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Curso de Contabilidade a Distância

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CONTABILIDADE
CURSO A DISTÂNCIA
APRENDA UMA PROFISSÃO
BÁSICA
Ficha técnica
Governador do Distrito Federal
RODRIGO ROLLEMBERG
 
Secretário de Estado do Trabalho, 
Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade 
Racial e Direitos Humanos do Distrito Federal 
JOE CARLO VIANA VALLE
 
Secretário Adjunto do Trabalho 
THIAGO JARJOUR
 
Subsecretário de Atendimento ao Trabalhador 
e Empregador 
ANTÔNIO VIEIRA PAIVA
 
Coordenador de Qualificação Profissional
GERSON VICENTE DE PAULA JUNIOR
 
Equipe Técnica da Coordenação de 
Qualificação Profissional
TALITA ALENCAR DE ALMEIDA DA SILVA – 
Assessora
ALISSON ANANIAS LOPES – Diretor de 
Planejamento e Estratégias de Qualificação.
ALBERTINA SOLINO EVELIN – Gerência de 
Planejamento.
LUDYMILLA CORDEIRO NUNES – Gerência de 
Estratégia de Qualificação.
DÉBORA JEANE DE OLIVEIRA BATISTA – 
Diretora de Gestão de Programas e Projetos 
de Qualificação.
VINÍCIUS RODRIGUES BIJOS – Gerente 
de Gestão de Programas e Projetos de 
Qualificação.
CARLA NUNES SOUSA DE LIMA – Gerente de 
Capacitação para o Empreendedor.
 
Programa Qualifica Mais Brasília
É um Programa de Qualificação social e 
profissional que se destina a promover ações 
de qualificação aos trabalhadores e/ou 
empreendedores do Distrito Federal, visando 
potencializar as competências e habilidades 
deste público para atender as exigências 
apresentadas pelo mundo do trabalho.
Desenvolvimento: Avante Brasil Informática e 
Treinamento Ltda.
Sumário
MÓDULO 1 .......................................................................................................... 6
Aula 1 - A contabilidade e sua função de controle da empresa ................................ 6
1.1 Introdução ................................................................................................. 6
1.2 Conceitos de Contabilidade ................................................................... 10
1.3 Funções da contabilidade ...................................................................... 10
1.4 Finalidades da contabilidade ................................................................. 10
1.5 A Contabilidade Aplicada ....................................................................... 11
1.6 Contabilidade Pública ............................................................................. 13
1.7 Contabilidade Privada ............................................................................. 13
1.8 Contabilidade Civil .................................................................................. 13
1.9 Contabilidade Comercial ........................................................................ 14
1.10 Áreas de atuação em geral ................................................................... 14
1.11 Áreas de atuação específica ................................................................ 15
1.12 Usuários da contabilidade ................................................................... 15
1.13 Princípios Contábeis ............................................................................. 17
1.13.1 Princípio do Custo como Base de Valor ..................................... 17
1.13.2 Princípio do denominador comum monetário ........................... 18
1.13.3 Princípio da Competência ........................................................... 18
Aula 2 - Estrutura do balanço e do balancete .......................................................... 20
2.1 O Patrimônio - Noções de coisas/bens/riqueza................................... 20
2.2 Bens, direitos e obrigações .................................................................... 20
2.3 Ativo ......................................................................................................... 20
2.4 Passivo .................................................................................................... 22
2.5 Patrimônio Líquido ................................................................................. 23
2.6 O balancete ............................................................................................. 23
2.7 Abordagem Conceitual do Patrimônio ................................................... 24
Aula 3 - Representação gráfica do patrimônio ........................................................ 25
3.1 A Representação Algébrica Do Patrimônio Equação Fundamental ..... 25
3.2 Método de Escrituração ......................................................................... 25
3.3 Processos de Escrituração ..................................................................... 26
3.4 Livros de Escrituração ............................................................................ 26
MÓDULO 2 ........................................................................................................ 28
Aula 4 - Noções de ativo e passivo com suas contas ............................................. 28
4.1 Estruturação e classificação de grupos do ativo .................................. 28
4.1.1 Ativo circulante............................................................................... 29
4.1.2 Ativo não circulante ....................................................................... 29
4.2 Estruturação e classificação de grupos do passivo ............................. 30
4.2.1 Passivo circulante .......................................................................... 30
4.2.2 Passivo não circulante ................................................................... 30
Aula 5 Particularidades do patrimônio líquido ......................................................... 32
5.1 O patrimônio líquido ............................................................................... 32
5.2 Variações do Patrimônio Líquido ........................................................... 32
Aula 6 - Regime de Caixa e Regime de Competência .............................................. 34
6.1 Regime de Caixa ..................................................................................... 35
6.2 Regime de Competência ......................................................................... 35
MÓDULO 3 ........................................................................................................ 36
Aula 7 - Receitas e Despesas – DRE ........................................................................ 36
7.1 As contas ................................................................................................. 36
Aula 8 - Livros Contábeis – Livro Diário e Livro Razão ........................................... 41
8.1 Livros fiscais ........................................................................................... 41
8.2 Livros contábeis ...................................................................................... 41
8.2.1 Livro Diário ..................................................................................... 43
8.2.2 Livro Razão ..................................................................................... 43
8.2.3 Origem Da Despesa ....................................................................... 46
Aula 9 - Noções de lançamentos: débito, crédito e razonete ................................. 49
9.1 Lançamentos a débito e a crédito .......................................................... 49
9.2 Classificação das contas ....................................................................... 50
9.3 O Plano de Contas .................................................................................. 50
9.4 Atos e Fatos Administrativos ................................................................. 52
9.5 Escrituração – conceitos ....................................................................... 57
9.6 Técnicas de correção dos erros de escrituração .................................. 59
MÓDULO 4 ........................................................................................................ 62
Aula 10 - análise horizontal do balanço ...................................................................62
10.1 Índices de Estrutura de Capital ............................................................ 62
10.2 Grau de Endividamento ........................................................................ 64
10.2.1 Composição do Endividamento – Fórmula ........................... 65
10.3 Análise vertical do balanço .................................................................. 66
10.4 Índices de Rentabilidade ...................................................................... 67
10.5 Índices de liquidez ................................................................................ 69
6
CONTABILIDADE BÁSICA
MÓDULO 1
Aula 1 - A contabilidade e sua função de controle da 
empresa
1.1 Introdução
As doutrinas contábeis foram introduzidas por diversas escolas de época, as quais 
criaram os seguintes conceitos de Contabilidade:
7
CONTABILIDADE BÁSICA
• Contista: define a contabilidade como a ciência das contas;
• Aziendalista: vê a ciência como auxiliar da administração da entidade;
• Controlista: limita a contabilidade em função do controle das entidades;
• Personalista: enfatiza a relação jurídica entre as pessoas, sendo estas o 
objetivo da contabilidade;
• Patrimonialista: a contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio 
empresarial;
• Neopatrimonialista: consiste em uma nova corrente científica que se voltou 
na direção de classificar e reconhecer especialmente as relações lógicas 
que determinam a essência do fenômeno patrimonial. Focou as dimensões 
ocorridas e, com ênfase “no por que ocorrem os fatos?”, ou seja, “qual a 
verdadeira influência dos fatores que produzem a transformação da riqueza?”, 
ou “quais os fatores nos ambientes interno e externo que envolvem os meios 
patrimoniais?”.
A Contabilidade está a serviço da Administração Pública ou Empresarial. Assim, é 
de capital importância esclarecer que a Administração possui seis funções básicas: 
Planejamento, Orçamento, Direção, Comando, Coordenação e Controle, vulgarmente 
memorizado como POC3. Nesse mundo administrativo, a Contabilidade se insere 
na função Controle.
Assim: CONTABILIDADE é uma ciência que registra os fatos contábeis, 
classifica-os, organiza-os, demonstra-os ao administrador e aos demais 
clientes, e FATO CONTÁBIL é o ato administrativo dentro da entidade que pode 
ser descrito e expresso em valor monetário, isto é, registrado na unidade de 
moeda nacional.
8
CONTABILIDADE BÁSICA
A Contabilidade no Brasil
• Até 1940 a contabilidade enfrentava um mercado incipiente com economia 
agrária predominante. A profissão do contador ainda era muito desorganizada 
com o predomínio do “guarda-livros”;
• Decreto Lei nº 2.627 de 1940 - elaborado sob influência da escola italiana;
• Nos anos 40, havia predominância das sociedades formadas por familiares;
• Havia uma visão escritural: registro, controle e atendimento ao fisco.
Necessidades de Mudanças
• Evolução da economia: abertura do capital das empresas e influências de 
firmas de auditoria;
• Ampliação da quantidade e maior confiabilidade nas informações e imersão 
na globalização.
Mudanças Significativas
• Contabilidade vista como sistema de informações;
• Aprimoramento das Demonstrações Contábeis;
• Introdução da “Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados”, mostrando 
de forma clara o lucro ou prejuízo do exercício;
• Introdução da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), 
mostrando a eficiência da administração;
• Obrigatoriedade das Notas Explicativas para fornecer informações 
complementares;
• Escrituração e registros desvinculados da legislação fiscal, trazendo certa 
independência à contabilidade e sendo mais útil à Administração;
• Contabilidade elaborada para a entidade;
• Valorização do profissional;
9
CONTABILIDADE BÁSICA
• Novas funções e áreas de atuação: gerencial, custos, auditoria, analista 
financeiro, perito contábil, consultoria, tributarista, controller;
• Classificação das contas no Balanço;
• Horizonte temporal: distinção do curto e longo prazo;
• Definição do Exercício Social.
Abordagens utilizadas para o estudo da Teoria Contábil
O estudo da contabilidade a partir de qualquer das abordagens é igualmente válido, 
desde que propicie o desenvolvimento da ciência contábil.
• Abordagem Ética: coloca em evidência a questão da ética, na qual a informação 
deveria ter alto grau de fidedignidade e o profissional deve ser imparcial a 
qualquer interesse.
• Abordagem da Teoria do Comportamento: está ligada à sociologia e à 
psicologia do comportamento e enfatiza que a informação deve ser divulgada 
de acordo com sua utilidade a cada usuário.
• Abordagem Macroeconômica: mostra a afinidade da contabilidade com a 
economia, de acordo com estas informações deve considerar as políticas 
econômicas adotadas.
• Abordagem Sociológica: enfoca que a contabilidade deve divulgar as relações 
entre a entidade e a sociedade, fornecendo informações qualitativas que 
demonstrem o favorecimento do bem-estar social.
• Abordagem da Teoria da Comunicação: mostra a importância da contabilidade 
externar seus resultados, de forma clara e objetiva.
• Abordagem Pragmática: enfoca a praticidade, a utilidade e a relação custo x 
benefício da informação.
10
CONTABILIDADE BÁSICA
1.2 Conceitos de Contabilidade
A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando 
representá-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para 
sua interpretação, análise e auditagem e servir como instrumento básico para a 
tomada de decisões de todos os setores direta ou indiretamente envolvidos com a 
empresa.
É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das 
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses 
fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas 
variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica. 
(Hilário Franco)
1.3 Funções da contabilidade
As principais funções da contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar 
e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica 
ou social que a empresa exerce no contexto econômico.
Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; 
Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;
Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente, por meio de 
demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa;
Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração 
dos resultados obtidos pela empresa;
Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os 
pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e 
alertando para eventuais problemas.
1.4 Finalidades da contabilidade
Desde seus primórdios, a finalidade básica da contabilidade tem sido o 
acompanhamento das atividades realizadas pelas pessoas, no sentido indispensável 
de controlar o comportamento de seus patrimônios, na função precípua de produção 
e comparação dos resultados obtidos entre períodos estabelecidos.
11
CONTABILIDADE BÁSICA
A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados, bem 
como a verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classificar 
e anotar as operações da entidade e de todos os fatos que de alguma forma afetam 
sua situação econômica, financeira e patrimonial. Com esta acumulação de dados, 
convenientemente classificados, a contabilidade procura apresentar de forma 
ordenada o histórico das atividades da empresa, a interpretação dos resultados e, 
através de relatórios, produzir as informações que se fizerem necessárias para o 
atendimento das diferentes necessidades.
As finalidades fundamentais da contabilidade referem-se à orientação 
da administração das empresas no exercício de suas funções. Portanto, 
a contabilidade é o controle e o planejamento de toda e qualquer entidade 
socioeconômica.
Controle:a administração, através das informações contábeis via relatórios, 
pode certificar-se, na medida do possível, de que a organização está agindo em 
conformidade com os planos e políticas determinados;
Planejamento: no que refere-se ao estabelecimento de padrões, a informação 
contábil é de grande utilidade no planejamento empresarial, ou seja, no processo 
de decisão sobre que curso de ação deverá ser tomado para o futuro. É neste passo 
que aparece o relacionamento da contabilidade com os planos orçamentários.
1.5 A Contabilidade Aplicada
A contabilidade, enquanto ciência que estuda o patrimônio das entidades, encontra 
aplicações em todas estas, independente do tipo, ramo de atividade, segmento 
econômico ou localização geográfica. Assim, a identificação do campo de aplicação 
da contabilidade também pode ser analisada através da definição do patrimônio, 
como o conjunto de bens, direitos e obrigações relacionadas a uma pessoa física 
ou jurídica, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos.
12
CONTABILIDADE BÁSICA
A ideia de que a contabilidade do setor público é diferente do setor privado, ou 
ainda que a contabilidade de uma entidade filantrópica é diferente da entidade 
privada, não é correta, pois cada entidade, dentro do seu ramo de atividade e das 
suas peculiaridades apresenta especificidades próprias, só encontradas naquele 
segmento, ou seja, em uma entidade filantrópica a contabilidade será exercida 
observando toda a legislação que envolve este tipo de entidade.
Se compararmos a contabilidade pública com a contabilidade privada, 
observaremos que enquanto a pública não tem objetivo de apurar resultados 
(lucros), a privada tem. O conjunto de bens da área pública recebe um 
tratamento contábil específico, enquanto na área privada esses mesmos bens 
recebem outro tratamento. Note que enquanto no setor público os bens não 
são depreciados e corrigidos monetariamente, no setor privado estes bens têm 
objetivos de gerar resultados, ou seja, são realizados através da depreciação e 
são corrigidos monetariamente para manter o seu valor atualizado.
Muitos outros exemplos poderiam ser expostos para demonstrar que a contabilidade 
é igual em qualquer entidade, tendo como diferença entre elas as especificidades 
de cada entidade. Assim, concluímos que independentemente do tipo de atividade, 
do setor, da entidade, a contabilidade tem a mesma finalidade, o mesmo objetivo e 
utiliza-se das mesmas técnicas e métodos para registrar e controlar os patrimônios 
das entidades.
A entidade econômico-administrativa é o patrimônio de propriedade pública ou 
privada, que tem como elementos indispensáveis: o trabalho, a administração e o 
patrimônio, e tem finalidades: sociais, econômicas e socioeconômicas:
Sociais: que possuem a riqueza como meio para atingir seus fins. Ex: associações 
beneficentes, educacionais, esportivas, culturais e religiosas;
Econômicas: são as que têm a riqueza como meio e fim e têm como objetivo 
aumentar seu patrimônio, obtendo lucro. Ex: empresas mercantis;
13
CONTABILIDADE BÁSICA
Socioeconômicas: que possuem a riqueza como meio e fim, porém o aumento do 
patrimônio que possuem serve para beneficiar toda a comunidade. Ex: instituto de 
aposentadorias e pensões e fundações.
A contabilidade pode ser estudada em duas grandes ramificações: a pública e a 
privada.
1.6 Contabilidade Pública
Ocupa-se com o estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito 
público e da representação gráfica de seus patrimônios, visando três sistemas 
distintos: orçamentário, financeiro e patrimonial, para alcançar os seus objetivos, 
ramificando-se conforme a sua área de abrangência em federal, estadual, municipal 
e autárquicas.
1.7 Contabilidade Privada
Ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito 
privado, tanto as físicas quanto as jurídicas, além da representação gráfica de seus 
patrimônios, dividindo-se em civil e comercial.
1.8 Contabilidade Civil
É exercida pelas pessoas que não têm como objetivo final o lucro, mas, sim, o 
instituto da sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em:
• Contabilidade Doméstica: exercida pelas pessoas físicas em geral, 
individualmente ou em grupo;
• Contabilidade Social: usada pelas pessoas que têm como objetivo final o 
bem- estar social da comunidade, tais como: clubes, associações de caridade, 
sindicatos, igrejas, etc.
14
CONTABILIDADE BÁSICA
1.9 Contabilidade Comercial
É exercida pelas pessoas que exploram atividades que objetivam o lucro.
Divide-se em:
Contabilidade Mercantil: usada por pessoas com objetivo social de compra e venda 
direta de mercadorias. Ex: supermercados, sapataria e açougues;
• Contabilidade Industrial: exercida por pessoas que têm como objetivo social 
a produção de bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento ou 
da transformação de matérias-primas, do plantio, da criação ou extração de 
riquezas. Ex: Indústria de móveis, pecuária, agricultura;
• Contabilidade de Serviços: é usada pelas pessoas que têm como objetivo social 
a prestação de serviços. Ex: Estabelecimento de ensino, telecomunicações e 
clínicas médicas.
1.10 Áreas de atuação em geral
Fiscal: auxilia na elaboração de informações para os órgãos fiscalizadores, do qual 
depende todo o planejamento tributário da entidade;
Pública: é o principal instrumento de controle e fiscalização que o governo possui 
sobre todos os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de orçamentos 
que são aprovados oficialmente, devendo a contabilidade pública registrar as 
transações em função deles, atuando como instrumento de acompanhamento dos 
mesmos.
A Lei nº 4.320/64, constituindo-se na carta magna da legislação financeira do País, 
estabelece normas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços 
públicos:
Gerencial: auxilia a administração na otimização dos recursos disponíveis na 
entidade, através de um controle adequado do patrimônio;
Financeira: elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar 
informações aos usuários externos;
15
CONTABILIDADE BÁSICA
Auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e 
obtenção de informações, internas e externas, relacionadas com o controle do 
patrimônio, objetivando mensurar a exatidão destes registros e das demonstrações 
contábeis deles decorrentes;
Perícia contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre 
organizações com problemas financeiros causados por erros administrativos.
1.11 Áreas de atuação específica
Análise econômica e financeira de projetos: elabora análises, através dos relatórios 
contábeis, que devem demonstrar a exata situação patrimonial de uma entidade; 
Ambiental: informa o impacto do funcionamento da entidade no meio ambiente, 
avaliando os possíveis riscos que suas atividades podem causar na qualidade de 
vida local;
Atuarial: especializada na contabilidade de empresas de previdência privada e em 
fundos de pensão;
Social: informa sobre a influência do funcionamento da entidade na sociedade, sua 
contribuição na agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais;
Agrobusiness: atua em empresas com atividade agrícola de beneficiamento in-loco 
dos produtos naturais.
1.12 Usuários da contabilidade
Os usuários são as pessoas que se utilizam da contabilidade, que se interessam 
pela situação da empresa e buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas. 
Podem ser divididos em: usuários internos e usuários externos.
Usuários internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a 
empresa e que têm facilidade de acesso às informações contábeis, tais como:
• Gerentes: para a tomada de decisões;
• Funcionários: com interesse em pleitear melhorias;
• Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais;
16
CONTABILIDADE BÁSICA
• Fornecedores: para administrar melhor suas vendas e prazos de recebimento 
de pagamentos;
• Investidores: para analisar o risco de investir nocapital.
O usuário interno principal da informação contábil na entidade moderna é a 
alta administração, que pela proximidade da contabilidade, pode solicitar a 
elaboração de relatórios específicos para auxiliar na gestão do negócio. Os 
relatórios específicos podem, além de abranger quaisquer áreas de informação, 
podem ser elaborados diariamente ou em curtos períodos de tempo (semana, 
quinzena, mês etc.), de acordo com as necessidades administrativas.
Usuários externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade 
de acesso direto às informações, mas que as recebem de publicações das 
demonstrações pela entidade, tais como:
• Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a 
concessão de financiamentos e medir a capacidade de retorno do capital 
emprestado;
• Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder 
atuar no mercado;
• Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despesas 
para poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela 
de tributação;
• Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder 
continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir a 
garantia de recebimento futuro;
• Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de 
que seu pedido será atendido nas suas especificações e no tempo acordado.
17
CONTABILIDADE BÁSICA
1.13 Princípios Contábeis
Os princípios originaram-se da necessidade do estabelecimento de um conjunto 
de conceitos, princípios e procedimentos que não somente fossem utilizados 
como elementos disciplinadores do comportamento do profissional no exercício da 
contabilidade, seja para a escrituração dos fatos e transações, seja na elaboração 
de demonstrativos, mas que permitissem aos demais usuários fixar padrões de 
comparabilidade e credibilidade, em função do conhecimento dos critérios adotados 
na elaboração dessas demonstrações.
Além de delimitar e qualificar o campo de atuação da contabilidade, os 
princípios servem de suporte aos postulados. E através da evolução da 
técnica contábil em função de novos fatos socioeconômicos, modificações 
na legislação, novos pontos de vista, ou outros fatores, um princípio que hoje 
é aceito, poderá ser modificado, para atender às inovações ocorridas na vida 
empresarial.
Os princípios básicos, essenciais ao exercício da contabilidade, são: o princípio do 
custo como base de valor, o princípio da realização da receita e confrontação da 
despesa, o princípio do denominador comum monetário e o princípio da competência.
1.13.1 Princípio do Custo como Base de Valor
A aplicação deste princípio é importante para a contabilidade na medida em que 
ele descarta a possibilidade do uso de valores subjetivos para o registro dos bens, 
estabelecendo que seja utilizado o valor que a entidade sacrificou no momento de 
sua aquisição. Ex: Uma entidade adquiriu um imóvel que devido ao seu estado de 
conservação, o mercado o avalia em R$ 500,00. Considerando que a entidade tenha 
feito uma excelente negociação, ela pagou por este imóvel R# 400,00. Analisando o 
fato, observa-se que a entidade estaria ganhando na aquisição do imóvel R$ 100,00, 
uma vez que ele vale R$500,00 e ela só utilizou R$400,00 na compra. O princípio 
do custo como base de valor, irá resolver a questão ao estabelecer que o imóvel 
18
CONTABILIDADE BÁSICA
seja registrado pelo valor de R$ 400,00 que representa quanto saiu do patrimônio 
para a aquisição do mesmo. A diferença de R$ 100,00 representa um valor subjetivo 
que não é realizado, é apenas uma expectativa para uma venda futura que, se caso 
ocorra, a contabilidade irá registrar o valor que entrar no patrimônio, apurando o 
resultado correto e os lucros ou ganhos realizados.
1.13.2 Princípio do denominador comum monetário
Ele estabelece que a contabilidade seja processada em uma única moeda, oferecendo 
maior consistência aos registros e maior confiabilidade às informações constantes 
nos relatórios contábeis.
Considerando que as entidades realizam transações com base em outras moedas, 
esse princípio torna-se muito importante por estabelecer que as transações sejam 
convertidas em moeda nacional no momento do registro contábil, evitando a 
impossibilidade de se comparar os diversos fenômenos patrimoniais e de reuni-los 
em um só balanço demonstrativo, pois não se podem somar ou comparar coisas 
heterogêneas. Ex: registro no valor da moeda nacional de equipamentos importados, 
pagos em dólar.
1.13.3 Princípio da Competência
Estabelece que as receitas e as despesas devem ser atribuídas aos períodos de 
sua ocorrência, independentemente de recebimento e pagamento. Ex.: folha de 
pagamento de funcionários no mês de dezembro, que será registrada como despesa 
de dezembro, mesmo que na prática o pagamento só seja efetuado no início do mês 
de janeiro.
]1.13.4 Convenções Contábeis
As convenções são mais objetivas e têm a função de indicar a conduta adequada 
que deve ser observada no exercício profissional da contabilidade. São: convenção 
da objetividade, da materialidade, da consistência e do conservadorismo.
19
CONTABILIDADE BÁSICA
Convenção da Objetividade: o profissional deve procurar sempre exercer a 
contabilidade de forma objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou 
expectativas de administradores ou qualquer pessoa que venha a influenciar no seu 
trabalho e os registros devem estar baseados, sempre que possível, em documentos 
que comprovem a ocorrência do fato administrativo;
Convenção da Materialidade: a informação contábil deve ser relevante, justa e 
adequada e o profissional deve considerar a relação custo x benefício da informação 
que será gerada, evitando perda de recursos e de tempo da entidade;
Convenção da Consistência: os relatórios devem ser elaborados com a forma e o 
conteúdo das informações consistentes, para facilitar sua interpretação e análise 
pelos diversos usuários. Obs: Quando houver necessidade de adoção de outro 
critério ou método de avaliação, o profissional deve informar a modificação e 
apresentar os reflexos que a mudança poderá causar se não for observada pelo 
usuário;
Convenção do Conservadorismo: estabelece que o profissional da contabilidade 
deve manter uma conduta mais conservadora em relação aos resultados que serão 
apresentados, evitando que projeções distorcidas sejam feitas pelos usuários. 
Assim, é preferível ter expectativa de prejuízo e, no futuro, a entidade apresentar 
resultados positivos. Se houver duas opções igualmente válidas, deve-se optar 
sempre por aquela que acusa um menor valor para os ativos, enquanto para as 
receitas aquela que acusa um maior valor para os passivos e para as despesas.
20
CONTABILIDADE BÁSICA
Aula 2 - Estrutura do balanço e do balancete 
2.1 O Patrimônio - Noções de coisas/bens/riqueza
Dadas as afinidades entre os termos que compõem o patrimônio, é interessante 
conceituá-los, para que se possa fazer perfeita distinção entre eles:
- Coisa: é o que simplesmente existe na natureza, independente da vontade e 
intervenção humana. Ex. as florestas, o mar, a terra.
- Bem: é toda coisa suscetível de avaliação em dinheiro e que satisfaz uma 
necessidade humana.
- Riqueza: é tudo o que é útil (tem valor econômico e de troca), limitado (existe 
em quantidade relativamente pequena), material (se fosse incorpóreo não 
poderia ser apropriável e nem permutável), sendo apropriável a qualidade do 
que pode ser propriedade de alguém.
2.2 Bens, direitos e obrigações
O patrimônio constitui-se de uma parte com valores positivos, denominada ativo, e 
de uma parte com valores negativos, denominada passivo. O ativo é formado pelos 
bens e direitos e o passivo pelas obrigações. O excesso do ativo sobre o passivo é o 
capital, conhecido como patrimônio líquido que aparece no passivo, para completar 
a igualdade entre o total do ativo e o do passivo, resultando na equação patrimonial.
2.3 Ativo
Representa a parte dos valores positivosdo patrimônio, tudo aquilo que a entidade 
possui ou que ela tem a receber de terceiros. Abrange o conjunto de bens e direitos 
da entidade. Os elementos que compõem o ativo são revestidos de algumas 
características especiais, tais como: devem apresentar a potencialidade de gerar 
benefícios econômicos para a entidade, devem ser um recurso econômico, devem 
ser de propriedade ou estar na posse de alguma entidade contábil e devem ser 
mensuráveis monetariamente.
21
CONTABILIDADE BÁSICA
Assim, todo o elemento ativo que não seja mais útil à entidade e, portanto, tenha 
perdido sua capacidade de gerar fluxo de caixa, não deve ser classificado como 
um elemento ativo. Existem entidades que apresentam de 10 a 15% do seu ativo 
totalmente obsoleto, não tendo nenhuma utilidade, devendo ser excluído do 
patrimônio.
- Bem: é qualquer coisa que satisfaz a necessidade humana e que pode ser 
avaliado economicamente.
Os bens são divididos em: tangíveis, que representam os bens materiais (têm 
forma física e são palpáveis), e intangíveis, que têm como principal característica 
a inexistência como coisa e seu valor vinculado a um bem tangível ou a uma 
determinada situação da empresa (são incorpóreos e não palpáveis).
Ex: bens tangíveis: destinados à instalação (prédios, terrenos, móveis e 
utensílios), destinados a produção (máquinas, equipamentos, instrumentos e 
acessórios), destinados a transformação (matéria-prima, material secundário 
e material para embalagem), destinados ao consumo (material de escritório, 
material de limpeza e selos postais), destinados à circulação (dinheiro, dinheiro 
em bancos e aplicações financeiras) e destinados à venda (mercadorias e 
produtos comprados para revenda).
Ex: bens intangíveis: marcas de comércio e patentes de invenção.
22
CONTABILIDADE BÁSICA
O Código Civil Brasileiro distingue os bens em: móveis - que são os que podem 
ser movidos por si próprios ou por outras pessoas, tais como: animais, máquinas, 
equipamentos, estoques de mercadoria, entre outros, e bens imóveis - que são os 
vinculados ao solo e que não podem ser retirados sem destruição ou danos, tais 
como: edifícios, árvores, entre outros.
Direito: ato da pessoa ou empresa ceder algum bem ou serviço em troca do 
pagamento não imediato, originando um direito correspondente. Portanto representa 
os bens da empresa que estão em mãos de terceiros, como os créditos a receber 
de terceiros.
2.4 Passivo
Representa todas as obrigações financeiras que uma empresa tem para com 
terceiros, provenientes de transações passadas, realizadas a prazo, com data 
de vencimento e beneficiário certo e conhecido. Todas as contas do passivo 
representam os valores negativos do patrimônio. Neste grupo, está incluído por 
força de lei o capital próprio, apesar de não ser uma obrigação do patrimônio. 
A classificação do capital próprio no grupo do passivo é uma mera questão para 
atender à necessidade da Contabilidade para garantir a igualdade entre os dois 
grupos (ativo e passivo).
O passivo abrange então o capital de terceiros (obrigações) e o capital próprio e 
suas variações.
Obrigações: constituem-se em ato da pessoa ou empresa dispor de algum 
bem ou serviço e que em troca destes originam um compromisso futuro de 
pagamento, representado por um documento, como as duplicatas a pagar.
23
CONTABILIDADE BÁSICA
2.5 Patrimônio Líquido
Quando a entidade nasce, os sócios fundadores colocam dinheiro no empreendimento 
a fim de funcionar e assim produzir algo. Depois, vende-se o produto ou serviço e 
obtém-se Receita. Se as Receitas forem superiores às despesas, tem-se Lucro, que 
é o objetivo de montar uma entidade.
O dinheiro entregue pelo sócio deve ser registrado na empresa/órgão, pois 
é um fato contábil. O registro ocorre reconhecendo que a entidade está se 
comprometendo a devolver esse Capital + lucros, no futuro. Eis o segredo: O 
Capital será registrado como Passivo para a entidade, pois ela fica na obrigação 
de pagar, no futuro, aos seus sócios.
No balanço da entidade, há um lado com contas do Passivo. Ali se encontra um 
grupo de contas chamado: Patrimônio Líquido. Nesse grupo registram-se as contas: 
Capital Social, Reservas e Lucro.
2.6 O balancete
É uma peça essencial na Administração empresarial, mas é elaborado pelo setor 
de contabilidade. O balancete é um registro periódico, geralmente mensal, onde 
constam os saldos das contas da entidade, conforme seu Plano de Contas. Seria 
como um extrato bancário da pessoa física, pois mostra a situação momentânea da 
pessoa, mas não espelha a real grandeza de sua riqueza.
O balancete é opcional, mas, quando adotado, dá um suporte de informação 
importante, além de possibilitar que aadministração trabalhe com eficiência. Para 
se chegar à eficácia contábil, é necessário implantar também o controle via Fluxo de 
Caixa, que espelha a boa ou má administração do período e antevê futuras receitas 
e despesas.
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CONTABILIDADE BÁSICA
2.7 Abordagem Conceitual do Patrimônio
É o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa física ou 
jurídica, com finalidade definida e mensurável economicamente. Tem-se do lado 
esquerdo o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou empresa, e o 
lado direito inclui as obrigações a serem pagas por essa pessoa ou essa empresa.
Patrimônio de Pessoa Física ou Jurídica
Bens Obrigações (a serem pagas)
Direitos (a receber)
Abordagem quantitativa e qualitativa:
O patrimônio de uma entidade pode ser visto e analisado sob os seguintes aspectos:
Qualitativo ou Específico: estuda a terminologia típica de cada um dos elementos 
que compõem o patrimônio, tais como: bens numerários (caixa e bancos), bens de 
venda (mercadorias, produtos acabados e matéria-prima), bens de renda (veículos 
para alugar e imóveis para alugar) e bens de uso (máquinas e equipamentos, 
materiais úteis e ferramentas). Ex: caixa, capital social etc.
Quantitativo: os componentes patrimoniais devem ser expressos em valores 
monetários da moeda nacional.
Ex: caixa.................................R$ 1.000,00 
capital social ....................... .R$ 50.000,00
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CONTABILIDADE BÁSICA
Aula 3 - Representação gráfica do patrimônio 
O gráfico do patrimônio é representado pelo Balanço Patrimonial, no qual do lado 
esquerdo encontram-se os valores ativos e do lado direito os valores passivos, 
como a ANÁLISE VERTICAL abaixo:
3.1 A Representação Algébrica Do Patrimônio Equação Fundamental
Sendo o patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações com terceiros e capital 
próprio, a equação fundamental do patrimônio é assim definida:
Substituindo os termos bens e direitos por ativo, obrigações com terceiros por 
passivo, e capital próprio por patrimônio líquido, podemos afirmar que:
P.L. = A - P
Supondo que a entidade venda todos os seus bens, receba todos os seus direitos 
e pague todas as suas obrigações com terceiros, a sobra ou situação líquida é o 
capital próprio, que é denominado pela contabilidade de patrimônio líquido.
3.2 Método de Escrituração
O método de escrituração é um conjunto de regras e informações a serem observadas 
na área de contabilidade. A escrituração foi moldada ao longo do tempo, a fim de 
registrar os fatos contábeis. Em 1494, em Veneza, através da publicação da obra 
“Tratatus Particularis de Computis et Scripturis” (Tratado Particular de Conta e 
Escrituração), o frei e matemático Luca Paccioli, divulgou o método das “Partidas 
Dobradas”. Esse método se mostrou o mais adequado, produzindo informações 
úteis e capazes de atender a todas as necessidades dos usuários para gerir o 
patrimônio, tornando-se um marco na evolução contábil. O método das “Partidas 
Dobradas” define que: “para todo débito em uma conta, existe um crédito...”. Desta 
forma, a soma dos débitos será igual a soma dos créditos e a soma dos saldos 
devedores será igual a soma dos saldos credores.
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CONTABILIDADE BÁSICA
3.3 Processos de Escrituração
No processo eletrônico, os lançamentos são introduzidos por digitaçãoe 
processados por programa de computador, que poderá a qualquer tempo fornecer 
informações contábeis, tais como: o saldo e a movimentação das contas, cálculo de 
impostos e de encargos sociais, folhas de pagamentos, balancetes de verificação, 
demonstrativos contábeis, entre outros.
Atualmente, as empresas, principalmente as de médio e de grande portes, usam 
softwares próprios para a contabilidade. Para registrar centenas ou milhares 
de operações por dia, devemos contar com recursos humanos / quadro de 
pessoal especializado.
3.4 Livros de Escrituração
Para registrar os fatos contábeis ocorridos no patrimônio e atender as obrigações 
das legislações: comercial, tributária, trabalhista e/ou previdenciária, as empresas, 
seja qual for sua natureza jurídica, utilizam diversos livros de escrituração que 
podem ser classificados em:
Obrigatórios: exigidos por lei. Ex: Diário, todos os livros fiscais exigidos pela 
legislação federal, estadual e municipal, os livros exigidos pela Lei nº 6.404/76 das 
Sociedades Anônimas.
Facultativos: criados para prestar maior clareza e controle dos registros contábeis. 
Ex: Razão, Caixa, Bancos, Fornecedores, Controle de Estoques.
Podemos classificar sob a ótica da utilização:
Principais: registram todos os fatos ocorridos, constituindo–se no centro de 
informação. Ex: Diário e Razão.
27
CONTABILIDADE BÁSICA
Auxiliares: servem para desdobrar os registros constantes nos livros principais. Ex: 
Caixa, Conta Corrente, Livro de Duplicatas.
Ainda é possível organizar pela natureza inerente aos fatos:
Cronológicos: registram as datas de ocorrências dos fatos em ordem rigorosa. 
Ex: Diário, Caixa.
Sistemáticos: registram os fatos separadamente por espécie, ou seja, por conta. Ex: 
Razão, Conta Corrente.
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CONTABILIDADE BÁSICA
MÓDULO 2
Aula 4 - Noções de ativo e passivo com suas contas 
4.1 Estruturação e classificação de grupos do ativo
A Lei nº 6.404, de 15.12.76 regulamentava as sociedades por ações (S.A.), mas 
foi alterada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, convertendo e adotando a 
redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008.
As contas do Ativo devem ser dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez 
(capacidade de pagamento), enquanto as contas do Passivo devem ser registradas 
de acordo com o prazo das exigibilidades. Para cumprir essa norma, apresentamos 
o Balanço Patrimonial que é um instrumento contábil que indica em um determinado 
momento a situação financeira, econômica e patrimonial de uma entidade e no qual 
as contas são classificadas nos seguintes grupos:
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CONTABILIDADE BÁSICA
4.1.1 Ativo circulante
É composto pelos bens e direitos que irão ser convertidos em dinheiro, no próximo 
exercício social, geralmente pelo prazo de até 12 (doze) meses, sendo realizáveis/
convertidos a curto prazo. São subgrupos: disponível, estoques e despesas 
antecipadas.
Disponível: composto pelos recursos em espécie disponíveis imediatamente: saldo 
em contas: “caixa”, “bancos conta movimento”, “cheques em compensação” e 
“aplicações financeiras. Ex: impostos a recuperar, duplicatas a receber ou clientes, (-) 
duplicatas descontadas, (-) provisão para devedores duvidosos. Estas duas últimas 
contas representam contas retificadoras da conta duplicatas a receber ou clientes e 
são classificadas no ativo, tendo saldos credores, por isso são demonstradas com 
o sinal (-).
Estoques: representam os bens destinados à venda e que variam de acordo com a 
atividade da entidade. Ex: produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-
primas e mercadorias.
Despesas Antecipadas: compreende as despesas pagas antecipadamente que 
serão consideradas como custos ou despesas no decorrer do exercício seguinte.
4.1.2 Ativo não circulante
Realizável a Longo Prazo: composto pelos direitos que serão recebidos após o 
término do exercício seguinte. Ex: duplicatas a receber, aluguéis a receber, contas a 
receber, provisões para perdas, adiantamentos a sócios, adiantamentos à acionistas, 
empréstimos à coligadas etc.
Investimentos: são todas as aplicações de recursos que não têm por finalidade o 
objetivo principal da entidade. Ex: imóveis para aluguel, terrenos para expansão, 
aquisição de ações de outras empresas, participação em empresas coligadas, 
participação em empresas controladas e obras de arte.
Imobilizado: representam as aplicações de recursos em bens imóveis e em bens 
instrumentais que servem de meios para que a entidade alcance seus objetivos. 
Os bens materiais sofrem depreciação, e os terrenos sofrem exaustão. Ex: imóveis, 
veículos, máquinas e equipamentos, embarcações,
30
CONTABILIDADE BÁSICA
Intangível: os bens imateriais sofrem amortização, Ex: marcas e patentes e direitos 
autorais.
4.2 Estruturação e classificação de grupos do passivo
4.2.1 Passivo circulante
É composto por todas as obrigações com prazo de vencimento em até 12 (doze) 
meses. Ex. fornecedores, duplicatas a pagar, salários a pagar, provisão para férias, 
provisão para imposto de renda e empréstimos bancários.
4.2.2 Passivo não circulante
Exigível de Longo Prazo: representa as obrigações com prazo de vencimento após o 
exercício social. São valores financeiros recebidos pela entidade. Ex: empréstimos 
bancários e financiamentos, adiantamentos de sócios, adiantamentos de acionistas, 
empréstimos de coligadas e empréstimos de controladas.
Patrimônio Líquido: representa o capital que pertence aos proprietários/sócios. Ex: 
capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros (legal, 
estatutária, contingência, investimentos e lucros a realizar), lucros acumulados ou 
prejuízos acumulados.
Capital Social: descreve o valor subscrito e o valor a integralizar, que ainda será 
realizado pelos sócios ou acionistas.
Reservas de Capital: contas que registram doações recebidas, eventualmente, pela 
entidade. No caso de sociedades anônimas: o ágio na emissão de ações, o produto 
da alienação de partes beneficiárias etc.
Reservas de Reavaliação: registram os aumentos de valor atribuídos a elementos 
do ativo em virtude de novas avaliações feitas pela entidade com base em laudo.
Reservas de Lucros: são as contas formadas pela apropriação de lucro da empresa.
31
CONTABILIDADE BÁSICA
Lucros ou Prejuízos Acumulados: anota os resultados acumulados pela entida-
de, quando ainda não distribuídos aos sócios, ao titular ou ao acionista.
O Balanço Patrimonial – Representação: A forma gráfica de apresentação/pu-
blicação do Balanço Patrimonial é divulgada pela empresa no seu interior e na 
mídia. A lei prevê obrigatoriedade de publicação na imprensa/jornal de grande 
circulação, apenas para alguns tipos de grandes empresas.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Disponível Salários a pagar
Duplicatas a receber 
Fornecedores Estoques
Despesas Antecipadas
Não Circulante Não Circulante
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo
Investimentos Patrimônio Líquido
Imobilizado Capital Social
Intangível Lucros Bruto ou
(Prejuízos Acumulados)
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
Aula 5 Particularidades do patrimônio líquido
5.1 O patrimônio líquido
Quando finda o exercício social, a entidade deve apresentar o Balanço Patrimonial 
aos sócios e demais interessados. Cabe aos sócios e aos conselhos da empresa 
tomar conhecimento das contas e aprovar o balanço. Cabe também aos sócios 
destinar os lucros auferidos, isto é, podem retirar o dinheiro ou reinvestir na empresa, 
constituindo reservas.
5.2 Variações do Patrimônio Líquido
A partir da equação fundamental do patrimônio, pode-se deduzir que em dado 
momento, o patrimônio assume, invariavelmente, um dos cinco estados a saber:
1 Quando o ativo é maior que o passivo, teremos patrimônio líquido maior que 
zero, o que revela a existência de riqueza patrimonial;
A = P + PL
2 Quando o ativo é maior que o passivo e o passivo é igual a zero, teremos 
patrimônio líquido maior que zero, revelando inexistência de dívidas;A = PL
3 Quando o ativo é igual ao passivo, teremos patrimônio líquido igual a zero, 
revelando inexistência de riqueza própria;
A = P
4 Quando o passivo é maior do que o ativo, teremos patrimônio líquido menor que 
zero, revelando má situação financeira e existência de passivo a descoberto;
A + PL = P
5 Quando o passivo é maior do que o ativo, e o ativo é igual a zero, teremos 
patrimônio líquido menor que zero, revelando péssima situação financeira, 
inexistência de bens e direitos e somente obrigações.
PL = P
33
CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
O Patrimônio Líquido (PL), nos exercícios posteriores, é calculado assim: diferença 
entre os valores positivos do ativo (bens e direitos) e os valores negativos do passivo 
(obrigações), em um determinado momento. É a parte do balanço que representa 
o capital investido pelos sócios e está graficamente localizado no seu lado direito. 
Obs.: Sendo o patrimônio líquido a diferença algébrica entre o ativo e o passivo, não 
tem sentido falarmos em ativos ou passivos negativos. Assim, concluímos que a 
entidade terá sempre:
Ativo maior ou igual a zero; Passivo maior ou igual a zero;
E Patrimônio Líquido maior, igual ou menor que zero.
Se a entidade possuir ativos e/ou passivos, ela os terá positivamente, ou não os 
terá.
34
CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
Aula 6 - Regime de Caixa e Regime de Competência 
Este princípio contábil determina o momento em que a receita deve ser considerada 
como realizada para compor o resultado do exercício social. Da mesma forma, 
determina que a despesa que foi necessária à obtenção daquela receita seja 
igualmente confrontada na apuração do resultado.
De acordo com a teoria contábil do lucro, as receitas são consideradas 
realizadas no momento da entrega do bem ou do serviço para o cliente e, 
neste momento, todas as despesas que foram necessárias à realização 
daquelas receitas devem ser computadas na apuração do resultado. Assim, ao 
relacionar as despesas com as receitas, o resultado estará sendo apurado e 
poderá refletir o mais próximo possível a realidade da entidade. Como exemplo, 
temos a incorporação de imóveis, pois quando a legislação estabelece que 
as receitas recebidas antecipadamente serão registradas como receitas 
futuras, e na medida em que a entidade vai incorrendo em despesas, dá-se 
a realização gradativa das receitas. Este procedimento evita que a entidade 
tenha em um exercício excesso de receitas e não tenha ainda incorrido em 
despesas correspondentes à realização daquelas receitas.
Este princípio impede que as entidades registrem suas receitas em regime de 
caixa, devendo obedecer ao regime de competência dos exercícios, no qual as 
receitas e as despesas, realizadas e incorridas em cada exercício social, devem ser 
levadas à apuração do resultado daquele exercício social independente de terem 
sido recebidas, ou pagas. Ao final do exercício social, é comum os interessados 
em contabilidade realizarem muitas análises e até novos planos de ação. Neste 
momento, o resultado/lucro provém do confronto das DESPESAS com as RECEITAS 
do exercício findo. Este resultado pode ser afetado pela escolha do Regime Contábil 
adotado na entidade: Regime de Caixa ou Regime de Competência.
35
CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
6.1 Regime de Caixa
Na apuração do resultado do exercício, devem ser consideradas todas as despesas 
pagas e todas as receitas recebidas no período, independente da data da ocorrência 
de seus fatos geradores. Desta forma, por esse regime, somente entrarão na 
apuração do resultado as despesas e as receitas que passaram pela conta caixa. O 
Regime de Caixa somente é admissível em entidades sem fins lucrativos, em que os 
conceitos de receita e de despesa se identificam, quase sempre, com os conceitos 
de recebimento e de pagamento.
6.2 Regime de Competência
Desse regime, provém o princípio contábil: Competência de Exercícios. Por esse 
regime, na apuração do resultado do Exercício, são consideradas apenas as 
despesas incorridas e as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham ou não 
sido pagas ou recebidas. Despesas incorridas são as que realmente aconteceram 
no exercício, embora tenham sido pagas noutro exercício. De acordo com esse 
regime, não importa se as despesas ou receitas passaram pela conta Caixa (pagas 
ou recebidas). O que é registrado é a data da ocorrência dos respectivos fatos 
geradores.
Para apuração do resultado do exercício nas entidades com fins lucrativos, são 
fundamentais os conceitos de custo e de receita, que envolvem o regime de 
competência, pois a elas não importa o que foi pago ou recebido, mas o que foi 
consumido e recuperado.
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
MÓDULO 3
Aula 7 - Receitas e Despesas – DRE 
7.1 As contas
Uma conta é um instrumento contábil para reunir, sob um único item, todos os 
eventos e valores patrimoniais de mesma natureza. Ex: a conta do Banco XYZ 
contém todos os movimentos, depósitos e retiradas de dinheiro realizadas nesse 
Banco; a conta Veículos informa os movimentos, compras e vendas, de veículos, 
realizadas por esta empresa. Conta é o registro de débitos e créditos da mesma 
natureza, identificados por um título que qualifica um componente do patrimônio 
ou uma variação patrimonial.
37
CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
Contas do Demonstrativo de Resultados do Exercício - DRE
RECEITAS
1.1 Receitas Operacionais
1.1.1 Vendas
1.1.1.1 Receita de Vendas de Produtos
1.1.1.2 Receita de Vendas de Mercadorias
1.1.1.3 Receita de Prestação de Serviços
1.1.2 Financeiras
1.1.2.1 Juros Ativos
1.1.2.2 Juros de Aplicações Financeiras
1.1.2.3 Descontos Obtidos
1.1.2.4 Variação Monetária Ativa
1.1.3 Outras Receitas Operacionais
1.1.3.1 Alugueis e Arrendamentos
1.1.3.2 Vendas Acessórias
1.1.3.3 Dividendos e Lucros Recebidos
1.2 Receitas Não-Operacionais
1.2.1 Diversas
1.2.1.1 Lucro na Venda de Bens
1.2.1.2 Lucro na Alienação de Imóveis
1.2.1.3 Lucro na Alienação de Veículos
3.2.1.03 Lucro na Alienação de Móveis e Utensílios
3.2.1.03 Indenizações Recebidas
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
DESPESAS
1.1 Despesas Operacionais
1.1.1 Despesas Administrativas
1.1.1.1 Honorários da Diretoria
1.1.1.2 Salários e Ordenados
1.1.1.3 Encargos Sociais
1.1.1.4 Energia Elétrica
1.1.1.5 Material de Expediente
1.1.1.6 Indenizações e Aviso Prévio
1.1.1.7 Manutenção e Reparos
1.1.1.8 Serviços Prestados por Terceiros
1.1.1.9 Seguros
1.1.1.10 Telefone
1.1.1.11 Propaganda e Publicidade
1.1.2 Despesas com Vendas
1.1.2.1 Honorários da Diretoria
1.1.2.2 Salários e Ordenados
1.1.2.3 Encargos Sociais
1.1.2.4 Energia Elétrica
1.1.2.5 Material de Expediente
1.1.2.6 Indenizações e Aviso Prévio
1.1.2.7 Manutenção e Reparos
1.1.2.8 Serviços Prestados por Terceiros
1.1.2.9 Seguros
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
1.1.2.10 Telefone
4.1.1.11 Propaganda e Publicidade
1.2 Despesas Não-Operacionais
1.2.1 Perdas na Alienação de Imóveis
1.2.2 Perdas na Alienação de Móveis e Utensílios
1.2.3 Perdas na Alienação de Veículos
O Demonstrativo dos Resultados do Exercício é uma peça obrigatória para qualquer 
empresa. Este demonstrativo deve ser adicionado após a representação gráfica do 
Patrimônio onde há as contas do Ativo, do Passivo, destacando-se o Patrimônio 
Líquido.
A fórmula simplificada do Demonstrativo dos Resultados do Exercício - DRE é
RECEITAS - DESPESAS = LUCRO
Desta forma, pode-se verificar que o objetivo desta peça é mostrar aos interessados 
na empresa, de onde veio o LUCRO. Este quantitativo é apresentado, explicado e 
discutido minuciosamente pela Diretoria com os sócios ou associados, pois é de 
suma importância para quem tem lucro ou dividendos a receber, no final do exercício.
Muitas vezes a empresa aumentou suas receitas de forma direta, através do aumento 
de vendas, mas às vezes foi por causa de empréstimos. Tudo isto é discutido paraexplicar realmente as origens do lucro.
Outras vezes as despesas são consequências naturais da aquisição de mais estoques 
para atender a demanda dos clientes pelo produto da empresa. Isto demonstra que 
o produto é bem aceito, a empresa está vencendo a concorrência e os funcionários 
estão trabalhando com eficiência. Mas há casos em que as despesas aumentaram 
porque a empresa comprou maquinário e utensílios, necessários ao aumento da 
produção.
40
CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
Como exemplo, vejamos um exercício abaixo, com números hipotéticos apenas 
para termos uma ideia da contas previstas para integrar a estrutura de um DRE:
DEMONSTRATIVO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
em milhares de Reais ANO X+1 ANO X
31.12.99 31.12.98
RECEITA BRUTA 495.795 476.965
Impostos e Devoluções (118.913) (121.950)
RECEITA LÍQUIDA 376.882 355.015
Custo das Vendas (193.129) (186.026)
LUCRO BRUTO 183.753 168.989
Despesas com Vendas (89.611) (99.869)
Rec./ Desp.Financeiras (3.434) (13.852)
Desp. Gerais e Adm. (36.839) (49.080)
Amortização-Ágio s/Investimento (7.735) (25.643)
Outras Receitas Operac. (37.800) (11.677)
Resultado de Equiv. Patrimonial 227.493 11.445
Total Despesas Operacionais 52.074 (188.676)
LUCRO OPERACIONAL 235.827 -19.687
Receitas/Desp. Não Operacionais (64.585) 43.837
Participação nos Resultados (875) (638)
LUCRO ANTES DO I.R/C.S. 170.367 23.512
Provisão p/ IR e CS 22.382 (2.540)
LUCRO LÍQUIDO 192.749 20.972
41
CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
Aula 8 - Livros Contábeis – Livro Diário e Livro Razão
Todos os acontecimentos que ocorrem diariamente na empresa devem ser 
registrados, pois a entidade é responsável pela sua gestão, pelos registrados em 
livros próprios, nos quais fica configurada sua própria vida.
Os livros de escrituração têm várias finalidades. Uns servem para registrar as 
compras, outros para registrar as vendas, controlar os estoques, os lucros ou 
prejuízos fiscais.
Há livros onde são registrados os empregados e outros em que se registram Atas 
de reunião ou Assembléias.
8.1 Livros fiscais
Livros fiscais são os exigidos pelo fisco Federal, Estadual ou Municipal. Os mais 
comuns são:
4.2.3.1. Registro de Entradas
4.2.3.2. Registro de Saídas
4.2.3.3. Registro de Impressão de Documentos Fiscais
4.2.3.4. Registro de Inventário
4.2.3.5. Registro de Apuração de IPI
4.2.3.6. Registro de Apuração de ICMS
4.2.3.7. Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR
4.2.3.8. Livro de Movimentação de Combustíveis
8.2 Livros contábeis
Livros contábeis são aqueles utilizados pelo setor de Contabilidade, com o objetivo 
de escrituração contábil dos atos e dos fatos administrativos que ocorrem na 
empresa.
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
Segundo o Código Comercial Brasileiro, todos os comerciantes estão obrigados 
a seguir uma ordem uniforme de contabilidade e escrituração e a manter os 
livros necessários para esse fim. Deverão, ainda, conservar em boa guarda toda 
a escrituração, correspondências e demais papéis pertencentes ao giro de seu 
comércio, enquanto não prescreverem as atividades relativas.
Os principais livros utilizados pela Contabilidade são:
• Livro Diário
• Livro Razão
• Registro de Duplicatas
• Livro Caixa
• Livro Contas-correntes
Diário: É obrigatório o uso deste livro, que constitui o registro básico de toda 
a escrituração contábil, no qual devem ser lançados, dia a dia, todos os atos ou 
operações da atividade, ou que modifiquem ou possam a vir a modificar a situação 
patrimonial da pessoa jurídica, observado o seguinte:
42.3.8.I. Esse livro deve se encadernado com folhas numeradas seguidamente. 
Também devem conter termos de abertura e de encerramento e ser 
autenticado pelo órgão competente.
4.2.3.8.II. Os lançamentos nesse livro poderão ser efetuados diretamente ou por 
reprodução, ou por meio de processamento eletrônico de dados.
4.2.3.8.III. É admitida a escrituração resumida do diário, por totais que não 
excedam o período de um mês, relativamente a contas cujas operações 
sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde 
que sejam utilizados livros auxiliares, devidamente autenticados na forma 
prevista para o Diário.
Para registro individualizado serão conservados os documentos que permitam sua 
perfeita verificação. Nos lançamentos resumidos do Diário, devem ter referências às 
páginas dos livros auxiliares em que as operações estiverem registradas de forma 
individualizada.
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
8.2.1 Livro Diário
O Diário é um livro obrigatório pela legislação comercial. Por ser obrigatório, o Diário 
está sujeito às formalidades legais extrínsecas e intrínsecas. Eis os elementos 
essenciais do Lançamento no Livro Diário.
1º local e data;
2º conta ou contas debitadas;
3º conta ou contas creditadas, precedida(s) da partícula “a”; 4º - Histórico da 
operação;
5º valor da operação.
O livro Diário tradicional pode ser substituído por fichas contínuas (ou soltas), em 
forma de sanfona, soltas ou avulsas. Mas, a adoção desse sistema não exclui a 
empresa de obediência aos requisitos intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial 
para o livro Diário. As empresas que utilizam fichas são obrigadas a adotar o livro 
próprio para a inscrição das demonstrações financeiras.
8.2.2 Livro Razão
A pessoa jurídica deverá manter, em boa ordem e segundo as normas contábeis 
recomendadas, livro Razão ou fichas utilizados para resumir ou totalizar, por conta 
ou sub-conta, os lançamentos efetuados no Diário, devendo a sua escrituração ser 
individualizada e obedecer à ordem cronológica das operações.
Há vários livros a serem usados pelas empresas. Os mais utilizados pela 
contabilização dos atos e fatos administrativos, conforme a Contabilidade são:
Livro Diário Livro Razão Livro Caixa
Livro Contas-Correntes
O Livro Razão é obrigatório pela legislação comercial e tem a finalidade de demonstrar 
a movimentação analítica das contas escrituradas no Livro Diário e constantes do 
balanço.
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 2 - TRÍADE DO TEMPO
Exemplo de Livro Razão:
Razão Analítico Carcará Comércio
Conta: Bancos Cta. Movimento – Banco de Brasília S.A.
Data Histórico da Operação Débito Crédito
10.01.2010 Saldo Inicial
12.01.2010 Depósito 500,00
26.01.2010 Cheque nº 051680 3.000,00
Totais 500,00 3.000,00
As formalidades da escrituração contábil estão expressas no Decreto Lei 486/1969. 
Não há necessidade de registro do Livro Razão, mas é um livro que deve conter termo 
de abertura e encerramento, com a assinatura do contabilista e do responsável pela 
empresa.
As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real são obrigadas a escriturar 
e a manter o livro Razão ou fichas. As fichas são utilizadas para resumir e totalizar, 
por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário.
A escrituração deverá ser individualizada, obedecendo-se a ordem cronológica das 
operações, conforme RIR/1999, art. 259, que incorporou as Leis nº 8.218, de 1991, 
art. 14, e nº 8.383, de 1991, art. 62.
O livro Razão ou as respectivas fichas estão dispensados de registro ou autenticação 
em qualquer órgão, no entanto, na escrituração, deverão ser obedecidas as regras 
da legislação comercial e fiscal aplicáveis aos lançamentos em geral.
O Livro Caixa registra todos os recebimentos e pagamentos efetuados, de forma 
cronológica.
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
Exemplo:
Data Histórico Entradas Saídas Saldo
01.05.2010 Saldo Anterior 10.000,00
02.05.2010 Recebimento Fatura 
15/2008
20.500,00 30.500,00
05.05.2010 Pagamento de Salários 10.500,00 20.000,00
Cabe ao contribuinte comprovar a veracidade das receitas e das despesas, mediante 
documentação idônea (notas fiscais, recibos etc.) escrituradas em Livro Caixa.
Os documentos contábeis serão mantidos em seu poder, à disposição da fiscalização, 
enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência. O LivroCaixa contém o registro 
de todos os recebimentos e pagamentos efetuados pelo Autônomo ou Profissional 
Liberal.
São despesas as quantias despendidas na aquisição de bens próprios para o 
consumo, tais como material de escritório, de conservação, de limpeza e de produtos 
de qualquer natureza usados e consumidos nos tratamentos, reparos, conservação, 
e integralmente dedutíveis no livro Caixa, quando realizadas no ano- calendário.
Para fins de apuração do Imposto de Renda, o contribuinte que perceber rendimentos 
do trabalho não- assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de 
registro, a que se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, 
da receita decorrente do exercício da respectiva atividade:
1 a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os 
encargos trabalhistas e previdenciários;
1 os emolumentos pagos a terceiros, assim considerados os valores referentes 
à retribuição pela execução, pelos serventuários públicos, de atos cartorários, 
judiciais e extrajudiciais;
2 as despesas de custeio que foram pagas e são necessárias à percepção da 
receita e à manutenção da fonte produtora.
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
8.2.3 Origem Da Despesa
As despesas escrituradas no livro caixa podem ser oriundas de serviços prestados 
tanto a pessoas físicas como a pessoas jurídicas. Podem ser deduzidas despesas 
com aluguel, energia, água, gás, taxas, impostos, telefone, telefone celular, 
condomínio, quando o imóvel utilizado para a atividade profissional é também 
residência. Admite-se como dedução a quinta parte destas despesas, quando não 
se possa comprovar quais as oriundas da atividade profissional exercida. Não 
são dedutíveis os dispêndios com reparos, conservação e recuperação do imóvel 
quando este for de propriedade do contribuinte.
Livros, publicações técnicas e roupas especiais:
No caso de o profissional autônomo exercer funções e atribuições que 
o obriguem a comprar roupas especiais e publicações necessárias ao 
desempenho de suas funções e desde que os gastos estejam comprovados 
com documentação hábil e idônea e escriturados em livro Caixa, poderá ele 
deduzir as despesas com aquisição de livros, jornais, revistas, roupas especiais 
etc.
As despesas efetuadas para comparecimento a encontros científicos, como 
congressos, seminários etc., se necessárias ao desempenho da função desenvolvida 
pelo contribuinte, observada, ainda, a sua especialização profissional, podem ser 
deduzidas, tais como os valores relativos a taxas de inscrição e comparecimento, 
aquisição de impressos e livros, materiais de estudo e trabalho, hospedagem, 
transporte, desde que esses dispêndios sejam escriturados em livro Caixa, 
comprovados por documentação hábil e idônea e não sejam reembolsados ou 
ressarcidos.
O contribuinte deve guardar o certificado de comparecimento dado pelos 
organizadores desses encontros.
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
Excesso se despesas: as deduções não poderão exceder à receita mensal da 
respectiva atividade, sendo permitido o cômputo do excesso de deduções nos 
meses seguintes até dezembro. O excesso de deduções, porventura existente no 
final do ano-calendário, não será transposto para o ano seguinte.
Atenção especial deve ser dada ao Registro de Duplicatas: O livro Registro de 
Duplicatas é de escrituração obrigatória, caso a empresa realize vendas a prazo com 
emissão de duplicatas, podendo, desde que devidamente autenticado no Registro 
do Comércio, ser utilizado como livro auxiliar da escrituração mercantil.
Os livros auxiliares, tais como Caixa e Contas-Correntes, que também podem ser 
escriturados em fichas, são dispensados de autenticação quando as operações a que 
se reportarem tiverem sido lançadas, pormenorizadamente, em livros devidamente 
registrados.
Na escrituração contábil, é permitido o uso de códigos de números ou de abreviaturas, 
desde que estes constem de livro próprio, revestido das formalidades de registro e 
autenticação (parágrafo 1o. do art. 269 do RIR/99).
Esse livro pode ser o próprio livro Diário, que deverá conter, necessariamente, no 
encerramento do período-base, a transcrição das demonstrações contábeis. Ou o 
livro utilizado para registro do plano de contas e/ou históricos codificados, desde 
que revestidos das formalidades legais (registro e autenticação).
Livros sociais são os livros exigidos pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 
nº6.404/76). A companhia deve ter os seguintes livros, além daqueles obrigatórios 
para qualquer comerciante, com as mesmas formalidades legais:
1. Livro de Registro de Ações Nominativas
1. Livro de Registro de Ações Endossáveis
2. Livro de Transferências de Ações Nominativas
3. Livro de Registro de Partes Beneficiárias
4. Livro de Registro de Partes Beneficiárias Endossáveis
5. Livro de Atas das Assembléias Gerais
6. Livro de Presença de Acionistas
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
7. Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração
8. Livro de Atas das Reuniões da Diretoria
9. Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal
De acordo com a legislação consolidada no art. 265 do RIR/99, as pessoas jurídicas 
podem utilizar sistema de processamento eletrônico de dados para registrar 
negócios e atividades econômicas, escriturar livros ou elaborar documentos de 
natureza contábil ou fiscal
As S.A são obrigadas a manter, em meio magnético ou assemelhado, à disposição 
da Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos magnéticos pelo prazo de 
cinco anos.
A apresentação dos arquivos magnéticos, quando solicitada pela fiscalização, deverá 
ser feita no prazo de vinte dias contados do recebimento do Termo de Intimação 
Fiscal, podendo ser prorrogado por período igual pela autoridade solicitante, ficando 
a pessoa jurídica sujeita à multa, caso, não apresentem os arquivos na forma 
prevista pela lei (art. 980 do RIR/99).
A pessoa jurídica que se utilizar de sistema de processamento de dados deverá 
manter documentação técnica completa e atualizada do sistema, suficiente para 
possibilitar a sua auditoria, facultada a manutenção em meio magnético, sem 
prejuízo da sua emissão gráfica, quando solicitada.
A falsificação, material ou ideológica, da escrituração e dos seus comprovantes, 
ou de demonstração contábil, que tenha por objeto eliminar ou reduzir o montante 
de imposto devido ou diferir seu pagamento, submeterá o contribuinte a multa, 
independentemente da ação penal que couber (art. 256 do RIR/99).
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
Aula 9 - Noções de lançamentos: débito, crédito e 
razonete 
9.1 Lançamentos a débito e a crédito
As operações registradas, conforme sua natureza, através de lançamentos, 
ocasionam aumentos e diminuições do ativo, do passivo e do patrimônio líquido. 
As contas do ativo são debitadas quando bens ou direitos entram no patrimônio 
e creditadas quando saem. liquida.
As contas passivas são creditadas quando o patrimônio assume obrigações e 
debitada quando as 
O patrimônio líquido, como complemento do passivo para igualar ao ativo, obedece 
ao mesmo
mecanismo das demais contas passivas, ou seja, suas contas são creditadas 
quando há aumento de patrimônio, e debitadas quando há redução.
As contas de despesas são debitadas, pois representam redução do patrimônio 
líquido, enquanto as contas de receitas são creditadas, pois representam aumento 
do patrimônio líquido.
Natureza e saldo das contas
As contas devedoras são as representativas dos bens, direitos, despesas e custos. 
Possuem permanentemente saldo devedor, devendo ser debitadas e depois 
creditadas. Ex: caixa, bancos, mercadorias, salários, custos dos produtos vendidos 
etc.
As contas credoras são as representativas das obrigações, do patrimônio líquido, 
das receitas e dos ganhos. Possuem permanentemente saldo credor, devendo ser 
creditadase depois debitadas. Ex: salários a pagar, imposto a pagar, fornecedores 
e juros recebidos.
A diferença entre o débito e o crédito é denominada de saldo. Se o valor dos débitos 
for superior ao valor dos créditos, a conta terá um saldo devedor. Se ocorrer o 
contrário, a conta terá um saldo credor.
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
9.2 Classificação das contas
As contas são classificadas em dois grupos: patrimoniais e de resultado.
Patrimoniais: representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigações 
e situação líquida). Ex: Caixa, Duplicatas a Receber, Fornecedores, Empréstimos, 
Capital Social.
Resultado: registram as variações patrimoniais e demonstram o resultado do 
exercício (receitas e despesas). Ex: Salários, Juros Passivos, Receitas Financeiras.
9.3 O Plano de Contas
O Plano de Contas é um elenco de todas as contas previstas como necessárias aos 
registros contábeis de uma entidade. É o instrumento necessário ao profissional 
que o consulta quando vai realizar um lançamento contábil, indicando qual conta 
deve ser debitada e qual conta deve ser creditada.
O Plano de Contas oferece a vantagem de uniformização das contas utilizadas em 
cada registro, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações 
contábeis.
A finalidade principal do plano é estabelecer normas de conduta para o registro 
das operações da organização e, na sua elaboração, devem ser considerados três 
objetivos fundamentais:
1) Atender às necessidades de informações da administração da entidade;
1) Observar formato compatível com os princípios contábeis e com a norma legal 
que regula a elaboração do balanço patrimonial e das demais demonstrações 
contábeis;
2) Adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos 
à entidade (fornecedores, bancos, órgãos fiscais, auditoria externa) e, 
particularmente, às regras da legislação do Imposto de Renda.
O plano completo deve apresentar o título das contas, a classificação, a função, 
explicar o funcionamento, apontar a relação entre os grupos ou mesmo entre as 
contas, regular o registro das contas, estabelecer a análise e os códigos das contas 
e prever as derivações das contas.
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
O título de cada conta deve expressar o significado adequado das operações nela 
registradas, pois as demonstrações contábeis podem não ser apenas utilizadas 
pelos usuários internos, mas também dos usuários externos. Além disso, no caso 
de sociedade anônima de capital aberto, com suas ações negociadas em bolsas de 
valores, é fundamental que suas demonstrações tenham uma linguagem precisa e 
clara para facilidade de seus acionistas em particular e do mercado em geral.
A classificação das contas é dada em grupos que permitam a comparação entre si, 
evidenciando a proporcionalidade entre bens, direitos e obrigações.
O responsável pela elaboração do plano de contas precisa ter absoluta consciência 
das necessidades da empresa e das normas técnicas, fazendo com que o elenco 
apresente contas de função bem definida, ou seja, esclareça para que serve cada 
conta e qual o papel que desempenha na escrituração.
O funcionamento estabelece a relação da conta com as demais e evidencia como se 
comporta perante seu objeto. Demonstra como se debita a conta, como se credita, 
qual a natureza de seu saldo e quais as outras contas com que normalmente 
mantém contato.
Ex: caixa – Débito: pelo recebimento em dinheiro Crédito: pelo pagamento em 
dinheiro
Saldo: representa o numerário em poder da empresa
Cada conta deve ser identificada por um código que a distingue das demais. E esta 
codificação poderá ser numérica ou alfabética, ou alfanumérica.
Ex: 1 - Ativo
1.1 - Ativo Circulante
O plano varia de acordo com o tipo de cada entidade e não pode ser rígido nem 
inflexível, devendo permitir as alterações que se mostrarem necessárias por ocasião 
de sua utilização.
A rápida evolução da economia atual gera constantes modificações e 
aperfeiçoamentos na legislação comercial e fiscal, bem como nas normas e 
métodos que regulam a atividade empresarial, o que exige a criação de novas 
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
contas, o cancelamento de algumas e o desdobramento de outras, de modo que os 
registros acompanhem a evolução dos fatos e permitam a constante atualização 
dos acontecimentos.
9.4 Atos e Fatos Administrativos
O conjunto de acontecimentos que constituem a dinâmica patrimonial é proveniente 
dos atos e fatos administrativos:
Atos Administrativos: são as ocorrências que não alteram diretamente o patrimônio. 
Ex. Admissão e demissão de funcionários e solicitação de mercadoria.
Fatos Administrativos: são todas as ocorrências que alteram o patrimônio 
permutando os seus valores ou modificando o patrimônio líquido. A contabilidade 
tem como conteúdo o estudo e o registro contábil dos fatos administrativos.
Através dos demonstrativos contábeis, podemos conhecer seus efeitos sobre o 
patrimônio. Os fatos administrativos podem ser: permutativos e modificativos.
Permutativos: são os fatos que provocam variações específicas, permutando os 
elementos do ativo e do passivo, sem alterar a situação líquida. Este fato altera 
a qualidade do patrimônio. Ex: compra de um veículo à vista, pagamento de uma 
dívida.
Modificativos: são os fatos que produzem alteração na situação líquida do 
patrimônio, ora diminuindo-o, ora aumentando-o. Assim, os fatos modificativos 
podem ser aumentativos e diminutivos.
Exemplo de plano de contas
Exemplo de plano de contas que, com as devidas adaptações, pode ser utilizado por 
empresas industriais, comerciais ou prestadoras de serviços.
Ativo Circulante
- Disponível
- Caixa
- Banco c/Movimento
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
- Banco X
- Banco Y
- Aplicação de Liquidez Imediata
ATIVO
- Cheques em Cobrança (não se usa a denominação “Pré-datado”)
- Numerários em Trânsito
- Duplicatas a Receber
(-) Duplicatas Descontadas
(-) Provisão p/Devedores Duvidosos
- Impostos a Recuperar
- ICMS a Recuperar
- Cheques a Receber
- Adiantamento a Fornecedores
- Adiantamento a Empregados
- Estoque (venda futura, noutro exercício)
- Matérias - Primas
- Material Secundário
- Produtos em Elaboração
- Produtos Acabados
- Mercadorias
- Material de Expediente
- Despesas Antecipadas
- Seguros a Vencer
- Encargos Financeiros a Apropriar
Obs: São contas realizáveis a Curto Prazo (Recursos para uso neste exercício que 
se iniciará)
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
Ativo não Circulante
- Realizável a Longo Prazo
- Duplicatas a Receber
(-) Duplicatas Descontadas
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(-) Provisão p/Devedores Duvidosos
- Adiantamentos a Sócios
- Adiantamentos a Acionistas
- Empréstimos a Coligadas
- Empréstimos a Controladas
- Investimentos
- Ações de Controladas
- Ações de Outras Empresas
- Ações de Coligadas
- Debêntures em tesouraria
- mobilizado
- Imóveis p/Alugar
- Objetos de Arte
- Imóveis de uso
- Terreno
(-) Exaustão
- Móveis e Utensílios
- Veículos
- Embarcações
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
- Máquinas e Equipamentos (-)Depreciação Acumulada
Intangível
Direitos Autorais
(-) Amortização Acumulada
PASSIVO
Passivo Circulante
- Fornecedores
- Duplicatas a Pagar
- Salários a Pagar
- INSS a Recolher
- FGTS a Recolher
- Provisão p/ 13º Salário
- Dividendos a Pagar
- Imposto de Renda a Recolher
- Contribuição Social a Recolher
- Provisão para Férias
- ICMS a Recolher
- PIS a Recolher
- Cofins a Recolher
- Empréstimos Bancários
Obs: São contas a serem pagas no Curto Prazo (Necessidade de recursos para uso 
neste exercício que se iniciará)
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CONTABILIDADE BÁSICA
UNIDADE 3 - COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
Passivo não Circulante
Exigível a Longo Prazo
- Adiantamento de Sócios
-

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