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Estética Facial Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Paula de França Carmo da Silva Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento Limpeza de Pele • Limpeza de Pele. • Avaliar biotipo e estado cutâneo; • Selecionar cosméticos adequados para cada pele; • Realizar limpeza de pele de modo seguro e efi caz; • Indicar cosméticos para home care; • Orientar sobre uso de fotoprotetor. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Limpeza de Pele Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Limpeza de Pele Limpeza de Pele A limpeza de pele é o procedimento de higienização no qual se objetiva a remoção da oleosidade e das sujidades (superficiais e profundas), além da retirada de conteúdos cutâneos que obstruem os óstios (poros) e levam a afecções inestéticas como: come- dões, pápulas e pústulas. A poluição e resíduos de células mortas na superfície da pele (queratinócitos) é no- tória em qualquer biotipo cutâneo. As peles mistas e oleosas que apresentam óstios mais dilatados e possuem maior produção sebácea têm esse aspecto mais aparente e, por isso, necessitam de maior frequência no procedimento de limpeza de pele. A limpeza de pele se faz necessária em qualquer biotipo cutâneo, o que se dife- rencia é a frequência de execução do procedimento, a forma de extração, o tipo de cosmético utilizado e o tempo de permanência na emoliência. Deve ser realizada por um profissional que higieniza a pele profundamente e a prepara para outros procedimentos estéticos. O procedimento é constituído pela aplicação de cosméticos que são utilizados em uma sequência lógica e específica, objetivando a remoção de células mortas, oleosi- dade e resíduos que obstruem os canais foliculares e geram os comedões (Figura 1 - popularmente chamados de cravos); pápulas (Figura 2 - espinhas vermelhas); pús- tulas (Figura 3 - espinha com pontos brancos) e miliuns (Figura 4 - encapsulamento do sebo dentro do folículo, gerando uma bolsa consistente, esbranquiçada e saliente em relação à pele). Figura 1 – Comedões abertos Fonte: Getty Images Figura 2 – Pápulas Fonte: Getty Images Figura 3 – Pústula Fonte: Getty Images Figura 4 – Miliun Fonte: Getty Images 8 9 Para o sucesso do protocolo, procuramos proporcionar o mínimo de desconforto possível, evitando ao máximo que o cliente sinta dor durante a extração, bem como evitar hiperemia excessiva, sangramento e hipersensibilidade tecidual. Para tanto, a habilidade e o treino profissional são importantes, mas as particularidades de cada pele constituem um desafio para o profissional, mesmo os mais experientes. A limpeza de pele tem como objetivo extrair conteúdo sebáceo e sujidades do interior dos óstios, mas para se chegar a esta etapa, outras se fazem necessárias e importantes para o sucesso do procedimento. As sujidades, que estão no interior do óstio ou do folículo pilo sebáceo, bloqueiam ou diminuem o aproveitamento dos princípios ativos fornecidos pelos cosméticos. Excesso de oleosidade, maquiagem, resquícios de poluição, suor, filtro solar, células mortas são partes do que consideramos sujidades. Os cosméticos de limpeza facial removem apenas as sujidades superficiais do dia a dia, enquanto os esfoliantes removem os queratinócitos, células mortas que se encon- tram na superfície da pele e que devem se renovar pelo turn over celular (renovação celular fisiológica). Tanto a limpeza superficial como a esfoliação (que pode ser química, física ou enzimática) facilitam o processo de extração (retirada de sujidades do interior dos óstios), mas na limpeza de pele um outro passo fundamental é a emoliência, que é realizada com cosméticos emolientes e aplicação de calor úmido (vapor de ozônio), calor seco ou máscara térmica. Essa etapa segue para auxiliar a dilatação dos óstios e amolecimento dos resíduos foliculares, facilitando sua saída e tornando o procedi- mento minimamente agressivo para a cútis. Importante! O princípio ativo cosmético mais utilizado para emoliência é a Trietanolamina. Excelente princípio ativo para emoliência, porém as peles sensíveis não a toleram. Você Sabia? Após a emoliência, inicia-se a extração dos comedões, pústula e miliuns (pápulas não devem ser retiradas) seguida pela aplicação de alta frequência e/ou LED azul, Laser vermelho. Em seguida, aplica-se uma máscara facial cosmética e finaliza-se com a aplicação de fotoprotetor. Antes de iniciar a limpeza de pele, é fundamental o preenchimento da ficha de anamnese (entrevista inicial que coleta dados pessoais, dados de saúde, cosméticos que utiliza, histórico de cirurgias, entre outros dados). Ao finalizar a ficha de anamne- se, inicia-se a avaliação facial. Na avaliação facial, identificaremos o biotipo cutâneo (alípico, lipídico ou mis- to), o estado cutâneo (hidratado, desidratado (xerose cutânea), sensível, acneico), observa-se se há presença de lesões elementares que precisem de avaliação e/ou cuidados médicos (neste caso, você esteticista é responsável pelo encaminhamento deste cliente ao médico). Analisará ainda a presença de comedões, pápulas, pústu- las, nódulos, cistos, discromias, telangiectasias, entre outros. 9 UNIDADE Limpeza de Pele Importante! A presença de cistos e/ou nódulos decorrentes de acne graus III e IV é um indicativo de que o cliente necessita de cuidados médicos. Nesses casos, não realizaremos a limpeza de pele sem prévia autorização médica. Importante! Indicações de Limpeza de Pele • Preparo cutâneo para aplicação cosmética sobre a pele; • Preparo cutâneo para tratamentos eletrotermofototerapêuticos estéticos; • Controle da oleosidade e remoção de sujidades; • Tratamento coadjuvante para acne; • Remoção de comedões e pústulas; • Higienização profunda da pele. Contraindicações para Limpeza de Pele A limpeza de pele é um procedimento extremamente seguro, quando bem exe- cutado, porém, como todo e qualquer procedimento estético, tem suas contraindi- cações relativas. São elas: • Gestantes e lactantes: as gestantes sempre devem ter autorização de seu obs- tetra para realização de qualquer procedimento estético. A utilização de alta frequência em gestantes tem suas ressalvas. Alguns produtos cosméticos com emoliente, a basede trietanolamina, e peelings químicos são contraindicados. As lactantes têm como contraindicações alguns cosméticos, mas, diferente das gestantes, nelas pode ser utilizada a alta frequência; Gravidez e lactação trazem uma particularidade que é a probabilidade de hiperpig- mentação pós-inflamatória (devido a alteração hormonal, o melanócito fica mais ativo), portanto, cuidado na extração. As lesões podem trazer hiperpigmentações pós-inflamatórias que conferem um aspecto inestético à pele. • Acne grau III e IV podem apresentar quadro inflamatório intenso e/ou infec- cioso, necessitando de tratamento médico. Devemos atuar nesses graus diante da autorização do médico responsável; • Infecções de modo geral; • Hipersensibilidade e alergias (contraindicação relativa); • Lesões elementares desconhecidas e não diagnosticadas; • Feridas abertas na área que receberá a limpeza de pele. 10 11 Avaliação Pré Limpeza de Pele Embora a limpeza de pele siga um passo a passo, não temos receita de bolo que seja seguida em todos os casos. Para isso, se faz necessária uma avaliação da pele e das particularidades de cada caso. Além da coleta de dados individual de cada paciente (anamnese), devemos reali- zar uma inspeção da pele observando biotipo cutâneo, estado cutâneo (hidratação, sensibilidade, discromias, envelhecimento, lesões elementares, entre outros). Tabela 1 – Modelo de Ficha de Anamnese Facial FICHA DE ANAMNESE FACIAL Dados pessoais Nome: _____________________________________________ Endereço:__________________________________________ Bairro: ________________________ E-mail:_______________ Data de Nascimento: ____/____/___Telefone(s): ________________ Dados específicos, clínicos, hábitos e episódios orgânicos Objetivo pretendido com esta limpeza de pele: _____________________ Já fez este tratamento antes? ( )Sim ( )Não Tem preferências? _______________________________________________ Utiliza cosméticos de manutenção? Qual(is)? _______________________________________________ Tratamento médico atual? ( )Sim ( )Não Medicamentos:______________________________________ É portador(a) de: ( ) epilepsia ( ) diabetes ( ) neoplasias ( ) trombose ( ) marca passo ou problemas cardiácos ( ) hipotensão arterial ( ) hipertensão arterial. Está fazendo ou fez recentemente algum procedimento médico estético como Implante, Preenchimento, Cirurgia Facial, Ácidos, Botox ou outros? Especifique tipo e período de aplicação: ________________________ Tem reações alérgicas a cosméticos ou qualquer produto de seu conhecimento: _______________________________________________ Regularidade e qualidade alimentar: __________________________ Ingestão diária de água: ( ) menos de 1 litro ( ) 1 litro ( ) mais de 1 litro. Suspeita de gestação? ( ) Sim ( ) Não. Data da última menstruação (DUM): ____________________ 11 UNIDADE Limpeza de Pele Tabela 2 – Modelo ficha de avaliação facial (esta análise deve ser feita com lupa: Figura 5) • Manchas pigmentares relacionadas à melanina: Acromia, Cloasma, Efélides, Hipercromia, Hipocromia. • Manchas por alterações vasculares: Angioma, Cianose, Eritema, Hematoma, Petéquias, Teleangectasias. • Formações sólidas: Ceratose, Nódulos, Pápulas, Verrugas, Comedão, Milium. • Necrose formações com conteúdo líquido: Bolha, Pústula, Vesícula. • Lesões de pele: Crosta, Descamação, Escara, Escoriação, Fissura, Fístula, Ulceração. • Sequelas: Atrofia, Cicatriz, Pelos Hipertricose, Hirsutismo, Alterações da Queratini- zação, Eczema, Hiperqueratose, Psoríase. • Classificação do tipo cutâneo • Quanto à hidratação: Desidratada, Normal. • Quanto ao grau de oleosidade: Alípica, Lipídica, Normal, Seborreica. • Quanto à espessura: Espessa, Fina, Muito Fina. Figura 5 – Análise de Pele com Lupa Fonte: Getty Images Após a avaliação, é possível a escolha dos cosméticos mais adequados para aquela pele (princípios ativos e veículos, tipo mais adequado à pele no momento da limpeza de pele). Preparo para o Ambiente de Trabalho O ambiente de trabalho deve estar organizado e pronto antes de iniciar o proce- dimento. O carrinho auxiliar já deve estar com todos os consumíveis descartáveis (algodão, touca, máscara, gaze, cotonete, agulha 0,30 x 13mm). Deve ser organizado de modo que fique fácil a visualização e o acesso. O ambiente precisa ser bem iluminado e, se necessário, com um foco de luz, que geralmente vem acoplado à lupa e pode ser de pala ou tripé. 12 13 Os equipamentos como alta frequência, laser e LED, máscara térmica, vapor de ozônio, peeling ultrassônico, peeling de cristal e de diamante também já devem estar disponíveis para a utilização, além de estarem encapados com filme osmótico (seguindo os preceitos de biossegurança). Os algodões devem ser disponibilizados secos e úmidos (objetivos diferentes). Espátulas de plástico ou descartáveis também devem estar disponíveis para a reti- rada dos cosméticos de seus respectivos frascos. Importante! Ao manipular os cosméticos, jamais coloque as mãos ou dedos dentro dos frascos, esse contato pode contaminá-los. Importante! Lenços de papel também devem estar disponíveis para o momento da extração ou ainda para secar a pele. Em relação ao preparo do paciente/cliente, ele deve estar acomodado na maca previamente preparada (forrada com lençol de algodão, coberto com lençol descartável, que pode ser de TNT ou de papel), os membros inferiores devem estar posicionados em semiflexão de joelhos (apoiados em um coxim para estabilização da coluna lombar). Deve-se retirar brincos, piercings (que estejam na face) e colares/correntes. O clien- te/paciente pode estar com o colo nu (coberto com uma toalha de rosto), com a roupa protegida com um babador de TNT, papel ou toalha de rosto. Os cabelos devem estar protegidos com touca descartável e faixa. O profissional deve estar com jaleco de mangas longas, toucas e máscara. As unhas devem estar curtas e bem lixadas para que não machuque o cliente, principalmente durante a extração. As luvas devem ser usadas do início ao fim do procedimento, dando preferência às luvas de vinil ou vinílicas, estas são mais confortáveis tanto para o cliente quanto para a sensibilidade tátil do profissional e o potencial alergênico é muito menor. As bandejas de apoio devem ser descartáveis ou de inox (para que possam ser esterilizadas). Todo material que tenha sido contaminado com fluidos corporais de sangue e secreção purulenta, como exemplos, deve ser descartado em lixo especial (infectante), respeitando as normas de biossegurança. As agulhas utilizadas na extração de miliuns ou na drenagem de pústulas devem ser descartadas em caixa de material perfuro cortante. 13 UNIDADE Limpeza de Pele Importante! Todo material contaminante deve ser descartado em lixo específico identificado e o ma- terial perfuro cortante descartado em caixa específica para esse material, bem como a coleta também não pode ser feita por coletores de lixo doméstico, visto que é uma questão de biossegurança e uma exigência da Vigilância Sanitária. Você Sabia? Passo a Passo da Limpeza de Pele Fundamentalmente, a limpeza de pele segue os seguintes passos: • Higienização: é o primeiro passo da limpeza de pele. Caso o cliente/paciente esteja usando maquiagem, antes de higienizar, deve-se usar cosmético dema- quilante e em seguida remover as sujidades, como resíduos de poluição, cosmé- ticos, protetor solar, maquiagem, suor e oleosidade excessiva. A escolha do melhor produto de limpeza facial deve levar em consideração o bio- tipo e o estado cutâneo. O pH da pele é cerca de 5,5, ou seja, um meio ácido pela presença de ácidos graxos livres provenientes do sebo, suor, ácido lático e ami- noácidos livres. Quanto maior o pH do produto cosmético utilizado na limpeza facial, maior será a dilatação dos óstios. E quanto menor for o pH, menor será essa dilatação. Na prática, quanto maior o pH do produto, maior é a abertura dos poros e mais profunda é a higienização da pele.No entanto, quanto menor for o pH do pro- duto, menor a dilatação dos orifícios, o que pode dificultar a ação de limpeza, mas será muito importante para controle da oleosidade e revitalização tecidual. Os limpadores de pH fisiológico (igual ao da pele) são ideais para peles sensíveis por respeitarem o pH e não promoverem seu desequilíbrio. Os limpadores de pH neutro desequilibram suavemente, produzindo discreta abertura dos poros e remoção controlada da oleosidade. Por fim, os limpadores de pH alcalino (acima de 7), que desestabilizam a pele em proporções maiores que os demais produtos, geram maior abertura dos poros e remoção profunda da oleosidade. Os veículos dos higienizantes faciais são variados e a escolha também é influen- ciada pelo tipo de pele. Sabonete e gel de limpeza são indicados para peles oleosas por conterem maior poder adstringente. Os leites e emulsões de limpeza devem ser utilizados em peles secas e sensíveis por conterem um teor oleoso maior, deslizarem de forma suave e serem facilmente removidos, evitando abra- são sobre a pele durante sua aplicação ou retirada, além de manterem a umec- tação superficial. Para as peles mistas, o sabonete líquido suave ou a loção de limpeza são indicados por constituírem o meio-termo entre os higienizantes citados anteriormente. Os higienizantes devem ser aplicados com a ponta dos dedos, espalhados em movi- mentos circulares por toda face, pescoço e colo, retirado com algodão úmido com 14 15 movimentos ascendentes. Espojas feitas com gaze e algodão também podem ser utilizadas para retirada dos cosméticos. Estas também devem estar úmidas. • Esfoliação: tem a função de reduzir a camada córnea da pele a fim de remover as células mortas. Pode ser realizada com um cosmético esfoliante, microdermoabrasão (peeling de cristal ou peeling de diamante), com um peeling enzimático, com peeling químico (queratolítico – geralmente sabonete com ácido glicólico, ácido salicílico ou ambos) ou ainda com a associação de dois tipos de esfoliantes. O esfoliante cosmético deve ser aplicado em toda região a ser esfoliada com a região interdigital, polpa dos dedos, em movimentos circulares (Figura 6). O po- tencial de esfoliação depende da pressão exercida sobre a pele, veículo (quanto mais oleoso, menor o poder de abrasão), tamanho das esferas (quanto menor as esferas, maior o poder de abrasão. Quanto maior as esferas, menor o poder de abrasão) e quantidade de esferas (quanto maior a quantidade de esferas, maior o poder abrasivo). Peles maduras, sensíveis e alípicas devem usar esfoliantes com menor abrasão. Peles oleosas, mais queratinizadas e espessas, devem utilizar esfoliantes mais abrasivos. • Microdermoabrasão (peeling diamante/cristal): substitui a esfoliação cos- mética, sua abrasão dependerá da quantidade e tamanho de micras e pressão negativa (no caso de peeling de diamante: Figura 7), quantidade de óxido de alumínio e pressão negativa utilizada (no caso do peeling de cristal). A micro- dermoabrasão não deve ser realizada em peles sensíveis, com presença de pápulas e/ou pústulas. Figura 6 – Esfoliação Cosmética / Esfoliação Física Fonte: Getty Images Figura 7 – Peeling Diamante - Esfoliação Física Fonte: Getty Images • Peeling enzimático ou biológico: a esfoliação enzimática se dá com a utiliza- ção de peeling cosmético a base de enzimas como, por exemplo, bromelina, papaína, renew zyme, pumpkin enzyme, entre outros. O poder de abrasão dependerá da concentração dos princípios ativos e tempo de permanência na pele. Os peelings enzimáticos ou biológicos hidrolisam a queratinatina, facili- tando a extração. Eles ficam sobre a pele por um tempo médio de 15 minutos. Após este tempo, retira-se o produto com algodão úmido. 15 UNIDADE Limpeza de Pele O peeling enzimático é uma excelente opção para peles acneicas, sensíveis e maduras. • Emoliência: é etapa fundamental da limpeza de pele, pois, se não for eficaz, mesmo com todo o preparo anterior, haverá dificuldade na retirada dos conte- údos cutâneos durante a extração. Recomenda-se a utilização de produtos de pH alcalino, que diminuam a resistência da pele, dilatem os óstios e amoleçam a superfície da pele, facilitando a remoção dos comedões e das pústulas na extração. Um dos princípios ativos mais utilizados nesta etapa é a trietanola- mina (triethanolamine). Os cosméticos emolientes, em sua maioria, são loções e devem ser aplicados com compressas de algodão ou gaze sobre toda a região que será ma- nipulada e se deseja fazer a extração. Quando es- tão em forma de creme, devem ser aplicados com abaixador de língua, espátula ou com os dedos. Em ambas as formulações, o tempo ideal de con- tato com o produto é entre 10 e 20 minutos, con- forme recomendação do fabricante. As compressas devem ser removidas gradativa- mente conforme a evolução da extração. Nessa etapa, o profissional utiliza ainda o vapor de ozô- nio (que oferta um calor úmido à superfície da pele: Figura 8), o qual proporcionará uma dilata- ção dos óstios e umidificará a superfície cutânea, facilitando a extração. A máscara térmica também pode ser utilizada para emoliência, porém, além de muitos clientes/pacientes não a tolerarem, não tem boa indicação para peles mais maduras, alípicas e desidratadas. É interessante que peles alípicas ou desidratadas sejam expostas ao calor seco? Não! O calor seco desidrata ainda mais a pele.E xp lo r Caso o profissional tenha disposição, nenhum dos dois recursos supracitados pode potencializar a ação do emoliente, posicionando sobre as compressas com cosmético emoliente e papel alumínio. Figura 8 – Emoliência vapor de ozônio Fonte: Getty Images 16 17 Importante! Peles oleosas muitas vezes não necessitam de exposição ao calor, seja ele úmido ou seco, pois os óstios encontram-se bem dilatados. O calor estimula ainda mais a produção de sebo. Nas peles acneicas, onde temos presença de inflamação, também não é interes- sante a exposição da cútis por muito tempo ao calor. Estas peles devem ser expostas ao calor por cerca de 5 a 10 minutos, permanecendo os outros 10 minutos apenas com o cosmético emoliente. Importante! • Extração: é o momento mais importante da limpeza de pele, pois nessa etapa será obtida a remoção do sebo e dos resíduos foliculares. A extração é recomen- dada em todos os óstios e não apenas onde se evidenciam pústulas e comedões. Para a realização da extração manual, posiciona-se a polpa interdigital latera- lizando o comedão, exercendo pressão ascendente para a extração. As unhas não devem ser utilizadas para realização das extrações. Para que seja um pro- cedimento menos dolorido e menos traumático à pele, utiliza-se dedeira de al- godão ou de lenço de papel para conferir um toque mais agradável e absorver conteúdos líquidos que se encontram no interior dos óstios (Figura 9). Não se deve comprimir o folículo para baixo com a utilização da ponta dos de- dos, isso traz riscos para lesões na pele e não expulsão do conteúdo do interior do óstio. A pressão deve ser exercida até que todo conteúdo interno do folículo seja extraído. Podemos também utilizar curetas para a realização de extrações (Figura 10). As curetas auxiliam principalmente em áreas de difícil acesso como orelhas, canto dos olhos e aba do nariz. Há profissionais que realizam todo o pro- cedimento de extração com curetas, isso não é contraindicado, porém é mais agressivo à pele, conferindo maior probabilidade de lesões superficiais e hiperpigmentações. Figura 9 – Extração Manual Fonte: Getty Images Figura 10 – Extração com Cureta Fonte: Getty Images 17 UNIDADE Limpeza de Pele Existe ainda a extração a vácuo que pode ser realizada com um aparelho que confere pressão negativa, ofertada por um equipamento de vacuoterapia. Para a retirada do conteúdo dos óstios, é necessária utilização de pressões ne- gativas altas (que giram em torno de -600mmHg). Muitas vezes estas extrações não são eficazes para a retirada completa destes conteúdos,além de favorecem quadros inflamatórios e consequentes hiperpigmentações. Na presença de milium, faz-se necessário a utilização de uma agulha de insuli- na para extraí-lo. Com a ponta da agulha, empurrando-a contra a membrana que recobre o milium, por cima ou pela lateral, rompemos a pele para criar um canal de saída para seu conteúdo. Como pode haver sangramento, a dedeira de algodão ou papel-toalha será de grande ajuda para absorver o sangue. • Desinfecção: pode ser realizada com cosméticos que tenham funções antis- sépticas e anti-inflamatórias (melaleuca, hamammelis, tomilho) com a alta fre- quência (Figura 11 - aplicação direta (em toda a face) ou faiscamento (nas pústulas extraídas)). Equipamento que por meio da produção de ozônio provê intenso efeito antisséptico e, no caso de peles acneicas, podemos utilizar o LED azul (Figura 12 - cerca de 5 minutos por região) que tem um efeito bacte- ricida e fungicida. Independentemente do tipo de pele e do agente utilizado, é indispensável finalizar a extração com a desinfecção. Figura 11 – Aplicação de alta frequência Fonte: Getty Images Figura 12 – Aplicação de LED azul Fonte: Getty Images No caso de extração de pústulas ou presença de pápulas, podemos utilizar o laser vermelho em cima das lesões (2 J/cm2), este tem um efeito anti-inflama- tório, cicatrizante e analgésico. • Máscara cosmética: tem a finalidade de ocluir a superfície da pele, impedindo a evaporação de água na camada córnea, o que aumenta a hidratação e facilita a permeação dos seus princípios ativos. Após o procedimento de limpeza de pele, ela pode apresentar-se irritada, sen- sibilizada, ressecada, descamativa ou pálida. São características que determina- rão o tipo de máscara e os princípios ativos a serem aplicados nesse momento. 18 19 Geralmente, a máscara calmante ou suavizante é a mais utilizada no proce- dimento de limpeza de pele após a extração, pois é comum as peles ficarem sensibilizadas. Se a pele não ficar irritada ou sensibilizada, podemos utilizar máscaras hidratantes, nutritivas, revitalizantes e secativas. Quanto à indicação dos ativos utilizados nas máscaras, os calmantes e os des- congestionantes são mais indicados para peles sensíveis ou sensibilizadas pela extração; os rubefacientes são vasodilatadores e se enquadram muito bem para peles pálidas e de fumantes; os antioxidantes para nutrição e efeito tensor nas peles mais envelhecidas, com rugas e flacidez; os queratolíticos, antissépticos, secativos e adstringentes para peles oleosas e acneicas. As máscaras podem ser aplicadas com os dedos ou com abaixador de língua. Deve-se aplicar uma camada uniforme, porém, não espessa, que cubra toda a superfície da pele da área que está sendo tratada. O tempo de permanência da máscara varia entre 10 a 30 minutos. Devemos seguir a orientação do fabricante, pois algumas máscaras podem ser deixadas na pele sem a necessidade de retirar com algodão úmido, mas, em sua maioria, os fabricantes recomendam retirar. • Tonificação: os tônicos têm o intuito de equilibrar o pH da pele e contrair os óstios. Podem ter ativos calmantes, hidratante, umectante, cicatrizante e adstrin- gente; dependerá dos princípios ativos utilizados no cosmético. Se aplicado em compressas geladas, tem um efeito de vasoconstricção e, desta forma, diminui o rubor e o calor local após a extração. A aplicação das loções tônicas, independentemente de sua função, deve ser aplicada com o algodão to- talmente umedecido com a loção (mas sem excessos para não ficar escorrendo), sendo então deslizado sobre toda a superfície tratada, ou aplicada com pancadi- nhas, visando depositar o produto sobre a pele; não deve ser retirado, deve-se esperar a secagem do produto para aplicar os cosméticos finalizadores. • Finalização: pode ser aplicado fluído ou sérum que tenham propriedades hi- dratantes, nutritivas, secativas, antioxidantes, entre outras. Fundamentalmen- te, finaliza-se a limpeza de pele com a aplicação de FPS, que deve ter o veículo adequado para cada tipo de pele, com FPS mínimo de fator 15. Após a limpeza de pele, recomenda-se que o cliente/ paciente não se exponha ao sol por pelo menos 7 dias, caso tenha agredido a pele de modo que surjam pontos de inflamação (observar sinais flogísticos), este tempo se estende por no mínimo 15 dias, para se evitar uma hiperpigmentação pós-inflamatória. A periodicidade da limpeza de pele varia para cada pele e para cada biotipo, mas prioriza-se um intervalo de pelo menos 30 dias entre uma limpeza e outra. De maneira geral, com base em alguns autores, recomenda-se a limpeza de pele de forma bimestral ou trimestral para a maior parte das peles (secas e mistas), entretanto, para peles oleosas, mensalmente. 19 UNIDADE Limpeza de Pele Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Cosmetologia: Descomplicando os Princípios Ativos GOMES, R. K.; DAMAZIO, M. G. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos 3. ed. rev. São Paulo: LMP, 2009. Eletrotermoterapia: Teoria e Prática AGNE, J. E. Eletrotermoterapia: teoria e prática. Santa Maria: Orium, 2005. p. 85-109. Terapêutica em Estética [Recurso Eletrônico]: Conceitos e Técnicas / Organização BORGES F. S.; SCORZA, F . A. Terapêutica em estética [recurso eletrônico]: conceitos e técnicas / organização. 1. ed. - São Paulo: Phorte, 2016. Vídeos Blackhead! (Mitesser,point noir,espinilla) https://youtu.be/HMtGeFzjBeQ 20 21 Referências BORGES, F.S. Dermato Funcional - Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São Paulo: Editora Phorte, 2010. FONSECA, A.; PRISTA, LN. Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosme- tológica. São Paulo Editora Roca; 2000. HARRIS, M. I. Pele: do Nascimento a Maturidade. Editora Senac. SOUZA, V. M.; JÚNIOR, D.A. Ativos Dermatológicos Dermocosméticos e Nutracêuticos. 9 volumes - São Paulo: Editor: Daniel Antunes Júnior, 2016. 21
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