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Desapropriação por utilidade pública (Dec 3365)

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Decreto-Lei 3.365/41.
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: Lei nº 13.650, de 2018; Lei nº 13.867/19 (novos artigos 10-A e 10-B)
Última atualização questões de concurso: 14/03/2020.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe no Decreto-Lei 3.365/41).
· EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
· MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc.
DECRETO-LEI Nº 3.365, DE 21 DE JUNHO DE 1941.
	
	Dispõe sobre desapropriações por utilidade pública.
        O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta :
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
        Art. 1o  A desapropriação por utilidade pública regular-se-á por esta lei, em todo o território nacional.
	##Atenção: ##TJMA-2013: ##CESPE: A doutrina majoritária entende que “há bens que não podem ser desapropriados. São exemplos: a moeda corrente do País (pois ela é o próprio meio em que comumente se paga a indenização pela desapropriação) e os direitos personalíssimos". (Direito Administrativo Descomplicado, 21ª edição, p. 1022).
        Art. 2o  Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. (TJMS-2010) (MPMG-2010) (TJRO-2011) (TJBA-2012) (TJAC-2012) (TJSC-2013) (TJAP-2014) (TJMG-2018)
	(TJSC-2009): Concernente à "desapropriação", e assinale a alternativa correta: Todos os bens poderão ser desapropriados, incluindo coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas, públicas ou privadas. BL: art. 2º, Dec.-Lei 3365.
        § 1o  A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua utilização resultar prejuizo patrimonial do proprietário do solo. (TJRO-2011) (TJCE-2014) (TJAP-2014)
§ 2o  Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa. (TJAP-2008) (TJAL-2008) (TJRS-2009) (TJMT-2009) (TJSC-2010) (TJAC-2012) (TJMG-2018)
        § 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e emprêsas cujo funcionamento dependa de autorização do Govêrno Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante prévia autorização, por decreto do Presidente da República.  (Incluído pelo Decreto-lei nº 856, de 1969) (TJRS-2009) (TJBA-2012)
	(TJSP-2013-VUNESP): Serviços de docas explorados por companhia privada, confiados por concessão da União, têm seus bens desapropriados pelo Estado. Com relação à hipótese, assinale a alternativa correta: É legal a desapropriação pelo Estado, desde que haja prévia autorização do Presidente da República. BL: art. 2º, §3º, Dec.-Lei 3365 e Súmula 157 do STF.
OBS: A 2ª Turma do STF, Relator Min. Carlos Madeira; ao julgar o RE 115.665, por unanimidade acórdão de 18.3.1088, afirmou: "Desapropriação, por município de imóvel pertencente à Rede Ferroviária Federal. Não havendo dúvida de que o imóvel integra o patrimônio da União Federal e como tal está abrangido pela norma o § 3º do art. 2º do Dec.-lei 3.365/41, com a redação dada pelo Dec.-lei 856/69, a sua desapropriação só é possível após a autorização do Presidente da República". 
OBS: Súmula 157/STF: " É necessária prévia autorização do Presidente da República para desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia elétrica".
Art. 3o  Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato. (MPMG-2010) (TJAP-2014)
	(TJRS-2012): No regime jurídico brasileiro, podem promover a desapropriação, dentre outras entidades, os estabelecimentos que exerçam funções delegadas do Poder Público, quando autorizados por lei ou contrato. BL: art. 3º, Dec.-Lei 3365.
        Art. 4o  A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensaveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda. (TJDFT-2007) (TJSE-2008) (TJAP-2008) (TJAM-2013) (TJSP-2015) (MPSC-2016)
	(TJAL-2008-CESPE): Acerca da desapropriação, assinale a opção correta: O Estado pode desapropriar as zonas que se valorizem extraordinariamente em consequência de obra ou serviço público feitos na área. BL: art. 4º, Dec.-Lei 3365.
Parágrafo único.  Quando a desapropriação destinar-se à urbanização ou à reurbanização realizada mediante concessão ou parceria público-privada, o edital de licitação poderá prever que a receita decorrente da revenda ou utilização imobiliária integre projeto associado por conta e risco do concessionário, garantido ao poder concedente no mínimo o ressarcimento dos desembolsos com indenizações, quando estas ficarem sob sua responsabilidade.  (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
	##Atenção: ##MPSC-2016: O art. 4º do Dec.-Lei 3.365/41 trata da desapropriação por zona. Quanto ao instituto, o entendimento majoritária na jurisprudência segue a linha de que inexiste inconstitucionalidade, sendo que o fundamento essencial consiste em se evitar que um ou alguns poucos particulares experimentem benefícios extraordinários, em vista da valorização excessiva de seus imóveis, o que violaria o princípio da impessoalidade. Entende-se, ademais, que a contribuição de melhoria apenas tem lugar em casos de valorizações genéricas, as quais atinjam, indistintamente, um número considerável de proprietários. Nesse sentido, vejamos seguinte julgado do STJ: "(...) Na desapropriação, direta ou indireta, quando há valorização da área remanescente não desapropriada em decorrência de obra ou serviço público, dispõe o Estado de três instrumentos legais para evitar que a mais valia, decorrente da iniciativa estatal, locuplete sem justa causa o patrimônio de um ou de poucos: a desapropriação por zona ou extensiva, a cobrança de contribuição de melhoria e o abatimento proporcional, na indenização a ser paga, da valorização trazida ao imóvel. 4. A valorização imobiliária decorrente da obra ou serviço público pode ser geral, quando beneficia indistintamente um grupo considerável de administrados, ou especial, que ocorre quando o benefício se restringe a um ou alguns particulares identificados ou, pelo menos, identificáveis. 5. A mais valia geral subdivide-se em ordinária e extraordinária. A primeira tem lugar quando todos os imóveis lindeiros à obra pública se valorizam em proporção semelhante. A segunda, diferentemente, toma parte quando algum ou alguns imóveis se valorizam mais que outros, atingidos pela mais valia ordinária. 6. Na hipótese de valorização geral ordinária, dispõe o Poder Público da contribuição de melhoria como instrumento legal apto a "diluir", entre os proprietários beneficiados com a obra, o custo de sua realização. 7. No caso de valorização geral extraordinária, pode o Estado valer-se da desapropriação por zona ou extensiva, prevista no art. 4º do Decreto-Lei 3.365/41. Havendo valorização exorbitante de uma área, pode o Estado incluí-la no plano de desapropriação e, com a revenda futura dos imóveis ali abrangidos, socializar o benefício a toda coletividade, evitandoque apenas um ou alguns proprietários venham a ser beneficiados com a extraordinária mais valia. 8. Por fim, tratando-se de valorização específica, e somente nessa hipótese, poderá o Estado abater, do valor a ser indenizado, a valorização experimentada pela área remanescente, não desapropriada, nos termos do art. 27 do Decreto-Lei 3.365/41. 9. No caso, a área remanescente não desapropriada valorizou em decorrência da construção de rodovia estadual. A valorização experimentada pelo imóvel não é especial, mas genérica, atingindo patamares semelhantes todos os imóveis lindeiros à via pública construída. Assim, a mais valia deve ser cobrada por meio do instrumento legal próprio, que é a contribuição de melhoria, sendo indevido o abatimento proporcional do justo preço a ser pago pela desapropriação. 10. Recurso especial provido."
(REsp 1092010 2008.02.13697-0, Rel. Min. Castro Meira, 2ª Turma, Dje em 15/09/2011).
##Atenção: ##Esquema do site Qconcursos: A valorização imobiliária decorrente da obra ou serviço público pode ser:
· GERAL = quando beneficia indistintamente um grupo considerável de administrados. Ela pode ser: 
· ORDINÁRIA = Quando todos os imóveis lindeiros à obra pública se valorizam em proporção semelhante.
- Quando se tratar de uma valorização geral e ordinária deve o Estado se valer da modalidade tributária conhecida como Contribuição de Melhoria, que é um tributo para que ele receba parte da valorização imobiliária ocorrida diretamente dos particulares beneficiados pelas obras, resgatando-se aos cofres públicos o ganho que a intervenção na propriedade gerou. O seu fato gerador é a valorização imobiliária.
· EXTRAORDINÁRIA = Quando algum ou alguns imóveis se valorizam mais que outros.
- Quando estamos diante de uma valorização geral e extraordinária o Estado tem a sua disposição da chamada DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA ou EXTENSIVA. Caracteriza-se pela inclusão das áreas contíguas àquelas de que o poder público efetivamente necessita para a realização de obra pública, a fim de que o poder público utilize a área para a realização de obras futuras ou se beneficie da valorização dessas áreas contíguas em função da execução da obra. 
##Obs.: Há sérias críticas a essa possibilidade, mas não vingam, pois essa desapropriação é feita na defesa do interesse público, evitando que poucos particulares se enriqueçam em detrimento de muitos outros (há uma "socialização de ganhos").
· ESPECIAL = Quando o benefício se restringe a um ou alguns particulares identificados ou, pelo menos, identificáveis.
        Art. 5o  Consideram-se casos de utilidade pública:
        a) a segurança nacional; (TJDFT-2012)
        b) a defesa do Estado; (TJDFT-2012)
        c) o socorro público em caso de calamidade; (TJDFT-2012)
        d) a salubridade pública; (TJDFT-2012) (TJRS-2012)
        e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência;
        f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica;
        g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saude, clínicas, estações de clima e fontes medicinais;
        h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
        i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais;  (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999) (TJRR-2015)
        j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
        k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza; 
        l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico; 
        m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios; (TJRO-2011)
        n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves; (TJRO-2011)
        o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou literária; (TJRO-2011)
        p) os demais casos previstos por leis especiais.
	##Atenção: ##TJRS-2012: O entendimento é no sentido de que as hipóteses de desapropriação por utilidade pública (assim como as demais) constituem numerus clausus, isto é, encontram-se exaustivamente previstas nas leis. Nesse sentido, Maria Sylvia Di Pietro explica: “Há que se observar, contudo, que a definição de quais sejam os casos de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social não fica a critério da Administração Pública, uma vez que as hipóteses vêm taxativamente indicadas em lei; não basta, no ato expropriatório, mencionar genericamente um dos três fundamentos; é necessário indicar o dispositivo legal em que se enquadra a hipótese concreta.” (Direito Administrativo, 26ª edição, 2013, p. 176) 
        § 1º - A construção ou ampliação de distritos industriais, de que trata a alínea i do caput deste artigo, inclui o loteamento das áreas necessárias à instalação de indústrias e atividades correlatas, bem como a revenda ou locação dos respectivos lotes a empresas previamente qualificadas. (Incluído pela Lei nº 6.602, de 1978) (TJRR-2015)
        § 2º - A efetivação da desapropriação para fins de criação ou ampliação de distritos industriais depende de aprovação, prévia e expressa, pelo Poder Público competente, do respectivo projeto de implantação". (Incluído pela Lei nº 6.602, de 1978) (TJRR-2015)
        § 3o Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, não se dará outra utilização nem haverá retrocessão. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
        Art. 6o  A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da República, Governador, Interventor ou Prefeito. (PGESE-2005) (TJRR-2008) (TJSC-2015)
Art. 7o  Declarada a utilidade pública, ficam as autoridades administrativas autorizadas a penetrar nos prédios compreendidos na declaração, podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de força policial. (TJRJ-2014)
Àquele que for molestado por excesso ou abuso de poder, cabe indenização por perdas e danos, sem prejuizo da ação penal.
	(TJRR-2008-FCC): A respeito da ação de desapropriação por utilidade pública, é correto dizer que afirmada a urgência poderá ser concedida liminar de imissão na posse permitindo a entrada nos prédios expropriados, inclusive com auxílio de força policial, se necessário. BL: art. 7, Dec. 3365.
        Art. 8o  O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da desapropriação, cumprindo, neste caso, ao Executivo, praticar os atos necessários à sua efetivação. (TJRS-2009) (TJAC-2012) (TJSC-2013)
	(TJBA-2012-CESPE): Considerando a disciplina que rege a desapropriação, assinale a opção correta: O Poder Legislativo pode tomar a iniciativa da desapropriação, cabendo, nesse caso, ao Executivo praticar os atos necessários à sua efetivação. BL: art. 8º, Dec. 3365.
        Art. 9o  Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desapropriação, decidir se se verificam ou não os casos de utilidade pública. (DPESP-2006) (TJRR-2008) (TJRO-2011)
        Art. 10.  A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. (Vide Decreto-lei nº 9.282, de 1946) (TJRS-2012) (TJPR-2012) (TJRJ-2012/2014)
        Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. 
	(TJCE-2018-CESPE): Acerca do instituto da desapropriação, assinale a opção correta: Declarada a utilidade pública do bem objeto de decreto expropriatório, o poder público deve atender ao prazo de cinco anos para efetivara desapropriação, o que pode ocorrer mediante acordo ou por via judicial, sob pena de caducidade. BL: art. 10, Dec. 3365.
(TJMA-2013-CESPE): Acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta: A caducidade da declaração de utilidade pública refere-se à perda da validade dessa declaração pelo decurso de tempo sem que o poder público promova atos concretos destinados a efetivá-la. BL: art. 10, Dec.-Lei 3365.
##Atenção: É a definição trazida pelo doutrinador Celso Antônio Bandeira de Mello: “caducidade da declaração de utilidade pública é a perda de validade dada pelo decurso de tempo sem que o Poder Público promova os atos concretos destinados à efetivá-la”. (Curso de Direito Administrativo, 13 ed., Malheiros,2000, p. 725).
(TJSP-2008-VUNESP): Em 30 de junho de 2002, o Governo do Estado editou decreto declarando determinado imóvel de utilidade pública, para fins de desapropriação. Até 30 de outubro de 2007, não havia proposto ação de desapropriação. A propositura dessa ação depende de novo decreto de utilidade pública, que apenas poderá ser editado a partir de 30 de junho de 2008. BL: art. 10, Dec. 3365.
OBS: Conforme leciona Maria Sylvia Zanella Di Pietro: "No que se refere ao prazo de caducidade, o artigo 10 do Decreto-Lei nº 3.365/41 determina que a desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais se caducará. No entanto, o prazo de caducidade aí previsto não é fatal, uma vez que, na parte final, o mesmo dispositivo determina que decorrido um ano, poderá ser o mesmo objeto de nova declaração."
(TJPR-2008): Assinale a alternativa correta: A desapropriação por utilidade pública deverá ser efetivada mediante acordo ou ser intentada judicialmente dentro de 5 (cinco) anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. BL: art. 10, Dec. 3365.
        Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público.      (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
Art. 10-A. O poder público deverá notificar o proprietário e apresentar-lhe oferta de indenização. (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
§ 1º A notificação de que trata o caput deste artigo conterá: (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
I - cópia do ato de declaração de utilidade pública;  (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
II - planta ou descrição dos bens e suas confrontações; (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
III - valor da oferta;  (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
IV - informação de que o prazo para aceitar ou rejeitar a oferta é de 15 (quinze) dias e de que o silêncio será considerado rejeição;  (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
V - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
§ 2º Aceita a oferta e realizado o pagamento, será lavrado acordo, o qual será título hábil para a transcrição no registro de imóveis. (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
§ 3º  Rejeitada a oferta, ou transcorrido o prazo sem manifestação, o poder público procederá na forma dos arts. 11 e seguintes deste Decreto-Lei. (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
Art. 10-B. Feita a opção pela mediação ou pela via arbitral, o particular indicará um dos órgãos ou instituições especializados em mediação ou arbitragem previamente cadastrados pelo órgão responsável pela desapropriação. (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
§ 1º A mediação seguirá as normas da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, e, subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou instituição responsável. (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
§ 2º Poderá ser eleita câmara de mediação criada pelo poder público, nos termos do art. 32 da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
§ 3º  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
§ 4º A arbitragem seguirá as normas da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, e, subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou instituição responsável. (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.867, de 2019)
DO PROCESSO JUDICIAL
        Art. 11.  A ação, quando a União for autora, será proposta no Distrito Federal ou no foro da Capital do Estado onde for domiciliado o réu, perante o juízo privativo, se houver; sendo outro o autor, no foro da situação dos bens. (PGM-Rosana/SP-2016) (TJAC-2019)
        Art. 12.  Somente os juizes que tiverem garantia de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos poderão conhecer dos processos de desapropriação.
	(TJCE-2014-FCC): O Decreto-Lei 3.365/41, estatui que somente os juízes que tiverem garantia de vitaliciedade podem atuar nos processos de desapropriação, porém a jurisprudência dominante considera que tal exigência, em relação aos juízes substitutos, foi revogada pela Lei Orgânica da Magistratura (Lei Complementar no 35/1979). BL: art. 14, Dec.-Lei 3365.
##Atenção: ##STJ: Com a nova redação que a Lei Complementar nº 37/1979, deu ao artigo 22, § 2º, da Lei Complementar 35/79, os juízes substitutos, que ainda não hajam adquirido a vitaliciedade, passaram a poder praticar todos os atos reservados aos juízes vitalícios, inclusive o conhecimento dos processos de desapropriação. Recurso provido. Decisão unânime. (STJ, 1ª T. REsp 41922 PR 1993/0035240-7, Min. Demócrito Reinaldo, j. 1/9/98).
        Art. 13. A petição inicial, alem dos requisitos previstos no Código de Processo Civil, conterá a oferta do preço e será instruida com um exemplar do contrato, ou do jornal oficial que houver publicado o decreto de desapropriação, ou cópia autenticada dos mesmos, e a planta ou descrição dos bens e suas confrontações.
	##Atenção: ##PGESP-2012: ##Súmula nº 118 do antigo TFR: “Na ação expropriatória, a revelia do expropriado não implica em aceitação do valor da oferta e, por isso, não autoriza a dispensa da avaliação.” Nesse sentido, é também o entendimento do STJ: “A revelia do expropriado não autoriza o acolhimento automático e obrigatório da oferta inicial feita pelo ente expropriante, não sendo dispensada a avaliação judicial. Súmula 118/TFR.” (STJ - AgRg no REsp, 1414864/PE 2013/0361539-8. 2ª Turma. Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 06/02/2014).
        Parágrafo único.  Sendo o valor da causa igual ou inferior a dois contos de réis (2:000$0), dispensam-se os autos suplementares.
        Art. 14.  Ao despachar a inicial, o juiz designará um perito de sua livre escolha, sempre que possivel, técnico, para proceder à avaliação dos bens. (PGEGO-2010)
        Parágrafo único.  O autor e o réu poderão indicar assistente técnico do perito.
        Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil [obs.: atuais arts. 874 e 875 do NCPC.], o juiz mandará imití-lo provisoriamente na posse dos bens; (TJMG-2005) (PGESE-2005) (TJAL-2015) (TJCE-2018) (TJAC-2019)
	Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária, mandar: 
I - reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros, se o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente e dos acessórios; 
II - ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente.
Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início aos atos de expropriação do bem.
        Parágrafo único.      (Revogado pela Lei nº 2.786, de 1956)
        § 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o depósito: (Incluído pela Lei nº 2.786, de 1956) (TJMG-2005) (PGESE-2005) (TJAL-2015) (TJAC-2019)
        a) do preço oferecido, se êste fôr superior a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao impôsto predial;     (Incluída pela Lei nº 2.786, de 1956)
        b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, estandoo imóvel sujeito ao impôsto predial e sendo menor o preço oferecido;      (Incluída pela Lei nº 2.786, de 1956)
        c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do impôsto territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior;  (Incluída pela Lei nº 2.786, de 1956) (PGESE-2005)
        d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originàlmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel.      (Incluída pela Lei nº 2.786, de 1956) (PGESE-2005)
	(TJDFT-2012): Em ação de desapropriação por utilidade pública, alegada a urgência pelo expropriante, e desde que efetivado o depósito da quantia arbitrada, pode o juiz deferir a imissão provisória na posse do bem, independentemente de citação. Tal procedimento não ofende a Constituição. BL: art. 15, §1º do Dec.-Lei 3365/41 e S. 652, STF.
OBS: Súmula 652-STF: Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dl. 3.365/41 (Lei da Desapropriação por utilidade pública).
        § 2º A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias.  (Incluído pela Lei nº 2.786, de 1956) (TJCE-2014)
        § 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior não será concedida a imissão provisória.       (Incluído pela Lei nº 2.786, de 1956)
        § 4o  A imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis competente.        (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos.     (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001) (TJPR-2010) (TJRO-2011)
§ 1o  Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a compensar a perda de renda comprovadamente sofrida pelo proprietário.     (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)      (Vide ADIN nº 2.332-2)
§ 2o  Não serão devidos juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero.       (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)     (Vide ADIN nº 2.332-2)
§ 3o  O disposto no caput deste artigo aplica-se também às ações ordinárias de indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta, bem assim às ações que visem a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público, em especial aqueles destinados à proteção ambiental, incidindo os juros sobre o valor fixado na sentença.       (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
§ 4o  Nas ações referidas no § 3o, não será o Poder Público onerado por juros compensatórios relativos a período anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada pelo autor da ação.       (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)      (Vide ADIN nº 2.332-2)
        Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito, e somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir de 1o de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001) (TJPR-2010)
        Art. 16.  A citação far-se-á por mandado na pessoa do proprietário dos bens; a do marido dispensa a dá mulher; a de um sócio, ou administrador, a dos demais, quando o bem pertencer a sociedade; a do administrador da coisa no caso de condomínio, exceto o de edificio de apartamento constituindo cada um propriedade autonôma, a dos demais condôminos e a do inventariante, e, se não houver, a do cônjuge, herdeiro, ou legatário, detentor da herança, a dos demais interessados, quando o bem pertencer a espólio. (TRF1-2009)
        Parágrafo único. Quando não encontrar o citando, mas ciente de que se encontra no território da jurisdição do juiz, o oficial portador do mandado marcará desde logo hora certa para a citação, ao fim de 48 horas, independentemente de nova diligência ou despacho. (PGM-Rosana/SP-2016)
        Art. 17. Quando a ação não for proposta no foro do domicilio ou da residência do réu, a citação far-se-á por precatória, se ó mesmo estiver em lugar certo, fora do território da jurisdição do juiz. 
        Art. 18. A citação far-se-á por edital se o citando não for conhecido, ou estiver em lugar ignorado, incerto ou inacessível, ou, ainda, no estrangeiro, o que dois oficiais do juízo certificarão. (PGEGO-2010)
        Art. 19. Feita a citação, a causa seguirá com o rito ordinário. (TJCE-2014)
        Art. 20. A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do preço; qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta. (DPESP-2006) (PGEGO-2010) (DPEPR-2014)
	(AGU-2015-CESPE): Julgue o item seguinte, relativo à ação de desapropriação: A reconvenção é incompatível com a ação de desapropriação por utilidade pública, mas, em sua contestação, o réu pode alegar direito de extensão e exigir que na desapropriação seja incluída parte restante do bem expropriado. BL: art. 20 do Dec.-lei 3365 e jurisprudência do STJ.
##Atenção: ##DPEPR-2014: Quanto à reconvenção, o STJ entende o seguinte: “Considerando o fato de ser a desapropriação de interesse exclusivo do ente público e de serem limitadas as matérias passíveis de discussão, nos moldes do art. 20 do Dec.-Lei 3.365/41, não se admite pedido de reconvenção nos feitos expropriatórios”. (STJ, AgRg no AREsp 94.329/PR, Rel. Min. Eliana Calmon, 2ª T., j. 08/10/13). Por outro lado, em relação ao direito de extensão, assim se manifestou o STJ: “(...) Direito de extensão é o que assiste ao proprietário de exigir que se inclua no plano de desapropriação a parte remanescente do bem, que se tornou inútil ou de difícil utilização. (...) O direito de extensão nada mais é do que a impugnação do preço ofertado pelo expropriante. O réu, quando impugna na contestação o valor ofertado, apresenta outra avaliação do bem, abrangendo a integralidade do imóvel, e não apenas a parte incluída no plano de desapropriação. Assim, o pedido de extensão formulado na contestação em nada ofende o art. 20 do Dec.-Lei 3.365/41, segundo o qual a contestação somente pode versar sobre ‘vício do processo judicial ou impugnação do preço’”. (STJ, REsp 986.386/SP, Rel. Min. Castro Meira, 2ª T., j. 4/3/08).
(TJSP-2014-VUNESP): A Prefeitura de determinado Município do Estado de São Paulo pretende desapropriar imóvel situado em sua zona urbana. O proprietário do referido imóvel descobre que o intento do Prefeito Municipal é decorrente de espírito de emulação, posto tratar-se de seu inimigo político, inexistindo qualquer motivo técnico para a desapropriação em questão. Visando atacar tal vício do decreto expropriatório, o expropriado deve levantar a questão por meio de ajuizamento de ação autônoma, com o objetivo de anulação do referido decreto, devido ao desvio de finalidade. BL: art. 20, Dec. 3365.
OBS: Na ação de desapropriação não há liberdade para aduzir matérias em contestação, sendo, portanto, limitada aos vícios no processo judicial ou alegações acerca do preço.
        Art. 21. A instância não se interrompe. No caso de falecimento do réu, ou perda de sua capacidade civil, o juiz, logo que disso tenha conhecimento, nomeará curador à lide, ate que se lhe habilite o interessado.
        Parágrafo único. Os atos praticados da data do falecimento ou perda da capacidade à investidura do curador à lide poderão ser ratificadosou impugnados por ele, ou pelo representante do espólio, ou do incapaz.
        Art. 22.  Havendo concordância sobre o preço, o juiz o homologará por sentença no despacho saneador.
        Art. 23.  Findo o prazo para a contestação e não havendo concordância expressa quanto ao preço, o perito apresentará o laudo em cartório até cinco dias, pelo menos, antes da audiência de instrução e julgamento.
        § 1o  O perito poderá requisitar das autoridades públicas os esclarecimentos ou documentos que se tornarem necessários à elaboração do laudo, e deverá indicar nele, entre outras circunstâncias atendiveis para a fixação da indenização, as enumeradas no art. 27.
        Ser-lhe-ão abonadas, como custas, as despesas com certidões e, a arbítrio do juiz, as de outros documentos que juntar ao laudo.
        § 2o  Antes de proferido o despacho saneador, poderá o perito solicitar prazo especial para apresentação do laudo.
        Art. 24.  Na audiência de instrução e julgamento proceder-se-á na conformidade do Código de Processo Civil. Encerrado o debate, o juiz proferirá sentença fixando o preço da indenização. (TJSC-2013)
        Parágrafo único.  Se não se julgar habilitado a decidir, o juiz designará desde logo outra audiência que se realizará dentro de 10 dias afim de publicar a sentença.
        Art. 25.  O principal e os acessórios serão computados em parcelas autônomas.
        Parágrafo único.  O juiz poderá arbitrar quantia módica para desmonte e transporte de maquinismos instalados e em funcionamento.
        Art. 26. No valor da indenização, que será contemporâneo da avaliação, não se incluirão os direitos de terceiros contra o expropriado.  (Redação dada pela Lei nº 2.786, de 1956)
        § 1º Serão atendidas as benfeitorias necessárias feitas após a desapropriação; as úteis, quando feitas com autorização do expropriante. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 4.686, de 1965) (TJCE-2018)
        § 2º Decorrido prazo superior a um ano a partir da avaliação, o Juiz ou Tribunal, antes da decisão final, determinará a correção monetária do valor apurado, conforme índice que será fixado, trimestralmente, pela Secretaria de Planejamento da Presidência da República.    (Redação dada pela Lei nº 6.306, de 1978)
        Art. 27.  O juiz indicará na sentença os fatos que motivaram o seu convencimento e deverá atender, especialmente, à estimação dos bens para efeitos fiscais; ao preço de aquisição e interesse que deles aufere o proprietário; à sua situação, estado de conservação e segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, nos últimos cinco anos, e à valorização ou depreciação de área remanescente, pertencente ao réu. (TJAM-2013)
        Parágrafo único.  (Revogado pela Lei nº 2.786, de 1956)
        § 1o  A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço oferecido condenará o desapropriante a pagar honorários do advogado, que serão fixados entre meio e cinco por cento do valor da diferença, observado o disposto no § 4o do art. 20 do Código de Processo Civil, não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil reais). (Redação dada Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001) (Vide ADIN nº 2.332-2) (TJDFT-2012)
	(PGM-Rosana/SP-2016-VUNESP): É correto afirmar que, na ação de desapropriação por utilidade pública, quando houver diferença entre o valor ofertado e o valor fixado para efetiva indenização, os honorários serão calculados sobre a diferença. BL: art. 27, §1º, Dec. 3365.
OBS: Súmulas do STJ: Nº 141: “Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre a diferença entre a indenização e a oferta, corrigidas monetariamente.”
        § 2º A transmissão da propriedade, decorrente de desapropriação amigável ou judicial, não ficará sujeita ao impôsto de lucro imobiliário.      (Incluído pela Lei nº 2.786, de 1956)
        § 3º O disposto no § 1o deste artigo se aplica:       (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
        I - ao procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo de desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrária;       (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
        II - às ações de indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta.      (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
        § 4º O valor a que se refere o § 1o será atualizado, a partir de maio de 2000, no dia 1o de janeiro de cada ano, com base na variação acumulada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do respectivo período. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
        Art. 28.  Da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação com efeito simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado, e com ambos os efeitos, quando o for pelo expropriante. (PGEGO-2010) (PGM-Rosana/SP-2016)
         § 1 º A sentença que condenar a Fazenda Pública em quantia superior ao dobro da oferecida fica sujeita ao duplo grau de jurisdição.      (Redação dada pela Lei nº 6.071, de 1974)
        § 2o  Nas causas de valor igual ou inferior a dois contos de réis (2:000$0), observar-se-á o disposto no art. 839 do Código de Processo Civil.
        Art. 29.  Efetuado o pagamento ou a consignação, expedir-se-á, em favor do expropriante, mandado de imissão de posse, valendo a sentença como título hábil para a transcrição no registro de imóveis. (TJSE-2008)
        Art. 30.  As custas serão pagas pelo autor se o réu aceitar o preço oferecido; em caso contrário, pelo vencido, ou em proporção, na forma da lei. (TJSE-2008)
DISPOSIÇÕES FINAIS
        Art. 31. Ficam sub-rogados no preço quaisquer ônus ou direitos que recaiam sobre o bem expropriado. (TJRJ-2011) (TJBA-2012)
        Art. 32. O pagamento do preço será prévio e em dinheiro. (Redação dada pela Lei nº 2.786, de 1956)
        § 1o  As dívidas fiscais serão deduzidas dos valores depositados, quando inscritas e ajuizadas. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
       § 2o  Incluem-se na disposição prevista no § 1o as multas decorrentes de inadimplemento e de obrigações fiscais.      (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
       § 3o  A discussão acerca dos valores inscritos ou executados será realizada em ação própria.      (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
        Art. 33.  O depósito do preço fixado por sentença, à disposição do juiz da causa, é considerado pagamento prévio da indenização. (PGESE-2005) (TJRR-2008)
        § 1º O depósito far-se-á no Banco do Brasil ou, onde este não tiver agência, em estabelecimento bancário acreditado, a critério do juiz.     (Renumerado do Parágrafo Único pela Lei nº 2.786, de 1956)
        § 2º O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito feito para o fim previsto neste e no art. 15, observado o processo estabelecido no art. 34. (Incluído pela Lei nº 2.786, de 1956)
        Art. 34.  O levantamento do preço será deferido mediante prova de propriedade, de quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado, e publicação de editais, com o prazo de 10 dias, para conhecimento de terceiros. (DPESP-2013)
        Parágrafo único.  Se o juiz verificar que há dúvida fundada sobre o domínio, o preço ficará em depósito, ressalvada aos interessados a ação própria para disputá-lo.
	##Atenção: ##DPESP-2013: Segundo o STJ, o possuidor é parte legítima para figurar no polo passivo da ação de desapropriação, vejamos: "É firme a jurisprudência desta Corte quanto à possibilidade de o expropriado que detém apenas a posse do imóvel receber a correspondente indenização, não sendo o caso de aplicação do art. 34 do Decreto-Lei 3.365/41 (AgRg no AResp 19.966/SP)
Art. 34-A. Se houver concordância, reduzida a termo, do expropriado, a decisão concessiva da imissão provisória na posse implicará a aquisição da propriedade pelo expropriante com o consequente registro da propriedade na matrícula do imóvel.   (Incluído pela Lei nº13.465, de 2017)
§ 1o  A concordância escrita do expropriado não implica renúncia ao seu direito de questionar o preço ofertado em juízo.         (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2o  Na hipótese deste artigo, o expropriado poderá levantar 100% (cem por cento) do depósito de que trata o art. 33 deste Decreto-Lei.       (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 3o  Do valor a ser levantado pelo expropriado devem ser deduzidos os valores dispostos nos §§ 1o e 2o do art. 32 deste Decreto-Lei, bem como, a critério do juiz, aqueles tidos como necessários para o custeio das despesas processuais.        (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
        Art. 35.  Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos. (PGESE-2005) (TJRR-2008) (TJAL-2008) (TJRJ-2011) (TJPR-2012) (TJPA-2014) (TJCE-2018)
	(Anal. Legisl.-Câm. Deputados-2014-CESPE): A desapropriação é forma de aquisição originária da propriedade, por isso será válida ainda que a indenização seja paga a quem não seja o proprietário do bem. BL: art. 35, Decreto-Lei 3365/41.
OBS: Segundo José dos Santos Carvalho Filho. (Manual de Direito Administrativo 28ª Ed. p. 861/862): "A desapropriação é, realmente, modo sui generis de aquisição da propriedade. Mas, pela forma como se consuma, é de ser considerada forma de aquisição originária, porque a só vontade do Estado é idônea a consumar o suporte fático gerador da transferência da propriedade, sem qualquer relevância atribuída à vontade do proprietário ou do título que possua. A desapropriação, assim, é considerada o ponto inicial da nova cadeia causal que se formará para futuras transferências do bem. Dessa premissa surgem dois importante efeitos. O primeiro consiste na irreversibilidade da transferência, ainda que indenizado tenha sido terceiro que não o dono do bem desapropriado. Ademais, com a desapropriação consideram-se extintos os direito reais de terceiros sobre a coisa".
(MPSP-2010): Na chamada “Ação de desapropriação indireta”, o desapossado: Pode reclamar indenização pela ocupação ilícita decorrente do esbulho feito por autoridade pública. BL: art. 35, Dec.-Lei 3365/41.
##Atenção: ##DOD: A desapropriação indireta ocorre quando o Estado (Poder Público) se apropria do bem de um particular sem observar as formalidades previstas em lei para a desapropriação, dentre as quais a declaração indicativa de seu interesse e a indenização prévia. Trata-se de um verdadeiro esbulho possessório praticado pelo Poder Público. A desapropriação indireta é também chamada de apossamento administrativo. 
 O que a pessoa que teve seu bem desapropriado indiretamente poderá fazer?
· Se o bem expropriado ainda não está sendo utilizado em nenhuma finalidade pública: pode ser proposta uma ação possessória visando a manter ou retomar a posse do bem.
· Se o bem expropriado já está afetado a uma finalidade pública: considera-se que houve fato consumado e somente restará ao particular ajuizar uma “ação de desapropriação indireta” a fim de ser indenizado. Nesse sentido é o art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41.
        Art. 36.  É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização. (TJMA-2013)
        O expropriante prestará caução, quando exigida.
        Art. 37.  Aquele cujo bem for prejudicado extraordinariamente em sua destinação econômica pela desapropriação de áreas contíguas terá direito a reclamar perdas e danos do expropriante.
        Art. 38.  O réu responderá perante terceiros, e por ação própria, pela omissão ou sonegação de quaisquer informações que possam interessar à marcha do processo ou ao recebimento da indenização.
        Art. 39.  A ação de desapropriação pode ser proposta durante as férias forenses, e não se interrompe pela superveniência destas.
        Art. 40.  O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei. (TJPI-2012) (TJCE-2012) (MPSC-2016)
	##Atenção: ##TJPI-2012: ##TJCE-2012: ##CESPE: ##MPSC-2016: Pode-se afirmar que está correto, quanto às desapropriações e servidões administrativas, que a regra geral, de fato, consiste no pagamento de indenização. Em relação à desapropriação, por se tratar de retirada de propriedade do particular em favor do Poder Público, a regra, inclusive, consiste em que a indenização deva ser justa, prévia e em dinheiro, o que tem amparo na CF/88, art. 5º, XXIV: “XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;" Quanto às servidões, pode-se invocar o que dispõe o art. 40 do Decreto-lei 3.365/41. Entretanto, o mesmo não se pode afirmar no que diz respeito às limitações administrativas, em relação às quais prevalece a regra da desnecessidade do pagamento de indenização, o que tem apoio no fato de que se cuida de medidas de caráter geral. Portanto, a sociedade como um todo suporta os ônus e bônus de cada limitação. Incide, aqui, o mesmo raciocínio atinente à irresponsabilidade civil do Estado por atos legislativos, os quais, também, como regra geral, não rendem ensejo a qualquer compensação pecuniária. Apenas excepcionalmente as limitações administrativas gerarão dever de indenizar atribuível ao Estado. Por fim, quanto ao tombamento, cumpre destacar que a doutrina sustenta a possibilidade de pagamento de indenização, desde que o particular comprove que experimentou prejuízos efetivos em razão da restrição sofrida. Como regra, pois, não gerará dever de indenizar o proprietário do bem tombado.
        Art. 41.  As disposições desta lei aplicam-se aos processos de desapropriação em curso, não se permitindo depois de sua vigência outros termos e atos além dos por ela admitidos, nem o seu processamento por forma diversa da que por ela é regulada.
        Art. 42.  No que esta lei for omissa aplica-se o Código de Processo Civil.
        Art. 43.  Esta lei entrará em vigor 10 dias depois de publicada, no Distrito Federal, e 30 dias no Estados e Território do Acre, revogadas as disposições em contrário.
        Rio de Janeiro, em 21 junho de 1941, 120o da Independência e 53o da República.
GETULIO VARGAS
Francisco Campos. 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.7.1941
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