel, 1987) 
utlizam-se das propostas do neobehaviorismo de Madame Jordam. Filosoficamente o 
behaviorismo é condenável, pois defende a tese que o homem é uma tabula rasa, sem 
história e dele fazemos o que quizermos, a nosso bel prazer. Entretanto, mesmo 
psicólogos sócio-históricos como Bock et al.; tem defendido as benesses desses 
treinamentos para a Psicologia do Excepcional. 
d) Abordagem Fenomenológica 
O mais importante nessa abordagem são as atitudes e posturas do cuida(dor). É 
vital o envolvimento existencial com aquilo que se põe ao meu ser Total (Holismo) e o 
necessário distanciamento reflexivo da coisa mesma, e então apreender o sentido ou o 
significado do que é vivido pelo outro/orientando. 
Heidegger e Sartre são dois filósofos que fundamentam tais práticas. Viktor Emil ou 
Emmanuel Frakl, Medard Boss, Binswanger, Franz Rúdio, J. Wood/ Doxsey et al., 
Angerami-Camom e Pinel são alguns psicólogos, que fundamentados nos filósofos, 
recriaram alternativas de diagnóstico, prevenção e tratamento psicopedagógico. 
OBSERVAÇÃO: Outro campo norteador da Psicopedagogia é a abordagem da 
Epistemologia Convergente de Jorge Visca e os trabalhos projetivos, que tamanha sua 
importância estaremos estudando com profundidade em outras disciplinas. 
 
13 FUNDAMENTOS PSICANALÍTICOS 
Em relação as colaborações da Psicanálise de Freud, é importante que se estude 
as seguintes categoriaspsicanalíticas: inconsciente; transferência; contra-transferência, 
bloqueios, sistemas de defesa etc., e que será (psicanálise) nosso objeto de estudo para 
aquisição de conhecimentos e sua importante aplicabilidade na psicopedagogia, e que 
para tal, teremos uma disciplina unicamente com essa finalidade (Contribuições da 
Psicanálise Para a Psicopedagogia). 
 
14 FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA PSICOPEDAGOGIA 
Aspectos filosóficos da psicopedagogia podem ser compreendidos pelos mais 
diversos enfoques. Poderíamos estudar Heidegger e Sartre, por exemplo, que embasam 
psicólogos em algumas práticas psicopedagógicas fenomenológicas existenciais. 
Neste tópico, entretanto estaremos nos referindo à filosofia da inclusão. Para 
alcançar esse objetivo recorreremos a Correia (1999), a André et al (1999) e um texto 
organizado por Carvalho (1997). 
 
15 FILOSOFANDO A PSICOPEDAGOGIA COMO FATOR DE INCLUSÃO SOCIAL 
As sociedades têm, ao longo da história, utilizado de recursos punitivos para 
pessoas que "ousam" ou são diferentes, bem como agridem simbólica ou concretamente 
pessoa com necessidades (de saúde; educação; de afeto; de alimentação etc.) especiais 
e o aluno com necessidades educativas (Adaptação Curricular: individual e/ou grupal) 
especiais. 
Ser portador de deficiência nunca foi fácil. Não se aceita o diferente e suas 
diferenças. Pode-se esconder essa diferença, tanto melhor, pois a sociedade é hipócrita e 
finge que não vê a dor do outro que não pode dizer a que veio! Com base nos padrões de 
normalidade estabelecidos pelo contexto sociocultural, legitima-se a ideologia do domina-
dor. Assim, desde a Antiguidade até os nossos dias, as sociedades demonstram 
dificuldade em lidar com o diferente, as diferenças, aquilo que é novo. 
Todos resistem ao que é ameaça-dor à nossa estrutura de personalidade, ao nosso 
pretenso e harmonioso ser. A humanidade tem toda uma história para comprovar como os 
caminhos das pessoas com deficiência têm sido repletos de obstáculos, riscos e 
limitações. O que observamos é o quanto tem sido difícil a sobrevivência do ser, seu 
desenvolvimento e sua convivência (consigo mesmo e para com a sociedade). 
Pessoas nascem com deficiências em todas as culturas, etnias e níveis sócio-
econômicos e sociais, e de "perto são pessoas" (gente como a gente: o que é humano 
não nos pode ser estranho) e se olharmos bem, também portamos temporária ou 
definitivamente nossos déficits. Somos diferentes e temos o direito de expressá-la. 
A forma de conceber a deficiência e de lidar com seus portadores tem variado ao 
longo dos séculos. Atualmente, os preconceitos ainda existem em diferentes graus. 
Os mitos são perpetuados - em detrimento dos fatos científicos - as contradições 
conceituais prevalecem, assim como as atitudes ambivalentes, as resistências, a 
inquietação e as muitas formas de discriminações. Isso acontece, não que seja um sinal 
dos tempos modernos, nem dos avanços contemporâneos do conhecimento, nem da 
evolução dos costumes ou dos valores essenciais do homem ou algo da "monstruosidade 
que é a pós-modernidade", justo ela que propões a convivência na diversidade do ser! Ao 
contrário, os preconceitos, estigmas e estereótipos tem raízes psicológicas, psicanalíticas 
(inconscientes), históricas e culturais. As atuais posturas discriminativas fortaleceram-se 
no tempo, no equívoco compartilhado e transmitido culturalmente. 
A evolução da concepção de deficiência sofreu alguma evolução, entretanto, 
vivenciamos, ainda, uma fase assistencialista. Nesta etapa a pessoa diferente é vista 
como aquela que precisa de ajuda. Há, nesse sentido, as pessoas que se dedicam a esse 
atendimento, fazendo-o (e aí é o assistencialismo) de forma caritativa, negando que o ser 
diferente deve ser incluído, aceito com suas diferenças. 
Ser da Inclusão significa isso: conviver saudavelmente com as diferenças. 
Saudável é entrar em conflito, sem deixar de respeitar e advogar ali mesmo há 
diferenças e necessidades educativas ou outra necessidade que clamam por serem 
satisfeitas. 
Na visão da caridade, os ajuda-dor-es não reconhecem o impacto do social e 
político no ser. Tais caridosos devem ser cuidadosamente cuidados, pois podem ser 
perigosos, pois sua atuação tende a "calar" a voz do oprimido, gerando nele culpa e 
subserviência a quem doa alimentos, roupas etc. Obviamente é que em um país em crise 
como o Brasil, é essencial assitir, mas ao fazê-lo é vital que se faça com dignidade, 
reconhecendo no outro seu direito de cidadão de receber o que lhe é concreta ou 
simbolicamente tirado, usurpado! 
Os técnicos, mesmo os especializados são vistos como beneméritos, e as pessoas 
que se dedicam como voluntárias à causa dos portadores de deficiência, as que criam as 
instituições e lutam pela sua manutenção, costumam ser exaltados pelo seu espírito 
humanitário. (Carvalho, 1997; p.19). 
Porque exaltar? 
Muitos desses beneméritos abatem, com suas ações, no imposto de renda. Muitos 
ainda ganham tanto, e tanto, que o mínimo que a sociedade espera deles é sua 
contribuição, o seu retorno e não depósitos em bancos suíços! 
Goffman escreveu um excelente livro chamado "Estigma" e Foucoult escreveu 
"Vigiar e Punir". Esses livros valem a pena serem lidos, estudados. A leitura servirá para 
se compreender os modos como as pessoas diferentes são tratadas, abordadas... Nestes 
livros podemos detectar, sem entrarmos em detalhes, que: 
a) as pessoas diferentes ainda são identificadas e socialmente rotuladas; 
b) tende-se a generalizar as suas limitações e a minimizar as suas limitações e a 
minimizar os seus potenciais; 
c) a diferença está sempre tão presente e enfatizada para o seu portador (porta a dor?) e 
para os que o cercam, que justifica os seus sucessos e fracassos, os seus atos e 
realizações. 
Para se chegar à filosofia inclusiva e a luta atual para a sua efetivação prática, a 
sociedade passou pela exclusão, segregação, institucionalização, integração e 
inclusão. A integração propunha (na prática) a colocação do aluno diferente ou com 
necessidades educativas especiais em sala comum, sem reconhecer-lhe as diferenças, 
sem propor modificações quer na instituição, na organização, quer no desenvolvimento do 
processo ensino-aprendizagem. 
Hoje, no Brasil, a inclusão é garantida pela Constituição Federal. Entretanto, desde 
1986, no mundo, esse tema é discutido, pelo menos quando utilizamos o termo inclusão. 
Madeleine Will, Secretária de Estado para a Educação Especial dos Estados 
Unidos da América, fez um discurso que apelava para uma mudança radical no que dizia 
respeito ao atendimento das crianças com n.e.e. (Necessidades Educativas Especias) 
e em "risco educacional" (de rua; sob domínio de Ganges, drogadas e prostituídas etc). 
Dizia ela que, dos 39 milhões de alunos matriculados em escolas públicas, cerca 
de 10% eram alunos com n.e.e. e que outros 10 a 20% embora fossem considerados com 
n.e.e., demonstravam problemas de aprendizagem e comportamento que interferiam com 
a sua realização escolar. 
A solução para Will passava por uma cooperação entre professores - do ensino 
regular e de educação especial - que permitisse a análise das necessidades educativas 
dos alunos com problemas de aprendizagem e o desenvolvimento de estratégias que 
respondessem a essas mesmas necessidades. Essa proposta consagrou-se como 
princípio da filosofia de inclusão. 
Nesse sentido é cada vez maior o número de pais e educadores que defendem a 
integração (no sentido mesmo da inclusão) da criança deficiente na classe regular, 
incluindo as deficientes mentais severas ou profundas. Afirma-se que as necessidades 
educativas dos alunos não devem requerer um sistema dual, pois ele pode fomentar 
atitudes injustas e desapropriadas em relação à sua educação. 
Em junho de 1994, realizou em SALAMANCA, na Espanha, a "Conferência 
Mundial sobre necessidades educativas especiais (N.E.E): Acesso e Qualidade". Esse 
evento inspirou-se no "princípio da inclusão" e no reconhecimentoda necessidade de 
atuar com o objetivo de conseguir escola para todos, instituições que incluam todas as 
pessoas, aceitem as diferenças, apoiem a aprendizagem e respondam as necessidades 
educativas especiais individuais e em pequenos grupos. 
Segundo a maioria dos especialistas, a inclusão significa atender o aluno com 
N.E.E, incluindo aquele com N.E.E severas, na classe regular com o apoio de serviços 
especiais pertencentes à educação especial (sala de apoio, de recursos e/ou consultórios 
ou sala de psicopedagogia, por exemplo, dentro ou fora da escola). Entretanto para 
efetivar a inclusão é necessária a participação total do Estado, bem como da comunidade, 
da escola, da família e finalmente do aluno. 
Todo o sentir-pensar-agir a inclusão na escola, junto ao aluno com N.E.E., tende 
estimular o seu desenvolvimento nos planos acadêmicos, sócio-emocional e pessoal. 
Nem sempre esta tarefa é fácil, mas existem relatos técnicos-científicos onde se 
desenvolveram os sucessos como os encontrados em André et al. (1999). Entretanto 
quando se lê a DECLARAÇÃO DE SALAMANCA o que se checa é um texto legal - 
situado no plano ideal – cheio de "discursos" que não chegam à prática. Tal como toda 
boa lei, sua cristalização está se processando de modo muito lento. 
Para essa temática vale a pena ler: 
Mantoan (2003): Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? – Editora 
Moderna. 
 Bader SAWAIA et al: As artimahas da exclusão. Ed. Vozes. 
 José Leon Crochík: Preconceito. Robe Editorial. 
 
16 A ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA 
"Entende-se como atendimento psicopedagógico clínico a investigação e a 
intervenção para que se compreenda o significado, a causa e a modalidade de 
aprendizagem do sujeito, os seus significados semióticos, com o intuito de sanar suas 
dificuldades". 
O foco da psicopedagogia clinica é o vetor da aprendizagem. 
A psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os 
processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos e pedagógicos que 
interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações que estimulem e resgatem ou 
ativem o prazer de aprender em sua totalidade, incluindo a promoção da integração entre 
pais, professores, orientadores educacionais e demais especialistas que transitam no 
universo educacional do "ser". 
16.1 Relação com o cliente/aluno 
Quando nos referimos ao(s) cliente(s) das práticas clínica psicopedagógicas nos 
portamos a qualquer pessoa que necessite dos benefícios dessa prática, que geralmente 
apresentam determinadas dificuldades relacionadas à aprendizagem, o que nos remete 
como público alvo àqueles que fazem parte do universo educacional escolar, que em 
geral, são crianças de qualquer idade encaminhadas por seus responsáveis com queixas 
de dificuldades na aprendizagem. Assim, na relação com o aluno ou com seu cliente, o 
profissional da psicopedagogia clínica em espaço clínico particular ou não, estabelece 
uma investigação cuidadosa, que permite levantar uma série de hipóteses indicadoras 
das estratégias capazes de criar a situação terapêutica que facilite uma vinculação 
satisfatória mais adequada para a aprendizagem. Ao lado deste aspecto mais técnico, 
esse profissional também trabalha a atitude, a disponibilidade e a relação com a 
aprendizagem, a fim de que o aluno/cliente torne-se o agente de seu processo (o 
aprender), aproprie-se do seu saber, alcançando autonomia e independência para 
construir seu conhecimento e exercitar-se na tarefa de uma correta auto-valorização de 
modo a alcançar o máximo possível de seu potencial. 
No ensino público, uma das opções para a realização da atuação clínica seria o 
serviço público de atendimento, onde os profissionais da psicopedagogia poderiam 
contribuir com uma visão mais integrada de aprendizagem e, conseqüentemente, com a 
aprendizagem reconduzindo e integrando o aprendizado do processo normal de 
construção de conhecimento, contando com melhores condições para detectar com 
clareza os problemas de aprendizagem dos alunos, atendendo-os em suas necessidades 
e contribuindo para sua permanência no ensino regular. 
 
16.2 PARA R RELFETIR: 
Quando se refere ao termo APRENDIZAGEM quanto objeto de estudo e atuação 
do psicopedagogo pode-se incorrer no risco de acentuar as abrangências das práticas 
dessa profissão. Condicionar a atuação do psicopedagogo quanto a tudo que abranja o 
ato de aprender seria como não limitar sua atuação, considerando que a aprendizagem 
esta contida em todos os aspectos do viver. Assim, quando se apresenta dificuldades 
para aprender a nadar, dirigir, tocar um determinado instrumento ou mesmo uma 
profissão a qual profissão estaria vinculada a tentativa de resolução desses problemas? 
Apesar de cada profissão ter sua área de abrangência definida, seria incoerente não 
admitir a interdisciplinaridade da dissolução da diversidade de desafios que a vida nos 
apresenta. 
Considerando os dados dos séculos XIX e XX como primórdios históricos do 
surgimento da psicopedagogia como relacionada às dificuldades de aprendizagem no 
âmbito escolar, e a consideração do estudo etimológico do termo como segue: "psico" de 
psicologia; (gr. Psiquê) = mente + logia (gr. Logos) estudo + pedagogia (gr. Paidagogós) = 
instruir, conduzir, orientar a criança. 
A psicopedagogia poderia ser compreendida como área do conhecimento voltada a 
observar, descrever, analisar, avaliar, desenvolver e empregar técnicas que estimulem o 
ato de ensinar e o desejo pelo aprender, minimizando o surgimento de problemas e 
apontando intervenções para dissolução de dificuldades da aprendizagem já instaladas. 
Nesse caso, busca ensinar e instruir a criança através de técnicas 
comportamentais , verbais e não-verbais que estimulem os aspectos físico/motor e 
psicológico que corrijam as dificuldades ou facilitem sua aprendizagem. 
Com base nesses poucos dados, poderia se concluir que a atividade do 
psicopedagogo abrange áreas do conhecimento concernentes às questões "a tudo" 
relacionadas às dificuldades de aprendizagem referentes a questões da aquisição do 
conhecimento acadêmico, através do emprego de técnicas também psicológicas e que 
por sua vez teria como publico alvo (não limite) as crianças. 
Levantamos aqui um questionamento: O psicopedagogia cuida das dificuldades de 
aprendizagem da criança, das dificuldades instaladas na criança, da criança com 
determinadas dificuldades ou das possíveis dificuldades que podem surgir na infância e 
se estender por outras fases da vida? A resposta às estas indagações pode determinar os 
limites de sua atuação. No entanto, é compreensivo que dificuldades apresentadas na 
infância possam também ser instaladas ou acompanhar o ser em toda sua fase de 
desenvolvimento, assim, o público se tornaria universal. Com tudo, como se trata de 
dificuldades diversas, a existência da interdisciplinaridade será uma verdade. O que 
significa que: a dissolução ou minimização de determinadas dificuldades quanto ao 
aprender, considerando possibilidades de variadas junções que podem dificultar o ato, 
tanto o psicopedagogo pode recorrer ao auxilio de outros profissionais que 
complementam e integram sua atividade, como, outros profissionais de áreas diversas 
solicitar o auxilio psicopedagógico. Dessa forma, por exemplo: a pessoa com dificuldades 
de aprendizagem quanto ao ato de nadar, teria um duplo apoio profissional, se assim 
exigisse o caso – o professor de natação auxiliado, pelas técnicas psicopedagógicas 
orientadas por um psicopedagogo, teria conhecimento quanto às melhores práticas 
relacionais a aprendizagem poderiam ser adaptadas ao ato de "ensinar" a "aprender a 
nadar" contribuindo assim para a aceleração de tal aprendizagem. 
Conclui-se, pois, que a psicopedagogia apesar de ter como foco de estudo as 
questões relacionadas à aprendizagem, ao mesmo tempo em que se limita às 
dificuldades do aprender, mais especificamente, no ambiente escolar com base na 
interdisciplinaridade se expande com tudo que envolvea aprendizagem. 
 
17 A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL 
A psicopedagogia assume um compromisso com a melhoria da qualidade do 
ensino expandindo sua atuação para o espaço escolar, atendendo, sobretudo, aos 
problemas cruciais da educação. 
Na escola, o profissional da psicopedagogia utiliza instrumental especializado, 
sistema específico de avaliação e estratégias capazes de atender aos alunos em sua 
individualidade e de auxiliá-los em sua produção escolar e para além dela, colocando-os 
em contato com suas reações diante da tarefa e dos vínculos com o objeto do 
conhecimento. A meta é sempre resgatar de modo prazeroso o ato de aprender. 
A psicopedagogia institucional pode ser compreendida de dois modos: 
1. Trabalhando a escolaridade "in loco" escolar, tal como sugere Fagali e vale (1999); 
2. Trabalhando a instituição enquanto aparelho e estrutura resistente à mudança, pois 
tende a legitimar a ideologia dominante: Por que o aluno não aprende? Por que ele nega 
o ato de estudar? Por que um aluno com potencial mental bem estruturado apresenta 
dificuldade com a aprendizagem acadêmica? 
Esse primeiro modo engloba a tarefa clínica. Clinicar significa cuidar do outro que, 
explícita ou implicitamente, sofre. O clínico, na instituição, contribui com o diagnóstico e 
intervenção frente às dificuldades do aluno em relação à aprendizagem. Aqui cabe uma 
observação, pois compreendemos o diagnóstico, se bem efetuado, como um processo de 
intervenção que gera mudanças no próprio ser do aluno/cliente! 
No modo institucional-escolar o profissional da psicopedagogia procura refletir 
sobre a aprendizagem do aluno, na relação com a informação e os conceitos em 
diferentes áreas do conhecimento, buscando os diagnósticos e ampliação da prática em 
sala de aula, junto a professores e pedagogos. Assim, na psicopedagogia institucional os 
trabalhos em salas de aula, salas de apoio e/ou salas de recursos contaminam os outros 
profissionais da instituição. Como esses profissionais são agentes que fornecem sentido à 
instituição, a proposta psicopedagógica acaba por ser institucional. Esse trabalho é um 
novo espaço, onde se aprofundam as questões sobre as dificuldades de aprender e com 
isso, vai construindo para a instalação da intervenção preventiva: os profissionais da 
psicopedagogia passam a sentir-pensar-agir novas ações frente aos aprendizados dos 
conceitos, na escola. Nesse contexto, o profissional da psicopedagogia facilita a 
ampliação e a abertura para novas construções onde estejam presentes a integração 
cognitivo-afetivo-social e a transdisciplinaridade. O educador passa, nesse processo 
dialético, a rever o seu próprio processo de aprender. O profissional de psicopedagogia 
contribui intelectual, mas principalmente com vivências e práticas por meio de oficinas, 
por exemplo. 
No segundo modo, encontramos respaldo em Guirado (1987) que trabalha com a 
psicologia institucional de José Bleger, Georges Lapassade, René Lourou e Guilhon de 
Albuquerque. A análise institucional, modo de atuar do psicopedagogo institucional, pode 
ser compreendida de três modos: 
1. disciplina que se detém em estudar e penetrar nas entranhas institucionais 
(relações de poder; ideologia etc.); 
2. política de intervenção psicosociopedagógica em instituições, organizações, grupos 
etc; 
3. movimento destinado a planejar, executar/desenvolver e avaliar programas de 
intervenção objetivando transformar a realidade, pois dificilmente sob determinados 
pontos de vistas teóricos, é impossível, nessa estrutura atual, mudar a realidade de 
modo total. 
Severa (1993) sugere que o psicopedagogo institucional deve: 
a. distanciar-se afetivamente segundo o "ambiente" em que pretende ingressar; 
b. manter um "relacionamento harmonioso" com toda a equipe e superiores diretos e 
indiretos, não confundindo: situações de conflitos que necessitam ser enfrentados; 
relacionamentos afetivos e laços de amizade; 
c. dominar a ansiedade, isto é, não pode e nem deve ter pressa; 
d. efetuar sóbria, segura, estruturada e bem planejada observação; 
e. aproximar-se do poder instituindo (chefes; supervisores; coordenadores; diretores; 
presidente etc.), evitando, contudo a carga de estereótipos que temos contra esses atores 
mandantes em seus "locus descontroles" e que condicionam os relacionamentos pessoais 
e interpessoais - buscando sempre preservar pela qualidade do trabalho do que segurar o 
emprego de um determinado ator. 
Cabe, ainda, ao profissional da psicopedagogia assessorar a escola, prestar 
consultorias etc. trabalhando o papel que lhe compete, seja propondo para com a 
reestruturação de uma atuação da própria instituição junto a alunos e professores. Pode 
também colaborar para com o redimensionamento do processo de aquisição e 
incorporação do conhecimento dentro do espaço escolar, seja, por exemplo, 
reconhecendo seus limites e então, encaminhando alunos para outros profissionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES 
 
 
 
 
ATENÇÃO, ALUNO! 
 
Com base no texto e em pesquisas, responda as questões a seguir. 
 
 
 
 
 
1 
A avaliação assistida de habilidades cognitivas é 
considerada um procedimento processual, dinâmico e 
interativo, sendo, portanto, extremamente útil para 
identificar não apenas as dificuldades, mas também 
dimensionar recursos possíveis do funcionamento 
cognitivo. Nela é fornecida ajuda educacional 
temporária e ajustável às necessidades individuais da 
criança. A partir desse procedimento, algumas crianças 
conseguem melhorar seu desempenho, enquanto 
outras demandam apoio intensivo e prolongado. É 
correto afirmar que: 
 
A) a avaliação assistida tem, entre seus fundamentos 
básicos, os conceitos de equilibração e 
acomodação de Piaget. 
B) a avaliação assistida tem, entre seus fundamentos 
básicos, os conceitos de estágio do espelho e 
personalismo de Wallon. 
C) a avaliação assistida tem, entre seus fundamentos 
básicos, os conceitos de aprendizagem mediada e 
de zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky. 
D) a avaliação assistida tem como fundamentos todos 
os conceitos expressos nas alternativas A, B e C. 
E) a avaliação assistida não se fundamenta em 
nenhum dos três autores mencionados nos itens A, 
B e C. 
 
2 
Qual dos aspectos abaixo não pode ser considerado 
fator etiológico da hiperatividade? 
4 
Considere a história da Psicopedagogia. 
I. Para entender a Psicopedagogia no Brasil, é 
fundamental compreender como essa área se 
desenvolveu na Argentina, sendo que os 
profissionais desse país foram fortemente 
influenciados por autores estadunidenses. 
II. A Psicopedagogia não nasceu na Argentina. 
III. O enfoque orgânico foi o primeiro a orientar 
médicos, educadores e terapeutas na definição de 
dificuldades de aprendizagem e exerce, atualmente, 
influência decisiva nas práticas preventivas em 
Psicopedagogia. 
Estão corretas as afirmações: 
A) I e III, somente. 
B) III, somente. 
C) I, somente. 
D) II, somente. 
E) I e II, somente. 
 
 
5 
Com relação à Epistemologia Genética de Piaget, é 
correto afirmar que: 
A) trata-se de uma perspectiva ambientalista. 
B) trata-se de uma teoria baseada na hereditariedade 
do conhecimento. 
C) ela considera a modelagem do conhecimento. 
D) trata-se de uma perspectiva interacionista, uma vez 
que reforços e punição interagem para determinar 
os comportamentos. 
E) ela concebe o conhecimento como resultado da 
ação que se passa entre um sujeito e um objeto. 
A) Hereditariedade. 
B) Intoxicação por chumbo. 
C) Epilepsia. 
D) Disfunção do centro de atenção do cérebro. 
E) Inteligência. 
 
 
3 
Com relação à dimensão epistemológica da 
Psicopedagogia o que é incorreto afirmar? 
 
A) A Psicologia e a Pedagogia não são suficientes 
para apreender o objeto da Psicopedagogia. 
B) Multiplas áreas científicas (p.ex. Psicologia Social, 
Neuropsicologia, Epistemologia e Psicologia 
Genética) fornecem subsídios para refletir 
cientificamente e operar no campopsicopedagógico. 
C) A Psicopedagogia recorre à Filosofia, à Neurologia, 
à Sociologia, à Linguística, à Psicanálise e às 
Práticas Alternativas (TVP, aromaterapia, 
cromoterapia, Florais de Bach, Reiki, etc.) para 
compreender e intervir no processo de 
aprendizagem e em suas variáveis. 
D) Os profissionais da Psicopedagogia sustentam a 
sua prática em pressupostos teóricos distintos. 
E) O campo de conhecimento da Psicopedagogia está, 
ainda, em fase de organização. 
 
 
6 
Qual das características abaixo pode ser considerada 
um atributo da teoria das Inteligências Múltiplas de 
Gardner? 
A) Adota o fator G para explicar todas as capacidades 
intelectuais. 
B) Não permite aproximações com a Teoria Triárquica 
de Sternberg. 
C) A inteligência é considerada um potencial 
biopsicológico. 
D) Propõe que as múltiplas inteligências são totalmente 
independentes. 
E) Propõe que as múltiplas inteligências são 
equivalentes a estilos de aprendizagem. 
 
 
7 
A Psicopedagogia, enquanto área de atuação, de 
conhecimento e de pesquisa, caracteriza-se: 
I. Pela interdisciplinaridade. 
II. Por ter como objeto a aprendizagem humana. 
III. Por adotar uma configuração clínica. 
IV. Por ter, entre outras, uma função preventiva. 
V. Pela preocupação em produzir conhecimento 
científico. 
Está correto o que se afirma em: 
A) todos os itens. 
B) I, II, IV e V, apenas. 
C) I, II, III e V, apenas. 
D) II, III e IV, apenas. 
E) II, apenas. 
 
 
 
 
8 
Um profissional é contratado por uma instituição 
escolar para implantar uma intervenção em 
Psicopedagogia que tem como meta reestruturar o 
currículo com base na Teoria das Inteligências 
Múltiplas. Assim, como o profissional deve atuar? 
 
A) Avaliar no contexto as múltiplas inteligências como 
um pré-requisito para desenvolver o currículo em 
colaboração com equipe escolar. 
B) Aplicar a Escala de Inteligência Wechsler para 
Crianças (WISC) e, a partir do resultado, 
reestruturar o currículo em um trabalho 
interdisciplinar. 
C) Aplicar testes padronizados de desempenho escolar 
e, com base neles, criar disciplinas específicas que 
enfoquem os conteúdos que os alunos têm maior 
defasagem. 
D) “Não apressar o rio”. As inteligências múltiplas se 
manifestarão espontaneamente na escola. Basta 
que os professores estejam atentos e, quando elas 
se manifestarem, devem fazer adequações em suas 
disciplinas tradicionais. 
E) Organizar o currículo para promover as 
capacidades lógico-matemáticas e linguísticas, uma 
vez que elas constituem a base de todas as formas 
de inteligência. 
 
 
9 
Leias as assertivas. 
 
I. “O momento de maior significado no curso do 
desenvolvimento intelectual, que dá origem às 
formas puramente humanas de inteligência prática e 
abstrata, acontece quando a fala e a atividade 
prática, então duas linhas completamente 
independentes de desenvolvimento, convergem.” 
II. “A verdadeira essência da memória humana está no 
fato de os seres humanos serem capazes de 
lembrar ativamente com a ajuda de signos. Poder- 
se-ia dizer que a característica básica do 
comportamento humano em geral é que os próprios 
homens influenciam sua relação com o ambiente e, 
através desse ambiente, pessoalmente modificam 
seu comportamento, colocando-o sob seu controle.” 
III. “O conhecimento não procede nem da experiência 
única dos objetos nem de uma programação inata 
pré-formada no sujeito, mas de uma interação entre 
ambos, que resulta em construções sucessivas com 
elaborações constantes de estruturas novas graças 
a um processo de equilibrações majorantes, que 
corrigem e completam as formas precedentes de 
equilíbrio.” 
 
Os autores das três frases são: 
 
A) I. Piaget; II. Piaget; III. Vygotsky. 
B) I. Freud; II. Vygotsky; III. Piaget. 
C) I. Wallon; II. Freud; III. Vygotsky. 
D) I. Wallon; II. Piaget; III. Vygotsky. 
E) I. Vygotsky; II. Vygotsky; III. Piaget. 
10 
O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal pode 
ser considerado fundamental para a prática profissional 
em Psicopedagogia porque: 
I. Explicita a natureza social da aprendizagem e do 
desenvolvimento humano. 
II. Provê os profissionais de um instrumento através do 
qual se pode entender o curso interno do 
desenvolvimento. 
III. Abre a possibilidade de desenvolvimento, de 
superação do déficit orgânico para pessoas com 
deficiência. 
IV. Evidencia o papel fundamental da mediação social 
no desenvolvimento de potenciais. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
A) I, II e IV, apenas. 
B) I e IV, apenas. 
C) II e III, apenas. 
D) todos os itens. 
E) I, apenas. 
 
11 
Com base no estado atual da arte das pesquisas sobre 
alfabetização, uma atuação profissional em 
Psicopedagogia deve: 
A) orientar as escolas a usarem somente o método 
global para ensinar leitura e escrita, especialmente 
no caso de crianças de níveis econômicos menos 
favorecidos. 
B) alertar as escolas para que não trabalhem com 
consciência fonológica em sala de aula, uma vez 
que isso não promove ganhos na capacidade leitora 
das crianças. 
C) aconselhar os professores a introduzirem atividades 
de consciência fonológica e de ensino dos sons das 
letras em sala de aula. 
D) evitar o uso de atividades relacionadas à 
consciência fonológica com estudantes com 
distúrbios da linguagem escrita. 
E) propor que a escola apresente a escrita aos 
estudantes por meio de textos, incentivando o aluno 
a deduzir o sentido das palavras que ele não 
conhece a partir das que ele conhece, ou seja, a 
partir do contexto. 
 
12 
Crianças com problemas de leitura apresentam 
dificuldades relativas: 
I. Ao desconhecimento ou pouca familiaridade com os 
símbolos gráficos. 
II. À falta de fluência. 
III. À velocidade de leitura lenta ou, às vezes, muito 
rápida, mas com omissões, alterações etc. 
IV. À compreensão. 
Está incorreto o que se afirma em: 
A) III, apenas. 
B) I e III, apenas. 
C) III, apenas. 
D) II e IV, apenas 
E) nenhum item. 
 
 
 
 
13 
No que se refere à etiologia dos problemas de 
aprendizagem, é correto afirmar que: 
 
A) a capacidade intelectual do indivíduo é sempre a 
principal causa das dificuldades de aprendizagem. 
B) tanto os fatores externos, abrangendo, pelo menos, 
os problemas de ensino (absenteísmo, troca de 
professores, métodos inadequados etc.) e as 
características do meio familiar (estilos parentais 
etc.), quanto os fatores internos (capacidade 
intelectual, dificuldades emocionais etc.) podem 
causar problemas de aprendizagem. 
C) eles são decorrentes exclusivamente de uma 
disfunção cerebral mínima. 
D) eles estão associados, na maioria das vezes, à 
desestruturação familiar. 
E) eles não têm natureza biopsicossocial. 
 
14 
As condições de saúde da criança devem ser alvo de 
uma atenção especial no âmbito da Psicopedagogia, 
uma vez que: 
 
I. Desconforto respiratório pode contribuir para o 
surgimento de dificuldades de aprendizagem. 
II. O sono, mais especificamente seus distúrbios, pode 
afetar negativamente a aprendizagem. 
III. Quadros clínicos (por exemplo, epilepsia) podem 
estar associados às dificuldades de aprendizagem. 
IV. O uso de psicofármacos é sempre recomendável 
para crianças com dificuldades de aprendizagem. 
V. Há sempre um correlato biológico para as 
dificuldades de aprendizagem. 
 
Está correto o que se afirma em 
 
A) IV e V, apenas. 
B) I, II e III, apenas. 
C) I, II, III e V, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) todos os itens. 
 
15 
Há uma série de conceitos da Psicanálise que podem 
contribuir para a Psicopedagogia. Dentre eles, 
mencionam-se: 
 
I. O mecanismo de defesa denominado autoeficácia. 
II. O processo sublimação. 
III. A organização inconsciente do psiquismo. 
IV. O período de latência. 
 
Está incorreto o que se afirma em: 
 
A) II e IV, apenas. 
B) III e IV 
C) II e III. 
D) todos os itens. 
E) I, apenas. 
16 
Para discernir o construtivismo do não construtivismo, 
é fundamental considerar que: 
 
I. O construtivismo valoriza as ações, enquanto 
operações do sujeito cognoscente.II. O construtivismo valoriza a transmissão do 
conhecimento. 
III. No construtivismo, o conhecimento é concebido 
como um tornar-se antes de um ser. 
IV. O construtivismo é produto de uma ação 
espontânea ou apenas desencadeada, mas nunca 
induzida. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
A) I, II e III, apenas. 
B) II, III e IV, apenas. 
C) I, III e IV, apenas. 
D) II e IV, apenas. 
E) todas as afirmativas. 
 
 
 
17 
Quanto às implicações do desenvolvimento afetivo e 
emocional na aprendizagem, é correto afirmar que: 
 
A) O grupo operativo, mais especificamente o brincar 
operativo, no processo de aprendizagem não é 
adequado para a formação de vínculos de 
confiança, para o estabelecimento de uma relação 
protetora, resistente e pouco frustradora. 
B) O mundo simbólico pessoal não deve ter espaço em 
sala de aula, devido a questões éticas. 
C) A nossa atenção não tem relação com nossos 
afetos. 
D) O corpo que aprende é o mesmo que sente todos 
os afetos (sentimentos e emoções). 
E) O desejo do outro não é relevante para nos 
tornarmos desejantes. 
 
 
18 
Uma atuação ética em Psicopedagogia pressupõe: 
 
I. Respeitar o Código de Ética independentemente da 
abordagem particular do profissional. 
II. Possuir formação adequada para o exercício 
profissional. 
III. Atualização técnico-científica a respeito da 
aprendizagem humana. 
IV. Respeitar normas de publicação científica. 
 
Está correto o que se afirma em 
 
A) IV e V, apenas. 
B) I, II e III, apenas. 
C) I, II, III e V, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) todos os itens. 
 
 
 
 
19 
Com relação ao campo de atuação da Psicopedagogia, 
é incorreto afirmar que: 
 
A) o trabalho psicopedagógico nunca terá um caráter 
assistencial. 
B) historicamente, a psicopedagogia nasceu para 
atender a patologia da aprendizagem. 
C) o campo de atuação refere-se não só ao espaço 
físico onde se dá o trabalho. 
D) ele pode estar relacionado à área de saúde e às 
empresas. 
E) a ação preventiva em Psicopedagogia tem como 
pressuposto o fato de muitas dificuldades de 
aprendizagem serem decorrentes de práticas 
educacionais inadequadas nas instituições, 
incluindo a família. 
 
20 
Uma atuação em Psicopedagogia institucional permite: 
 
I. Trabalhar a relação professor-aluno. 
II. Redefinir práticas pedagógicas. 
III. Investigar as condições em que se dá a 
aprendizagem escolar. 
IV. Realizar uma espécie de assessoria para os demais 
educadores da escola (professores, coordenadores 
etc.). 
 
Está correto o que se afirma em 
 
A) I, apenas. 
B) I, II e III, apenas. 
C) II, apenas. 
D) I e III, apenas. 
E) todos os itens. 
 
 
21 
Sobre os Fundamentos da Psicopedagogia e seu 
objeto de estudo, assinale a alternativa que melhor 
define essa área do conhecimento. 
 
A) Área do conhecimento que surge para atuar com 
crianças portadoras de dificuldades de 
aprendizagem. 
B) É uma área interdisciplinar que reúne 
conhecimentos de várias ciências e ramos do 
conhecimento, buscando a compreensão, de forma 
integrada, do processo de ensino-aprendizagem. 
C) Área do conhecimento que surge da demanda 
Clínica e Institucional para diagnosticar problemas 
no âmbito da aprendizagem e modificar esse 
processo. 
D) A Psicopedagogia, apesar do crescimento 
observado na última década, ainda não conseguiu 
delimitar seus fundamentos. Promove uma 
integração de conceitos ainda muito confusa, o que 
compromete a definição de seu objeto de estudo. 
E) A Psicopedagogia procura, por meio de sua 
atuação, melhorar a relação do sujeito com a 
aprendizagem dentro do ambiente escolar. 
22 
O termo “Inteligência Aprisionada”, utilizado por Alicia 
Fernandez, traz um conceito importante para o campo 
da Psicopedagogia. Observe as afirmações e depois 
responda. 
I. Muitas crianças apresentam a criatividade 
encapsulada, sendo necessária intervenção 
psicopedagógica para libertá-la. 
II. A família desestruturada em seus laços afetivos 
torna-se um componente significativo para a 
produção dos problemas de aprendizagem. É 
preciso identificar as causas da não-aprendizagem 
e libertar o aprendente para esse processo. 
III. A inteligência aprisionada muitas vezes expressa 
mais um evitar pensar do que um problema de 
aprendizagem. 
IV. O psicopedagogo, diante de uma criança portadora 
de dificuldades de aprendizagem, deverá canalizar 
seus esforços na intervenção junto a ela, nas 
oficinas psicopedagógicas, para poder através do 
processo de estimulação, libertar o potencial criativo 
aprisionado. 
Está (ão) correta (s): 
A) todas as afirmações. 
B) apenas duas das afirmações, incluindo a I. 
C) apenas duas das afirmações, incluindo a II. 
D) apenas uma das afirmações. 
E) nenhuma das afirmações. 
 
 
23 
Sobre a fundamentação teórica e o campo de atuação 
da Psicopedagogia Institucional, marque a alternativa 
incorreta. 
A) Pode-se dizer que o trabalho desenvolvido nas 
organizações pelo psicopedagogo se desenvolve 
com base na análise de sua estrutura, representada 
pelo organograma e relações hierárquicas 
estabelecidas através dele. 
B) Na sua atuação, o psicopedagogo desenvolve seu 
trabalho de forma a orientar e questionar as 
condutas. Desta maneira poderá auxiliar os sujeitos 
a repensarem suas práticas, crenças, pensamentos, 
valores e relações que mantêm com a instituição e 
seus membros. 
C) No campo de atuação, o psicopedagogo deverá 
manifestar um comportamento ético tal que não o 
permita transitar pela organização durante o seu 
funcionamento, para que não interfira no bom 
andamento das rotinas e para que mantenha a 
neutralidade de suas observações. As dinâmicas 
realizadas deverão ser previamente agendadas com 
a diretoria, que deverá autorizar e tomar ciência de 
todas as ações desenvolvidas pelo psicopedagogo. 
D) O psicopedagogo institucional tem como função 
principal, na instituição, conhecer e compreender o 
seu funcionamento. Para tal, levanta dados e 
informações, além de realizar entrevistas para 
descobrir a queixa institucional que representa o 
problema a pesquisar. 
E) O objeto de estudo é a instituição, seja ela uma 
escola, um hospital, uma empresa ou outro. A 
atuação é ampla e não se limita às escolas. O que 
importa é ter pessoas que se relacionam, ensinam e 
aprendem. 
 
 
 
 
24 
A psicopedagogia traz contribuições de várias 
correntes epistemológicas. As afirmações abaixo se 
referem às contribuições que Vygotsky traz para a 
relação professor aluno no processo de aprendizagem. 
Assinale a alternativa correta. 
 
A) Através do processo de assimilação e acomodação, 
a criança poderá incorporar novas aprendizagens 
ao conhecimento previamente adquirido, com 
auxílio do professor. 
B) Enfocando o ambiente social, Vygotsky prioriza a 
liberdade de ação, onde o professor deve deixar a 
criança construir a sua aprendizagem, respeitando a 
sua cultura e interferindo o menos possível nesse 
processo. 
C) Na Teoria Sócio-Histórica de Vygotsky, o aluno já 
traz em si o seu conhecimento, sendo o professor 
um auxiliar do aluno, um facilitador, pois o aluno já 
traz o saber que ele precisa. Cabe ao professor 
apenas trazer à consciência, organizar e completar 
o conteúdo. 
D) O professor deve ser o mediador que cria situações 
novas entre o desenvolvimento real e o potencial do 
aluno. É aquele que detendo mais experiência, 
funciona intervindo e mediando a relação do aluno 
com o conhecimento. Ele está sempre, em seu 
esforço, atuando de forma explícita, provocando 
avanços que não ocorreriam espontaneamente. 
E) Dentro de uma perspectiva dialética, a Zona de 
Desenvolvimento Proximal de Vigostky traz uma 
visão ambientalista. Esse pensamento, de grande 
contribuição para a psicopedagogia, influenciou a 
postura do professor em sala de aula, tendo o 
mesmo que promover um ambiente estimulante e 
com boas relações afetivas para que ocorra a 
aprendizagem. 
 
25 
Sobre a História da Psicopedagogia no Brasil e as 
tendências atuais, assinale a alternativa incorreta. 
 
A) Apesar deser uma área relativamente nova – existe 
no Brasil há aproximadamente 40 anos – tem 
despertado a atenção de muitos profissionais que 
trabalham no processo ensino-aprendizagem. 
B) No final do século XIX, a psicologia em busca de 
reconhecimento científico, que não tardou, fez uma 
aproximação com a medicina e a biologia que 
contribuiu para a visão inatista dos problemas de 
aprendizagem. 
C) Os interesses capitalistas interferiram de maneira 
significativa no tratamento dos problemas de 
aprendizagem, sendo os indivíduos com 
dificuldades de aprendizagem considerados como 
portadores de anomalias neurológicas herdadas. É 
a medicalização dos problemas de aprendizagem. 
D) O século XX foi marcado por grandes avanços em 
relação à compreensão dos problemas de 
aprendizagem, tendo nomes como o da médica 
italiana Maria Montessori, em grande destaque. 
E) Percebemos nos tempos atuais uma mudança 
significativa em relação à medicalização dos 
problemas de aprendizagem. Há consenso dos 
profissionais envolvidos no processo ensino- 
aprendizagem, em relação ao enfoque no sujeito 
biopsicossocial quando o tema abordado se refere à 
problemas de aprendizagem. 
 
 
 
26 
Na segunda metade do século XX, a Epistemologia 
Genética de Jean Piaget traz contribuições 
significativas para a evolução da psicopedagogia. Em 
relação ao Método Clínico desenvolvido por este autor, 
observe as afirmações e responda. 
 
I. Foi adaptado por Piaget para conhecer as gêneses 
das estruturas lógicas do pensamento da criança. 
II. O Método Clínico permite que a criança fale 
normalmente, manifestando por completo seu 
conhecimento. As manifestações espontâneas são, 
portanto, captadas pelo pesquisador, que não deve 
interferir nesse processo. 
III. No uso do Método Clínico o psicopedagogo 
intervém no processo educativo durante as 
conversas com a criança, buscando investigar 
também, o seu desenvolvimento psicológico. 
 
Está (ão) correta (s): 
 
A) todas as afirmações. 
B) apenas duas das afirmações, incluindo a I. 
C) apenas duas das afirmações, incluindo a II. 
D) apenas a afirmação III. 
E) nenhuma das afirmações. 
 
 
27 
Piaget conceitua a inteligência dentro de um esquema 
composto por três instâncias: assimilação, esquemas 
de ação e acomodação. Baseado nesse modelo, é 
incorreto afirmar que: 
 
A) o processo de acomodação consiste na capacidade 
de modificar os esquemas de assimilação, visando 
alcançar a adaptação. 
B) a assimilação constitui na incorporação de novos 
elementos à estrutura mental. 
C) esquemas de ação são experiências que podem ser 
generalizadas ou transpostas de uma ação para a 
outra. 
D) quem possibilita o processo de acomodação é a 
herança genética, que para Piaget é um fator 
determinante do desenvolvimento da inteligência. 
Por isso, o nome Epistemologia Genética. 
E) os esquemas de ação são iniciativas tomadas pelo 
sujeito frente a uma nova situação que resultará em 
novos esquemas e, assim, sucessivamente. 
 
 
 
 
28 
Ao observar o comportamento de um determinado 
sujeito, um pesquisador anotou a seguinte frase dita 
por ele: “Você pode desligar a chuva?” Pensando na 
Teoria Piagetiana, podemos afirmar que: 
 
A) provavelmente essa fala é de uma adolescente que 
estava em pleno desenvolvimento de sua 
criatividade, conseguindo realizar ricas abstrações a 
partir de um estímulo concreto, nesse caso, a 
chuva. 
B) a fala em questão é de uma criança de 
aproximadamente 8 anos que está no estágio 
sensório-motor, onde se observa ainda a pé- 
logicidade da ação infantil. 
C) a fala é de uma criança de aproximadamente 5 
anos onde ainda há predomínio do raciocínio 
transdutivo, ou seja, que vai do particular para o 
particular. 
D) a criança em questão possui 4 anos e apresenta o 
pensamento dedutivo, por isso conseguiu fazer uma 
correlação entre o chuveiro e a chuva. Esse aspecto 
mostra o franco desenvolvimento da lógica 
matemática. 
E) por estar na fase da fantasia, a criança que está nos 
primeiros anos de vida consegue realizar a 
descentração de si mesma e criar novos 
pensamentos que possibilitam o desenvolvimento 
do raciocínio lógico nos estágios futuros. 
 
29 
Em uma sala de aula de segundo ano do ensino 
fundamental, com 25 crianças, da faixa etária de 7 
anos, foram identificadas duas que apresentavam 
comportamento egocêntrico e de dependência da 
professora. Não dividiam brinquedos e objetos 
pessoais, além de só realizar as atividades quando 
juntas da professora. Ambas não manifestavam 
dificuldades na aprendizagem. 
A psicopedagoga convocou os pais da criança para 
uma conversa e realizou o encaminhamento dela ao 
psicólogo que, após a realização da avaliação, deveria 
realizar orientações também à escola para que a 
mesma pudesse aprender a lidar com o aluno. 
Baseado nas teorias que entremeiam a práxis 
psicopedagógica, assinale a abordagem que permeou 
a observação da professora e da psicopedagoga da 
escola em relação ao comportamento do aluno. 
 
A) Psicolinguística. 
B) Neuropsicologia. 
C) Psicanálise. 
D) Gestalterapia. 
E) Nenhuma delas. 
 
 
30 
Sobre o papel das emoções nas funções cerebrais, 
assinale a alternativa incorreta. 
 
A) O processo de memória, importante para a 
aprendizagem escolar, sofre interferência direta do 
sistema límbico. 
B) O hipocampo é quem toma a atitude de permitir ou 
não que o estímulo se fixe na memória de longo 
prazo. Assim, as informações que tem maior 
importância afetiva serão mais facilmente fixadas na 
memória. 
C) É o lobo occipital que acessamos quando 
vasculhamos nossa memória à procura de 
informações. A velocidade da busca dependerá da 
motivação que o estímulo oferece ao sujeito. 
D) Quando assiste à aula, a criança recebe as 
informações de todo o tipo: visuais, auditivas etc. 
Sem uma dessas vias em pleno funcionamento, 
poderão surgir problemas de aprendizagem, 
necessitando que o professor tenha, para com esse 
aluno, uma atenção especial em sala de aula. 
E) Aprender é um ato desejante. Quando a criança 
apresenta problemas emocionais, deixa de ter 
interesse na aprendizagem, manifestando queda na 
atenção concentrada. A criança aparenta estar no 
“mundo da lua”, quando se desliga da aula para 
refletir sobre suas questões emocionais. 
 
 
31 
Leia as afirmações que fazem um paralelo entre o 
superego (instância psíquica segundo a Teoria 
Freudiana) e a psicopedagogia. 
 
I. Através da adequada estruturação do superego, a 
criança nos primeiros anos de vida se manifesta 
como ser desejante, sem censura. Não há limites 
entre o real e o imaginário. Cabe ao professor em 
sala de aula realizar, nessa fase, atividades lúdicas 
e de faz-de-conta para promover a amplitude mental 
e a oralidade. 
II. Através do contato com seus cuidadores 
inicialmente, e depois com outros grupos sociais, a 
criança consegue incorporar para si valores, 
crenças e a moral, valorizados dentro de sua 
cultura. Isso tem sido feito, nos tempos atuais, com 
freqüência pelas figuras de afeto possibilitando a 
boa estruturação do superego. 
III. Observa-se atualmente que as crianças não estão 
respeitando os limites dentro das salas de aula, o 
que tem interferido na atuação dos professores. 
Isso pode ocorrer por falhas na estruturação do 
superego que dificulta a criança adquirir consciência 
das atitudes socialmente aceitas e do 
reconhecimento do outro nos relacionamentos. 
 
Está(ão) correta(s): 
 
A) todas as afirmações. 
B) apenas duas das afirmações, incluindo a I. 
C) apenas duas das afirmações, incluindo a II. 
D) apenas a afirmação III. 
E) nenhuma das afirmações. 
 
 
 
 
32 
Segundo Winnicott, a psicoterapia se efetua na 
sobreposição de duas áreas do brincar, a do paciente e 
a do terapeuta. A psicoterapia trata de duas pessoas 
que brincam juntas. Dentro desta perspectiva, leia as 
afirmações abaixo. 
 
I. O brincar contribui para o processo de avaliação 
diagnóstica, pois seu maior objetivo é trazer para a 
criança o prazer de aprender na escola. 
II. Os jogosconstituem a principal ferramenta de 
avaliação e intervenção do psicopedagogo. É nele 
que se fundamenta o seu trabalho. 
III. As brincadeiras ampliam o universo terapêutico. 
Desenvolvem os aspectos cognitivos, as 
habilidades mentais, além de constituir em uma 
ferramenta muito útil no processo de avaliação 
diagnóstica. Ao brincar, o sujeito revela 
pensamentos, ações e atitudes, que talvez não 
pudessem ser observados em outras entrevistas. 
 
Está(ão) correta(s): 
 
A) todas as afirmações. 
B) apenas duas das afirmações, incluindo a I. 
C) apenas duas das afirmações, incluindo a II. 
D) apenas a afirmação III. 
E) nenhuma das afirmações. 
 
 
 
33 
Definida como um distúrbio ou transtorno de 
aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a 
dislexia, segundo a Associação Brasileira de Dislexia, é 
o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Leia 
as afirmações e marque a alternativa incorreta. 
 
A) Não se pode afirmar que uma criança na fase pré- 
escolar seja disléxica. Se houver sinais já na pré- 
escola de dificuldades de 
memorização/sequencialização alfabética e/ou 
numérica, esta deverá ser incluída em Grupo de 
Risco, sendo acompanhada pela equipe 
multidisciplinar. 
B) Há uma dificuldade na conversão grafema-fonema e 
vice-versa, que dificulta o processo de leitura e 
escrita. Apesar disso, todos os portadores 
apresentam uma boa consciência fonológica que 
facilita o prognóstico quando o tratamento é iniciado 
na mais tenra idade. 
C) O diagnóstico é de exclusão e o Teste WISC-III é 
freqüentemente utilizado pelos psicólogos para 
afastar a possibilidade de Atraso Mental. 
D) Na anamnese com os pais deverá ser levantado o 
histórico familiar do sujeito, dados os fortes indícios 
de seu caráter hereditário. 
E) Assim como o diagnóstico, o tratamento é 
multidisciplinar e envolve, principalmente, a família 
e a escola no apoio ao portador. 
34 
São comorbidades da dislexia que podem estar 
presentes em pacientes disléxicos, exceto: 
 
A) disortografia. 
B) disgrafia. 
C) discalculia. 
D) disfagia. 
E) desatenção. 
 
 
35 
Sobre o trabalho desenvolvido por Fuerstein, é 
incorreto afirmar que: 
 
A) desenvolveu um procedimento muito detalhado e 
específico, que visa desencadear no aprendiz a 
necessidade de perceber a intencionalidade da 
ação do mediador, estabelecendo relações com a 
situação vivida e construindo significados para ela. 
B) uma das críticas ao trabalho de Fuerstein foi de que 
o seu método não produzia, em seus sujeitos, 
independência na ação junto ao meio. 
C) o mediador também deve considerar que a 
experiência deve transcender a ação vivida e que 
deve ter um significado, principalmente de ordem 
afetiva, para o aprendiz. 
D) cabe ao mediador fazer perguntas pontuais, 
detonadoras de reflexão, que denomina de estilo 
interrogatório. 
E) no PEI (Programa de Enriquecimento Instrumental), 
proposto por Fuerstein, o mediador organiza a 
relação psicopedagógica através de um método 
clínico, de perguntas pontuais. 
 
 
36 
O trecho a seguir revela as influências de um 
importante teórico para a aprendizagem: “A afetividade 
e a inteligência caminham juntas desde o primeiro ano 
de vida da criança. Esse período denominado 
„Impulsiva Emocional‟ é marcado pelas relações 
emocionais do bebê com o ambiente. A afetividade dá 
lugar ao desenvolvimento cognitivo quando a criança 
começa a construir a realidade por meio do que 
chamou de „Inteligência Prática ou Das Situações‟. É 
interessante que a escola considere os níveis do 
desenvolvimento cognitivo da criança e suas 
necessidades afetivas a fim de melhor orientar suas 
ações educativas.” 
 
Assinale o teórico responsável por essas idéias. 
 
A) Freud. 
B) Piaget. 
C) Wallon. 
D) Vygotsky. 
E) Winnicot. 
 
 
 
 
37 
Em uma sala de aula do primeiro ano do ensino 
fundamental uma criança apresentou os seguintes 
sintomas: agitação psicomotora; dificuldade em se 
concentrar em atividades que exigem esforço mental 
prolongado; perde coisas ou objetos com freqüência; 
está sempre “a mil”, atrapalhando o bom andamento da 
aula. Leia as hipóteses diagnósticas abaixo. 
 
I. Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade. 
II. Transtorno de Ansiedade. 
III. Lacunas no desenvolvimento da coordenação 
motora ampla. 
IV. Privação de momentos lúdicos fora da escola. 
V. Existência de possíveis conflitos domiciliares. 
 
Como psicopedagogo responsável por fazer o 
encaminhamento, quais as hipóteses diagnósticas 
possíveis você interrogaria? 
 
A) Alternativa I. 
B) Alternativas I e II. 
C) Alternativas I, II e III. 
D) Alternativas I, II, IV e V. 
E) Todas as alternativas são possíveis. 
 
 
 
38 
Gardner vislumbra uma educação escolar diferente da 
atual, onde a escola deveria desenvolver as várias 
inteligências dos alunos. Baseado nesse pressuposto, 
assinale a alternativa incorreta em relação ao 
pensamento do autor. 
 
A) A inteligência é um conjunto de habilidades que 
interagem e são passíveis de serem medidas com 
Testes Psicológicos para esse fim. 
B) As combinações entre as inteligências, por nós 
realizadas, são únicas para cada um de nós. Isso 
distingue um sujeito do outro. 
C) Para resolver um problema de física, são 
necessárias competências lingüísticas, espaciais e 
matemáticas. Esse exemplo ilustra essa teoria. 
D) Existem pelo menos oito inteligências: lingüística, 
lógico-matemática, musical, espacial, corporal- 
cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista. 
E) As múltiplas inteligências podem ser desenvolvidas 
ao longo de toda nossa vida, mediante fatores 
biológicos, culturais, sociais e tecnológicos. 
39 
Jorge Visca traz algumas Técnicas Projetivas 
Psicopedagógicas que podem ser utilizadas no 
processo terapêutico junto ao sujeito. Leia as 
afirmações abaixo e depois responda. 
 
I. Durante a aplicação das Técnicas Projetivas é 
fundamental captar as relações de cada estímulo 
dado, seja verbal ou gráfico. 
II. Muitas Técnicas Projetivas utilizadas com fins 
avaliativos se baseiam em grafismo dirigido e, por 
essa razão, não sofrem interferência do 
desenvolvimento da escrita pela criança. 
III. O importante na avaliação dos Testes Projetivos é a 
visão integrada do que é projetado pelo sujeito. 
Como ele pensa, age e sente em cada momento ou 
lugar em sua vida. 
IV. O Teste Projetivo “Família Educativa” foi proposto 
por Jorge Visca e tem como objetivo pesquisar as 
relações de aprendizagem dentro da família, ou 
seja, o Modelo de Aprendizagem que os diferentes 
membros possuem e transmitem. 
 
Estão corretas: 
 
A) I e II, apenas. 
B) I e III, apenas. 
C) III e IV, apenas. 
D) I, III e IV, apenas. 
E) todas. 
 
 
40 
O processo de alfabetização é uma etapa importante 
para o desenvolvimento não só cognitivo, mas também 
psicossocial. É a partir desse processo que o sujeito 
amplia as possibilidades de conhecimento e também 
de registro de suas percepções. Leia as afirmações 
sobre esse processo e depois responda. 
 
I. Representa, do ponto de vista emocional, um 
grande passo para a independência das figuras de 
afeto. Caso a relação de apego não seja bem 
estabelecida, a criança poderá se recusar a ler e/ou 
escrever. 
II. Fase em que é realizado o diagnóstico de dislexia 
com maior precisão pelos profissionais da equipe 
multidisciplinar, pois a criança já apresenta faixa 
etária entre 6 e 7 anos e poderá mostrar claramente 
sua resposta aos estímulos recebidos. 
III. A ansiedade dos pais poderá bloquear o processo 
de aprendizagem. É preciso que não haja 
cobranças para que o processo possa se 
desenvolver da maneira mais natural possível. 
 
Está correto o que se afirma na(s) questão(ões): 
 
A) I, apenas. 
B) I e II, apenas. 
C) II, apenas. 
D) I e III, apenas. 
E) III, apenas.

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