Buscar

Manual de Energia Fotovoltaico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 1 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
MANUAL DE ENERGIA SOLAR
 FOTO-VOLTAICA
ÍNDICE
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
Conceitos de electricidade, electrónica e energias renováveis e recursos 
solares..................................................................................................................... PAG 3
CAPÍTULO 2 - MÓDULOS OU PAINÉIS SOLARES FOTO-VOLTAICOS............ PAG 19
CAPÍTULO 3 - COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO FOTO-VOLTAICA
 ligada à rede ou isolada............................................................... PAG 34
CAPÍTULO 4 - CONEXÃO CABOS E ACESSÓRIOS........................................... PAG 39
CAPÍTULO 5 - RESPOSTA ÀS PERGUNTAS FREQUENTES FAQ.................... PAG 44
CAPITULO 6 - INSTRUÇÕES DE MONTAGEM..................................................... PAG 47
CAPITULO 7 - INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA PARA INSTALAÇÃO
de painéis Fotovoltaicos........................................................................................ PAG 65
CAPÍTULO 8 - PLANEAMENTO DE UMA INSTALAÇÃO
comercial e técnico................................................................................................. PAG 69
CAPÍTULO 9 - PROBLEMAS FREQUENTES........................................................ PAG 83
CAPÍTULO 10 - ESTUDO ECONÓMICO 
micro-geração fotovoltaica e eólica combinadas.................................................. PAG 85
CAPÍTULO 11 - MICRO-GERAÇÃO ….........................................…......................... PAG 87
CAPÍTULO 12 - LEGISLAÇÃO NACIONAL E COMUNITÁRIA …......................... PAG 92
CAPÍTULO 13 - ANEXOS....................................................... …............................. PAG 93
(As três páginas seguintes são homenagem ao grande cientista e escritor Isaac Azimov por toda sua 
obra )
Formador: António Subida
Referencias Bibliográficas
Cartilha de Energia Solar - Kyocera
Manual do curso publicado por Panorama Energético (http://www.panoramaenergetico.com).
E-TexT Books de Retscreen, do Canadá ( http://www.retscreen.net ), e software para elaborar projectos de fo-
tovoltaico. Se quiser este software pode efectuar o descarga. É gratuito.
Guias da Energia Solar do Concurso Solar Padre Himalaya . 
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 2 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
O SOL GLORIOSO
Isaac Asimov ( excerto do livro “O Início e o Fim” - Edições Melhoramentos)
Vivemos da energia do Sol Glorioso, e tudo que vive o faz. As plantas verdes fazem uso da energia da luz so -
lar para converter o dióxido de carbono, a água e minerais em hidratos de carbono, gordura e proteínas. Os 
animais vivem dos compostos de alta energia das plantas, ou de outros animais que comeram plantas. Toda 
a vida animal, inclusive a nossa, se alimenta, finalmente, das plantas verdes que fizeram uso da energia da 
luz solar para criar a provisão de alimentos.
A tecnologia do homem está também, baseada, na energia solar. O calor solar aquece desigualmente o ar e o 
mar, criando ventos e correntes oceânicas. O calor solar evapora o oceano, elevando quilómetros cúbicos de 
água ao espaço, na forma de vapor. Lá, a água, a seu tempo, condensa-se, e cai em forma de chuva; parte 
dela cai em continentes, onde se acumula em lagos a lagoas, alguma corre de volta aos oceanos na forma de 
rios e riachos. E os ventos e a água corrente têm estado a mover navios e a girar rodas desde os tempos an-
tigos.
 A grande fonte de energia, feita pelo homem - o fogo - depende da queima de combustível no ar. Onde o 
combustível é lenha, o fogo representa a queima de compostos formados por plantas através do uso da ener -
gia da luz solar; onde a gordura animal, são os compostos formados por animais a expensas das plantas; 
onde se trata de carvão ou de petróleo, o combustível é material que se formou por meio de plantas ou de 
animais há centenas de milhões de anos, partindo da energia dessa antiga luz solar.
 Alguma energia usada pelo homem não é de origem solar; o calor interno da Terra manifesta-se em fontes 
quentes; a rotação da Terra produz o movimento das marés; e os núcleos atómicos podem sofrer fissão, ou 
fusão, para produzir energia. Estas fontes não-solares de energia têm contribuído, por enquanto, muito pouco 
para as necessidades totais de energia da humanidade. A principal fonte, neste momento (e durante dois sé-
culos passados), é o carvão, apenas superado pelo petróleo - ambos obtidos do interior da crosta terrestre. 
Entretanto, o carvão é difícil de ser conseguido e transportado; ademais, sua escavação prejudica o meio am-
biente. O petróleo é de abastecimento limitado, e o dia do seu desaparecimento não se encontra a muitos de-
cénios no futuro. Tanto o carvão como o petróleo, ao serem queimados, poluem gravemente. Ainda que o 
carvão e o petróleo pudessem ser purificados e queimados com completa eficiência, de modo a não produzi -
rem poluição comum, eles, ainda assim, dariam desperdício de calor que aqueceria lentamente a Terra, alte-
rando-se o clima. Também produziriam dióxido de carbono, que não deixaria o calor escapar para o espaço, a 
isto aceleraria a tendência para o aquecimento. Se nos voltarmos para a fissão nuclear, haverá o grande peri-
go da poluição pela radiação. Se nos voltarmos para a fusão nuclear, com a qual o perigo da poluição é muito 
menor, teremos de enfrentar o facto de que os problemas de engenharia envolvidos na fusão se encontram 
por enquanto solução, e talvez requeiram decénios para serem resolvidos.
 Podemos voltar-nos de novo para o Sol. A despeito de toda a energia solar que entra na produção do vento, 
das correntes aquáticas e das plantas verdes, mais de 90 % da energia que recebemos do sol destina-se sim-
plesmente a aquecer a Terra. Este aquecimento é útil, naturalmente, pois mantém a temperatura da Terra su-
ficientemente quente para tornar possível a vida. Contudo, se esse desperdício de calor da luz solar fosse uti -
lizado para os propósitos do homem, ele acabaria sendo utilizado como calor (que é indestrutível), e a Terra 
continuaria tão quente como antes. A cada dia, a quantidade de luz solar que incide sobre a Terra, sem ser 
usada de alguma forma, a não ser para aquecer o nosso planeta, representa tanta energia quanto a humani-
dade utiliza em cerca de 3 anos. E mais: a energia solar a completamente não-poluente. Ela nem sequer in-
troduz poluição pelo calor, porquanto o calor existe, nela, na mesma quantidade, façamos ou não façamos 
uso da energia.
 Que é que nos impede, então, de fazer uso da energia solar?. Três coisas:
1. energia solar é muito diluída. É muito abundante, mas espalha-se subtilmente por uma grande área. 
Colectá-la e concentrá-la até o ponto em que se torne útil para a tecnologia humana é coisa altamen -
te complexa.
2. A energia solar directa varia em quantidade com a hora do dia . É baixa pela manhã e à tarde, e não 
existe à noite. As nuvens, a névoa e a neblina reduzem-lhe a quantidade, mesmo quando está no 
ponto máximo. Em muitos lugares, onde a indústria do homem é mais concentrada, a quantidade dis-
ponível do Sol é particularmente variável.
3. O homem tem sido extremamente preguiçoso quanto a solucionar os problemas de engenharia envol-
vidos no uso directo da energia solar, porque estiveram à sua disposição as técnicas mais simples de 
queima do carvão e do petróleo; e tem tido, igualmente, falha de imaginação, de modo que não tem 
visto as necessidades e as possibilidades com suficiente antecipação para fazer funcionar um dispo-
sitivo condicionador de ar que refrigerará a casa no tempo de calor. O Sol pode não inspirar confiança 
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimentoe Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 3 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
bastante para manter essa "casa solar" em funcionamento durante fases de céu encoberto, ou quan-
do o tempo está extremamente quente, ou frio; mas poder-se-iam usar fontes de energia mais con-
vencionais, a título de apoio, em quantidades pequenas com o correr do tempo. Então porque não se 
faz isto?
 Em primeiro lugar, faz-se. Casas equipadas para uso de energia solar são construídas aqui a acolá, particu-
larmente no Japão; mas, no conjunto, apenas ocasional e experimentalmente. O custo inicial é elevado, e a 
indústria da construção reluta em investir dinheiro enquanto o público, não compreendendo claramente a pou-
pança com o correr do tempo, ou não dispondo do indispensável capital, não se mostra disposto a comprar. 
Outros empregos de pequena escala envolvem alambiques em que a luz solar é usada para evaporar a água 
do mar, de modo que água doce se condense e se acumule; envolvem também fornalhas solares, nas quais a 
luz solar é reflectida por um conjunto de espelhos e focalizada num determinado ponto no qual a temperatura, 
então, se aproxima da temperatura da superfície do Sol.
 A energia da luz solar também pode ser usada para produzir electricidade - forma bem mais flexível a delica -
damente útil de energia do que o calor. Algumas composições de metais, de quantidades cuidadosamente 
ajustadas, podem dar origem a uma pequena corrente eléctrica durante o tempo em que estiverem expostas 
a luz do Sol. Estas "células solares" tem sido usadas com grande êxito para fornecer energia a satélites artifi -
ciais. Imaginem-se séries de células solares alinhadas sobre telhados, ou sobre outras superfícies expostas à 
luz do Sol. A electricidade poderia ser produzida em quantidades contínuas, podendo fazer funcionar utensíli -
os. Poderia ser armazenada em baterias, e usada para iluminar edifícios à noite. É certo que as células sola -
res são caras e são também frágeis. No momento presente, a electricidade solar seria cerca de quinhentas 
vezes mais cara do que a electricidade produzida por meios mais convencionais. Observe-se, porém, que as 
células solares têm sido produzidas em pequenas quantidades, para fins especializados. Se se fizerem esfor-
ços para produzir células mais robustas, no estilo de produção em massa, o seu preço poderá descer drasti-
camente. 
Poderíamos então imaginar gigantescas fábricas de energia baseadas numa vasta série de células solares, 
cobrindo amplas áreas dos sectores da Terra em que a luz do Sol é quase continua. Acontece que estes sec-
tores são áreas desérticas, onde há pouca vida e onde a luz solar aquece inutilmente apenas areia nua e ro -
cha. Cerca de 12,4 milhões de quilómetros quadrados da superfície da Terra apresentam-se na forma de de-
serto tostado pelo Sol. Só o deserto do Saara é tão grande como os Estados Unidos. As células solares, fun-
cionando a apenas 10 % de eficiência, requereriam 48.000 km2 de luz solar (apenas 1/250 da área desértica 
do mundo) para suprir as actuais necessidades de energia do mundo. Nos Estados Unidos, existem amplos 
sectores do sudoeste que poderiam ser usados como fontes de energia solar. Naturalmente, isto exigiria 
grande investimento inicial. Pode ser que os xeques do petróleo abram o caminho. No presente, eles estão 
reunindo a riqueza do mundo em suas mãos, a troco do petróleo que possuem, e encontram-se um tanto con-
fusos sobre o que fazer com essa riqueza. Certamente, as nações produtoras de petróleo do Médio Oriente 
têm consciência de que seus recursos estão minguando, e de que, por coincidência, suas terras contêm ge-
nerosos sectores dos desertos do mundo tostados do Sol. Se tiverem visão razoavelmente ampla, financiarão 
as pesquisas e a engenharia que transformarão seus países em centros de energia solar. Por essa forma, 
eles conservariam seu poder económico, a ainda ajudariam o resto do mundo, que poderia utilizar a experiên-
cia do Médio Oriente para construir fabricas eléctricas em áreas desérticas de outras partes do globo. As fá-
bricas eléctricas baseadas em desertos da Terra talvez não sejam a última instância. A atmosfera terrestre re -
flecte mais de metade da energia da luz solar, remetendo-a de volta ao espaço antes que ela atinja a superfí-
cie do nosso planeta, e ainda absorve parte da que resta. Ademais, os desertos têm suas tempestades de 
areia, e poderiam sofrer terramotos devastadores. O simples facto de que as fábricas eléctricas ficariam a su-
perfície da Terra significaria que elas interfeririam nas formas de vida, inclusive a humana, e vice-versa. 
Há sugestões, pois, no sentido de que os dispositivos colectores de energia sejam, algum dia, levados para 
fora da Terra e reunidos em vários satélites artificiais, orbitantes, distribuidores de energia solar. Tais satélites 
poderiam absorver luz solar, à noite, sem interferência e sem perca motivada pela atmosfera terrestre. A 
energia que eles absorvessem poderia ser projectada para a Terra na forma de micro-ondas (como as que 
são usadas no radar), e, na Terra, essas micro-ondas poderiam ser captadas por antenas gigantescas. 
Há trinta anos, escrevi uma história descrevendo essas fábricas de energia circulando ao redor do Sol, nas 
proximidades da órbita de Mercúrio, onde a energia solar é cerca de dez vezes mais concentrada do que nas 
proximidades da Terra. (Os "satélites fábricas de energia" eram accionados por meio de robôs, na minha his-
tória.) O conceito era, então, pura ficção científica, e ainda o é hoje, mas no terço de século intermédio, ele 
chegou bastante perto da praticabilidade. Quando escrevi pela primeira vez aquela história, nenhum dos es-
critores de ficção cientifica sequer sonhava com satélites e fábricas espaciais, e os cientistas estavam apenas 
começando a aprender o modo de lidar com as micro-ondas. Dentro de outro terço de século, quem sabe... 
O que precisamos é da habilidade dos cientistas e engenheiros para superar os problemas práticos existen-
tes; da resolução dos líderes políticos para apoiá-los; da capacidade do povo, em geral, para compreender as 
potencialidades do uso directo da energia solar, bem como da sua boa vontade em ver o dinheiro dos seus 
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 4 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
impostos usado para tal fim; e, acima de tudo, da continuidade da estabilidade da ordem social mundial, da 
ordem económica e do sistema tecnológico. Precisamos de visão e de alguma boa sorte, também….
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 5 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
O RECURSO SOLAR
O Sol fornece anualmente para a atmosfera terrestre 1,5X10
18
 KWh de energia radiante. Trata-se de um va-
lor correspondente a 10.000 vezes o consumo mundial no mesmo período. Além de ser responsável pela ma-
nutenção da vida a radiação solar constitui uma fonte inesgotável de energia podendo ser utilizada por inter-
médio de sistemas de captação e conversão em energia eléctrica. Mesmo com os rendimentos relativamente 
baixos dos sistemas fotovoltaicos comerciais (8 a 20%). Se este recurso tivesse um uso generalizado ou seja 
se estivesse aproveitado em 0,1% da superfície da terra, ainda seria suficiente para suprir as necessidades 
energéticas da humanidade actual . 
APLICAÇÕES DA ENERGIA SOLAR
Já existem muitos projectos “Solares” quer governamentais, quer particulares nas áreas de: Telecomunica-
ções, Electrificação Rural, Sinalização de Estradas e Bombeamento de Água e actualmente Micro-geração, 
que utilizam a Energia Solar com bastante sucesso. 
O principal obstáculo à implementação de centrais deste tipo prende-se como investimento inicial elevado. 
No entanto, já é comercialmente viável para pequenas instalações. Os postos de saúde remotos beneficiam 
com a Energia Solar no que toca a abastecer refrigeradores para a conservação de vacinas, prover ilumina-
ção e comunicação.
Em regiões isoladas de países desenvolvidos, já são comercializáveis kits (incluem um ou dois módulos Foto-
voltaicos, 3 ou 4 lâmpadas, uma bateria e um simples carregador de baterias) para alimentação de habita-
ções temporárias, por exemplo uma casa de montanha. O seu uso é particularmente vantajoso em regiões re-
motas ou em zonas de difícil acesso. Espera-se contudo que o aumento da produção dos painéis solares, 
faça descer bastante o investimento desse custo inicial, e que assim o possamos aproveitar o máximo de 
energia solar possível.
As principais aplicações dos sistemas fotovoltaicos são:
- Electrificação remota – actualmente uma das principais aplicações da energia fotovoltaica é a possibilida-
de de fornecer energia eléctrica a lugares remotos, onde o custo da montagem de linhas eléctricas é superior 
ao sistema fotovoltaico, ou existe a impossibilidade deste tipo de fornecimento;
- Sistemas autónomos – bombagem de água para irrigação, sinalização, alimentação de sistemas de teleco-
municações, frigoríficos médicos em locais remotos, etc;
- Aplicação de micro-potência – relógios, maquinas de calcular, etc;
- Integração em edifícios – a integração de módulos fotovoltaicos na envolvente dos edifícios (paredes e te-
lhados) é uma aplicação recente, podendo representar reduções de custos construtivos e energéticos. A 
energia produzida em excesso pode ser vendida à companhia eléctrica, e quando existem insuficiências, esta 
pode ser comprada;
- Veículos – outra aplicação, ainda em fase de investigação, é a de automóveis de recreio providos de célu-
las foto-voltaicas, com suficiente potência para movimentá-los, assim como também embarcações de recreio. 
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 6 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
É vital nos veículos espaciais quer pela disponibilidade energética fornecida pelo Sol quer pelos inconvenien-
tes que evita ao não ser necessário transportar combustível para estes veículos. 
 Exemplos de aplicações de energia fotovoltaica
Exemplo de uma instalação residencial de micro-geração ligada à rede
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 7 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
ENERGIA SOLAR FOTO-VOLTAICA - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
A matéria prima mais importante para a produção de energia solar fotovoltaica é o Silício (Si). O silício 
apresenta-se na natureza sob a forma de dióxido de silício SiO2 o constituinte principal do quartzo mi-
neral muito abundante na areia e no granito.
Materiais onde existe silício:
 a) feldspato; b) granito; c) areia; d) argila; e) quartzo.
Através de métodos adequados obtém-se o silício em forma pura. Na forma cristalina é muito duro e pouco so-
lúvel, apresentando um brilho metálico e uma coloração cinzenta. É um elemento relativamente inerte e resis-
tente à acção da maioria dos ácidos. O silício transmite mais de 95% dos comprimentos de onda das radiações 
infravermelhas.
O silício necessário ao fabrico das células foto-voltaicas pode ser obtido a partir da quartzite através de um 
processo dispendioso, sujo e difícil de realizar o que contribui para tornar o preço do silício bastante mais ele-
vado. Ainda por cima, o cristal de silício puro possui poucos electrões livres e portanto é um mau condutor 
eléctrico. Assim, e depois de fabricar os cristais é necessário em seguida fazer a deposição de impurezas 
para criar as 2 zonas, p e n, acrescentando-se pequenas percentagens de outros elementos. Este processo 
denomina-se de dopagem. 
Mediante a dopagem do silício com o fósforo obtém-se um material com electrões livres ou material com por-
tadores de carga negativa (silício tipo N). Realizando o mesmo processo, mas acrescentando Boro ao invés 
de fósforo, obtém-se um material com características inversas, ou seja, défice de electrões ou material com 
cargas positivas livres - as lacunas (silício tipo P). Se juntarmos duas camadas de silício dopado N e P elas 
forma um JUNÇÃO semicondutora.
Separadamente, ambas as capas são electricamente neutras. Mas ao serem unidas, na união P-N, cria-se 
um campo eléctrico devido aos electrões do silício tipo N que ocupam os vazios da estrutura do silício tipo P. 
Seguidamente, o silício é tratado com um revestimento anti-reflector, que evita perdas de radiação por esse 
fenómeno.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 8 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Cada célula solar é feita de uma grande superfície de uma camada fina de 
material tipo N e outra com maior espessura de material tipo P .
Separadamente, ambas as capas são electricamente neutras. Mas ao serem 
unidas, exactamente na união P-N, gera-se um campo eléctrico devido aos 
electrões do silício tipo N que ocupam os vazios da estrutura do silício tipo 
P.
A incidência da luz solar numa junção NP de silício transfere a ener-
gia dos fotões para os electrões fazendo com que estes saltem da 
banda de valência para a banda de condução e formando assim pa-
res electrão-lacuna susceptíveis de se moverem na junção. Devido 
ao campo eléctrico gerado na Junção P-N, os electrões são orientados a fluir da camada "P" para a 
camada "N".
 
Vista em corte de uma célula fotovoltaica
Por meio de um condutor externo, conecta-se camada negativa à positiva. Assim o efeito fotovoltaico produz 
um fluxo de electrões nos condutores externos. Os electrões são excitados pelas partículas de luz e encon-
tram no circuito eléctrico externo à célula, o caminho mais fácil para viajar de um lado da célula solar para o 
outro. Enquanto a luz continue a incidir na célula, o fluxo de electrões manter-se-á. A intensidade da corrente 
gerada variará proporcionalmente conforme a intensidade da luz incidente.
A célula solar apenas consegue orientar uma pequena percentagem desses electrões de forma a fazê-los fluir pelo circuito 
externo. Este fluxo de electrões é, por definição, corrente eléctrica e a sua energia é vulgarmente chamada de electricida-
de.
NOVOS MATERIAIS PARA FABRICO DE CÉLULAS foto-voltaicas
Na área dos novos materiais, os desenvolvimentos são permanentes. O silício começa cada vez mais a ser 
substituído. Uma das razões desta substituição é o custo da sua transformação, tarefa suja e tecnologicamen-
te complexa. Além disso, a sua textura degrada-se com a idade.
Há também quem continue a investir no silício, embora utilizando técnicas de transformação mais baratas. Entre estas téc-
nicas encontram-se as do silício mono-cristalino, menos refinado e logo mais barato, além disso as faixas de silício mono-
cristalino podem ser implementadas directamente nas bolachas sem perdas excessivas de material. Mas o futuro passa 
pela descoberta de novos materiais, mais baratos e eficientes. Prova disso é o facto de todos os grandes fabricantes de cé-
lulas foto-voltaicas terem já abandonado o silício e entrado no negócio dos novos materiais.
Materiais que podem ser usados para fabricação de células foto-voltaicas:
- INORGÂNICOS
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 9 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
TELURETO DE CADMIUM (ou CÁDMIO) (CdTe)
A fim de competir com o Silício Cristalino e o Silício Amorfo, em nível de produzir potência, surgiu no mercado 
fotovoltaico o Telureto de Cádmio. Este material é usadohá quase uma década nas aplicações em calculado-
ras mas, somente agora é que começam a ser comercializados módulos solares de grandes áreas (com uma 
área de aproximadamente 0.67 m2). Estes módulos, normalmente sob a forma de placas de vidro num tom 
castanho/azul-escuro, também apresentam um atractivo estético em comparação ao silício cristalino e as em-
presas envolvidas com esta tecnologia têm procurado as aplicações arquitectónicas como uma mais valia no 
mercado. Estas empresas, enquanto desenvolvem os seus produtos, ampliam os seus volumes de produção 
e reduzem os custos. Assim, como no caso do silício amorfo, os custos de produção do Telureto de Cádmio 
são atractivamente baixos na produção em grande escala e esta tecnologia tem óptimas hipóteses de desper -
tar como um sério competidor no mercado fotovoltaico para gerar potência eléctrica. A baixa abundância dos
elementos envolvidos e a sua toxicidade são aspectos que têm de ser levados em conta, principalmente se 
esta tecnologia atingir quantidades significativas de produção.
Com o recorde de eficiência de células individuais de pequenas áreas em laboratório (cerca de 16%), os mó-
dulos solares encontrados no mercado internacional apresentam eficiência entre 7 e 9%. 
DISSELENETO DE COBRE E INDIUM (ou ÍNDIO) (CIS)
As células de Disseleneto de Cobre e Índio de pequenas áreas produzidas em laboratório apresentam no mo-
mento uma eficiência próxima dos 18%. Módulos de grandes dimensões atingem 11% de eficiência.
Os módulos solares de Disseleneto de Cobre e Índio apresentam, como o Silício Amorfo e o Telureto de Cád-
mio, uma óptima aparência estética e devem surgir no mercado com grandes superfícies, encontrando aplica-
ções arquitectónicas diversas.
Assim, como no caso do Telureto de Cádmio, a pouca abundância dos elementos envolvidos e a sua toxicida -
de são aspectos que têm de ser considerados se esta tecnologia atingir quantidades significativas de produ-
ção.
ORGÂNICOS
Uma abordagem radicalmente nova são as células solares de materiais electrónicos orgânicos, como por ex-
emplo polímeros semicondutores também por vezes denominados por “soft cells”. Engenheiros electricistas 
da Universidade Princeton (Estados Unidos) criaram uma nova técnica de fabricação de células solares orgâ -
nicas que poderão se transformar num meio mais económico de aproveitamento da luz solar. Essas células 
são geralmente constituídas por um polímero condutor e um material receptor de electrões, como o fulereno 
(C60). A eficiência desses dispositivos ainda é limitada, principalmente devido à baixa absorção de luz pela 
camada activa e a baixa mobilidade dos transportadores de cargas. Parte desse problema pode ser minimiza-
do através da inserção de um terceiro componente na célula, como corantes orgânicos que apresentem ele-
vada absorção de luz na faixa espectral acima de 400 nm. (Pode fazer-se em construção caseira células or -
gânicas)
CÉLULAS SOLARES PLÁSTICAS
Pesquisadores da Universidade de Berkeley (Estados Unidos), descobriram uma forma de construir células 
solares plásticas a baixo custo. Elas são tão flexíveis que podem ser “pintadas” em qualquer superfície, po-
dendo ser utilizadas para fornecer energia para dispositivos electrónicos portáteis. A nova célula solar desen-
volvida é de material híbrido, formado por nano bastões (blocos quimicamente puros, de cerca de 100 a 
100.000 átomos, ou cerca de 1nm) dispersos num plástico ou polímero orgânico. Os nano bastões são feitos 
de Seleneto de Cádmio e chegam a medir até 60nm. Uma camada de apenas 200nm de espessura desse 
material é coberta por eléctrodos, podendo produzir 0,7 volts. Assim, ao contrário das células foto-voltaicas 
baseadas em Silício, as células plásticas podem ser produzidas sem a necessidade de salas limpas ou câma-
ras de vácuo, permitindo desta forma um custo de produção reduzido quando comparado com os processos 
que envolvem as células de Silício descritas neste trabalho.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 10 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
 Fotografia de uma célula solar plástica
Esquema das Células da BP
DESENVOLVIMENTOS DAS TECNOLOGIAS
A BP, líder mundial no fabrico de células foto-voltaicas, optou pelo Telureto de Cádmio, que, embora não seja 
o material mais promissor, é bastante mais fácil de utilizar e tem menos problemas associados.
O processo começa com vidro coberto por uma fina película de óxido, em seguida é decomposta por electróli -
se a primeira camada de Sulfito de Cádmio, seguida pela segunda camada, de Telureto de Cádmio. A cama-
da fina de metal é obtida por deposição de vapores metálicos, feita em fornos de vácuo. Por fim as camadas 
são cortadas a laser para criar células individuais ligadas em série pelo material condutor. 
Ligando uma série de células produz-se uma grande voltagem com uma baixa corrente. Uma única célula 
grande produziria uma grande corrente, mas, com uma tensão muito baixa.
A Siemens-Energia optou pelo material mais difícil de transformar, o Disseleneto de Índio e Cobre, desenvol-
vido pela Boeing para aplicações espaciais (satélites). Embora seja mais raro, a quantidade de material ne-
cessário para uma célula é muito menor, espessuras da ordem dos 0.002mm o que corresponde a 50g de 
material por metro quadrado de painel contra quase um Kg de Silício necessário para mesma área.
Outra das tecnologias em desenvolvimento é a dos revestimentos anti-reflectores. Uma superfície texturada 
torna o revestimento anti-reflector bastante mais eficaz. Apenas com a aplicação deste revestimento, é possí-
vel obter células com rendimentos da ordem dos 12 a 13%.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 11 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
 Método e Materiais usados no revestimento texturado 
Outra tecnologia em desenvolvimento acelerado é a célula sem contactos frontais (grelha). Na sua substitui -
ção existem zonas do tipo p+ e n+ que actuam como colectores de portadores de carga. A aplicação conjunta 
desta técnica e do revestimento especial anti-reflexo permitiram à SunPower Corporation o fabrico de células 
de rendimentos espantosos (20 a 23 %). Estas células foram utilizadas pela Honda no World Solar Challenge,
competição de veículos movidos a energia solar.
 Veículos movidos a energia solar utilizados pela Honda [.
A massa dos painéis solares pode ser reduzida utilizando células foto-voltaicas solares de filme fino, feitas de 
substratos flexíveis. A eficiência pode ser aumentada utilizando novos materiais e concentradores solares que 
intensificam a luz incidente, aspectos importantes os quais vamos apresentar em seguida, assim como novas
tecnologias em produção das células foto-voltaicas.
CÉLULAS DE BARREIRA DE SHOTTKY
São células cuja junção é induzida quando um contacto de metal é aplicado à superfície do silício dopado. 
Como resultado das propriedades electrónicas dos dois materiais, os portadores são distribuídos de cada um 
dos lados da junção de tal maneira que é induzido um campo de base dentro da superfície do silício. Este 
campo é idêntico ao da junção P-N. A vantagem desta célula é o facto de não necessitar de uma camada 
colectora dopada à superfície, embora necessite da grelha metálica no topo, já que o metal deposto tem uma 
resistência demasiado elevada para colectar a corrente das células. 
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 12 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
CÉLULAS DE JUNÇÃO SULCADA
Esta célula é muito eficaz, com eficiências medidas de mais de 20%. A sua principal vantagem é a baixa re-
sistência perto dos contactos quer frontais quer posteriores. Os portadoresde carga estão também separados 
e são colectados com grande eficiência por causa das numerosas e pouco distantes junções. O efeito de 
sombra é grande. Esta célula tem como interesse elevado a técnica dos concentradores solares. Esta técnica 
pretende concentrar a luz solar em células de alto desempenho, utilizando para isso lentes ou similares. Se 
conseguirmos concentrar a luz 100 vezes, necessitamos apenas de 1 por cento das células para produzir a 
mesma quantidade de energia. O mesmo princípio é utilizado para gerar fogo com uma lupa em um dia enso-
larado. Como o silício tem desempenhos baixos a altas temperaturas leva a que alguns destes sistemas ne-
cessitem de refrigeração. Outro dos problemas é que, numa série de células foto-voltaicas, se uma estiver 
com um funcionamento deficiente e tiver a tensão baixa, a tensão do conjunto também será baixa.
CÉLULAS DE CAMADA INVERSORA
Esta célula tem uma eficiência actualmente de 17% e um alto potencial voltaico. Foi descoberto que uma ca-
mada de monóxido de silício depositada em silício tipo p revestido de SiO2 (dióxido de silício) induz uma jun-
ção perto do topo do silício tipo p. O vapor de monóxido de silício perde electrões à medida que solidifica, 
pelo que a camada fica com carga positiva. Esta camada positiva empurra os poucos electrões livres no silí -
cio tipo p para a interface entre o Si e o SiO2, fazendo com que a região se comporte como se fosse silício 
tipo n. Uma vez que a camada por baixo do SiO2 se torna do tipo n e a maior parte do silício é tipo p, uma 
junção p-n é induzida no silício.
Quando a célula é iluminada, a junção separa os electrões e as lacunas tal como uma junção p-n normal (os 
electrões gerados pela luz têm energia suficiente para atravessar o SiO2 e entrarem dentro dos contactos de 
metal). Outra variante desta célula é dopar levemente o topo do silício tipo p com dopante tipo n antes de apli -
car o SiO2 e o SiO. Isto ajuda a mobilidade dos portadores (menos resistência na camada superior) enquanto 
aumenta a tensão na junção p-n. As vantagens destas células residem na relativa facilidade de manipular o 
SiO e o SiO2, a junção induzida num material relativamente pobre em lacunas (menos dopagem significa me -
nos defeitos da rede), e potencial para altas tensões e elevadas eficiência. 
CÉLULA DE CONTACTO POSTERIOR INTER-DIGITADA
Este dispositivo não possui contactos frontais e evita o efeito de sombra por completo. Na célula inter-digita-
da, as muitas pequenas regiões do silício tipo p+ e n+ altamente dopadas actuam como colectores de porta -
dores de carga – electrões movem-se para dentro do lado n+ e as lacunas para dentro do lado p+. Os cam -
pos à volta das regiões dopadas são criados de uma forma idêntica a outras junções (p-n ou Schottky) atra-
vés do re-arranjo dos portadores de carga. Os portadores de carga são gerados no todo da célula acima das 
junções. A maior parte do material é silício tipo p. A principal vantagem da célula é a eliminação do efeito de 
sombra. O desenho cuidadoso das regiões dopadas pode também diminuir a resistência, que é importante 
em 1 Se se cobrir uma célula solar ou parte de um módulo solar a corrente eléctrica é travada nesse sítio. O
efeito é parecido quando há uma dobra numa mangueira. 
sistemas concentrados. 
Foi já obtido um alto rendimento (acima de uma eficiência de 17%), no entanto o custo de fabrico ainda não é 
competitivo.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 13 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Vista em corte de um painel fotovoltaico onde se mostram os contactos metálicos frontais
Factores que influenciam o rendimento
Os principais factores que influenciam o rendimento da energia fotovoltaica são:
Reflexão
Uma grande parte da radiação que atinge o painel fotovoltaico é reflectida, isto deve-se à camada de vidro colocada na 
parte superior do painel e aos eléctrodos frontais.
Desadaptação espectral
Para radiações com comprimentos onda λ> 1100 nm não haverá lugar à produção de pares electrões-lacunas. Isto porque 
a energia de um fotão é inferior à energia necessária para que o electrão salte da valência para a de condução.
Recombinação dos pares electrões-lacunas
Após geração de um electrão livre, este pode não contribuir para corrente porque antes se recombina com uma lacuna, 
como se pode ver pela figura acima;
Aumento de temperatura
O aumento da temperatura da célula faz com que o rendimento do módulo diminuía, assim baixando os pontos de opera -
ção para potência máxima gerada. Como é mostrado na figura abaixo.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 14 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Corrente [A]
Tensão [V]
Efeito causado pela temperatura na célula.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 15 - 112
* Pontos de operação para a 
potência máxima gerada
mailto:adiv@adiv.pt
A CÉLULA FOTO-VOLTAICA
A geração directa de energia eléctrica a partir da energia radiante fornecida pelo sol faz-se através de 
um módulo electrónico formado por elementos geradores – as células foto-voltaicas.
Os módulos ou painéis fotovoltaicos actuais são formados de células feitas de silício. Cada célula 
gera corrente contínua com cerca de 0,5 V de tensão.
As células comerciais podem ser de três tipos de tecnologia:
Células de silício mono-cristalino 
Correspondem à primeira geração desta tecnologia. 
Estas células obtêm-se a partir de barras cilíndricas 
de silício mono-cristalino produzidas em fornos es-
peciais. As células são obtidas por corte das barras 
em forma de pastilhas quadradas finas (0,4-0,5 mm 
de espessura).São caracterizadas por um rendimen-
to energético de conversão elevado (23% em labora-
tório e 16-18% disponível nos módulos comerciais). 
As técnicas de produção são complexas e caras e 
requerem grande quantidade de energia no seu pro-
cesso de fabrico, devido à exigência de se usarem 
materiais em elevado estado de pureza. (superior a 
99,999999 %). São as de preço mais elevado
Células de silício poli-cristalino
Correspondem à segunda geração desta tecnologia. 
Estas células são produzidas a partir de blocos de 
silício obtidos por fusão de bocados de silício puro 
em moldes especiais. Uma vez nos moldes, o silício 
arrefece lentamente e solidifica-se. Neste processo, 
os átomos não se organizam num único cristal. For-
ma-se uma estrutura poli-cristalina com superfícies 
de separação entre os cristais. São caracterizadas 
por um rendimento energético de conversão médio 
(18% em laboratório e 11-13% disponível nos módu-
los comerciais). As técnicas de produção ainda são 
complexas e caras mas requerem menos energia no 
seu processo de fabrico do que as mono-cristalinas. 
O seu preço é intermédio.
Células de silício amorfo ( não cristalino )
Correspondem à terceira geração desta tecnologia. 
Estas células são obtidas por meio da deposição de 
camadas muito finas de silício sobre superfícies de 
vidro ou metal. São caracterizadas por um rendi-
mento energético de conversão baixo (13% em labo-
ratório e 8-10% disponível nos módulos comerciais). 
As células de silício amorfo são películas muito fi-
nas, permitindo a sua utilização em superfícies flexí-
veis e superfícies de materiais cerâmicos aplicados 
na construção como as telhas e painéis de paredes. 
São as que têm menor preço.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 16 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Rendimento eléctrico comparado das várias tecnologias do silício
Rendimento Típico Máximoregistado em aplicações
Rendimento máximo 
registado em labora-
tório
Mono-cristalina 12-16% 22.7% 24.7%
Poli-cristalina 12-14% 15.3% 19.8%
Silício amorfo 5-8% 10.5% 12.7%
Quadro Resumo 
Vantagens e Desvantagens da Tecnologia Fotovoltaica
A tecnologia solar fotovoltaica apresenta um grande número de vantagens:
Alta fiabilidade e durabilidade
Não tem peças móveis, o que é muito útil em aplicações em locais isolados e tem uma vida útil superior a 15 anos (típico 
20-25 anos)
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 17 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
A fácil portabilidade e adaptabilidade dos módulos
Permite 
montagens simples e adaptáveis a várias necessidades energéticas. Os sistemas podem ser dimensionados para aplicações 
de alguns miliwatt ou de megawat;
O custo de operação é reduzido
A manutenção é quase inexistente ao longo do seu período de vida: não necessita combustível, transporte, nem trabalha-
dores altamente qualificados;
Qualidades ecológicas
A tecnologia fotovoltaica apresenta um produto final que não é poluente, que é silencioso e que quando correctamente es -
tudada a sua localização não perturba o ambiente.
No entanto esta tecnologia apresenta também algumas desvantagens:
Custo de investimento elevado
O fabrico dos módulos fotovoltaicos necessita tecnologia muito sofisticada com linhas de montagem de capital intensivo 
que necessita de uma amortização e retorno muito rápidos rápidos pelo facto dos ciclos tecnológicos associados estarem 
presentemente em menos de 2 anos.
Rendimento real de conversão reduzido
O rendimento dum módulo é baixo (o limite teórico máximo numa célula de silício cristalino é de 28%), o que face ao 
custo do investimento e à duração actual dos ciclos tecnológico é um desincentivo para os investidores privados.
Pouca competitividade com outras tecnologias de geração de energia
Os geradores fotovoltaicos raramente são competitivos do ponto de vista económico, face a outros tipos de geradores. A 
excepção restringe-se a casos onde existam reduzidas necessidades de energia em locais isolados e / ou em situações de 
grande preocupação ambiental;
Quando é necessário proceder ao armazenamento de energia sob a forma química (baterias), o custo do sistema fotovol-
taico torna-se ainda mais elevado.
Dependência das condições atmosféricas
Ou seja, a corrente gerada nos módulos aumenta linearmente com o aumento da Intensidade luminosa, como se verifica 
no gráfico anteriormente referido.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 18 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
CAPÍTULO 2 – MÓDULOS OU PAINÉIS SOLARES FOTO-VOLTAICOS
O painel solar, o primeiro componente de um sistema 
eléctrico de energia solar, é uma associação de 
células de silício que geram electricidade a partir da 
luz solar e a disponibilizam com características de 
tensão e corrente adequadas aos consumidores. 
Uma única célula solar produz apenas cerca de 0,5 
Volt. Nos módulos ou painéis comerciais produzidos 
industrialmente, as células foto-voltaicas são conec-
tadas em série e em paralelo de forma que na 
sua saída a energia eléctrica tenha as característica de tensão e corrente necessários para a sua aplicação, 
sendo os valores típicos na indústria dos painéis solares: 12V, 24V e 48 V por painel, com potências desde 10 
a 320 W.
Por exemplo, um painel típico 12 volts de cerca de 63cm por 137cm conterá 36 células ligadas em série para 
produzir cerca de 17 volts pico. Se o painel solar for configurado para 24 Volt de saída, haverá 72 células de 
modo a constituir dois grupos de 12 Volt com 36 células cada, conectados em série, geralmente com um 
“jumper”, proporcionando uma saída de 24 Volt.
Quando em carga (por exemplo a carregar baterias,) esta tensão cai para 12 a 14 Volt (nos painéis de 12 Volt 
nominais), resultando a potência em 75 a 100 Watt para um painel desse tamanho.
A produção dos módulos em WattxHora é calculada para 5 horas de insolação (luminosidade) por dia.
Logo após sua instalação o módulo começa a gerar energia. É só conectar o módulo ao sistema de armaze-
namento de energia: a sua bateria, ou ao ponto de consumo e pronto: ENERGIA GRATUITA!
Nas aplicações mais comuns são associados diversos módulos conforme a necessidade de tensão e corrente 
dos pontos de utilização da energia eléctrica.
No fabrico procura-se dar ao módulo rigidez na sua estrutura, isolamento eléctrico e resistência aos factores 
climáticos. Por isso, as células conectadas em série são encapsuladas num plástico elástico (Etil-vinil-acelato) 
que faz também o papel de isolante eléctrico, um vidro temperado com baixo conteúdo de ferro, na face volta-
da para o sol, e uma lamina plástica multi-camada (Poliéster) na face posterior. Em alguns casos o vidro é 
substituído por uma lamina de material plástico transparente.
O módulo completo tem uma moldura metálica normalmente em de alumínio ou poliuretano e caixas de cone -
xão ou termina conectores às quais chegam os terminais positivo e negativo da série de células. Nos bornes ( 
terminais ) das caixas conectam-se os cabos que ligam o módulo ao sistema.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 19 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Etapas do processo de fabricação do módulo:
a) Ensaio eléctrico e classificação das células
b) Interconexão eléctrica das células.
c) Montagem do conjunto. Colocação das células soldadas entre camadas de plástico encapsulante e 
laminas de vidro e plástico.
d) Laminação do módulo. O conjunto é processado numa máquina semi-automática a alto vácuo que, 
por um processo de aquecimento e pressão mecânica, conforma o laminado.
e) Curagem. O laminado processa-se num forno com temperatura controlada no qual completa-se a po-
limerização do plástico encapsulante e alcança-se a adesão perfeita dos diferentes componentes. O 
conjunto, depois da curagem, constitui uma única peça.
f) Emolduramento. Coloca-se primeiramente um selante elástico em todo o perímetro do laminado e a 
seguir os perfis de alumínio que formam a moldura. Usam-se máquinas pneumáticas para conseguir 
a pressão adequada. As molduras de poliuretano são colocadas por meio de máquinas de injecção.
g) Colocação de terminais, bornes ( terminais ), díodos e caixas de conexões.
h) Ensaio final
Ensaio dos módulos
Sobre os módulos deve medir-se e observar-se:
a) Características eléctricas operacionais
b) Isolamento eléctrico (a 3000 Volt de C.C.)
c) Aspectos físicos, defeitos de acabamento, etc
d) Resistência ao impacto
e) Resistência à tracção das conexões
f) Resistência à névoa salina e à humidade ambiente
g) Comportamento a temperatura elevadas por períodos prolongados (100 graus Celsius durante 20 
dias)
h) Estabilidade às mudanças térmicas (de -40º C a +90º C) em ciclos sucessivos
Os painéis solares são geradores eléctricos amigos do ambiente 
Os painéis solares geram energia solar, convertendo a luz em electricidade sem partes móveis, com 
zero emissões de CO2 e quase sem manutenção. 
Agrupamentos de painéis
Podem ser ligados em paralelo para aumentar a corrente (mais energia) e ligados em série para 
aumentar a tensão para 24, 48 Volt, ou ainda maior tensão. A vantagem de utilizar uma maior tensão 
de saída nos painéis solares é que se pode usar cabo de secção menor para transferir a mesma 
energia eléctrica a partir do agrupamento de painéis solares para o controlador de carga, para as 
baterias ou para o inversor (conversor de CC em CA). 
Como o preço do cobre subiu consideravelmente nos últimos anos, é muito caro comprar condutores 
de cobre de secção elevada e assim opta-se pela solução de elevar a tensão dosconjuntos de 
painéis.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 20 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Características Funcionais dos Módulos Solares Fotovoltaicos : 
a) Têm a energia solar como fonte de energia, substituindo os combustíveis e não libertando CO2 
b) Geram energia mesmo em dias nublados; 
c) São leves compactos e de construção reforçada e duradoura;
d) São de simples instalação;
e) Têm fácil manuseio e transporte.
f) Facilidade para ampliar os sistemas conforme a necessidade. 
g) Têm uma longa vida útil . Usualmente têm garantia de 25 anos com 80% do rendimento inicial. 
h) São compatíveis com qualquer tipo baterias; 
i) Têm funcionamento silencioso; 
j) Funcionamento simples e confiável; 
k) Manutenção quase inexistente; 
l) Não possuem partes móveis que podem se desgastar; 
m) Não produzem contaminação ambiental: usam materiais integralmente recicláveis
Características Eléctricas dos Módulos Fotovoltaicos
Geralmente a potência dos módulos é dada pela potência de pico, ou seja a potência máxima forneci-
da em condições óptimas de temperatura e radiação solar incidente.
Tão necessárias quanto este parâmetro, existem outras características eléctricas que melhor caracte-
rizam a funcionalidade do módulo. As principais características dos módulos são as seguintes:
a) Tensão em Circuito Aberto (VOC)
b) Corrente de Curto Circuito (ISC)
c) Potência Máxima (PM)
d) Tensão Eléctrica à Potência Máxima (VMP)
e) Corrente à Potência Máxima (IMP)
A condição padrão para se obter as curvas característica dos módulos é definida pela radiação de 1000 
W/m2, radiação recebida na superfície da Terra em dia claro ao meio-dia, e temperatura de 25º C na célula 
( a eficiência da célula é reduzida com o aumento da temperatura.)
Curva característica IxV mostrando a corrente Isc e Voc
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 21 - 112
- Isc – Corrente de curto-circuito
- Voc – Tensão em circuito aberto
mailto:adiv@adiv.pt
Combinações de células e curvas resultantes
A tensão no ponto de máxima potencia de saída para uma célula é de aproximadamente 0,5 Volts em 
pleno sol. A corrente que entrega una célula é proporcional à superfície da mesma e à intensidade da 
luz. É por isso que para conseguir módulos com correntes de saída menores utilizam-se em sua fabri -
cação terços, quartos, meios, etc de células.
Um módulo fotovoltaico é um conjunto de células conectadas em série (somam-se suas tensões) que 
formam uma unidade com suficiente tensão para poder carregar uma bateria de 12 volts de tensão 
nominal (Esta bateria necessita entre 14 e 15 Volts para poder carregar-se plenamente).
Para conseguir esta tensão necessitam-se entre 30 e 36 células de silício mono-cristalino conectadas 
em série.
Características do Módulo: influência da radiação
O resultado de uma mudança na intensidade de radiação é uma variação na corrente de saída para 
qualquer valor de tensão A corrente varia com a radiação de forma directamente proporcional. A ten-
são mantém-se praticamente constante.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 22 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Exemplo de variação da corrente para várias intensidades luminosas
Efeito da temperatura
O principal efeito provocado pelo aumento da temperatura do módulo é uma redução da tensão de 
forma directamente proporcional. Existe um efeito secundário dado por um pequeno incremento da 
corrente para valores baixos de tensão.
É por isso que para locais com temperaturas ambientes muito elevadas são adequados módulos que 
possuam maior quantidade de células em série a fim de que as mesmas tenham suficiente tensão de 
saída para carregar baterias.
Combinações de células e curvas resultantes
A tensão no ponto de máxima potencia de saída para uma célula é de aproximadamente 0,5 Volts em 
pleno sol. A corrente que entrega una célula é proporcional à superfície da mesma e à intensidade da 
luz. É por isso que para conseguir módulos com correntes de saída menores utilizam-se em sua fabri -
cação terços, quartos, meios, etc de células.
Um módulo fotovoltaico é um conjunto de células conectadas em série (somam-se suas tensões) que 
formam uma unidade com suficiente tensão para poder carregar uma bateria de 12 volts de tensão 
nominal (Esta bateria necessita entre 14 e 15 Volts para poder carregar-se plenamente).
Para conseguir esta tensão necessitam-se entre 30 e 36 células de silício mono-cristalino conectadas 
em série.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 23 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Potencia máxima de saída durante o dia
A característica I-V do módulo varia com as condições ambientais (radiação, temperatura). Isto quer 
dizer que haverá uma família de curvas I-V que nos mostrará as características de saída do módulo 
durante o dia numa época do ano.
A curva de potência máxima de um módulo em função da hora do dia tem a forma indicada neste dia-
grama de carga:
A quantidade de energia que o módulo é capaz de entregar durante o dia é representada pela área 
compreendida sob a curva da acima e mede-se em Watts hora/dia.
Observa-se que não é possível falar de um valor constante de energia entregue pelo módulo em 
Watts hora uma vez que varia conforme a hora do dia. Será necessário então trabalhar com os valo-
res da quantidade de energia diária entregue. (Watts hora/dia).
Interacção do dispositivo fotovoltaico com a carga
A curva I-V corrigida para as condições ambientais reinantes, é só uma parte da informação necessá-
ria para saber qual será a característica de saída de um módulo. Outra informação imprescindível é a 
característica operativa da carga a conectar. É a carga que determina o ponto de funcionamento na 
curva I-V.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 24 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Interacção com uma carga resistiva
No exemplo mais simples, se se conectam os bornes ( terminais ) de um módulo aos de uma lâmpa-
da incandescente (que se comporta como uma resistência eléctrica) o ponto de operação do módulo 
será o da intersecção da sua curva característica com uma recta que representa graficamente a ex-
pressão I= V / R , sendo R a resistência da carga a conectar.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 25 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Interacção com uma bateria
Uma bateria tem uma tensão que depende do seu estado de carga, antiguidade, temperatura, regime 
de carga e descarga, etc. Esta tensão é imposta a todos os elementos que a ela estão ligados, in-
cluindo o módulo fotovoltaico.
É incorrecto pensar que um módulo com uma tensão máxima de saída de 20 Volt elevará uma bateria 
de 12 volts para 20 volts e a danificará. É a bateria que determina o ponto de funcionamento do mó-
dulo. A bateria varia sua amplitude de tensão entre 12 e 14 volts.
Dado que a saída do módulo fotovoltaico é influenciada pelas variações de radiação e de temperatura 
ao longo do dia, isto se traduzirá numa corrente variável entrando na bateria.
Interacção com um motor de corrente contínua
Um motor de corrente contínua tem também uma curva I-V.
A intersecção da mesma com a curva I-V do módulo determina o ponto de funcionamento.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento eInvestigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 26 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Quando se liga um motor directamente ao sistema fotovoltaico, sem bateria nem controles intermediários, di -
minuem os componentes envolvidos e portanto aumenta a fiabilidade.
Mas, como mostra a figura, não se aproveitará a energia gerada nas primeiras horas da manhã e ao entarde-
cer.
Principais aplicações dos painéis fotovoltaicos :
a) Iluminação em geral; 
b) Iluminação residencial - (utiliza lâmpadas fluorescentes compactas PLSE de 9 Watts, equivalente 
a lâmpada de 60 watts incandescentes) super económica - de longa vida - gasta 0,75 
ampére/hora, ou mais recentemente LEDS de alta intensidade ainda mais económicos com con-
sumos entre 3 e 15 W e com um capacidade luminosa correspondente das lâmpadas anteriores 
de 25 a 250 W; 
c) Bombeamento de água; 
d) Cerca eléctrica; 
e) Recepção de TV/Antena Parabólica; 
f) Comunicação em geral e rádio comunicação; 
g) Telefonia celular e rural; 
h) Sinalização em geral;
i) Carregador de baterias: Automóveis, camiões e máquinas agrícolas ; 
j) Embarcações em geral. 
Aplicações frequentes dos painéis fotovoltaicos:
a) Electrificação de residências; 
b) Telecomunicações; 
c) Fornecimento de água potável e irrigação; 
d) Subestações energéticas; 
e) Refrigeração medicinal; 
f) Iluminação pública; 
g) Sinalização/bóias marítimas;
h) protecção catódica contra corrosão em tubagens. 
i) Cercas eléctricas
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 27 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Sistema Solar fotovoltaico
Um sistema solar fotovoltaico é um con-
junto de equipamentos ligados entre si 
formando um circuito eléctrico que per-
mite gerar energia eléctrica e disponibi-
liza-la para os equipamentos consumi-
dores de forma estabilizada e padroni-
zada.
O sistema solar fotovoltaico é silencioso 
não sendo necessário socorrer-se mo-
tores, o “combustível solar” nunca se 
acaba e, ainda, tem a vantagem do sol 
ser gratuito. Outra grande vantagem da 
energia solar, é a possibilidade de se 
ampliar à medida que se necessita de 
mais energia, sendo necessário para isso apenas a conexão de mais painéis solares. Com os equipamentos 
disponíveis comercialmente pode ser usado para alimentar todo o tipos de consumidores.
Na prática existem dois tipos de sistemas solares fotovoltaicos:
a) Os sistemas autónomos ou isolados
b) Os sistemas ligados à rede
Sistemas autónomos
Os sistemas autónomos precisam de acumular energia, para compensar as diferenças existentes no tempo 
entre a produção de energia e do seu consumo. As baterias recarregáveis são as mais apropriadas como 
acumuladores de energia. A utilização de acumuladores obriga a que se torne indispensável a utilização de 
um regulador de carga e descarga adequado, que faça a gestão do processo de carga e descarga, por forma 
a proteger e garantir uma elevada fiabilidade e um maior tempo de vida útil dos acumuladores. 
Um sistema autónomo típico tem os seguintes componentes:
1. Gerador fotovoltaico (um ou vários módulos fotovoltaicos, maioritariamente dispostos em paralelo)
2. Regulador de carga
3. Acumulador
4. Inversor
5. Consumidor
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 28 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
 Princípio de um sistema fotovoltaico autónomo
Os acumuladores e os reguladores, bem como os inversores autónomos potencialmente mais utilizados,
serão tratados no capítulo 3. No capítulo 6, toda a planificação de um sistema e o seu respectivo
desenho final, serão ilustrados pormenorizadamente.
Sistemas ligados à rede
Será de prever na Europa um forte crescimento, no que respeita aos sistemas fotovoltaicos com ligação à 
rede pública eléctrica. No caso concreto da Alemanha, os sistemas fotovoltaicos com ligação à rede, foram 
instalados com maior intensidade após a entrada em vigor de subsídios governamentais no âmbito do “Pro-
grama dos 1.000 telhados” (1991-1995). Com a posterior evolução para o “Programa dos 100.000 telhados” 
(desde 1999) e o “Decreto das Fontes de Energia Renovável” (EEG1/4/2000), o Governo Federal lançou no 
mercado um conjunto de programas dinamizadores, os quais tiveram reconhecimento a nível mundial. Em 
Portugal os governos recentes (2002 a 2009) têm criado incentivos ao investimento em sistemas ligados à 
rede pública tanto familiares como industriais.
Um dos aspectos mais importantes dos sistemas fotovoltaicos ligados à rede, tem sido a sua interligação à 
rede pública eléctrica. Um sistema fotovoltaico com ligação à rede é composto, normalmente, pelos seguintes 
componentes:
1. Gerador fotovoltaico (vários módulos fotovoltaicos dispostos em série e em paralelo, com estruturas de su-
porte e de montagem)
2. Caixa de junção (equipada com dispositivos de protecção e interruptor de corte principal DC)
3. Cabos AC-DC
4. Inversor
5. Mecanismo de protecção e aparelho de medida
A figura a seguir mostra a estrutura principal de um sistema fotovoltaico com ligação à rede.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 29 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Estrutura Principal de um sistema fotovoltaico com ligação à rede
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 30 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Instalações de Energia Solar Residenciais
Um ambiente “solar”, é um ambiente com 3R onde as palavras de ordem são : reduzir, reutilizar e reci-
clar ou seja Economia e mais Economia
Com o sistema solar fotovoltaico não pode haver excessos: os aparelhos ligados a ele têm que ser económi-
cos. Todos devem ser de classe A de eficiência energética.
As lâmpadas incandescentes comuns, por exemplo, são substituídas pelas fluorescentes compactas de 9 
watts ou fluorescentes tubulares 12 volts ou mais recentemente pelas luminárias de LED de alta intensidade 
que são ainda mais económicos, que produzem a mesma luminosidade com 80% menos de energia. Frigorífi -
co, secador de cabelo, ferro eléctrico e chuveiro eléctrico, normalmente não têm tecnologia económica, por-
tanto não os recomendamos para uso directo com a Energia Solar Fotovoltaica onde a potência instalada seja 
menor do que 5KW. 
Componentes típicos de sistema solar fotovoltaico
.
1. Módulo Solar (gera energia).
2. Controlador de carga (protege e optimiza 
o sistema). 
3. A corrente é armazenada em baterias de 
12 volts (próprias para uso estacionário). 
Recomenda-se a bateria selada, pois não 
precisa adição de água.
4, 5,6,7,8,9 – Equipamentos de consumo típicos 
numa casa.
Esse sistema simples pode manter acesa uma lâmpa-
da PLSE 9 watts por 15 horas com inversor ou pode 
alimentar um aparelho de TV 12 volts durante 6 ho-
ras, juntamente com uma antena parabólica com re-
ceptor 12 volts ou, fazer funcionar um Telefone rural 
ou um equipamento de rádio amador durante 1 hora 
em 12 volts ou Rádio ou equipamento de Som 12 
volts ou Bomba D’água 12 volts.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 31 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Com o inversor pode-se usar aparelhos em 12/24/48 
ou 220 volts
1. A placa recebe o sol e o transforma em cor-
rente eléctrica contínua, 12 volts.
2. Controlador de carga da bateria, para evitar 
sua sobrecarga ou descarga total.
3. A bateria de 12 volts armazena aelectricida-
de.
4. Usando um aparelho chamado Inversor, con-
vertem a corrente contínua 12 volts em cor-
rente alternada 110 volts 220 volts.
5. Assim, é possível utilizar alguns electrodo-
mésticos convencionais, como batedeira, li-
quidificador, ventilador, desde que não fi-
quem ligados por muito tempo.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 32 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Microgeração - tornar-se um produtor individual de energia eléctrica 
Os governos da Comunidade Europeia incluindo o governo Português estão a incentivar o investi -
mento particular na geração de energia eléctrica “verde” com particular destaque para a energia foto-
voltaica. Assim nos termos da lei a microgeração particular é subvencionada através da dedução de 
parte do investimento no IRS e através de subvenção aos preços de venda que fazem com que os 
preços de venda sejam mais de 5 vezes o preço de compra.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 33 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
CAPÍTULO 3 - Componentes de uma instalação fotovoltaica ligada à rede ou isolada.
Directamente ligados a uma carga
É o sistema mais simples de todos. O gerador fotovol-
taico liga-se directamente à carga, geralmente um mo-
tor de corrente contínua. Utiliza-se sobretudo na bom-
bagem de água. Por não existirem baterias de acumula-
dores nem componentes electrónicos melhora a fiabili-
dade do sistema, mas torna-se difícil manter um desem-
penho eficiente ao longo do dia.
Sistema módulo-bateria de acumuladores 
Pode-se utilizar um módulo fotovoltaico para repor sim-
plesmente a auto-descarga de uma bateria que se utili-
ze para o arranque de um motor, por exemplo. Para 
isso podem utilizar-se os módulos de silício amorfo ou 
mono-cristalino.
Outra importante aplicação em que o sistema fotovoltai-
co se liga de forma directa à bateria é em sistemas de 
electrificação rural de baixa potência. Nesses casos uti-
lizam-se um ou dois módulos de silício mono-cristalino 
de 30 células, cada um ligado em paralelo para alcan-
çar a potência desejada 
Sistema fotovoltaico, bateria e regulador
É a configuração utilizada com módulos de 
33 ou 36 células na qual se liga o gerador fo-
tovoltaico a uma bateria através de um regu-
lador para que esta não se sobrecarregue. 
As baterias de acumuladores alimentam car-
gas em corrente contínua.
Bateria, inversor
Na maior parte das vezes o sis-
tema fotovoltaico destina-se a 
fornecer energia eléctrica a uma 
instalação existente, preparada 
para ter um suprimento perma-
nente de energia a partir da rede 
eléctrica pública. Sendo por na-
tureza a produção fotovoltaica 
dependente do ciclo solar circa-
diano, a sua disponibilidade de 
energia não é compatível com as 
necessidades habituais dos con-
sumo:
a) Iluminação á noite
b) Potência muito variável com picos de consumo em certas horas do dia e de valores em geral 
mais elevados do que o que o sistema fotovoltaico produz.
c) Tensão de alimentação dos equipamentos consumidores em corrente alternada 220 V típica da 
rede eléctrica pública
Assim o sistema solar fotovoltaico deve ter equipamentos que armazenem a energia produzida e a disponibili -
zem sem interrupções em função das necessidades e com as características exigidas pelo consumo. Deve 
ainda ter equipamentos que transformem a corrente contínua produzida palas associações de painéis em cor -
rente alternada de 220V.
A potência gerada no sistema fotovoltaico poderá ser transformada com alto rendimento (cerca de 90%) em 
corrente alternada ou poderão alimentar-se simultaneamente cargas de corrente contínua (C.C.) e de corren-
te alternada (C.A.)
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 34 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Reguladores de carga de baterias
Existem diversos tipos de reguladores de carga. A concepção mais simples é aquela que envolve 
uma só etapa de controlo. O regulador verifica (monitora) constantemente a tensão da bateria de acu -
muladores.
Quando a referida tensão alcança um valor para o qual se considera que a bateria se encontra carre-
gada (aproximadamente 14.1 Volts para uma bateria de chumbo ácido de 12 Volts nominais) o regu-
lador interrompe o processo de carga. Isto pode ser conseguido abrindo o circuito entre os módulos 
fotovoltaicos e a bateria ( controlo tipo serie ) ou curto-circuitando os módulos fotovoltaicos (controlo 
tipo shunt - paralelo). Quando o consumo faz com que a bateria comece a descarregar-se e portanto 
a baixar sua tensão, o regulador reconecta o gerador à bateria e recomeça o ciclo.
No caso de reguladores de carga cuja etapa de controlo opera em dois passos, a tensão de carga a 
fundo da bateria pode ser algo superior a 14,1 Volts.
O regulador fica definido ao especificar o seu nível de tensão (que coincidirá com o valor de tensão 
do sistema) e a corrente máxima que deverá manejar.
Para ilustrar com um exemplo simples, suponha-se que se tenha de alimentar uma habitação rural 
com consumo em 12 Vcc. e para isso se utilizem dois módulos fotovoltaicos. A corrente máxima des-
tes módulos é Imp = 2,75 A e a corrente de curto-circuito Icc. = 3 A.
Quando os módulos estão em paralelo a corrente total máxima que deverá controlar o regulador será 
I total = 2 x 3 A =6 A
Considera-se a corrente de curto-circuito para contemplar a pior situação. O regulador a escolher, 
portanto, deverá estar concebido para trabalhar a uma tensão de 15 Volts (tensão de trabalho dos 
módulos) e manejar uma corrente de 6 A.
Baterias de acumuladores
A função prioritária das baterias num sistema de geração fotovoltaico é acumular a energia que se 
produz durante as horas de luminosidade a fim de poder ser utilizada à noite ou durante períodos pro-
longados de mau tempo. Outra importante função das baterias é prover uma intensidade de corrente 
superior àquela que o dispositivo fotovoltaico pode entregar. É o caso de um motor, que no momento 
do arranque pode exigir uma corrente de 4 a 6 vezes sua corrente nominal durante uns poucos se-
gundos.
Interacção entre módulos fotovoltaicos e baterias
Normalmente o banco de baterias de acumuladores e os módulos fotovoltaicos trabalham em conjun-
to para alimentar as cargas.
A figura a seguir mostra como se distribui a entrega de energia à carga ao longo do dia.
Durante a noite toda a energia pedida pela carga é fornecida pelo banco de baterias.
Em horas matutinas os módulos começam a gerar, mas se a corrente que fornecerem for menor que 
aquela que a carga exige, a bateria deverá contribuir. A partir de uma determinada hora da manhã a 
energia gerada pelos módulos fotovoltaicos supera a energia média procurada. Os módulos não só 
atenderão a procura e além disso o excesso será armazenado na bateria que começará a carregar-se 
e a recuperar-se da sua descarga da noite anterior.
Finalmente durante a tarde, a corrente gerada diminui e qualquer diferença em relação à procura será 
entregue pela bateria. Durante a noite, a produção é nula e todo o consumo vem da(s) bateria(s) de 
acumuladores.
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 35 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Os equipamentos que permitem compatibilizar as necessidades do consumo com as capacidades de geração 
fotovoltaica são:
a) Baterias 
b) Controladores de carga
c) Inversores
Bateria
É o elemento destinado a acumular a energia eléctrica 
gerada pelo painel tornando-a disponível sempre que 
necessário. 
Embora muitos tipos diferentes de baterias sejam usa-
dos, a únicacaracterística que todas elas devem ter 
em comum é serem.
Baterias de ciclo profundo, ou estacionárias. 
Ao contrário das baterias de carro, que são baterias de 
ciclo-baixo, as baterias de ciclo profundo podem des-
carregar mais a energia armazenada enquanto man-
têm uma longa vida.
 No arranque do carro, as baterias descarregam uma 
grande corrente num período muito curto e, imediatamente, recarregam quando o motor trabalha. As 
baterias PV geralmente tem de descarregar uma corrente menor por um período maior (como durante 
a noite toda), e são carregadas durante o dia. 
As baterias de ciclo-profundo mais usadas são as baterias de chumbo ( seladas e ventiladas) e as 
baterias de níquel-cádmio. As baterias de níquel-cádmio são mais caras, mas duram mais e podem 
ser descarregadas mais por completo sem causar danos. Mesmo as baterias de chumbo de ciclo pro-
fundo não podem ser descarregadas 100% sem reduzir seriamente o tempo de vida e, geralmente, os 
sistemas PV são projectados para descarregar as baterias de chumbo não mais de 40 ou 50%.
Baterias de chumbo com Manutenção ( não seladas ou ventiladas )
As baterias de chumbo-ácido aplicam-se amplamente nos sistemas de geracão fotovoltaicos.
Dentro da categoria chumbo-ácido, as de chumbo-antimónio, chumbo-selénio e chumbo-cálcio são as 
mais comuns. A unidade de construção básica de uma bateria é a célula de 2 Volts. Dentro da célula, 
a tensão real da bateria depende do seu estado de carga, se está a carregar, a descarregar ou em 
circuito aberto. Em geral, a tensão de uma célula varia entre 1,75 Volts e 2,5 Volts, sendo a média 
cerca de 2 Volts, tensão que se costuma chamar nominal da célula.
Quando as células de 2 Volts se ligam em série (POSITIVO A NEGATIVO) as tensões das células so-
mam-se, obtendo-se desta maneira baterias de 4, 6,12 Volts, etc.
Se as baterias estiverem ligadas em paralelo (POSITIVO A POSITIVO E NEGATIVO A NEGATIVO) 
as tensões não se alteram, mas somar-se-ão suas capacidades de corrente. Só se devem ligar em 
paralelo baterias de igual tensão e capacidade. 
Pode-se fazer uma classificação das baterias com base na sua capacidade de armazenagem de 
energia (medida em Ah à tensão nominal) e no seu ciclo de vida (número de vezes em que a bateria 
pode ser descarregada e carregada a fundo antes que se esgote sua vida útil).
A capacidade de armazenagem de energia de uma bateria depende da velocidade de descarga. A ca-
pacidade nominal que a caracteriza corresponde a um tempo de descarga de 10 horas.
Quanto maior for o tempo de descarga, maior será a quantidade de energia que a bateria fornece. Um 
tempo de descarga típico em sistemas fotovoltaicos é 100 hs. Por exemplo, uma bateria que possua 
uma capacidade de 80 Ah em 10 hs (capacidade nominal) terá 100 Ah de capacidade em 100 hs.
Dentro das baterias de chumbo-ácido, as denominadas estacionárias de baixo conteúdo de antimónio 
são uma boa opção em sistemas fotovoltaicos. Elas possuem uns 2500 ciclos de vida quando a pro-
fundidade de descarga é de 20 % (ou seja, que a bateria estará com 80 % da sua carga) e uns 1200 
ciclos quando a profundidade de descarga é de 50 % (bateria com 50 % da sua carga).
As baterias estacionárias possuem, além disso, uma baixa auto-descarga (3 % mensal aproximada-
mente contra uns 20 % de uma bateria de chumbo-ácido convencional) e uma manutenção reduzida.
Dentro destas características enquadram-se também as baterias de chumbo-cálcio e chumbo-selénio, 
que possuem uma baixa resistência interna, valores desprezíveis de gaseificação e uma baixa auto-
descarga.
Baterias seladas
Gelificadas
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 36 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Estas baterias incorporam um electrólito do tipo gel com consistência que pode variar desde um esta-
do muito denso ao de consistência similar a uma geleia. Não derramam, podem montar-se em quase 
todas as posições e não admitem descargas profundas.
Electrólito absorvido
O electrólito encontra-se absorvido numa fibra de vidro micro-poroso ou num entrançado de fibra poli -
mérica. Tal como as anteriores não derramam, montam-se em qualquer posição e admitem descar-
gas moderadas.
Tanto estas baterias como as Gelificadas não exigem manutenção com acrescentos de água e não 
desenvolvem gases, evitando o risco de explosão, mas ambas requerem descargas pouco profundas 
durante sua vida útil.
Níquel-Cádmio
As principais características são :
a) O electrólito é alcalino
b) Admitem descargas profundas de até 90% da capacidade nominal
c) Baixo coeficiente de auto-descarga
d) Alto rendimento sob variações extremas de temperatura
e) A tensão nominal por elemento é de 1,2 Volts
f) Alto rendimento de absorção de carga (superior a 80%)
g) Custo muito elevado em comparação com as baterias ácidas
Tal como as baterias de chumbo-ácido, estas podem ser obtidas nas duas versões: standard e seladas. Utili-
za-se a mais conveniente conforme a necessidade de manutenção admissível para a aplicação prevista. 
Dado seu alto custo, não se justifica sua utilização em aplicações rurais.
Baterias Necessárias
Recomenda-se que a capacidade da bateria seja de 150 ampére, por painel. Então, para 2 painéis de 
24 V recomenda-se o uso de 4 baterias de 12 volts, 150 ampére cada uma. Colocando-se 2 baterias 
de 150 ampére em paralelo, teremos então, 300 ampére.
Controlador de Carga
O uso das baterias também requer a instalação de outro componente 
chamado controlador de carga.
 As baterias duram muito mais se tomar cuidado para que não sejam 
sobrecarregadas ou descarregadas demais. É isso que o controlador 
de carga faz. Uma vez que as baterias estejam totalmente carrega-
das, o controlador não deixa que a corrente dos módulos PV continu-
em fluindo para eles. Também, uma vez que as baterias tenham sido 
descarregadas até certo nível, controladas pela medição de voltagem, 
muitos controladores de carga não permitirão que mais corrente seja 
drenada das baterias até que elas tenham sido recarregadas. O con-
trolador de carga optimiza o uso da Energia Fotovoltaica 
a) Protege a bateria contra sobrecargas e descargas excessivas; 
b) Não permite a descarga total da bateria desligando o sistema; 
c) Garante mais vida útil à bateria; 
d) Protege o módulo evitando o retorno da energia. 
Curso organizado por : ADIV - Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu 
Campus Politécnico 3504-510 VISEU Telefone: 232 480 662 Fax: 232 480 551 e.mail: adiv@adiv.pt
Página 37 - 112
mailto:adiv@adiv.pt
Inversor
A sua finalidade é transformar corrente contínua dos painéis para corrente alternada sinusoidal de 220 volts / 
50 Hz. O seu uso consome +/- 2 a 5% da energia. Existem inversores específicos para instalações isoladas e 
inversores próprios para se sincronizarem com a rede ( os usados por exemplo na micro-geração)
Existem dois tipos : com transformador e isolamento galvânico DC-AC e sem transformador - sem isolamento 
galvânico. 
O inversor pode alimentar aparelhos e equipamentos com a tensão AC nominal da rede.
Conergy IPG S series 
A gama de inversores Conergy IPG S series são inversores de conexão à RESP de 3,4 a 5 kW. Estão dese-
nhados para serem utilizados em instalações pequenas e médias e podem-se combinar com uma grande va -
riedade de módulos. Los
inversores IPG S são uma opção segura para obter grandes rendimentos, graças à sua excelente eficiência, 
tecnologia exclusiva e patentada. Tudo isto se complementa com ferramentas de operação e manutenção, 
extensão de garantia e serviços opcionais.
Sistema de Alto Rendimiento
Mayor rendimiento: Hasta un
máximo de 97,7 % de factor de
eficiência y un 97% de factor de
eficiência europea.
Adaptación para ofrecer siempre
el mejor rendimiento ante
variaciones de las condicciones
de irradiacción solar: Seguimiento
MPP en una fracción de segundo.
Producción óptima en
condicciones extremas de
temperatura gracias

Continue navegando