Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 09 Curso: Contabilidade p/ AFRFB Professor: Feliphe Araújo Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 2 de 72 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................. 3 2- Estrutura Conceitual Básica ............................................................. 4 2.1 - Considerações iniciais ................................................................... 5 2.2 - Finalidade e Status ....................................................................... 6 2.3 - Alcance ....................................................................................... 7 3 - Objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral ........... 7 3.1 - Perfomance financeira refletida pelo regime de competência .............. 9 4 – Características qualitativas da informação contábil-financeira útil .......................................................................................................... 11 4.1 - Características Qualitativas Fundamentais ..................................... 11 4.1.1. Relevância ............................................................................ 11 4.1.2. Representação Fidedigna ........................................................ 12 4.2 - Características Qualitativas de Melhoria ........................................ 13 4.2.1. Comparabilidade .................................................................... 13 4.2.2. Verificabilidade ...................................................................... 14 4.2.3. Tempestividade ..................................................................... 15 4.2.4. Compreensibilidade ................................................................ 15 4.3 - Restrição de custo na elaboração e divulgação de relatório contábil- financeiro útil .................................................................................... 16 5 - Elementos das Demonstrações Contábeis ..................................... 17 5.1 - Ativos ....................................................................................... 18 5.2 - Passivos .................................................................................... 19 5.3 - Patrimônio Líquido ...................................................................... 20 5.4 - Perfomance ............................................................................... 21 5.5 - Receitas .................................................................................... 22 5.6 - Despesas .................................................................................. 22 6 - Reconhecimento dos elementos das Demonstrações Contábeis ... 23 6.1 - Reconhecimento de ativos ........................................................... 24 6.2 - Reconhecimento de passivos ....................................................... 24 6.3 - Reconhecimento de receitas ........................................................ 24 Aula 09 – 1. Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 3 de 72 www.exponencialconcursos.com.br 6.4 - Reconhecimento de despesas ...................................................... 25 7 - Mensuração dos elementos das Demonstrações Contábeis ........... 27 8 - Conceitos de capital e manutenção de capital .............................. 30 9 - Resumo da Aula ............................................................................ 33 10 – Questões comentadas ................................................................ 40 11 – Lista de exercícios ..................................................................... 61 12 - GABARITO .................................................................................. 72 Olá queridos alunos e alunas, Sejam bem-vindos a nossa nona aula do curso de Contabilidade Geral e Avançada para AFRFB. E como vão os estudos? Espero que você esteja conseguindo absorver o conteúdo da nossa disciplina e bater as suas metas de estudo. Hoje falaremos sobre a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Esse assunto vem sendo muito cobrado pelas bancas recentemente, principalmente a literalidade da norma, a famosa decoreba. Para facilitar a absorção do conhecimento e resolução das questões no dia da prova, vou esquematizar e dá dicas de palavras que identifiquem a assertiva correta. Como a ESAF explorou muito pouco esse tópico nas suas últimas provas, irei comentar também questões de outras bancas tradicionais como FCC, CESPE, FGV etc. Qualquer dúvida e/ou esclarecimentos, estarei a disposição no Fórum e no e-mail feliphe.araujo@exponencialconcursos.com.br. Não deixe de nos procurar, tirando suas dúvidas, e nos ajudando a aprimorar o nosso curso. Como de praxe, colocamos uma lista de exercícios ao final da aula para aqueles que queiram tentar resolver as questões, antes de ver os comentários. Treinar é preciso. Vamos começar a nossa aula! Conte comigo e Firmeza nos Estudo (FÉ)! Um forte abraço, Feliphe Araújo. 1 - INTRODUÇÃO Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 4 de 72 www.exponencialconcursos.com.br A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro (Pronunciamento Técnico CPC 00) foi elaborada pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovada pela Comissão de Valores Imobiliários - CVM (Deliberação CVM nº 675/11) e pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC (Resolução CFC nº 1.374/11). O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é uma entidade autônoma, criada pela Resolução CFC nº 1.055/05, e tem como objetivo "o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais". O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades: Associação Brasileira das Companhias Abertas - ABRASCA; Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais - APIMEC NACIONAL; Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA; Conselho Federal de Contabilidade - CFC; Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras - FIPECAFI; Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON. A adoção de orientações técnicas do CPC pelas entidades reguladoras é regulamentada pelo artigo 10-A da Lei 6.385/76, incluído pelo artigo 5º da Lei 11.638/07, que estabelece: Art. 10-A. A Comissão de Valores Mobiliários, o Banco Central do Brasil e demais órgãos e agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais orientações técnicas emitidas. Fundamentos para criação do CPC necessidade de convergência internacional das normas contábeis (redução de custos na elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos etc) centralização na emissão de normasdessa natureza (antigamente, no Brasil, diversas entidades o faziam) representação e processos democráticos na produção dessas informações 2- Estrutura Conceitual Básica Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 5 de 72 www.exponencialconcursos.com.br Pela leitura do artigo acima, constatamos que os pronunciamentos técnicos do CPC não vinculam obrigatoriamente as orientações do CFC e demais órgãos e entidades reguladores e fiscalizadores. Assim, os pronunciamentos somente se tornam obrigatórios para as empresas quando convertidos em normas pelos órgãos (CVM, CFC, BACEN etc.). A estrutura conceitual básica (CPC 00), aprovada pela Deliberação CVM nº 675/11 e pela Resolução CFC nº 1.374/11, é utilizada como fonte de conceitos básicos para a elaboração e interpretação dos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC, bem como na preparação e utilização das demonstrações contábeis das entidades. 2.1 - Considerações iniciais As demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral. Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por exemplo, podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios interesses. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo esta Estrutura Conceitual. Demonstrações contábeis elaboradas dentro do que prescreve esta Estrutura Conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários. Relatório Contábil- Financeiro Demonstrações Contábeis Informações fornecidas pelas demonstrações contábeis que satisfazem a necessidade comum da maioria dos seus usuários decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade determinar políticas tributárias determinar a distribuição de lucros e dividendos elaborar e usar estatísticas da renda nacional regulamentar as atividades das entidades Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 6 de 72 www.exponencialconcursos.com.br 2.2 - Finalidade e Status Esta Estrutura Conceitual não é um Pronunciamento Técnico propriamente dito e, portanto, não define normas ou procedimentos para qualquer questão particular sobre aspectos de mensuração ou divulgação. Sua preocupação é com questões de caráter geral sobre relatórios contábil- financeiros. Aspectos específicos devem ser tratados em pronunciamentos técnicos emitidos com essa finalidade. Nada nesta Estrutura Conceitual substitui qualquer Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação. Havendo conflito entre o estabelecido na Estrutura Conceitual e nos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações, estes devem prevalecer sobre a Estrutura Conceitual. Agora, vamos ver como esse assunto é cobrado nas provas. Finalidade da Estrutura Conceitual dar suporte ao desenvolvimento de novos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações e à revisão dos já existentes, quando necessário; à promoção da harmonização das regulações, das normas contábeis e dos procedimentos relacionados à apresentação das demonstrações contábeis; aos reguladores nacionais; auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação dos Pronunciamentos Técnicos, interpretações e Orientações, e no tratamento de assuntos que ainda não tenham sido objeto desses documentos; os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade das demonstrações contábeis com os Pronunciamentos Técnicos, interpretações e Orientações; os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações nelas contidas, elaboradas em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos, nterpretações e Orientações; proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na formulação dos Pronunciamentos Técnicos, das interpretações e das Orientações. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 7 de 72 www.exponencialconcursos.com.br (CESPE/Analista Judiciário – TRE-RJ/2012) O Conselho Federal de Contabilidade e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis são responsáveis pela elaboração das normas contábeis comumente aceitas. Sobre essas normas, julgue o item que se segue. A estrutura conceitual estabelecida pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis não constitui uma norma propriamente dita nem define normas ou procedimentos de qualquer espécie. Resolução: Acabamos de ver na nossa aula que a Estrutura Conceitual não é um Pronunciamento Técnico propriamente dito e, portanto, não define normas ou procedimentos. Gabarito: Certo. 2.3 - Alcance Agora, vamos analisar de forma detalhada cada item que a Estrutura Conceitual aborda. O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito. Segue algumas características do relatório contábil-financeiro de propósito geral: Esta Estrutura Conceitual aborda (alcance) o objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro as características qualitativas da informação contábil-financeira útil; a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos a partir dos quais as demonstrações contábeis são elaboradas; e os conceitos de capital e de manutenção de capital. 3 - Objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 8 de 72 www.exponencialconcursos.com.br As informações contidas no relatório contábil-financeiro de propósito geral são utilizadas pelos investidores e credores para tomar decisões, respectivamente, relacionadas a comprar, vender ou manter instrumentos patrimoniais (ações) e instrumentos de dívida (por exemplo, debêntures) e relacionadas a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito. Os relatórios contábil-financeiros de propósito geral não atendem e não podem atender a todas as informações de que os usuários primários necessitam. Esses usuários precisam considerar informação pertinente de outras fontes, como, por exemplo, condições econômicas gerais e expectativas, eventos políticos e clima político, e perspectivas e panorama para a indústria e para a entidade. O Conselho Federal de Contabilidade, na produção de suas normas, procurar proporcionar um conjunto de informações que atenda às necessidades do número máximo de usuários primários. Porém, isso Relatório contábil- financeiro de propósito geral destinam-se principalmente aos usuários primários (investidores existentese em potencial, credores por empréstimos e outros credores), sem hierarquia de prioridade não são direcionados primariamente a outros interessados, como, por exemplo, órgãos reguladores e membros do público que não sejam usuários primários a rigor, fornecem informação para auxiliar investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, a estimarem o valor da entidade que reporta a informação não são elaborados para se chegar ao valor da entidade que reporta a informação são baseados em estimativas, julgamentos e modelos e não em descrições ou retratos exatos fornecem informação acerca da posição patrimonial e financeira da entidade, ou seja, sobre os recursos econômicos da entidade (ativos) e reivindicações conta a entidade (passivos) fornecem informação sobre efeitos da transações e outros eventos que alteram os recursos econômicos da entidade e reivindicações conta ela (receitas e despesas) Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 9 de 72 www.exponencialconcursos.com.br não impede que a entidade que reporta a informação preste informações adicionais que sejam mais úteis a um subconjunto particular de usuários primários. A administração da entidade que reporta a informação está também interessada em informação contábil-financeira sobre a entidade. Contudo, a administração não precisa apoiar-se em relatórios contábil-financeiros de propósito geral uma vez que é capaz de obter a informação contábil-financeira de que precisa internamente. 3.1 - Perfomance financeira refletida pelo regime de competência O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação nos períodos em que ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados ocorram em períodos distintos. Assim, o regime de competência fornece melhor base de avaliação da performance (resultado da empresa) passada e futura da entidade do que a informação puramente baseada em entradas e saídas de caixa. Vamos praticar futuros AFRFB!!!!! (UEPA/SEFAZ-PA/2013) De acordo com os fundamentos previstos na Resolução CFC 1.374/11, que estabelece a estrutura conceitual básica da contabilidade, assinale as proposições abaixo em Verdadeiro ou Falso, e em seguida, indique a opção que contem a sequência correta. ( ) As informações contidas nos relatórios contábil-financeiros se destinam primariamente aos seguintes usuários externos: investidores, financiadores e outros credores, respeitando essa hierarquia de prioridade. ( ) O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação nos períodos em que ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados ocorram em períodos distintos. ( ) Relatórios contábil-financeiro de propósito geral não são elaborados para se chegar ao valor da entidade que reporta a informação; a rigor, fornecem informação para auxiliar investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, a estimarem o valor da entidade que reporta a informação. ( ) Usuários primários individuais têm diferentes, e possivelmente conflitantes desejos e necessidades de informação, por isso o Conselho Federal de Contabilidade, ao levar à frente o processo de produção de suas normas, irá procurar proporcionar um conjunto de informações que atenda às Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 10 de 72 www.exponencialconcursos.com.br necessidades do número máximo de usuários primários. Contudo, a concentração em necessidades comuns de informação não impede que a entidade que reporta a informação preste informações adicionais que sejam mais úteis a um subconjunto particular de usuários primários. A sequência correta é: a) F, F, V, F b) F, V, F, V c) F, V, V, V d) V, F, F, V e) V, V, F, F Resolução: Essa questão demonstra como as bancas vêm cobrando nas provas a Estrutura Conceitual básica (CPC 00), ou seja, a pura LITERALIDADE. Assim, vou buscar por meio de esquemas e dicas que você, meu aluno, entenda a essência dos conceitos. I. Falso. As informações contidas nos relatórios contábil-financeiros se destinam primariamente aos seguintes usuários externos: investidores, financiadores e outros credores, sem hierarquia de prioridade. II. Verdadeiro. Pura decoreba. Vimos que o regime de competência retrata com propriedade os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação nos períodos em que ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados ocorram em períodos distintos. III. Verdadeiro. IV. Verdadeiro. Vimos na nossa aula que o Conselho Federal de Contabilidade, na produção de suas normas, procurar proporcionar um conjunto de informações que atenda às necessidades do número máximo de usuários primários. Porém, isso não impede que a entidade que reporta a informação preste informações adicionais que sejam mais úteis a um subconjunto particular de usuários primários. Gabarito: Letra C. Relatório contábil- financeiro de propósito geral a rigor, fornecem informação para auxiliar investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, a estimarem o valor da entidade que reporta a informação não são elaborados para se chegar ao valor da entidade que reporta a informação Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 11 de 72 www.exponencialconcursos.com.br Vamos agora estudar o capítulo 3 do Pronunciamento Técnico CPC 00, que trata da Características Qualitativas da Informação Contábil-Financeira Útil. Esta serve para melhorar a qualidade das informações aos usuários das Demonstrações Contábeis. PRESTE BEM ATENÇÃO NESSE TÓPICO, porque ele é muito cobrado nas provas e de maneira bem fácil. Ao longo de toda a Estrutura Conceitual, os termos características qualitativas e restrição irão se referir a características qualitativas da informação contábil-financeira útil e à restrição da informação contábil-financeira útil. Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser relevante e representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A utilidade da informação contábil-financeira é melhorada se ela for comparável, verificável, tempestiva e compreensível. 4.1 - Características Qualitativas Fundamentais As características qualitativas fundamentais são relevância e representação fidedigna. A informação precisa concomitantemente ser relevante e representar com fidedignidade a realidade reportada para ser útil. Nem a representação fidedigna de fenômeno irrelevante, tampouco a representação não fidedigna de fenômeno relevante auxiliam os usuários a tomarem boas decisões. 4.1.1. Relevância Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A informação contábil-financeira é capaz de fazer diferença nas decisões se tiver valor preditivo, valor confirmatório ou ambos. Características Qualitativas Fundamentais relevância capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários representação fidedigna representar um fenômeno relevante, com fidegnidade (completa, neutra e livre deerros) 4 – Características qualitativas da informação contábil- financeira útil Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 12 de 72 www.exponencialconcursos.com.br A informação contábil-financeira tem valor preditivo se puder ser utilizada pelos usuários para predizer futuros resultados. A informação contábil-financeira tem valor confirmatório se retroalimentar – servir de feedback – avaliações prévias (confirmá-las ou alterá-las). O valor preditivo e o valor confirmatório da informação contábil- financeira estão inter-relacionados. A informação que tem valor preditivo muitas vezes também tem valor confirmatório. Por exemplo, a informação sobre receita para o ano corrente, a qual pode ser utilizada como base para predizer receitas para anos futuros, também pode ser comparada com predições de receita para o ano corrente que foram feitas nos anos anteriores. Os resultados dessas comparações podem auxiliar os usuários a corrigirem e a melhorarem os processos que foram utilizados para fazer tais predições. A materialidade é um aspecto de relevância específico de cada entidade. Por isso, não há como determinar um valor uniforme que possa considerar se a informação é material ou não. Isso vai depender da estrutura de cada entidade. A informação é material se a sua omissão ou sua divulgação distorcida (misstating) puder influenciar decisões que os usuários tomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidade específica que reporta a informação. 4.1.2. Representação Fidedigna Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno econômico em palavras e números. Para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que representar um fenômeno relevante, mas tem também que representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. É claro, a perfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é maximizar referidos atributos na extensão que seja possível. Para ser completa, a informação deve conter o necessário para que o usuário compreenda o fenômeno que está sendo retratado, incluindo todas as descrições e explicações necessárias. Para ser neutra, a informação deve estar livre de viés na seleção ou na apresentação, não podendo ser distorcida para mais ou para menos. Para ser livre de erros, o processo para obtenção da informação deve ter sido selecionado e aplicado livre de erros ou omissões. Lembrando que ser livre de erros não significa total exatidão. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 13 de 72 www.exponencialconcursos.com.br (CESPE/Perito Criminal-Área 1 – PF/2013) Julgue o item seguinte, de acordo com os princípios de contabilidade e as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Relevância e comparabilidade são características qualitativas fundamentais da informação contábil-financeira útil, pois tornam a informação capaz de fazer a diferença nas decisões tomadas pelos usuários. ( ) Certo ou ( ) Errado. Resolução: Acabamos de ver que as características qualitativas fundamentais são relevância e representação fidedigna. Ainda, somente a informação relevante é capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. Gabarito: Errado. 4.2 - Características Qualitativas de Melhoria Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade são características qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é relevante e que é representada com fidedignidade. As características qualitativas de melhoria podem também auxiliar a determinar qual de duas alternativas que sejam consideradas equivalentes em termos de relevância e fidedignidade de representação deve ser usada para retratar um fenômeno. Entretanto, não são capazes tornar a informação útil se esta informação não for relevante ou não tiver representação fidedigna. 4.2.1. Comparabilidade As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por exemplo, vender ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ou Características Qualitativas de Melhoria Comparabilidade verificabilidade compreensibilidade tempestividade Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 14 de 72 www.exponencialconcursos.com.br noutra. Consequentemente, a informação acerca da entidade que reporta informação será mais útil caso possa ser comparada com informação similar sobre outras entidades e com informação similar sobre a mesma entidade para outro período ou para outra data. Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles. Diferentemente de outras características qualitativas, a comparabilidade não está relacionada com um único item. A comparação requer no mínimo dois itens. Consistência, embora esteja relacionada com a comparabilidade, não significa o mesmo. Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos para os mesmos itens, tanto de um período para outro considerando a mesma entidade que reporta a informação, quanto para um único período entre entidades. Comparabilidade é o objetivo; a consistência auxilia a alcançar esse objetivo. Comparabilidade não significa uniformidade. Para que a informação seja comparável, coisas iguais precisam parecer iguais e coisas diferentes precisam parecer diferentes. A comparabilidade da informação contábil- financeira não é aprimorada ao se fazer com que coisas diferentes pareçam iguais ou ainda ao se fazer coisas iguais parecerem diferentes. 4.2.2. Verificabilidade A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar. A verificabilidade significa que diferentes observadores, cônscios e independentes, podem chegar a um consenso, embora não cheguem necessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de uma realidade econômica em particular ser uma representação fidedigna. A verificação pode ser direta ou indireta. Verificação direta significa verificar um montante ou outra representação por meio de observação direta, como, por exemplo, por meio da contagem de caixa. Comparabilidade não significa o mesmo que Consistência uso dos mesmos métodos para os mesmos itens Uniformidade Usar o mesmo método de comparação Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 15 de 72 www.exponencialconcursos.com.br Verificação indireta significa checar os dados de entrada do modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os resultados obtidos por meio da aplicação da mesma metodologia. Um exemplo é a verificação do valor contábil dos estoques por meio da checagem dos dados de entrada (quantidades e custos) e por meio do recálculo do saldo final dos estoques utilizando a mesma premissa adotada no fluxo do custo (por exemplo, utilizando o método PEPS). 4.2.3. Tempestividade Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Em geral, a informação mais antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, certa informação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após o encerramento do período contábil, em decorrência de alguns usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências.4.2.4. Compreensibilidade Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão torna-a compreensível. Certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem ser facilmente compreendidos. A exclusão de informações sobre esses fenômenos dos relatórios contábil-financeiro pode tornar a informação constante em referidos relatórios mais facilmente compreendida. Contudo, referidos relatórios seriam considerados incompletos e potencialmente distorcidos (misleading). Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e que revisem e analisem a informação diligentemente. Por vezes, mesmo os usuários bem informados e diligentes podem sentir a necessidade de procurar ajuda de consultor para compreensão da informação sobre um fenômeno econômico complexo. (FEPESE/Adaptada/AFRE - SC/2010) São características qualitativas das demonstrações contábeis: a) relevância, tempestividade, confiabilidade, comparabilidade e neutralidade. b) comparabilidade, continuidade, relevância, primazia da essência. c) materialidade, compreensibilidade, relevância, confiabilidade. d) compreensibilidade, relevância, representação fidedigna, comparabilidade. e) confiabilidade, compreensibilidade, comparabilidade, integridade. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 16 de 72 www.exponencialconcursos.com.br Resolução: Lembrar que as características qualitativas foram divididas em duas categorias: 1. Características qualitativas fundamentais: relevância; e representação fidedigna. 2. Características qualitativas de melhoria: comparabilidade; verificabilidade; tempestividade; e compreensibilidade. Gabarito: Letra D. 4.3 - Restrição de custo na elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro útil O custo de gerar a informação é uma restrição sempre presente na entidade no processo de elaboração e divulgação de relatório contábil- financeiro. O processo de elaboração e divulgação de relatório contábil- financeiro impõe custos, sendo importante que ditos custos sejam justificados pelos benefícios gerados pela divulgação da informação. Assim, é necessário ponderar a relação do custo-benefício da informação, para que o benefício gerado pela divulgação da informação justifique os seus custos. (ESAF/AFC - Contábil - STN/2013) A empresa Patrimônio S.A. efetuou a depreciação utilizando os percentuais fiscais, ainda que soubesse que a vida econômica do bem era maior do que as taxas fiscais. A decisão foi tomada em função das dificuldades em controlar as duas depreciações, o que levaria a empresa a ter custos de controle não suportáveis pelo porte e situação financeira da empresa, inviabilizando o negócio. Referida situação: a) afeta diretamente a neutralidade na apresentação de uma demonstração contábil fidedigna, não sendo possível considerar a demonstração fidedigna. b) altera a demonstração contábil de forma material, impedindo o reconhecimento como uma demonstração contábil fidedigna. c) permite considerar a demonstração contábil fidedigna, uma vez que o custo para geração de uma informação com melhor qualidade não justificaria o benefício. d) atende ao princípio da prudência, visto que a decisão de adotar a depreciação que atribui maior valor ao resultado permite a geração de uma demonstração conservadora mais fidedigna. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 17 de 72 www.exponencialconcursos.com.br e) distorce a possibilidade do usuário em analisar a demonstração contábil, sendo necessário o ajuste para considerá-la fidedigna. Resolução: Sabemos que a Contabilidade, nos casos de depreciação de bens do ativo imobilizado, leva em consideração a vida econômica do bem, ou seja, por quanto tempo o bem pode ser utilizado pela empresa. Assim, a Contabilidade não deve levar em consideração as exigências do fisco. Para atender esta, o contador deverá fazer ajustes em livros auxiliares. Porém, cabe à administração da empresa, sem ferir os Princípios e Convenções, bem como as normas constantes da Legislação Comercial e Fiscal, estabelecer uma relação custo-benefício, para decidir sobre a adoção de um sistema contábil mais apurado e detalhado, evitando o desperdício de tempo e dinheiro para controlar elementos e mutações patrimoniais de pequena expressão em relação ao conjunto do Patrimônio. Nesse caso, como o custo para geração de uma informação com melhor qualidade não justificaria o benefício, permite-se considerar a demonstração contábil fidedigna, mesmo sem utilizar a forma correta de depreciação. Gabarito: Letra C. Conforme a premissa subjacente da continuidade, as demonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como premissa que a entidade está em atividade e irá manter-se em operação por um futuro previsível. Desse modo, parte-se do pressuposto de que a entidade não tem a intenção, nem tampouco a necessidade, de entrar em processo de liquidação ou de reduzir materialmente a escala de suas operações. Por outro lado, se existir a intenção ou necessidade de liquidação, ou seja, de a empresa descontinuar suas operações, as demonstrações contábeis podem ter que ser elaboradas em bases diferentes e, nesse caso, a base de elaboração utilizada deve ser divulgada. Continuando a nossa aula, vamos abordar agora os elementos das demonstrações contábeis. As demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das transações e outros eventos, por meio do grupamento dos mesmos em classes amplas de acordo com as suas características econômicas. Essas classes amplas são denominadas de elementos das demonstrações contábeis. Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço patrimonial são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes são definidos como segue: 5 - Elementos das Demonstrações Contábeis Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 18 de 72 www.exponencialconcursos.com.br (a) ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade; (b) passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos; (c) patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. A demonstração das mutações na posição financeira (Demonstração dos Fluxos de Caixa, por exemplo) usualmente reflete os elementos da demonstração do resultado e as alterações nos elementos do balanço patrimonial. NÃO VÁ PARA A PROVA SEM MEMORIZAR AS DEFINIÇÕES ACIMA. 5.1 - Ativos Os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, o ativo pode ser: (a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de bens ou na prestação de serviços a serem vendidos pela entidade; Ativo Recursos controlado pela entidade O controle dos recursos pela entidade não significa, necessariamente, que ela tenha a propriedade jurídica de determinado bem ou direito, pois devemos levar em consideração a Primazia da Essência sobre a Forma. Assim, no caso do arrendamento financeiro, que o comprador não tem a propriedade, mas possui o controle do bem, este deve ser contabilizado como Ativo. Resultadode eventos passados O ativo refere-se a algo que já aconteceu. Assim, quando adquirimos matéria-prima para a produção, devemos registrar no ativo. Diferentemente, quando temos apenas a intenção de adquirir a matéria-prima, não registramos essa operação no ativo. Futuros benefícios econômicos para a entidade Para registrar um ativo, a empresa necessita que o bem resulte em futuros benefícios econômicos para a entidade. Por exemplo, quando gera ingressos de disponibilidades ou é utilizado nas atividades operacionais da entidade. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 19 de 72 www.exponencialconcursos.com.br (b) trocado por outros ativos; (c) usado para liquidar um passivo; ou (d) distribuído aos proprietários da entidade. Vale lembrar que muitos ativos, como, por exemplo, itens do imobilizado, têm forma física. Porém, a forma física não é essencial para a existência de ativo. Assim sendo, as patentes e os direitos autorais, por exemplo, são considerados ativos, caso deles sejam esperados que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e caso eles sejam por ela controlados, mesmo sem possuir existência física. Por outro lado, muitos ativos, como, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão associados a direitos legais, incluindo o direito de propriedade. No entanto, ao determinar a existência do ativo, o direito de propriedade não é essencial. Assim, por exemplo, um imóvel objeto de arrendamento mercantil será um ativo, caso a entidade controle os benefícios econômicos que são esperados que fluam da propriedade. 5.2 - Passivos Não é essencial para existência de um ativo Forma Física Direito de Propriedade Passivo Obrigação presente da entidade ▪ Uma obrigação é presente quando a existência da dívida não depende de evento futuro. Assim, o passivo resulta de evento já ocorrido, como o financiamento de veículo e a aquisição de mercadorias Derivada de eventos passados ▪ Os eventos passados é que são classificados como passivos, tais como a aquisição de mercadorias. Eventos fututros não configuram passivo Liquidação se espera saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ▪ O passivo será liquidado com recursos capazes de gerar benefícios econômicos ▪ A liquidação será feita por meio de pagamento em caixa (diminuição do ativo), transferência de ativos (como bens ou mercadorias) ou substituição por outra obrigação, dentre outras Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 20 de 72 www.exponencialconcursos.com.br A liquidação de uma obrigação presente pode ocorrer de diversas maneiras, como, por exemplo, por meio de: (a) pagamento em caixa; (b) transferência de outros ativos; (c) prestação de serviços; (d) substituição da obrigação por outra; ou (e) conversão da obrigação em item do patrimônio líquido. A obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela renúncia do credor ou pela perda dos seus direitos. 5.3 - Patrimônio Líquido Embora o patrimônio líquido seja definido como algo residual (ATIVO – PASSIVO), ele pode ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, na sociedade por ações, recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes de retenções de lucros e reservas representando ajustes para manutenção do capital podem ser demonstrados separadamente. O montante pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial depende da mensuração dos ativos e passivos. Normalmente, o montante agregado do patrimônio líquido somente por coincidência corresponde ao valor de mercado agregado das ações da entidade ou da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus ativos líquidos numa base de item-por-item, ou da entidade como um todo, tomando por base a premissa da continuidade. Vamos praticar futuros Auditores Fiscais da RFB!!!!! (ESAF/Inspetor – CVM/2010) Aponte abaixo a opção que contém uma assertiva incorreta. a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos para a entidade. c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os resultados. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 21 de 72 www.exponencialconcursos.com.br d) Muitos ativos têm uma substância física. Entretanto, substância física não é essencial à existência de um ativo. e) Muitos ativos estão ligados a direitos legais, inclusive a direito de propriedade. Ao determinar a existência de um ativo, entretanto, o direito de propriedade não é essencial. Resolução: Analisando item a item: a) Correta. Perfeita definição para ativo, conforme CPC 00. b) Correta. Redação literal da definição de passivo do CPC 00. c) Incorreta. Patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos, e não os resultados. d) Correta. A substância física não é essencial à existência de um ativo, como é o caso dos bens classificados no Intangível. e) Correta. Muitos ativos, como, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão associados a direitos legais, incluindo o direito de propriedade. No entanto, ao determinar a existência do ativo, o direito de propriedade não é essencial. Gabarito: Letra C. 5.4 - Perfomance O resultado é frequentemente utilizado como medida de performance ou como base para outras medidas, tais como o retorno do investimento ou o resultado por ação. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas. Os elementos de receitas e despesas são definidos como segue: DESPESAS São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido e que não estejam relacionados com distribuição aos detentores dos instrumentos patrimoniais. RECEITAS Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais; Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 22 de 72 www.exponencialconcursos.com.br 5.5 - Receitas A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas quanto ganhos. A receita surge no curso das atividades usuais da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties, aluguéis. A receita também pode resultar da liquidação de passivos. Por exemplo, a entidade pode fornecer mercadorias e serviços ao credor por empréstimo em liquidação da obrigação de pagar o empréstimo. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem ou não surgir no curso das atividades usuais da entidade, representando aumentos nos benefícios econômicos. Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da venda de ativos não circulantes (veículos, terrenos, imóveis etc.).5.6 - Despesas A definição de despesas abrange tanto as perdas quanto as despesas propriamente ditas que surgem no curso das atividades usuais da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades usuais da entidade incluem, por exemplo, o custo das vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado. A definição de despesas também inclui as perdas não realizadas. Por exemplo, as que surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de moeda estrangeira com relação aos empréstimos da entidade a pagar em tal moeda. Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas e podem ou não surgir no curso das atividades usuais da entidade, representando decréscimos nos benefícios econômicos. Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e inundações, assim como as que decorrem da venda de ativos não circulantes. (FCC/Contadoria - TRF 2ª Região/2012) De acordo com o disposto na Estrutura Conceitual da Contabilidade atualmente vigente em nosso país, a) um recurso, para ser contabilizado como ativo, precisa obrigatoriamente ser de propriedade formal da entidade. b) uma obrigação futura e que não é resultado de eventos passados pode ser contabilizada como um passivo da entidade. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 23 de 72 www.exponencialconcursos.com.br c) as receitas são aumentos de ativos ou diminuições de passivos que tem como consequência aumentos do patrimônio líquido, resultantes de transações da entidade com seus sócios ou acionistas. d) o valor do patrimônio líquido de uma entidade com fins lucrativos não pode ser menor que zero. e) toda despesa implica uma diminuição do patrimônio líquido, mas nem toda diminuição do patrimônio líquido resulta de uma despesa. Resolução: a) Incorreta. Vimos que o direito de propriedade não é essencial para existência do ativo. b) Incorreta. O passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. c) Incorreta. Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais (sócios ou acionistas); d) Incorreta. É nítido que o Patrimônio Líquido pode ser menor do que zero. Basta que o Passivo da entidade seja maior que o seu Ativo. Se uma determinada entidade apresentar consequentes prejuízos, poderá ficar com o patrimônio negativo, situação chamada de “passivo a descoberto”. e) Correta. As despesas resultam em decréscimo do patrimônio líquido. Porém, a recíproca não é verdadeira. Podemos ter situações de diminuição do Patrimônio Líquido sem que haja uma despesa, por exemplo, na distribuição de dividendos a partir de reservas de lucro. Gabarito: Letra E. Reconhecimento é o processo que consiste na incorporação ao balanço patrimonial ou à demonstração do resultado de item que se enquadre na definição de elemento e que satisfaça os seguintes critérios de reconhecimento: (a) for provável que algum benefício econômico futuro associado ao item flua para a entidade ou flua da entidade; e (b) o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade (a informação é confiável quando ela é completa, neutra e livre de erro). 6 - Reconhecimento dos elementos das Demonstrações Contábeis Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 24 de 72 www.exponencialconcursos.com.br O reconhecimento envolve a descrição do item, a mensuração do seu montante monetário e a sua inclusão no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado. Os itens que satisfazem os critérios de reconhecimento devem ser reconhecidos no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado. A falta de reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas contábeis adotadas nem tampouco pelas notas explicativas ou material elucidativo. 6.1 - Reconhecimento de ativos Um ativo não deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando os gastos incorridos não proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente. Ao invés disso, tal transação deve ser reconhecida como despesa na demonstração do resultado. 6.2 - Reconhecimento de passivos 6.3 - Reconhecimento de receitas Um ativo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade; e seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade. Um passivo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida em liquidação de obrigação presente; e o valor pelo qual essa liquidação se dará puder ser mensurado com confiabilidade. A receita deve ser reconhecida na demonstração do resultado quando resultar em aumento nos benefícios econômicos futuros relacionado com aumento de ativo ou com diminuição de passivo; e puder ser mensurado com confiabilidade. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 25 de 72 www.exponencialconcursos.com.br Na prática, o reconhecimento da receita ocorre simultaneamente com o reconhecimento do aumento nos ativos ou da diminuição nos passivos (por exemplo, o aumento líquido nos ativos originado da venda de bens e serviços ou o decréscimo do passivo originado do perdão de dívida a ser paga). 6.4 - Reconhecimento de despesas Na prática, o reconhecimento da despesa ocorre simultaneamente com o reconhecimento de aumento nos passivos ou de diminuição nos ativos (por exemplo, a alocação por competência de obrigações trabalhistas ou da depreciação de equipamento). As despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado com base na associação direta entre elas e os correspondentes itens de receita. Esse processo, usualmente chamado de confrontação entre despesas e receitas (regime de competência), envolve o reconhecimento simultâneo ou combinado das receitas e despesas que resultem diretamente ou conjuntamente das mesmas transações ou outros eventos. Por exemplo, os vários componentes de despesas que integram o custo das mercadorias vendidas devem ser reconhecidos no mesmo momento em que a receita derivada da venda das mercadorias é reconhecida. Quando se espera que os benefícios econômicos sejam gerados ao longo de vários períodos contábeis e a associação com a correspondente receita somente possa ser feita de modo geral e indireto, as despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado com base em procedimentos de alocação sistemática e racional. Muitas vezes isso é necessário ao reconhecer despesas associadas com o uso ou o consumo de ativos, tais como itens do imobilizado, ágio pela expectativa de rentabilidade futura (goodwill), marcas e patentes. Em tais casos, a despesa é designada como depreciação ou amortização. Esses procedimentos de alocação destinam-se a reconhecer despesas nos períodos contábeis em que os benefícios econômicos associados a tais itens sejam consumidos ou expirem. As despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado quando resultarem em decréscimonos benefícios econômicos futuros, relacionado com o decréscimo de um ativo ou o aumento de um passivo; e puder ser mensurado com confiabilidade. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 26 de 72 www.exponencialconcursos.com.br A despesa deve ser reconhecida imediatamente na demonstração do resultado quando o gasto não produzir benefícios econômicos futuros ou quando, e na extensão em que, os benefícios econômicos futuros não se qualificarem, ou deixarem de se qualificar, para reconhecimento no balanço patrimonial como ativo. Por exemplo, um bem do imobilizado que for considerado imprestável, seu valor contábil deve ser reconhecido diretamente no resultado, como despesa. A despesa também deve ser reconhecida na demonstração do resultado nos casos em que um passivo é incorrido sem o correspondente reconhecimento de ativo, como no caso de passivo decorrente de garantia de produto. (FCC/Analista - MPE-AP/2012) No Balanço patrimonial ou demonstração do resultado a) um Ativo deve ser reconhecido quando for provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade. b) um Ativo deve ser reconhecido quando os gastos incorridos não proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente. c) um Ativo deve ser reconhecido quando for provável que uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida em liquidação de obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará puder ser mesurado com confiabilidade. d) as despesas devem ser reconhecidas quando resultarem em acréscimo nos benefícios econômicos futuros, relacionado com o acréscimo de um ativo ou decréscimo de um passivo, e puder ser mensurado com confiabilidade. e) a receita deve ser reconhecida quando resultar em redução dos benefícios econômicos futuros relacionado com redução de ativo ou com acréscimo de passivo e puder ser mensurado com confiabilidade. Resolução: Essa questão cobrou a pura literalidade do CPC 00. Difícil memorizar tudo isso. Porém, preste atenção nas partes mais importantes, que estarão destacadas na questão. Analisando cada item temos: a) Correta. Perfeita definição da maneira como o ativo é reconhecido no balanço patrimonial. b) Incorreta. Pura decoreba da norma. Um Ativo não deve ser reconhecido quando os gastos incorridos não proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 27 de 72 www.exponencialconcursos.com.br c) Incorreta. Um Ativo Passivo deve ser reconhecido quando for provável que uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida em liquidação de obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará puder ser mesurado com confiabilidade. d) Incorreta. As despesas devem ser reconhecidas quando resultarem em acréscimo decréscimo nos benefícios econômicos futuros, relacionado com o acréscimo decréscimo de um ativo ou decréscimo aumento de um passivo, e puder ser mensurado com confiabilidade. e) Incorreta. A receita deve ser reconhecida quando resultar em redução aumento dos benefícios econômicos futuros relacionado com redução aumento de ativo ou com acréscimo diminuição de passivo e puder ser mensurado com confiabilidade. Gabarito: Letra A. Mensuração é o processo que consiste em determinar os montantes monetários por meio dos quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do resultado. Esse processo envolve a seleção da base específica de mensuração. Um número variado de bases de mensuração é empregado em diferentes graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases incluem o que segue: (a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos montantes pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos montantes dos recursos recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (como, por exemplo, imposto de renda), pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa se espera serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações. Custo histórico: É a base de mensuração mais utilizada pelas empresas na elaboração das demonstrações contábeis. (b) Custo corrente. Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são reconhecidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam necessários para liquidar a obrigação na data do balanço. Custo corrente: É o valor do ativo ou do passivo na data fechamento das demonstrações contábeis (balanço). 7 - Mensuração dos elementos das Demonstrações Contábeis 8 - Conceitos de capital e manutenção de capital7 - Mensuração dos elementos das Demonstrações Contábeis Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 28 de 72 www.exponencialconcursos.com.br (c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela sua venda em forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos seus montantes de liquidação, isto é, pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se espera serão pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações. Valor realizável: É o valor obtido com a venda do ativo no curso normal das operações, deduzidos das despesas necessárias para concretizá-la. Por exemplo, se a empresa tem uma máquina no valor de R1.000,00, e as despesas necessárias para vendê-la são de R$ 50,00, o valor realizável desse bem é R$ 950,00. No caso do passivo, é o valor que será desembolsado, não descontados a valor presente, para liquidar as obrigações. (d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de entradas líquidas de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de saídas líquidas de caixa que se espera serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações. Valor presente: É o valor do ativo ou passivo na data da operação, deduzido dos juros ou encargos financeiros embutidos nos valores das compras e das vendas, quando feitas a prazo. Por exemplo, se a empresa compra uma máquina por R$ 120.000,00 em 10 parcelas de R$ 12.000,00, com juros de R$ 20.000,00, o valor presente dessa máquina é R$ 100.000,00 (120.000,00 – 20.0000,00). O custo histórico é normalmente combinado com outras bases de mensuração. Por exemplo, os estoques são geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, os títulos e valores mobiliários negociáveis podem em determinadas circunstâncias ser mantidos a valor de mercado e os passivos decorrentes de pensões são mantidos pelo seu valor presente. Ademais, em algumas circunstâncias, determinadas entidades usam a base de custo corrente como resposta à incapacidade de o modelo contábil de custo histórico enfrentar os efeitos das mudanças de preços dos ativos não monetários.Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 29 de 72 www.exponencialconcursos.com.br Esquematizando: Bases de Mensuração Ativo Passivo Custo Histórico Valor na data da aquisição Valor recebido ou valor para liquidar o passivo no curso normal das operações Custo Corrente Valor para adquirir na data do balanço/demonstrações contábeis Valor, não descontado, para liquidar a obrigação na data do balanço/demonstrações contábeis Valor Realizável Valor obtido pela venda de forma ordenada Valor, não descontado, para liquidar as obrigações no curso normal das operações da entidade Valor Presente Valor presente, descontado, do fluxo futuro de entradas líquidas de caixa esperado no curso normal das operações Valor presente, descontado, do fluxo futuro de saídas liquidas de caixa esperado para liquidar o passivo no curso normal das operações (FGV/MPE-MS/2012) Relacione os fatores das variações dos componentes patrimoniais apresentados à direita, com suas respectivas definições. 1. Custo corrente ( ) É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos 2. Valor realizável ( ) Os ativos são descontados do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade 3. Valor presente ( ) Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada 4. Valor justo ( ) Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis Assinale a alternativa que mostra a relação correta, de cima para baixo. a) 1, 3, 2 e 4. b) 1, 4, 2 e 3. c) 4, 2, 3 e 1. d) 2, 4, 3 e 1. e) 4, 3, 2 e 1. Resolução: Analisando item a item: (4) Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 30 de 72 www.exponencialconcursos.com.br (3) Falou que os ativos e passivos são descontados do fluxo futuro, lembre-se da base de mensuração Valor Presente. (2) Falou que o ativo foi obtido pela venda de forma ordenada, lembre-se do Valor Realizável. (1) Quando mencionar que o ativo é reconhecido pelo valor na “data do balanço” ou “data das demonstrações contábeis” ou “período de reporte”, lembre-se da base de mensuração Custo Corrente. O conceito de capital financeiro (ou monetário) é adotado pela maioria das entidades na elaboração de suas demonstrações contábeis. De acordo com o conceito de capital financeiro, tal como o dinheiro investido ou o seu poder de compra investido, o capital é sinônimo de ativos líquidos ou patrimônio líquido da entidade. Segundo o conceito de capital físico, tal como capacidade operacional, o capital é considerado como a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, nas unidades de produção diária. Os conceitos de capital financeiro e físico dão origem aos seguintes conceitos de manutenção de capital: (a) Manutenção do capital financeiro. De acordo com esse conceito, o lucro é considerado auferido somente se o montante financeiro (ou dinheiro) dos ativos líquidos no fim do período exceder o seu montante financeiro (ou dinheiro) no começo do período, depois de excluídas quaisquer distribuições aos proprietários e seus aportes de capital durante o período. A manutenção do capital financeiro pode ser medida em qualquer unidade monetária nominal ou em unidades de poder aquisitivo constante. (b) Manutenção do capital físico. De acordo com esse conceito, o lucro é considerado auferido somente se a capacidade física produtiva (ou capacidade operacional) da entidade (ou os recursos ou fundos necessários para atingir essa capacidade) no fim do período exceder a capacidade física Conceito de capital financeiro (ou monetário) capital é sinônimo de ativos líquidos ou patrimônio líquido da entidade Conceito de capital físico (ou operacional) capital é considerado como a capacidade produtiva da entidade 8 - Conceitos de capital e manutenção de capital 9 - Resumo da Aula8 - Conceitos de capital e manutenção de capital Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 31 de 72 www.exponencialconcursos.com.br produtiva no início do período, depois de excluídas quaisquer distribuições aos proprietários e seus aportes de capital durante o período. O conceito de manutenção do capital físico requer a adoção do custo corrente como base de mensuração. O conceito de manutenção do capital financeiro, entretanto, não requer o uso de uma base específica de mensuração. A escolha da base conforme este conceito depende do tipo de capital financeiro que a entidade está procurando manter. De acordo com o conceito de manutenção do capital financeiro, por meio do qual o capital é definido em termos de unidades monetárias nominais, o lucro representa o aumento do capital monetário nominal ao longo do período. Assim, os aumentos nos preços de ativos mantidos ao longo do período, convencionalmente designados como ganhos de estocagem, são, conceitualmente, lucros. Entretanto, eles podem não ser reconhecidos como tais até que os ativos sejam realizados mediante transação de troca. Quando o conceito de manutenção do capital financeiro é definido em termos de unidades de poder aquisitivo constante, o lucro representa o aumento no poder de compra investido ao longo do período. Assim, somente a parcela do aumento nos preços dos ativos que exceder o aumento no nível geral de preços é considerada como lucro. O restante do aumento é tratado como ajuste para manutenção do capital e, consequentemente, como parte integrante do patrimônio líquido. De acordo com o conceito de manutenção do capital físico, quando o capital é definido em termos de capacidade física produtiva, o lucro representa o aumento desse capital ao longo do período. Todas as mudanças de preços afetando ativos e passivos da entidade são vistas, nesse conceito, como mudanças na mensuração da capacidade física produtiva da entidade. Assim sendo, devem ser tratadas como ajustes para manutenção do capital, que são parte do patrimônio líquido, e não como lucro. (FCC/ADAPTADA/Analista - Judiciário/2009) Em conformidade com o estabelecido pela Resolução CFC n° 1.374/11 o conceito financeiro de manutenção do capital, no qual o capital é definido em unidades monetárias nominais, o ganho por manutenção e/ou estocagem de ativos, no período, só podem ser reconhecidos como lucro a) no momento em que ocorrer variação do indexador definido pelo órgão regulador. b) de acordo com o regime de competência, independente da transferência para terceiros. c) ao final de cada período verificado pela variação de um indexador definido pela entidade. d) no momento em que estes ativos forem efetivamente vendidos a terceiros. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 32 de 72 www.exponencialconcursos.com.br e) ao final do período examinado, se ocorrer aumento no índice geral de preços. Resolução: Vimos que, de acordo com o conceito de manutenção do capital financeiro, no qual o capital é definido em unidades monetárias nominais, os aumentos nos preçosde ativos mantidos ao longo do período, convencionalmente designados como ganhos de estocagem, são, conceitualmente, lucros. Entretanto, eles podem não ser reconhecidos como tais até que os ativos sejam realizados mediante transação de troca (vendida a terceiros). Assim, no caso da questão, só há lucro quando os ativos foram efetivamente vendido a terceiros. Gabarito: Letra D. Por hoje é só. Apresento um resumo com os principais pontos vistos na nossa aula para futuras revisões. Bons estudos!!! Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 33 de 72 www.exponencialconcursos.com.br A Estrutura Conceitual não é um Pronunciamento Técnico propriamente dito e, portanto, não define normas ou procedimentos para qualquer questão particular sobre aspectos de mensuração ou divulgação. Nada na Estrutura Conceitual substitui qualquer Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação. Havendo conflito entre o estabelecido na Estrutura Conceitual e nos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações, estes devem prevalecer sobre a Estrutura Conceitual. 9.1 – Objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil- financeiro O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Informações fornecidas pelas demonstrações contábeis que satisfazem a necessidade comum da maioria dos seus usuários decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade determinar políticas tributárias determinar a distribuição de lucros e dividendos elaborar e usar estatísticas da renda nacional regulamentar as atividades das entidades 9 - Resumo da Aula 10 – Questões comentadas9 - Resumo da Aula Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 34 de 72 www.exponencialconcursos.com.br O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação nos períodos em que ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados ocorram em períodos distintos. Relatório contábil- financeiro de propósito geral destinam-se principalmente aos usuários primários (investidores existentes e em potencial, credores por empréstimos e outros credores), sem hierarquia de prioridade não são direcionados primariamente a outros interessados, como, por exemplo, órgãos reguladores e membros do público que não sejam usuários primários a rigor, fornecem informação para auxiliar investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, a estimarem o valor da entidade que reporta a informação não são elaborados para se chegar ao valor da entidade que reporta a informação são baseados em estimativas, julgamentos e modelos e não em descrições ou retratos exatos fornecem informação acerca da posição patrimonial e financeira da entidade, ou seja, sobre os recursos econômicos da entidade (ativos) e reivindicações conta a entidade (passivos) fornecem informação sobre efeitos da transações e outros eventos que alteram os recursos econômicos da entidade e reivindicações conta ela (receitas e despesas) 9.2 - Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 35 de 72 www.exponencialconcursos.com.br Características Qualitativas Fundamentais Relevância Capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelo usuários; Pode ter valor preditivo, valor confirmatório ou ambos; Representação Fidedigna Completa: a informação deve conter o necessário para que o usuário compreenda o fenômeno que está sendo retratado Neutra: a informação deve estar livre de viés na seleção ou na apresentação, não podendo ser distorcida para mais ou para menos. Livre de erros: o processo para obtenção da informação deve ter sido selecionado e aplicado livre de erros ou omissões. Lembrando que ser livre de erros não significa total exatidão. Características Qualitativas de Melhoria Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles. a comparabilidade não está relacionada com um único item. A comparação requer no mínimo dois itens. Não significa o mesmo que Consistência e Uniformidade. Verificabilidade assegurar aos usuários que a informação representa fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar. Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Compreensibilidade Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão A exclusão de informações complexas faz com que os relatórios sejam considerados incompletos e potencialmente distorcidos Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 36 de 72 www.exponencialconcursos.com.br O processo de elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro impõe custos, sendo importante que ditos custos sejam justificados pelos benefícios gerados pela divulgação da informação. 9.3 – A definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos a partir dos quais as demonstrações contábeis são elaboradas A premissa subjacente da continuidade parte do pressuposto que a entidade não tem a intenção, nem tampouco a necessidade, de entrar em processo de liquidação ou de reduzir materialmente a escala de suas operações. Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço patrimonial são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes são definidos como segue: Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade; Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos; Patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. O ativo pode ser: (a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de bens ou na prestação de serviços a serem vendidos pela entidade; (b) trocado por outros ativos; (c) usado para liquidar um passivo; ou (d) distribuído aos proprietários da entidade. A demonstração das mutações na posição financeira (DFC, por exemplo) usualmente reflete os elementos da demonstração do resultado e as alterações nos elementos do balanço patrimonial. Não é essencial para existência de um ativo Forma Física Direito de Propriedade Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões
Compartilhar