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A Botica Caseira

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Prévia do material em texto

A Botica Caseira 
Curso de Manejo e Preparo de Ervas 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
Curso de Manejo e Preparo de Ervas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capa: 
Ativas and Criativas Agência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto Gráfico: 
Ativas and Criativas Agência 
Para Vila de Beroë Editora 
Copyright © 2017 Theresa Tullio 
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou 
em parte, sem autorização prévia por escrito da autora ou seus 
representantes legais, sejam quais forem os meios empregados, 
com exceção das resenhas literárias, que podem reproduzir 
algumas partes do livro, desde que citada a fonte. 
 
 
 
 
 
Dedicatória & Agradecimentos 
 
 
 
 
Gratidão por tanta Fé e tanta Certeza! 
 
A 
Deus 
 
 
Aos 
Mentores 
Guias 
Mestres 
Protetores 
Conselheiros 
 
 
Às Mães 
Maria e Natureza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À 
 
Meus pais Ilson e Penha, 
 
Irmãos Cris, Paulo e Marta 
E a caçula de coração Arlinda 
 
Bruna, Ilson Neto e Yasmin 
Luz, Orgulho e Doçura da vida da tia 
 
Joana minha Mãe-Dinda, 
Marcilene, minha querida laotong 
Márcia Henriques, Rafael e Alex 
Família de Coração 
 
Minha Outra Parte 
 
Meus avós, minha querida ancestral e meu anjo Aruãna 
 
 
 
 
E a cada pessoa que procura minhas orientações para ajustar o 
rumo de sua vida, continue a caminhar, caminhemos juntos... 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Apresentação ....................................................................... 11 
Preciosos Conselhos Para Começar ................................ 14 
Alertas Sobre Expressões E Referências ........................ 16 
Toxicidade, Potência, Validade De Vegetais ................. 17 
Sobre Receitas Para Olhos, Ouvidos E Nariz ............... 21 
Teste Para Alergia .............................................................. 22 
Fatores Importantes No Preparo E Manipulação De 
Herbais ................................................................................. 24 
Esterilização De Frascos De Vidro ................................. 25 
Rotular - Etiquetas Detalhadas São Uma Medida 
Necessária ............................................................................ 26 
Medidas & Equivalências .................................................. 28 
Seu Álbum Herbário E/Ou Fotográfico ........................ 31 
O Melhor Horário Para Ingestão De Preparados Herbais 
................................................................................................ 33 
Reverência & Gratidão ...................................................... 36 
Utensílios & Material ......................................................... 37 
Chás, Infusões & Decocções ........................................... 44 
Macerados ........................................................................... 54 
Sumos & Sucos ................................................................... 57 
Pós & Pílulas ....................................................................... 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tinturas & Alcoolaturas .................................................... 67 
Óleos .................................................................................... 74 
Vinhos Medicinais & Garrafadas ..................................... 78 
Xaropes Ou Lambedores .................................................. 84 
Compressas ......................................................................... 92 
Banhos Medicinais & Vaporizações ................................ 96 
Unguentos & Pomadas ................................................... 124 
Cataplasmas & Emplastos .............................................. 132 
Travesseiros De Ervas & Almofadas Terapêuticas .... 141 
Outras Práticas ................................................................. 151 
Sobre Bochechos & Gargarejos ..................................... 152 
Sobre Extratos .................................................................. 153 
Sobre Loções .................................................................... 154 
Sobre Melotes ................................................................... 154 
 
Bibliografia, WebGrafia E Fontes de Consulta ........... 155 
Conheça Alguns Livros De Theresa Tullio ................. 159 
Sobre A Autora ................................................................ 162 
Deusa Eir, A Curadora Silenciosa ................................. 163 
 
A Botica Caseira 
 11
 
APRESENTAÇÃO 
 
Botica era como chamava-se farmácia antigamente. O boticário ou 
apotecário foi por muito tempo e é até hoje, a única opção de 
medicina para vilarejos inteiros, longe dos grandes centros, em 
pleno século XXI. 
 
Estabelecimentos miúdos, escuros, misteriosos, de plantas secas 
penduradas e ajuntadas em todo canto, gavetinhas, potes 
gigantescos de vidro escuro, sacos de papel pardo e embrulhos em 
jornal velho. Mas ali se encontra elixir, veneno e unguento, ali tem 
pomada, confiança e alento. É lá que se manda o moleque às 
pressas à busca do que se precisa, pois ali se encontra o que se 
resolve e quem resolve. Unidos em disfarçadas confrarias às 
dindas, dindos, benzedeiras e benzedores em inusitadas mesas-
redondas nas quais os pajés são sempre bem vindos convidados de 
honra. 
 
Hoje, mais e mais pessoas estão tomando coragem e "Fazendo O 
Caminho De Volta", trocando carreiras rentáveis e destaque no 
mundo corporativo por uma vida mais simples e mudando-se para 
localidades que nem sempre dispõe de rede hospitalar próxima, de 
filiais de grandes e sortidas drogarias. 
 
 
 
Theresa Tullio 
 12
 
As orientações de manejo e preparo de ervas deste livro não se 
destinam a formação profissional ou processos para fabricação de 
preparados terapêuticos em larga escala para fins comerciais e sim, 
para fins medicamentosos caseiros, para usar no lar, beneficiar a 
família e ajudar os vizinhos. 
 
Neste Curso foram incluídas apenas práticas que utilizam produtos 
naturais e também selecionadas as mais simples. 
 
As TÉCNICAS DE MANEJO E PREPARO não incluem 
instruções de plantio, jardinagem, colheita ou secagem, ou seja, as 
plantas nos capítulos são consideradas ingredientes prontos para o 
uso nas receitas. 
 
Minha intenção é incentivar que cada lar tenha seu jardim de ervas, 
sua horta terapêutica, do tamanho que couber, na área de serviço, 
num canto de sacada ou até na janela da cozinha. 
 
E quer seja sua escolha pelas ervas pura falta de opção assistencial, 
ou ainda necessidade de uma terapêutica mais natural e menos 
agressiva ao organismo, meu desejo é que este livro lhe seja útil. 
 
Que os boticários e suas alquímicas funções lhe inspirem no 
aprendizado proposto por esta despretensiosa obra. 
 
Bênçãos a ti, sua família e sua casa, 
Nos vemos no Caminho De Volta... 
Theresa Tullio 
 Março de 2017 
 
A Botica Caseira 
 13
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 14
 
PARA COMEÇAR, ALGUNS PRECIOSOS 
CONSELHOS BÁSICOS 
 
� Evite o uso de plantas “da moda”. 
 
� Duvide sempre das plantas tidas como milagrosas. 
 
� Utilize aquelas plantas cujos efeitos são bem conhecidos. 
 
� É importante identificar corretamente a doença a ser 
tratada, senão o tratamento pode ser inadequado e atrasar a 
procura de um serviço de saúde em casos em que seja 
necessário. 
 
� A preparação da planta e as doses devem ser adequadas. 
 
� Em caso de dúvida, procure um conhecedor que trabalhe 
com plantas. 
 
� Prepare os medicamentos em vasilhas de louça, vidros, aço 
inox ou esmaltados, quando possível. Vasilhas de alumínio 
e ferro atrapalham o efeito do medicamento. 
 
� Não adoce os chás nem com açúcar nem com adoçante, 
pois eles interferem na ação medicinal. 
A Botica Caseira 
 15
� Procure usar os preparados por um período máximo entre 
21 e 30 dias, intercalados por um período de descanso de 7 
dias (há algumas exceções à essa regra). 
 
� Evite o uso de plantas medicinais na gravidez, 
especialmente nos 3 primeiros meses, pois podem 
provocar abortoou causar problemas ao bebê. 
 
� As misturas de plantas devem ser evitadas ou restritas a 
pequeno número de espécies, no máximo três, pois podem 
trazer efeitos inesperados devido à interação entre seus 
constituintes. 
 
� Saber sobre a doença, o tratamento e o preparo do 
remédio é muito importante. Quando não sabemos isso 
direito e não preparamos bem o remédio, o tratamento 
pode ser ineficaz ou mesmo fazer com que a pessoa piore. 
Nestes casos, as pessoas podem achar que o tratamento 
não funcionou porque o remédio era de plantas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 16
 
ALERTAS SOBRE EXPRESSÕES E 
REFERÊNCIAS 
 
O nome FITOPREPARADO é o melhor e o mais usado para se 
referir aos produtos herbais finalizados. Esse nome está 
substituindo os nomes “remédio caseiro” ou “remédio popular”, 
desde que o nome FITOTERÁPICO foi apossado pela indústria 
farmacêutica. 
 
Outro nome apossado: CURA. É perigoso você falar que curou 
alguém. Pelo código penal curar é direito do(a) médico(a). 
 
� Não fale ou use curar, fale e use equilibrar ou harmonizar. 
 
� Não fale ou use receita/receitar, fale e use 
indicação/indicar. 
 
� Não fale ou use consulta, fale e use atendimento. 
 
� Não fale ou use consultório, fale e use sala. 
 
 
 
A Botica Caseira 
 17
 
TOXICIDADE, POTÊNCIA, VALIDADE DE 
VEGETAIS 
 
Existem plantas medicinais de conhecimento popular que são 
tóxicas. Como está ocorrendo uma intensificação da procura e do 
uso dessas plantas, é importante alertar para os perigos que o seu 
uso indiscriminado pode acarretar. 
 
Antes de utilizar uma planta medicinal, é preciso procurar 
informações a respeito de suas indicações terapêuticas, dosagem, 
modo de usar e possíveis efeitos tóxicos. 
 
As intoxicações ocorrem quase sempre por causa do uso de 
quantidades excessivas de determinadas plantas, preparo, uso 
inadequado e, principalmente, por causa do uso de plantas com 
efeitos tóxicos. 
 
Como os prováveis efeitos tóxicos de muitas plantas ainda são 
ignorados, deve-se procurar utilizar aquelas cujos efeitos sejam 
bem conhecidos, usando-se dosagens moderadas e bem 
determinadas, evitando-se os excessos. 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 18
Na dúvida sobre o uso de uma planta, é aconselhável procurar a 
orientação de um profissional de saúde que trabalhe com plantas 
medicinais ou usar uma outra mais conhecida e que tenha os 
mesmos princípios terapêuticos. 
 
O uso pouco cuidadoso das plantas medicinais tem causado 
efeitos indesejados como intoxicações e mesmo a ausência da 
resposta medicamentosa esperada. Este mau uso se deve ao 
conhecimento insuficiente do assunto, a pouca informação ou 
mesmo à falsa ideia de que “se é natural”, se não fizer bem, mal 
não fará. Essa afirmação é totalmente errônea, pois todo 
medicamento quer seja de origem química ou natural possui 
efeitos positivos e também negativos ao organismo. 
 
O risco de intoxicação pelo uso de plantas é grande. Estas 
intoxicações normalmente ocorrem por causa de erros na 
identificação das espécies (uso de nomes populares), do uso de 
quantidades excessivas de determinadas plantas, do preparo e uso 
inadequados e, principalmente, por causa do uso de plantas com 
efeitos tóxicos. 
 
Determinadas plantas medicinais podem, ainda, provocar 
queimaduras na pele e algumas sofrem foto sensibilização quando 
expostas ao sol e podem provocar queimaduras. 
 
Os preparados de origem vegetal, na maioria das vezes, possuem 
uma dose terapêutica distante da dose tóxica, sendo o efeito tóxico 
atingido somente com grande consumo. Mas pode sim, haver 
perigo no uso de plantas medicinais, sem as devidas precauções, 
cuidados e orientação segura. 
 
 
A Botica Caseira 
 19
Atenção então! 
 
� Plantas com efeito tóxico imediato, mesmo em pequenas 
doses podem causar intoxicação. 
 
� Plantas com efeito tóxico retardado possuem substâncias 
químicas que provocam intoxicação quando ingeridas por 
tempo prolongado. Mesmo após suspender o uso da planta 
os sintomas de intoxicação podem ocorrer. 
 
� Plantas mofadas e mal conservadas contém substâncias 
tóxicas produzidas por alguns fungos que podem causar 
câncer hepático. 
 
� Plantas trocadas ou utilizadas erroneamente são um perigo, 
há principalmente inúmeras folhas na Natureza muito 
parecidas. Por isso é importante saber a procedência da 
indicação, ver realmente quem é o raizeiro ou quem é o 
vendedor das plantas medicinais. 
 
Uma planta quando corretamente cultivada, colhida e armazenada 
é mais potente. Mas com o tempo, as ervas também perdem a 
força e devem ser descartadas depois de 12 ou 15 meses, 
dependendo do tipo. 
 
Os preparados de plantas já prontos também não devem ser 
usados por tempo prolongado, acabam perdendo o efeito ou 
causando efeitos colaterais. 
 
 
 
Theresa Tullio 
 20
Ao preparar um remédio, certifique-se que esteja usando a parte 
certa da planta. As folhas, flores, caules e raízes de uma planta 
podem ter, cada um, propriedades diferentes. Portanto, cuidado 
para usar a parte correta da planta indicada na receita. 
 
Elabore os fitopreparados apenas com plantas conhecidas, 
consagradas ou validadas. Identifique com segurança as plantas ou 
tenha ajuda de quem conhece. Evite as novidades milagreiras. 
Somente após você conviver algum tempo é que terá suas próprias 
convicções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 21
 
SOBRE RECEITAS PARA OLHOS, 
OUVIDOS E NARIZ 
 
Em se tratando de remédio para uso tópico-interno de OLHOS, 
OUVIDOS E NARIZ, todo cuidado é pouco. Os tratamentos 
otorrinolaringológicos com aplicações internas como colírios, 
soluções nasais e remédios para ouvidos, mesmo naturais, não são 
ensinados neste guia. 
 
No livro "Curando Em Casa - Guia Prático de Terapêutica 
Complementar", que faz parte da Enciclopédia AS ERVAS, há 
várias receitas para tratamentos caseiros dos males dos olhos, 
ouvidos, nariz e garganta, mas restringindo-se a soluções de uso 
externo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 22
 
TESTE PARA ALERGIA 
 
Um processo alérgico pode ocorrer através do contato da pele 
com partes do vegetal ou pela ação do sumo de algumas plantas 
que tornam a pele sensível aos raios do sol. 
 
Pessoas que trabalham diretamente com certas plantas, ou o 
consumo prolongado, podem causar perturbações digestivas, 
urticária, rinite e enxaqueca. 
 
A pele de cada pessoa possui características diferentes, como cor, 
cheiro e textura. Além disso, cada uma apresenta uma sensibilidade 
única quando exposta a variadas substâncias. Assim, antes de 
utilizar qualquer ingrediente natural, é importante fazer um teste 
para verificar se a pessoa apresenta alergia a algum componente, 
seja ele uma folha, flor, semente, óleo essencial ou qualquer outro 
produto de origem natural. 
 
Não só testar a pessoa à qual será ministrado o preparado, mas 
também testar a pessoa que irá manipular a planta. 
 
Algumas substâncias podem provocar uma hipersensibilidade em 
certos tipos de pele e outras podem causar danos à pele se 
utilizadas concomitantemente com outras substâncias e/ou com a 
exposição solar. Por isso, valem o bom senso e o cuidado. 
 
A Botica Caseira 
 23
 
Para fazer um simples teste de reação alérgica: 
 
� Junte uma colher de sopa de água fervente a uma colher de 
sopa do material bem esmagado, preferencialmente na 
forma de pó. 
� Misture até formar uma pasta. 
� Passe com espátula de madeira na parte de dentro do braço 
da pessoa, que é onde a pele é mais fina, e portanto, mais 
sensível. 
� Se quiser, pode envolver com uma bandagem. 
� Espere por alguns minutos e veja se ocorre alguma reação 
adversa, como vermelhidão, coceira ou irritação. 
� Em caso positivo, não utilize mais a planta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 24
 
 
FATORES IMPORTANTES NO PREPARO E 
MANIPULAÇÃO DE HERBAIS 
 
Higiene do local onde se trabalha: 
� Pia, balcões e mesas devem ser limpos antes e depois da 
atividade. 
� O piso deve ser mantidolimpo e seco. 
� Paredes, armários e teto deve ser limpos com frequências 
para evitar acúmulo de poeiras e formação de teias de 
aranhas. 
 
Higiene dos equipamentos e utensílios: 
� Limpar antes e depois do uso. 
 
Higiene pessoal: 
� Lavar as mãos, escovar as unhas, procurar retirar anéis e 
relógio. 
� Usar luvas, avental limpo e proteger os cabelos. 
 
 
 
A Botica Caseira 
 25
 
ESTERILIZAÇÃO DE FRASCOS DE VIDRO 
 
Todo frasco a ser utilizado para maceração e para armazenamento 
dos preparados herbais deve ser previamente esterilizado. 
 
A forma mais natural de esterilização é usar apenas água quente. 
 
Para esterilizar frascos de vidro em água quente: 
 
Você vai precisar de uma panela grande, bem limpa, dentro da qual 
os potes não encostem uns nos outros, e um pedaço de tecido de 
algodão também bem limpo, de preferência que nunca tenha sido 
usado. 
 
� Forre o fundo da panela com o pano para os potes ficarem 
acomodados e sem atrito com o fundo na fervura. 
� Disponha os potes sobre o pano, afastados um do outro e 
cubra-os completamente com água. 
� Deixe ferver por 10 minutos. 
� Espere esfriar um pouco, retire os potes com cuidado, 
coloque sobre outro pano limpo e seco e enxugue com 
toalhas de papel. 
 
 
Theresa Tullio 
 26
 
ROTULAR - ETIQUETAS DETALHADAS 
SÃO UMA MEDIDA NECESSÁRIA 
 
É necessário etiquetar todas as preparações que não sejam de uso 
imediato para evitar erros posteriores. Mesmo que o preparado 
esteja sendo feito para uso doméstico, a etiqueta ajuda a lembrar a 
composição, quando foi feito e quando irá vencer. 
 
Seguem modelos para etiquetas: 
 
ETIQUETA DE PRODUTO INTERMEDIÁRIO 
(Quando ainda está sendo feito) 
 
 
 
 
RESPONSÁVEL: PAULO 
DATA DO INÍCIO DA MACERAÇÃO: 01/12/2008 
DATA DA FILTRAÇÃO: 16/12/2008 
CONTEÚDO: AGUARDENTE DE CANA - 1 LITRO 
CARQUEJA SECA - 200 GRAMAS 
LOCAL DA COLETA: QUINTAL DO SEU JOAQUIM 
 
A Botica Caseira 
 27
 
ETIQUETA DE PRODUTO FINAL: 
 
 
Também podem aparecer na etiqueta observações como: 
 
� USO EXTERNO OU INTERNO. 
� CONSERVAR AO ABRIGO DA LUZ. 
� NÃO DEIXAR AO ALCANCE DAS CRIANÇAS. 
 
 
 
 
 
 
TINTURA DE CARQUEJA 
NOME CIENTÍFICO: BACCHARIS TRIMERA 
PARTE DA PLANTA: FOLHAS 
INDICAÇÃO: DIGESTIVA 
LÍQUIDO EXTRATOR: VODKA 
RESPONSÁVEL: MARINA 
DATA DA MANIPULAÇÃO: 16/12/2008 
VÁLIDA ATÉ: 16/12/2010 
LOCAL DA COLETA: BEIRA DO MORRO, 
PRÓXIMO AO LAGO 
VOLUME: 1 LITRO 
POSOLOGIA: TOMAR DE 15 A 20 GOTAS NA 
HORA DO DESCONFORTO. 
 
Theresa Tullio 
 28
 
MEDIDAS & EQUIVALÊNCIAS 
 
"A Diferença 
Entre O Remédio 
E O Veneno 
Está Na Dose" 
 
Há muitas dúvidas ainda sobre o cálculo das doses das ervas e 
como usá-las. 
 
Se você consultar 100 livros e 100 sites na internet, encontrará 
pelo menos umas 20 listas de equivalências diferentes. 
 
Até o Instituto de Pesos e Medidas Nacional e a ANVISA, são 
citados como fontes de tabelas que variam de Estado para Estado 
no Brasil. 
 
Sempre que determinada receita pede medidas como xícaras e 
colheres, a tendência é pesarmos e medirmos os ingredientes 
empregando utensílios caseiros, pela facilidade de estarem à mão. 
 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 29
É preciso, no entanto, levar em conta que o tamanho das xícaras e 
das colheres varia bastante; consequentemente, não existe uma 
uniformidade. O correto é investir em conjuntos de medidores 
padronizados, para manipular ervas com o máximo de segurança. 
 
Mas, como nem sempre é possível ter o ideal à mão, não precisa 
deixar de usar os benefícios das ervas por causa disso. Seguem 
algumas equivalências para medidas de líquidos e sólidos utilizando 
colheres, copos, xícaras e até as mãos. Vale ressaltar que essas 
medidas são apenas uma média da diversidade imensa das plantas 
medicinais, podendo variar, dependendo do peso específico de 
cada planta. 
 
As medidas são aproximadas, não exatas, mas as margens para 
mais ou para menos não comprometem ou incorrem em riscos de 
super ou subdosagem. 
 
� Todo sólido nestas medidas (gramas) corresponde a 
material triturado, não inteiro, seja seco ou fresco. 
 
� Ao medir ingredientes secos em xícaras ou colheres, nunca 
os aperte, salvo se isso for solicitado na receita. 
 
� Coloque os ingredientes nas medidas despejando-os 
delicadamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 30
 
GOTAS: 20 gotas = 1ml 
 
UMA PITADA: Uma pitada é o tanto que se pode segurar de 
sólidos triturados entre as pontas de dois dedos. 1/2 colher de chá 
para sólidos secos triturados 
 
UM PUNHADO: Um punhado é o tanto que se pode pegar com 
uma mão e fechá-la. O que ficar na mão é o punhado. 
 
UMA COLHER DE CAFÉ = 2 ml e 0,5 a 1,0 g 
 
UMA COLHER DE CHÁ = 5 ml e 1,0 a 2,0 g 
 
UMA COLHER DE SOBREMESA = 10 ml e 2,0 a 3,0 g 
 
UMA COLHER DE SOPA = 15 ml e 5 a 10 g 
 
UM CÁLICE = 30 ml 
 
UMA XÍCARA DE CAFÉ = 50 ml 
 
UMA XÍCARA DE CHÁ = 150 a 200 ml 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 31
 
SEU ÁLBUM HERBÁRIO E/OU 
FOTOGRÁFICO 
 
Este álbum é uma pasta com sacos plásticos, contendo folhas 
brancas tamanho ofício, com plantas medicinais secas, onde 
devem ser anotadas as características e indicações de cada espécie. 
Serve para a identificação e informação das plantas que você 
habitualmente usar em seus preparos. 
 
Como se faz? 
 
� O álbum ajuda a lembrar a aparência e o uso da planta, 
assim, devem-se colher as partes mais importantes para o 
reconhecimento e caracterização das mesmas. 
� Se forem pequenas, recolhe-se a planta inteira. 
� Para plantas maiores usar as folhas ou ramos inteiros e se 
possível, incluir flores, frutos e sementes. 
� Escolher plantas sadias e bem desenvolvidas. 
� Logo depois de colhidas as plantas devem ser prensadas. 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 32
Para prensar: 
 
A prensa pode ser feita com duas tábuas, que devem ser bem 
planas, retinhas e lisinhas, ou pequenos estrados de ripas de 
madeira. 
 
Coloca-se a planta esticada entre duas folhas de jornal e depois 
entre as duas tábuas, com um peso em cima ou amarradas. Depois 
de alguns dias a planta estará seca. 
 
A planta seca é pregada em uma folha de ofício, com as 
características e indicações escritas embaixo e colocada no seu 
Álbum Herbário, dentro de um dos sacos plásticos. Frutas e 
sementes podem ser agrupadas em saquinhos de plástico, com 
rótulo, e colocadas dentro de um saco plástico na pasta do seu 
Álbum. 
 
Pode-se fazer apenas um Álbum Fotográfico das plantas 
medicinais, para substituir o álbum Herbário. Esta opção tem 
como vantagens, a maior facilidade e rapidez para a sua 
elaboração, atendendo muito bem às pessoas que não elaboram 
trabalhos científicos, mas apenas produzem ou coletam plantas 
para o uso medicinal. 
 
Você também pode juntar as duas opções, coletando e registrando 
algumas plantas da forma tradicional aqui ensinada, e outros de 
forma fotográfica apenas. O importante é montar uma fonte de 
consulta confiável. 
 
 
A Botica Caseira 
 33
 
O MELHOR HORÁRIO PARA INGESTÃO DE 
PREPARADOS HERBAIS 
 
Geralmente, o horário em que se toma o preparado fitoterápico é 
muito importante para a cura ou efeitos desejados. Assim tem-se 
as seguintes regras gerais: 
 
� Antiácidos: Meia hora antes das refeições principais. 
 
� Antifermentativos: Após as refeições. 
 
� Antireumáticos (Preparações para cura de reumatismo): 
Meia hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas 
horas antes ou depois das refeições principais. 
 
� Antitussígenos (Preparados contra tosse): Meia hora antes 
do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes ou 
depois das refeições principais. 
 
� Aperientes (Estimulantes do apetite): De 30 a 40 minutos 
antes das principais refeições. 
 
� Calmantes: Duas horas antes ou depois das refeições 
principais, de preferência após. 
 
 
Theresa Tullio 
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� Carminativos (Anti-gases): Logo após as refeições 
principais. 
 
� Depurativos de toxinas e resíduos (Purificantes do 
organismo): Meia hora antes do desjejum ou café da 
manhã e/ou duas horas antes ou depois dasrefeições 
principais. 
 
� Digestivos: Logo após as refeições principais. 
 
� Diuréticos (Estimulantes de eliminação de urina): Meia 
hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas 
antes ou depois das refeições principais. 
 
� Emenagogos (Estimulantes do fluxo menstrual): Meia hora 
antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas antes 
ou depois das refeições principais. 
 
� Expectorantes: Meia hora antes do desjejum ou café da 
manhã e/ou duas horas antes ou depois das refeições 
principais. 
� Febrífugos - Antifebris (Preparados contra febre): Meia 
hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas 
antes ou depois das refeições principais. 
 
� Hepatoprotetores (Protetores do fígado): Antes das 
refeições principais e/ou antes de deitar. 
 
� Laxantes - Laxativos: Meia hora antes do desjejum ou café 
da manhã e/ou entre as refeições e/ou antes de deitar. 
 
 
A Botica Caseira 
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� Neurotônicos (Revigorantes ou equilibradores dos nervos): 
Duas horas antes ou depois das refeições principais. 
 
� Tônicos: Meia hora antes do desjejum ou café da manhã 
e/ou duas horas antes ou depois das refeições principais. 
 
� Vermífugos (Eliminadores de vermes intestinais): Meia 
hora antes do desjejum ou café da manhã e/ou duas horas 
antes ou depois das refeições principais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 36
 
REVERÊNCIA & GRATIDÃO 
 
Sempre que iniciar seus trabalhos, tenha antes o momento de 
reverenciar. 
 
Peça licença à planta antes de retirar folhas, raízes e cascas. 
 
Faça sua oração antes de começar a fazer o fitopreparado. 
 
Mantenha sua serenidade pensando apenas no bem que você está 
praticando. 
 
Agradeça à Natureza Mãe. 
 
Dê graças por este momento e ofereça seu trabalho ao Criador, à 
Humanidade, ao Universo. 
 
Irradie Amor e Respeito pelos males e padecimentos de quem 
usará o preparado. 
 
Você estará doando e recebendo as vibrações mais positivas e 
saudáveis. 
 
 
A Botica Caseira 
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UTENSÍLIOS & MATERIAL 
 
1. Reserve com carinho espaços separados em armários, 
prateleiras ou gavetas para seus utensílios, materiais e 
ingredientes. 
 
Mesmo que você use ingredientes como canela, manjericão e 
gengibre em pó na sua culinária do dia a dia; a canela, o manjericão 
e o gengibre usados no preparo terapêutico devem ser estocados 
separados. 
 
Não é proibido à cozinha de casa pegar um ingrediente 
emprestado de vez em quando e vice versa, mas guarde separado. 
O mesmo vale para os utensílios. 
 
2. Sempre que houver possibilidade, use vidro. Dê 
preferência a utensílios e materiais de vidro, louça, barro, 
madeira, palha, bambu, cerâmica, algodão. 
 
Não use utensílios de alumínio, sejam panelas, frigideiras ou 
recipientes para armazenagem, no preparo de qualquer alimento 
ou remédio. Quando a água ou o alimento entram em contato com 
o alumínio, sofrem mudança química e absorvem minúsculas 
partículas desse metal, que se acumula no fígado, baço e rins. Ferro 
e inox também não são as mais indicadas. 
 
Theresa Tullio 
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Esta lista é bem básica e genérica. 
 
Apesar da praticidade e conforto oferecidos pelos aparelhos 
elétricos, leve em conta ter opções de instrumentos manuais para o 
caso de precisar preparar uma receita em um momento de falta de 
energia elétrica. Por exemplo, você pode ter um espremedor 
elétrico, mas não deixe de ter à mão o espremedor manual. 
 
Conforme sua familiaridade nos preparos, sinta-se à vontade para 
investir em materiais para sua botica caseira, e fique à vontade 
também se já tiver o hábito de usar certos materiais, como 
utensílios de silicone, por exemplo, tão em voga. 
 
Então, vamos à lista. 
 
Você vai manusear, é recomendável que disponha de: 
 
� Luvas de látex. Mesmo que more longe da cidade, vale a 
pena adquirir caixas de luvas, são baratas, vêm com muitas 
unidades e o prazo de validade é bem grande. 
 
� Aproveite e providencie também avental de cor clara e 
lenços para a cabeça, que deverão ser usados apenas para 
seus trabalhos de botica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
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Para medir: 
 
� Balança de precisão para cozinha capacidade até 1 kg 
� Jarra de vidro com medidor em ml 
� Jogo de colheres de medidas (Hoje já existem colheres de 
medidas com mostradores digitais de peso) 
� Jogo de medidas em xícaras 
 
Você vai cortar, triturar, moer, picar. Precisará de: 
 
� Facas inox de diversos tamanhos e utilidades 
� Tábuas de corte 
� Pilão e almofariz - Pode providenciar mais de um 
conjunto, de acordo com suas necessidades - para preparo 
de pomadas, pós e sumos. 
� Liquidificador 
� Espremedor de frutas manual e/ou elétrico 
� Moedor manual 
� Martelo ou socador de madeira para reduzir argila para 
cataplasmas a pó 
 
Para levar ao fogo: 
 
� Chaleira para ferver água 
� Bule com tampa para infusão de ervas 
� Panela pequena ou média para preparo de pomadas e 
unguentos 
� Panela grande para preparo de óleos 
� Panela para preparo de xaropes 
� Panela grande com tampa para banho-maria, que acomode 
as panelas usadas para os preparos 
Theresa Tullio 
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Para mexer e misturar, providencie: 
 
� Espátulas resistentes ao fogo e de cabo longo 
� Colheres de cabo longo resistentes ao fogo 
� Conchas pequenina e grande 
 
Utensílios e materiais para usos diversos: 
 
� Tigelas de vidro ou louça refratária de diversos tamanhos 
� Jarro resistente de vidro refratário para preparo de óleos 
� Bacias de ágata de 3 tamanhos 
� Panos de algodão, chumaços de algodão ou gaze para 
compressas, cataplasmas e emplastos 
� Canecos e jarros de diversos tamanhos 
� Retalhos de tecido de algodão. Panos de algodão têm mil e 
uma utilidades em uma botica caseira. 
� Dois baldes grandes que comportem os pés 
confortavelmente e as pernas até os joelhos para banhos 
alternados frio-quente. 
� Bacia grande para aplicação de banhos de imersão para pés 
e para banhos de assento. 
� Um banquinho para aplicação de banho vital ou semicúpio. 
� Funil para auxílio de colocação de líquidos em frascos 
� Sacos de papel para colocar os frascos no processo de 
maceração dos vinhos medicinais e garrafadas 
� Etiquetas adesivas de papel de diversos tamanhos para 
rotulagem. 
� Retalhos de tecidos 100% algodão, mas que não sejam 
grossos, para confecção de bolsas térmicas ecológicas, 
travesseiros e almofadas de ervas. Se desejar, pode usar 
TNT, mas lembre-se que TNT não é algodão. 
A Botica Caseira 
 41
� Fibra sintética de enchimento de almofadas, também 
chamada de fibra siliconada, para os travesseiros. 
� Linhas de algodão de boa qualidade e agulhas. 
� Tesouras de diversos tamanhos 
� Pinças e pegadores de diversos tamanhos 
� Lente de aumento 
� Espátulas de madeira descartáveis - Podem ser do tipo 
abaixa língua, usadas por dentistas 
 
Na hora de coar, peneirar e filtrar, tenha à mão: 
 
� Coadores de papel para diversas utilidades 
� Tecidos de algodão ou coadores de pano para filtrar 
infusões de ervas 
� Coadores de pano de tecido fino ou tecidos de algodão 
para coar sucos e sumos 
� Peneira para coar sucos e sumos 
� Peneira fina ou tecidos de algodão para usar no preparo de 
pós e peneirar argila para cataplasmas 
� Tecidos de algodão para coar vinhos medicinais 
� Tecido de algodão para filtragem de óleos 
� Peneira para filtragem de óleos 
� Porta filtro como os de café para colocar coadores de 
papel dentro 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 42
Você vai usar para guardar na maceração e para 
armazenagem: 
 
Ao escolher frascos e potes para armazenagem, calcule 
corretamente o tamanho que usará e a quantidade necessária. 
 
Tenha em conta que os recipientes devem ser cheios até a borda e 
as tampas devem fechar bem. Bem cheios para evitar que o ar 
dentro deles acelere a deterioração dos produtos, e bem tampados, 
para evitar a entrada de ar, umidade e micróbios que aos poucos 
degradam o produto também. 
 
Os frascos dependem dos produtos que você venha a preparar. 
Não há necessidadede estocar frascos em casa, hoje ninguém tem 
mais espaço em casa para fazer estoques pensando em algo que 
um dia possa precisar. Dê uma olhada nos capítulos, nas receitas, 
veja primeiro o que lhe interessa e que possa ser útil à seu lar e 
providencie os frascos. As quantidades também vão depender de 
suas necessidades, mas, basicamente: 
 
� Para a maceração de vinhos medicinais, garrafadas, tinturas 
e alcoolaturas, são necessários frascos de vidro escuro com 
tampa. 
 
� Para armazenar garrafadas e vinhos medicinais: 
Recomenda-se, se possível, utilizar as próprias garrafas de 
vidro das bebidas utilizadas no preparo, ou frascos de 
vidro escuro com tampa. 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 43
� Para armazenar óleos e xaropes: Frascos de vidro escuro 
com tampa. Para óleos a tampa pode ser de rosquear, para 
xaropes, é melhor tampar com rolhas de cortiça, pois 
xaropes têm propensão a fermentar e explodir se vedados 
com tampas de enroscar. 
 
� Para argila para cataplasmas: Guardar em recipiente de 
barro, de vidro, madeira ou bambu; jamais utilizar 
recipientes plásticos ou de metal. 
 
� Para pomadas e unguentos: Você pode comprar potes 
plásticos ou de vidro, com tampa. É só procurar potes para 
cremes. 
 
� Para pós: Frascos de vidro com tampa de rosquear ou 
cápsulas gelatinosas vazias. Há cápsulas de diversos 
tamanhos. O tamanho mais utilizado é o 00, que comporta 
em torno de 500 a 600 mg de pó. 
 
Se tiver intenção de encapsular uma grande quantidade de pó, vale 
a pena comprar uma encapsuladora manual, que facilita a tarefa, 
encapsulando até 100 cápsulas por vez, dependendo do modelo. 
Ela pode ser adquirida nos mesmos locais onde você comprar as 
cápsulas gelatinosas. 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
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CHÁS, INFUSÕES & DECOCÇÕES 
 
Os Chás. Na verdade, AS TISANAS. 
 
Ensinar a fazer um chá pode parecer ridículo e até ofensivo, 
porque é lógico que qualquer pessoa pode fazer uma bebida com 
água quente e um punhado de ervas frescas ou secas. Mas, como 
estamos falando de chás que serão tomados para curar alguma 
coisa ou pelo menos aliviar alguma dor, certas regras básicas 
deverão ser seguidas, como os cuidados com o recipiente, que 
deve ser de vidro ou porcelana, e com a água, que deve ser pelo 
menos filtrada para diminuir um pouco a quantidade de produtos 
químicos adquiridos no tratamento. 
 
Para começar... Vem no saquinho, mergulhou na água quente é 
chá ... Não é bem assim. Não que isso faça a mínima diferença no 
uso, seja para beleza, terapêutica ou para relaxar e aquecer, mas 
sempre vale a pena aprender mais um pouquinho. 
 
Apenas para ilustrar, visto que continuaremos a chamar tisana de 
chá como sempre fizemos e como sempre fizeram nossos pais e 
avós, mas vale o esclarecimento: Qualquer preparado utilizando 
água quente e plantas, seja folha, flor, raiz, casca ou fruto, É UMA 
TISANA, e a única tisana QUE PODE SER CHAMADA DE 
CHÁ é aquela que utiliza as folhas da Camellia Sinensis, da qual se 
originam os chás pretos, verdes e oolongs (o verde azulado 
oriental), O RESTO É SÓ TISANA mesmo, não é chá. 
A Botica Caseira 
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Recomendações, Dicas e Cuidados Importantes: 
 
Não adoce com açúcar. Use mel na menor quantidade possível e, 
na falta dele, açúcar mascavo. 
 
Deixe o organismo acostumar-se, tomando mais fraco no primeiro 
dia e aumentando a dose nos dias subsequentes. 
 
Após três semanas, o organismo vai responder cada vez menos. É 
recomendável substituir a planta ou erva por uma outra, com as 
mesmas propriedades. 
 
Não ingerir qualquer preparado de planta em forma de chá por 
mais de 24 horas depois de pronto, pois as plantas entram em 
fermentação, causando problemas gástricos e intestinais. Preparar 
cada dia o tanto que vai ser ingerido naquele dia. 
 
É bom tomar tisanas em jejum, ao meio-dia, ao pôr do sol e ao 
deitar. Em média três xícaras por dia. Mas depende do efeito 
terapêutico que se procura com as ervas. Procure neste livro o 
capítulo “O MELHOR HORÁRIO PARA INGESTÃO DE 
PREPARADOS HERBAIS”. 
 
Qualquer tisana pode ser ingerida ainda quente, morna ou fria. As 
pessoas doentes devem tomar mornas ou quentes, pois aquecidos, 
os preparados de plantas fazem efeito mais rápido. 
 
Não jogar fora a erva utilizada! Se houver necessidade de usar mais 
do preparado em forma de chá no dia corrente, quando o material 
pronto estiver acabando, verta mais água quente sobre os vegetais. 
Essa segunda infusão dá o verdadeiro sabor da planta e você faz 
duas porções com a mesma erva. 
Theresa Tullio 
 46
Depois de utilizado, deixe a erva esfriar e coloque nos seus vasos. 
É um excelente adubo! 
 
O primeiro cuidado é com a higiene do fruto ou erva a ser usada. 
Lavar durante alguns minutos em água corrente para que resíduos 
agrotóxicos que se acumulam nas superfícies possam ser 
removidos. Retirar também as partes queimadas ou velhas das 
folhas, deixando-as o mais perto possível do natural. 
 
Evitar o preparo em vasilha de alumínio, ferro ou teflon. Só use se 
não houver outra opção. Dê preferência a recipientes de vidro 
refratário, ágata ou barro. 
 
Doses sugeridas - Cada dose 3 vezes ao dia. 
 
Adultos: 1 xícara de chá 
Crianças: ½ xícara de chá 
Bebês: 1 colher de chá 
 
Indicações de uso por temperatura: 
 
� Quente: Para resfriados, gripes e bronquite. 
 
� Frio: Para problemas digestivos, problemas do estômago, 
diarreia e indigestão. 
 
� Morno: Para problemas do sistema nervoso, como insônias 
e calmante. 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
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Decocção 
 
Este método é um dos mais usados no Brasil. A erva vai para o 
fogo junto com a água. 
 
Trata-se de um método mais profundo de extração que a infusão. 
A planta permanece por um tempo mais prolongado em contato 
com o líquido extrator em ebulição. 
 
Esta forma é mais recomendável para as sementes, cascas grossas, 
raízes e talos, principalmente de plantas das quais não se conta 
com as propriedades aromáticas para a terapêutica. 
 
Os orientais utilizam além da água, opções como água de arroz ou 
vinho de arroz. Mas no Ocidente a água pura é mais utilizada. 
 
Como Fazer: 
 
Quantidade: Para simplificar, calcular 1 parte de planta seca ou 2 
partes de planta fresca para cada 15 partes de água. 
 
Lavar as partes da planta durante alguns minutos em água corrente 
para que resíduos agrotóxicos que se acumulam nas superfícies 
possam ser removidos. Retirar também as partes queimadas ou 
velhas, deixando-as o mais perto possível do natural. 
 
Evitar o preparo em vasilha de alumínio, inox, ferro ou teflon. Só 
use se não houver outra opção. Dê preferência a recipientes de 
vidro refratário ou ágata. 
 
A casca, semente ou raiz deve ser cortada em pequenos pedaços 
ou esmagada antes de juntar à água. 
 
Theresa Tullio 
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Juntar água e levar ao fogo. 
 
Deixar ferver por uns minutos em fogo alto até que a água 
fervente retire mais profundamente os princípios ativos das 
plantas. Em geral, quando não há indicação de tempo, 5 minutos 
depois da água entrar em ebulição já pode apagar o fogo. É mais 
ou menos o tempo do líquido se reduzir cerca de um terço da 
quantidade inicial. 
 
Começar a contar o tempo só a partir da fervura. 
 
Se desejar ser mais específico, deixar 5 minutos para raízes e caules 
e 10 minutos para a planta inteira. 
 
Retirar do fogo, tampar e abafar por 5 a 10 minutos colocando um 
pano para não escapar o vapor (se na receita não houver outra 
recomendação) antes de usar. Durante este tempo, de vez em 
quando, movimentar o recipiente delicadamente para misturar o 
conteúdo. 
 
Filtrar após o repouso em peneira fina ou filtro de papel ou pano. 
 
Conservação: Guardar no refrigerador ou em local fresco durante 
24 horas no máximo. 
 
Utilizar no mesmo dia do preparo ou pelo menos, dentro das 24hs 
seguintes. 
 
 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 49
Infusão 
 
Preparação utilizada para plantas medicinais ricas em componentes 
voláteis, aromas delicados e princípios ativos que se degradam pela 
ação combinada da água e docalor prolongado, como por 
exemplo alecrim, hortelã, sálvia, melissa, camomila, capim-limão, 
erva-cidreira, erva-doce e losna, plantas que possuem cheiro 
característico. 
 
Esta forma é mais recomendável para folhas, flores e também 
cascas finas. 
 
As infusões são uma boa opção quando o material vegetal é 
facilmente penetrado pela água e as suas substâncias se dissolvem 
rapidamente em água quente. 
 
Além de fornecer as substâncias terapêuticas, hidratam o 
organismo, estimulam a eliminação de substâncias tóxicas, 
favorecem o controle da temperatura do corpo e auxiliam a 
digestão. 
 
Neste método, a água bem quente é adicionada à erva e esta não 
vai ao fogo. 
 
Algumas vezes para se obter uma infusão, pode utilizar-se, ao 
invés de água, vinho, vinagre, álcool ou leite. Mas a água pura é o 
líquido mais usado mesmo. 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
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Como Fazer: 
 
Quantidade: Para simplificar, calcular 1 parte de planta seca ou 2 
partes de planta fresca para cada 20 partes de água. 
 
Por água para ferver e logo que entrar em ebulição, apagar o fogo 
e despejar a água fervendo sobre as ervas em um recipiente. 
 
Tampar e abafar por 10 minutos colocando um pano para não 
escapar o vapor (se na receita não houver outra recomendação) 
antes de usar. Durante este tempo, de vez em quando, movimentar 
o recipiente delicadamente para misturar o conteúdo. 
 
Filtrar após o repouso em peneira fina ou filtro de papel ou pano. 
 
As receitas que sugerem o preparo do chá em pequena quantidade 
(1 ou 2 xícaras), devem ser tomadas de imediato e não é 
recomendável guardar a sobra, já que podem perder suas 
propriedades com o tempo. Já naqueles casos onde a quantidade 
de água sugerida é maior (1 ou 2 litros, por exemplo), o chá pode 
ser guardado na geladeira ou em outro local fresco. 
 
Conservação: Guardar no refrigerador ou em local fresco durante 
24 horas no máximo. 
 
Utilizar no mesmo dia do preparo ou pelo menos, dentro das 24hs 
seguintes. 
 
 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 51
Serenado 
 
O serenado é um processo de extração de princípios ativos muito 
demorado, no qual a água não vai ao fogo e é chamado assim 
porque se põe algo a serenar quando deixamos a noite toda ao 
relento para pegar sereno e absorver o ar da noite. Mas também se 
aplica simplesmente deixando pronto de um dia para o outro para 
só consumir na manhã seguinte. 
 
É utilizado para plantas que possuem grande quantidade de 
princípios voláteis que podem evaporar se utilizarmos o calor, 
como por exemplo, o alho. 
 
Todo serenado deve ser preparado em dose única de um só copo 
ou uma só xícara. 
 
Como Fazer: 
 
É muito simples. Colocar em um copo ou xícara o ingrediente 
recomendado na receita, completar com água fria, tampar e deixar 
descansar a noite toda em local fresco. Não colocar na geladeira. 
 
Não amassar ou socar, não triturar, apenas deixar de molho. 
Quando o vegetal é triturado e/ou amassado e deixado de molho 
na água fria, é chamado de Maceração. Ver no capítulo com este 
título o modo de preparo. 
 
Utilizar a quantidade toda de uma vez, em dose única, na manhã 
seguinte e em jejum - salvo se na receita houver outra orientação. 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 52
Alguns ingredientes utilizados nas Tisanas, sob 
decocção ou infusão. 
 
À exceção do alho, que deve ser usado no processo serenado e 
tomado no dia seguinte: 
 
� Agrião (Nasturtium officinalis) - Indicações: Tosse, gripe, 
catarro no peito, anti-inflamatório das vias respiratórias, 
muito indicado nas bronquites crônicas e anemias. 
� Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber 
officinale) e/ou Mentrasto (Ageratum conyzoides L) - 
Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas. 
� Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão 
(Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço, 
fraqueza, disposição e revitalizar. 
� Alfavaca-Cravo (Ocimum gratissimum) - Indicações: 
Gripe. 
� Alho (Allium sativum) - Indicações: colesterol alto, 
expectorante, antisséptico, aumenta a imunidade e alivia 
problemas circulatórios. 
� Angico (Anadenanthera macrocarpa) - Indicações: Tosse, 
gripe e catarro no peito. 
� Avenca (Adiantum capillus-veneris) - Indicações: Tosse, 
rouquidão e inflamação na garganta. 
� Carqueja (Baccharis genistelloides) - Indicações: 
Indigestão, equilibrar funções hepáticas. 
� Camomila (Matricaria chamomilla) e/ou Erva-Doce 
(Pimpinella anisum) e/ou Melissa (Melissa officinalis) e/ou 
Capim-Limão (Cymbopogon citratus) - Indicações: 
Estresse, insônia, ansiedade e acalmar. 
 
 
A Botica Caseira 
 53
� Cenoura (Daucus carota) folhas - Indicações: Fraqueza e 
desânimo. 
� Eucalipto (Eucalyptus globulus) - Indicações: Apatia, 
insônia, sintomas congestionantes de gripes e resfriados. 
� Gengibre (Zingiber officinale) - Indicações: Sinusite, 
Gripe. 
� Guaco (Mikania glomerata) e Assa-peixe (Vernonia 
polyanthes) - Indicações: Tosse, gripe, bronquite, catarro 
no peito. 
� Hortelã (Mentha piperita) - Indicações: Congestão nasal e 
coriza, depressão, revigorar e refrescar. 
 
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. 
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de 
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de 
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As 
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas 
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso 
se destina a financiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
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MACERADOS 
 
Também chamada de chá macerado ou infusão fria, o objetivo da 
maceração é amolecer a planta na água fria, como outros métodos 
conseguem utilizando a água quente. 
 
A parte escolhida da planta fica de molho em água fria como 
diluente, que extrai lentamente os conteúdos solúveis e 
principalmente os aromáticos porque amolece a planta. 
 
A vantagem deste método é que os sais minerais e as vitaminas da 
ervas são aproveitadas ao máximo. 
 
A maceração é mais indicada para as plantas frescas e é a base 
herbal das garrafadas, vinhos e óleos medicinais, que em seu 
preparo utilizam outros diluentes como óleos ou vinhos no lugar 
da água fria, também com molhos por prazos mais prolongados 
que a maceração. 
 
Como Fazer: 
 
Limpar bem, picar miúdo e/ou amassar a parte escolhida da erva 
escolhida. 
 
 
A Botica Caseira 
 55
Por de molho na água fria, mineral ou previamente fervida e 
filtrada, em recipiente de vidro, na proporção de 1 parte de vegetal 
para 6 partes de água. 
 
O tempo do molho varia de acordo com o material: 
 
� 10 horas para as folhas, sementes moles e flores 
� 12 horas para raízes, talos e cascas 
� 24 horas para itens bem duros 
 
Não misturar partes moles e duras da planta, para conseguir extrair 
as propriedades ativas no tempo certo. 
 
O recipiente deve permanecer em lugar fresco, protegido da luz 
solar direta. 
 
Agitar suavemente o recipiente periodicamente. Também pode-se 
auxiliar a retirada das essências usando pilão de vez em quando, 
durante o molho. 
 
Findo o tempo previsto, coar em peneira bem fina ou filtrar o 
líquido em coador de papel 
 
Após haver coado ou filtrado o líquido, deve-se espremer o 
resíduo no coador ou na tela da peneira para extrair o máximo de 
material. 
 
Pode acrescentar uma quantidade a mais de água, se achar 
necessário para obter um volume final desejado. 
 
Guardar em recipiente de vidro com tampa, limpo e esterilizado, 
em local fresco e seco, abrigado da luz solar e da umidade. 
 
Theresa Tullio 
 56
Pode ingerir, começar a usar logo em seguida ao tempo de repouso 
e filtragem. 
Preparar quantidade suficiente para uso em até 24hs no máximo. 
Após 24hs o material restante deve ser descartado. 
 
Importante: 
Plantas com possibilidade de fermentação não devem ser 
preparadas desta forma. 
 
Posologia: 1 cálice, copinho de cafezinho ou 2 colheres de sopa, 
aproximadamente 30 ml, por 3 vezes ao dia. 
 
Alguns ingredientes utilizados nos Macerados: 
 
� Ameixa (Prunussalicina) - Indicações: Prisão de Ventre 
� Arruda (Ruta graveolens) - Indicações: Menstruação 
escassa 
� Boldo (Peumus boldus) - Indicações: Ressaca, indigestão e 
crises de fígado 
� Malva Santa (Plectranthus barbatus) - Indicações: Azia 
 
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. 
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de 
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de 
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As 
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas 
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso 
se destina a financiar. 
 
 
A Botica Caseira 
 57
 
SUMOS & SUCOS 
 
Sumos e sucos são líquidos obtidos pelo simples escoamento, 
quando se espremem os frutos, as folhas ou o caule, de preferência 
com a planta fresca, espremida e/ou esmagada e filtrada em 
seguida. 
 
O suco pode ser obtido espremendo-se as partes das plantas. 
Sucos hidratam, alimentam, refrescam e são muito saborosos. 
 
O sumo pode ser obtido triturando-se a planta fresca. Os sumos 
têm a vantagem de conter os constituintes ativos sem os degradar. 
 
Como fazer: 
 
Sumo de planta fresca 
 
Cortar a planta fresca em pedaços pequenos e triturar grosseiro 
num pilão ou máquina de moer. 
 
Quando a planta possuir pequena quantidade de líquido, deve-se 
acrescentar um pouco de água e triturar novamente após uma hora 
de repouso. 
 
Recolher então o líquido liberado, espremendo e coletando o 
líquido, filtrando-o em pano fino e usar em seguida. 
Theresa Tullio 
 58
Sumo de planta seca 
 
Obter pó limpo e seco da planta (Veja neste livro o capítulo com 
as orientações para fazer pó). 
 
Adicionar água, 1 parte de água para 1 parte da planta 
 
Deixar em maceração, de molho, por 24 horas em recipiente de 
vidro 
 
Espremer e coletar o líquido, filtrando-o em pano fino e usar em 
seguida. 
 
 
Posologia para sumos: 1 colher de sopa, 2 ou 3 vezes ao dia 
 
 
 
Suco 
 
Triturar/liquidificar a planta ou fruto fresco 
 
Adicionar um pouco de água, se ficar muito grosso 
 
Deixar descansar por 5 minutos 
 
Coar em peneira ou usar filtro, adoçar se desejar e ingerir em 
seguida. 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 59
Recomendações: 
 
Todos os sucos e sumos devem ser preparados na hora do 
consumo. 
 
O pilão, espremedor ou moedor, assim como coadores, filtros e 
peneiras devem estar bem limpos antes de usar. 
 
 
Alguns ingredientes utilizados em sumos: 
 
� Batata-inglesa (Solanum tuberosum) tubérculos - 
Indicações: Acidez no estômago. 
� Courama-branca (Kalanchoe brasiliensis) folhas - 
Indicações: Inflamações no ovário e no útero. 
� Hortelã rasteira (Mentha villosa) folhas - Indicações: 
Giardíase e amebíase. 
 
Alguns frutos utilizados em sucos: 
 
� Abacaxi (Ananás sativus) - Indicações: Prisão de ventre 
eventual, anemia, problema da próstata, uretrite, artrite, 
excesso de líquido no organismo. 
� Acerola (Malpighia glabra) - Indicações: Excesso de ácido 
úrico, excesso de líquido no organismo, problemas 
pulmonares, tuberculose, reumatismo, problemas na 
vesícula, afecção hepática, para evitar o sangramento das 
gengivas, fadiga, estresse, fraqueza das veias, para prevenir 
a anemia, ação antioxidante, antiradical livre. 
 
 
 
Theresa Tullio 
 60
� Goiaba (Psidium guajava) - Indicações: Tuberculose, úlcera 
gástrica, gripe, excesso de ácido úrico, excesso de líquido 
no organismo, melhorar o funcionamento do intestino, 
prevenir a hipertrofia benigna da próstata. 
� Laranja (Citrus aurantium) - Indicações: Gripe, para 
estimular o apetite, ação depurativa, auxiliar da digestão, 
ação diurética, para prevenir doenças degenerativas por 
falta de vitamina C, ajudar a assimilação do cálcio, inibir a 
produção de colesterol, reumatismo, excesso de ácido 
úrico, cálculo renal, prisão de ventre eventual. 
� Limão (Citrus limonum) - Indicações: Ação desintoxicante, 
para aumentar as defesas do organismo, inibir enzimas dos 
tumores, ação antioxidante, gripe, cistite, ação depurativa, 
para combater as infecções, estimular os rins, ação 
diurética. 
� Manga (Mangifera indica) - Indicações: Anemia, auxiliar no 
trabalho do intestino, ação diurética, ação laxativa, para 
estimular a lactação. 
 
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. 
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de 
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de 
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As 
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas 
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso 
se destina a financiar. 
 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 61
 
PÓS & PÍLULAS 
 
Pó 
 
Pó é a planta desidratada e triturada. As partes das plantas, 
principalmente as folhas, são secas e depois trituradas, peneiradas, 
e o pó originário deve ser guardado em embalagem bem fechada e 
em local escuro, podendo servir para se extrair dele outros 
subprodutos ou fazer seu encapsulamento para uso direto. 
 
O encapsulamento é uma alternativa ao chá. E pode ser mais 
conveniente, pois nem sempre temos tempo para fazer um chá, ou 
estamos num local propício. A cápsula é uma boa opção no local 
de trabalho, por exemplo. 
 
Armazenar ervas sob a forma de pó é uma excelente iniciativa para 
ter a base de muitas terapêuticas sempre à mão. 
 
Para maior conforto na ingestão, o pó pode ser encapsulado 
(colocado em cápsulas). Também pode ser adicionado a infusões e 
outros preparados herbais. 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 62
Modo de usar: 
 
O pó obtido de vegetais desidratados e secos pode ser usado via 
oral ou aplicado externamente. 
 
Para uso interno, o pó pode ser misturado ao leite, mel, água, 
sumo vegetal ou suco de frutas. Também encapsulado. 
 
No uso externo, o pó pode ser espalhado puro, sobre o local 
ferido ou antes de aplicar, ser misturado em óleo ou água ou 
adicionado a pomadas, cataplasmas, preparados de compressas e 
outros tratamentos herbais. 
 
Posologia: 
Quanto à dosagem por cápsula, considerar a mesma quantidade 
que usaria para fazer a tisana (chá). 
 
Por exemplo, se a receita diz que é necessário tomar uma infusão 
com uma colher de sopa de ervas secas 2 vezes por dia, é só dividir 
a quantidade enchendo as cápsulas, e ingerir o equivalente 2 vezes 
ao dia. 
 
Modo de Fazer: 
 
Como obter o pó: 
 
Podem ser utilizados folhas, flores, cascas, raízes ou sementes. 
 
Para iniciar o processo, a planta já deve ter passado pelo processo 
de secagem e estar livre de qualquer tipo de umidade. 
 
 
 
A Botica Caseira 
 63
A planta deve estar seca até ficar quebradiça, o suficiente para 
permitir sua trituração. 
 
O próximo passo é esfarelar bastante com as mãos mesmo, dentro 
de uma tigela, um recipiente largo de bordas altas, até obter um pó 
fino. 
As mãos devem estar muito bem lavadas e muito secas (cuidado 
com o suor!), ou calçadas em luvas. 
 
No caso de raízes e cascas, o esfarelamento com as mãos não 
funciona. É preciso ralar em ralador fino (tomar cuidado com os 
dedos!) e depois passar na peneira para separar pedaços grandes 
que tenham ficado. 
 
Após triturar ou ralar, coar com o auxílio de uma peneira fina ou 
tecido. O importante é que o resultado final deve ser um pó bem 
fino, sem pedaços maiores ou grânulos. 
 
Guardar em frascos de vidro, bem fechados e rotular, colando 
etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais dados 
devem ser incluídos nas etiquetas. 
 
Armazenagem: Os pós são muito sensíveis à ação da luz, do 
oxigênio e da umidade. Armazenar em local fresco, seco e 
ventilado, ao abrigo do sol. 
 
Conservação e Validade: 
A não ser que sejam contaminados por insetos ou fungos, ou 
sujeitos a umidade, pós podem ser usados por 6 meses. Mas 
atenção: Os pós retém sua potência integral por um período de 2 
meses, a partir daí, começam a perder a força gradualmente. 
Então, mesmo que não estraguem, o ideal é preparar quantidade 
suficiente para uso em até 60 dias. 
TheresaTullio 
 64
Cápsulas 
 
Cada vez mais pessoas estão adquirindo o hábito de ingerir as 
ervas secas sob a forma de pós encapsulados. Mas é recomendável 
que as cápsulas sejam apenas uma opção prática nas situações nas 
quais não seja possível o preparo de infusões. 
 
O primeiro passo é comprar as cápsulas gelatinosas vazias. Há 
cápsulas de diversos tamanhos. O tamanho mais utilizado é o 00, 
que comporta em torno de 500 a 600 mg de pó, essa medida varia 
um pouco, porque depende da forma de preparo do pó e também 
a forma de encapsulamento. Elas são facilmente encontradas em 
lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação e até pela 
internet. 
 
Como já explanado, é preciso encher as cápsulas com a quantidade 
de erva em pó que precisará ser ingerida diariamente. Se a receita 
indicar uma infusão com uma colher de sopa de ervas secas em 1 
xícara de chá de água fervente 2 vezes por dia, é preciso preparar 2 
colheres de sopa de pó para cada dia de uso. 
 
Mas não é preciso se preocupar muito com o tamanho da cápsula. 
Basta separar a quantidade de erva seca em pó receitada e encher 
quantas cápsulas forem necessárias. 
 
1 colher de sopa enche umas 15 a 20 cápsulas 00. 
 
Para preencher as cápsulas, basta desmontá-las (abrir) e encher 
com o pó. 
 
 
 
A Botica Caseira 
 65
Depois de encher, fechar bem as cápsulas e acondicionar em um 
frasco pequeno, muito limpo, seco e esterilizado, que possa ser 
muito bem fechado e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja 
neste livro como fazer e quais dados devem ser incluídos nas 
etiquetas. 
 
Usar luvas e utensílios muito limpos, secos e esterilizados para esta 
tarefa. 
 
Também é fácil encontrar encapsuladoras manuais no mercado 
que facilitam esta tarefa, encapsulando até 100 cápsulas por vez, 
dependendo do modelo. Podem ser adquiridas nos mesmos locais 
onde encontrar as cápsulas gelatinosas. 
 
As cápsulas gelatinosas vazias têm a validade de 2 anos a partir da 
data de fabricação. 
Os pós duram em torno de 60 dias para começarem 
gradativamente a perder o poder de ação. 
 
Alguns ingredientes utilizados em Pós: 
 
� Azeitona-roxa (Syzygium jambolana) pó dos frutos e das 
sementes secas - Indicações: Tratamento auxiliar da 
diabetes. 
� Babaçu (Orbignya phalerata) pó do mesocarpo - 
Indicações: Prisão de ventre eventual, menstruação 
irregular e dolorosa. 
� Batata-de-purga-amarela (Operculina alata) e/ou Batata-de-
purga-branca (Operculina macrocarpd) pó dos tubérculos - 
Indicações: Ação laxativa, purgativa e prisão de ventre 
eventual. 
Theresa Tullio 
 66
� Canela (Cinnamomum zeylanicum) pó da casca - 
Indicações: Cólicas menstruais. 
� Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana) pó da casca - 
Indicações: Prisão de ventre eventual. 
� Castanha-da-índia (Aesculus Hippocastanus L) pó das 
sementes - Indicações: Varizes e hemorróidas. 
� Chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus) pó das folhas 
- Indicações: Ação diurética e ação depurativa. 
� Hortelã rasteira (Mentha villosa) pó das folhas - 
Indicações: Giardíase e amebíase. 
� Mentrasto (Ageratum conyzoides) pó das folhas, não usar 
as flores - Indicação: Cólicas menstruais. 
� Mulungu (Erythrina mulungu) pó da casca - Indicações: 
Ansiedade, nervosismo e insônia leve. 
 
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. 
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de 
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de 
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As 
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas 
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso 
se destina a financiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 67
 
 
TINTURAS & ALCOOLATURAS 
 
Estas são as maneiras mais simples de conservar os princípios 
ativos das plantas por muito tempo, preparados por extração dos 
princípios ativos das ervas por meio de uma solução alcoólica: 
Tintura para plantas secas e alcoolatura para plantas frescas. 
 
Tintura é a forma resultante da extração dos princípios ativos de 
plantas secas por solução alcoólica e água. A alcoolatura é a forma 
resultante da extração dos princípios ativos de plantas frescas, por 
solução alcoólica e água. 
 
As tinturas e alcoolaturas podem ser simples, usando uma única 
planta, ou compostas, usando várias plantas, mas convém que 
sejam preparadas individualmente e depois misturadas, e que não 
se misture mais que 3 tinturas ou mais que 3 alcoolaturas em cada 
composição. 
 
As tinturas e alcoolaturas podem ser usadas no preparo de outros 
remédios, tais como pomadas e xaropes. 
 
Indicações: 
Dependem das ervas usadas na preparação. Tratar problemas 
como má digestão, feridas na pele, tosse, dor de garganta, estresse, 
insônia, infecção urinária, dor de dentes e muitas outras. 
Theresa Tullio 
 68
 
Contraindicações: 
As tinturas e alcoolaturas, por conterem álcool, são 
contraindicadas para crianças, para mulheres durante a gravidez e 
período de amamentação, pacientes com problemas no fígado ou 
que estejam tomando medicação controlada e dependentes de 
álcool. 
 
 
Modo de Fazer: 
 
O que usar como solução alcoólica? 
 
Álcool de cereais, vodka, cachaça e uísque são boas opções. 
 
Vodka - A mais recomendada é a vodka, mas é preciso adquirir 
produto de boa procedência e qualidade. A vodka é um destilado 
obtido a partir de grãos ou tubérculos. Este destilado é depois 
diluído em água. A vodka para tinturas e alcoolaturas é a pura, sem 
adição de qualquer ingrediente além dos cerais destilados. 
 
Cachaça - A cachaça é obtida pela destilação do mosto fermentado 
do caldo de cana-de-açúcar. Aqui também é importante atentar à 
procedência e mais ainda, observar se leva adição de açúcar. A lei 
diz que se a bebida é adoçada com mais de 6 g de açúcar por litro 
– ou adicionada de qualquer outro ingrediente, não é cachaça. 
Acima de 6g/L e até o limite de 30g/L elas devem ter no rótulo a 
denominação de “cachaça adoçada” ou “aguardente adoçada”. 
Estas não servem para as tinturas e alcoolaturas. 
 
Uísque - O uísque é obtido a partir da fermentação de grãos de 
centeio, milho ou cevada. Neste caso, também a boa procedência é 
importante. 
A Botica Caseira 
 69
 
Receita para Tintura 
 
Ingredientes 
 
Usar 100g de erva seca triturada para cada litro de mistura de 
solução alcoólica e água. 
 
Para a tintura, que é uma solução que usa plantas secas, para cada 
litro, usar 700 ml de solução alcoólica e 300 ml de água. 
 
Pode usar plantas secas ou já em pó. Veja neste livro o capítulo 
que ensina a fazer pós. 
 
Se a planta não estiver em pó, esfarelar bem com as mãos. É 
recomendável usar luvas para esta tarefa. 
 
Fragmentar bem a planta. 
 
Colocar 100g dela em vidro âmbar (escuro) limpo e de boca larga. 
 
Adicionar 1 litro de mistura de solução alcoólica e água na 
proporção de 700 ml de solução alcoólica e 300 ml de água. 
 
Fechar bem o vidro 
 
Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer 
e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. 
 
Macerar (deixar de molho) por 15 dias, agitando 2 vezes por dia 
 
 
 
Theresa Tullio 
 70
Filtrar (coar) a tintura com ajuda de um porta filtro com coador de 
papel ou em um coador de pano de tecido fino. 
 
Medir o volume da tintura filtrada que deverá ser de um litro. 
 
Caso não obtenha 1 litro, colocar um pouco de solução alcoólica 
(sem água) sobre as plantas que estão no funil ou coador até atingir 
um litro. 
 
Rotular de novo, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro 
como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. 
 
Se não tiver frascos de vidro âmbar, pode cobrir vidros claros com 
papel para ficarem mais escurinhos por dentro. 
 
Armazenar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol e 
protegido da luz. 
 
Receita para Alcoolatura 
 
Ingredientes 
 
Usar 200g de erva fresca triturada para cada litro de mistura de 
solução alcoólica e água. 
 
Para alcoolatura, que é uma solução que usa plantas frescas, para 
cada litro, usar 900ml de solução alcoólica e 100 ml de água. 
 
Fragmentar bem a planta. 
 
Colocar 200g dela em vidro âmbar (escuro) limpo e de boca larga. 
 
 
A Botica Caseira 
 71
Adicionar 1 litro de mistura de solução alcoólica e água na 
proporção de 900 ml de solução alcoólica e 100 ml de água. 
 
Fechar bem o vidro. 
 
Rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer 
e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. 
 
Macerar (deixar de molho) por 15 dias, agitando 2 vezes por dia. 
 
Filtrar (coar) a alcoolatura com ajuda de um porta filtro com 
coador de papel ou em um coador de pano de tecido fino. 
 
Medir o volume da alcoolatura filtrada que deverá ser de um litro. 
 
Caso não obtenha 1 litro, colocar um pouco de solução alcoólica 
(sem água) sobre as plantas que estão no funil ou coador até atingir 
um litro. 
 
Rotular de novo, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro 
como fazer e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. 
 
Se não tiver frascos de vidro âmbar, pode cobrir vidros claros com 
papel para ficarem mais escurinhos por dentro. 
 
Armazenar em local fresco e ventilado, ao abrigo do sol e 
protegido da luz. 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 72
Recomendações: 
 
� Usar somente para terapêutica em adultos. 
� Não usar álcool comum. 
� Por serem concentradas, as tinturas e alcoolaturas são 
geralmente mais fortes que os chás ou óleo feitos 
preparados plantas medicinais e por isso devem ser usadas 
com cuidado e com moderação. 
 
Posologia: 
 
São de fácil dosagem, pois basta saber a quantidade de gotas ou 
colheres a serem tomadas. 
 
Sugestão de dose adulta: Doses de 25 a 30 gotas em uma xícara de 
água, no máximo três vezes ao dia. 
 
Validade: 
 
As duas formas têm boa conservação antimicrobiana, com 
validade de até 2 anos, mas é recomendável usar em até um ano. 
Não é necessário preparar o medicamento cada vez que for tomar, 
o que pode facilitar o seguimento do tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
A Botica Caseira 
 73
Alguns ingredientes utilizados em Tinturas e 
Alcoolaturas: 
 
� Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações: 
Hemorróidas, gases intestinais, lavar feridas, cortes e 
problemas leves do coração. 
� Angico (Anadenanthera colubrina) - Indicações: Tosse, 
diarréia e fortificante. 
� Hortelã (Mentha) - Indicações: Mau hálito, infecções na 
boca, dor de garganta, má digestão e vermífugo. 
� Macela-da-terra (Egletes viscosa L) - Indicações: 
Enxaqueca, má digestão, azia, diarreia e gastrite. 
� Maracujá (Passiflora edulis) - Indicações: Menopausa, 
nervosismo, febre, dor de cabeça e insônia. 
 
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. 
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de 
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de 
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As 
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas 
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso 
se destina a financiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
 74
 
ÓLEOS 
 
Pode-se obter Óleo ou Azeite Medicamentoso através de preparo 
quente ou frio, misturando as ervas a óleo ou azeite. Mas também 
é possível obter os óleos de frutos e outras partes de plantas que 
os contêm através de simples prensagem. Atenção, não confundir 
com óleo essencial. 
 
Neste livro não abordaremos o preparo através da simples 
prensagem. 
 
Os óleos ou azeites medicamentosos, tanto no preparo quente 
quanto no preparo frio, são usados puros, esfregados na pele em 
massagens, ou acrescentados a pomadas, unguentos e cataplasmas, 
e até na preparação de máscaras e cremes de beleza. 
 
Óleos ou azeites preparados para massagem, para uso em 
contusões, são simples de se fazer e com resultados excelentes, 
podendo usar uma planta só ou uma combinação de até três 
plantas. 
 
Indicações: Aliviar dores reumáticas e artríticas, melhorar a 
circulação sanguínea e relaxar os músculos. 
 
 
 
A Botica Caseira 
 75
Uso: A aplicação deve ser feita através de massagens ou fricções, 
na direção dos pelos do corpo, seguidas de aquecimento, 
cobrindo-se por uma meia hora as partes massageadas. 
 
Ação: Ocorre uma absorção por via cutânea, o que promove uma 
ação terapêutica rápida e eficaz. As propriedades terapêuticas são 
aquelas das plantas medicinais utilizadas em sua preparação. 
 
Como fazer óleo medicamentoso sob preparo quente: 
 
Misturar 1 parte de ervas secas moídas ou 2 partes de ervas frescas 
picadas, para cada 5 partes de óleo de girassol, gergelim ou coco 
em uma tigela de vidro refratário. 
 
Levar ao fogo em banho-maria em uma panela grande com tampa, 
em fogo baixo, pois a água não deve ferver, durante 3 horas 
seguidas. 
 
Retirar do banho-maria e deixar esfriar. 
 
Quando a mistura esfriar, passar em peneira fina ou filtro, sobre 
um jarro ou outro recipiente de vidro, prensando o material 
vegetal contra a tela da peneira ou filtro, para extrair todo o óleo 
possível. 
 
Com um funil, colocar o óleo obtido em frascos de vidro escuro, 
limpos e esterilizados. 
 
Fechar com rolhas de cortiça ou tampas de enroscar e rotular, 
colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais 
dados devem ser incluídos nas etiquetas. 
 
 
Theresa Tullio 
 76
Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol. 
 
Os óleos duram 1 ano, mas obtêm-se melhores resultados se só 
utilizados nos primeiros 6 meses após o preparo. 
 
Como fazer azeite medicamentoso sob preparo frio: 
 
Misturar 1 parte de ervas secas moídas ou 2 partes de ervas frescas 
picadas, para cada 5 partes de azeite em um recipiente de vidro 
transparente com tampa. 
 
Tampar o vidro e agitar bem. 
 
Deixar descansar em local fresco e seco, abrigado da luz solar e da 
umidade, por um período de 2 a 6 semanas. 
 
Ao final do período de repouso, colocar o azeite para filtrar em 
um saco de pano fino, sobre um jarro ou outro recipiente de vidro, 
e deixar o azeite filtrar-se. 
 
Espremer o saco para extrair o resto do azeite no fim. 
 
Com um funil, colocar o azeite obtido em frascos de vidro escuro, 
limpos e esterilizados. 
 
Fechar com rolhas de cortiça ou tampas de enroscar e rotular, 
colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer e quais 
dados devem ser incluídos nas etiquetas. 
 
Armazenar em local fresco, seco e ventilado, ao abrigo do sol. 
 
 
 
A Botica Caseira 
 77
Os azeites medicamentosos sob preparo frio duram 6 meses, e 
deve-se utilizá-los no prazo de até 6 meses após o preparo. 
 
Alguns ingredientes utilizados em Óleos e Azeites 
Medicamentosos: 
 
� Açafrão-da-Terra (Curcuma longa) - Indicações: 
Hematomas. 
� Alecrim (Rosmarinus officinalis) - Indicações: Relaxante 
muscular e antiespasmódico. 
� Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber 
officinale) e/ou Mentrasto (Ageratum conyzoides L) - 
Indicações: Dores localizadas, artrite e dores reumáticas. 
� Alecrim (Rosmarinus officinalis) e/ou Manjericão 
(Ocimum basilicum) - Indicações: Fortificar, cansaço, 
fraqueza, disposição e revitalizar. 
� Calêndula (Calendula officinalis) e/ou Gengibre (Zingiber 
officinale) - Indicações: Anti-inflamatório. 
� Mentrasto (Ageratum conyzoides L.) - Indicações: Dores 
localizadas, artrite e dores reumáticas. 
 
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. 
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de 
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de 
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As 
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas 
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso 
se destina a financiar. 
 
 
Theresa Tullio 
 78
 
VINHOS MEDICINAIS & GARRAFADAS 
 
Os Vinhos Medicinais e Garrafadas são preparações nas quais as 
substancias vegetais sofrem a ação dissolvente de uma bebida 
alcoólica, ou seja, são extraídos por maceração, devendo tanto a 
bebida quanto as ervas serem de boa procedência. 
 
Os vinhos medicinais podem ser enquadradoscomo similar as 
tinturas, podem ser usados vinhos brancos ou tintos secos, com 
aproximadamente 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido. 
 
As duas diferenças entre os vinhos medicinais tradicionais no 
mundo inteiro e as famosas garrafadas brasileiras: 
 
1. As garrafadas podem utilizar em seu preparo outras bebidas 
alcoólicas em substituição ao vinho, como a aguardente de cana. 
 
2. Algumas garrafadas utilizam outros ingredientes além das ervas 
medicinais. 
 
Os vinhos medicinais são preparados sob maceração com vinho 
branco ou tinto, e resultam da ação dissolvente do vinho sobre as 
plantas (raízes, cascas ou folhas). 
 
Indicações: O vinho medicinal costumeiramente é diurético ou 
estomáquico. 
A Botica Caseira 
 79
Contraindicações: Contraindicados para diabéticos. E por 
conterem álcool, são contraindicadas para crianças, para mulheres 
durante a gravidez e período de amamentação, pacientes com 
problemas no fígado ou que estejam tomando medicação 
controlada e dependentes de álcool. 
 
Modo de Fazer - Receita Básica: 
 
Ingredientes: 
 
A Bebida: Vinho branco ou vinho tinto, com graduação alcoólica 
baixa, de 11 a 12% de percentagem de álcool no líquido. O vinho 
usado com plantas medicinais em maceração, deve ser puro seco 
(sem açúcar) podendo ser tinto (funções: adstringentes, tônicas) ou 
branco (funções: diuréticas, digestivas). Para a Garrafada, há a 
opção de utilizar aguardente de cana. 
 
A Erva: 
A erva medicinal a ser usada vai variar de acordo com a finalidade 
terapêutica do vinho medicinal ou da garrafada. 
 
Quantidades: 
 
100 gramas da planta seca ou 200 gramas da planta fresca para 
cada litro de bebida, podendo utilizar uma só espécie vegetal ou 
mais de uma, sendo no máximo 3 vegetais diferentes por preparo, 
mas mantendo-se a proporção recomendada. 
 
Para o Vinho Medicinal, usar sempre plantas secas, já que o vinho 
apresenta baixo teor alcoólico, o que pode facilitar a alteração por 
microrganismos. 
 
 
Theresa Tullio 
 80
Para a Garrafada, se a bebida alcoólica escolhida for vinho, 
também é recomendável usar plantas secas, pelo mesmo motivo. 
 
Só utilizar plantas frescas se no preparado for utilizada a 
aguardente de cana, que tem um teor alcoólico bem alto. 
 
Preparo: 
 
Picar ou triturar a planta medicinal em pedaços pequenos; se 
estiver seca, transformar em pó. 
 
Colocar em um frasco escuro com tampa. 
 
Adicionar o vinho ou a cachaça cobrindo toda a planta. 
 
Arrumar as ervas para que fiquem submersas na bebida. 
 
Tampar bem. 
 
Colocar o frasco em um saco de papel. 
 
Deixar em local escuro e fresco, ao abrigo da luz, protegido do sol, 
por um período de 10 a 15 dias. 
 
Durante o período de maceração agitar com suavidade o frasco, 
diariamente, uma ou duas vezes. 
 
Coar, espremendo o material em um pano. 
 
Armazenar em vidro de cor escura, esterilizado. 
 
 
 
A Botica Caseira 
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Se possível, usar funil e colocar na própria garrafa previamente 
esterilizada e limpa da bebida utilizada no preparo (se for de vidro) 
e rotular, colando etiquetas detalhadas. Veja neste livro como fazer 
e quais dados devem ser incluídos nas etiquetas. 
 
Manter em lugar fresco e ao abrigo da luz, de preferência em 
geladeira. Não havendo refrigerador, colocar em local fresco e 
ventilado, ao abrigo do sol. 
 
Recomendações: 
 
� O vinho usado com plantas medicinais em maceração, 
deve ser puro seco (sem açúcar) podendo ser tinto 
(funções: adstringentes, tônicas) ou branco (funções: 
diuréticas, digestivas). 
 
� Deve-se usar vinho com graduação alcoólica baixa, de 11 a 
12% de percentagem de álcool no líquido. 
 
� As plantas escolhidas precisam ser compatíveis, e devem 
ser escolhidas pelos usos comuns ou por serem 
complementares. 
 
� Geralmente utilizam-se plantas secas na preparação do 
vinho medicinal ou da garrafada que utiliza vinho, pois este 
apresenta baixo teor alcoólico, o que pode facilitar a 
alteração por microrganismos. 
 
� Para a garrafada que utiliza cachaça, pode-se usar tanto 
plantas secas quanto frescas, já que as aguardentes de cana 
têm graduação alcoólica alta, em média de 35 a 42% de 
percentagem de álcool no líquido. 
 
Theresa Tullio 
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Posologia: 
 
1 colher de sopa 2 vezes ao dia antes das principais refeições, ou 1 
cálice uma vez ao dia antes do almoço. 
 
Conservação e validade: 
 
Se bem preparados e estocados adequadamente, são válidos por 
um ano. Não deve ser usado e é recomendável descartar 
imediatamente se apresentar fermentação, formações brancas, sinal 
de coalhado ou cheiro azedo. 
 
Alguns ingredientes utilizados em Vinhos medicinais e 
Garrafadas: 
 
� Alcachofra (Cynara scolymus) folhas e/ou Alecrim 
(Rosmarinus officinalis) folhas e/ou Funcho (Foeniculum 
vulgare) sementes - Indicações: Digestivo estomacal. 
� Aluman (Vernonia condensatà) folhas - Indicações: Fluir o 
suco biliar e para vesícula preguiçosa. 
� Boldo-do-chile (Peumus boldus) folhas - Indicações: Má 
digestão. 
� Camomila (Matricaria chamomillà) flores - Indicações: 
Menstruação dolorosa e menstruação excessiva. 
� Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana) pó da casca - 
Indicações: Prisão de ventre eventual. 
� Colônia (Alpinia speciosa) folhas - Indicações: 
Hipertensão. 
� Dente-de-leão (Taraxacum officinale) raízes e folhas - 
Indicações: Ação diurética. 
 
 
A Botica Caseira 
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� Erva-doce (Pimpinella anisum) sementes - Indicações: 
Enjoos e enxaquecas de origem digestiva. 
� Fáfía (Ginseng-brasileiro) (Pfaffia paniculatá) raízes - 
Indicações: Fadiga. 
� Gengibre (Zingiber officinale) rizomas - Indicações: 
Resfriado. 
� Guaco (Mikania glomerata) folhas - Indicações: 
Reumatismo. 
� Jurubeba (Solanum paniculatum) raízes - Indicações: 
Convalescença de doenças infecciosas e anemia. 
� Pata-de-vaca (Bauhinia forficata) folhas - Indicações: 
Diabetes (controle de taxas). 
� Serralha (Sonchus oleraceus) planta toda - Indicações: 
Anemia e falta de apetite. 
 
Estas são apenas algumas sugestões a título de ilustração. 
Lembramos que a proposta do livro "A Botica Caseira - Curso de 
Manejo e Preparo de Ervas" é oferecer orientação técnica de 
manipulação de vegetais em linguagem prática e acessível. As 
propriedades das ervas e as indicações receitadas estão detalhadas 
nos 6 livros da Enciclopédia AS ERVAS, que a venda deste Curso 
se destina a financiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Theresa Tullio 
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XAROPES OU LAMBEDORES 
 
Xaropes ou Lambedores são preparados líquidos, viscosos e 
concentrados, os quais se obtêm misturando ingredientes vegetais 
na proporção de uma parte para cinco de calda de água e açúcar, 
rapadura ralada ou mel. 
 
Prepara-se quente ou frio e toma-se às colheradas. 
 
Na verdade, o xarope é um chá, espessado e com sacarose, para o 
doce mascarar o gosto dos vegetais componentes e assim facilitar a 
ingestão, principalmente para crianças. 
 
Uso: Interno 
 
Dose Recomendada: A dose padrão é 5 a 10 ml 3 vezes por dia. 
 
Indicações: São utilizados nos casos de tosse, dores de garganta, 
inflamação na garganta, rouquidão, anemia, bronquite, catarro no 
peito, má digestão, estados gripais. Os xaropes têm a vantagem 
adicional da ação calmante. 
 
Contra indicações: Contraindicado para diabéticos por tratar-se de 
solução concentrada de sacarose. 
 
 
A Botica Caseira 
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Há até opções de xaropes sem açúcar nos quais empregam-se 
excipientes à base de sorbitol (sorbitol é um poliol - álcool de 
açúcar), mucilagem de amido ou goma arábica entre outros. Neste 
Curso não trabalharemos com estas receitas. 
 
Ingredientes para receita padrão 
 
� Açúcar (de preferência mascavo), rapadura picada ou mel. 
� Água 
� Ingrediente Vegetal processado da forma escolhida - Veja 
mais adiante lista com alguns ingredientes vegetais 
 
Receita Padrão 
 
Colocar para ferver duas partes de água e três partes de açúcar ou 
rapadura ralada até dissolver. 
 
Em fogo baixo, adicionar uma medida da planta ou fruto, 
processados da forma escolhida, para cinco medidas da mistura de

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