Buscar

SOCIOLOGIA JURIDICA E JUDICIÁRIA - Aula 1 - Introdução

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA JURIDICA E JUDICIÁRIA
PROF° MARIANGELA MARTINEZ
AULA 1:
Na medida em que o direito é produto das relações intersubjetivas e não um produto dos deuses ou de ideias superiores que não pertencem a ninguém. São as pessoas, em suas relações sociais cotidianas que ao produzirem conflitos, necessitam estabelecer normas que os pacifiquem e ordenam essas mesmas relações.
Conceito sociológico do Direito 
Vamos considerar que:
· O Direito tem sua origem nos fatos sociais, que são mutáveis;
· O Direito é um fenômeno cultural – só existe nas sociedades humanas;
· A ideia de Direito relaciona-se às noções de conduta e de organização.
De acordo com Cavalieri Filho (2007, p. 8):
“A sociedade humana é, portanto, o meio em que o Direito surge e se desenvolve, pois, a ideia do Direito liga-se à ideia de conduta e de organização, provindo da consciência das relações entre os indivíduos”.
Função social do Direito 
Prevenir conflitos 
“O Direito previne conflitos através de um conveniente disciplinamento social, estabelecendo regras de conduta na sociedade [...]” (CAVALIERI FILHO, 2007, p. 15).
Compor conflitos 
O Direito resolve conflitos de interesses, promovendo a justiça nos casos concretos.
Manter o controle social 
O Direito assegura a conformidade de comportamento dos indivíduos a um conjunto de regras e princípios prescritos e sancionados.
Sustentar a regulação social 
O Direito mantém um conjunto de pressões diretas ou indiretas exercidas sobre os membros individuais ou coletivos de um grupo ou de uma sociedade. O objetivo é corrigir seus desvios de comportamento, de expressão ou de atitude em relação a regras e normas adotadas pelo grupo social ou pela sociedade em questão.
Origem da Sociologia Jurídica 
A Sociologia Jurídica nasceu como disciplina específica no início do século XX.
Os trabalhos na área partem da tese de que o Direito é um fato social ou uma função da sociedade. Os sociólogos do Direito, por sua vez, consideram que o Direito possui uma única fonte: a vontade do grupo social.
A Sociologia Jurídica deve pesquisar, portanto, o fato do Direito, cuja manifestação não depende da lei escrita, mas sim da sociedade, que produz esse fato e cria relações jurídicas.
Abordagens da Sociologia Jurídica 
Abordagem positivista = Sociologia DO Direito
De acordo com a abordagem positivista, a Sociologia Jurídica não pode ter uma participação ativa dentro do Direito. Se o Direito corresponde “à lei e às relações entre as leis”, tudo o que não representar a legislação fica fora da ciência jurídica.
A Sociologia Jurídica pode, sim, estudar e criticar o Direito, mas não pode ser parte integrante dessa ciência. Seu papel é de observador neutro do sistema jurídico.
Adeptos dessa abordagem:
- Niklas Luhmann (1927-1998), na Alemanha;
- Renato Treves (1907-1992), na Itália.
Compor conflitos = Sociologia NO Direito 
De acordo com a abordagem pós-positivista, a Sociologia NO Direito adota uma perspectiva interna com relação ao sistema jurídico. Seus adeptos contestam a exclusividade de um método jurídico tradicional, afirmando que a Sociologia Jurídica deve interferir ativamente na elaboração, no estudo dogmático e, inclusive, na aplicação do Direito.
Não há uma ciência jurídica autônoma, porque, além dos métodos tradicionais, o Direito também emprega – ou deve empregar – métodos próprios das Ciências Sociais.
Essa perspectiva rompe com a ideia do estudioso Hans Kelsen de que o Direito “é uma norma e as relações entre as normas”, bem como com a ideia de imparcialidade ou neutralidade do jurista.
O Direito é produto da própria sociedade!
Somente a vida humana pode necessitar de normas que a antecipem e que a pretendam regular, buscando a prevenção da conduta antissocial por meio de sanção que a norma pressupõe.
Para ilustrar, podemos citar qualquer norma que tenha sido produto de uma demanda social, como, por exemplo:
A Lei dos Crimes Hediondos – Lei nº 8.072/1990;
A Lei da União Estável – Lei nº 9.278/1996;
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – Decreto-Lei nº 5.452/1943;
O Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/2003;
O Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC) – Lei nº 8.078/1990  etc.
Aspectos sociais do fenômeno jurídico: teoria tridimensional do Direito
O fenômeno jurídico possui três dimensões, o que significa que pode ser estudado sob três pontos de vista: o da justiça, o da validade e o da eficácia.
Trata-se da teoria tridimensional do Direito, desenvolvida pelo jurista Reale (2003) e, depois, por muitos outros estudiosos. O esquema a seguir representa essa teoria:
A diferença entre Sociologia Jurídica, Ciência do Direito e Filosofia do Direito
	
	Sociologia Jurídica
	Ciência do Direito 
	Filosofia do Direito 
	Objeto de Estudo
	Direito–fenômeno jurídico–como fato social, decorrente das relações sociais.
	Norma jurídica e sua aplicação a casos particulares, como foi concebida e equacionada pelo legislador.
	Princípios fundamentais do Direito –tais como norma, poder, realidade, valor ou conhecimento.
	Função dos Atores
	O sociólogo estuda e analisa os múltiplos aspectos do fato jurídico e sua interação1com os demais fatores sociais
	O cientista do Direito –jurista –interpreta e aplica a norma jurídica, excluindo qualquer elemento não jurídico.
	O filósofo se preocupa com a valoração jurídica dos bens da sociedade –tais como a justiça, o bem comum, o interesse social, a liberdade etc.
	Pilares da ciência 
	SER = Direito vivo, que se passa de acordo com a vontade do homem.
	DEVER SER = Normatividade do Direito positivo.
	PODER SER = Essência e definição do Direito, visando sua aplicação
Os princípios da teoria tridimensional do sistema jurídico:
Justiça: Interessa aos filósofos do direito 
A questão da justiça é objeto do estudo dos filósofos do Direito, que examinam a chamada idealidade do Direito, cujas bases são:
- A justificação do sistema jurídico atual;
- A busca dos melhores princípios de organização social;
- As relações entre Direito e moral;
- As relações entre normas positivas e ideais de justiça;
- As relações entre o Direito e a verdade.
Validade: Estudo das normas formalmente validas (Validade igual Legalidade)
A análise das normas formalmente válidas – ou seja, o estudo interno do Direito positivo – interessa ao dogmático ou intérprete do Direito, que busca:
- Identificar as normas legais;
- Encontrar o sentido de cada elemento do ordenamento jurídico;
- Solucionar os problemas de conflito entre normas;
- Adaptar as normas aos problemas concretos.
Nesse caso, o objeto do conhecimento é a normatividade do Direito.
Eficácia: Interessa aos sociólogos do Direito 
Esta terceira dimensão está relacionada à eficácia das normas jurídicas e corresponde ao campo de análise da Sociologia Jurídica. Trata-se do objeto de estudo dos sociólogos do Direito, cuja função é analisar a realidade social do Direito.
Seu referencial é o conhecimento da vida jurídica. Por isso, examina-se, aqui, a facticidade do Direito, isto é, o Direito como realidade social.
Nesse caso, a Sociologia Jurídica prepara uma teoria sociológica dos fenômenos jurídicos, sem interessar-se pelas questões técnicas da interpretação do Direito nem pelos ideais jurídicos, que são foco de atenção, respectivamente, da Filosofia e da Ciência do Direito – dogmática.
Não se esqueça de que as três dimensões do fenômeno jurídico apresentadas anteriormente estão relacionadas entre si. Por exemplo, se a sociedade avalia que uma lei é injusta, esta tende a ser revogada ou, na pior hipótese, tende a não produzir efeitos práticos, o que a tornará ineficaz.
Por isso, o intérprete do Direito não pode ignorar que a falta de legitimação de uma lei em vigor é um elemento importante do fenômeno jurídico, na medida em que é capaz de levar a sua revogação ou ineficácia.
Um exemplo concreto disso aconteceu em 2005, com a abolição do delito de adultério no Código Penal – Lei nº 2.848/1940.
Do mesmo modo, o sociólogo e o filósofo do Direito não podem ser indiferentes ao tema da interpretação normativa do Direito positivo, já que precisamconhecer o conteúdo das normas em vigor para poder analisar a realidade e a idealidade do Direito.
Sendo assim, o sociólogo do Direito não trabalha desconhecendo as análises dos filósofos e dos intérpretes do Direito. Há, portanto, uma complementaridade das três dimensões do conhecimento do fenômeno jurídico.
Fim da aula...

Outros materiais