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03-Aos Familiares, Ética

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ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
Capítulo 10 
Aos Familiares, Ética. 
 
 
 
Sobre a Morte e o Morrer 
 
O ciclo da vida é constituído pelo nascimento, crescimento, reprodução e morte. Esses 
eventos são naturais e próprios para a construção da vida humana. Para algumas pessoas 
esses processos evolutivos não seguem iguais para todos, existe uma especificidade de se 
colocar diante dos problemas e saber enfrentá-los é a questão primordial. A morte é vista sob 
diversos contextos cultural, social, familiar e vem para cada um de acordo com sua posição 
frente ao mundo; o lidar pode estar definido ou causar outros comportamentos adversos. 
Lidar com a morte é um fenômeno sofrível e algumas pessoas não estão preparadas para 
esse enfrentamento em questões não definidas. 
 
 
Morte, Doença, Enfrentamento, Sofrimento Psíquico. 
 
Como seres superiores de todas as condições de vida na biosfera, o homem é aquele que 
tem o privilégio de comunicação plena de sua raça, pois possui a capacidade de 
discernimento e dotado dos sentidos como norteadores de escolhas. As sensações, 
percepções, pensamentos nos permitem a todo o momento um comportamento e novas 
posturas diante dos desafios, permitindo assim outras mudanças. 
 
Contextualizar sobre a vida é algo que todos nós podemos compreender na nossa trajetória 
como ser humano, no entanto nosso ciclo vital passa por processos que vai desde a 
concepção, nascimento, desenvolvimento e consequente morte. Todos esses fenômenos são 
inerentes a nossa vida cotidiana, mas para alguns indivíduos esses processos podem ser 
percebidos como fatores comuns, falam abertamente e não incomodam já outros sequer 
cogitam a ideia de morte, não quer chegar a finitude. 
 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
Nossa reação perceptiva diante do que não sabemos ou conhecemos causa estranheza e 
muito nos faz refletir se podemos ou devemos ocultar tal pensamento. O tema sobre morte e 
morrer requer seriedade, ética e respeito diante dos valores pessoais, familiares e culturais. 
O indivíduo se projeta diante da vida no antes e depois, por conseguinte na angústia de seu 
sofrimento que ora está no processo do adoecimento e morte. 
 
Diante do sofrimento da doença orgânica o indivíduo não deixa de ter sua subjetividade, ela 
está atuando a plena capacidade e até mesmo mais atuante que antes, somente num estágio 
como o enfrentamento da doença é que se dá conta de tantas etapas da vida deixaram de 
ser valorizadas, no entanto não havia uma patologia. Esse questionamento está dentro da 
normalidade que o indivíduo vivencia, pois o colocam diante de sua real condição 
de pulsão de vida e morte, as instâncias psíquicas estão plenamente em conflito sobre tal 
questão. Enquanto a atenção lhe é dada, pela escuta, o indivíduo deixa fluir seu apelo à vida 
enquanto tem consciência que pode ser tarde demais. 
 
Uma vez que o fim está próximo à capacidade de contingência nesse conflito entre viver e o 
morrer pode ser suplementado por uma força incomum diante da fragilidade humana. Para 
alguns indivíduos poderá ocorrer uma nova representação em simbolizar uma forma mais 
elaborada e compreendida que não ter como reverter à situação. 
 
O Temor da Morte 
 
A morte suscita um questionamento e traz muitas questões acerca do enfrentamento da 
finitude. A morte é uma consequência natural da vida, faz parte do ciclo vital que todos os 
seres enfrentam, sejam a raça humana ou outro tipo de vida. Não podemos escapar dessa 
etapa do nosso ciclo de vida, mas para algumas pessoas o fato de apenas citar o 
questionamento já causa desconforto, luta ou fuga. Para que o indivíduo possa assimilar 
entre sua real situação com um fato novo que lhe tira a plenitude é desconfortante e causa 
temor, medo e mudança de comportamento. 
 
“Do ponto de vista psiquiátrico, isto é, bastante compreensível e talvez explique melhor pela noção 
básica de que, em nosso inconsciente, a morte nunca é possível quando se trata de nós mesmos. É 
inconcebível para o inconsciente imaginar um fim real para nossa vida na terra e, se a vida tem um 
fim, este será sempre atribuído a uma intervenção maligna fora do nosso alcance.” (KÜBLER-ROSS, 
1996 p. 14). 
 
Podemos perceber que a ideia de morte na leitura da psiquiatria nossa instância psíquica não 
concebe vislumbrar um parecer final sobre o fim da vida. È algo inerente que não nos 
pertence, mas que está presente a todo o momento. Associar uma vida que usufruímos em 
sua plenitude e em seguida nos depararmos com algo que nos tira o sentido da vida, causa 
estranheza e repúdio. Assimilar e aceitar essa verdade são algo que desmonta tudo que foi 
construído diante de nossa vivência. 
 
“A necessidade humana de se explicar, de saber sua origem e de tentar desvendar qual será o seu 
destino após a morte faz com que seja buscado e teorizado sem nenhum parâmetro de aceitação em 
contradições a tais princípios e buscas”. (CAMOM, 2008, p. 04). 
 
A autora fala nesse capítulo sobre diversas formas de temores acerca da morte, citando 
exemplos de como chega essa realidade para as pessoas. Um fato curioso que nos chamou 
atenção, de um senhor fazendeiro que sofreu uma queda e pediu para morrer em casa. É um 
NECROBR
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/a-teoria-da-angustia-na-psicanalise
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/introducao-ao-conceito-de-pulsao
https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-clinica/uma-abordagem-psicologica-sobre-o-medo
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/o-inconsciente
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
exemplo bastante claro de aceitação, pois a atitude diante do fato põe a pessoa acerca do 
seu fim, dando-lhe a oportunidade de distribuir entre os seus a partilha de bens e 
responsabilidades, com isso, ele “pode” morrer em paz. É curiosoporque de imediato decidiu 
dar as ordens, pois seu fim chegou e não quer “partir” sem que tivesse cumprido sua missão. 
 
Esse fato foi vivenciado pela autora quando ainda era criança e não foi esquecido, na 
atualidade não se tem mais esse ritual. 
 
“Morrer se torna um ato solitário e impessoal porque o paciente não raro é removido de seu ambiente 
familiar e levado às pressas para sua sala de emergência. Qualquer um que tenha estado muito 
doente e necessitado de repouso e conforto se lembrará de ter sido posto numa maca sob o som 
estridente da sirene, e da corrida desenfreada até de abrirem as portas do hospital”. (KÜBLER-ROSS, 
1996 p. 20). 
 
Estar doente significa já um estado de vulnerabilidade, e quando não há um tratamento mais 
humanizado o indivíduo se vê a sós diante do seu sofrimento e enfrentamento de sua 
patologia, no tocante a gravidade dos casos citados pela autora, os pacientes entrevistados 
no hospital e os estados de saúde com grave agravamento e alguns em estado terminal, só 
resta o conformismo e abandono, pois vai perdendo sua identidade e já não lhe é concedido 
o direito de opinar. 
 
Nesse processo o paciente está sofrendo mais pelo que ainda pode ser feito por ele, e afinal 
o hospital está ali exatamente para essa função, o alívio da dor orgânica, pois o sofrimento 
psíquico, esse não poderá ser mensurado, é o momento da vivência que se dá ao paciente, 
qual sua postura frente à doença e como ele lida com esse temor de morte. Essa questão é 
permeada de um imenso anseio de luta, para alguns pode ser mais aceito, para outros 
paciente pode ser extremamente sofrível e inaceitável. 
 
Atitudes diante da Morte e do Morrer. 
 
Nesse tópico a autora traz uma questão que envolve a sociedade numa contribuição 
defensiva. Trazendo para essa vertente podemos perceber o quanto ainda é um tabu se falar 
abertamente sobre morte e quais contribuições pode surtir. É um tanto pesado falar sobre a 
contribuição da morte, mas embora com todo o respeito que o assunto emerge, é possível 
sim fazer várias leituras acerca. As pessoas estão mais habituadas a planejamentos futuros, 
planos para uma velhice tranquila, vários métodospara prolongar a juventude. 
 
Estamos no convívio social da medicina estética corretiva, preventiva e curativa, mas 
deixamos de lado alguns aspectos subjetivos como a nossa finitude. Não existe uma cultura 
onde se trabalha nosso deixar de existir. É nossas projeções perpetuar nossos genes para a 
posteridade, e, isso se faz através de nossos descendentes, mas que no fundo ocultamos 
o medo da morte. A ciência moderna já usa técnicas avançadas como a clonagem de células 
tronco para prevenção de doenças e até retardar a morte. 
 
Notadamente o termo usado nesse livro sobre a morte, nos dá uma visão global da morte, 
pois o fato é que não acontece apenas pelo fato do adoecimento, mas pelas circunstâncias 
que se dão. Vejamos a problemática de ataques suicidas planejados por grupos e facções 
islâmicas pelo mundo a fora, esse forma de aniquilamento é um fato em si, ocasiona a vida 
que é tirada de pessoas que não deveriam ter morrido naquela circunstancia, mas aconteceu. 
NECROBR
https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-clinica/uma-abordagem-psicologica-sobre-o-medo
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
Outro fato bastante comum são as guerras onde milhares de combatentes perdem suas 
vidas, movidos por uma ideologia da pátria a que serviu. 
 
 
“Contudo”, podemos aceitar a morte do próximo, e as notícias do número dos que morrem nas 
guerras, nas batalhas e nas autoestradas só confirmam a crença inconsciente em nossa imortalidade, 
fazendo com que – no mais recôndito do nosso inconsciente – nos alegremos com um “ainda bem 
que não fui eu”. (KÜBLER-ROSS pag. 26, 1996). 
 
Uma vez que não se pode fugir do fato em si, existe a luta pela rejeição ao concreto, então os 
indivíduos burlam suas frustrações a outros desafios, tentando suprimir esse medo que 
aterroriza e nos põe em tensão por não querer aceitar o fato. Esses acontecimentos podem 
acontecer por exatamente não sabermos lidar com uma certeza, mas que os 
comportamentos que a sociedade demonstra através da violência desenfreada, por inúmera 
e crescente incapacidade de saber lidar com as adversidades, inconscientemente cresce o 
número estatístico da violência urbana. 
 
Nesse contexto podemos perceber o papel da religião e sua função na vida dos indivíduos; 
em tempos não muito distantes, as pessoas tinham mais voltados suas atitudes e condutas 
mais arraigadas e incondicionadas a fé em Deus, com isso acreditavam que ao morrer tinha 
certeza que encontraria uma vida futura, aliviando assim dor e sofrimento, era como se a 
morte lhe fosse como um prêmio pelos sofrimentos na terra. 
 
Essa fé nos dias atuais está cada vez mais afastada desses preceitos cultivados pelas 
pessoas mais velhas. Atualmente, percebemos que o prolongamento da vida se dá através 
de equipamentos muito sofisticados onde uma pessoa acometida de uma patologia pode 
permanecer por anos ligados a uma máquina, retardando sua vida e na confiança da 
medicina e de seus familiares um restabelecimento, como também a religiosidade e a fé no 
poder da cura. 
 
Primeiro Estágio: Negação e Isolamento 
 
Diante do quadro que se apresenta de um diagnóstico o paciente busca não compreender o 
que está acontecendo e numa postura de negar sua condição, burla a verdade de forma a 
não aceitar um diagnóstico. Suas atitudes são de novo diagnósticas, pois busca resposta que 
anulem a primeira e sufoquem uma angústia desnecessária. Quando da confirmação 
novamente busca outra saída na esperança de uma nova interpretação. 
 
Comumente a negação é uma defesa temporária, sendo logo substituída por uma aceitação parcial. A 
negação assumida nem sempre aumenta a tristeza, caso dure até o fim, o que, ainda, considero uma 
raridade. (KÜBLER-ROSS pag. 26 1996). 
 
Segundo Estágio: A Raiva 
 
Nesse momento o paciente já um tanto sofrido pela busca de compreender e entender sua 
patologia, começa a substituir seu sentimento de negação pela raiva. Vários são os 
questionamentos do porque aconteceu uma fatalidade dessas, e se manter firme diante de 
um quadro agressivo da doença não é fácil. Uma vez acometido, sua postura para o 
enfrentamento bem como seus familiares torna penoso o reconhecer-se doente e muitas 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
vezes o paciente não tem expectativas quanto sua cura e passa a negligenciar a presença 
dos mesmos. 
 
Quando dos momentos de rejeição mesmo sendo o tratamento adequado para prolongá-lo da 
vida, o paciente reage com agressividade aos médicos, equipe de enfermagem e mesmo os 
familiares, pois esse tipo de comportamento para o paciente na sua visão de ser doente já 
não faz tanto sentido, afinal ele sabe que seu fim está próximo. 
 
Outro estágio pelo qual o paciente vivencia é o da barganha. Neste, há uma adiamento do 
sofrimento através do “bom comportamento”, com o intuito de receber uma premiação. Por 
exemplo, um paciente em estado terminal deseja visitar um amigo. 
 
Então ele se comporta bem, toma todos os medicamentos e depois pede ao médico que o 
deixe ir ver o tal amigo. Na maioria das vezes, a equipe do hospital acaba cedendo, porém o 
paciente não deixa de pedir novamente se outra vez quiser visitar alguém. É a chamada 
“promessa implícita!”. 
 
Diante da situação, ele faz a promessa de que esse é o último pedido, todavia nunca 
obedecerá. A maior parte das barganhas é feita com Deus, em segredo e indica uma 
realização de uma meta auto-imposta a ser cumprida. 
 
Psicologicamente, as promessas podem estar associadas a uma culpa recôndita. Portanto, seria bom 
se as observações feitas por esses pacientes não fossem menosprezadas pela equipe hospitalar. 
(KÜBLER-ROSS pag. 97, 1996). 
 
Um estágio bastante conhecido principalmente quando o paciente encontra-se em fase 
terminal é a depressão. Há dois tipos de depressão: a que o paciente geralmente reage, 
quando pensa em tudo o que fez ou deixou de fazer, pensa nas pessoas de que gosta ou 
não, pensa nos amigos e na família que tem que deixar, aumentando a sua tristeza e o seu 
sentimento de culpa; e a que o paciente tem de se submeter para se preparar para a morte. 
Este último tipo de depressão leva em consideração perdas iminente, ou seja, perdas 
imediatas, diferente do primeiro tipo que aborda perdas passadas. 
 
Não seria bom se em um paciente que estivesse se preparando para a morte fosse 
encorajado a ver o lado bom das coisas, mas sim ouvido, pois geralmente ele quer se 
comunicar, falar o que sente e perceber que é ouvido. Ele tem que exteriorizar o seu 
sofrimento para que, desse modo, haja um alívio e certo agradecimento por parte dele. 
 
É esta a hora em que o paciente pede para rezar, em que começa a se ocupar com coisas que estão 
a sua frente e não com as que ficaram para trás. É a hora em que a interferência excessiva de 
visitantes que tentam animá-lo retarda sua preparação emocional, em vez de incentivá-la. (KÜBLER-
ROSS pag. 101-102, 1996). 
 
Talvez se a equipe toda tivesse essa visão, ajudaria mais no apoio ao paciente neste estado. 
Ele poderia descansar e morrer tranquilo. 
 
Deveriam saber que este tipo de depressão é necessário e benéfico, se o paciente tiver de morrer 
num estágio de aceitação e paz. Só os que conseguiram superar suas angústias e ansiedades são 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
capazes de alcançar este estágio. Se esta angústia pudesse ser dividida com seus familiares, seria 
evitada muita angústia. (KÜBLER-ROSS pag. 102, 1996). 
 
Por outro lado, aquela pessoa que foi acolhida, entendida, que recebeu ajuda para superar 
seu estado, bem como foi preparada para o que vier mais à frente vai atingir o estágio da 
aceitação. Nele, não haverá mais raiva, nem depressão, pois se entende que ele já foi 
ouvido, já entendeu sua situação, já não pode mais ir contra seu destino. Todos os 
sentimentos supõe-se que já externalizou, então agora só apresenta expectativas. Não 
significa ser certo tipo de felicidade, mas uma fuga de sentimentos (KÜBLER-ROSS, p. 126, 
1996). 
 
Esse é um períodoem que se deve apoiar a família, sempre a compreendendo e ajudando 
no que precisar. Geralmente o paciente quer ficar só, sem conversar, o que deve ser 
respeitado. Há pacientes em que este tipo de estágio não ocorre, devido a não aceitação da 
doença, então eles começam a lutar e se debaterem e a se agarrarem a esperança. 
(KÜBLER-ROSS, p. 127, 1996). 
 
A maioria das pessoas pensa que este tipo de paciente pode realmente melhorar se lutar e 
resistir. Geralmente isso acontece pela própria não aceitação da família ou dos amigos, que o 
encorajam a lutar, pois desistir e aceitar são duas ações covardes. Porém, não se saber ao 
certo se isso é o melhor para o paciente ou se o melhor seria deixá-lo partir. 
 
Enfim, não deveríamos menosprezar que o paciente guarde uma tênue esperança de cura diante da 
morte iminente. [...] não está na natureza humana aceitar a morte sem deixar uma porta aberta para 
uma esperança qualquer. 
Portanto, não basta ouvir somente as comunicações verbais de nossos pacientes. (KÜBLER-ROSS 
pag. 130, 1996). 
 
Depois de todos esses estágios pelos quais o paciente enfrenta, a única coisa que está direto 
no imaginário daquele paciente é a esperança. É ela que percorre intacto todo o caminho do 
paciente, desde a descoberta da doença até a sua morte. Mesmo os que aceitaram seu 
destino, não perderam de forma alguma a esperança, seja na esfera espiritual, seja na esfera 
científica. 
 
É essa esperança que vai sustentar todo o sofrimento sentido pelo paciente, bem como todo 
o tratamento realizado pela equipe técnica para o mesmo. Desse modo, ele pode até se 
submeter a servir de cobaia, caso haja descoberto algum tipo de cura. 
 
Não importa o nome que tenha,; descobrimos que todos os nosso pacientes conservaram essa 
sensação que serviu de conforto em ocasiões especialmente difíceis; [...]. Mantínhamos com eles uma 
esperança firme, que não lhes era imposta, quando finalmente desistiam sem desespero, mas num 
estágio de aceitação final. (KÜBLER-ROSS pag. 153, 1996). 
 
É importante notar que vários pacientes, através desse sentimento, conseguem se recuperar 
ou pelo menos adiar sua morte, o que acarreta em uma aceitação melhor, pois vai ter mais 
tempo para passar pelos estágios anteriores. Muito ajudaria se as pessoas conversassem 
mais sobre a morte e o morrer, como parte intrínseca da vida, do mesmo modo em que não 
temem ao falar no nascimento de um bebê. (KÜBLER-ROSS pag. 155, 1996). 
 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
A contribuição da Psicologia para com o doente em fase terminal é de suma importância, 
visto que sendo ele o profissional da escuta saberá acolher a expressão das dores pelas 
quais passa o paciente, sejam elas em relação à doença, seja em relação a algo mal 
resolvido, sejam temores, planejamentos para o pós-morte ou outros. O Psicólogo também 
poderá ajudar a família e a equipe de saúde a compreender a importância da fala do paciente 
nessa sua fase final evitando assim, que o mesmo seja negligenciado em relação à escuta. 
 
A segunda qualidade da consulta psicológica é a sua permissividade em relação à expressão de 
sentimentos. O cliente, através da aceitação pelo psicólogo do que diz da completa ausência de 
qualquer atitude moralista ou judicativa, da atitude compreensão que impregna toda a entrevista, 
acaba por reconhecer que todos os sentimentos e atitudes podem se exprimir. Nenhuma atitude é 
demasiado agressiva, nenhum sentimento demasiado culpado ou vergonhoso para não ser expresso 
na relação. O ódio pelo pai, sentimentos de conflito devidos aos impulsos sexuais, remorso por atos 
passados, repugnância em vir pedir ajuda, hostilidade e ressentimento para com o terapeuta, tudo isso 
pode se exprimir. (ROGERS, 2005, pág. 88). 
 
A proximidade para com a morte pode trazer sofrimento psíquico para o paciente e seus 
familiares pelo fato de não se ter clareza do que ocorre após o término do ciclo vital, tudo isso 
parece incerto e inseguro, por se encontrar numa situação de vulnerabilidade e em local 
insalubre, como hospitais. 
 
Aquele que sofre profundamente, encerrado de alguma forma em seu sofrimento, lança um olhar 
gélido para fora sobre as coisas: todos esses pequenos encantamentos enganadores em que 
habitualmente se movem as coisas, quando são olhadas por alguém saudável, desaparecem para ele: 
ele permanece envolto em si, sem encanto e sem cor.” (NIETZSCHE, 2008, p. 113). 
 
A morte para a cultura ocidental é vislumbrado um fim, é como se houvesse uma completa 
perda de tudo que dissesse respeito à vida, uma quebra total dos laços parentais, de 
amizade, etc. De forma que o assunto torna-se tão horroroso que se evita falar dele, falar é 
como se atraísse a morte e, portanto é melhor nem citá-la. 
 
Sendo assim, evita-se tratar do assunto e vão sendo criados conhecimentos superficiais em 
torno do caso. É certo que é o encerramento do ciclo vital, porém, essa finitude terrena, que é 
tão certa, pode ser discutida e trabalhada para que os mitos se dissipem. 
 
Alguns, absorvidos pelos sofrimentos tomam atitudes positivas frente à vida, no sentido de se 
desfazer de preconceitos, pensar em reconciliação, valorizar coisas simples, etc. 
 
“Onde você vê a morte, alguém vê o fim e o outro vê o começo de uma nova etapa [...]”. 
(autor desconhecido, ND). 
 
Quando se contempla a finitude por conta de doenças, idade avançada ou perda dos amigos 
ou em situações de grande perigo muitas vezes lança-lhe um olhar mais valorativo sobre a 
vida e questiona coisas, como: Para que orgulho? Para que acúmulos? Isso, porém, é 
relativo, depende das subjetividades envolvidas. Quando a experiência é mesmo de morte, 
de finitude esperada, é necessário a pessoa ultrapassar todas as fases (negação, 
isolamento, raiva, barganha, depressão) até chegar à aceitação e assumir com tranquilidade 
a vivência. 
 
NECROBR
https://psicologado.com.br/psicologia-geral/introducao/o-que-e-psicologia
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
Tome qualquer emoção: amor por uma mulher, sofrimento por um ente querido, ou isso por que estou 
passando, medo e dor causados por uma doença mortal. Se você bloquear suas emoções, se não se 
permitir ir fundo nelas, nunca conseguirá se desapegar estará muito ocupado em ter medo da dor, 
medo do sofrimento. Terá medo da vulnerabilidade que o amor traz com ele. - Mas atirando-se a 
essas emoções, mergulhando nelas até o fim, até se afogar nelas, você as experimenta em toda a 
plenitude, completamente. Saberá o que é dor. Saberá o que é o amor. Saberá o que é sofrimento. Só 
então poderá dizer, “muito bem, experimentei essa emoção. Eu a reconheço. Agora preciso me 
desapegar dela por um momento”. (MITCH, 1997, p. 103). 
 
As doenças alteram a vida familiar, podem aparecer ressentimentos por conta das novas 
adaptações, como a mulher assumir negócios, dívidas, etc. Porém, é importante que as 
pessoas prossigam com suas vidas, que saibam cuidar de si e não se escravizem a rotina 
que se instala. “Não interrompam suas vidas – disse-lhes ele. – Se interromperem, essa 
doença terá arruinado três pessoas, em vez de uma”. (MITCH, 1998, p. 93). 
 
As experiências têm mostrado que as pessoas com doenças graves não querem interromper 
o andamento da vida dos familiares, nem serem tratadas com indiferenças, com omissões e 
faz-de-conta. Albom apud Morrie (1998, p. 20) “disse aos amigos que, se quisessem mesmo 
ajudá-lo, não o tratassem com pena, mas com visitas, telefonemas, dividissem com ele os 
seus problemas, como sempre tinham feito”. 
 
 
É muito importante a presença dos familiares quando o paciente está enfermo, visto que o 
amor, o zelo, o cuidado, revigora as forças do paciente e torna suportável a experiência do 
morrer. Os parentes e amigos costumam olhar a pessoa e não somente a doença, esta é o 
foco de muitos profissionais, que deixam de enxergar a pessoa que está doente e veem 
somente a sua enfermidade. 
 
Se não levarmos devidamente em conta a família do paciente em fase terminal,não poderemos 
ajudá-lo com eficácia. No período da doença, os familiares desempenham papel preponderante, e 
suas reações muito contribuem para a própria reação do paciente. (KLÜBER-ROSS, 1996, p. 171). 
 
O desamparo dos pacientes em fase terminal nos hospitais, bem como, de seus familiares 
conduz a reflexão sobre a humanização. 
 
O trabalho técnico e o convívio constante com dores e perdas naturalizam os 
acontecimentos, tal como ocorre com a percepção das pessoas perante aqueles que dormem 
nas ruas e mendiga o pão, quase ninguém mais se angustia, ocorre uma habituação com 
aquela realidade, de forma que não se tem sobre ela visão crítica, nem tampouco 
humanizada. 
 
“A situação de hospitalização passa a ser determinante de muitas situações que serão 
consideradas invasivas e abusivas na medida em que não respeitam os limites e imposições 
da pessoa hospitalizada”. (CAMON, 2010, p. 3). 
 
As mortes por suicídio, por crimes, por problemas cardíacos, por doenças avassaladoras 
pegam as pessoas de surpresa e deixam uma dor muito mais profunda, como se a morte não 
tivesse dado tempo da pessoa se reconciliar com a pessoa que partiu. “Creio que há uma 
grande diferença entre a morte lenta de um ente querido, com tempo suficiente para que 
NECROBR
https://psicologado.com.br/psicologia-geral/introducao/as-emocoes
https://psicologado.com.br/psicologia-geral/introducao/as-emocoes
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
ambos os lados se preparem para a dor final, e um telefonema apreensivo: “Aconteceu, está 
tudo acabado”.” (KLÜBER-ROSS, 1996, p. 186). 
 
Muitas exortações existem no sentido de que a vida deve ser vivida em plenitude todos os 
dias. Há quem viva do passado, há quem viva para o futuro, mas o certo é que o presente é o 
menos valorizado e quando se fala que alguém vive o presente, é como se fosse um 
desperdiçador de tempo, alguém que pode ser pego de surpresa. 
 
“- Como podemos nos preparar para morrer? – Perguntei. – Fazendo como os budistas. No começo 
de cada dia ter um passarinho pousado no ombro, que pergunta: “É hoje que vou morrer”? Estou 
preparado? Estou fazendo tudo que preciso fazer? Estou sendo a pessoa que quero ser? [...] – A 
verdade Mitch, é que, quando se aprende a morrer, aprende-se a viver”. (MITCH, 1998, p. 84, 85). 
 
Há algumas pessoas que escolhem ser úteis até os seus dias finais, contribuindo assim com 
a humanidade por deixar um legado. “Estava empenhado em mostrar que a palavra 
“morrente” não é sinônima de “inútil”“. (MITCH, 1998, p. 20). 
 
O assunto sobre morte ainda é muito pouco abordado, porém sua importância é extrema para 
a humanidade. 
 
As Instituições Educacionais poderiam promover mais oportunidades de pesquisa, pois seria 
uma forma de dar a conhecer fatos consideráveis sobre a finitude. 
 
Poderia repercutir em respeito aos pacientes em fase terminal, bem como reduzir 
preconceitos e oportunizar parentes e profissionais de saúde para um bom enfrentamento 
dessa realidade. 
 
Muito se perde por fugir dos pacientes e muitas condutas poderiam ser alternadas diante de 
um novo saber. Contudo, o estudo sobre forma de estar mais próximo do tema ainda faz-se 
necessário um aprimoramento do hábito de falar sobre o assunto. 
 
É notório que a vida é mais contagiante, vivencia um aspecto de continuidade, mas tão 
somente estar ligado ao processo de morte. Ambas são e fazem parte de toda a humanidade, 
porém o tabu não permite falar sobre um contexto tão nosso quanto qualquer fase de vida. 
 
Conclui-se ao longo da vida nascemos, crescemos, desenvolvemos, reproduzimos e 
morremos essa última condição é esquecida. Finitude significa fim, condição que fatalmente 
a humanidade encaminha-se, notadamente não se cogita para o fim, fim esse que está 
pautado numa ideia de pensar como significa para quem ainda que viva um dia vá morrer. 
 
 
 
 
 
 
 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
 
O Conceito Psicanalítico do Luto: Uma Perspectiva a partir de 
Freud e Klein 
 
 
O Luto 
 
 
 
O luto é caracterizado como uma perda de um elo significativo entre uma pessoa e seu objeto, 
portanto, um fenômeno mental natural e constante no processo de desenvolvimento humano. 
Este artigo descreve o conceito do luto a partir da perspectiva psicanalítica de Sigmund Freud 
e Melanie Klein, com o objetivo de observar possíveis similaridades e divergências ante as 
concepções apresentadas pelos autores. 
 
O processo de luto está inevitavelmente presente na dinâmica entre os dois polos da existência 
humana: a vida e a morte. Para compreender tal princípio buscou-se, neste estudo, explorar as 
concepções de luto e seu processo, a partir da ótica psicanalítica, utilizando as contribuições 
conceituais de Sigmund Freud e de Melanie Klein. 
 
O luto é caracterizado como uma perda de um elo significativo entre uma pessoa e seu objeto, 
portanto um fenômeno mental natural e constante durante o desenvolvimento humano. Nesse 
contexto, por se tratar de um evento constante, acaba implicando diretamente no trabalho de 
profissionais da saúde, tornando-se um conhecimento necessário para o amparo adequado 
àqueles que sofrem a perda. 
 
A ideia de luto não se limita apenas à morte, mas o enfrentamento das sucessivas perdas reais 
e simbólicas durante o desenvolvimento humano. Deste modo, pode ser vivenciado por meio 
de perdas que perpassam pela dimensão física e psíquica, como os elos significativos com 
aspectos pessoais, profissionais, sociais e familiares do indivíduo. O simples ato de crescer, 
como no caso de uma criança que se torna adolescente, vem com uma dolorosa abdicação do 
corpo infantil e suas significações, igualmente, o declínio das funções orgânicas advindo com o 
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envelhecimento. A capacidade de o indivíduo, desde a infância, se adaptar às novas realidades 
produzidas diante das perdas servirá como modelo, compondo um repertório, reativado em 
experiências ulteriores. 
 
Para compreender o conceito de luto dentro da perspectiva psicanalítica foi necessário partir 
pela obra do precursor da investigação da psique, Sigmund Freud. O autor sistematizou 
teoricamente fenômenos até então incompreendidos sobre o funcionamento mental. Diante 
disso, escolhemos colocar Melanie Klein em discussão, que não nega a concepção do 
desenvolvimento como base da teoria da sexualidade, mas que a partir dela, construiu a sua 
teoria com novas contribuições. 
 
Partindo pelo pressuposto de a Psicanálise ter uma linha de pensamento desenvolvimentista, 
seria totalmente impreciso tomar o caminho pelo entendimento do luto na obra dos autores, 
sem antes compreender os seus conceitos clássicos, que apresentam, por intermédio do 
desenvolvimento infantil, efetivas contribuições para o conceito do Luto. 
 
Considerações acerca do Luto em Freud 
 
Ao explicar o conceito em Luto e Melancolia, Freud (1915) o entende como uma reação à 
perda, não necessariamente de um ente querido, mas também, algo que tome as mesmas 
proporções, portanto um fenômeno mental natural e constante durante o desenvolvimento 
humano. Para o autor, no luto, nada existe de inconsciente a respeito da perda, ou seja, o 
enlutado sabe exatamente o que perdeu. 
 
Além disso, o luto é um processo natural instalado para a elaboração da perda, que pode ser 
superado após algum tempo e, por mais que tenha um caráter patológico, não é considerada 
doença, sendo assim, interferências tornam-se prejudiciais. 
 
O luto é um processo lento e doloroso, que tem como características uma tristeza profunda, 
afastamento de toda e qualquer atividade que não esteja ligada a pensamentos sobre o objeto 
perdido, a perda de interesse no mundo externo e a incapacidade de substituição com a 
adoção de um novo objeto de amor (FREUD, 1915). 
 
Durante o desenvolvimento, o indivíduo passa por constantes experiências de perdas que se 
constituem em modelos de estados psíquicos que são incorporados na mente e poderão ser 
vividos emsituações semelhantes ulteriores. Freud (1926) constata que as primeiras 
experiências traumáticas constituem o protótipo dos estados afetivos, que são incorporados na 
mente, e quando ocorre uma situação semelhante são revividos como símbolos mnêmicos. 
 
Para Freud (1923), em O Ego e o ID, o ato de nascer é o primeiro grande estado de ansiedade, 
que ocorre por ocasião de uma separação da mãe, diante de um perigo de desamparo 
psíquico, torna-se assim a fonte e o protótipo do estado de ansiedade. 
 
Inicialmente, a imagem mnêmica que a criança tem da pessoa pela qual ela sente anseio é 
intensamente catexizada, em seu estado ainda pouco desenvolvido, essa imagem anêmica é 
provavelmente de forma alucinatória, e a criança não sabendo como lidar com sua catexia de 
anseio, origina uma ansiedade como uma expressão de desorientação. 
 
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Freud (1926) lembra, em Inibições, Sintomas e Ansiedades, do fato de que também a 
ansiedade de castração, que pertence à fase fálica do desenvolvimento psicossexual, constitui 
o medo de sermos separados de um objeto altamente valioso, a perda do objeto, no caso o 
pênis. 
 
Nesta fase, o alto grau de valor narcísico que o pênis possui pode valer-se do fato de que o 
órgão é uma garantia de que pode novamente se unir à mãe (ato da copulação). 
 
O superego elimina essa possibilidade, fazendo que a separação com a mãe seja renovada, e 
isto por sua vez significa uma tensão desagradável, como foi o caso do nascimento que ocorre 
por ocasião de uma separação da mãe. 
 
Para o autor, as situações de perigo mais antigas vão ser abandonadas à medida que o ego se 
desenvolve. Assim, quando o ego do indivíduo é imaturo, este se vê diante do perigo de vida; 
até a primeira infância, o perigo da perda de objeto; até a fase fálica, o perigo da castração; e o 
medo do superego, até o período de latência. 
 
Continuando ainda com Sigmund Freud (FREUD, 1915) em Luto e Melancolia, o autor revela 
que o luto é um processo doloroso, porém, a justificativa para isso seria encontrada quando 
tivessem condições de apresentar uma caracterização da dor. 
 
Em 1926, o autor apresenta que a Dor, na dimensão mental, também é a reação real à perda 
do objeto. 
 
Segundo Freud (1926), quando há uma dor física, ocorre um alto grau do que pode ser 
denominado de catexia narcísica da parte do corpo que se sente a dor. Na dimensão mental, 
diante de uma situação dolorosa, essa catexia está concentrada no objeto do qual se sente 
falta ou que está perdido, por não poder ser apaziguada, essa catexia tende a aumentar com 
firmeza. 
 
A dor na dimensão mental produz a mesma condição econômica que é criada diante de uma 
dor física. A transição da dor física para a mental corresponde a uma mudança da catexia 
narcísica (investida na parte danificada do corpo) para a catexia do objeto (objeto perdido do 
qual se sente falta). 
 
No processo de luto, a inibição de qualquer atividade que não esteja ligada ao objeto perdido e 
à perda de interesse no mundo externo ocorre por causa da catexia do objeto que continua a 
aumentar e tende, por assim dizer, a esvaziar o ego. 
 
Para Freud (1915), essa inibição é expressão de uma exclusiva devoção ao luto, devoção que 
nada deixa a outros propósitos ou a outros interesses. 
 
Freud (1926), em Inibições, Sintomas e Ansiedades, fala sobre a Inibição, que também não 
apresenta necessariamente uma implicação patológica, sendo uma restrição da função do ego 
imposta como medida de precaução ou acarretada como resultado de um empobrecimento de 
energia. 
 
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A projeção de objetos maus traz ansiedades persecutórias vindas de fora que ameaçam não 
somente o ego, mas também seus objetos bons internalizados, originando um medo da perda. 
 
Nessa posição, o bebê percebe que o objeto que o gratifica é o mesmo que causa frustração, e 
os dois fazem parte integral de um mesmo objeto, a mãe, consistindo assim numa percepção 
de objeto inteiro. 
 
Dessa forma, origina-se um conflito de ambivalência causador de muita ansiedade, pois os 
ataques antes feitos a um "seio mau" traz também o medo de que isso possa destruir o objeto 
amado por inteiro. Essas ansiedades, provindas do medo de perder, reforçam a introjeção do 
objeto bom como mecanismo de defesa, além de trazer outro mecanismo associado: a 
reparação; isso, pois, o bebê sente muita culpa e anseia reparar todo o mau que causou à 
mãe. 
 
Além disso, cabe salientar que a relação com os primeiros objetos inteiros, que são 
incorporados, forma a base e participa da estrutura do superego (KLEIN, 1935). 
 
O que colabora para a passagem da incorporação de objetos parciais para objetos inteiros é o 
desmame. Ele é também o primeiro luto vivenciado e se dá na posição depressiva do 
desenvolvimento, pois por intermédio dele é sentido pelo bebê a perda da sua maior fonte de 
alimento e prazer: o seio e todas as representações que ele carrega. 
 
Segundo Klein (1940), o bebê passa a ter sentimentos depressivos pouco antes, durante e 
após o desmame com fantasias incontroláveis e impulsos destrutivos contra o seio da mãe. Em 
paralelo, o bebê também tem sentimentos que permeiam a perda de ambos os pais, pois nesse 
mesmo momento está acontecendo o complexo de Édipo que traz medo e impulsos orais e 
está fortemente ligado a frustrações associadas ao seio. 
 
A perda passa a ser temida na fantasia a partir de ataques que são feitos contra os objetos 
amados e contra irmãos e irmãs que estão dentro do corpo da mãe, o que resulta também em 
sentimentos de culpa. 
 
Os mecanismos de introjeção e projeção são importantes formas de defesa e ataque para o 
bebê, na estruturação e construção do mundo interno. 
 
Como a ansiedade surge da operação da pulsão de morte, sentida como o medo de 
aniquilamento e morte, transformada em medo de perseguição quando ligada a um objeto, a 
projeção consiste na deflexão da pulsão de morte para o mundo externo, livrando o ego dos 
perigos. E a introjeção consiste na incorporação de um objeto bom, que promovendo uma 
maior segurança, também diminui as ansiedades (KLEIN, 1946). 
 
Por meio do mecanismo de introjeção, que desde o começo acompanha o bebê, é que é 
construído na mente inconsciente da criança um mundo interno, correspondente às 
experiências reais e impressões que recebeu das pessoas e do mundo externo, que, ao 
mesmo tempo, são alternadas pelas suas fantasias e impulsos. 
 
O mundo interno é povoado por objetos parciais e inteiros bons e maus, que é preenchido 
através da relação da criança, primeiro com a mãe, depois com o pai e outras pessoas, 
acompanhadas por processos de internalização. 
 
 
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Ao incorporar os pais o bebê sente como se os mesmos fossem pessoas vivas dentro do seu 
corpo, da mesma maneira que profundas fantasias inconscientes são vividas. Na sua mente, 
então, esses objetos internos fazem parte do seu mundo interior (KLEIN, 1940). 
 
Em 1935, a autora explica que a mãe externa e a internalizada foram o que ela chamaria de 
"duplo", pois elas estão interligadas e, por isso, tanto as ansiedades que o bebê tem em 
relação a elas, quanto os métodos utilizados pelo ego para lidar com essas ansiedades, estão 
interligados e em constante interação. 
 
Dessa forma, a criança se volta para o mundo externo sempre para constatar e testar a mãe 
interna. Esse teste de realidade está sempre presente pelas alterações e movimentos que o 
mundo interno cria através das experiências reais do bebê. 
 
Os ataques ao seio podem evoluir para ataques voltados a todo o corpo da mãe, como uma 
extensão do seio, ainda sem que o bebê conceba que a mãe seja um objeto inteiro. 
 
Desses ataques típicos dessa posição, temos o de cunho introjetivo que deriva de impulsos 
orais e dizem respeito ao sugar, escavar, secar, morder, tomar para si todo o conteúdo do seio. 
 
O bebê responde a estímulos desagradáveiscom a fragmentação. Em sua fantasia, é 
introjetado o seio mau em fragmentos e, por uma tendência do ego à integração, o seio bom 
inteiro que servirá de ponto focal para o ego. 
 
Porém, com os instintos sádico-orais e canibalescos em seu auge e intensificados em 
momentos de ansiedade, o bebê pode ter a sensação de ter tomado para dentro de si o seio 
bom despedaçado e sentindo-se assim juntamente fragmentado. 
 
Pois, segundo Klein (1946), o ego é incapaz de cindir um objeto interno ou externo sem que 
dentro dele ocorra uma cisão correspondente, ou seja, as fantasias de ter despedaçado um 
objeto bom introjetado influenciam na estrutura do ego. 
 
Os ataques de cunho projetivo são derivados de impulsos anais e uretrais, do qual o bebê 
projeta para o interior do seio ou da mãe excrementos perigosos e venenosos do ego. Essa 
projeção é feita não só com o intuito de danificar o objeto, como também de tomar posse e 
controlá-lo por dentro, pois junto aos excrementos, partes cindidas do ego foram juntamente 
projetadas na mãe. 
 
Na medida em que a mãe passa a conter partes más do self, ela não é mais sentida como um 
indivíduo separado, e sim como sendo o self mau. Muito do ódio contra partes do self é agora 
dirigido contra a mãe. Isso leva a uma forma peculiar de identificação que estabelece o 
protótipo de uma relação de objeto agressiva. Sugiro o termo "identificação projetiva" para 
esses processos (KLEIN, 1946, p. 27). 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo de elaboração 
 
O processo de luto é instalado para a elaboração de uma perda, consistindo no desligamento 
da libido a cada uma das lembranças e expectativas relacionadas ao objeto perdido, por isso, é 
considerado um processo lento e penoso. 
 
Como vimos, diante de uma situação dolorosa, ocorre uma catexia concentrada no objeto do 
qual se sente falta ou que está perdido, por não poder ser apaziguada – afinal o objeto não 
existe mais – tende a aumentar efetivamente, sendo assim hipercatexizadas. 
 
Enquanto o ego se vê absorvido no processo de luto por meio da hipercatexia, a sua 
elaboração ocorre sob a influência do teste de realidade, fundamental para a constatação de 
que esse objeto não existe mais. 
 
O instinto de realidade, como descrito por Freud (1920), atua através dos instintos de 
autopreservação do ego. Este princípio não abandona a obtenção de prazer, porém, pede um 
adiamento da satisfação, para uma obtenção de prazer no futuro. 
 
Em contrapartida, o princípio do prazer, que está fortemente ligado aos instintos sexuais e por 
essa razão eles se tornam mais difíceis de domar, busca um prazer imediato e desde o início 
pode ser visto como altamente perigoso e ineficaz para a autopreservação do ego. 
 
Portanto, o teste de realidade atua para a preservação do ego, solicitando um adiamento da 
satisfação. O ego está absorvido neste processo por meio da hipercatexia das lembranças 
vinculadas ao objeto, deste modo, obtém uma satisfação imediata, na qual conserva e 
prolonga-se psiquicamente, nesse meio-tempo, a existência do objeto perdido. Segundo Freud 
(1915), esta oposição ocasiona um desvio da realidade e um apego ao objeto perdido. 
 
Cada uma das lembranças e expectativas isoladas por meio das quais a libido está vinculada 
ao objeto é evocada e hipercatexizada, e o teste de realidade exige que toda a libido seja 
retirada de suas ligações com aquele objeto. Desta forma, o trabalho do luto é concluído 
quando a realidade prevalece e quando atingido certo grau de catexia, a libido é desligada e o 
ego se vê livre e desinibido outra vez. 
 
A capacidade do indivíduo se relacionar com o mundo externo depende da sua capacidade de 
distinguir entre percepções internas e externas. Por meio do teste de realidade, o indivíduo se 
defronta com cada lembrança do objeto amado perdido e envolve o ego em uma persuasão 
narcísica, diante da questão de saber se seguirá o mesmo destino do objeto ou continuará 
vivo, assim é convencido pelo prazer de estar vivo e se desliga do objeto. 
 
Freud (1915) nega que nessa persuasão narcísica contém o triunfo acerca do luto. Para o 
autor, o triunfo tinha características da mania como uma grande euforia relacionada à 
economia. 
 
Quando não se tem necessidade de fazer grande esforço para alcançar alguma condição, por 
exemplo, o fato de ganhar uma grande quantia de dinheiro na loteria pouparia o indivíduo de 
trabalhar para adquirir dinheiro, essa situação promoveria grande euforia, a qual não se vê 
 
 
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quando o trabalho de luto é realizado e o ego se vê livre para investir sua libido em outro 
objeto. 
 
Klein (1940) explica que, o objeto de amor, assim como seus objetos bons da infância, foi 
introjetado e instalado no seu mundo interno. Dessa forma, quando se instala o luto adulto, o 
indivíduo tem uma fantasia inconsciente de que com o objeto perdido todos os seus objetos 
bons, inclusive seus pais bons internalizados, foram perdidos, predominando então os objetos 
maus, reativando assim a posição depressiva e suas ansiedades derivadas: culpa, sentimentos 
de perda provindos do desmame, complexo de Édipo e outras fontes, além de alguns 
sentimentos de perseguição que também podem ser reativados. 
 
Ou seja, quando ocorre a perda real, em sua fantasia, o indivíduo acredita que seu mundo 
interno foi destruído. O processo de luto para a autora consiste então na reestruturação do 
mundo interno, reintrojetando o objeto bom de maneira a reestruturá-lo, assim como todos os 
objetos que acreditou ter perdido, recuperando aquilo que já havia obtido na infância. 
 
Uma das situações mais dolorosas numa situação de perda está na constatação real de que 
esta existiu. Aperceber-se da perda consiste num trabalho de teste de realidade, que é 
fundamental para a compreensão e o caminho até a sua elaboração. 
 
Segundo Klein (1935), o teste de realidade era usado continuamente pelo bebê a fim de testar 
seu mundo interior por intermédio da sua realidade externa, assim como a mãe má interna 
tinha como referência a mãe externa, a percepção de que a mãe era um objeto integral e 
ambivalente do qual continha coisas boas e ruins, trazia uma segurança e, consequentemente, 
uma melhor tolerância aos objetos ruins. 
 
É então através do prolongado teste de realidade que se explica de certa forma a necessidade 
de reativar elos com o mundo externo, revivendo assim constantemente a perda, o que 
contribui de forma ativa na dolorosa reconstrução do mundo interno que está em perigo de 
desmoronar na mente do indivíduo. 
 
Ou seja, da mesma maneira que o bebê sofre para reestabelecer e reestruturar seu mundo 
interno na posição depressiva arcaica, o sujeito enlutado também o faz. 
 
Klein (1940) postula que dos sentimentos que estão ligados ao luto, os mais perigosos são os 
de ódio contra a pessoa perdida, e que, esse ódio pode vir à tona por uma sensação de ter 
triunfado sobre o morto. 
 
O triunfo faz parte da posição maníaca no desenvolvimento infantil. Os desejos de morte 
infantis contra os pais, irmãos e irmãs se veem realizados quando uma pessoa querida morre, 
pois ela sempre é um representante, até certo ponto, das figuras importantes do início da vida 
da criança e atrai, portanto alguns dos sentimentos originalmente relacionados a elas. Sua 
morte, por mais que tenha sido arrasadora por outros motivos, não deixa de ser percebida 
também como uma vitória. Isso dá origem à sensação de triunfo, que gera ainda mais culpa 
(KLEIN, 1940, p. 397). 
 
O triunfo por atrapalhar o processo de luto por interferir na crença do indivíduo em seus objetos 
bons. Quando é projetado o ódio na pessoa amada perdida, esta passa a ser um perseguidor, 
o que dificulta no processo de idealização. Quando na tenra infância, a mãe boa idealizada 
trazia grande segurança para a criança contra a mãe má retaliadora, e contra os outros objetos 
 
 
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maus, no luto, idealizar oobjeto de amor contribui para manter ainda que temporariamente um 
mundo interno seguro por trazer boas lembranças da pessoa amada que morreu. 
 
Essa relação contínua com o mundo externo e aproximação com a realidade necessária para a 
elaboração do luto tem como base o simbolismo. No auge do sadismo, o corpo da mãe e o seu 
conteúdo se tornam fonte do interesse da criança, ela quer tomá-lo para si e destruí-lo. 
 
Os ataques contra a mãe trazem na criança uma ansiedade persecutória, um medo de que 
esses ataques voltem para si. Ansiedade que, no caso do luto adulto, pode ser persecutória no 
tocante ao triunfo. Essas ansiedades que movimentaram o bebê a procurar equiparar seus 
objetos maus que causam medo com objetos do mundo externo buscando equipará-los e 
dotando-os de simbolismo. 
 
Cheguei à conclusão de que o simbolismo é o fundamento de toda a sublimação e de todo 
talento, pois é através da igualdade simbólica que as coisas, as atividades e os interesses 
tornam o conteúdo de fantasias libidinais (KLEIN, 1930, p. 252). 
 
Torna-se assim evidente que a sublimação pode ser relacionada ao trabalho de luto, pois da 
mesma forma que ansiedades provindas do sadismo faz com que o olhar do bebê seja 
desviado da mãe para o mundo externo, o enlutado desvia o seu olhar do objeto de amor 
perdido para o mundo externo, tendo em vista que, de certa maneira, a pessoa perdida é 
simbolicamente relacionada aos seus objetos bons internalizados, ou seja, seus pais amados. 
 
Como para Klein (1940) o luto adulto é a reativação da posição depressiva arcaica, a diferença 
da perda de um objeto real e o desmame está no contexto. 
 
Ao perder o seio e toda a sua simbologia de bom e segurança que esse objeto carrega, o bebê 
é tomado pelo sofrimento mesmo estando ao lado da mãe, justamente por estar no auge da 
luta contra o medo de perder tanto a mãe interna quanto a externa e a segurança ainda não foi 
bem estabelecida em seu mundo interior. 
 
Já no luto adulto, o cenário é diferente, pois ocorre a perda real de uma pessoa, no entanto, o 
fato de ter estabelecido uma mãe "boa" internamente ajuda na superação. 
 
Por essa razão também a presença de pessoas amigáveis corrobora e traz um maior conforto 
numa situação de luto. 
 
No luto adulto, embora se trate de uma perda real, a elaboração é feita de forma semelhante à 
posição depressiva arcaica, já vivida na infância. 
 
O trabalho de luto consiste na reintrojeção do objeto bom, portanto, introjetando novamente 
não somente a pessoa amada, mas também os pais amados que representam seus objetos 
bons internalizados. 
 
Seu mundo interior, aquele que vinha construindo desde o início da vida, foi destruído em sua 
fantasia quando ocorreu a perda real. A reconstrução desse mundo interior caracteriza o 
trabalho de luto bem sucedido (KLEIN, 1940, p. 406). 
 
 
 
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As contribuições expostas no Quadro I foram extraídas de: Sigmund Freud – Luto e 
melancolia (1917) e Melanie Klein – O luto e suas relações com os estados maníaco-
depressivos (1940). 
 
Durante nossa pesquisa, percebemos que apesar das maiores semelhanças das teorias dos 
autores se concentrarem na concepção do desenvolvimento psicossexual, e que ambos 
concordam que os desdobramentos da vida infantil e considerações acerca do complexo de 
Édipo podem influenciar na personalidade do indivíduo. 
 
Também entendemos que as divergências identificadas entre as teorias se encontravam em 
suas bases, que se refletiam posteriormente na maneira de expressar de cada um de acordo 
com o desenvolvimento de suas ideias primeiras. 
 
Klein concentrou seu trabalho no estudo de crianças pequenas, o que lhe possibilitou enxergar 
detalhes no que tange ao desenvolvimento infantil e à relação da criança com objetos, o que 
ainda lhe possibilitou conceber a dimensão do mundo interno povoado por objetos 
internalizados, e as posições esquizoparanoide e depressiva que perpassam por toda a vida, 
alterando assim o seu olhar e sua análise acerca da psicanálise/coisas. 
 
Porém, ao falar do luto, percebemos que não há muitas diferenças. É claro que cada um se 
expressaria mediante a forma como introduziram suas teorias. Mas o luto em si transcorria, de 
modo geral, da mesma maneira para os dois teóricos, assim como as vias de elaboração 
também são, num geral, bastante parecidas, como foi possível traçar no quadro norteador. 
Acerca da versão patológica do luto, também foram encontradas mais relações do que 
divergências. 
 
As duas teorias entendem que o indivíduo deve voltar ao estado em que se encontrava antes 
da perda, ou o mais próximo possível, seja com o ego desinibido para novos investimentos no 
mundo externo, seja com o mundo interno harmonioso e bem estabelecido de objetos bons. 
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A perda de algum objeto amado traz, ainda que momentânea, a fragmentação e 
desestruturação do sujeito. Portanto, é possível concluir que o luto é um processo de 
reconstrução e reorganização diante de uma perda, desafio psíquico com o qual o sujeito tem 
de lidar. 
 
As 5 Fases do Luto (ou sobre a Morte) de Elisabeth Kubler-Ross 
 
Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação. 
 
Você provavelmente já deve ter ouvido falar que existem cinco estágios para a experiência do 
luto. A psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross conseguiu identificar a reação psíquica de cada 
paciente em estado terminal e elaborou as cinco fases do luto. 
 
O luto é um processo necessário e fundamental para preencher o vazio deixado por qualquer 
perda significativa não apenas de alguém, mas também de algo importante, tais como: objeto, 
viagem, emprego, ideia, etc. 
 
As cinco fases do luto (ou da perspectiva da morte) são: 
 
1ª Fase: Negação 
Seria uma defesa psíquica que faz com que o indivíduo acaba negando o problema, tenta 
encontrar algum jeito de não entrar em contato com a realidade seja da morte de um ente 
querido ou da perda de emprego. É comum a pessoa também não querer falar sobre o 
assunto. 
 
2ª Fase: Raiva 
Nessa fase o indivíduo se revolta com o mundo, se sente injustiçada e não se conforma por 
estar passando por isso. 
 
3ª Fase: Barganha 
Essa é fase que o indivíduo começa a negociar, começando com si mesmo, acaba querendo 
dizer que será uma pessoa melhor se sair daquela situação, faz promessas a Deus. É como o 
discurso “Vou ser uma pessoa melhor, serei mais gentil e simpático com as pessoas, irei ter 
uma vida saudável.” 
 
4ª Fase: Depressão 
Já nessa fase a pessoa se retira para seu mundo interno, se isolando, melancólica e se 
sentindo impotente diante da situação. 
 
5ª Fase: Aceitação 
É o estágio em que o indivíduo não tem desespero e consegue enxergar a realidade como 
realmente é, ficando pronto pra enfrentar a perda ou a morte. 
 
É importante esclarecer que não existe uma sequencia dos estágios de luto, mas é comum que 
as pessoas que passam por esse processo apresentem pelo menos dois desses estágios. E 
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não necessariamente as pessoas conseguem passar por esse processo completo algumas 
ficam estagnadas em uma das fases que citei. 
 
O papel do psicólogo é identificar e ajudar a pensar junto com o paciente o estágio em que se 
encontra. A resolução do estágio exige a vivencia de sentimentos e pensamentos que o 
indivíduo evitava. A tarefa do psicólogo é permitir que o paciente vivencie o luto. 
 
 
Luto na Família 
 
O processo de luto, como tem vindo a ser entendido, é um processo pessoal. Mas a morte de 
alguém provoca quase sempre a existência simultânea de diversos processos, pois a pessoa 
que morreu teria diferentes relações: amorosas, familiares, de amizade, de simples convívio 
diário no local de trabalho. 
 
Um processo de luto nunca decorre, de uma forma geral, sozinho ou afastado dos outros 
processos. 
 
Os processos de luto são, no entanto, processos dinâmicos. 
 
Ou seja, de uns processos de luto paraos outros, há permuta, reciprocidade, ambiguidade, 
rivalidade, e uma grande complexidade de sentimentos. Isto pode acontecer, em especial, 
quando a morte ocorreu no seio de uma família e várias pessoas entram em luto ao mesmo 
tempo por causa dessa mesma perda. 
 
Será, aliás, uma situação bastante frequente, pois, geralmente, a pessoa que morreu tinha 
família e, se não coabitava, mantinha uma relação muito estreita, unida pelos laços de 
parentesco e pelos laços afetivos decorrentes de uma história pessoal de muitos anos, 
marcada pela vinculação e pela confiança mútua. 
 
A família, por isso, sente-se muito atingida pela perda. Esta representa um abalo na sua 
estabilidade, resultante do sofrimento emocional profundo dos seus membros. Em alguns 
casos, este é tão intenso que a família não resiste e desagrega-se, havendo corte de relações 
e divórcios. 
 
Diversos fatores podem estar na origem desta degradação da estrutura familiar: 
 
• A idade de cada um dos membros da família, incluindo o que morreu. 
Geralmente, aceita-se mais facilmente a morte de um familiar já idoso que de um familiar ainda 
jovem (por exemplo, aceita-se melhor a morte de um avô de oitenta anos, que de um irmão de 
vinte e cinco). 
A morte de pessoas de idade avançada é considerada uma «morte natural», pois, de certo 
modo, «viveram até ao limite», ou «viveram muito». 
A morte de um familiar idoso é mais assimilável pela estrutura da própria família: esta 
perspectiva-a como algo inevitável e que acontece para «dar lugar a outros», ou para que 
outras gerações perpetuem a família no tempo. 
Já a morte de um elemento durante a infância, na juventude ou na vida adulta (mas em idade 
considerada socialmente «ativa») é vista como uma ruptura nesta continuidade, além de ser 
NECROBR
 
 
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considerada «antinatural», uma vez que se crê (e deseja) que as crianças e os jovens devem 
viver até serem idosos. 
Contam também as idades dos vários elementos da família. 
Os mais novos, como as crianças e os adolescentes, tenderão a ter dificuldades de 
compreensão da morte de um familiar, mesmo que este fosse muito idoso. 
Os adultos podem «projetar-se» na morte de um familiar da mesma idade, ou adulto, 
vislumbrando nela a imagem da que poderá, um dia, vir a ser a sua própria morte; 
 
• O papel que desempenhava a pessoa que morreu na hierarquia familiar. 
É importante o posicionamento que tinha na própria estrutura familiar, nomeadamente quanto 
ao parentesco. 
De um modo geral, os filhos aceitam com muita dificuldade a morte dos seus pais, em especial 
se ainda forem crianças e/ou adolescentes, ou estejam a viver em sua casa. 
Ao faltar o pai ou a mãe, ou ambos, a família, tal como estava «classicamente» formada (pai, 
mãe e filhos), sofre uma fragmentação. 
Os pais que perderam um filho, ou filhos, também terão dificuldade em manter a família a salvo 
da desintegração. 
Muitos perdem o sentido da vida familiar e conjugal, sobretudo se não houver outros filhos e se 
havia problemas de relacionamento anteriores ao luto. 
A separação ou o divórcio são frequentes nestes casos; 
 
• O grau de poder que exercia a pessoa que morreu. 
Neste aspeto, é muito importante considerar os níveis de dependência que havia em relação à 
pessoa que morreu por parte dos outros familiares, designadamente ao nível da tomada de 
decisões, da gestão da vida familiar e da providência económica. 
Assim, estes perdem uma parte considerável da sua organização familiar, ou mesmo das 
condições básicas para continuar uma coabitação. 
Tanto pode ser determinante a perda daqueles que garantiam o sustento material (por 
exemplo, o pai e a mãe, que trabalhavam e pagavam a renda, as despesas domésticas e a 
educação de dois filhos universitários); como aqueles que tinham capacidade de governar uma 
casa com eficiência, providenciando a satisfação de necessidades básicas (por exemplo, a 
mãe que era doméstica e garantia sozinha a alimentação e a higiene diárias). 
São também importantes os modos como esse poder era exercido pela pessoa que morreu: se 
benevolente, se autoritário; se com a sua autoridade reconhecida pelos outros ou não. 
Perdida a pessoa, perderam-se os poderes que ela exercia num campo próprio (e certas 
famílias têm uma definição muito clara de papéis, sobretudo as mais conservadoras). 
Se estes poderes não são agora exercidos, a estrutura familiar não pode ser a mesma. 
Em alguns casos, a inexistência de substitutos no uso do poder, as transferências de poder 
para outros elementos ou a usurpação do poder por estes, acabam por significar sérias 
rupturas na estrutura da família; 
 
• O seu envolvimento afetivo com os restantes membros da família. 
Por fim, este será um dos aspetos mais determinantes. 
A qualidade de uma família estabelece-se, sobretudo, pelos laços afetivos que une os seus 
diferentes membros, e não tanto os laços de parentesco. 
Numa família em que o envolvimento afetivo é grande e expressivo, a morte de um dos seus 
membros é sempre percepcionada como uma perda significativa, seja qual for a sua idade, o 
papel que desempenhava ou o poder que exercia na hierarquia familiar. 
NECROPB
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
Na dor da perda, a fragmentação familiar é uma nova dor: perdem-se os laços, a convivência, a 
confiança e o apoio de familiares anteriormente próximos. 
Algumas pessoas lamentam-se, sobretudo, do egoísmo dos seus parentes, bem como da falta 
de respeito pela memória do ente amado comum. O processo de luto é, assim, dificultado. 
 
 
CEARF – Código de Ética e Auto-Regulamentação do Setor 
Funerário 
Capítulo I 
 
Fundamentos e Objetivos 
 
Assembléia Geral Extraordinária, realizada pela Associação Brasileira de Empresas Funerárias 
e Administradoras de Planos Funerários – ABREDIF, no uso de suas atribuições estatutárias, 
leva ao conhecimento de todos os profissionais do setor e a sociedade brasileira, que após 
haver consultado seus associados e, considerar: 
 
1 – que o Diretor Funerário é o profissional qualificado responsável pelos procedimentos 
técnicos, legais e administrativos, inerentes a execução de toda atividade funerária exercida no 
Brasil; 
 
2 – Que a atividade funerária é todo ato relacionado com a prestação de serviços funerários: 
homenagens póstumas, comercialização de planos funerários, fornecimento de produtos 
funerários, traslados, sepultamento, fornecimento de jazigos, cremação, embalsamamento, 
tanatopraxia e providencias administrativas para registro do óbito; 
 
3 – Que a ABREDIF, coerente com as recomendações emanadas da FIA/ IFTA – Federação 
Internacional de Associações Tanatológicas, da ALPAR – Associação latino Americana de 
Cemitérios Parques e Serviços Exequiais, bem como, da Secretária Nacional de Defesa do 
Consumidor, tem a responsabilidade de instituir os princípios éticos e os decorrentes padrões 
de conduta profissional que validem a proficiência e confiabilidade do Diretores Funerário junto 
às instituições e a sociedade em geral; 
 
4 – Que, a fim de se zelar para que a ética, normas e padrões aqui adotadas sejam 
regularmente observadas, toda funerária deverá dispor em seus quadros de pelo menos um 
Diretor Funerário responsável, assim reconhecido e certificado pela ABREDIF. 
 
Resolve 
 
Artigo 1° 
Instituir o Código de Ética e Auto-Regulamentação do Setor Funerário, que passa a adotar a 
sigla CEARF, sendo, seu principal objetivo a regulamentação da atividade funerária em 
consonância com a legislação vigente, a obediência aos preceitos éticos e morais da 
sociedade, de forma a promover o desenvolvimento do setor, à valorização profissional e a 
busca do entendimento. 
 
Artigo 2° 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
Instituir um Conselho Permanente de Ética (CPE), como objetivo de zelar pela manutenção 
deste código, aplicar e adotar, normas, sanções e penalidades, bem como, certificar as 
empresas que a ele aderirem. 
 
Artigo 3° 
Reconhecercomo Diretor Funerário e expedir uma Carteira de Identidade Profissional a todo 
aquele que prove estar exercendo legalmente a atividade, na data do Registro deste Código, 
que venha a ele aderir, prometendo observância `a Ética profissional aqui estabelecida. 
 
Artigo 4° 
A Carteira de Identidade Profissional, expedida pela ABREDIF passa a ser instrumento legal de 
qualificação profissional para ao exercício da atividade funerária. Será expedida mediante 
apresentação de certificados técnicos específicos, prova de aptidão e conhecimento realizada 
pela ABREDIF, para aqueles que desejarem ingressar na atividade após o registro deste 
código. 
 
Artigo 5° 
Estabelecer que o Conselho Permanente de Ética será eleito pelos membros da ABREDIF, 
dentre seus associados e pessoas da sociedade de irrefutável conduta, constituindo-se de 09 
(nove) membros, 06 (seis) titulares e 03(três) suplentes, sendo necessário, quorum mínimo de 
03 membros, para que suas decisões sejam validadas. 
 
Capítulo II 
 
Das Normas de Conduta Profissional 
 
Artigo 7° 
Respeitabilidade – Toda atividade funerária deverá caracterizar-se pelo respeito à dignidade à 
pessoa humana, aos seus sentimentos, ao interesse social e ao núcleo da família. 
 
Artigo 8° 
Decência – O Diretor Funerário preservará os bons costumes, agindo com zelo e descrição, 
para que o (a) falecido (a), ou sua família, não sejam expostos a situações constrangedoras. 
 
Artigo 9° 
Honestidade – Os serviços funerários devem ser oferecidos e realizados de forma a não se 
abusar da confiança, falta de experiência ou conhecimento da família, não beneficiando-se, 
ainda, da credulidade ou estado emocional do contratante. 
 
Artigo 10° 
Proteção à Intimidade – O Diretor Funerário manterá sigilo profissional nos assuntos 
particulares de interesse daqueles que solicitarem seus serviços. Não prestará nem divulgará, 
qualquer informação, imagem ou fotografia, que tenha relação com o atendimento funerário, 
salvo quando autorizado pela família e ressalvada a sua obrigação de divulgar informação 
exigíveis nos termos da lei. 
 
Artigo 11 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
Em qualquer situação de concorrência entre empresas funerárias, prevalecerá o interesse da 
família contratante. 
 
Artigo 12 
O Diretor Funerário não disseminará informações negativas relacionadas a atividade da 
empresa congêneres, nem à pessoa de outro Diretor Funerário, utilizando-se, sempre que 
identificar alguma irregularidade, o Conselho Permanente de Ética (CPE), para dirimir qualquer 
questão de conflito de interesse relacionados à Ética Profissional 
 
Artigo 13 
O tratamento entre profissionais será de cordialidade, respeito e colaboração, no sentido de 
sempre se buscar atender as necessidades do contratante e da família do(a) falecido (a) 
 
Artigo 14 
Os Diretores Funerários não se furtarão a prestar apoio técnico e operacional a outras 
empresas, quando da ocorrência de um grande número de falecimentos, podendo nestes 
casos a solicitada, exigir que a solicitante se responsabilize pelos custos. 
 
Artigo 15 
Somente pessoas autorizadas e qualificadas, procederão o manuseio de cadáveres, sempre 
após a assinatura do atestado e óbito pelo médico, e com equipamento de proteção. 
 
Artigo 16 
Somente realizar-se-á tanatopraxia (embalsamamento), quando autorizado previamente pela 
família, após observado o Artigo 15 deste código, utilizando-se exclusivamente técnicas 
reconhecidas pela categoria. O Diretor Funerário manterá registro de todos os procedimentos 
aplicados nos cadáveres sob sua responsabilidade. 
 
Artigo 17 
Comercialização – Somente serão oferecidos produtos e serviços dentro das exigências 
técnicas, legais e operacionais necessárias, sempre em conformidade com o poder aquisitivo 
do contratante, ao qual serão fornecidas todas as descrições e comparações necessárias. 
 
Artigo 18 
Preços – Os valores praticados serão estabelecidos em tabela própria, em consonância com a 
legislação local, em conformidade com a qualidade do produto ou serviço oferecido, observada 
a tabela de referencias adotadas pela ABREDIF. 
 
Artigo 19 
Será considerada falta grave a este código, a captação de clientes, mediante oferta, venda, 
indução ou intermediação de todo Serviço Funerário Efetivo, fora das dependências da 
empresa funerária, salvo por solicitação expressa do contratante. 
Parágrafo Único – Considerar-se-á, Serviço Funerário Efetivo, toda contratação de atendimento 
funerário ocorrida após o evento óbito, até o sepultamento. 
 
Artigo 20 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
O contratante, do serviço funerário efetivo, tem direito à livre preferência. Sua escolha deverá 
ser espontânea, sem constrangimento ou intimidação. Ele não poderá ser abordado em 
nenhuma dependência pública ou privada, por qualquer Diretor Funerário, salvo quando por ele 
solicitado. 
Parágrafo Único - Nas cidades em que forem adotadas, escalas de plantões funerários entre 
as empresas, será primeiramente observado o que dispõe o caput deste Artigo, sendo 
aplicada a escala de plantão somente se a família não declinar o direito de preferência. 
 
Capítulo III 
 
Definições 
 
Artigo 21 
Serviço Funerário: é todo aquele oferecido por empresa funerária regularmente instalada e 
autorizada pelo poder Público para realização das homenagens póstumas por meio do 
fornecimento de produtos e serviços em observância aos dispositivos deste código e a 
legislação vigente. 
Artigo 22 
Planos Funerários – Comercialização de planos de intermediação de benefícios, assessoria e 
prestação de serviço funerário mediante contratação de empresa administradora de planos de 
assistencia funerária com pagamentos mensais pela oferta de toda infraestrutura do 
atendimento. 
Artigo 23 
Tanatopraxia – Técnica de embalsamamento que consiste em retardar o processo de 
decomposição do corpo, conservando sua aparência natural, minimizando as alterações 
fisionômicas e permitindo que o velório se estenda além das 24 horas tradicionais. 
Parágrafo Único – A tanatopraxia somente será realizada por pessoas habilitadas para tal 
mister, sob responsabilidade de um Diretor Funerário e observada a legislação vigente. 
 
Capítulo IV 
 
Artigo 24 
É obrigação de todo Diretor Funerário promover e defender este código em todas as esferas da 
sociedade. Para que o CEARF, seja espelho da conduta de todo profissional, os Diretores 
Funerários que receberem o Certificado de Diretor Funerário firmarão termo de adesão ao 
mesmo, como garantia maior da exaltação dos princípios éticos que devem reger suas ações. 
 
Artigo 25 
As empresas funerárias que possuírem um Diretor Funerário reconhecido pela ABREDIF, 
Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário, e aderirem ao CEARF, 
receberão um Certificado de qualificação técnica. 
 
Artigo 26 
O atendimento ao público por empresa funerária pública ou privada somente poderá ser feito 
por empresa que possuir o Certificado de Qualificação Técnica expedido pela ABREDIF. 
 
Artigo 27 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
O número do Certificado de qualificação técnica da empresa funerária e do registro do Diretor 
Funerário junto à ABREDIF constará obrigatoriamente de toda propaganda, bem como de 
qualquer impresso relativo ao exercício da atividade funerária. 
 
Artigo 28 
A ABREDIF ensejará esforços para a constituição de um Conselho Federal e de Conselhos 
Regionais, visando a aplicação, manutenção, normalização e supervisão deste Código 
 
Artigo 29 
A ABREDIF promoverá a organização e a instalação de cursos para a formação de técnicos 
em atividade funerária. 
Parágrafo Único – Aqueles que concluírem curso profissionalizante de Técnico em Atividade 
Funerária, receberão da ABREDIF o título de Diretor Funerário desde que observados os 
dispostos deste código. 
 
Artigo 30 
Este código passa a ter validade e efeito a partir da data de seu Registro em Cartório de 
Registro Civilde Pessoas Jurídicas, para que dele todos tomem conhecimento e as 
autoridades constituídas possam, usa-lo como fonte de consulta e inspiração na adequação 
das legislações pertinentes existentes. 
 
Cuidados com o Corpo após a Morte 
 
Será de grande valia explicar ao familiar o processo de cuidado com o corpo do ente querido, 
porque no meio das famílias, existem crenças e regras para rituais mortuários, que tem que ser 
eticamente respeitados. 
 
Após a constatação da morte de um paciente a enfermagem e profissionais a realizarem 
diversos procedimentos de cuidados com o corpo. 
 
A necessidade desses procedimentos está relacionada ao que ocorre fisiologicamente quando 
da morte somática, sendo imprescindível ao profissional ser conhecedor das transformações 
que advêm para prestar cuidados adequados ao corpo e uma melhor assistência a família. 
 
Os cuidados com o corpo após a morte consistem essencialmente em preservar um aspecto 
natural e confortável e em dar apoio moral aos familiares 
 
Os procedimentos para preparar o corpo precisam iniciar antes que ocorra a rigidez 
cadavérica. 
 
Caso tenha sido auto imediatamente, deve-se fazer contato com a equipe responsável pela 
captação e transporte. 
 
É importante: 
• Observar à hora. 
• Fechar os olhos. 
• Elevar ligeiramente a cabeceira deixando os membros alinhados. 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
• Colocar prótese dentária se houver. 
• Retirar sondas, drenos, cateteres, cânulas etc. 
• Retirar da cama travesseiro e roupas extras. 
• Cobrir o corpo com um lençol. Reunir o material para o preparo do corpo. 
 
Finalidades 
• Deixar o corpo limpo e asseado. 
• Colocar em boa posição. 
• Evitar mal odor. 
• Evitar a saída de sangue e excreções. 
• Preservar a aparência natural do corpo. o funeral. 
• Facilitar a identificação do corpo. 
 
Material 
• Bandeja, que deve ser colocada em um carrinho ou mesa auxiliar, contendo: 
• Uma bacia com água 
• Duas etiquetas com dados do falecido 
• Uma cuba-rim com pinça anatômica 
• Esparadrapo 
• Ataduras 
• Luvas de banho, gaze ou pedaço de pano 
• Luvas de procedimento 
• Algodão 
• Absorvente 
• Saco plástico para resíduos 
• Alfinetes de segurança ou fita crepe 
• Tesoura 
• Material de curativo 
• Avental 
• Lençóis 
• Hamper 
• Biombos 
• Roupas limpas para o sepultamento. 
 
Método 
• Cercar o leito com biombos 
• Colocar avental e calçar luvas de procedimento e outros Equipamentos de Proteção 
Individual(EPI), como máscara e óculos, caso necessário. 
• Retirar todos os travesseiros, deixando o cadáver em decúbito dorsal horizontal 
• Trazer o material, colocando a bandeja na mesa de cabeceira ou aproximar o carrinho ou 
mesa auxiliar. 
• Retirar sondas, drenos, cateteres e trocar os curativos, fixando- os bem a pinça, introduzir o 
algodão de modo a bloquear a orofaringe. 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
• Tamponar o ânus e a vagina (caso seja do sexo feminino) introduzindo algodão e, 
externamente, colocar absorvente ou algodão para coletar urina ou fezes. 
• Colocar uma das etiquetas no peito do falecido fixando com esparadrapo ou outra fita 
adesiva. 
• Vestir a roupa a ser usada para o sepultamento. 
• Enfaixar o queixo, pés e mãos usando ataduras. 
• Virar o corpo em decúbito lateral e estender o lençol sobre o colchão. 
• Envolver o corpo com o lençol. 
• Colocar a segunda etiqueta presa com alfinete ou fita adesiva no lençol, à altura do peito, com 
as informações viradas para o lençol; impossibilitando a leitura indesejável ao transportar o 
adáver. 
• Colocar o corpo sobre a maca (sem colchonete) e transportá- lo ao necrotério. 
• Providenciar a limpeza e a ordem do material. 
• Tirar o avental, as luvas e lavar as mãos. 
• Anotar no prontuário “óbito”, horário e outros dados de interesse 
 
Observações 
• Se o paciente tiver prótese dentária, colocá-la imediatamente após a morte. 
• Fechar os olhos, fazendo compressão nas pálpebras ou colocando compressas de gaze 
embebida em água fria, gelada ou éter. 
• Se houver curativo, substituir por um curativo limpo. 
• O tamponamento só pode ser efetuado após a assinatura do testado de óbito. • Nas etiquetas 
devem constar: nome, leito, clínica, data e hora do falecimento do falecimento e o nome de 
quem preparou o corpo do falecido. 
• Se o morto tiver objetos de uso pessoal ( aliança, relógio etc. ) entregar à família ou à seção 
competente com o devido rol de pertences. 
• O corpo deve permanecer no necrotério até que seja feita a necropsia ou enterro. . 
• Zelar para que a família seja imediatamente avisada. 
• Dar apoio emocional e orientação para o funeral, se necessário. 
 
Atenção 
Nos locais onde a funerária faz o tamponamento, a técnica escrita acima deve ser reservada. 
 
No caso de portador de HIV ou outra doença transmissível: 
• Usar avental, luvas, óculos e máscara. 
• Manipular o corpo o mínimo possível. 
• Envolver o corpo e em lençol e plástico (para o transporte), quando apresentar possibilidade 
de extravasamento de secreções, colocando o rótulo “RISCO DE CONTAMINAÇÃO”. 
• A urna deve permanecer fechada. 
 
Importante 
• Evitar comentários desnecessários e manter atitude de respeito ao corpo. 
•Em caso de necropsia e encaminhamento para o Instituto Médico-Legal não fazer 
tamponamentos. 
 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
Outras culturas 
 
Islamismo 
• De acordo com as leis islâmicas, o corpo do morto é lavado pelos familiares sempre do 
mesmo sexo e enrolado em três panos brancos. 
• Depois é colocado num caixão para que os parentes mais próximos se despeçam dele e em 
seguida levado para cerimônia onde só os parentes mais próximos se despeçam dele e em 
seguida levado para cerimônia onde só participam homens por 2 horas. 
• O caixão é carregado para o túmulo, composto por quatro paredes de pedra, onde o corpo 
será colocado sem o caixão em que foi transportado. O buraco é tampado com pedras e só 
depois de totalmente fechado a terra é jogada sobre a tampa. Não é permitida a cremação do 
corpo. 
 
Judaísmo 
• Quando um Judeu morre, há um ritual chamado de tahará (purificação), no qual é lavado pelo 
chevra kadisha (grupo sagrado). 
• Depois de lavado, o corpo é envolvido em panos brancos e o caixão é fechado para que 
ninguém mais o toque e o enterro deve ocorrer o mais rápido possível. 
• Os judeus não permitem que seus mortos passem por autopsia em nem cremação. 
 
Tamponamento egípcio 
• Após a higiene do corpo ao invés de fazer o tamponamento com algodão em todos os 
orifícios será colocado no umbigo pingos de vela. Não existe nada comprovado cientificamente. 
 
Abaixo segue uma pesquisa a respeito: 
 
Trata-se de um estudo descritivo exploratório que teve como objetivo principal resgatar a 
origem do conhecimento sobre o preparo do corpo após a morte pelo método da vela. 
 
Esse método, conhecido também como tamponamento egípcio, é utilizado por profissionais de 
enfermagem para substituir o tamponamento tradicional, realizado nos orifícios corporais, após 
óbito. 
 
Embora, difundido e utilizado pela comunidade de enfermagem não foi possível localizar 
nenhuma publicação científica, que dê sustentação ao método, essa lacuna existente nesse 
saber motivou a realização deste estudo. 
 
Foram entrevistados 154 elementos que compõem as equipes de enfermagem de três 
hospitais da Grande São Paulo. 
 
Os resultados encontrados demonstram que: 
• 85,1% das pessoas que fizeram parte da amostra conhecem o método; 
• 32,5% já havia utilizado ou utilizam o método; 
• 28,0% realizam o método como rotina da Unidade de trabalho; 
• 32,5% acreditam ser um procedimento que apresenta como vantagens principais: a facilidade, 
rapidez da execução e sua eficácia; 
NECROBR
 
 
ARES CURSOS E PREPARATÓRIOS 
• 26,0% identificaram como desvantagem a restrição de seu uso em alguns casos.

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