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A Botica Caseira Curso de Manejo e Preparo de Ervas Theresa Tullio A Botica Caseira Curso de Manejo e Preparo de Ervas Capa: Ativas and Criativas Agência Projeto Gráfico: Ativas and Criativas Agência Para Vila de Beroë Editora Copyright © 2017 Theresa Tullio Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sem autorização prévia por escrito da autora ou seus representantes legais, sejam quais forem os meios empregados, com exceção das resenhas literárias, que podem reproduzir algumas partes do livro, desde que citada a fonte. Dedicatória & Agradecimentos Gratidão por tanta Fé e tanta Certeza! A Deus Aos Mentores Guias Mestres Protetores Conselheiros Às Mães Maria e Natureza À Meus pais Ilson e Penha, Irmãos Cris, Paulo e Marta E a caçula de coração Arlinda Bruna, Ilson Neto e Yasmin Luz, Orgulho e Doçura da vida da tia Joana minha Mãe-Dinda, Marcilene, minha querida laotong Márcia Henriques, Rafael e Alex Família de Coração Minha Outra Parte Meus avós, minha querida ancestral e meu anjo Aruãna E a cada pessoa que procura minhas orientações para ajustar o rumo de sua vida, continue a caminhar, caminhemos juntos... SUMÁRIO Apresentação ....................................................................... 11 Preciosos Conselhos Para Começar ................................ 14 Alertas Sobre Expressões E Referências ........................ 16 Toxicidade, Potência, Validade De Vegetais ................. 17 Sobre Receitas Para Olhos, Ouvidos E Nariz ............... 21 Teste Para Alergia .............................................................. 22 Fatores Importantes No Preparo E Manipulação De Herbais ................................................................................. 24 Esterilização De Frascos De Vidro ................................. 25 Rotular - Etiquetas Detalhadas São Uma Medida Necessária ............................................................................ 26 Medidas & Equivalências .................................................. 28 Seu Álbum Herbário E/Ou Fotográfico ........................ 31 O Melhor Horário Para Ingestão De Preparados Herbais ................................................................................................ 33 Reverência & Gratidão ...................................................... 36 Utensílios & Material ......................................................... 37 Chás, Infusões & Decocções ........................................... 44 Macerados ........................................................................... 54 Sumos & Sucos ................................................................... 57 Pós & Pílulas ....................................................................... 61 Tinturas & Alcoolaturas .................................................... 67 Óleos .................................................................................... 74 Vinhos Medicinais & Garrafadas ..................................... 78 Xaropes Ou Lambedores .................................................. 84 Compressas ......................................................................... 92 Banhos Medicinais & Vaporizações ................................ 96 Unguentos & Pomadas ................................................... 124 Cataplasmas & Emplastos .............................................. 132 Travesseiros De Ervas & Almofadas Terapêuticas .... 141 Outras Práticas ................................................................. 151 Sobre Bochechos & Gargarejos ..................................... 152 Sobre Extratos .................................................................. 153 Sobre Loções .................................................................... 154 Sobre Melotes ................................................................... 154 Bibliografia, WebGrafia E Fontes de Consulta ........... 155 Conheça Alguns Livros De Theresa Tullio ................. 159 Sobre A Autora ................................................................ 162 Deusa Eir, A Curadora Silenciosa ................................. 163 A Botica Caseira 11 APRESENTAÇÃO Botica era como chamava-se farmácia antigamente. O boticário ou apotecário foi por muito tempo e é até hoje, a única opção de medicina para vilarejos inteiros, longe dos grandes centros, em pleno século XXI. Estabelecimentos miúdos, escuros, misteriosos, de plantas secas penduradas e ajuntadas em todo canto, gavetinhas, potes gigantescos de vidro escuro, sacos de papel pardo e embrulhos em jornal velho. Mas ali se encontra elixir, veneno e unguento, ali tem pomada, confiança e alento. É lá que se manda o moleque às pressas à busca do que se precisa, pois ali se encontra o que se resolve e quem resolve. Unidos em disfarçadas confrarias às dindas, dindos, benzedeiras e benzedores em inusitadas mesas- redondas nas quais os pajés são sempre bem vindos convidados de honra. Hoje, mais e mais pessoas estão tomando coragem e "Fazendo O Caminho De Volta", trocando carreiras rentáveis e destaque no mundo corporativo por uma vida mais simples e mudando-se para localidades que nem sempre dispõe de rede hospitalar próxima, de filiais de grandes e sortidas drogarias. Theresa Tullio 12 As orientações de manejo e preparo de ervas deste livro não se destinam a formação profissional ou processos para fabricação de preparados terapêuticos em larga escala para fins comerciais e sim, para fins medicamentosos caseiros, para usar no lar, beneficiar a família e ajudar os vizinhos. Neste Curso foram incluídas apenas práticas que utilizam produtos naturais e também selecionadas as mais simples. As TÉCNICAS DE MANEJO E PREPARO não incluem instruções de plantio, jardinagem, colheita ou secagem, ou seja, as plantas nos capítulos são consideradas ingredientes prontos para o uso nas receitas. Minha intenção é incentivar que cada lar tenha seu jardim de ervas, sua horta terapêutica, do tamanho que couber, na área de serviço, num canto de sacada ou até na janela da cozinha. E quer seja sua escolha pelas ervas pura falta de opção assistencial, ou ainda necessidade de uma terapêutica mais natural e menos agressiva ao organismo, meu desejo é que este livro lhe seja útil. Que os boticários e suas alquímicas funções lhe inspirem no aprendizado proposto por esta despretensiosa obra. Bênçãos a ti, sua família e sua casa, Nos vemos no Caminho De Volta... Theresa Tullio Março de 2017 A Botica Caseira 13 Theresa Tullio 14 PARA COMEÇAR, ALGUNS PRECIOSOS CONSELHOS BÁSICOS � Evite o uso de plantas “da moda”. � Duvide sempre das plantas tidas como milagrosas. � Utilize aquelas plantas cujos efeitos são bem conhecidos. � É importante identificar corretamente a doença a ser tratada, senão o tratamento pode ser inadequado e atrasar a procura de um serviço de saúde em casos em que seja necessário. � A preparação da planta e as doses devem ser adequadas. � Em caso de dúvida, procure um conhecedor que trabalhe com plantas. � Prepare os medicamentos em vasilhas de louça, vidros, aço inox ou esmaltados, quando possível. Vasilhas de alumínio e ferro atrapalham o efeito do medicamento. � Não adoce os chás nem com açúcar nem com adoçante, pois eles interferem na ação medicinal. A Botica Caseira 15 � Procure usar os preparados por um período máximo entre 21 e 30 dias, intercalados por um período de descanso de 7 dias (há algumas exceções à essa regra). � Evite o uso de plantas medicinais na gravidez, especialmente nos 3 primeiros meses, pois podem provocar abortoou causar problemas ao bebê. � As misturas de plantas devem ser evitadas ou restritas a pequeno número de espécies, no máximo três, pois podem trazer efeitos inesperados devido à interação entre seus constituintes. � Saber sobre a doença, o tratamento e o preparo do remédio é muito importante. Quando não sabemos isso direito e não preparamos bem o remédio, o tratamento pode ser ineficaz ou mesmo fazer com que a pessoa piore. Nestes casos, as pessoas podem achar que o tratamento não funcionou porque o remédio era de plantas. Theresa Tullio 16 ALERTAS SOBRE EXPRESSÕES E REFERÊNCIAS O nome FITOPREPARADO é o melhor e o mais usado para se referir aos produtos herbais finalizados. Esse nome está substituindo os nomes “remédio caseiro” ou “remédio popular”, desde que o nome FITOTERÁPICO foi apossado pela indústria farmacêutica. Outro nome apossado: CURA. É perigoso você falar que curou alguém. Pelo código penal curar é direito do(a) médico(a). � Não fale ou use curar, fale e use equilibrar ou harmonizar. � Não fale ou use receita/receitar, fale e use indicação/indicar. � Não fale ou use consulta, fale e use atendimento. � Não fale ou use consultório, fale e use sala. A Botica Caseira 17 TOXICIDADE, POTÊNCIA, VALIDADE DE VEGETAIS Existem plantas medicinais de conhecimento popular que são tóxicas. Como está ocorrendo uma intensificação da procura e do uso dessas plantas, é importante alertar para os perigos que o seu uso indiscriminado pode acarretar. Antes de utilizar uma planta medicinal, é preciso procurar informações a respeito de suas indicações terapêuticas, dosagem, modo de usar e possíveis efeitos tóxicos. As intoxicações ocorrem quase sempre por causa do uso de quantidades excessivas de determinadas plantas, preparo, uso inadequado e, principalmente, por causa do uso de plantas com efeitos tóxicos. Como os prováveis efeitos tóxicos de muitas plantas ainda são ignorados, deve-se procurar utilizar aquelas cujos efeitos sejam bem conhecidos, usando-se dosagens moderadas e bem determinadas, evitando-se os excessos. Theresa Tullio 18 Na dúvida sobre o uso de uma planta, é aconselhável procurar a orientação de um profissional de saúde que trabalhe com plantas medicinais ou usar uma outra mais conhecida e que tenha os mesmos princípios terapêuticos. O uso pouco cuidadoso das plantas medicinais tem causado efeitos indesejados como intoxicações e mesmo a ausência da resposta medicamentosa esperada. Este mau uso se deve ao conhecimento insuficiente do assunto, a pouca informação ou mesmo à falsa ideia de que “se é natural”, se não fizer bem, mal não fará. Essa afirmação é totalmente errônea, pois todo medicamento quer seja de origem química ou natural possui efeitos positivos e também negativos ao organismo. O risco de intoxicação pelo uso de plantas é grande. Estas intoxicações normalmente ocorrem por causa de erros na identificação das espécies (uso de nomes populares), do uso de quantidades excessivas de determinadas plantas, do preparo e uso inadequados e, principalmente, por causa do uso de plantas com efeitos tóxicos. Determinadas plantas medicinais podem, ainda, provocar queimaduras na pele e algumas sofrem foto sensibilização quando expostas ao sol e podem provocar queimaduras. Os preparados de origem vegetal, na maioria das vezes, possuem uma dose terapêutica distante da dose tóxica, sendo o efeito tóxico atingido somente com grande consumo. Mas pode sim, haver perigo no uso de plantas medicinais, sem as devidas precauções, cuidados e orientação segura. A Botica Caseira 19 Atenção então! � Plantas com efeito tóxico imediato, mesmo em pequenas doses podem causar intoxicação. � Plantas com efeito tóxico retardado possuem substâncias químicas que provocam intoxicação quando ingeridas por tempo prolongado. Mesmo após suspender o uso da planta os sintomas de intoxicação podem ocorrer. � Plantas mofadas e mal conservadas contém substâncias tóxicas produzidas por alguns fungos que podem causar câncer hepático. � Plantas trocadas ou utilizadas erroneamente são um perigo, há principalmente inúmeras folhas na Natureza muito parecidas. Por isso é importante saber a procedência da indicação, ver realmente quem é o raizeiro ou quem é o vendedor das plantas medicinais. Uma planta quando corretamente cultivada, colhida e armazenada é mais potente. Mas com o tempo, as ervas também perdem a força e devem ser descartadas depois de 12 ou 15 meses, dependendo do tipo. Os preparados de plantas já prontos também não devem ser usados por tempo prolongado, acabam perdendo o efeito ou causando efeitos colaterais. Theresa Tullio 20 Ao preparar um remédio, certifique-se que esteja usando a parte certa da planta. As folhas, flores, caules e raízes de uma planta podem ter, cada um, propriedades diferentes. Portanto, cuidado para usar a parte correta da planta indicada na receita. Elabore os fitopreparados apenas com plantas conhecidas, consagradas ou validadas. Identifique com segurança as plantas ou tenha ajuda de quem conhece. Evite as novidades milagreiras. Somente após você conviver algum tempo é que terá suas próprias convicções. A Botica Caseira 21 SOBRE RECEITAS PARA OLHOS, OUVIDOS E NARIZ Em se tratando de remédio para uso tópico-interno de OLHOS, OUVIDOS E NARIZ, todo cuidado é pouco. Os tratamentos otorrinolaringológicos com aplicações internas como colírios, soluções nasais e remédios para ouvidos, mesmo naturais, não são ensinados neste guia. No livro "Curando Em Casa - Guia Prático de Terapêutica Complementar", que faz parte da Enciclopédia AS ERVAS, há várias receitas para tratamentos caseiros dos males dos olhos, ouvidos, nariz e garganta, mas restringindo-se a soluções de uso externo. Theresa Tullio 22 TESTE PARA ALERGIA Um processo alérgico pode ocorrer através do contato da pele com partes do vegetal ou pela ação do sumo de algumas plantas que tornam a pele sensível aos raios do sol. Pessoas que trabalham diretamente com certas plantas, ou o consumo prolongado, podem causar perturbações digestivas, urticária, rinite e enxaqueca. A pele de cada pessoa possui características diferentes, como cor, cheiro e textura. Além disso, cada uma apresenta uma sensibilidade única quando exposta a variadas substâncias. Assim, antes de utilizar qualquer ingrediente natural, é importante fazer um teste para verificar se a pessoa apresenta alergia a algum componente, seja ele uma folha, flor, semente, óleo essencial ou qualquer outro produto de origem natural. Não só testar a pessoa à qual será ministrado o preparado, mas também testar a pessoa que irá manipular a planta. Algumas substâncias podem provocar uma hipersensibilidade em certos tipos de pele e outras podem causar danos à pele se utilizadas concomitantemente com outras substâncias e/ou com a exposição solar. Por isso, valem o bom senso e o cuidado. A Botica Caseira 23 Para fazer um simples teste de reação alérgica: � Junte uma colher de sopa de água fervente a uma colher de sopa do material bem esmagado, preferencialmente na forma de pó. � Misture até formar uma pasta. � Passe com espátula de madeira na parte de dentro do braço da pessoa, que é onde a pele é mais fina, e portanto, mais sensível. � Se quiser, pode envolver com uma bandagem. � Espere por alguns minutos e veja se ocorre alguma reação adversa, como vermelhidão, coceira ou irritação. � Em caso positivo, não utilize mais a planta. Theresa Tullio 24 FATORES IMPORTANTES NO PREPARO E MANIPULAÇÃO DE HERBAIS Higiene do local onde se trabalha: � Pia, balcões e mesas devem ser limpos antes e depois da atividade. � O piso deve ser mantidolimpo e seco. � Paredes, armários e teto deve ser limpos com frequências para evitar acúmulo de poeiras e formação de teias de aranhas. Higiene dos equipamentos e utensílios: � Limpar antes e depois do uso. Higiene pessoal: � Lavar as mãos, escovar as unhas, procurar retirar anéis e relógio. � Usar luvas, avental limpo e proteger os cabelos. A Botica Caseira 25 ESTERILIZAÇÃO DE FRASCOS DE VIDRO Todo frasco a ser utilizado para maceração e para armazenamento dos preparados herbais deve ser previamente esterilizado. A forma mais natural de esterilização é usar apenas água quente. Para esterilizar frascos de vidro em água quente: Você vai precisar de uma panela grande, bem limpa, dentro da qual os potes não encostem uns nos outros, e um pedaço de tecido de algodão também bem limpo, de preferência que nunca tenha sido usado. � Forre o fundo da panela com o pano para os potes ficarem acomodados e sem atrito com o fundo na fervura. � Disponha os potes sobre o pano, afastados um do outro e cubra-os completamente com água. � Deixe ferver por 10 minutos. � Espere esfriar um pouco, retire os potes com cuidado, coloque sobre outro pano limpo e seco e enxugue com toalhas de papel. Theresa Tullio 26 ROTULAR - ETIQUETAS DETALHADAS SÃO UMA MEDIDA NECESSÁRIA É necessário etiquetar todas as preparações que não sejam de uso imediato para evitar erros posteriores. Mesmo que o preparado esteja sendo feito para uso doméstico, a etiqueta ajuda a lembrar a composição, quando foi feito e quando irá vencer. Seguem modelos para etiquetas: ETIQUETA DE PRODUTO INTERMEDIÁRIO (Quando ainda está sendo feito) RESPONSÁVEL: PAULO DATA DO INÍCIO DA MACERAÇÃO: 01/12/2008 DATA DA FILTRAÇÃO: 16/12/2008 CONTEÚDO: AGUARDENTE DE CANA - 1 LITRO CARQUEJA SECA - 200 GRAMAS LOCAL DA COLETA: QUINTAL DO SEU JOAQUIM A Botica Caseira 27 ETIQUETA DE PRODUTO FINAL: Também podem aparecer na etiqueta observações como: � USO EXTERNO OU INTERNO. � CONSERVAR AO ABRIGO DA LUZ. � NÃO DEIXAR AO ALCANCE DAS CRIANÇAS. TINTURA DE CARQUEJA NOME CIENTÍFICO: BACCHARIS TRIMERA PARTE DA PLANTA: FOLHAS INDICAÇÃO: DIGESTIVA LÍQUIDO EXTRATOR: VODKA RESPONSÁVEL: MARINA DATA DA MANIPULAÇÃO: 16/12/2008 VÁLIDA ATÉ: 16/12/2010 LOCAL DA COLETA: BEIRA DO MORRO, PRÓXIMO AO LAGO VOLUME: 1 LITRO POSOLOGIA: TOMAR DE 15 A 20 GOTAS NA HORA DO DESCONFORTO. Theresa Tullio 28 MEDIDAS & EQUIVALÊNCIAS "A Diferença Entre O Remédio E O Veneno Está Na Dose" Há muitas dúvidas ainda sobre o cálculo das doses das ervas e como usá-las. Se você consultar 100 livros e 100 sites na internet, encontrará pelo menos umas 20 listas de equivalências diferentes. Até o Instituto de Pesos e Medidas Nacional e a ANVISA, são citados como fontes de tabelas que variam de Estado para Estado no Brasil. Sempre que determinada receita pede medidas como xícaras e colheres, a tendência é pesarmos e medirmos os ingredientes empregando utensílios caseiros, pela facilidade de estarem à mão. A Botica Caseira 29 É preciso, no entanto, levar em conta que o tamanho das xícaras e das colheres varia bastante; consequentemente, não existe uma uniformidade. O correto é investir em conjuntos de medidores padronizados, para manipular ervas com o máximo de segurança. Mas, como nem sempre é possível ter o ideal à mão, não precisa deixar de usar os benefícios das ervas por causa disso. Seguem algumas equivalências para medidas de líquidos e sólidos utilizando colheres, copos, xícaras e até as mãos. Vale ressaltar que essas medidas são apenas uma média da diversidade imensa das plantas medicinais, podendo variar, dependendo do peso específico de cada planta. As medidas são aproximadas, não exatas, mas as margens para mais ou para menos não comprometem ou incorrem em riscos de super ou subdosagem. � Todo sólido nestas medidas (gramas) corresponde a material triturado, não inteiro, seja seco ou fresco. � Ao medir ingredientes secos em xícaras ou colheres, nunca os aperte, salvo se isso for solicitado na receita. � Coloque os ingredientes nas medidas despejando-os delicadamente. Theresa Tullio 30 GOTAS: 20 gotas = 1ml UMA PITADA: Uma pitada é o tanto que se pode segurar de sólidos triturados entre as pontas de dois dedos. 1/2 colher de chá para sólidos secos triturados UM PUNHADO: Um punhado é o tanto que se pode pegar com uma mão e fechá-la. O que ficar na mão é o punhado. UMA COLHER DE CAFÉ = 2 ml e 0,5 a 1,0 g UMA COLHER DE CHÁ = 5 ml e 1,0 a 2,0 g UMA COLHER DE SOBREMESA = 10 ml e 2,0 a 3,0 g UMA COLHER DE SOPA = 15 ml e 5 a 10 g UM CÁLICE = 30 ml UMA XÍCARA DE CAFÉ = 50 ml UMA XÍCARA DE CHÁ = 150 a 200 ml A Botica Caseira 31 SEU ÁLBUM HERBÁRIO E/OU FOTOGRÁFICO Este álbum é uma pasta com sacos plásticos, contendo folhas brancas tamanho ofício, com plantas medicinais secas, onde devem ser anotadas as características e indicações de cada espécie. Serve para a identificação e informação das plantas que você habitualmente usar em seus preparos. Como se faz? � O álbum ajuda a lembrar a aparência e o uso da planta, assim, devem-se colher as partes mais importantes para o reconhecimento e caracterização das mesmas. � Se forem pequenas, recolhe-se a planta inteira. � Para plantas maiores usar as folhas ou ramos inteiros e se possível, incluir flores, frutos e sementes. � Escolher plantas sadias e bem desenvolvidas. � Logo depois de colhidas as plantas devem ser prensadas. Theresa Tullio 32 Para prensar: A prensa pode ser feita com duas tábuas, que devem ser bem planas, retinhas e lisinhas, ou pequenos estrados de ripas de madeira. Coloca-se a planta esticada entre duas folhas de jornal e depois entre as duas tábuas, com um peso em cima ou amarradas. Depois de alguns dias a planta estará seca. A planta seca é pregada em uma folha de ofício, com as características e indicações escritas embaixo e colocada no seu Álbum Herbário, dentro de um dos sacos plásticos. Frutas e sementes podem ser agrupadas em saquinhos de plástico, com rótulo, e colocadas dentro de um saco plástico na pasta do seu Álbum. Pode-se fazer apenas um Álbum Fotográfico das plantas medicinais, para substituir o álbum Herbário. Esta opção tem como vantagens, a maior facilidade e rapidez para a sua elaboração, atendendo muito bem às pessoas que não elaboram trabalhos científicos, mas apenas produzem ou coletam plantas para o uso medicinal. Você também pode juntar as duas opções, coletando e registrando algumas plantas da forma tradicional aqui ensinada, e outros de forma fotográfica apenas. O importante é montar uma fonte de consulta confiável. A Botica Caseira 33 O MELHOR HORÁRIO PARA INGESTÃO DE PREPARADOS HERBAIS Geralmente, o horário em que se toma o preparado fitoterápico é muito importante para a cura ou efeitos desejados. Assim tem-se as seguintes regras gerais: � Antiácidos: Meia hora antes das refeições principais. � Antifermentativos: Após as refeições. � Antireumáticos (Preparações para cura de reumatismo): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. � Antitussígenos (Preparados contra tosse): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. � Aperientes (Estimulantes do apetite): De 30 a 40 minutos antes das principais refeições. � Calmantes: Duas horas antes ou depois das refeições principais, de preferência após. Theresa Tullio 34 � Carminativos (Anti-gases): Logo após as refeições principais. � Depurativos de toxinas e resíduos (Purificantes do organismo): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois dasrefeições principais. � Digestivos: Logo após as refeições principais. � Diuréticos (Estimulantes de eliminação de urina): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. � Emenagogos (Estimulantes do fluxo menstrual): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. � Expectorantes: Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. � Febrífugos - Antifebris (Preparados contra febre): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. � Hepatoprotetores (Protetores do fígado): Antes das refeições principais e/ou antes de deitar. � Laxantes - Laxativos: Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou entre as refeições e/ou antes de deitar. A Botica Caseira 35 � Neurotônicos (Revigorantes ou equilibradores dos nervos): Duas horas antes ou depois das refeições principais. � Tônicos: Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. � Vermífugos (Eliminadores de vermes intestinais): Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. Theresa Tullio 36 REVERÊNCIA & GRATIDÃO Sempre que iniciar seus trabalhos, tenha antes o momento de reverenciar. Peça licença à planta antes de retirar folhas, raízes e cascas. Faça sua oração antes de começar a fazer o fitopreparado. Mantenha sua serenidade pensando apenas no bem que você está praticando. Agradeça à Natureza Mãe. Dê graças por este momento e ofereça seu trabalho ao Criador, à Humanidade, ao Universo. Irradie Amor e Respeito pelos males e padecimentos de quem usará o preparado. Você estará doando e recebendo as vibrações mais positivas e saudáveis. A Botica Caseira 37 UTENSÍLIOS & MATERIAL 1. Reserve com carinho espaços separados em armários, prateleiras ou gavetas para seus utensílios, materiais e ingredientes. Mesmo que você use ingredientes como canela, manjericão e gengibre em pó na sua culinária do dia a dia; a canela, o manjericão e o gengibre usados no preparo terapêutico devem ser estocados separados. Não é proibido à cozinha de casa pegar um ingrediente emprestado de vez em quando e vice versa, mas guarde separado. O mesmo vale para os utensílios. 2. Sempre que houver possibilidade, use vidro. Dê preferência a utensílios e materiais de vidro, louça, barro, madeira, palha, bambu, cerâmica, algodão. Não use utensílios de alumínio, sejam panelas, frigideiras ou recipientes para armazenagem, no preparo de qualquer alimento ou remédio. Quando a água ou o alimento entram em contato com o alumínio, sofrem mudança química e absorvem minúsculas partículas desse metal, que se acumula no fígado, baço e rins. Ferro e inox também não são as mais indicadas. Theresa Tullio 38 Esta lista é bem básica e genérica. Apesar da praticidade e conforto oferecidos pelos aparelhos elétricos, leve em conta ter opções de instrumentos manuais para o caso de precisar preparar uma receita em um momento de falta de energia elétrica. Por exemplo, você pode ter um espremedor elétrico, mas não deixe de ter à mão o espremedor manual. Conforme sua familiaridade nos preparos, sinta-se à vontade para investir em materiais para sua botica caseira, e fique à vontade também se já tiver o hábito de usar certos materiais, como utensílios de silicone, por exemplo, tão em voga. Então, vamos à lista. Você vai manusear, é recomendável que disponha de: � Luvas de látex. Mesmo que more longe da cidade, vale a pena adquirir caixas de luvas, são baratas, vêm com muitas unidades e o prazo de validade é bem grande. � Aproveite e providencie também avental de cor clara e lenços para a cabeça, que deverão ser usados apenas para seus trabalhos de botica. A Botica Caseira 39 Para medir: � Balança de precisão para cozinha capacidade até 1 kg � Jarra de vidro com medidor em ml � Jogo de colheres de medidas (Hoje já existem colheres de medidas com mostradores digitais de peso) � Jogo de medidas em xícaras Você vai cortar, triturar, moer, picar. Precisará de: � Facas inox de diversos tamanhos e utilidades � Tábuas de corte � Pilão e almofariz - Pode providenciar mais de um conjunto, de acordo com suas necessidades - para preparo de pomadas, pós e sumos. � Liquidificador � Espremedor de frutas manual e/ou elétrico � Moedor manual � Martelo ou socador de madeira para reduzir argila para cataplasmas a pó Para levar ao fogo: � Chaleira para ferver água � Bule com tampa para infusão de ervas � Panela pequena ou média para preparo de pomadas e unguentos � Panela grande para preparo de óleos � Panela para preparo de xaropes � Panela grande com tampa para banho-maria, que acomode as panelas usadas para os preparos Theresa Tullio 40 Para mexer e misturar, providencie: � Espátulas resistentes ao fogo e de cabo longo � Colheres de cabo longo resistentes ao fogo � Conchas pequenina e grande Utensílios e materiais para usos diversos: � Tigelas de vidro ou louça refratária de diversos tamanhos � Jarro resistente de vidro refratário para preparo de óleos � Bacias de ágata de 3 tamanhos � Panos de algodão, chumaços de algodão ou gaze para compressas, cataplasmas e emplastos � Canecos e jarros de diversos tamanhos � Retalhos de tecido de algodão. Panos de algodão têm mil e uma utilidades em uma botica caseira. � Dois baldes grandes que comportem os pés confortavelmente e as pernas até os joelhos para banhos alternados frio-quente. � Bacia grande para aplicação de banhos de imersão para pés e para banhos de assento. � Um banquinho para aplicação de banho vital ou semicúpio. � Funil para auxílio de colocação de líquidos em frascos � Sacos de papel para colocar os frascos no processo de maceração dos vinhos medicinais e garrafadas � Etiquetas adesivas de papel de diversos tamanhos para rotulagem. � Retalhos de tecidos 100% algodão, mas que não sejam grossos, para confecção de bolsas térmicas ecológicas, travesseiros e almofadas de ervas. Se desejar, pode usar TNT, mas lembre-se que TNT não é algodão. A Botica Caseira 41 � Fibra sintética de enchimento de almofadas, também chamada de fibra siliconada, para os travesseiros. � Linhas de algodão de boa qualidade e agulhas. � Tesouras de diversos tamanhos � Pinças e pegadores de diversos tamanhos � Lente de aumento � Espátulas de madeira descartáveis - Podem ser do tipo abaixa língua, usadas por dentistas Na hora de coar, peneirar e filtrar, tenha à mão: � Coadores de papel para diversas utilidades � Tecidos de algodão ou coadores de pano para filtrar infusões de ervas � Coadores de pano de tecido fino ou tecidos de algodão para coar sucos e sumos � Peneira para coar sucos e sumos � Peneira fina ou tecidos de algodão para usar no preparo de pós e peneirar argila para cataplasmas � Tecidos de algodão para coar vinhos medicinais � Tecido de algodão para filtragem de óleos � Peneira para filtragem de óleos � Porta filtro como os de café para colocar coadores de papel dentro Theresa Tullio 42 Você vai usar para guardar na maceração e para armazenagem: Ao escolher frascos e potes para armazenagem, calcule corretamente o tamanho que usará e a quantidade necessária. Tenha em conta que os recipientes devem ser cheios até a borda e as tampas devem fechar bem. Bem cheios para evitar que o ar dentro deles acelere a deterioração dos produtos, e bem tampados, para evitar a entrada de ar, umidade e micróbios que aos poucos degradam o produto também. Os frascos dependem dos produtos que você venha a preparar. Não há necessidadede estocar frascos em casa, hoje ninguém tem mais espaço em casa para fazer estoques pensando em algo que um dia possa precisar. Dê uma olhada nos capítulos, nas receitas, veja primeiro o que lhe interessa e que possa ser útil à seu lar e providencie os frascos. As quantidades também vão depender de suas necessidades, mas, basicamente: � Para a maceração de vinhos medicinais, garrafadas, tinturas e alcoolaturas, são necessários frascos de vidro escuro com tampa. � Para armazenar garrafadas e vinhos medicinais: Recomenda-se, se possível, utilizar as próprias garrafas de vidro das bebidas utilizadas no preparo, ou frascos de vidro escuro com tampa. A Botica Caseira 43 � Para armazenar óleos e xaropes: Frascos de vidro escuro com tampa. Para óleos a tampa pode ser de rosquear, para xaropes, é melhor tampar com rolhas de cortiça, pois xaropes têm propensão a fermentar e explodir se vedados com tampas de enroscar. � Para argila para cataplasmas: Guardar em recipiente de barro, de vidro, madeira ou bambu; jamais utilizar recipientes plásticos ou de metal. � Para pomadas e unguentos: Você pode comprar potes plásticos ou de vidro, com tampa. É só procurar potes para cremes. � Para pós: Frascos de vidro com tampa de rosquear ou cápsulas gelatinosas vazias. Há cápsulas de diversos tamanhos. O tamanho mais utilizado é o 00, que comporta em torno de 500 a 600 mg de pó. Se tiver intenção de encapsular uma grande quantidade de pó, vale a pena comprar uma encapsuladora manual, que facilita a tarefa, encapsulando até 100 cápsulas por vez, dependendo do modelo. Ela pode ser adquirida nos mesmos locais onde você comprar as cápsulas gelatinosas. Theresa Tullio 44 CHÁS, INFUSÕES & DECOCÇÕES Os Chás. Na verdade, AS TISANAS. Ensinar a fazer um chá pode parecer ridículo e até ofensivo, porque é lógico que qualquer pessoa pode fazer uma bebida com água quente e um punhado de ervas frescas ou secas. Mas, como estamos falando de chás que serão tomados para curar alguma coisa ou pelo menos aliviar alguma dor, certas regras básicas deverão ser seguidas, como os cuidados com o recipiente, que deve ser de vidro ou porcelana, e com a água, que deve ser pelo menos filtrada para diminuir um pouco a quantidade de produtos químicos adquiridos no tratamento. Para começar... Vem no saquinho, mergulhou na água quente é chá ... Não é bem assim. Não que isso faça a mínima diferença no uso, seja para beleza, terapêutica ou para relaxar e aquecer, mas sempre vale a pena aprender mais um pouquinho. Apenas para ilustrar, visto que continuaremos a chamar tisana de chá como sempre fizemos e como sempre fizeram nossos pais e avós, mas vale o esclarecimento: Qualquer preparado utilizando água quente e plantas, seja folha, flor, raiz, casca ou fruto, É UMA TISANA, e a única tisana QUE PODE SER CHAMADA DE CHÁ é aquela que utiliza as folhas da Camellia Sinensis, da qual se originam os chás pretos, verdes e oolongs (o verde azulado oriental), O RESTO É SÓ TISANA mesmo, não é chá. A Botica Caseira 45 Recomendações, Dicas e Cuidados Importantes: Não adoce com açúcar. Use mel na menor quantidade possível e, na falta dele, açúcar mascavo. Deixe o organismo acostumar-se, tomando mais fraco no primeiro dia e aumentando a dose nos dias subsequentes. Após três semanas, o organismo vai responder cada vez menos. É recomendável substituir a planta ou erva por uma outra, com as mesmas propriedades. Não ingerir qualquer preparado de planta em forma de chá por mais de 24 horas depois de pronto, pois as plantas entram em fermentação, causando problemas gástricos e intestinais. Preparar cada dia o tanto que vai ser ingerido naquele dia. É bom tomar tisanas em jejum, ao meio-dia, ao pôr do sol e ao deitar. Em média três xícaras por dia. Mas depende do efeito terapêutico que se procura com as ervas. Procure neste livro o capítulo “O MELHOR HORÁRIO PARA INGESTÃO DE PREPARADOS HERBAIS”. Qualquer tisana pode ser ingerida ainda quente, morna ou fria. As pessoas doentes devem tomar mornas ou quentes, pois aquecidos, os preparados de plantas fazem efeito mais rápido. Não jogar fora a erva utilizada! Se houver necessidade de usar mais do preparado em forma de chá no dia corrente, quando o material pronto estiver acabando, verta mais água quente sobre os vegetais. Essa segunda infusão dá o verdadeiro sabor da planta e você faz duas porções com a mesma erva. Theresa Tullio 46 Depois de utilizado, deixe a erva esfriar e coloque nos seus vasos. É um excelente adubo! O primeiro cuidado é com a higiene do fruto ou erva a ser usada. Lavar durante alguns minutos em água corrente para que resíduos agrotóxicos que se acumulam nas superfícies possam ser removidos. Retirar também as partes queimadas ou velhas das folhas, deixando-as o mais perto possível do natural. Evitar o preparo em vasilha de alumínio, ferro ou teflon. Só use se não houver outra opção. Dê preferência a recipientes de vidro refratário, ágata ou barro. Doses sugeridas - Cada dose 3 vezes ao dia. Adultos: 1 xícara de chá Crianças: ½ xícara de chá Bebês: 1 colher de chá Indicações de uso por temperatura: � Quente: Para resfriados, gripes e bronquite. � Frio: Para problemas digestivos, problemas do estômago, diarreia e indigestão. � Morno: Para problemas do sistema nervoso, como insônias e calmante. A Botica Caseira 47 Decocção Este método é um dos mais usados no Brasil. A erva vai para o fogo junto com a água. Trata-se de um método mais profundo de extração que a infusão. A planta permanece por um tempo mais prolongado em contato com o líquido extrator em ebulição. Esta forma é mais recomendável para as sementes, cascas grossas, raízes e talos, principalmente de plantas das quais não se conta com as propriedades aromáticas para a terapêutica. Os orientais utilizam além da água, opções como água de arroz ou vinho de arroz. Mas no Ocidente a água pura é mais utilizada. Como Fazer: Quantidade: Para simplificar, calcular 1 parte de planta seca ou 2 partes de planta fresca para cada 15 partes de água. Lavar as partes da planta durante alguns minutos em água corrente para que resíduos agrotóxicos que se acumulam nas superfícies possam ser removidos. Retirar também as partes queimadas ou velhas, deixando-as o mais perto possível do natural. Evitar o preparo em vasilha de alumínio, inox, ferro ou teflon. Só use se não houver outra opção. Dê preferência a recipientes de vidro refratário ou ágata. A casca, semente ou raiz deve ser cortada em pequenos pedaços ou esmagada antes de juntar à água. Theresa Tullio 48 Juntar água e levar ao fogo. Deixar ferver por uns minutos em fogo alto até que a água fervente retire mais profundamente os princípios ativos das plantas. Em geral, quando não há indicação de tempo, 5 minutos depois da água entrar em ebulição já pode apagar o fogo. É mais ou menos o tempo do líquido se reduzir cerca de um terço da quantidade inicial. Começar a contar o tempo só a partir da fervura. Se desejar ser mais específico, deixar 5 minutos para raízes e caules e 10 minutos para a planta inteira. Retirar do fogo, tampar e abafar por 5 a 10 minutos colocando um pano para não escapar o vapor (se na receita não houver outra recomendação) antes de usar. Durante este tempo, de vez em quando, movimentar o recipiente delicadamente para misturar o conteúdo. Filtrar após o repouso em peneira fina ou filtro de papel ou pano. Conservação: Guardar no refrigerador ou em local fresco durante 24 horas no máximo. Utilizar no mesmo dia do preparo ou pelo menos, dentro das 24hs seguintes. A Botica Caseira 49 Infusão Preparação utilizada para plantas medicinais ricas em componentes voláteis, aromas delicados e princípios ativos que se degradam pela ação combinada da água e docalor prolongado, como por exemplo alecrim, hortelã, sálvia, melissa, camomila, capim-limão, erva-cidreira, erva-doce e losna, plantas que possuem cheiro característico. Esta forma é mais recomendável para folhas, flores e também cascas finas. As infusões são uma boa opção quando o material vegetal é facilmente penetrado pela água e as suas substâncias se dissolvem rapidamente em água quente. Além de fornecer as substâncias terapêuticas, hidratam o organismo, estimulam a eliminação de substâncias tóxicas, favorecem o controle da temperatura do corpo e auxiliam a digestão. Neste método, a água bem quente é adicionada à erva e esta não vai ao fogo. Algumas vezes para se obter uma infusão, pode utilizar-se, ao invés de água, vinho, vinagre, álcool ou leite. Mas a água pura é o líquido mais usado mesmo. Theresa Tullio 50 Como Fazer: Quantidade: Para simplificar, calcular 1 parte de planta seca ou 2 partes de planta fresca para cada 20 partes de água. Por água para ferver e logo que entrar em ebulição, apagar o fogo e despejar a água fervendo sobre as ervas em um recipiente. Tampar e abafar por 10 minutos colocando um pano para não escapar o vapor (se na receita não houver outra recomendação) antes de usar. Durante este tempo, de vez em quando, movimentar o recipiente delicadamente para misturar o conteúdo. Filtrar após o repouso em peneira fina ou filtro de papel ou pano. As receitas que sugerem o preparo do chá em pequena quantidade (1 ou 2 xícaras), devem ser tomadas de imediato e não é recomendável guardar a sobra, já que podem perder suas propriedades com o tempo. Já naqueles casos onde a quantidade de água sugerida é maior (1 ou 2 litros, por exemplo), o chá pode ser guardado na geladeira ou em outro local fresco. Conservação: Guardar no refrigerador ou em local fresco durante 24 horas no máximo. Utilizar no mesmo dia do preparo ou pelo menos, dentro das 24hs seguintes. A Botica Caseira 51 Serenado O serenado é um processo de extração de princípios ativos muito demorado, no qual a água não vai ao fogo e é chamado assim porque se põe algo a serenar quando deixamos a noite toda ao relento para pegar sereno e absorver o ar da noite. Mas também se aplica simplesmente deixando pronto de um dia para o outro para só consumir na manhã seguinte. É utilizado para plantas que possuem grande quantidade de princípios voláteis que podem evaporar se utilizarmos o calor, como por exemplo, o alho. Todo serenado deve ser preparado em dose única de um só copo ou uma só xícara. Como Fazer: É muito simples. Colocar em um copo ou xícara o ingrediente recomendado na receita, completar com água fria, tampar e deixar descansar a noite toda em local fresco. Não colocar na geladeira. Não amassar ou socar, não triturar, apenas deixar de molho. Quando o vegetal é triturado e/ou amassado e deixado de molho na água fria, é chamado de Maceração. Ver no capítulo com este título o modo de preparo. Utilizar a quantidade toda de uma vez, em dose única, na manhã seguinte e em jejum - salvo se na receita houver outra orientação. Theresa Tullio 52 Alguns ingredientes utilizados nas Tisanas, sob decocção ou infusão. À exceção do alho, que deve ser usado no processo serenado e tomado no dia seguinte: � Agrião (Nasturtium officinalis) - Indicações: Tosse, gripe, catarro no peito, anti-inflamatório das vias respiratórias, muito indicado nas bronquites crônicas e anemias. � Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber officinale) e/ou Mentrasto (Ageratum conyzoides L) - Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas. � Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão (Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço, fraqueza, disposição e revitalizar. � Alfavaca-Cravo (Ocimum gratissimum) - Indicações: Gripe. � Alho (Allium sativum) - Indicações: colesterol alto, expectorante, antisséptico, aumenta a imunidade e alivia problemas circulatórios. � Angico (Anadenanthera macrocarpa) - Indicações: Tosse, gripe e catarro no peito. � Avenca (Adiantum capillus-veneris) - Indicações: Tosse, rouquidão e inflamação na garganta. � Carqueja (Baccharis genistelloides) - Indicações: Indigestão, equilibrar funções hepáticas. � Camomila (Matricaria chamomilla) e/ou Erva-Doce (Pimpinella anisum) e/ou Melissa (Melissa officinalis) e/ou Capim-Limão (Cymbopogon citratus) - Indicações: Estresse, insônia, ansiedade e acalmar. A Botica Caseira 53 � Cenoura (Daucus carota) folhas - Indicações: Fraqueza e desânimo. � Eucalipto (Eucalyptus globulus) - Indicações: Apatia, insônia, sintomas congestionantes de gripes e resfriados. � Gengibre (Zingiber officinale) - Indicações: Sinusite, Gripe. � Guaco (Mikania glomerata) e Assa-peixe (Vernonia polyanthes) - Indicações: Tosse, gripe, bronquite, catarro no peito. � Hortelã (Mentha piperita) - Indicações: Congestão nasal e coriza, depressão, revigorar e refrescar. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar. Theresa Tullio 54 MACERADOS Também chamada de chá macerado ou infusão fria, o objetivo da maceração é amolecer a planta na água fria, como outros métodos conseguem utilizando a água quente. A parte escolhida da planta fica de molho em água fria como diluente, que extrai lentamente os conteúdos solúveis e principalmente os aromáticos porque amolece a planta. A vantagem deste método é que os sais minerais e as vitaminas da ervas são aproveitadas ao máximo. A maceração é mais indicada para as plantas frescas e é a base herbal das garrafadas, vinhos e óleos medicinais, que em seu preparo utilizam outros diluentes como óleos ou vinhos no lugar da água fria, também com molhos por prazos mais prolongados que a maceração. Como Fazer: Limpar bem, picar miúdo e/ou amassar a parte escolhida da erva escolhida. A Botica Caseira 55 Por de molho na água fria, mineral ou previamente fervida e filtrada, em recipiente de vidro, na proporção de 1 parte de vegetal para 6 partes de água. O tempo do molho varia de acordo com o material: � 10 horas para as folhas, sementes moles e flores � 12 horas para raízes, talos e cascas � 24 horas para itens bem duros Não misturar partes moles e duras da planta, para conseguir extrair as propriedades ativas no tempo certo. O recipiente deve permanecer em lugar fresco, protegido da luz solar direta. Agitar suavemente o recipiente periodicamente. Também pode-se auxiliar a retirada das essências usando pilão de vez em quando, durante o molho. Findo o tempo previsto, coar em peneira bem fina ou filtrar o líquido em coador de papel Após haver coado ou filtrado o líquido, deve-se espremer o resíduo no coador ou na tela da peneira para extrair o máximo de material. Pode acrescentar uma quantidade a mais de água, se achar necessário para obter um volume final desejado. Guardar em recipiente de vidro com tampa, limpo e esterilizado, em local fresco e seco, abrigado da luz solar e da umidade. Theresa Tullio 56 Pode ingerir, começar a usar logo em seguida ao tempo de repouso e filtragem. Preparar quantidade suficiente para uso em até 24hs no máximo. Após 24hs o material restante deve ser descartado. Importante: Plantas com possibilidade de fermentação não devem ser preparadas desta forma. Posologia: 1 cálice, copinho de cafezinho ou 2 colheres de sopa, aproximadamente 30 ml, por 3 vezes ao dia. Alguns ingredientes utilizados nos Macerados: � Ameixa (Prunussalicina) - Indicações: Prisão de Ventre � Arruda (Ruta graveolens) - Indicações: Menstruação escassa � Boldo (Peumus boldus) - Indicações: Ressaca, indigestão e crises de fígado � Malva Santa (Plectranthus barbatus) - Indicações: Azia Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar. A Botica Caseira 57 SUMOS & SUCOS Sumos e sucos são líquidos obtidos pelo simples escoamento, quando se espremem os frutos, as folhas ou o caule, de preferência com a planta fresca, espremida e/ou esmagada e filtrada em seguida. O suco pode ser obtido espremendo-se as partes das plantas. Sucos hidratam, alimentam, refrescam e são muito saborosos. O sumo pode ser obtido triturando-se a planta fresca. Os sumos têm a vantagem de conter os constituintes ativos sem os degradar. Como fazer: Sumo de planta fresca Cortar a planta fresca em pedaços pequenos e triturar grosseiro num pilão ou máquina de moer. Quando a planta possuir pequena quantidade de líquido, deve-se acrescentar um pouco de água e triturar novamente após uma hora de repouso. Recolher então o líquido liberado, espremendo e coletando o líquido, filtrando-o em pano fino e usar em seguida. Theresa Tullio 58 Sumo de planta seca Obter pó limpo e seco da planta (Veja neste livro o capítulo com as orientações para fazer pó). Adicionar água, 1 parte de água para 1 parte da planta Deixar em maceração, de molho, por 24 horas em recipiente de vidro Espremer e coletar o líquido, filtrando-o em pano fino e usar em seguida. Posologia para sumos: 1 colher de sopa, 2 ou 3 vezes ao dia Suco Triturar/liquidificar a planta ou fruto fresco Adicionar um pouco de água, se ficar muito grosso Deixar descansar por 5 minutos Coar em peneira ou usar filtro, adoçar se desejar e ingerir em seguida. A Botica Caseira 59 Recomendações: Todos os sucos e sumos devem ser preparados na hora do consumo. O pilão, espremedor ou moedor, assim como coadores, filtros e peneiras devem estar bem limpos antes de usar. Alguns ingredientes utilizados em sumos: � Batata-inglesa (Solanum tuberosum) tubérculos - Indicações: Acidez no estômago. � Courama-branca (Kalanchoe brasiliensis) folhas - Indicações: Inflamações no ovário e no útero. � Hortelã rasteira (Mentha villosa) folhas - Indicações: Giardíase e amebíase. Alguns frutos utilizados em sucos: � Abacaxi (Ananás sativus) - Indicações: Prisão de ventre eventual, anemia, problema da próstata, uretrite, artrite, excesso de líquido no organismo. � Acerola (Malpighia glabra) - Indicações: Excesso de ácido úrico, excesso de líquido no organismo, problemas pulmonares, tuberculose, reumatismo, problemas na vesícula, afecção hepática, para evitar o sangramento das gengivas, fadiga, estresse, fraqueza das veias, para prevenir a anemia, ação antioxidante, antiradical livre. Theresa Tullio 60 � Goiaba (Psidium guajava) - Indicações: Tuberculose, úlcera gástrica, gripe, excesso de ácido úrico, excesso de líquido no organismo, melhorar o funcionamento do intestino, prevenir a hipertrofia benigna da próstata. � Laranja (Citrus aurantium) - Indicações: Gripe, para estimular o apetite, ação depurativa, auxiliar da digestão, ação diurética, para prevenir doenças degenerativas por falta de vitamina C, ajudar a assimilação do cálcio, inibir a produção de colesterol, reumatismo, excesso de ácido úrico, cálculo renal, prisão de ventre eventual. � Limão (Citrus limonum) - Indicações: Ação desintoxicante, para aumentar as defesas do organismo, inibir enzimas dos tumores, ação antioxidante, gripe, cistite, ação depurativa, para combater as infecções, estimular os rins, ação diurética. � Manga (Mangifera indica) - Indicações: Anemia, auxiliar no trabalho do intestino, ação diurética, ação laxativa, para estimular a lactação. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar. A Botica Caseira 61 PÓS & PÍLULAS Pó Pó é a planta desidratada e triturada. As partes das plantas, principalmente as folhas, são secas e depois trituradas, peneiradas, e o pó originário deve ser guardado em embalagem bem fechada e em local escuro, podendo servir para se extrair dele outros subprodutos ou fazer seu encapsulamento para uso direto. O encapsulamento é uma alternativa ao chá. E pode ser mais conveniente, pois nem sempre temos tempo para fazer um chá, ou estamos num local propício. A cápsula é uma boa opção no local de trabalho, por exemplo. Armazenar ervas sob a forma de pó é uma excelente iniciativa para ter a base de muitas terapêuticas sempre à mão. Para maior conforto na ingestão, o pó pode ser encapsulado (colocado em cápsulas). Também pode ser adicionado a infusões e outros preparados herbais. Theresa Tullio 62 Modo de usar: O pó obtido de vegetais desidratados e secos pode ser usado via oral ou aplicado externamente. Para uso interno, o pó pode ser misturado ao leite, mel, água, sumo vegetal ou suco de frutas. Também encapsulado. No uso externo, o pó pode ser espalhado puro, sobre o local ferido ou antes de aplicar, ser misturado em óleo ou água ou adicionado a pomadas, cataplasmas, preparados de compressas e outros tratamentos herbais. Posologia: Quanto à dosagem por cápsula, considerar a mesma quantidade que usaria para fazer a tisana (chá). Por exemplo, se a receita diz que é necessário tomar uma infusão com uma colher de sopa de ervas secas 2 vezes por dia, é só dividir a quantidade enchendo as cápsulas, e ingerir o equivalente 2 vezes ao dia. Modo de Fazer: Como obter o pó: Podem ser utilizados folhas, flores, cascas, raízes ou sementes. Para iniciar o processo, a planta já deve ter passado pelo processo de secagem e estar livre de qualquer tipo de umidade. A Botica Caseira 63 A planta deve estar seca até ficar quebradiça, o suficiente para permitir sua trituração. O próximo passo é esfarelar bastante com as mãos mesmo, dentro de uma tigela, um recipiente largo de bordas altas, até obter um pó fino. As mãos devem estar muito bem lavadas e muito secas (cuidado com o suor!), ou calçadas em luvas. No caso de raízes e cascas, o esfarelamento com as mãos não funciona. É preciso ralar em ralador fino (tomar cuidado com os dedos!) e depois passar na peneira para separar pedaços grandes que tenham ficado. Após triturar ou ralar, coar com o auxílio de uma peneira fina ou tecido. O importante é que o resultado final deve ser um pó bem fino, sem pedaços maiores ou grânulos. Guardar em frascos de vidro, bem fechados e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Armazenagem: Os pós são muito sensíveis à ação da luz, do oxigênio e da umidade. Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol. Conservação e Validade: A não ser que sejam contaminados por insetos ou fungos, ou sujeitos a umidade, pós podem ser usados por 6 meses. Mas atenção: Os pós retém sua potência integral por um período de 2 meses, a partir daí, começam a perder a força gradualmente. Então, mesmo que não estraguem, o ideal é preparar quantidade suficiente para uso em até 60 dias. TheresaTullio 64 Cápsulas Cada vez mais pessoas estão adquirindo o hábito de ingerir as ervas secas sob a forma de pós encapsulados. Mas é recomendável que as cápsulas sejam apenas uma opção prática nas situações nas quais não seja possível o preparo de infusões. O primeiro passo é comprar as cápsulas gelatinosas vazias. Há cápsulas de diversos tamanhos. O tamanho mais utilizado é o 00, que comporta em torno de 500 a 600 mg de pó, essa medida varia um pouco, porque depende da forma de preparo do pó e também a forma de encapsulamento. Elas são facilmente encontradas em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação e até pela internet. Como já explanado, é preciso encher as cápsulas com a quantidade de erva em pó que precisará ser ingerida diariamente. Se a receita indicar uma infusão com uma colher de sopa de ervas secas em 1 xícara de chá de água fervente 2 vezes por dia, é preciso preparar 2 colheres de sopa de pó para cada dia de uso. Mas não é preciso se preocupar muito com o tamanho da cápsula. Basta separar a quantidade de erva seca em pó receitada e encher quantas cápsulas forem necessárias. 1 colher de sopa enche umas 15 a 20 cápsulas 00. Para preencher as cápsulas, basta desmontá-las (abrir) e encher com o pó. A Botica Caseira 65 Depois de encher, fechar bem as cápsulas e acondicionar em um frasco pequeno, muito limpo, seco e esterilizado, que possa ser muito bem fechado e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Usar luvas e utensílios muito limpos, secos e esterilizados para esta tarefa. Também é fácil encontrar encapsuladoras manuais no mercado que facilitam esta tarefa, encapsulando até 100 cápsulas por vez, dependendo do modelo. Podem ser adquiridas nos mesmos locais onde encontrar as cápsulas gelatinosas. As cápsulas gelatinosas vazias têm a validade de 2 anos a partir da data de fabricação. Os pós duram em torno de 60 dias para começarem gradativamente a perder o poder de ação. Alguns ingredientes utilizados em Pós: � Azeitona-roxa (Syzygium jambolana) pó dos frutos e das sementes secas - Indicações: Tratamento auxiliar da diabetes. � Babaçu (Orbignya phalerata) pó do mesocarpo - Indicações: Prisão de ventre eventual, menstruação irregular e dolorosa. � Batata-de-purga-amarela (Operculina alata) e/ou Batata-de- purga-branca (Operculina macrocarpd) pó dos tubérculos - Indicações: Ação laxativa, purgativa e prisão de ventre eventual. Theresa Tullio 66 � Canela (Cinnamomum zeylanicum) pó da casca - Indicações: Cólicas menstruais. � Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana) pó da casca - Indicações: Prisão de ventre eventual. � Castanha-da-índia (Aesculus Hippocastanus L) pó das sementes - Indicações: Varizes e hemorróidas. � Chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus) pó das folhas - Indicações: Ação diurética e ação depurativa. � Hortelã rasteira (Mentha villosa) pó das folhas - Indicações: Giardíase e amebíase. � Mentrasto (Ageratum conyzoides) pó das folhas, não usar as flores - Indicação: Cólicas menstruais. � Mulungu (Erythrina mulungu) pó da casca - Indicações: Ansiedade, nervosismo e insônia leve. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar. A Botica Caseira 67 TINTURAS & ALCOOLATURAS Estas são as maneiras mais simples de conservar os princípios ativos das plantas por muito tempo, preparados por extração dos princípios ativos das ervas por meio de uma solução alcoólica: Tintura para plantas secas e alcoolatura para plantas frescas. Tintura é a forma resultante da extração dos princípios ativos de plantas secas por solução alcoólica e água. A alcoolatura é a forma resultante da extração dos princípios ativos de plantas frescas, por solução alcoólica e água. As tinturas e alcoolaturas podem ser simples, usando uma única planta, ou compostas, usando várias plantas, mas convém que sejam preparadas individualmente e depois misturadas, e que não se misture mais que 3 tinturas ou mais que 3 alcoolaturas em cada composição. As tinturas e alcoolaturas podem ser usadas no preparo de outros remédios, tais como pomadas e xaropes. Indicações: Dependem das ervas usadas na preparação. Tratar problemas como má digestão, feridas na pele, tosse, dor de garganta, estresse, insônia, infecção urinária, dor de dentes e muitas outras. Theresa Tullio 68 Contraindicações: As tinturas e alcoolaturas, por conterem álcool, são contraindicadas para crianças, para mulheres durante a gravidez e período de amamentação, pacientes com problemas no fígado ou que estejam tomando medicação controlada e dependentes de álcool. Modo de Fazer: O que usar como solução alcoólica? Álcool de cereais, vodka, cachaça e uísque são boas opções. Vodka - A mais recomendada é a vodka, mas é preciso adquirir produto de boa procedência e qualidade. A vodka é um destilado obtido a partir de grãos ou tubérculos. Este destilado é depois diluído em água. A vodka para tinturas e alcoolaturas é a pura, sem adição de qualquer ingrediente além dos cerais destilados. Cachaça - A cachaça é obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar. Aqui também é importante atentar à procedência e mais ainda, observar se leva adição de açúcar. A lei diz que se a bebida é adoçada com mais de 6 g de açúcar por litro – ou adicionada de qualquer outro ingrediente, não é cachaça. Acima de 6g/L e até o limite de 30g/L elas devem ter no rótulo a denominação de “cachaça adoçada” ou “aguardente adoçada”. Estas não servem para as tinturas e alcoolaturas. Uísque - O uísque é obtido a partir da fermentação de grãos de centeio, milho ou cevada. Neste caso, também a boa procedência é importante. A Botica Caseira 69 Receita para Tintura Ingredientes Usar 100g de erva seca triturada para cada litro de mistura de solução alcoólica e água. Para a tintura, que é uma solução que usa plantas secas, para cada litro, usar 700 ml de solução alcoólica e 300 ml de água. Pode usar plantas secas ou já em pó. Veja neste livro o capítulo que ensina a fazer pós. Se a planta não estiver em pó, esfarelar bem com as mãos. É recomendável usar luvas para esta tarefa. Fragmentar bem a planta. Colocar 100g dela em vidro âmbar (escuro) limpo e de boca larga. Adicionar 1 litro de mistura de solução alcoólica e água na proporção de 700 ml de solução alcoólica e 300 ml de água. Fechar bem o vidro Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Macerar (deixar de molho) por 15 dias, agitando 2 vezes por dia Theresa Tullio 70 Filtrar (coar) a tintura com ajuda de um porta filtro com coador de papel ou em um coador de pano de tecido fino. Medir o volume da tintura filtrada que deverá ser de um litro. Caso não obtenha 1 litro, colocar um pouco de solução alcoólica (sem água) sobre as plantas que estão no funil ou coador até atingir um litro. Rotular de novo, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Se não tiver frascos de vidro âmbar, pode cobrir vidros claros com papel para ficarem mais escurinhos por dentro. Armazenar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol e protegido da luz. Receita para Alcoolatura Ingredientes Usar 200g de erva fresca triturada para cada litro de mistura de solução alcoólica e água. Para alcoolatura, que é uma solução que usa plantas frescas, para cada litro, usar 900ml de solução alcoólica e 100 ml de água. Fragmentar bem a planta. Colocar 200g dela em vidro âmbar (escuro) limpo e de boca larga. A Botica Caseira 71 Adicionar 1 litro de mistura de solução alcoólica e água na proporção de 900 ml de solução alcoólica e 100 ml de água. Fechar bem o vidro. Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Macerar (deixar de molho) por 15 dias, agitando 2 vezes por dia. Filtrar (coar) a alcoolatura com ajuda de um porta filtro com coador de papel ou em um coador de pano de tecido fino. Medir o volume da alcoolatura filtrada que deverá ser de um litro. Caso não obtenha 1 litro, colocar um pouco de solução alcoólica (sem água) sobre as plantas que estão no funil ou coador até atingir um litro. Rotular de novo, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Se não tiver frascos de vidro âmbar, pode cobrir vidros claros com papel para ficarem mais escurinhos por dentro. Armazenar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol e protegido da luz. Theresa Tullio 72 Recomendações: � Usar somente para terapêutica em adultos. � Não usar álcool comum. � Por serem concentradas, as tinturas e alcoolaturas são geralmente mais fortes que os chás ou óleo feitos preparados plantas medicinais e por isso devem ser usadas com cuidado e com moderação. Posologia: São de fácil dosagem, pois basta saber a quantidade de gotas ou colheres a serem tomadas. Sugestão de dose adulta: Doses de 25 a 30 gotas em uma xícara de água, no máximo três vezes ao dia. Validade: As duas formas têm boa conservação antimicrobiana, com validade de até 2 anos, mas é recomendável usar em até um ano. Não é necessário preparar o medicamento cada vez que for tomar, o que pode facilitar o seguimento do tratamento. A Botica Caseira 73 Alguns ingredientes utilizados em Tinturas e Alcoolaturas: � Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações: Hemorróidas, gases intestinais, lavar feridas, cortes e problemas leves do coração. � Angico (Anadenanthera colubrina) - Indicações: Tosse, diarréia e fortificante. � Hortelã (Mentha) - Indicações: Mau hálito, infecções na boca, dor de garganta, má digestão e vermífugo. � Macela-da-terra (Egletes viscosa L) - Indicações: Enxaqueca, má digestão, azia, diarreia e gastrite. � Maracujá (Passiflora edulis) - Indicações: Menopausa, nervosismo, febre, dor de cabeça e insônia. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar. Theresa Tullio 74 ÓLEOS Pode-se obter Óleo ou Azeite Medicamentoso através de preparo quente ou frio, misturando as ervas a óleo ou azeite. Mas também é possível obter os óleos de frutos e outras partes de plantas que os contêm através de simples prensagem. Atenção, não confundir com óleo essencial. Neste livro não abordaremos o preparo através da simples prensagem. Os óleos ou azeites medicamentosos, tanto no preparo quente quanto no preparo frio, são usados puros, esfregados na pele em massagens, ou acrescentados a pomadas, unguentos e cataplasmas, e até na preparação de máscaras e cremes de beleza. Óleos ou azeites preparados para massagem, para uso em contusões, são simples de se fazer e com resultados excelentes, podendo usar uma planta só ou uma combinação de até três plantas. Indicações: Aliviar dores reumáticas e artríticas, melhorar a circulação sanguínea e relaxar os músculos. A Botica Caseira 75 Uso: A aplicação deve ser feita através de massagens ou fricções, na direção dos pelos do corpo, seguidas de aquecimento, cobrindo-se por uma meia hora as partes massageadas. Ação: Ocorre uma absorção por via cutânea, o que promove uma ação terapêutica rápida e eficaz. As propriedades terapêuticas são aquelas das plantas medicinais utilizadas em sua preparação. Como fazer óleo medicamentoso sob preparo quente: Misturar 1 parte de ervas secas moídas ou 2 partes de ervas frescas picadas, para cada 5 partes de óleo de girassol, gergelim ou coco em uma tigela de vidro refratário. Levar ao fogo em banho-maria em uma panela grande com tampa, em fogo baixo, pois a água não deve ferver, durante 3 horas seguidas. Retirar do banho-maria e deixar esfriar. Quando a mistura esfriar, passar em peneira fina ou filtro, sobre um jarro ou outro recipiente de vidro, prensando o material vegetal contra a tela da peneira ou filtro, para extrair todo o óleo possível. Com um funil, colocar o óleo obtido em frascos de vidro escuro, limpos e esterilizados. Fechar com rolhas de cortiça ou tampas de enroscar e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Theresa Tullio 76 Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol. Os óleos duram 1 ano, mas obtêm-se melhores resultados se só utilizados nos primeiros 6 meses após o preparo. Como fazer azeite medicamentoso sob preparo frio: Misturar 1 parte de ervas secas moídas ou 2 partes de ervas frescas picadas, para cada 5 partes de azeite em um recipiente de vidro transparente com tampa. Tampar o vidro e agitar bem. Deixar descansar em local fresco e seco, abrigado da luz solar e da umidade, por um período de 2 a 6 semanas. Ao final do período de repouso, colocar o azeite para filtrar em um saco de pano fino, sobre um jarro ou outro recipiente de vidro, e deixar o azeite filtrar-se. Espremer o saco para extrair o resto do azeite no fim. Com um funil, colocar o azeite obtido em frascos de vidro escuro, limpos e esterilizados. Fechar com rolhas de cortiça ou tampas de enroscar e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol. A Botica Caseira 77 Os azeites medicamentosos sob preparo frio duram 6 meses, e deve-se utilizá-los no prazo de até 6 meses após o preparo. Alguns ingredientes utilizados em Óleos e Azeites Medicamentosos: � Açafrão-da-Terra (Curcuma longa) - Indicações: Hematomas. � Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações: Relaxante muscular e antiespasmódico. � Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber officinale) e/ou Mentrasto (Ageratum conyzoides L) - Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas. � Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão (Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço, fraqueza, disposição e revitalizar. � Calêndula (Calendula officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber officinale) - Indicações: Anti-inflamatório. � Mentrasto (Ageratum conyzoides L.) - Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar. Theresa Tullio 78 VINHOS MEDICINAIS & GARRAFADAS Os Vinhos Medicinais e Garrafadas são preparações nas quais as substancias vegetais sofrem a ação dissolvente de uma bebida alcoólica, ou seja, são extraídos por maceração, devendo tanto a bebida quanto as ervas serem de boa procedência. Os vinhos medicinais podem ser enquadradoscomo similar as tinturas, podem ser usados vinhos brancos ou tintos secos, com aproximadamente 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido. As duas diferenças entre os vinhos medicinais tradicionais no mundo inteiro e as famosas garrafadas brasileiras: 1. As garrafadas podem utilizar em seu preparo outras bebidas alcoólicas em substituição ao vinho, como a aguardente de cana. 2. Algumas garrafadas utilizam outros ingredientes além das ervas medicinais. Os vinhos medicinais são preparados sob maceração com vinho branco ou tinto, e resultam da ação dissolvente do vinho sobre as plantas (raízes, cascas ou folhas). Indicações: O vinho medicinal costumeiramente é diurético ou estomáquico. A Botica Caseira 79 Contraindicações: Contraindicados para diabéticos. E por conterem álcool, são contraindicadas para crianças, para mulheres durante a gravidez e período de amamentação, pacientes com problemas no fígado ou que estejam tomando medicação controlada e dependentes de álcool. Modo de Fazer - Receita Básica: Ingredientes: A Bebida: Vinho branco ou vinho tinto, com graduação alcoólica baixa, de 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido. O vinho usado com plantas medicinais em maceração, deve ser puro seco (sem açúcar) podendo ser tinto (funções: adstringentes, tônicas) ou branco (funções: diuréticas, digestivas). Para a Garrafada, há a opção de utilizar aguardente de cana. A Erva: A erva medicinal a ser usada vai variar de acordo com a finalidade terapêutica do vinho medicinal ou da garrafada. Quantidades: 100 gramas da planta seca ou 200 gramas da planta fresca para cada litro de bebida, podendo utilizar uma só espécie vegetal ou mais de uma, sendo no máximo 3 vegetais diferentes por preparo, mas mantendo-se a proporção recomendada. Para o Vinho Medicinal, usar sempre plantas secas, já que o vinho apresenta baixo teor alcoólico, o que pode facilitar a alteração por microrganismos. Theresa Tullio 80 Para a Garrafada, se a bebida alcoólica escolhida for vinho, também é recomendável usar plantas secas, pelo mesmo motivo. Só utilizar plantas frescas se no preparado for utilizada a aguardente de cana, que tem um teor alcoólico bem alto. Preparo: Picar ou triturar a planta medicinal em pedaços pequenos; se estiver seca, transformar em pó. Colocar em um frasco escuro com tampa. Adicionar o vinho ou a cachaça cobrindo toda a planta. Arrumar as ervas para que fiquem submersas na bebida. Tampar bem. Colocar o frasco em um saco de papel. Deixar em local escuro e fresco, ao abrigo da luz, protegido do sol, por um período de 10 a 15 dias. Durante o período de maceração agitar com suavidade o frasco, diariamente, uma ou duas vezes. Coar, espremendo o material em um pano. Armazenar em vidro de cor escura, esterilizado. A Botica Caseira 81 Se possível, usar funil e colocar na própria garrafa previamente esterilizada e limpa da bebida utilizada no preparo (se for de vidro) e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. Manter em lugar fresco e ao abrigo da luz, de preferência em geladeira. Não havendo refrigerador, colocar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol. Recomendações: � O vinho usado com plantas medicinais em maceração, deve ser puro seco (sem açúcar) podendo ser tinto (funções: adstringentes, tônicas) ou branco (funções: diuréticas, digestivas). � Deve-se usar vinho com graduação alcoólica baixa, de 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido. � As plantas escolhidas precisam ser compatíveis, e devem ser escolhidas pelos usos comuns ou por serem complementares. � Geralmente utilizam-se plantas secas na preparação do vinho medicinal ou da garrafada que utiliza vinho, pois este apresenta baixo teor alcoólico, o que pode facilitar a alteração por microrganismos. � Para a garrafada que utiliza cachaça, pode-se usar tanto plantas secas quanto frescas, já que as aguardentes de cana têm graduação alcoólica alta, em média de 35 a 42% de percentagem de álcool no líquido. Theresa Tullio 82 Posologia: 1 colher de sopa 2 vezes ao dia antes das principais refeições, ou 1 cálice uma vez ao dia antes do almoço. Conservação e validade: Se bem preparados e estocados adequadamente, são válidos por um ano. Não deve ser usado e é recomendável descartar imediatamente se apresentar fermentação, formações brancas, sinal de coalhado ou cheiro azedo. Alguns ingredientes utilizados em Vinhos medicinais e Garrafadas: � Alcachofra (Cynara scolymus) folhas e/ou Alecrim (Rosmarinus officinalis) folhas e/ou Funcho (Foeniculum vulgare) sementes - Indicações: Digestivo estomacal. � Aluman (Vernonia condensatà) folhas - Indicações: Fluir o suco biliar e para vesícula preguiçosa. � Boldo-do-chile (Peumus boldus) folhas - Indicações: Má digestão. � Camomila (Matricaria chamomillà) flores - Indicações: Menstruação dolorosa e menstruação excessiva. � Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana) pó da casca - Indicações: Prisão de ventre eventual. � Colônia (Alpinia speciosa) folhas - Indicações: Hipertensão. � Dente-de-leão (Taraxacum officinale) raízes e folhas - Indicações: Ação diurética. A Botica Caseira 83 � Erva-doce (Pimpinella anisum) sementes - Indicações: Enjoos e enxaquecas de origem digestiva. � Fáfía (Ginseng-brasileiro) (Pfaffia paniculatá) raízes - Indicações: Fadiga. � Gengibre (Zingiber officinale) rizomas - Indicações: Resfriado. � Guaco (Mikania glomerata) folhas - Indicações: Reumatismo. � Jurubeba (Solanum paniculatum) raízes - Indicações: Convalescença de doenças infecciosas e anemia. � Pata-de-vaca (Bauhinia forficata) folhas - Indicações: Diabetes (controle de taxas). � Serralha (Sonchus oleraceus) planta toda - Indicações: Anemia e falta de apetite. Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso se destina a financiar. Theresa Tullio 84 XAROPES OU LAMBEDORES Xaropes ou Lambedores são preparados líquidos, viscosos e concentrados, os quais se obtêm misturando ingredientes vegetais na proporção de uma parte para cinco de calda de água e açúcar, rapadura ralada ou mel. Prepara-se quente ou frio e toma-se às colheradas. Na verdade, o xarope é um chá, espessado e com sacarose, para o doce mascarar o gosto dos vegetais componentes e assim facilitar a ingestão, principalmente para crianças. Uso: Interno Dose Recomendada: A dose padrão é 5 a 10 ml 3 vezes por dia. Indicações: São utilizados nos casos de tosse, dores de garganta, inflamação na garganta, rouquidão, anemia, bronquite, catarro no peito, má digestão, estados gripais. Os xaropes têm a vantagem adicional da ação calmante. Contra indicações: Contraindicado para diabéticos por tratar-se de solução concentrada de sacarose. A Botica Caseira 85 Há até opções de xaropes sem açúcar nos quais empregam-se excipientes à base de sorbitol (sorbitol é um poliol - álcool de açúcar), mucilagem de amido ou goma arábica entre outros. Neste Curso não trabalharemos com estas receitas. Ingredientes para receita padrão � Açúcar (de preferência mascavo), rapadura picada ou mel. � Água � Ingrediente Vegetal processado da forma escolhida - Veja mais adiante lista com alguns ingredientes vegetais Receita Padrão Colocar para ferver duas partes de água e três partes de açúcar ou rapadura ralada até dissolver. Em fogo baixo, adicionar uma medida da planta ou fruto, processados da forma escolhida, para cinco medidas da mistura de
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