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Áreas Protegidas

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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Escola Técnica Aberta do Brasil 
Meio Ambiente
Áreas Protegidas
Felipe Flávio Fonseca Guimarães
Franciellen Morais Costa 
Maria Luiza Veloso
Ministério da
Educação
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Escola Técnica Aberta do Brasil
Meio Ambiente
Áreas Protegidas
Felipe Flávio Fonseca Guimarães
Franciellen Morais Costa 
Maria Luiza Veloso
Montes Claros - MG
2011
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Coordenadora Geral do e-Tec Brasil 
Iracy de Almeida Gallo Ritzmann
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia 
e Ensino Superior
Alberto Duque Portugal
Reitor
João dos Reis Canela
Vice-Reitora
Maria Ivete Soares de Almeida
Pró-Reitora de Ensino
Anete Marília Pereira
Diretor de Documentação e Informações
Huagner Cardoso da Silva
Coordenador do Ensino Profissionalizante
Edson Crisóstomo dos Santos
Diretor do Centro de Educação Profissonal e 
Tecnólogica - CEPT
Juventino Ruas de Abreu Júnior
Diretor do Centro de Educação à Distância 
- CEAD
Jânio Marques Dias
Coordenadora do e-Tec Brasil/Unimontes
Rita Tavares de Mello
Coordenadora Adjunta do e-Tec Brasil/
CEMF/Unimontes
Eliana Soares Barbosa Santos
Coordenadores de Cursos:
Coordenador do Curso Técnico em Agronegócio
Augusto Guilherme Dias
 
Coordenador do Curso Técnico em Comércio
Carlos Alberto Meira
 
Coordenador do Curso Técnico em Meio 
Ambiente
Edna Helenice Almeida
Coordenador do Curso Técnico em Informática
Frederico Bida de Oliveira
Coordenador do Curso Técnico em 
Vigilância em Saúde
Simária de Jesus Soares
Coordenador do Curso Técnico em Gestão 
em Saúde
Zaida Ângela Marinho de Paiva Crispim
ÁREAS PROTEGIDAS
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 
Elaboração
Felipe Flávio Fonseca Guimarães
Franciellen Morais Costa
Maria Luiza Veloso
Projeto Gráfico
e-Tec/MEC
Supervisão 
Wendell Brito Mineiro
Diagramação
Hugo Daniel Duarte Silva
Marcos Aurélio de Almeda e Maia
Impressão
Gráfica RB Digital
Designer Instrucional
Angélica de Souza Coimbra Franco
Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira
Revisão
Maria Ieda Almeida Muniz
Patrícia Goulart Tondineli
Rita de Cássia Silva Dionísio
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
3
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil/Unimontes!
Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola 
Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 
2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, 
na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre 
o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia 
(SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e 
escola técnicas estaduais e federais.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e 
grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pes-
soas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimen-
to da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente 
ou economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil/Unimontes leva os cursos técnicos a locais distantes 
das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incenti-
vando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas 
instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em 
escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais.
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, 
seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profis-
sional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – não só 
é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também 
com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, so-
cial, familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Janeiro de 2010
Apresentação e-Tec Brasil/Unimontes
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
5
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas 
de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou 
“curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada 
no texto.
Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades 
empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e 
outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis 
de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu 
domínio do tema estudado.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
Sumário
7
Palavra do professor conteudista .............................................9
Projeto instrucional ........................................................... 11
Aula 1 - O que são áreas protegidas e desde quando existem no Brasil ... 13
 1.1 O que são áreas protegidas e quando foram instituídas no Brasil 13
 1.2 Leis e normas que amparam a criação de áreas protegidas 
 no Brasil .................................................................. 14
 Resumo ................................................................... 18
 Atividades de aprendizagem ........................................... 19
Aula 2 - Recursos naturais renováveis e não renováveis ................. 21
 2.1 Renovável ou não renovável? ...................................... 21
 2.2 Cuidando dos recursos naturais renováveis e preservando os 
 recursos não renováveis ................................................ 22
 2.3 Reciclagem: preservar recursos não renováveis? ............... 23
 Resumo .................................................................. 24
 Atividades de aprendizagem .......................................... 24
Aula 3 - Biologia da conservação ............................................ 25
 3.1 Biologia da Conservação. Ciência em constante crise? ........ 25
 3.2 Leis criadas para assegurar a biodiversidade ................... 25
 3.3 Extinção, ação sem volta .......................................... 26
 3.4 Acordo internacional ............................................... 28
 3.5 In situ, ex-situ e on farm .........................................29
 3.6 Reserva da biosfera ................................................ 31
 Resumo ................................................................... 31
 Atividades de aprendizagem ........................................... 32
Aula 4 – Área de proteção ambiental (APA) e parques nacionais ...... 33
 4.1 APA – Área de proteção ambiental ................................ 33
 4.2 Parques ............................................................... 35
 Resumo ................................................................... 40
 Atividades de aprendizagem ........................................... 41
Aula 5 – Reserva biológica, estação ecológica e monumento natural .. 43
 5.1 Reserva biológica ................................................... 43
 5.2 Estação ecológica ................................................... 44
 5.3 Monumento natural ................................................. 45
 Resumo ................................................................... 48
 Atividades de aprendizagem ........................................... 48
Aula 6 - Refúgio da vida silvestre ........................................... 49
 6.1 Unidade de conservação ambiental: refúgio de vida silvestre 49
 Resumo ................................................................... 53Atividades de aprendizagem ........................................... 54
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente8
Aula 7 - Unidades de uso sustentável: floresta nacional (FLONA) e flo-
 resta estadual, área de relevante interesse ecológico e reserva 
 de fauna .................................................................. 55
 7.1 Floresta nacional (FLONA): o que é? E a quem pertence? ..... 55
 7.2 Área de relevante interesse ecológico ........................... 58
 7.3 Reserva de fauna .................................................... 59
 Resumo ................................................................... 59
 Atividades de aprendizagem ........................................... 60
Aula 8 - Reserva de desenvolvimento sustentável, reserva extrativista 
 e reserva particular do patrimônio natural (RPPN) ................. 61
 8.1 Reserva de desenvolvimento Sustentável: uma realidade a ser 
 aplicada! .................................................................. 61
 8.2 Reserva extrativista, uma alternativa de conservação ....... 62
 8.3 Reserva particular do patrimônio natural ....................... 63
 Resumo ................................................................... 64
 Atividades de aprendizagem ........................................... 64
Aula 9 – Ecoturismo, turismo rural e educação ambiental .............. 65
 9.1 Lazer em áreas naturais ............................................ 65
 9.2 Ecoturismo e lazer .................................................. 66
 9.3 Ecoturistas, quem são eles? ....................................... 67
 9.4 Turismo ecológico x educação ambiental ........................ 67
 9.5 Turismo no espaço rural ........................................... 67
 Resumo ................................................................... 69
 Atividades de aprendizagem ........................................... 70
Referências .................................................................... 71
Currículos dos professores conteudistas ................................... 74
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
9
Palavra do professor conteudista
Caro cursista, 
Seja bem-vindo a este novo desafio. Você está começando uma 
nova jornada em sua vida. Desfrutará de novas ideias e histórias, além de 
aprender e compreender muitas coisas importantes para a sua vida profis-
sional e pessoal.
Nesta disciplina, a nossa intenção é estabelecer, com você, um diá-
logo sobre questões ligadas à vida, ao ambiente, ao planeta, à sociedade e às 
ciências. É uma proposta de caminho que percorreremos juntos, conversan-
do sobre temas ligados à conservação e à preservação de áreas de relevante 
interesse para a proteção e o bem-estar da sociedade e do planeta em que 
vivemos.
Convidamo-lo a dialogar e a refletir sobre o novo e o diferente, 
apreender novos conceitos, modos de pensar e de agir, novos significados 
que os tornem capazes de ser conscientes para atuar, de forma ativa, no 
mundo.
Esperamos que você esteja animado. 
Desejamos sucesso e bom trabalho! 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
11
Projeto instrucional
Disciplina: Áreas protegidas (carga horária: 56h).
Ementa: Analise crítica dos paradigmas da Biologia da Conserva-
ção, com ênfase para a sua fundamentação teórica, o seu contexto cultural e 
histórico e a sua aplicação na conservação in situ de espécies. Comunidades 
e ecossistemas
AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS
CARGA 
HORÁRIA
Aula 1. 
O que são áreas 
protegidas e 
desde quando 
existem no Brasil
1. Identificar o processo 
de formação histórica 
das áreas protegidas no 
Brasil, suas conceituações 
e tipologias principais
. Ambiente virtual
. Caderno didático 
da disciplina
. Vídeo
. Data show
. Textos
7 h
Aula 2. 
Recursos naturais 
renováveis e não 
renováveis 
1.Identificar as principais 
características de um 
recurso natural
.Ambiente virtual
. Caderno didático 
da disciplina
. Revistas sobre o 
meio ambiente
. Chat
6 h
Aula 3. Biologia 
da Conservação
1. Compreender os 
princípios da Biologia da 
Conservação e o processo 
de extinção
. Ambiente virtual
. Caderno didático 
da disciplina
. Chat
. Textos comple-
mentares e artigos
6 h
Aula 4. 
Área de Proteção 
Ambiental (APA) 
e parques nacio-
nais e estaduais
1. Identificar os aspectos 
relacionados às APAs e 
aos parques
. Ambiente virtual
. Caderno didático 
da disciplina
. Vídeo
. Material para pes-
quisa
6 h
Aula 5. 
Reserva bioló-
gica, estação 
ecológica e mo-
numento natural
1. Caracterizar reservas 
biológicas, monumento 
natural, estação ecológica 
e suas finalidades
. Ambiente virtual
. Caderno didático 
da disciplina
. Vídeo
. Chat
6 h
Aula 6. 
Refúgio da vida 
silvestre
1. Conceituar e identifi-
car as principais caracte-
rísticas de um refúgio da 
vida silvestre
. Ambiente virtual
. Caderno didático 
da disciplina
. Vídeo
. Artigos e textos 
complementares
6 h
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente12
Aula 7. 
Unidades de 
uso sustentável: 
floresta nacio-
nal (FLONA) e 
floresta estadual, 
área de relevante 
interesse ecoló-
gico e reserva de 
fauna
1. Identificar os aspectos 
gerais relacionados às 
forestas nacionais estadu-
ais, à área de relevante 
interesse ecológico e à 
reserva de fauna
. Ambiente virtual
. Caderno didático 
da disciplina
. Vídeos
. Artigos
. Textos comple-
mentares
7 h
Aula 8. 
Reserva de 
desenvolvimen-
to sustentável, 
reserva extrati-
vista e reserva 
particular do pa-
trimônio natural 
(RPPN)
1. Compreender a implan-
tação e a criação da re-
serva de desenvolvimento 
sustentável, da reserva 
extrativista e da reserva 
particular do patrimônio 
natural (RPPN)
. Ambiente virtual
. Caderno didático 
da disciplina
. Vídeos
. Textos
. Chat
6 h
Aula 9. 
Ecoturismo, 
turismo rural e 
educação am-
biental
1. Caracterizar áreas com 
potencial ecoturístico e 
reconhecer a importância 
do ecoturismo na educa-
ção, na conservação e na 
preservação do ambiente
. Ambiente virtual
. Caderno didático 
da disciplina
. Fotografias e rotei-
ros de ecoturismo
. Material para pes-
quisa
6 h
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
13
Aula 1 - O que são áreas protegidas e 
desde quando existem no Brasil
Meta
Contextualizar e conceituar áreas protegidas, no Brasil.
Objetivo
Ao final da aula você deverá ser capaz de: 
1. identificar o processo de formação histórica das áreas protegi-
das no Brasil, suas conceituações e tipologias principais.
1.1 O que são áreas protegidas e quando foram 
instituídas no Brasil
Segundo Medeiros (2003), as áreas protegidas são determinados es-
paços, os quais são demarcados institucionalmente com a função de conser-
var, ou mesmo preservar os recursos naturais e culturais a ela relacionados. 
É através dessas áreas (sejam elas terrestres, marítimas etc.) que é possível 
manter a biodiversidade e os recursos naturais da região.
Porém, quando foi que o governo brasileiro começou a determinar 
quais deveriam ser as áreas protegidas no país? Segundo alguns autores e 
pesquisadores, o Parque Nacional de Itatiaia, criado em 1937, no Rio de Ja-
neiro, foi a primeira área protegida do Brasil. 
Figura 1: Parque Nacional do Itatiaia – RJ - Cachoeira do Aiuruoca
Fonte: Disponível em <http://www.azimuth.tur.br/programas.itatiaia.htm>. Acesso em 28 de 
dezembro de 2010.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente14
No nosso país, como em outros lugares do mundo, o termo áreas 
protegidas começou a tomar sentido a partir do momento em que os gover-
nantes, e até mesmo grandes empresários e proprietários de terra, perce-
beram a destruição e o desmatamento, diminuindo os recursos naturais de 
determinado local. Não foi com a intenção primária de conservar e preservar 
a biodiversidade, e sim os recursos contidos na área. 
Portanto, quando os recursos se extinguiam, o governo decretava 
que a área deveria ser desapropriada. Podemos citar o exemplodo Rio de 
Janeiro e o plantio exploratório do café, em meados do século XVIII: com a 
expansão deste, muitas plantações atingiram a floresta da Tijuca, acabando 
com uma grande área virgem, além da água presente na floresta; dessa ma-
neira, quando D. Pedro II necessitou utilizar alguns dos recursos da floresta, 
os mesmo tinham se esgotado; assim, no final do século XVIII, foi decretada 
a desapropriação da floresta. (Medeiros, 2005, p. 44).
Foram vários os esforços de pensadores e governantes para a cria-
ção efetiva de parques e reservas nacionais durante o Império. Porém, foi 
somente com o advento da República que, no Brasil, se efetivaram alguns 
desses planos. 
Em 1911, no Brasil, aconteceu um grande fato: foi publicado o Mapa 
Florestal do Brasil, com a finalidade de mostrar a beleza natural do país e 
suas áreas conservadas. Isso foi um grande passo em favor do movimento de 
criação de áreas naturais protegidas, movimento este já com destaque inter-
nacional. Porém, o Brasil era um país com uma tradição rural muito forte, o 
que impossibilitou o avanço de normas e de instituições para a criação e a 
conservação de parques nacionais. 
1.2 Leis e normas que amparam a criação de 
áreas protegidas no Brasil
Através dos anos, no Brasil, foram criados instrumentos políticos e 
jurídicos para a efetivação e a implantação de áreas protegidas, não com a 
intenção de usufruir posteriormente dos recursos naturais, mas sim de con-
servar e de preservar a biodiversidade presente nas mesmas. 
No ano de 1934, é instituído o primeiro Código florestal do país – 
sendo que, três anos depois, em 1937, é criado o primeiro parque nacional 
do Brasil, no Rio de Janeiro. Na década de 1930, o Brasil passa por diversas 
transições políticas e históricas. O país começa a se tornar urbano, mesmo 
que de forma lenta e gradual. A partir da Constituição Federal, de 1934, a 
natureza passou a ter um destaque relacionado à conservação e à criação 
de áreas protegidas no país. Junto ao Código florestal, vieram o Código de 
águas (Decreto 24643/1934), o Código de caça e pesca (Decreto 23672/1934) 
e o Decreto de proteção aos animais (Decreto 24645/1934).
 
Constituição Federal: 
Conjunto de leis, 
direitos e deveres 
criados por uma 
assembleia e que são 
implantados em um 
país como forma de 
organização nacional. 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 15
 De todos eles, o Código florestal foi o instrumento mais importante, 
pois definiu objetivamente as bases para a proteção territorial dos princi-
pais ecossistemas florestais e demais formas de vegetação natural do país. 
Ele tinha como principais objetivos legitimar a ação dos serviços florestais, 
em franca implementação em alguns estados brasileiros desde o final do sé-
culo XIX, além de regularizar a exploração do recurso madeireiro, estabele-
cendo as bases para a sua proteção. Ele foi, também, o primeiro instrumento 
de proteção brasileiro a definir claramente tipologias de áreas a serem es-
pecialmente protegidas. Ele declarava ser de “interesse comum a todos os 
habitantes do país” o conjunto das florestas existentes e demais formas de 
vegetação, classificando-as em quatro tipologias: protetoras, remanescen-
tes, modelo e de rendimento. 
Fonte: Medeiros, Rodrigo. Evolução das tipologias e categorias de áreas protegidas no Brasil. 
2005, p. 50.
Figura 2: Charge acerca do Código florestal, no Brasil
Fonte: SILVA, Gilnei J. O. da. Retrocesso: reforma do código florestal é aprovada. Disponível em 
< http://gilnei-os.blogspot.com/2010/07/retrocesso-reforma-do-codigo-florestal.html>. Acesso em 
29 de dezembro de 2010.
Obedecendo às normas impostas no Código florestal de 1934, em 
1937, é criado o Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, com preten-
sões turísticas e de conservação. No ano de 1939, foram criados mais dois 
parques nacionais - o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e o Parque Na-
cional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro –; estes foram as últimas áreas 
protegidas no Brasil, até o ano de 1959, que inicia uma nova era em relação 
à proteção e à conservação de áreas no país. 
Neste site você 
encontrará um 
roteiro para a criação 
de unidades de 
conservação municipais? 
http://www.mma.
gov.br/sitio/index.
php?ido=publicacao.pub
licacoesPorSecretaria&i
dEstrutura=240. Acesso 
em 25.01.11.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente16
Em 1965, foi criado um novo código florestal brasileiro. O Brasil 
sofria mudanças no plano político, econômico, social e também cultural. As 
principais formas de espaços territoriais especialmente protegidos, definidos 
pelo Código Florestal Brasileiro, Lei 4.771/1965, são: (I) áreas de preservação 
permanente - APP; (II) reservas legais - RL; e (III) unidades de conservação - UC. 
Segundo NETO (2009), as áreas de preservação permanente – APP 
- são áreas de preservação stricto sensu, que são relevantes em relação à 
qualidade ambiental, pois são áreas protegidas, cobertas ou não por vege-
tação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a 
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna 
e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. 
Reserva legal é a área no interior de uma propriedade ou posse ru-
ral, de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos 
naturais. Essas áreas são protegidas para a garantia do equilíbrio ecológico 
e a conservação da biodiversidade. No Brasil, o Código Florestal impõe que 
cada propriedade rural tenha uma reserva legal, área correspondente a pelo 
menos 20% da propriedade com vegetação nativa conservada (na Amazônia, 
a reserva deve ser de 80% da área).
Já as unidades de conservação - UC’s -, atualmente, no Brasil, são 
organizadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), ins-
tituído pela Lei 9.985/2000, que divide as unidades de conservação em dois 
grandes grupos: (I) unidades de conservação de uso sustentável; e (II) unida-
des de conservação de proteção integral. As diferenças entre as unidades de 
conservação de uso sustentável e as de proteção integral estão relacionadas 
ao uso da unidade, sendo que, no uso sustentável, as populações residentes 
persistem com as atividades de uso direto da área, apenas reguladas pelo 
zoneamento e pelo plano de manejo; já na proteção integral, as populações 
humanas são excluídas das áreas, tornando-se possível apenas a utilização 
indireta dos recursos.
Durante a década de 1970, em todo o mundo, aconteciam diversas 
conferências e encontros, com o objetivo de tratar as questões de preser-
vação e de conservação do meio ambiente. A principal de todas foi a Con-
ferência de Estocolmo, de 1972. Logo ficou clara a necessidade de criação, 
no Brasil, de uma estrutura governamental capaz de elaborar, organizar, 
integrar e conduzir um verdadeiro projeto político nacional para o meio am-
biente, com forte atuação no quadro interno, mas também com expressiva 
representatividade no cenário externo. Essa estrutura foi instituída em 1973, 
sob a denominação de Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). (Me-
deiros, 2005, p. 53).
Diferentemente do IBDF, a SEMA criou novos conceitos e tipologias 
a serem aplicadas às áreas protegidas que foram de acordo com seus interes-
ses. Podemos citar, como os principais e mais utilizados até hoje: as estações 
ecológicas (ESEC), as áreas de proteção ambiental (APA) e as reservas ecoló-
gicas (RESEC). 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 17
Para finalizarmos a nossa aula, vamos estudar um pouco sobre 
a criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Nature-
za (SNUC). Durante muitos anos, desde o final da década de 1970, estudos 
concretizavam-se com o objetivo de criar um sistema que reunisse diversas 
demarcações, tipos e conceituações em torno das áreas protegidas no Brasil. 
Em meados da década de 1990, depois de diversas reformulações, o SNUC 
foi efetivado, criando as chamadas unidades de conservação, delimitando o 
que deveriaser conservado no país. Segundo Medeiro (2005), as unidades de 
conservação do SNUC foram organizadas em três grupos e, no total, somam 
nove:
1) UCs de proteção integral: parque nacional, reserva ecológica (fu-
são da reserva biológica com a estação ecológica), monumento natural e 
refúgio da vida silvestre (absorvendo os objetivos da área de relevante inte-
resse ecológico, que seria extinta).
2) UCs de manejo provisório: reserva de recursos naturais.
3) UCs de manejo sustentável: reserva de fauna (em substituição 
aos parques de caça), área de proteção ambiental e reserva extrativista.
No entanto, conforme a Lei 9985/2000, ficou definida a criação de 
12 categorias de unidades de conservação, reunidas em dois grupos: unida-
des de proteção integral e unidades de uso sustentável.
Através do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, foi possí-
vel unir diferentes pontos de vista e estratégias para a criação e a manuten-
ção de áreas protegidas. Além do mais, foi possível criar novas categorias, 
assegurando, assim, um número maior de áreas conservadas e preservadas 
no país. 
Figura 3: Aldeia Manalai, dos Ingarikó, ao norte da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. 
Fonte: LINSKER.R, 1997. Disponível em <http://img.socioambiental.org/v/publico/ingariko/
ingariko_1.jpg.html>. Acesso em 28.01.11.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente18
Não podemos nos esquecer das terras indígenas e da importância 
do reconhecimento das mesmas, pelo governo, como áreas protegidas. É 
importante lembrarmos que os índios foram os primeiros povos a dominarem 
o território brasileiro, não havendo exploração intensiva da terra ou mesmo 
dos recursos naturais disponíveis. 
Desde o início do século XX, o governo começou a demarcar as 
terras indígenas, através do então Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Porém, 
com a criação da FUNAI (1967) e do Estatuto do Índio (1973), as ações do 
governo tomaram maior força, no intuito de dar aos índios a posse das terras 
em questão. 
O Estatuto do Índio foi de suma importância, pois definiu quatro 
diferentes tipos de demarcação de terras indígenas, são eles: reserva indíge-
na, parque indígena, colônia agrícola indígena e território federal indígena. 
(Medeiros, 2005, p. 55).
Vejam só: durante muitos anos os índios não foram reconhecidos 
como verdadeiros donos de determinadas áreas, porém, com o passar dos 
anos, institutos e organizações foram criadas com o objetivo de conscientizar 
o governo, para que este formalizasse a luta dos índios para terem terras, 
para tirarem o seu sustento. Porém, fica claro que, ao mesmo tempo em que 
fossem determinadas as reservas e os parques indígenas, os mesmos deve-
riam ser cuidados, para que a fauna e a flora se reproduzissem de maneira 
gradual, sem a extração exorbitante das mesmas. 
Segundo o Código Florestal Brasileiro, as terras indígenas estão su-
jeitas ao regime de preservação, permanentemente. Esse caráter conserva-
cionista das terras indígenas foi garantido somente na década de 1990, com o 
Programa Piloto de Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7). Através 
do mesmo, foi possível a demarcação de muitas terras indígenas no Brasil, 
com o apoio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
Então é isso, pessoal. Gostaram da aula? Podemos aprender muito 
mais se pesquisarmos; muitos sites citados aqui estão disponíveis para o livre 
acesso de todos. Fiquem à vontade. Até a próxima. 
Resumo
• Áreas protegidas são espaços delimitados institucionalmente, 
com o objetivo de conservar as características físicas e culturais 
do mesmo, havendo ou não práticas extrativistas no local, além 
de prezar a preservação da biodiversidade local. 
• Em 1934, foi instituído o primeiro Código florestal do Brasil, 
decretando diversas ações contra o desmatamento predatório, 
além do auxílio na fiscalização de ações contra o meio ambiente. 
• Com o passar dos anos, documentos, instituições, e mesmo ór-
gãos federais, foram criados com o único objetivo de institucio-
nalizar as áreas protegidas no Brasil, criando novas divisões e 
categorias. Os principais são: o IBDF, a SEMA (Ministério do Meio 
Ambiente) e, por fim, o SNUC, criado por diversos institutos e 
iniciativas como forma de padronizar a criação e a conservação 
de áreas protegidas no nosso país. 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 19
Atividades de aprendizagem
1) Com a criação de um Sistema Nacional de Unidades de Conservação, hou-
ve o surgimento de novas tipologias e sistemas para caracterizar as áreas 
protegidas no Brasil. Quais são os três grupos ou categorias em que as tipo-
logias foram distribuídas? 
2) Em qual ano foi criado o primeiro Código florestal brasileiro e quais eram 
seus principais objetivos?
 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
21
Aula 2 - Recursos naturais renováveis e 
não renováveis
Meta
Conceituar e caracterizar um recurso natural renovável e não re-
novável.
Objetivo
Ao final da aula, você deverá ser capaz de: 
1. identificar as principais características de um recurso natural.
2.1 Renovável ou não renovável?
Você já observou o quanto a questão ambiental está em foco nos 
últimos anos?
Nunca se falou tanto de meio ambiente e de desenvolvimento eco-
nômico como nas últimas décadas. Não se fala mais de meio ambiente de 
forma isolada, mas associado à sustentabilidade, que significa encontrar um 
modelo de desenvolvimento que garanta a prosperidade da qualidade de 
vida da Humanidade, ao mesmo tempo em que preserve os recursos naturais 
do planeta. O fato é que nossas ações em casa, na sociedade e no governo 
estão sendo colocadas em prática e aprimoradas, em busca da conservação 
e da preservação dos recursos naturais.
Mas, quais são esses recursos naturais?
Se colhermos vegetais para nos alimentar, depois, podemos plan-
tar outros para substituí-los. Peixes e camarões são pescados diariamente, 
mas, em geral, no ambiente, ainda restam indivíduos dessas espécies, que 
se reproduzem e geram novos indivíduos. O gás oxigênio, que a maioria dos 
seres vivos retira do meio ambiente e usa na respiração, é reposto por meio 
da fotossíntese.
Plantas, animais e gás oxigênio são exemplos de recursos naturais 
que podem ser repostos no ambiente à medida que são consumidos. Por isso, 
são chamados de recursos naturais renováveis.
Entretanto, o consumo desses recursos não pode ser superior á sua 
reposição no ambiente. Do contrário, eles podem se esgotar e causar dese-
quilíbrio ambiental. Podemos dar o exemplo da extinção de espécies por 
caça predatória.
Já as pedras preciosas, o petróleo e o gás natural são recursos que 
demoraram milhões de anos para serem formados e, quando extraídos da 
natureza, não são repostos, podendo se esgotar. Eles são considerados re-
cursos naturais não renováveis.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente22
2.2 Cuidando dos recursos naturais renováveis 
e preservando os recursos não renováveis
Já sabemos que os recursos renováveis podem ser repostos, mas é 
preciso preservá-los, caso contrário, também podem se esgotar ou ficarem 
imprestáveis para o uso.
Por exemplo: os peixes podem se reproduzir, mas, se os rios e os 
mares continuarem recebendo poluentes e materiais que os contaminam, 
chegará um dia em que os peixes não terão um ambiente adequado para a 
reprodução. Outro exemplo é a pesca predatória, que não permite a repro-
dução dos peixes.
As florestas devem ser exploradas com responsabilidade e plane-
jamento, pois muitas espécies de vegetais levam centenas de anos para se 
formar.
Um exemplo de exploração irresponsável de florestas foi a extração 
do pau-brasil. Na época em que os colonizadores portugueses chegaram ao 
Brasil (século XVI), havia milhões de árvores dessa espécie. Praticamente 
cortaram todas as árvores. Hoje, temos poucos exemplares de pau-brasil, 
em praças ou parques.
 
Figura 4: Árvore pau-brasil.
Fonte: Disponível em <http://mudasdepalmeiras.com.br/galeria/displayimage.
php?album=1&pos=22>. Acesso em 24 dedez. de 2010.
Por outro lado, temos que preservar os recursos não renováveis, 
pois estão sendo extraído do meio ambiente em grande quantidade. Um 
exemplo é a exploração do petróleo, do ouro, do ferro e do carvão mineral.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 23
Você já pensou em como seria o transporte (carros, aviões, cami-
nhões, metrôs) sem a gasolina, o querosene de aviação e o diesel? E sem o 
gás de cozinha, como iríamos cozinhar?
Sem o petróleo, todos esses combustíveis não seriam possíveis, e 
o transporte na nossa sociedade entraria em colapso. Além disso, sem os 
metais, como o ferro, as siderúrgicas e as metalúrgicas também não teriam 
como funcionar. Daí a importância de exploramos o meio ambiente com res-
ponsabilidade, lembrando-nos das gerações futuras, que também necessita-
rão desses recursos naturais.
Diante desse risco de ficar sem petróleo, ferro, alumínio, entre ou-
tros, algumas ações são necessárias:
• não desperdiçar esses recursos;
• pesquisar materiais e formas de energias alternativas capazes 
de substituir os recursos naturais não renováveis;
• reciclar, reutilizar e reduzir os materiais.
2.3 Reciclagem: preservar recursos não renováveis?
A latinha de refrigerante que você usa, o que faz com ela? Entrega 
a um catador para encaminhar à reciclagem ou joga em qualquer lugar?
Não é difícil encontrar alguém jogando uma latinha, um papel de 
bala ou uma bolinha de papel na rua. Pensamos que essa ação isolada não 
traz nenhum prejuízo ao ambiente. Mas, ao contrário, se milhões de pessoas 
jogam um único papel de bala na rua estarão contribuindo com as enchentes 
nas cidades. Da mesma forma, se cada latinha utilizada for para a recicla-
gem, estaremos preservando um recurso natural que é a bauxita, da qual o 
alumínio é extraído.
Figura 5: Minério de bauxita.
Fonte: Disponível em <http://galoismg.blogspot.com/2008/07/novelis.html>. Acesso em 24 de dez. de 2010.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente24
Portanto, proteger um recurso natural, seja ele renovável ou não, 
é a garantia da continuidade dos recursos oferecidos pelo nosso planeta e, 
consequentemente, da existência da Humanidade.
 
Resumo 
No nosso planeta, encontramos duas categorias de recursos natu-
rais, que são os renováveis e os não renováveis.
• Os recursos renováveis podem ser repostos à medida que vão 
sendo consumidos. Exemplo: vegetais e animais.
• Os recursos não renováveis não podem ser repostos depois de 
consumidos. Exemplo: petróleo e minerais.
Atividades de aprendizagem 
Quais são os recursos naturais renováveis que podemos encontrar 
próximos do nosso lar? Faça uma pequena lista e depois leia para a turma.
 
 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
25
Aula 3 - Biologia da conservação
Meta
Reconhecer os princípios da Biologia da Conservação e compreen-
der a dinâmica dos ecossistemas.
Objetivo
O aluno deverá ser capaz de compreender os princípios da Biologia 
da Conservação e o processo de extinção.
3.1 Biologia da Conservação. Ciência em cons-
tante crise?
A diversidade biológica do planeta está em constante risco. Espé-
cies extintas e todos os processos naturais que têm relação com essas espé-
cies também podem ser interrompidos, como é o caso da polinização e da 
dispersão das sementes. A Biologia da Conservação é uma ciência multidis-
ciplinar que foi desenvolvida como resposta à crise da extinção de espécies, 
que o mundo enfrenta atualmente. (RODRIGUES, 2002).
A Biologia da Conservação tenta fornecer respostas a questões es-
pecíficas, aplicáveis a situações reais. Tais questões são levantadas no pro-
cesso de determinar as melhores estratégias para proteger espécies raras, 
conceber reservas naturais, iniciar programas de reprodução para manter a 
variação genética de pequenas populações e harmonizar as preocupações 
conservacionistas com as necessidades do povo e do governo. (RODRIGUES, 
2002).
3.2 Leis criadas para assegurar a biodiversidade
Uma maneira de assegurar a biodiversidade é criar áreas protegidas 
por leis, delimitadas pelos governos federal, estadual ou municipal. Tendo 
em vista a necessidade do cuidado com as áreas ambientalmente mais frá-
geis, criou-se a delimitação dos “espaços territoriais especialmente protegi-
dos” (veja a aula 1, que trata do histórico das áreas protegidas). 
Os espaços territoriais especialmente protegidos são espaços geo-
gráficos, públicos ou privados, dotados de atributos ambientais relevantes 
que, por desempenharem papel estratégico na proteção da diversidade bio-
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente26
lógica, existem no território nacional. Estes requerem, pela lei, um regime 
de interesse público, através da limitação ou vedação do uso dos recursos 
ambientais da natureza pelas atividades econômicas (NETO apud MILARÉ, 
2005).
As principais formas de espaços territoriais especialmente prote-
gidos, definidos pelo Código florestal brasileiro, são: áreas de preservação 
permanente – APP -, reservas legais – RL -, e unidades de conservação - UC. 
Atualmente, podemos perceber que, mesmo tendo áreas protegidas 
e divulgação da necessidade de um ambiente equilibrado, muitas ações hu-
manas produzem efeitos que ameaçam a biodiversidade; exemplos: o aque-
cimento das cidades, as atividades industriais, a ocupação de grandes áreas 
florestais, a monocultura e, principalmente, o uso excessivo dos recursos na-
turais. São ações que destroem os habitats, onde as espécies nativas vivem.
3.3 Extinção, ação sem volta
O sumiço das abelhas nos Estados Unidos assustou os agricultores, 
que sabem que as plantas dependem delas para a polinização. Por se achar 
interligado, o desaparecimento de uma espécie pode afetar um sistema 
todo. No Brasil, a lista oficial de animais ameaçados de extinção contém 627 
espécies, destas, 67% de vertebrados, dentre os quais 50% são aves e peixes 
(PAGLIA, 2005).
Segundo dados do Livro Vermelho, da fauna brasileira ameaçada de 
extinção, estima-se que o Brasil tenha 1,8 milhões de espécies, destas, 13% 
de todas as espécies de anfíbios no mundo, 10% de todos os mamíferos, 17,8% 
de todas as borboletas, 19% de todas as plantas e 21% de todos os peixes de 
águas continentais (PLAGLIA et al., 2008). Dessa diversidade total, estima-se 
que conhecemos menos de 10%.
Você pode ver que a lista de espécies ameaçadas de extinção é 
extensa. No entanto, a extinção não é um problema da atualidade, mas é tão 
antiga quanto a vida. Grandes extinções não são novidades no nosso planeta. 
Exemplo: a extinção dos dinossauros e cerca de metade das espécies vivas 
daquela época.
O problema é que a ação predatória do homem, que é apenas uma 
espécie entre tantas, tem acelerado esse processo. Nas últimas décadas, o 
modo de vida consumista desgastou cerca de um quinto do solo fértil e um 
terço das áreas cultivadas foi desertificado ou salinizado. Se prosseguir as-
sim, estima-se que até 8% das espécies vivas do planeta podem desaparecer 
em 25 anos (CZAPSKI, 2008).
E, se não bastasse, ainda temos o tráfico de animais e de plantas 
nativas, que ameaça a nossa biodiversidade. Estima-se que, só de animais, 
12 milhões de exemplares por ano são retirados dos ecossistemas brasileiros. 
Quanto mais rara a espécie, mais caro e cobiçado é o exemplar. 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 27
Espécies brasileiras ameaçadas de extinção, sobre-explotadas 
ou ameaçadas de sobre-explotação
O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de 
espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossiste-
ma. Semelhante ao surgimento de novas espécies, a extinção é um evento 
natural: espécies surgem por meio de eventos de especiação (longo isola-
mento geográfico, seguido de diferenciação genética) e desaparecem devido 
a eventos de extinção (catástrofes naturais, surgimento de competidores 
mais eficientes).
Normalmente, porém, o surgimento e a extinção de espécies são 
eventos extremamente lentos, demandando milhares ou mesmomilhões de 
anos para ocorrer. Um exemplo disso foi a extinção dos dinossauros, ocorri-
da naturalmente há milhões de anos, muito antes do surgimento da espécie 
humana, ao que tudo indica, devido a alterações climáticas decorrentes da 
queda de um grande meteorito.
Ao longo do tempo, porém, o homem vem acelerando muito a taxa 
de extinção de espécies, a ponto de ter-se tornado, atualmente, o principal 
agente do processo de extinção. Em parte, essa situação deve-se ao mau uso 
dos recursos naturais, o que tem provocado um novo ciclo de extinção de 
espécies, agora sem precedentes na história geológica da Terra.
Atualmente, as principais causas de extinção são a degradação e 
a fragmentação de ambientes naturais, resultado da abertura de grandes 
áreas para implantação de pastagens ou agricultura convencional, extrati-
vismo desordenado, expansão urbana, ampliação da malha viária, poluição, 
incêndios florestais, formação de lagos para hidrelétricas e mineração de 
superfície. Estes fatores reduzem o total de habitats disponíveis às espécies 
e aumentam o grau de isolamento entre suas populações, diminuindo o fluxo 
gênico entre estas, o que pode acarretar perdas de variabilidade genética e, 
eventualmente, a extinção de espécies.
Outra causa importante que leva espécies à extinção é a introdu-
ção de espécies exóticas, ou seja, aquelas que são levadas para além dos li-
mites de sua área de ocorrência original. Estas espécies, por suas vantagens 
competitivas e favorecidas pela ausência de predadores e pela degradação 
dos ambientes naturais, dominam os nichos ocupados pelas espécies nati-
vas. Com o aumento do comércio internacional, muitas vezes indivíduos são 
translocados para áreas onde não encontram predadores naturais, ou ainda 
são mais eficientes que as espécies nativas no uso dos recursos. Dessa for-
ma, multiplicam-se rapidamente, ocasionando o empobrecimento dos am-
bientes, a simplificação dos ecossistemas e a extinção de espécies nativas.
Espécies ameaçadas são aquelas cujas populações e habitats estão 
desaparecendo rapidamente, de forma a colocá-las em risco de tornarem-
-se extintas. A conservação dos ecossistemas naturais, sua flora, fauna e os 
micro-organismos, garante a sustentabilidade dos recursos naturais e permi-
te a manutenção de vários serviços essenciais à conservação da biodiversi-
dade, como, por exemplo: polinização; reciclagem de nutrientes; fixação de 
nitrogênio no solo; dispersão de propágulos e sementes; purificação da água; 
controle biológico de populações de plantas, animais, insetos e micro-orga-
nismos, entre outros. Esses serviços garantem o bem-estar das populações 
humanas e, raramente, são valorados economicamente.
A conservação da biodiversidade brasileira para as gerações pre-
sentes e futuras e a administração do conflito entre a conservação e o de-
senvolvimento não sustentável são, na atualidade, os maiores desafios do 
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente28
Ministério do Meio Ambiente.
Estes objetivos não podem, entretanto, ser alcançados individual-
mente por um Ministério ou isoladamente pelo governo, mas, tão somente, 
por meio de uma efetiva aliança e de uma concertada ação nacional, que 
deve envolver as esferas de governo federal, estadual e municipal, além dos 
setores acadêmico-científico, não governamental e empresarial.
 
Figura 6: Espécies ameaçadas de extinção
Fonte: Texto adaptado. MMA/Departamento de Conservação da Biodiversidade/Espécies 
Ameaçadas de Extinção. Disponível em <http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.
monta&idEstrutura=179>. Acesso em 25.01.11.
3.4 Acordo internacional
A partir da metade do século XX, as pessoas começaram a reco-
nhecer e preocupar-se porque muitas espécies vivas foram extintas e outras 
corriam sério risco de desaparecer, devido ao modo de vida das pessoas na 
Terra. Foi aí que se iniciou a discussão sobre diversidade biológica. Assim, 
no Rio 92, 175 países assinaram a Conservação sobre Diversidade Biológica 
- CDB. Os principais objetivos da CDB são: a conservação da biodiversidade 
pela proteção dos ecossistemas, o uso sustentável da biodiversidade com 
proteção dos conhecimentos tradicionais e a repartição justa dos benefícios 
do uso da biodiversidade, de maneira igual entre os povos.
Dentre os instrumentos para avaliar o estado de conservação da 
biodiversidade e subsidiar os países a implementar políticas de proteção le-
gal à mesma, criaram-se as listas vermelhas.
Saiba mais sobre as 
Listas Vermelhas no 
site: http://www.mma.
gov.br/sitio/index.
php?ido=conteudo.mo
nta&idEstrutura=179&i
dConteudo=8122&idMe
nu=8631.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 29
Figura 7: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
Fonte: MMA. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Disponível em <http://
www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=179&idConteudo=8122&idMe
nu=8631>. Acesso em 25.01.11.
3.5 In situ, ex-situ e on farm
Quando se trata de biodiversidade, certas expressões parecem mais 
complicadas do que são. Quando se fala de conservação in situ, refere-se à 
proteção das espécies nos próprios ecossistemas de habitats onde vivem ou 
nos meios onde se adaptaram, se forem espécies cultivadas.
Já a conservação ex-situ é usada quando exemplares são guardados 
em locais especiais, como jardins botânicos, zoológicos, câmaras frias, labo-
ratórios etc.
A conservação in situ apresenta algumas vantagens, tais como: (i) 
permitir que as espécies continuem seus processos evolutivos; (ii) favorecer 
a proteção e a manutenção da vida silvestre; (iii) apresentar melhores con-
dições para a conservação de espécies silvestres, especialmente vegetais 
e animais; (iv) oferecer maior segurança na conservação de espécies e (v) 
conservar os polinizadores e dispersores de sementes das espécies vegetais. 
A conservação on farm pode ser considerada uma estratégia com-
plementar à conservação in situ, já que esse processo também permite que 
as espécies continuem o seu processo evolutivo. É uma das formas de con-
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente30
servação genética da agrobiodiversidade, um termo utilizado para se re-
ferir à diversidade de seres vivos, de ambientes terrestres ou aquáticos, 
cultivados em diferentes estados de domesticação. A conservação on farm 
apresenta como particularidade o fato de envolver recursos genéticos, espe-
cialmente variedades crioulas - cultivadas por agricultores, especialmente 
pelos pequenos agricultores, além das comunidades locais, tradicionais ou 
não, e populações indígenas, detentoras de grande diversidade de recursos 
fitogenéticos e de um amplo conhecimento sobre eles. Dentre os principais 
recursos fitogenéticos mantidos a campo pelos pequenos agricultores brasi-
leiros, estão a mandioca, o milho e o feijão. 
As três formas de conservação, in situ, on farm e ex-situ, são com-
plementares e formam, estrategicamente, a base para a implementação dos 
três grandes objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica: i) conser-
vação da diversidade biológica; ii) uso sustentável dos seus componentes e 
iii) repartição dos benefícios derivados do uso dos recursos genéticos. (BRA-
SIL/MMA/Agrobiodiversidade).
 
 
 Corredores ecológicos são áreas que possuem ecossistemas florestais 
biologicamente prioritários e viáveis para a conservação da biodiversidade 
na Amazônia e na Mata Atlântica, compostos por conjuntos de unidades de 
conservação, terras indígenas e áreas de interstício. Sua função é a efetiva 
proteção da natureza, reduzindo ou prevenindo a fragmentação de florestas 
existentes por meio da conexão entre diferentes modalidades de áreas pro-
tegidas e outros espaços com diferentes usos do solo.
A implemetação de reservas e parques não tem garantido a susten-
tabilidade dos sistemas naturais, seja pela descontinuidade na manutenção 
de sua infraestrutura e de seu pessoal, seja por sua concepção em ilhas, ou 
ainda pelo pequeno envolvimento dos atores residentes noseu interior ou 
no seu entorno.
A participação das populações locais, o comprometimento e a co-
nectividade são elementos importantes para a formação e manutenção dos 
corredores na Mata Atlântica e na Amazônia.
Fonte: Texto adaptado. MMA-Secretaria de Biodiversidade e Florestas - Projeto Corredores 
Ecológicos. Disponível em <http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.
monta&idEstrutura=109>. Acesso em 25.01.11.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 31
3.6 Reserva da biosfera
Reserva da biosfera é um modelo adotado internacionalmente, de 
gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturas. São re-
conhecidas pelo programa “O Homem e a Biosfera (MAB)”, da Organização 
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Essas 
áreas devem ser locais de excelência para trabalhos de pesquisa científica, 
experimentação e demonstração de enfoques para a conservação e o desen-
volvimento sustentável na escala regional.
Cada reserva da biosfera deve ser constituída por:
• uma ou mais áreas-núcleo, destinadas à proteção integral da na-
tureza; 
• uma ou mais zonas de amortecimento, onde só são admitidas 
atividades que não resultem em dano para as áreas-núcleo; e 
• uma ou mais zonas de transição, sem limites rígidos, onde o 
processo de ocupação e o manejo dos recursos naturais são pla-
nejados e conduzidos de modo participativo e em bases susten-
táveis. 
Atualmente, o Brasil conta com sete reservas da biosfera. 
Resumo
Segundo Rodrigues (2002), a Biologia da Conservação tenta forne-
cer respostas a questões específicas, aplicáveis a situações reais. Tais ques-
tões são levantadas no processo de determinar as melhores estratégias para 
proteger espécies raras, conceber reservas naturais, iniciar programas de 
reprodução para manter a variação genética de pequenas populações e har-
monizar as preocupações conservacionistas com as necessidades do povo e 
do governo.
Para assegurar a preservação e a conservação da biodiversidade em 
determinadas áreas, é necessária a criação de leis. Através da Biologia da 
Conservação, foi possível distinguir os determinados tipos de áreas e a sua 
relevância e necessidade para a conservação e a preservação. Além disso, 
vários acordos nacionais e internacionais foram debatidos e criados para a 
melhoria da condição de vida e da subsistência de espécies no planeta. 
A conservação denominada in situ refere-se à proteção de espécies 
nos próprios ecossistemas de habitats onde vivem ou nos meios onde se 
adaptaram, se forem espécies cultivadas. Já a conservação ex-situ é usada 
quando exemplares são guardados em locais especiais, como jardins botâni-
cos, zoológicos, câmaras frias e laboratórios. A conservação on farm é uma 
das formas de conservação genética da agrobiodiversidade, um termo utili-
zado para se referir à diversidade de seres vivos, de ambientes terrestres ou 
aquáticos, cultivados em diferentes estados de domesticação.
Para saber mais sobre 
a reserva da biosfera, 
acesse: <http://www.
mma.gov.br/sitio/index.
php?ido=conteudo.mon
ta&idEstrutura=240&id
Conteudo=10101&idMe
nu=10711>. 
http://www.mma.gov.
br/estruturas/sqa_
pnla/_arquivos/glossrio_
bndes_textodoc_46.pdf.
http://www.mma.
gov.br/index.
php?ido=conteudo.
onta&idEstrutura=46.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente32
Atividades de aprendizagem
Na atualidade, muito se ouve falar de extinção das espécies. Pode-
mos citar vários casos de extinção, como, por exemplo, a extinção em massa 
dos dinossauros, há mais ou menos 65 milhões de anos. Quais são os fatores 
que podem levar uma espécie à extinção?
 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
33
Aula 4 – Área de proteção ambiental 
(APA) e parques nacionais 
Meta
Compreender os conceitos de APA e parques e suas funções.
Objetivo
Ao final da aula, você deverá ser capaz de: 
1. identificar os aspectos relacionados às APAs e aos parques.
4.1 APA – Área de proteção ambiental
As áreas de proteção ambiental (APAs) pertencem ao grupo de uni-
dades de conservação de uso sustentável. São áreas, em geral, extensas, 
com um certo grau de ocupação humana (Figura 6). 
 
Figura 8: Vereda São Francisco, Januária/MG.
Fonte: Costa, 2010.
Dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais espe-
cialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das popula-
ções humanas, tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, 
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos 
recursos naturais, como o babaçu e buriti (Figuras 7 e 8).
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente34
Figura 9: Coco de babaçu, Januária/MG.
Fonte: Costa, 2010.
Figura 10: Coleta do fruto de babaçu, para a extração do óleo.
Fonte: Costa, 2010.
As APAs são constituídas por terras públicas ou privadas. Respei-
tados os limites constitucionais e os zoneamentos, podem ser estabelecidas 
normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada 
em uma área de proteção ambiental (Figura 9).
 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 35
Figura 11: Área de proteção ambiental (APA) do Rio Pandeiros, Vereda São 
Francisco, Januária/MG. 
Fonte: Costa, 2010.
As condições para a realização de pesquisa científica e visitação 
pública nas áreas sob o domínio público serão estabelecidas pelo Instituto 
Estadual de Florestas - IEF.
Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabele-
cer as condições para a pesquisa e a visitação pelo público, observadas as 
exigências e restrições estabelecidas pelo IEF.
As áreas de proteção ambiental devem dispor de um conselho pre-
sidido pelo órgão responsável por sua administração, constituído por repre-
sentantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da po-
pulação residente, conforme está disposto no Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação - SNUC.
Fonte: <http://www.ief.mg.gov.br/component/content/117?task=view>. Acesso em 25/12/2010.
4.2 Parques
Consideram-se parques nacionais as áreas geográficas extensas e 
delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preser-
vação permanente, submetidas à condição de inalienabilidade e indisponi-
bilidade no seu todo. Os parques nacionais destinam-se a fins científicos, 
culturais, educativos e recreativos; criados e administrados pelo Governo 
Federal, constituem bens da União destinados ao uso comum do povo, ca-
bendo às autoridades, motivadas pelas razões de sua criação, preservá-los e 
mantê-los intocáveis (Lei nº 4.771).
Entre os parques nacionais citam-se, neste material didático, o Par-
que Nacional Cavernas do Peruaçu e o Parque Nacional da Serra do Cipó, 
locais onde a Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES - realiza 
várias pesquisas.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente36
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (Figura 12) é visitado dia-
riamente por centenas de turistas e tem sido objeto de estudo de vários pes-
quisadores, como biólogos, geólogos, espeleólogos, geógrafos, entre outros. 
 
Figura 12: Alternativa de visitação do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu.
Fonte: Disponível em <http://bhturismo.wordpress.com/2009/01/24/alternativas-de-visitacao-
para-o-parque-nacional-cavernas-do-peruacu/>. Acesso em 25/12/2010.
Criado recentemente, essa unidade de conservação, fincada às 
margens do Rio São Francisco (Figura 13), ainda é pouco conhecida. Com 
uma preocupação iminente, devido à proximidade de pequenas cidades em 
seu entorno, onde já foram confirmados casos autóctones de leishmanioses, 
realizou-se este trabalho com o objetivo de conhecer a fauna flebotomínica 
em uma das cavernas do parque e associar as espécies encontradas ao risco 
de transmissão das leishmanioses na região (Barata et al., 2008).
Figura 13: Rio São Francisco/MG.
Fonte: Disponível em <http://www.milclassificados.com.br/imagen/fazenda-as-margem-do-rio-
sao-francisco_2_Minas-Gerais-1>. Acesso em 25/12/2010.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreasProtegidas 37
Localizado no Norte de Minas Gerais, no vale do rio Peruaçu, cuja 
drenagem perene é, hoje, uma das poucas na região, o Parque Nacional Ca-
vernas do Peruaçu (8310.000 N, 520.000 E) abrange terras dos municípios de 
São João das Missões, Itacarambi e Januária. Trata-se de uma zona de tran-
sição de ambientes entre cerrado e caatinga, onde são encontradas também 
a mata subcaducifólia e remanescentes de mata Atlântica. Apresenta grande 
diversidade e complexidade de ambientes e de usos antrópicos (Barata et 
al., 2008).
4.2.1 Parque Nacional da Serra do Cipó
Situado a cerca de 100 km de Belo Horizonte, o Parque Nacional da 
Serra do Cipó é um dos conjuntos naturais mais exuberantes do mundo.
Com o objetivo de preservar esse patrimônio natural, foi criado o 
Parque Nacional da Serra do Cipó. São, ao todo, 100.000 hectares de cerra-
dos, campos rupestres (Figura 14) e matas (Figura 15), além de rios, cachoei-
ras, cânions, cavernas e sítios arqueológicos preservados.
Figura 14: Campo rupestre, Serra do Cipó/MG.
Fonte: Costa, 2009.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente38
Figura 15: Ecossistema natural, Serra do Cipó/MG.
Fonte: Costa, 2010.
O Parque Nacional da Serra do Cipó possui acesso pelo Km 96 da MG 
010, ao lado da ponte sobre o rio Cipó (Figura 16).
Figura 16: Rio Cipó.
Fonte: Costa, 2010.
O centro de visitantes do Parque Nacional da Serra do Cipó é com-
posto de espécies vegetais e animais, das quais muitas estão em extinção 
(Figura 17).
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 39
Figura 17: Arara - moradora do centro de visitantes, Serra do Cipó – ICMBio.
Fonte: Costa, 2010.
O parque estadual tem como objetivo básico a preservação de 
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, pos-
sibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de ati-
vidades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato 
com a natureza e de turismo ecológico. Pertence à categoria de unidades de 
conservação de proteção integral e é de posse e domínio públicos.
A visitação está sujeita às normas e às restrições estabelecidas no 
Plano de Manejo da Unidade, às normas estabelecidas pelo IEF e àquelas 
previstas no regulamento da unidade.
A pesquisa científica depende de autorização prévia do IEF e está 
sujeita às condições e restrições por este estabelecidas. 
Parque estadual é uma categoria de unidades de conservação que 
se destaca pela grande beleza cênica e relevância ecológica. Os parques são 
criados com a finalidade de preservar a fauna e flora nativa, principalmente 
as espécies ameaçadas de extinção, os recursos hídricos (nascentes, rios, 
cachoeiras), as formações geológicas, conservar valores culturais, históricos 
e arqueológicos e promover estudos e pesquisas científicas, educação am-
biental e turismo ecológico. 
http://www.ief.
mg.gov.br/component/
content/117?task=view. 
Acesso em 25/12/2010.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente40
Comunidade de Montes Claros/MG recebe primeira etapa das 
obras do Parque Estadual da Lapa Grande
O Instituto Estadual de Florestas (IEF) inaugura, nesta segunda-
-feira (20/12), a primeira etapa de obras previstas para o Parque Estadual da 
Lapa Grande. A unidade de conservação localizada no município de Montes 
Claros, no norte do estado, é uma das mais importantes para a conservação 
do patrimônio natural, cultural e histórico de Minas Gerais, abrigando cerca 
de 50 grutas e vasto acervo arqueológico.
Cerca de R$ 600 mil foram investidos na construção de uma por-
taria e na reforma do conjunto arquitetônico da antiga fazenda Lapa Gran-
de, que se tornou a sede do parque. O local foi equipado com um espaço 
para a administração, alojamento institucional e um centro para recepção 
ao visitante. Um sistema de tratamento foi construído para cuidar do esgoto 
gerado.
O Parque Estadual da Lapa Grande foi criado em janeiro de 2006, 
pelo Decreto Estadual nº 44.204. A unidade de conservação possui cerca de 
7,6 mil hectares que abrigam os principais mananciais de fornecimento de 
água para de 30% da população do município de Montes Claros. Está inserida 
na zona de transição entre os biomas cerrado e caatinga, apresentando ain-
da remanescentes de mata seca.
A gerente do parque, Aneliza Miranda Melo, afirma que a criação 
da unidade de conservação teve como objetivos principais proteger e con-
servar o complexo espeleológico, com destaque para a Lapa Grande, que dá 
nome ao parque. As formações, por sua vez, abrigam inúmeros sítios arque-
ológicos, inclusive a céu aberto, cuja ocorrência é rara.
Fonte: <http://www.ief.mg.gov.br/component/content/117?task=view>. Acesso em 25/12/2010.
Resumo
As áreas de proteção ambiental (APAs) pertencem ao grupo de uni-
dades de conservação de uso sustentável. 
São áreas, em geral, extensas, com certo grau de ocupação humana.
Tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, dis-
ciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos 
recursos naturais.
Parques nacionais são áreas geográficas extensas e delimitadas que 
possuem atributos naturais.
Os parques nacionais destinam-se a fins científicos, culturais, edu-
cativos e recreativos; são criados e administrados pelo Governo Federal.
O parque estadual tem como objetivo básico a preservação de 
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, pos-
sibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de ati-
vidades de educação e interpretação ambiental, além de ser aberto para o 
ecoturismo.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 41
Atividades de aprendizagem
1) Reúna-se em grupo e pesquise os parques que o estado de Minas possui, 
tanto estaduais como federais. Busque informações acerca desses parques, 
tais como data de criação, estados atuais, fotos, órgãos que os administram, 
plano de manejo etc.
2) Organize essas informações em um portifólio para ser encaminhado ao seu 
professor formador.
 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
43
Aula 5 – Reserva biológica, estação eco-
lógica e monumento natural
Meta
Conhecer as características de uma reserva biológica, de um monu-
mento natural e de uma estação ecológica.
Objetivo
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de caracterizar reservas biológicas, monumento natural e estação 
ecológica e suas finalidades.
5.1 Reserva biológica
Figura 18: Reserva Biológica da Mata Escura, entre Jequitinhonha e Almenara/MG.
Fonte: Reserva Biológica da Mata Escura. Disponível em <http://2.bp.blogspot.com/_sjX51bjYiMA/
TRksqaid3vI/AAAAAAAAPCQ/fEQ01tDnnmU/s1600/RESERVA%2BBIOL%25C3%2593GICA%2BDA%2BMA
TA%2BESCURA%2B-%2BMG.jpg>. Acesso em 18.01.11.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente44
As reservas biológicas são de domínio público (Lei 9.985/00, Artigos 
10 11 e 17); nelas, são permitidas atividades de pesquisa científica e ativida-
des educacionais, desde que autorizadas por órgão competente. Em Minas 
Gerais, essa autorização e competência é do Instituto Estadual de Florestas 
- IEF -, e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem 
como àquelas previstas no regulamento da unidade.
As reservas biológicas pertencem à categoria de unidades de con-
servação de proteção integral. Assim, segundo o texto do Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC -, essas áreas têm como 
objetivo preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus 
recursos naturais. Segundo o Instituto Estadual de Florestas – IEF -, ainda 
tem, como objetivo, a preservação dos demais atributos naturais existentes 
em seus limites, sem interferência humana ou modificações ambientais. Pre-
vê, ainda, a recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de mane-
jo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade 
biológica e os processos ecológicos naturais. 
O processo de criação e gestão de unidades de conservação, es-pecialmente as categorias de reserva biológica e estação ecológica, deve 
ser realizado com a participação efetiva das populações locais, por meio de 
consultas públicas. Atualmente, o Brasil conta com 40 unidades de reserva 
biológica (Cadastro Nacional de Unidades de Conservação/ MMA,março 2007; 
CNRPPN).
5.2 Estação ecológica
 
Figura 19: Estação Ecológica de Sagarana – Arinos/MG.
Fonte: Estação Ecológica de Sagarana. Disponível em <http://4.bp.blogspot.com/_sjX51bjYiMA/
TRkovI30TFI/AAAAAAAAPB4/vUltvpzbIi4/s1600/AAA.jpg>. Acesso em 18.01.11. 
Biota: conjunto dos 
seres animais e vegetais 
de uma região.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 45
Figura 20: Estação Ecológica Mata dos Ausentes - Senador Modestino Gonçalves/MG.
Fonte: Estação Ecológica Mata dos Ausentes. Disponível em <http://3.bp.blogspot.com/_
sjX51bjYiMA/TRknDVlGJdI/AAAAAAAAPBw/W-RnJ6pZ9wU/s1600/AAA.jpg>. Acesso em 18.01.11.
As estações ecológicas pertencem ao grupo de conservação de pro-
teção integral, tendo como objetivo primordial a preservação da natureza 
e a realização de pesquisas científicas, desde que autorizadas pelo órgão 
responsável, no caso, o IEF, em Minas Gerais.
As estações ecológicas são de domínio público; é proibida a visi-
tação pública com o objetivo de lazer, só sendo permitidas visitas com ob-
jetivos educacionais e de acordo com o regulamento de cada estação. No 
Brasil, são registradas 78 unidades de estação ecológica (Cadastro Nacional 
de Unidades de Conservação/ MMA, março 2007; CNRPPN)
Segundo o Instituto Estadual de Florestas – IEF -, nas estações eco-
lógicas, só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas no caso de:
I. medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados;
II. manejo de espécies, com o fim de preservar a diversidade biológica;
III. coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;
IV. pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior 
do que aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada 
de componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a, no má-
ximo, 3% da extensão total da unidade e até o limite de um mil e quinhentos 
hectares.
5.3 Monumento natural
Como você já leu na Aula 1, o monumento natural pertence ao gru-
po de unidades de conservação de uso integral. Segundo informações do IEF, 
em Minas Gerais, temos uma área considerada monumento natural, a Peter 
Lund, da qual faz parte a Gruta de Maquiné, que está situada no município 
de Cordisburgo, região central do estado.
www.ief.mg.gov.br
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente46
Criado em 2005, o Monumento Natural Peter Lund tem o objetivo 
de proteger e conservar o sítio histórico-científico Gruta de Maquiné, sua flo-
ra e fauna. Esse santuário é o único em toda a América que reúne três áreas 
de pesquisa: a paleontologia, a arqueologia e a espeleologia.
 
Figura 21: Gruta de Maquiné/MG.
Fonte: SILVÉRIO, J.G.V. Gruta de Maquiné 07.02.07 Disponível em <http://picasaweb.google.com/
lh/photo/BW_TivnsueopYLqOa5UTYw>. Acesso em 19.01.11.
Figura 22: Gruta do Maquiné no Monumento Natural Peter Lund – Cordisburgo/MG.
Fonte: Gruta de Maquiné – Cosdisburgo/MG. Disponível em <http://www.vidanomade.
com/?p=1254>. Acesso em 19.01.11.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 47
A Gruta de Maquiné é considerada o berço da paleontologia brasi-
leira, explorada pelo naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund em 1834; 
ela é considerada uma das mais belas grutas do mundo.
Como toda unidade de conservação de uso integral, o monumento 
natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares 
ou de grande beleza cênica. Pode ser constituído por áreas públicas ou pri-
vadas, desde que seja possível usar os recursos do local, porém compatíveis 
com os objetivos da unidade. Caso não haja compatibilidade do proprietário 
com o uso da área, com as condições propostas pelo órgão responsável pela 
administração do monumento natural, a área poderá ser desapropriada, de 
acordo com o que dispõe a lei.
Segundo o IEF, a visitação é permitida, desde que as condições e 
restrições estabelecidas no Plano de Manejo da Unidade, as normas do IEF e 
aquelas previstas em regulamento da unidade sejam respeitadas.
Figura 23: Gruta do Lago Azul, em Bonito/MS.
Fonte: Gruta do Lago Azul. Disponível em <http://www.piramiunahotel.com.br/atrativos.htm>. 
Acesso em 19.01.11.
Curiosidade
Existe uma lenda na espeleologia (ciência que estuda as grutas) 
que diz: “De uma gruta nada se deixa, a não ser pegadas. Nada se mata, a 
não ser o tempo. Nada se tira, a não ser fotografias. Nada se quebra, a não 
ser o silêncio.”
Traduzindo: ao visitar uma gruta, faça o máximo que puder para 
não deixar vestígios de que você esteve ali. Portanto, não piche, não deixe 
lixo, não quebre e não toque nas formações. 
Fonte: Texto adaptado. Disponível em <http://pescabral.blogspot.com/2010_03_01_archive.html>. 
Acesso em 19.01.11.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente48
Resumo
A reserva biológica e a estação ecológica são unidades de conserva-
ção de proteção integral, portanto, são de domínio público, com o objetivo 
de preservação da natureza e pesquisas científicas. A visitação é proibida 
para o lazer e permitida para fins educacionais, desde que autorizada por 
órgão competente e que esteja de acordo com o Plano de Manejo da Unidade 
ou com regulamento específico. Mesmo a pesquisa depende de autorização 
prévia do órgão que administra a unidade.
O monumento natural também é uma unidade de conservação inte-
gral, porém, pode ser constituído de áreas públicas ou privadas. Seu objetivo 
é proteger ambientes naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. 
A visitação está sujeita ao Plano de Manejo da Unidade e às normas estabe-
lecidas pelo órgão que administra a unidade. 
Atividades de aprendizagem
1) Encontre as palavras escondidas nas frases a seguir.
1.1) É considerada o berço da paleontologia brasileira. _________________
1.2) Monumento natural, criado em 2005, no estado de Minas Gerais. 
___________________ 
1.3) Unidade de conservação que tem o objetivo de preservar sítios naturais 
raros, singulares ou de grande beleza cênica. ___________________ 
1.4) Unidade de proteção integral, admite-se o uso indireto de seus recursos 
e permite visitas com objetivos educacionais. ___________________
1.5) Só são permitidas visitas com objetivos educacionais e pesquisa científica. 
Não se podem usar os recursos naturais. __________________________.
Leitura Complementar
Informe nacional sobre áreas protegidas no Brasil / Ministério do 
Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Departamento de 
Áreas Protegidas. – Brasília: MMA, 2007. Disponível em < http://www.mma.
gov.br/sitio/index.php?ido=publicacao.publicacoesPorSecretaria&idEstrutu
ra=146>. Acesso em 26.01.11.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
49
Aula 6 - Refúgio da vida silvestre
Meta
Conceituar e caracterizar uma área destinada a refúgio da vida sil-
vestre.
Objetivo
Ao final da aula, você deverá ser capaz de conceituar e identificar 
as principais características de um refúgio de vida silvestre.
6.1 Unidade de conservação ambiental: refúgio 
de vida silvestre
O refúgio de vida silvestre tem como objetivo proteger ambientes 
naturais onde se asseguram condições para a existência ou a reprodução de 
espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.
O refúgio de vida silvestre está dentro da categoria de unidade de 
conservação integral, portanto, segundo o Instituto Estadual de Florestas, é 
constituído por áreas públicas ou particulares, desde que seja possível com-
patibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos 
naturais do local pelos proprietários.
A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas 
no Plano de Manejo da Unidade e às normas estabelecidas pelo IEF. Nesse 
tipo de Unidade, podem-se fazer pesquisas científicas,desde que autoriza-
das previamente pelo órgão responsável, no caso, em Minas Gerais, pelo IEF, 
e está sujeito às condições e restrições por este estabelecidas.
O rio Pandeiros é um exemplo de refúgio estadual de vida silvestre, 
em Minas Gerais. 
http://www.ief.
mg.gov.br/component/
content/117?task=view.
Acesso em 25/12/2010.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente50
Figura 24: Rio Pandeiros, Januária/MG.
Fonte: Costa, 2007.
O pântano do rio Pandeiros (Figura 24) tem área alagável, que varia 
de aproximadamente 3 mil ha (estação seca) a 5 mil ha (estação chuvosa), 
e é responsável por 70% da reprodução e do desenvolvimento de peixes do 
médio São Francisco.
Figura 25: Pântano, Januária/MG.
Fonte: <http://januariaminas.blogspot.com/2008/10/o-pntano.html>. Acesso em 25/12/2010.
A importância desse local fez com que, nos limites da Apa, uma 
área de 6 mil ha se tornasse refúgio de vida silvestre, como uma categoria de 
unidade de conservação de proteção integral de ambientes naturais, onde se 
asseguram condições para a existência ou a reprodução de espécies da flora 
Pântano: é uma área 
plana de abundante 
vegetação herbácea 
e/ou arbustiva, que 
permanece grande 
parte do tempo 
inundada.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 51
e da fauna residente ou migratória. O refúgio abriga, ainda, grande parte das 
lagoas marginais, cachoeiras, o pântano e a foz do rio Pandeiros, ambientes 
críticos para a manutenção da ictiofauna do rio São Francisco (Azevedo, et 
al., 2009).
 
Preservação Estratégica para Recuperar o São Francisco
A rica diversidade da flora e fauna de Minas Gerais é resultado da 
grande variedade de condicionantes do clima, relevo, recursos hídricos e 
presença dos biomas mata Atlântica, cerrado e caatinga. Uma biodiversida-
de fundamental para o patrimônio natural, o que justifica a necessidade de 
preservação.
Mas o processo de ocupação de Minas Gerais, por um modelo de 
desenvolvimento ligado à utilização intensiva e inadequada dos recursos na-
turais, comprometeu consideravelmente sua biodiversidade. Áreas naturais 
do estado sofreram profundas alterações, em consequência das intensas e 
contínuas ações antrópicas, algumas delas talvez irreversíveis. Apenas 33% 
da cobertura vegetal nativa do estado estão preservados, segundo o Institu-
to Estadual de Florestas (IEF). E grande parte dessa cobertura vegetal está 
no norte do estado, confinada em unidades de conservação (UCs).
A área de proteção ambiental (Apa) do rio Pandeiros, criada pela 
Lei 11.901, de 01/09/1995, merece destaque pela ocorrência de ambien-
tes estratégicos para a conservação do patrimônio natural. Com 393.060 
hectares, essa área de proteção abrange toda a bacia hidrográfica do rio 
Pandeiros, incluindo os municípios de Januária, Bonito de Minas e Cônego 
Marinho. É a maior unidade de conservação de uso sustentável do estado 
e tem como objetivos compatibilizar a conservação da natureza com o uso 
sustentável de parte de seus recursos hídricos, além de proteger a diversi-
dade biológica presente em lagoas marginais, córregos, cachoeiras, veredas 
e, principalmente, no único pântano mineiro. O rio Pandeiros, que integra 
a bacia do médio São Francisco, é considerado um afluente estratégico na 
margem esquerda desse rio.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente52
A presença de espécies vegetais comuns ao cerrado e à caatinga 
caracteriza o local como área de transição, com ocorrência de formações e 
adaptações particulares. Isso significa tanto importância biológica como área 
prioritária para a pesquisa científica.
Refúgio para a ictiofauna
O pântano do rio Pandeiros tem área alagável, que varia de apro-
ximadamente 3 mil ha (estação seca) a 5 mil ha (estação chuvosa), e é res-
ponsável por 70% da reprodução e do desenvolvimento de peixes do médio 
São Francisco.
 
Nos arredores do pântano, encontra-se um complexo de lagoas 
marginais, interligadas no período das chuvas, utilizadas como criadouros 
por espécies de peixes de piracema, que percorrem longas distâncias no São 
Francisco para a reprodução. 
A importância desse local fez com que, nos limites da Apa, uma 
área de 6 mil ha se tornasse refúgio de vida silvestre (Revise), como uma 
categoria de unidade de conservação de proteção integral de ambientes 
naturais, onde se asseguram condições para a existência ou a reprodução 
de espécies da flora e da fauna residente ou migratória. O refúgio abriga, 
ainda, grande parte das lagoas marginais, cachoeiras, o pântano e a foz do 
rio Pandeiros, ambientes críticos para a manutenção da ictiofauna do rio 
São Francisco. Assim, a conservação do rio Pandeiros é fundamental para a 
revitalização desse rio.
O pântano do rio Pandeiros é considerado ambiente único no es-
tado, e a proteção assegurada pelo refúgio não é suficiente para a sua pre-
servação. Muitos impactos ambientais causados em toda a extensão da Apa 
estão refletidos no pântano, entre eles, o assoreamento, principalmente 
devido à degradação das veredas e da vegetação ciliar. Esse é um dos mais 
graves danos ambientais.
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas 53
O Programa de Revitalização do rio São Francisco contempla um 
grande conjunto de iniciativas para permitir o uso sustentável dos recursos 
naturais em toda a bacia. Para que o programa se sustente, no entanto, é 
necessário aumentar a base de conhecimento de todos os aspectos referen-
tes à manutenção das funções dos ecossistemas que compõem a bacia. Dessa 
forma, os projetos, o conhecimento gerado e as ações previstas na sub-rede 
deverão encaminhar atos reais de desenvolvimento sustentado que promo-
vam a melhoria da qualidade de vida das populações locais e assegurem a 
biodiversidade de uma área ainda desconhecida da ciência.
Autores: Islaine F. P. Azevedo, Yule R. F. Nunes, Maria das Dores M. Veloso, Walter 
V. Neves e G. W. Fernandes (Pesquisadores UNIMONTES/LEPV e UFMG/ICB).
Fonte: Texto adaptado do artigo: Preservação Estratégica para Recuperar o São Francisco. Texto 
na íntegra, disponível em <http://www.opa.org.br/noticias.php?id=697>. Acesso em 25/12/2010.
Resumo
O refúgio de vida silvestre tem como objetivo proteger ambientes na-
turais onde se asseguram condições para a existência ou para a reprodução de 
espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.
Pode ser constituído por áreas públicas ou particulares, desde que 
seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra 
e dos recursos naturais do local pelos proprietários.
A pesquisa científica depende de autorização prévia do IEF e está 
sujeita às condições e restrições por este estabelecidas.
A importância do Pântano, Januária/MG, fez com que, nos limites 
da Apa, uma área de 6 mil ha se tornasse refúgio de vida silvestre, como uma 
categoria de unidade de conservação de proteção integral de ambientes na-
turais, onde se asseguram condições para a existência ou para a reprodução 
de espécies da flora e da fauna residente ou migratória.
Ictiofauna: conjunto 
das espécies de peixes 
que existem numa 
determinada região 
biogeográfica.
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Meio Ambiente54
Atividades de aprendizagem
1) A unidade refúgio de vida silvestre está dentro da categoria de unidade 
de proteção integral. Conforme os princípios para determinar uma área de 
proteção, o que caracteriza uma área para que ela seja enquadrada como 
refúgio silvestre?
 
e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesÁreas Protegidas
AULA 1
Alfabetização Digital
55
Aula 7 - Unidades de uso sustentável: 
floresta nacional (FLONA) e floresta es-
tadual, área de relevante interesse eco-
lógico e reserva de fauna
Meta
Compreender o conceito “unidades de uso sustentável”, suas fun-
ções, categorias e aplicabilidades.
Objetivo
Ao final da aula, você deverá ser capaz de: 
1. identificar os aspectos gerais relacionados às florestas nacio-
nais e florestas estaduais, área de relevante interesse ecológico 
e reserva de fauna.
 
7.1 Floresta nacional (FLONA): o

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