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APOSTILA DOUTRINA DE POLÍCIA COMUNITÁRIA PRONTA (1)

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CURSO SUPERIOR DE TÉCNICO DE 
POLÍCIA OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO DA 
ORDEM PUBLICA 
Doutrina de 
Polícia Comunitária 
JUNHO-2019 
essdmaterialdidatico@policiamilitar.sp.gov.br 
2o CICLO DE ENSINO 
Sumário 
Aula 1 e 2 - Contexto histórico acerca da polícia comunitária. Diferenças do policiamento 
tradicional para o policiamento comunitário. .................................................................................. 4 
Aula 3 e 4 - Base teórica: Teoria Patrocínio Normativo e Teoria Social Crítica .......................... 16 
Aula 5 e 6 - O que não é polícia comunitária. Os dez princípios. ................................................. 21 
Aula 7 e 8 - Identificação das lideranças dentro da comunidade. Engajamento da sociedade; 
apresentação do Relatório sobre Averiguação de Infração Administrativa (RAIA). .................... 26 
Aula 9 e 10 - Metodologia - os passos de ação. Identificação das áreas de atuação. .................... 32 
Aula 11 e 12 - Atuação do policial militar - perfil profissional. Participação em reuniões de 
CONSEG e centros comunitários. ................................................................................................. 33 
Aula 13 e 14 - Programas em desenvolvimento na Instituição. Conceito, estrutura, 
funcionamento, vantagens e desvantagens das Bases Comunitárias de Segurança (BCS) e Bases 
Comunitárias de Segurança Distrital (BCSD) ............................................................................... 35 
Aula 15 e 16 - Conceito, efetivo ideal para patrulhamento e locais das Bases Comunitárias 
Móveis (BCM). .............................................................................................................................. 41 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARGO, Carlos Alberto de. Cidadania e 
autoridade. São Paulo: A Força Policial no 21, 1999. .................................................................. 55 
2 
SEJA BEM VINDO A FAMÍLIA 
POLICIAL MILITAR! 
Você escolheu uma das profissões mais antigas de 
todo o mundo, polícia! 
Ao entrar nesta instituição você aceitou seus valores e 
deveres, assim como você estudou em Deontologia. 
Todo Policial Militar do Estado de São Paulo é um 
Mediador de Conflitos; 
Todo Policial Militar do Estado de São Paulo é um 
Policial Comunitário, não se esqueça disto! 
NESTA MATÉRIA VOCÊ IRÁ: 
Aprender os fundamentos da filosofia, da doutrina e da metodologia do policiamento 
comunitário e aplicá-las no serviço policial-militar; Saber como é possível responder ativamente 
às demandas sociais, desenvolvendo ou propondo mecanismos que propiciem o melhor 
relacionamento da PMESP com entidades públicas e privadas; Conhecer a estrutura dos 
CONSEG, e maneiras para buscar parcerias com os centros comunitários e órgãos públicos e 
privados que atuam na comunidade. 
VOCÊ CERTAMENTE JÁ SABE! 
Hoje a sociedade e a PMESP requerem do Profissional Policial Militar não somente o “prender 
bandido”, mas que ele execute um patrulhamento de serviço personalizado e completo. 
O policial Militar deve atualizar-se sempre, pois a sociedade e a Polícia 
Militar estão em constante evolução. 
Policiamento hoje envolve várias áreas do conhecimento humano, então, 
verifique e melhore, caso for, o seu processo de aprendizagem! 
3 
Aula 1 e 2 - Contexto histórico acerca da polícia comunitária. Diferenças do policiamento 
tradicional para o policiamento comunitário. 
1. HISTORICO DA POLÍCIA COMUNITÁRIA 
Desde o descobrimento do Brasil, a "polícia" passa por evolução a fim de atender a sociedade, no 
início como visto em Breve Histórico, o foco e o anseio daquela sociedade era a defesa 
territorial, assim na origem, fomos forjados para o combate. 
Mesmo naquele período houve várias mudanças decorrentes de novas demandas, assim foi 
necessária uma polícia para cuidar de gente, já que, nossa polícia ficava instaladas em 
campanhas para defender o território, ocorre então à criação da Cia de Pedestres, que visava o 
policiamento voltado a cuidar de pessoas - os cidadãos de bem e moradores da Cidade. 
A história já nos mostrou que mudanças ocorrem de tempo em tempos, o que cria a necessidade 
de ajustes a fim de atender a nova demanda e assim os anseios da sociedade. 
Desta mesma maneira na década de 1990, a Polícia Militar do Estado de São Paulo, preocupada 
em executar com excelência o serviço que deve à sociedade paulista, buscou um modelo de 
policiamento que pudesse proporcionar uma maior aproximação entre o policial e a comunidade 
para melhor exercer suas atividades. 
Em todo o mundo já se falava em policiamento comunitário, sendo o mesmo exercido em vários 
países, principalmente no Canadá e Japão. 
VOCÊ SABIA? 
Mesmo antes do nome "policia Comunitária" ser divulgado e trabalhado em massa pela imprensa, o Estado de São 
Paulo no ano de 1985 criou os Conselhos Comunitários de Segurança (CONSEG), os quais, apesar de na época não 
se referirem ao policiamento comunitário, tinham e têm como objetivo até hoje a gestão participativa da comunidade 
nas questões de segurança pública. Daí, podemos dizer serem um dos "embriões" do nascimento da polícia 
comunitária. 
O Brasil, como país emergente, cujas dimensões e características ressaltam aos olhos do mundo 
um futuro promissor entre as nações, se faz presente, praticamente, em todos os acordos 
internacionais de relevância, tornando, assim, latente a importância de ter uma Polícia 
direcionada aos compromissos de defesa da vida e da integridade física das pessoas, bem como 
voltada à defesa da cidadania e ao respeito pelos cidadãos. E você está neste contexto! 
Em 1992, o Comando da Corporação, reconhecendo o modelo, e atento a essas evoluções no 
mundo, determinou estudos sobre formas de atuação para que se firmassem os conceitos de 
respeito à cidadania, por meio da atuação do policiamento, surgindo, então, a estratégia de uma 
Doutrinária da Policia Comunitária, a qual, em alguns países como Estados Unidos, Canadá e 
4 
Cingapura, já se encontravam em desenvolvimento e aplicação, tendo como alicerce o exemplo 
dessa prática no Japão, com experiência desde o ano de 1874. 
O ano de 1997 foi marcante para a Polícia Militar do Estado de São Paulo após o episódio 
reconhecido como “Favela Naval”, o qual desencadeou inúmeros movimentos para a promoção 
de mudanças na estrutura das policias militares, mudanças essas propostas por governantes e por 
integrantes da sociedade. A PMESP então desencadeou uma série de mudanças internas visando 
maior aproximação e fortalecimento de sua imagem com a sociedade, sendo uma das principais a 
criação da Comissão Estadual de Polícia Comunitária, formada por policiais militares, entidades 
Públicas e Particulares, com o objetivo de assessorar o Comando da Corporação na aplicação da 
Filosofia de Polícia Comunitária no Estado. 
Desde então, essa Comissão vem se reunindo, de uma forma Central - junto ao Comando da 
Corporação, e também junto aos Batalhões, para tratar de problemas relacionados com as 
regiões, ajudando a Polícia Militar na busca do aprimoramento dos seus serviços. 
Com a difusão da doutrina e da filosofia de Polícia Comunitária, no ano de 1999 finalmente 
foram criadas em todo Estado de São Paulo, diversas OPM em locais onde a maior presença 
policial militar era necessária, marcando o início da operacionalidade do policiamento 
comunitário. Tais unidades Policiais Militares foram denominadas Bases Comunitárias de 
Segurança (BCS). 
No ano de 2000, foi criado o Departamento de Polícia Comunitária e Direitos Humanos, com o 
objetivo de sedimentar no âmbito da Corporação e fora dela, as Filosofias de Polícia Comunitária 
e de Direitos Humanos, assim como assessorar o Comando da PM nesses assuntos. Hoje, este 
Departamento, por questões de reorganização interna, transformou-se na Diretoria de Polícia 
Comunitária e de Direitos Humanos. 
As Bases Comunitárias de Segurança, apesar de objetivarem a presença policial- militar junto à 
sociedade, não atenderam todas as expectativas, pela falta de sistematização do emprego do 
efetivode recursos materiais e, principalmente, pela forma de atuação, sendo patente que o 
sucesso ou até mesmo o fracasso das experiências deveu-se, exclusivamente, a fatores 
personalistas, fato que foi observado pelo Comando e pela própria comunidade. Fizeram-se 
necessários, então, novos estudos para sua operacionalidade. Diante dessa evolução, em 2004, o 
acordo de Cooperação Técnica Brasil/Japão, existente desde 1999, foi reiterado para a aplicação 
entre janeiro de 2005 e janeiro de 2008, período em que o serviço nas Bases Comunitárias de 
Segurança foi padronizado e sistematizado metodologicamente. 
Finalmente, não poderia ser deixado de mencionar que se falando especificamente de 
Policiamento Comunitário este se tornou um dos programas de policiamento aplicados pela 
5 
Corporação no Estado, por meio de uma nova Diretriz emanada pelo Comando, em novembro de 
2005. O Programa de Policiamento Comunitário, enquanto programa, é uma subdivisão dos tipos 
de policiamento ostensivo, voltado para determinado objetivo, constituído por diretriz e projeto 
de implantação duradoura, ajustável ao longo do tempo, traduzindo a estratégia operacional da 
Instituição. 
A organização do policiamento em programas por nossa instituição define melhor, os padrões de 
execução e facilita o planejamento orçamentário para sua manutenção, facilitando ao Comando a 
distribuição de meios e buscando com maior apoio a prevenção, principalmente em locais que 
são identificados com altos índices, por intermédio de levantamentos científicos, planejamento 
que pode ser, conforme o problema, diário, semanal ou até mesmo, mensal. 
Os esforços realizados na área de segurança pública para a implementação e a evolução do 
Policiamento Comunitário, tanto como filosofia quanto programa, evidenciado pela participação 
da comunidade nas questões relativas à segurança, possibilitaram a adoção de medidas mais 
eficientes que resultaram em melhor controle social e maior conscientização do papel policial, 
seja por parte da comunidade, seja por parte dos integrantes das próprias instituições. 
As polícias brasileiras buscam, hoje, nos intercâmbios e nas trocas de experiências firmadas com 
outros países e outros órgãos governamentais e não governamentais, uma excelência nos serviços 
às comunidades, adequados às realidades locais, onde o serviço é efetivamente prestado, 
tentando atuar nas causas dos problemas e não só quando eles já aconteceram, mas de forma 
preventiva e sistêmica (admitindo que os problemas tenham diversas causas e que envolvem 
vários níveis e órgãos para sua solução), para prestar um serviço mais adequado e digno, 
elevando-os aos padrões internacionais de policiamento. 
Em 2005, a Polícia Militar do Estado de São Paulo firma acordo de cooperação técnica Com a 
Polícia Nacional do Japão e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), 
intermediado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), na busca de conhecimentos e 
planejamento para operacionalização do sistema de 
policiamento comunitário em São Paulo. Dentro do 
conhecimento adquirido estabelece as Bases 
Comunitárias de Segurança e as Bases Comunitárias 
de Segurança Distrital, trabalhando de forma similar 
aos conhecidos Koban e Chuzaicho japoneses. 
Em 2008, é celebrado novo acordo de cooperação 
técnica, onde a Polícia Paulista agora figura como 
polo difusor da filosofia de policiamento comunitário 
para outros Estados da Federação e para alguns países da América Central, com realização de 
6 
cursos para formação de multiplicadores desta filosofia. A seguir você irá estudar a Filosofia de 
Polícia Comunitária aplicada nas Escolas de Formação de Oficiais, Sargentos e Soldados, 
portanto, aplicada a todo efetivo da PMESP, bem como a Modalidade de Polícia Comunitária – 
patrulhamento comunitário. 
É de fundamental importância o entendimento de que os preceitos doutrinários de Policiamento 
Comunitário visam o atendimento aos Cidadãos de bem, pois aos infratores da lei e arredios às 
regras sociais aplicam-se as normas e legislação vigente. 
Ressalta-se que o Policiamento Comunitário não se traduz em forma branda de aplicabilidade 
legal, mas sim, atuação de uma Polícia voltada à cidadania e essencialmente participativa. 
A Polícia Comunitária antecipa- se e não é meramente reativa. 
Os bloqueios são ótimos exemplos de ação pró-ativa, pois inibem a ocorrência de diversas 
práticas criminosas, como roubos e sequestros. As situações representadas nas imagens desta 
apostila serão meramente ilustrativas, o Policial Comunitário também aborda e segue todos os 
procedimentos conforme descriminado no POP específico da situação real, a verbalização pode 
sofrer alguma variação de acordo com a cultura local para fins de estabelecer uma comunicação 
clara e eficaz, mantendo-se a similaridade com o padrão, conforme as características da 
comunicação interpessoal necessária estudada em Português Instrumental. 
7 
A Filosofia de Policiamento Comunitário faz parte da instituição policial, como um todo, que 
desenvolve ações de policiamento ostensivo (Polícia Militar) e investigativo (Polícia Civil). 
O modelo tradicional de polícia focava exclusivamente no combate ao criminoso que havia 
vitimado alguém e gerado um dano moral ou material. A Polícia Comunitária é uma alternativa 
que melhor se adéqua ao Estado Democrático de Direito, porque visa à prevenção de crimes e 
solução pacífica de conflitos. 
Paralelamente, a Polícia Militar já desenvolvia, junto às escolas, alguns Programas Educacionais 
de Resistência às Drogas e à Violência, PROERD, e mais recentemente o JCC - Jovens 
Construindo a Cidadania, e ainda o programa JBA - Jovens Brasileiros em Ação - motivando a 
liderança juvenil, estes programas são uma forma de aproximação da Polícia Militar com as 
Escolas e como consequência, com as crianças, jovens e suas famílias, levando ensinamentos de 
cidadania, de saúde e boa conduta social, atuando assim preventivamente, pois essas crianças 
8 
serão jovens e adultos mais conscientes de seu papel sociais, mais preocupados com as questões 
relacionadas com a Segurança Pública, (drogas e violência), com menor probabilidade de 
delinquir e que enxerguem a Polícia Militar, como parceira e não como repressora ou inimiga. 
VOCÊ SABIA? 
Na prática Polícia Comunitária (como filosofia de trabalho) difere do policiamento comunitário (ação de policiar 
junto à comunidade). Ou seja, a filosofia deve ser interpretada como estratégia organizacional indistinta a todos os 
órgãos de Polícia, e o policiamento comunitário em quanto modalidade, são ações efetivas com a comunidade. 
2. DEFINIÇÃO DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO 
É uma filosofia de patrulhamento personalizado de serviço completo. 
E O QUE VISA? 
A participação social e o envolvimento de todas as forças vivas da comunidade (inclusive o 
polícia) na busca de mais segurança. 
QUAL OBJETIVO? 
A melhora da qualidade de vida das pessoas. 
CARACTERÍSTICAS DA MODALIDADE, POLICIAMENTO COMUNITÁRIO. 
(Ação de policiar junto à comunidade) • A polícia é o público e o público é a polícia: os policiais 
são aqueles membros da população que são pagos para dar atenção em tempo integral às 
obrigações dos cidadãos; 
Na relação com as demais instituições de serviço público, a polícia é apenas uma das instituições 
governamentais responsáveis pela qualidade de vida da comunidade; 
O papel da polícia é dar um enfoque mais amplo visando à resolução de problemas, 
principalmente por meio da prevenção; 
As prioridades são quaisquer problemas que estejam afligindo a comunidade; 
A polícia se ocupa mais com os problemas e as preocupações dos cidadãos; 
O que determina a eficácia da polícia é o apoio e a cooperação do público, sendo medida pela 
ausência de crime e de desordem; 
O profissionalismo policial se caracteriza pelo estreito relacionamento com a comunidade; 
A função do comando é incutir valores institucionais; 
As informações mais importantes são aquelas relacionadas com as atividades delituosas de 
indivíduos ou grupos; 
9 
O policialtrabalha voltado para os 98% da população de sua área, que são pessoas de bem e 
trabalhadoras, os quais devem ser tratados como cidadãos e clientes da organização policial; 
O policial é da área de atuação; 
O policial emprega a energia e eficiência, dentro da lei, na solução dos problemas com a 
marginalidade, que no máximo chega a 2% dos moradores de sua localidade de trabalho; 
O policial presta contas de seu trabalho ao superior e à comunidade; 
As patrulhas são distribuídas conforme a necessidade de segurança da comunidade, ou seja 24 
horas por dia; 
A ideia central da Polícia Comunitária reside na possibilidade de propiciar uma aproximação dos 
profissionais de segurança junto à comunidade onde atuam, como um médico, um advogado 
local; ou um comerciante da esquina; enfim, dar característica humana ao profissional de polícia, 
e não apenas um número de telefone ou uma instalação física referencial. Para isto realiza um 
amplo trabalho sistemático, planejado e detalhado. 
O policiamento comunitário, portanto, é uma filosofia de patrulhamento personalizado de serviço 
completo, onde o mesmo policial trabalha na mesma área por um período prolongado, agindo 
numa parceria preventiva com os cidadãos, para identificar e resolver problemas. 
3. O QUE É FILOSOFIA DE POLÍCIA COMUNITÁRIA? 
(Polícia Comunitária como filosofia de trabalho) é uma filosofia e estratégia organizacional, que 
proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Deve ser praticada por todos os 
integrantes da PMESP. 
Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto à comunidade devem trabalhar juntas para 
identificar, priorizar e resolver problemas contemporâneos tais como: crime, drogas, medo do 
crime, desordens físicas e morais, e em geral a decadência do bairro, com o objetivo de melhorar 
a qualidade de vida na área. 
10 
4. DEFINIÇÃO AMPLA SOBRE POLICIA COMUNITÁRIA 
(Polícia Comunitária como filosofia de trabalho) 
Primeiramente, é bom lembrar que, a importância da polícia pode ser resumida na célebre 
afirmativa de HONORÉ DE BALZAC: “os governos passam, as sociedades morrem, a polícia é 
eterna”. Na verdade, não há sociedade nem Estado dissociados de polícia, pois, pelas suas 
próprias origens, ela emana da organização social, sendo essencial à sua manutenção. É vinda do 
Povo (comunidade) e é para o Povo. 
Desde que o homem concebeu a ideia de Governo, ou de um poder que suplantasse a dos 
indivíduos, para promover o bem-estar e a segurança dos grupos sociais, a atividade de polícia 
surgiu como decorrência natural. A prática policial é tão velha como a prática da justiça; pois, 
polícia é, em essência e por extensão, justiça. 
A primeira ideia que se tem a respeito do tema Polícia Comunitária é que ela, por si só, é 
particularizada, pertinente a uma ou outra organização policial que a adota, dentro de critérios 
peculiares de mera aproximação com a sociedade sem, contudo, obedecer a critérios técnicos e 
científicos que objetivem a melhoria da qualidade de vida da população. 
A qualidade de vida da população em um país de complexas carências é um tema bastante difícil 
de ser abordado, mas possível de ser discutido quando a polícia busca assumir o papel de 
interlocutor dos anseios sociais. 
É preciso deixar claro que “Polícia Comunitária” não tem o sentido de ASSISTÊNCIA 
POLICIAL, mas sim o de PARTICIPAÇÃO SOCIAL. Nessa condição entendemos que todas as 
forças vivas da comunidade devem assumir um papel relevante na sua própria segurança e nos 
serviços ligados ao bem comum. Acreditamos ser necessária esta ressalva, para evitar a 
interpretação de que estejamos pretendendo criar uma nova polícia ou de que pretendamos 
credenciar pessoas extras aos quadros da polícia como policiais comunitários. 
“Polícia Comunitária é a modalidade de trabalho policial ostensivo e preventivo correspondente 
ao exercício da função policial definida pelo compromisso inalienável com a construção social 
11 
da paz e com o respeito aos direitos humanos. Equivale também ao aperfeiçoamento profissional, 
uma vez que implica mais qualificação e mais eficiência na provisão de segurança pública.” 
Definir Policiamento Comunitário não é fácil, até porque há que se ter cuidado ao fazê-lo, a fim 
de não transmitir uma imagem de que se trata apenas de mais uma técnica ou iniciativa 
localizada e pontual. Na verdade, como já foi visto, ele já existia, e com a evolução dos tempos 
sofreu processos de mudanças que acabaram por descaracterizá-lo, mercê do avanço tecnológico, 
especialmente de materiais e também em razão de políticas de Segurança Pública equivocadas, 
decorrentes do adensamento populacional das cidades. 
Fundamentação legal 
Você já parou pra refletir sobre o contexto da Constituição Federal em especial o seu Art. 144? 
Ele define as 5 (cinco) Polícias que tem existência legalmente, não deixando qualquer dúvida a 
respeito. E vai além veja o trecho abaixo: 
“... Art. 144, a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos,...” 
Examinando o contexto você vai perceber que além dos policiais, cabe a qualquer cidadão 
(todos) uma parcela de responsabilidade pela segurança. 
O cidadão na medida de sua capacidade, competência, e da natureza de seu trabalho, bem como, 
em função das solicitações da própria comunidade, deve colaborar, no que puder na segurança e 
no bem estar coletivo, exemplo prático é o cidadão participar, no mínimo ligando 190, ou 
testemunhando um fato, exercendo assim ao menos uma mínima parte de forma ativa. 
A pretensão de nossa corporação é que todo policial militar procure congregar todos os cidadãos 
da comunidade através do trabalho da Polícia, no esforço coletivo pela segurança pública. 
A imagem “O POLICAL” é uma referência muito cedo internalizada entre os componentes da 
personalidade de uma pessoa logo nos primeiros anos de vida. A noção de medo da polícia, 
erroneamente transmitida na educação e, às vezes na mídia, será revertida desde que, VOCÊ 
policial se faça perceber por sua ação protetora e amiga. 
Fundamentação técnica 
Para que o crime exista é necessário a existência de 3 elementos: o criminoso, a vítima e as 
condições que tornem o crime possível. Se quisermos acabar com o crime, temos que trabalhar 
para que todos os elementos acabem, antes e após o crime acontecer. Exemplo: 
Criminoso 
Antes do crime: políticas sociais, emprego, saúde, educação, lazer, trabalho, moradia, 
possibilidades de se ter uma vida digna para que não se busque o crime. 
12 
Após o crime: leis duras que desencorajem seu cometimento, policiamento intenso para prisão 
em flagrante delito, investigação eficaz, sistema judiciário e penitenciário ágeis, que sejam 
capazes de punir e reeducar o criminoso, que deverá saber que o crime não compensa! 
Vítima 
Antes do crime: orientações para segurança, campanhas educacionais para que não se tornem 
vítimas. Ex.: Escolinha de trânsito, PROERD, JCC, JBA etc. 
Após o crime: atendimento adequado para evitar traumas. 
Condições que possibilitem o crime 
Antes do crime: policiamento planejado direcionado para delitos específicos, emprego 
operacional com base em banco de dados. 
Após o crime: criar e alimentar banco de dados, sistemas inteligentes, Infocrim, Fotocrim, 
COPOM-ONLINE, etc. 
Como pode-se perceber vários poderes, Secretarias de Estado, órgãos e entidades têm influência 
sobre o crime e não só a Secretaria de Segurança Pública ou a Polícia Militar. 
Você pode estar se perguntando, 
COMO SERIA ESTE POLICIAMENTO NA PRÁTICA? 
Ai está um ponto importante! 
Não confunda policiamento comunitário com policiamento “frouxo” ou “bonzinho”, como todo 
policial, o policial que trabalha na modalidade Policiamento Comunitário também deve fazer 
abordagens, e prisões se for o caso! 
13 
Vejamos a seguir outras ações inerentes ao trabalho do Policial Comunitário: 
Ostensividade perante a comunidade integrando-se a ela através do contato direto e presencial; 
Rondas constantes; 
Contato com lideranças locais; 
Captação de informações; 
Participação emreuniões comunitárias; 
Coordenação e intermediação de serviços e ações de outras instituições; 
Administração e gerenciamento de crises e problemas locais, e caso não consiga solucioná-los 
indicar instituições adequadas para fazê-lo, sempre buscando a solução mais apropriada, não 
deixando a comunidade desamparada (sem orientação); Percebeu? 
Então assimile - interiorize, o exercício pleno das atividades de Polícia é: 
Orientação, apaziguamento, mediação de conflitos, e prisões quando necessário for! 
Mas prender!? 
Sim, em Deontologia você viu que os costumes variam, mas quando a lei proíbe algo, aplica-se a 
Lei, não podemos flexibilizar a aplicação, salvo se permitido, dúvidas? Pergunte ao seu professor 
de direito. 
5. DIFERENÇAS DE TIPOS DE POLICIAMENTO 
POLÍCIA TRADICIONAL 
NOTA: Conforme podemos constatar em pesquisas científicas, o modelo tradicional de se fazer 
polícia em sociedades onde o regime político seja minimamente democrático há muito não 
correspondente à dinâmica dos novos tempos. 
A polícia é uma agência governamental responsável, principalmente, pelo cumprimento da lei; 
O que em outra matéria você aprenderá como - Escalonamento do uso da força! 
14 
Na relação entre a polícia e as demais instituições de serviço público, as prioridades são muitas 
vezes conflitantes; 
O papel da polícia é preocupar-se com a resolução do crime; 
As prioridades são, por exemplo, roubo a banco, homicídios e todos aqueles envolvendo 
violência; 
A polícia se ocupa mais com os incidentes; 
O que determina a eficiência da polícia é o tempo de resposta; 
O profissionalismo policial se caracteriza pelas respostas rápidas aos crimes sérios; 
A função do Comando é prover os regulamentos e as determinações que devam ser cumpridas 
pelos policiais; 
As informações mais importantes são aquelas relacionadas a certos crimes em particular; 
O policial trabalha voltado unicamente para a marginalidade de sua área, que representa no 
máximo 2% da população residente ali onde “todos são inimigos, marginais ou paisano folgado, 
até que se prove em contrário”; 
O policial é o do serviço; 
Emprego somente da força como técnica de resolução de problemas; 
Presta contas somente ao seu superior; e As patrulhas são distribuídas conforme o pico de 
ocorrências. 
POLÍCIA COMUNITÁRIA 
A polícia é o público e o público é a polícia: os policiais são aqueles membros da população que 
são pagos para dar atenção em tempo integral às obrigações dos cidadãos; 
Na relação com as demais instituições de serviço público, a polícia é apenas uma das instituições 
governamentais responsáveis pela qualidade de vida da comunidade; 
O papel da polícia é dar um enfoque mais amplo visando à resolução de problemas, 
principalmente por meio da prevenção; 
As prioridades são quaisquer problemas que estejam afligindo a comunidade; 
A polícia se ocupa mais com os problemas e as preocupações dos cidadãos; 
O que determina a eficácia da polícia é o apoio e a cooperação do público, e é medida pela 
ausência de crime e de desordem; 
O profissionalismo policial se caracteriza pelo estreito relacionamento com a comunidade; 
15 
A função do comando é incutir valores institucionais; 
As informações mais importantes são aquelas relacionadas com as atividades delituosas de 
indivíduos ou grupos; 
O policial trabalha voltado para os 98% da população de sua área, que são pessoas de bem e 
trabalhadoras, os quais devem ser tratados como cidadãos e clientes da organização policial, e 
não somente voltado aos 2%; 
O policial é da área de atuação; 
O policial emprega a energia e eficiência, dentro da lei, na solução dos problemas com a 
marginalidade, que no máximo chega a 2% dos moradores de sua localidade de trabalho; 
O policial presta contas de seu trabalho ao superior e à comunidade; 
As patrulhas são distribuídas conforme a necessidade de segurança da comunidade, ou seja 24 
horas por dia. 
Aula 3 e 4 - Base teórica: Teoria Patrocínio Normativo e Teoria Social Crítica. 
6. BASE TEÓRICA 
Vamos apresentar o método e o passo a passo para efetiva implementação de ações efetivas para 
execução do Policiamento Comunitário. 
A TEORIA SOCIAL CRITICA E A TEORIA PATROCÍNIO NORMATIVO 
A teoria social crítica: 
Teoria Social Crítica é definida por Brian Fay (1987), como o centro da ciência social, prática 
que inspira as pessoas para ficarem socialmente ativas para corrigir os problemas (conflitos) 
socioeconômicos e as circunstâncias políticas que eles poderiam ter, como retorno, para 
satisfação de suas necessidades. Procura responder como e porque as pessoas se juntam para 
corrigir e superar os seus obstáculos, inclusive para superar os políticos que os impedem de 
satisfazer as suas demandas. 
Fay (1987), discute três pontos principais - impulsionadores - da ciência social crítica, 
identificados como: esclarecimento, poder e emancipação. 
“Esclarecimento educa as pessoas sobre o seu particular problema, sobre a situação e a 
capacidade potencial para mudar a situação, em ordem que satisfaça as necessidades de suas 
16 
demandas. Esclarecimento é alcançado por reflexão, discussão (comunicação) e determinação 
das causas da condição social problemática das comunidades e dos cidadãos.” Grifei. O poder é 
considerado por Fay (1987) como: 
"...uma força prática que estimula as pessoas para entrarem em ação, o que é significante para 
melhorar as suas condições sociais. As ações sociais levadas pelos cidadãos, normalmente, 
produzem resultados positivos. Não é o perito que decide a ação a ser levada a efeito e que 
melhore a qualidade de vida dos outros. É o recebedor do serviço que faz a determinação” grifei 
Traduzindo de uma forma mais simples, poder significa que as pessoas precisam agir para 
melhorar as suas condições, não havendo lugar para passividade. 
Emancipação pode ser considerada como uma forma de liberação, que é o resultado de ação 
social, ou seja, uma pessoa é emancipada pela reflexão e pela própria ação social de uma 
situação opressiva, problemática, social. Como um grupo, eles racionalmente e livremente 
determinam a direção das próprias vidas, mudando e melhorando a situação. 
A teoria do patrocínio normativo: 
Conforme Brian N. Williams (1998 /Sower 1957): 
“A Teoria de Patrocínio Normativo declara que a maioria das pessoas é de boa índole e 
cooperará com outros, a fim de satisfazer as necessidades deles, para facilitar a construção de 
um consenso. Propõe que um esforço de comunidade só será patrocinado se for normativo 
(dentro dos limites de padrões estabelecidos) e desta maneira todas as pessoas e todos os grupos 
de interesse se envolveram na solução dos problemas. Uma das considerações principais, 
quando tenta-se iniciar o desenvolvimento da comunidade é entender como dois ou mais grupos 
de interesse podem ter convergência suficiente de interesse ou consenso em metas comuns para 
provocarem a implementação.” 
Após a identificação das áreas de aceitação comum e de discordância, é possível fazer um 
esforço para incorporar outras áreas no intuito de que os pontos importantes da iniciativa da 
POLÍCIA COMUNITÁRIA sejam aceitáveis para todos os grupos. 
É mais comum aceitação de idéias que correspondam aos valores, convicções, e metas de todos 
os grupos participativos, já que será mais fácil para eles concordarem com metas comuns. 
Os grupos não irão necessariamente concordar em todas as áreas, mas haverá em geral, 
suficientes áreas comuns para possibilitar a cooperação. 
Muitos grupos ficarão inspirados e esclarecidos para aprender quantas áreas existem de 
concordância, que à primeira vista, podem não ter estado aparentes. Em geral, haverá 
concordância nas metas principais, tais como a necessidade de controle do crime e da desordem, 
17 
bem como de uma comunicação mais positiva e eficiente entre as pessoas, pessoas e grupos e da 
cooperação entre os grupos. 
As áreas de consenso podem diminuir à medida que começam a ser identificadas as técnicas 
específicas de resolução de problemas e passam a ser sugeridas por cada grupo alternativaspara 
a implantação. Isto deverá ser trabalhado, no detalhamento das técnicas e seus embasamentos 
para mantê-las ou alterá-las. 
Assim, cada grupo que se envolve e se interessa pela implementação de um programa, deve ser 
capaz de justificar e, consequentemente, legitimar a meta do grupo comum dentro de seus 
próprios padrões de valores, normas e metas. 
OS ATORES SOCIAIS DO PROCESSO 
Os grandes grupos relevantes: 
Neste ponto é fundamental você aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da vida e/ou 
adquiridos/reforçados na matéria de Português Instrumental, que nos mostra como utilizar 
adequadamente a linguagem verbal e não verbal, pois, sua imagem (postura) deve proporcionar 
segurança e empatia, e sua comunicação escrita também será importante nesta consolidação de 
contatos profissionais. 
Os grandes grupos relevantes são os elementos que devemos identificar e nos relacionar em meio 
à sociedade local (comunidade), pois somarão forças para a ação que pretendemos realizar. 
Portanto, é necessário considerar que o sucesso, do policiamento comunitário, depende do apoio 
de seis grandes grupos, a saber: 
- Organização Policial; 
- Comunidade; 
- Autoridades Constituídas; 
- Comunidade de Negócios; 
- Organismos Comunitários; 
- Imprensa. 
Você, nós, devemos utilizar todos os meios possíveis para sensibilizar as pessoas a participarem 
da reunião, como, por exemplo, acionar jornal do bairro ou até distribuindo ou fixando panfletos, 
estes grupos darão suporte importantes para ampliar o alcance e a eficiência. 
Vamos conversar um pouco sobre Relacionamento com a imprensa! 
18 
Dos públicos citados, recomendamos uma atenção especial aos integrantes da Imprensa, aí 
incluídos, os jornais escritos, bem como as programações jornalísticas de Rádio e de TV, pelo 
seu imenso poder de penetração social, podendo causar grandes impactos na opinião pública em 
curtos espaços de tempo. 
No caso dos jornais, principalmente os de bairro, recomenda-se a aproximação com o seu editor, 
uma vez que é ele quem decide sobre as matérias a ser publicadas, bem como a linha editorial a 
ser seguida. Isso pode ser alcançado com visitas à redação, convites para que ele conheça a sua 
OPM, bem como participação de eventos que possam mostrar o lado positivo da Corporação. 
O bom relacionamento não impedirá que o jornal publique matérias negativas em relação à 
PMESP, porém existe uma grande probabilidade de que a matéria receba um tratamento mais 
justo. 
ÁREAS E LÍDERES DENTRO DOS GRUPOS 
Agora que você conheceu os atores sociais do processo, ou seja, os grandes grupos relevantes, 
vamos estudar um pouco sobre como localizar em meio a estes grupos relevantes pessoas ou 
organização. Mas antes reflita: Qualquer Instituição seleciona públicos - grupos de pessoas ou 
Instituições - com os quais deseja interagir mais proximamente, em dado momento. 
Incluindo o nosso público interno, devemos nos esforçar por interagir com os diversos públicos 
de interesse da nossa organização, a fim de através de um bom relacionamento, melhorarmos a 
imagem da PMESP junto à Comunidade. 
O compromisso de cada policial em prestar um bom serviço, sempre focado em excelência, 
como você estudou ou estudará em Qualidade Total, é que será construída uma boa Imagem 
Corporativa e desenvolverá na Comunidade uma postura participativa e consequentemente 
defensora da PMESP, o que só pode ser alcançado através de um relacionamento aberto e 
sensível às suas necessidades. 
Lembrem-se “FORMAR PARA SERVIR”, logo, a frase que você carregará em seu brasão 
durante o curso de formação, deixa claro o objetivo da corporação, e sua meta na execução do 
serviço policial, servir a comunidade Paulista e a PMESP. 
Sempre que estiver de serviço, procure atender com cortesia e boa vontade a todas as pessoas, 
seja no serviço de policiamento ou administrativo, pessoalmente ou por telefone, pois disso 
depende o sucesso do Policiamento Comunitário. 
19 
Um cliente insatisfeito divulga sua insatisfação por um atendimento ao dobro de pessoas em 
relação a um cliente satisfeito. Isso se deve à dissonância cognitiva, efeito psicológico 
profundamente desagradável, causado pela decepção do cliente ao constatar que um produto ou 
serviço não condiz com aquilo que foi divulgado a seu respeito, em termos de qualidade. 
Ao final desta unidade, apresentamos uma relação ideal de públicos dos quais, por certo, nem 
todos estarão representados na sua área de atuação. Verifique a lista, despreze os públicos 
inexistentes e organize para com os demais, um esforço planejado e contínuo de relacionamento. 
Se possível inclua eventos como visitas à sua OPM, confraternizações, participação em reuniões 
de associações de bairro, homenagens, etc. Procure ainda estabelecer canais de comunicação com 
a comunidade para recebimento de críticas e sugestões acerca de como melhorar a atendimento 
ao público, bem como divulgação de fatos positivos sobre o policiamento e outras informações 
de interesse público. 
20 
Aula 5 e 6 - O que não é polícia comunitária. Os dez princípios. 
7. VISÃO EQUIVOCADA SOBRE POLÍCIA COMUNITÁRIA 
Quando não se conhece ou não se prática Polícia Comunitária é comum se afirmar que está nova 
forma ou filosofia de atuação é de uma “polícia light”, ou uma “polícia frouxa” ou mesmo uma 
“polícia que não pode mais agir”. 
Na verdade Polícia Comunitária é uma forma técnica e profissional de atuação perante a 
sociedade numa época em que a tecnologia, qualidade no serviço e o adequado preparo são 
exigidos em qualquer profissão. Mas no nosso caso existe ainda muita confusão. Robert 
Trojanowicz no livro “Policiamento Comunitário: Como Começar” procura mostrar as 
interpretações errôneas sobre o que não é Policiamento Comunitário: 
Policiamento Comunitário não é uma tática, nem um programa e nem uma técnica:Não é 
um esforço limitado para ser tentado e depois abandonado, e sim um novo modo de oferecer o 
serviço policial à comunidade; 
Policiamento Comunitário não é apenas relações públicas: a melhoria das relações com a 
comunidade é necessária porém, não é o objetivo principal, pois apenas o “QSA” não é suficiente 
para demonstrar a comunidade seriedade, técnica e profissionalismo. Com o tempo os 
interesseiros ou os “QSA 5” são desmascarados e passam a ser criticados fortemente pela 
sociedade. É preciso, portanto, ser honesto, transparente e sincero nos seus atos. 
Policiamento Comunitário não é anti-tecnologia: o policiamento comunitário pode se 
beneficiar de novas tecnologias que podem auxiliar a melhora do serviço e a segurança dos 
policiais. Computadores, celulares, sistemas de monitoramento, veículos com computadores, 
além de armamento moderno (inclusive não letal) e coletes protetores fazem parte da relação de 
equipamentos disponíveis e utilizáveis pelo policial comunitário. Aquela ideia do policial 
comunitário “desarmado” é pura mentira, pois até no Japão e Canadá os policiais andam armados 
com equipamentos de ponta. No caso brasileiro a nossa tecnologia muitas vezes é adaptada, ou 
seja, trabalhos muito mais com criatividade do que com tecnologia. Isto com certeza favorece o 
reconhecimento da comunidade local. 
Policiamento Comunitário não é condescendente com o Crime: os policiais comunitários 
respondem às chamadas e fazem prisões como quaisquer outros policiais: são enérgicos e agem 
dentro da lei com os marginais e os agressores da sociedade. Contudo atuam próximos a 
21 
sociedade, orientando o cidadão de bem, os jovens e buscam estabelecer ações preventivas que 
busquem melhorar a qualidade de vida no local onde trabalham. Parece utópico, mas inúmeros 
policiais já vem adotando o comportamento preventivo com resultados excepcionais. Outro 
ponto importante é que como está próximo da comunidade, o policial comunitário também é uma 
fonte de informações para a polícia de investigação (Polícia Civil) e para as forças táticas, 
quando forem necessárias ações repressivas ou de estabelecimento da ordem pública. 
Policiamento Comunitário não é espalhafatosoe nem camisa “10”: as ações dramáticas 
narradas na mídia não podem fazer parte do dia a dia do policial comunitário. Ele deve ser 
humilde e sincero nos seus propósitos. Nada pode ser feito para aparecer ou se sobressair sobre 
seus colegas de profissão. Ao contrário, ele deve contribuir com o trabalho de seus 
companheiros, seja ele do motorizado, a pé, trânsito, bombeiro, civil, etc. O Policiamento 
Comunitário deve ser uma referência a todos, polícia ou comunidade. Afinal, ninguém gosta de 
ser tratado por um médico desconhecido, ou levar seu carro em um mecânico estranho. 
Policiamento Comunitário não é paternalista: não privilegia os mais ricos ou os “mais amigos 
da polícia”, mas procura dar um senso de justiça e transparência à ação policial. Nas situações 
impróprias deverá estar sempre ao lado da justiça, da lei e dos interesses da comunidade. Deve 
sempre priorizar o coletivo em detrimento dos interesses pessoais de alguns membros da 
comunidade local. 
Policiamento Comunitário não é uma modalidade ou uma ação especializada isolada dentro 
da Instituição: os policiais comunitários não devem ser exceção dentro da organização policial, 
mas integrados e participantes de todos os processos desenvolvidos na unidade. São partes sim 
de uma grande estratégia organizacional, sendo uma importante referência para todas as ações 
desenvolvidas pela Polícia Militar. O perfil desse profissional é também o de aproximação e 
paciência, com capacidade de ouvir, orientar e participar das decisões comunitárias, sem perder a 
qualidade de policial militar forjado para servir e proteger a sociedade. 
Policiamento Comunitário não é uma Perfumaria: o policial comunitário lida com os principais 
problemas locais: drogas, roubos e crimes graves que afetam diretamente a sensação de 
segurança. Portanto seu principal papel, além de melhorar a imagem da polícia, é o de ser um 
interlocutor da solução de problemas, inclusive participando do encaminhamento de problemas 
que podem interferir diretamente na melhoria do serviço policial (uma rua mal iluminada, 
horário de saída de estudantes diferenciado, etc.). 
Policiamento comunitário não pode ser um enfoque de cima para baixo: as iniciativas do 
policiamento comunitário começam com o policial de serviço. Assim admite-se compartilhar 
poder e autoridade com o subordinado, pois no seu ambiente de trabalho ele deve ser respeitado 
22 
pela sua competência e conhecimento. Contudo o policial comunitário também adquire mais 
responsabilidade já que seus atos serão prestigiados ou cobrados pela comunidade e seus 
superiores 
Policiamento Comunitário não é uma fórmula mágica ou panaceia: o policiamento 
comunitário não pode ser visto como a solução para os problemas de insegurança pública, mas 
uma forma de facilitar a aproximação da comunidade favorecendo a participação e demonstrando 
a sociedade que grande parte da solução dos problemas de insegurança depende da própria 
sociedade. Sabemos que a filosofia de Polícia Comunitária não pode ser imediatista, pois 
depende da reeducação da polícia e dos próprios cidadãos que devem ver a polícia como uma 
instituição que participa do dia a dia coletivo e não simples guardas patrimoniais ou “cães de 
guarda”. 
O Policiamento Comunitário não deve favorecer ricos e poderosos: a participação social da 
polícia deve ser em qualquer nível social: os mais carentes, os mais humildes, que residem em 
periferia ou em áreas menos nobres. Talvez nestas localidades é que está o grande desafio da 
Polícia Comunitária. Com certeza os mais ricos e poderosos tem mais facilidade em ter 
segurança particular. 
Policiamento Comunitário não é uma simples edificação: construir ou reformar prédios da 
Polícia não significa implantação de Polícia Comunitária. A Polícia Comunitária depende 
diretamente do profissional que acredita e pratica esta filosofia muitas vezes com recursos 
mínimos e em comunidades carentes. 
Policiamento Comunitário não pode ser interpretado como um instrumento político- 
partidário, mas uma estratégia da Corporação: muitos acham que acabou o Governo “acabou 
a moda”, pois vem outro governante e cria outra coisa. Talvez isto seja próprio de organizações 
não tradicionais ou temporárias. A Polícia Comunitária além de filosofia é também um tipo de 
ideologia policial aplicada em todo o mundo, inclusive em países pobres com características 
semelhantes às do Brasil. Portanto, talvez seja uma roupagem para práticas positivas antigas. 
Afinal, o que foi que esquecemos? 
8. OS 10 PRINCÍPIOS DA POLÍCIA COMUNITÁRIA 
Para uma implantação do sistema de Policiamento Comunitário é necessário que todos na 
instituição conheçam os seus princípios, praticando-os permanentemente e com total honestidade 
de propósitos, por este motivo vamos apresenta-los a VOCÊ, são eles: 
23 
Filosofia e Estratégia Organizacional - A base desta filosofia é a comunidade. Para direcionar 
seus esforços, a Polícia, ao invés de buscar ideias pré-concebidas, deve buscar, junto às 
comunidades, os anseios e as preocupações das mesmas, a fim de traduzi-los em procedimentos 
de segurança; 
Comprometimento da Organização com a concessão de poder à Comunidade - Dentro da 
comunidade, os cidadãos devem participar, como plenos parceiros da polícia, dos direitos e das 
responsabilidades envolvidas na identificação, priorização e solução dos problemas; 
Policiamento Descentralizado patroc e Personalizado - É necessário um policial plenamente 
envolvido com a comunidade, conhecido pela mesma e conhecedor de suas realidades; 
Resolução Preventiva de Problemas a curto e em longo prazo - A ideia é que o policial não 
seja acionado pelo rádio, mas que se antecipe à ocorrência. Com isso, o número de chamadas via 
COPOM deve diminuir; 
Ética, Legalidade, Responsabilidade, e Confiança: O Policiamento Comunitário pressupõe um 
novo contrato entre a polícia e os cidadãos aos quais ela atende, com base no rigor do respeito à 
ética policial, da legalidade dos procedimentos, da responsabilidade e da confiança mútua que 
devem existir; 
Extensão do Mandato Policial: Cada policial passa a atuar como um chefe de polícia local, com 
autonomia e liberdade para tomar iniciativa, dentro de parâmetros rígidos de responsabilidade. O 
propósito, para que o Policial Comunitário possua o poder, é perguntar-se: 
Isto está correto para a comunidade? 
Isto está correto para a segurança da minha região? 
Isto é ético e legal? 
Isto é algo que estou disposto a me responsabilizar? 
Isto é condizente com os valores da Corporação? 
Ajuda às pessoas com Necessidades Específicas: Valorizar as vidas de pessoas mais 
vulneráveis: jovens, idosos, minorias, pobres, deficientes, sem teto, etc. Isso deve ser um 
compromisso inalienável do Policial Comunitário; 
Criatividade e apoio básico: Ter confiança nas pessoas que estão na linha de frente da atuação 
policial, confiar no seu discernimento, sabedoria, experiência e sobre tudo na formação que 
recebeu. Isso propiciará abordagens mais criativas para os problemas contemporâneos da 
comunidade; 
Mudança interna: O Policiamento Comunitário exige uma abordagem plenamente integrada, 
envolvendo toda a organização. É fundamental a atualização profissional de seus cursos e 
24 
respectivos currículos, bem como de todos os seus quadros de pessoal. É uma mudança que se 
projeta para 10 ou 15 anos; 
Construção do Futuro: Deve-se oferecer à comunidade um serviço policial descentralizado e 
personalizado, com endereço certo. A ordem não deve ser imposta de fora para dentro, mas as 
pessoas devem ser encorajadas a pensar na polícia como um recurso a ser utilizado para ajudá-las 
a resolver problemas atuais de sua comunidade. 
9. CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DO PROFISSIONAL PARA 
TRABALHAR NO PROGRAMA DE POLÍCIA COMUNITÁRIA 
PERFIL 
Voluntário; 
Elevado Grau de Iniciativa; 
Criatividade acima da média; 
Ótimo relacionamento interpessoal; 
Excelente Receptividade e capacidade de Assimilação; 
Boa autocrítica; 
Boa capacidade de liderança; 
Elevada Flexibilidade de Conduta.FUNÇÕES DO POLICIAL COMUNITÁRIO 
Apresentação à comunidade; 
Ronda constante; 
Contatos com lideranças locais; 
Reunir informações; 
Participar das reuniões comunitárias; 
Intermediar serviços e ações de outras instituições; 
Administrar crises e problemas locais, encaminhando-os, caso não consiga solucioná-los; 
Exercer plenamente as atividades de Polícia, orientando, apaziguando, mas também prendendo 
se necessário. 
25 
Agora que você conhece as características básicas de Policiamento Comunitário, nosso próximo 
tema vai lhe mostrar como trabalhar a área onde irão ser prestados os serviços. 
Aula 7 e 8 - Identificação das lideranças dentro da comunidade. Engajamento da sociedade; 
apresentação do Relatório sobre Averiguação de Infração Administrativa (RAIA). 
10. IDENTIFICAÇÃO DA LIDERANÇA 
Alguns cidadãos terão comparecido a muitas reuniões de bairro, mas não necessariamente são 
líderes comunitários potenciais. É preciso identificar as pessoas que estão dispostas a iniciar o 
processo. A maioria das pessoas que se envolvem ativamente na iniciativa da 
POLÍCIA COMUNITÁRIA está motivada, não somente por sua própria vitimização ou medo do 
crime, mas por um interesse geral do bairro e da comunidade, ainda existem pessoas que se 
sentem bem fazendo o bem. 
Procure as pessoas que reflitam as atitudes, os valores, as normas e as metas do bairro, porque 
elas saberão melhor como estimular e perpetuar o apoio dos cidadãos. 
ESCOLHA DOS LÍDERES 
Independentemente do método de seleção, os líderes devem exibir muitas das seguintes 
características: 
Uma capacidade de participar pessoalmente da iniciativa, sendo de preferência um morador da 
comunidade. 
Uma inclinação para a ação de resolução de problemas, ao invés da retórica. 
Uma habilidade de identificação com as pessoas envolvidas e, idealmente, ser reconhecido pelo 
grupo como o seu porta-voz. 
A capacidade de inovar, inspirar ação e estimular a participação continuada e geral dos cidadãos. 
A capacidade de encorajar respostas de todos os segmentos da comunidade. 
REUNIÃO PRÉVIA COM OS LÍDERES ESCOLHIDOS DOS GRUPOS 
RELEVANTES 
Após terem sido identificados os líderes dos grupos relevantes, o próximo passo é congregá-los. 
Deverá ser-lhes dito que foram identificados pelos seus colegas dos grupos como líderes 
26 
influentes interessados na polícia comunitária. As reuniões iniciais (em geral dirigidas por 
alguma pessoa da comunidade) poderão ser desestruturadas, então oriente. Lembre que os 
principais objetivos dessas reuniões serão: 
Facilitar a expressão de sentimentos quanto aos problemas aparentes. 
Encorajar grupos relevantes a trocar pontos de vista sobre cada um deles. (Muitas instituições 
têm receios em relação a outras instituições, e os cidadãos poderão também ter desconfiança 
quanto às instituições). 
Criar um clima favorável ao diálogo, a fim de que os mal-entendidos ou as falsas opiniões 
possam ser identificadas, e que esse clima ainda possibilite a discussão de quaisquer pontos 
causadores de problemas. 
Identificar os grupos de auto-interesse, e mostrar de que maneira cada um dos grupos se 
beneficiará do processo cooperativo de resolução de problemas para prevenir o crime e a 
desordem. 
Após certo tempo, as reuniões começam a ter um enfoque mais real e menos emotivo. Se as 
reuniões iniciais atingiram os seus objetivos, tudo está pronto para o próximo passo do processo. 
Pronto, você executou ações próprias da filosofia e do Policiamento Comunitário, preparou as 
pessoas e grupos para participarem de uma reunião do CONSEG, mesmo que você não esteja 
participando da reunião propriamente dita do CONSEG, por ser a participação atribuição, em 
princípio, do Cmt de Cia. 
11. RAIA-Relatório Sobre Averiguação de Incidente Administrativo 
1a PARTE 
“MODELO DE BOLETIM GERAL” 
QUARTEL DO COMANDO GERAL 
São Paulo, 30 de agosto de 2010. 
BOLETIM GERAL PM 164 
Publico, para conhecimento dos integrantes da Polícia Militar do 
Estado de São Paulo e devida execução, o seguinte: 
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO 
DETERMINAÇÕES E ORDENS 
27 
RELATÓRIO SOBRE AVERIGUAÇÃO DE INCIDENTE 
ADMINISTRATIVO - RAIA - INSTITUIÇÃO 
Portaria deste Cmdo - PM3-002/02/10 
Institui o Relatório Sobre Averiguação de Incidente Administrativo – RAIA Considerando que 
no espectro das atividades próprias de segurança pública, com ações preventivas e repressivas 
imediatas, encontram-se também aquelas que dizem respeito à contenção de toda e qualquer 
violação aos direitos das pessoas, sobretudo na busca por melhor qualidade de vida; 
Considerando que, na esteira da filosofia do Policiamento Comunitário, firmemente seguida pela 
Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), devem ser adotadas ações proativas no que 
concerne à preservação da ordem pública nos seus três aspectos - segurança pública, salubridade 
pública e tranquilidade pública; Considerando competir a cada órgão público, entidades e 
instituições, legalmente definidos, a responsabilidade por administrar questões sobre incidentes 
administrativos, na esfera de suas respectivas atribuições, e que, para tanto, ao serem 
comunicados ou constatarem qualquer incidente administrativo, devem adotar as providências 
necessárias para a devida solução, determina: 
Artigo 1o - O policial militar, quando no exercício de suas atividades de polícia ostensiva e de 
preservação da ordem pública, de bombeiro e de defesa civil, ao ser comunicado ou constatar a 
existência de incidente administrativo que, de alguma forma, possa afetar a ordem pública 
em qualquer dos seus aspectos (segurança pública, salubridade pública e ou tranquilidade 
pública), deverá, incontinenti, elaborar o Relatório sobre Averiguação de Incidente 
Administrativo - RAIA, nos termos do modelo anexo a esta Portaria, sem prejuízo das medidas 
de caráter operacional que, eventualmente, couberem. 
Artigo 2o - O policial militar, após preencher o RAIA, deverá assiná-lo e encaminhá-lo 
imediatamente aos escalões superiores, seguindo o canal de comando. 
Artigo 3o - O Subcomandante da Polícia Militar disciplinará os procedimentos necessários para a 
elaboração e o encaminhamento dos RAIA à Prefeitura Municipal local ou a outro órgão público 
municipal, estadual ou federal que tenha atribuição legal para conhecimento e solução do 
incidente administrativo constatado pela PMESP. 
Artigo 4o - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições 
em contrário, especialmente a Portaria do Comandante Geral PM3-1/02/04, de 1o de setembro de 
2004, publicada no Diário Oficial do Estado 169, de 04 de setembro de 2004. BOL G PM 164, 
DE 30 DE AGOSTO DE 2010. 
28 
SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA 
PÚBLICA 
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. BUEIRO DESTAMPADO 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. BURACO OU PISO DETERIORADO 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. 
IRREGULAR/ABANDONADA 
CAÇAMBA 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. CARCAÇA DE VEÍCULO ABANDONADO 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. ENTULHO 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. LIXO OU CHEIRO DE URINA 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. OUTRO TIPO DE OBSTRUÇÃO FÍSICA 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. OUTRO TIPO DE DEGRADAÇÃO 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. DETERIORADA PLACAS SINALIZAÇÃO 
Z01 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. SEM ACESSIBILIDADE 
Z02 EM IMÓVEL PRIVADO ABANDONADO 
Z02 EM IMÓVEL PRIVADO MATO ALTO/LIXO/OUTRA DETERIOR 
Z02 EM IMÓVEL PRIVADO DETERIORADO 
Z02 EM IMÓVEL PRIVADO DETERIORADO COM RISCO 
Z02 EM IMÓVEL PRIVADO INVADIDO 
Z02 EM IMÓVEL PRIVADO OUTRO TIPO DE DEGRADAÇÃO 
29 
Anexo "1" à Ordem de Serviço no PM3-010/02/10, de 27AGO10. 
OBS.: REFERE-SE, ASSIM COMO UM C04 PAGO PELO COPOM,AO CÓDIGO DE 
NATUREZA DE OCORRÊNCIA CONSTATADA - QUE VOCÊ VERÁ EM AULA DE 
COMUNICAÇÃO VIA RÁDIO: 
Z03 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA. MURO DANIFICADO/INEXISTENTE 
Z03 EM IMÓVEL PÚBLICO A BANDONADO 
Z03 EM IMÓVEL PÚBLICO M ATO ALTO/LIXO/OUTRA DETERIOR 
Z03 EM IMÓVEL PÚBLICO D ETERIORADO 
Z03 EM IMÓVEL PÚBLICOD ETERIORADO COM RISCO 
Z03 EM IMÓVEL PÚBLICO IN VADIDO 
Z03 EM IMÓVEL PÚBLICO O UTRO TIPO DE DEGRADAÇÃO 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC 
CORTADO/SOLTO 
O CABO REDE ELÉTRICA. 
Z04 EM VIA PÚBLICA, CALÇADA OU PRAÇA . REMOÇÕES DIVERSAS 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O CABO TELEFONIA CORTADO/SOLTO 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O FALTA DE ILUMINAÇÃO 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O ILUMINAÇÃO DEFICIENTE 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O LÂMPADA QUEIMADA 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O PTO ÔNIBUS INADEQ/DETERIORADO 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O POSTE DANIFICADO 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O TELEFONE PÚBLICO DETERIORADO 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC 
DETERIORADO 
O TRANSFORM ENERGIA 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O VAZAMENTO DE ÁGUA 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O VAZAMENTO DE GÁS 
Z04 EM EQUIP. CONCESS. DE SERV. PÚBLIC O VAZ REDE ESGOTO/ESGOTO 
ABERTO SEM DETALHAMENTO 
Z05 NO MEIO AMBIENTE DESPEJO DE PRODUTO QUIMICO 
Z05 NO MEIO AMBIENTE FALTA DE PODA EM ÁRVORE 
Z05 NO MEIO AMBIENTE LIXO NO CORREGO, RIO OU LAGOA 
Z06 EM ESCOLA (PÚBLICA OU PRIVADA) ALUNOS AUSENTES DA SALA 
S/AUT 
Z06 EM ESCOLA (PÚBLICA OU PRIVADA) BAR A MENOS DE 100M DE 
ESCOLA 
Z06 EM ESCOLA (PÚBLICA OU PRIVADA) DEGRADAÇÃO INTERNA 
Z06 EM ESCOLA (PÚBLICA OU PRIVADA) ESTABEL IRREGULAR PROX 
ESCOLA 30 Z06 EM ESCOLA (PÚBLICA OU PRIVADA) INTIM A DOCENTE/FUNC DA 
Z07 RELACIONADO A PROSTITUIÇÃO NA VIA PÚB S/PRESENÇA MENORES 
Z07 RELACIONADO A PROSTITUIÇÃO NUM IMÓVEL C/PRESENÇA 
MENORES 
Z07 RELACIONADO A PROSTITUIÇÃO NUM IMÓVEL S/PRESENÇA 
MENORES 
Z08 RELACIONADO A POPULAÇÃO DE RUA LOCAL UTILIZADO 
PARA DORMIR 
Z08 RELACIONADO A POPULAÇÃO DE RUA LOCAL UTIL 
P/NECES FISIOLÓGICA 
Z08 RELACIONADO A POPULAÇÃO DE RUA PRESENÇA DE MENORES 
Z08 RELACIONADO A POPULAÇÃO DE RUA SEM PRESENÇA DE MENORES 
Z09 RELACIONADOS EVENTOS NÃO AUTORIZADOS EM IMÓVEL PRIVADO 
Z09 RELACIONADOS EVENTOS NÃO AUTORIZADOS EM POSTO DE 
COMBUSTÍRVEL 
Z09 RELACIONADOS EVENTOS NÃO AUTORIZADOS EM VIA PÚBLICA 
Z10 RELACIONADAS ATIVIDADES IRREGULARESANIMAL ABANDONADO 
Z10 RELACIONADAS ATIVIDADES IRREGULARESBAR A MENOS DE 100M DE ESCOLA 
Z10 RELACIONADAS ATIVIDADES IRREGULARESBARES VEND BEB CIGAR P/MENOR 
Z10 RELACIONADAS ATIVIDADES IRREGULARESBARULHO EXCESSIVO 
Z10 RELACIONADAS ATIVIDADES IRREGULARESCOMÉRCIO IRREGULAR 
Z10 RELACIONADAS ATIVIDADES IRREGULARESFTA GUARDAM/CUIDADO 
COM ANIMAIS 
Z10 RELACIONADAS ATIVIDADES IRREGULARESJOGOS DE AZAR 
Z11 RELAC. FALTA DE AUT. FUNCIONAMENTO FTA ALVARÁ DA VIG SANITÁRIA 
Z11 RELAC. FALTA DE AUT. FUNCIONAMENTO FTA ALVARÁ DE 
FUNCIONAMENTO 
Z11 RELAC. FALTA DE AUT. FUNCIONAMENTO FALTA DE 
AVCB 
Z11 RELAC. FALTA DE AUT. FUNCIONAMENTO FALTA DE CNPJ 
31 
Aula 9 e 10 - Metodologia - os passos de ação. Identificação das áreas de atuação. 
12. METODOLOGIA - OS PASSOS DE AÇÃO 
IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE ACEITAÇÃO COMUM E DAS ÁREAS 
DE DISCORDÂNCIA 
Devemos ficar atentos, pois as percepções dos papéis dos grupos também podem ser comparadas 
com os comportamentos reais dos grupos, podendo ser feita uma avaliação se um determinado 
grupo age como deveria agir ou de acordo com a percepção que dele se tem. 
Como resultado da comparação das percepções com o comportamento, ficará evidenciado se os 
grupos agem como deveriam ou se eles não estão cumprindo com os seus papéis. 
Há em geral um maior consenso do que seria esperado, em relação ao papel que cada grupo 
deveria desempenhar. O problema consiste em geral, nas próprias limitações e restrições que 
cada grupo possui por causa da sua história passada e/ou problemas financeiros, entre outros que 
os afetem. 
VAMOS A UM EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO PRÁTICA, (PASSOS DE 
AÇÃO): 
Situação problema: Temos em uma comunidade um local onde é sabido o funcionamento de 
um ponto de usuários de drogas. Não há uma participação ou reunião ainda para solução desta 
problemática. 
Uso da Base teórica 
A primeira providência: Aplicando as bases teóricas - vamos identificar um ponto em comum 
que poderá afetar a todos (social crítico) para que consequentemente a maioria se interesse na 
solução, qual seria este ponto? Ao responder esta pergunta acharemos um ponto crítico em 
comum, que trará movimento (força e interesse = patrocínio normativo) à sugestão a ser 
aplicada. 
Pense..., para esta questão podemos ter a seguinte resposta: um irmão, filho, sobrinho, neto, que 
poderá se envolver com drogas. Ou ainda, a desvalorização de meu imóvel, ou diminuição de 
visitas à residência por morar ali perto, ou restrição de minha movimentação por medo dos 
frequentadores. 
32 
Agora, por meio da teoria social critica encontramos um motivo de interesse comum, que levará 
ao patrocínio normativo. 
Identificar os atores sociais do processo (os grandes grupos) 
Áreas e líderes, dentro dos grupos; 
Escolher líderes, dentro das características ideais. 
Reunião prévia com os líderes escolhidos (ação antes da reunião do CONSEG), para 
identificação das áreas de aceitação e discordância. 
Conhecer e disseminar o esclarecimento aos principais líderes após estudo, sobre pontos 
técnicos que envolvem o problema, e aplicação (ex.: assistência social local, locais que podem 
receber e tratar viciados, as formalidades envolvidas, tempo de duração de tratamento, entidades 
públicas e particulares envolvidas) será possibilitado o poder e emancipação para tomada de 
decisões pela própria “comunidade”. 
Participar / Agrupar em reuniões do CONSEG: Líderes e comunidade envolvidos ou 
interessados no tema. 
Aula 11 e 12 - Atuação do policial militar - perfil profissional. Participação em reuniões de 
CONSEG e centros comunitários. 
13. CONSEG 
O CONSEG pode ser definido como um grupo de pessoas do mesmo bairro ou do mesmo 
município que se reúnem para discutir e analisar seus problemas de Segurança, propor 
soluções, acompanhar sua aplicação, desenvolver campanhas educativas e estreitar laços de 
entendimento e cooperação entre as várias lideranças locais. 
Para falarmos sobre o relacionamento com o CONSEG e lideranças locais, há que se saber 
primeiramente o significado real do CONSEG. 
Ao consideramos que é dever do Estado manter a Ordem e a Segurança Pública e que a 
participação da população em cooperação com a Polícia poderá contribuir positivamente para a 
consecução desse objetivo, o Governo do Estado publicou o Decreto no 23.455, de 10 de maio de 
1985, autorizando a criação de Conselhos Comunitários de Segurança, com o objetivo de 
colaborar no equacionamento e solução de problemas relacionados com a segurança da 
população. 
33 
A filosofia básica do CONSEG está calcada na crença de que quando as pessoas passam a se 
relacionar com outros cidadãos, seus problemas comuns tendem a ser equacionados e 
compreendidos de modo mais racional. 
Podem participar do CONSEG as pessoas indicadas pelas Entidades Comunitárias e Instituições 
de Serviço de bairro. O número de conselheiros pode variar conforme o tamanho do Distrito ou 
Município, do número de Entidades que existem e das pessoas que se interessam em participar. 
O Comandante de Cia Policial Militar e o Delegado de Polícia Titular do respectivo Distrito, são 
membros natos do CONSEG, sendo obrigatórias suas participações. 
O CONSEG funciona por meio de reuniões ordinárias, em local de fácil acesso público, sempre 
fora das Delegacias ou Companhias da PM, previamente designados. 
As atas de todas as reuniões devem ser remetidas à Coordenadoria dos CONSEG, na Secretaria 
de Segurança Pública e a comunidade deve ser informada dos resultados, através de seus 
representantes e/ou pela imprensa local. 
O CONSEG se constitui num legítimo instrumento para reverter as distorções institucionais por 
parte da Polícia. Como afirma Paulo Sérgio Pinheiro, Coordenador do Núcleo de Estudos da 
Violência da USP, “É necessário aumentar o relacionamento entre a Polícia e a Sociedade. O 
sucesso do trabalho policial depende da credibilidade e da boa imagem que a instituição tem em 
relação a população”. 
Importanteinstrumento de avaliação para o administrador policial, favorecendo a definição de 
prioridades para a atuação da Polícia, os CONSEG têm contribuído para corrigir, por meio de 
medidas criativas, fatores de insegurança sem onerar o poder público. 
Além disso, os CONSEG têm realizado, com sucesso, campanhas de informação e educação às 
comunidades em que atuam, alcançando, com isso, resultados concretos na prevenção de 
infrações e acidentes evitáveis, a partir da conduta do próprio cidadão, que deixa assim de passar 
à condição de vítima. 
Outros temas, além dos assuntos eminentemente policiais, têm sido objeto de deliberação e 
atuação, na busca de soluções por parte dos CONSEG, como deficiência de iluminação pública e 
pavimentação, modificações na arquitetura viária e sinalização de trânsito, limpeza e muramento 
de terrenos baldios, silêncio urbano, alterações no itinerário de transportes urbanos, prevenção e 
tratamento de dependentes de álcool e drogas, assistência a segmentos mais fragilizados da 
comunidade como, indigentes, crianças e migrantes, entre outros. 
Por ter sua força no seu caráter suprapartidário, estando estruturado e organizado, o CONSEG é 
um poderoso instrumento para reverter a violência, verdadeira peste social que se espalha pelas 
ruas e atinge níveis insustentáveis. Para tanto é necessário aprimorar o seu funcionamento, 
34 
corrigindo as falhas que têm sido detectadas ao longo do tempo e, por outro lado, disseminando 
as experiências de sucesso. 
Você, enquanto policial engajado no patrulhamento e permanência nas Bases Comunitárias, terá 
uma participação importante durante seu serviço e no dia-a-dia, porém, mais voltada a instruir os 
cidadãos - esclarecimento, e incentiva-los (emancipação) a conhecerem e participarem (poder) 
das reuniões do CONSEG e/ou contatarem os representantes da comunidade. Em outras palavras 
você será um facilitador de integração entre o cidadão e sua polícia. 
Aula 13 e 14 - Programas em desenvolvimento na Instituição. Conceito, estrutura, 
funcionamento, vantagens e desvantagens das Bases Comunitárias de Segurança (BCS) e 
Bases Comunitárias de Segurança Distrital (BCSD). 
14. TIPOS DE BASES COMUNITÁRIAS DE SEGURANÇA 
BASES COMUNITÁRIAS DE 
SEGURANÇA (BCS - similar ao 
KOBAN). 
Conceito - Constituir-se-á numa 
base operacional, célula de polícia 
comunitária, que visa congregar e 
atender a comunidade local, 
tornando-se um ícone referencial, 
integrando as demais atividades 
praticadas pela corporação e que se 
façam necessárias à comunidade 
local. 
Estrutura - Cada base comunitária 
de segurança terá, em princípio, 
um Sgt PM como comandante, cujo nome deve ser divulgado à comunidade local. Deverá estar 
equipada com dependências de vestiário e atendimento ao público, mobiliário etc, além de rádio 
e telefone, cujo número será também divulgado à comunidade. 
Funcionamento - Cabe ao comandante da BCS o trabalho de prevenção comunitária no 
respectivo bairro, observadas as seguintes condições: 
ABCS é endereço de referência profissional dos PM encarregados da prevenção comunitária, 
também deve ser amplamente divulgado. 
35 
A BASE COMUNITÁRIA DE SEGURANÇAS DISTRITAL - BCSD 
(CHUZAISHO) 
É uma instalação dividida em duas partes, uma destinada ao atendimento ao público, e a outra 
onde reside o policial com sua família. A esposa do policial ajuda-o em seu trabalho e quando 
ele se ausenta da base para patrulhar, tratar de algum assunto criminal ou ocorrência de acidente, 
sua esposa realiza o atendimento à comunidade. É comum a utilização de um cão policial na 
base, para dar apoio ao policial militar residente durante as abordagens efetuadas. 
Além de trabalhar pela 
comunidade local, o próprio 
policial passará a vivenciar a 
realidade local junto de sua 
própria família, se tornando um 
agente de segurança 
diferenciado e mais eficiente. 
Na foto abaixo (1), o civil Jorge 
Fukuda e sua esposa são 
moradores do bairro Pindorama 
em Mogi das Cruzes, há 32 anos. 
Produtor rural e comerciante local presta desde os anos 80 serviço voluntário como integrante da 
equipe de segurança que existe no bairro, ele revela que o policiamento feito na comunidade 
antes da instalação da BCSD apresentava algumas precariedades no que se refere à rapidez no 
atendimento, pois a área é distante da Cia PM e também os policiais tinham dificuldades para 
localizar os endereços. 
Hoje essas deficiências apontadas foram supridas porque o contato com o policial é imediato, 
devido à permanência deste policial e sua família na comunidade e também ao conhecimento da 
área por causa do estreito relacionamento com os moradores, o atendimento se tornou mais 
eficaz e rápido. 
36 
O Sr. Fukuda e sua esposa fizeram questão de agradecer aos policiais da área pelo serviço (17o 
BPM/M), e em especial a família do agora 2oSgt PM Nunes, que iniciou os serviços na base, 
sendo um dos precursores de policiamento comunitário daquela região. Serviço que hoje, 
05SET17, é desenvolvido pelo Cb PM CLÓVIS Araújo da Silva, juntamente com sua esposa, 
Sra. BiankaZenke, que difundem a Filosofia de Polícia Comunitária. 
CARACTERÍSTICAS DAS BASES 
Os Cabos e Soldados que estiverem lotados na BCS, além do atendimento normal de ocorrências 
e prestação de informações e outros serviços, atuarão conjuntamente com o Cmt da BCS nas 
atividades de policiamento comunitário. 
A atuação do policiamento comunitário deve ser contínua e permanente, de modo a não sofrer 
solução de continuidade na interação entre a polícia e comunidade. Para tanto, é importante 
estabelecer um processo flexível do emprego de policiais, de forma a coibir as necessidades da 
comunidade; 
Conhecer as principais modalidades de infrações administrativas e penais da área sob sua 
responsabilidade, visando orientar e encaminhar os cidadãos adequadamente para a resolução de 
seus problemas; 
Contatar as lideranças comunitárias da área, tais como: 
Representantes e/ou Autoridades do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário em todos os seus 
níveis da federação; 
Meios de comunicação locais (jornais de bairro, jornalistas, rádio etc), com supervisão e apoio 
do P/5 da OPM, respeitadas as normas em vigor; 
Ministros religiosos das diversas denominações; 
Líderes de clubes de serviços e associações de benemerência e comunitárias; 
37 
Profissionais liberais residentes ou estabelecidos no bairro; 
Setor bancário; 
Industriais e comerciantes; 
Profissionais da área de educação (Diretores de escola, professores, APM, etc); 
Profissionais do meio artístico; 
Profissionais que trabalham em serviços essenciais (transporte público, saneamento básico, 
saúde e assistência social, meio ambiente, agricultura e abastecimento); 
Forças Armadas, Guardas Municipais e vigilâncias particulares; 
Entidades sindicais e representativas de segmentos de trabalhadores; 
Entidades não governamentais, especialmente as que se dedicam à proteção de minorias e 
segmentos sociais fragilizados, etc., e Entidades sociais de qualquer natureza, que promovam 
comitês, fóruns, seminários etc., sobre a questão da ordem pública nos seus variados setores 
(trânsito, meio ambiente, educação etc.). 
Visitar os locais onde ocorreram delitos, especialmente os de natureza grave, para obter 
informações sobre o desempenho operacional do atendimento da PM; 
Orientar as pessoas do bairro sobre procedimentos preventivos relacionados à segurança em 
geral; 
Se a situação exigir, reportar-se imediatamente ao Cmdo de Cia para encaminhar as 
necessidades, informações e sugestões oferecidas pela comunidade e as orientações e 
providências por ele adotadas; e Detectando anormalidades que possam contribuir para o 
comprometimento da segurança pública, o Cmt da BCS deverá acionar imediatamente, através 
de meios administrativos, os Órgãos Públicos competentes para a solução da anormalidade. Tais 
anormalidades são principalmente as seguintes: 
Falta de limpeza e/ou muramento em terrenos baldios; 
Deficiências de iluminação pública e pavimentação; 
Necessidade de modificações naarquitetura viária e/ou sinalização de trânsito; 
Necessidade de alteração nos itinerários de transporte urbano de massa; 
Necessidade de atendimento de dependentes de álcool e drogas; 
Tráfico e uso de drogas; 
Riscos de desabamento; 
Vazamentos de água ou gás; 
38 
Pessoas ou veículos abandonados; 
Animais abandonados ou que representem riscos para a comunidade; 
Imóveis abandonados; - Higiene pública; 
Necessidade de assistência a crianças e adolescentes; e - Perturbação do sossego público. 
O Cmt da BCS encaminhará, semanalmente, à respectiva Cia, relatório das atividades 
desenvolvidas e programação para a semana seguinte, para aprovação. 
Pontos Positivos da BCS 
Benefícios: 
Ícone de referência (é de fácil acesso e simples identificação visual); 
Descentraliza a esfera operacional do projeto, conforme novas tendências da teoria geral da 
administração; 
Quando bem estruturado torna-se uma variável positiva de elevação da auto-estima do policial 
militar; 
Quando bem explorado na esfera do relacionamento humano torna-se um fator de aproximação 
natural da comunidade local e da instituição Polícia Militar; 
Quando, bem instalado, naturalmente através de critério técnico, produz resultados positivos; 
O posto comunitário de segurança resulta no binômio: cidadão + policial militar OBS: As ações 
estratégicas do campo da segurança comunitária serão decididas pelo binômio acima elencado. 
Serviço de Permanência nas BCS 
Serviço de Permanência é todo aquele que o policial militar, Cb ou Sd PM, exerce nas 
dependências da BCS. 
A função de Permanência deverá ser realizada, sempre que a condição do efetivo permitir, por 
dois policiais: um no lado externo à BCS e responsável principal pela sua segurança, dos seus 
integrantes e beneficiários dos serviços, inclusive mantendo o primeiro contato com qualquer um 
que a ela se dirige e, o outro, responsável em realizar as missões diárias, administrativas e 
operacionais. Caso eventualmente haja apenas um policial militar na função de permanência, 
este deverá postar-se do lado externo da BCS e priorizar a função de segurança; 
Na mesma hipótese do item anterior, quando houver solicitação para preenchimento de BO/PM- 
TC ou solicitação para prestação de serviços, deverá solicitar apoio da viatura da BCS, a fim de 
não negligenciar a segurança. 
São funções do policial militar de permanência: 
Atualizar e organizar o Quadro Mural, de acordo com as orientações do Cmt da BCS; 
39 
Atender ao público que procura pelos serviços da BCS, acionando o apoio se necessário, 
lavrando BO/PM-TC, resolvendo, as questões de competência da Polícia Militar ou indicando as 
providências que devam ser adotadas por outros órgãos; _ orientar e informar sobre logradouros, 
pontos de interesse na área da BCS, dicas de segurança, e outros, desde que a solicitação não 
tenha caráter sigiloso; 
Consultar o banco de dados existente na BCS quando necessário; 
Atender ao telefone e estar em condições de fornecer informação ou orientação sobre Segurança 
Pública, projetos em desenvolvimento, serviços da BCS e quanto a outros órgãos, indicando, 
sempre que possível, endereço e telefone, desses últimos (desde que não seja sigilosa), retornar a 
ligação ao solicitante, sempre que não puder resolver de pronto a questão; 
Elaborar BO-PM/TC das ocorrências atendidas na BCS; 
Preencher, até o término do turno de serviço, todos os formulários de registro pertinentes ao 
Serviço de Permanência, disponibilizando-os ao Cmt da BCS; 
Estar atento às comunicações operacionais; 
Relacionar todo o material ou documento encontrado ou entregue ao efetivo da BCS, dar ciência 
por escrito ao Cmt da BCS, manter tal material guardado em segurança e sempre anotar o destino 
dado (entregue em agência dos Correios, entregue ao reclamante, apreendido em distrito policial, 
etc...). 
Serviço de Patrulhamento nas BCS 
O efetivo da BCS será responsável pelo patrulhamento na sua circunscrição territorial, em 
sobreposição ao Programa de RP será comum a motoristas e encarregados de viaturas, assim 
como a policiais que trabalhem no policiamento com bicicletas, com motocicletas e no 
policiamento a pé. São atribuições comuns aos policiais militares no serviço de 
patrulhamento: 
Cumprir os CPP elaborados pelo Cmt de BCS e aprovados pelo Cmt de Cia; 
Quando em pontos de estacionamento; estreitar o contato com a Comunidade, conhecendo seus 
integrantes, bem como os problemas da região; 
Fazer as visitas e retornos de visitas comunitárias, durante as quais deverá: 
Cadastrar estabelecimentos comerciais, preenchendo formulário próprio; 
Cadastrar residências e seus moradores, preenchendo formulário próprio; 
Executar o Projeto de Assistência à Vítima, preenchendo formulário próprio; 
Preencher corretamente os registros de ronda existentes, especificando em detalhes as ações 
durante o patrulhamento; 
40 
Dar o primeiro atendimento às ocorrências com que deparar ou for solicitado a intervir, 
acionando o COPOM, para despacho de uma outra VTR, para o prosseguimento, exceto nos 
casos de flagrante delito. 
O encarregado da patrulha deverá: 
Preencher e dar encaminhamento aos relatórios de visitas, assistência à vítima e motorizado, 
quando for o caso; 
Registrar e encaminhar ao Cmt da BCS, até o término do serviço, os logradouros; pontos críticos 
e de interesse, para o Policiamento Comunitário e para a realização de projetos específicos; 
No caso de ausência do Cmt da BCS, providenciar para que, na primeira oportunidade, os 
registros cheguem ao seu conhecimento. 
Aula 15 e 16 - Conceito, efetivo ideal para patrulhamento e locais das Bases Comunitárias 
Móveis (BCM). 
15. A BASE COMUNITÁRIA 
MÓVEL BCM: 
VTR Tipo perua “VAN” ou “trailer”, com 
guarnição básica de 03 (três) PM, que estaciona 
em pontos de visibilidade a grande público ou 
no apoio a policiamento de eventos (mínimo 
de 02 (dois) pontos de estacionamento por 
VTR). 
Normas sobre Polícia Comunitária 
A principal norma que regula as atividades do Policiamento Comunitário é a Dtz No PM3- 
015/02/05, cuja finalidade é regular a organização e os procedimentos relativos ao Programa de 
Policiamento Comunitário, especialmente no tocante às Bases Comunitárias de Segurança (BCS) 
e sua variante Base Comunitária de Segurança Distrital (BCSD), sendo que o texto abaixo traz 
um resumo da Diretriz e seus principais pontos conforme está disposto na Dtz No PM3- 
015/02/05. 
O Programa reúne aspectos organizacionais e procedimentais de policiamento comunitário, 
conceituando: 
41 
BCS: instalação fixa, de funcionamento diuturno, com Vtr própria, efetivo de 10 (dez) a 
20(vinte)PM, para atendimento ao público (inclusive lavrando BO/PM-TC) e fazendo 
patrulhamento comunitário, que pode funcionar 24 (vinte e quatro) horas por dia. 
Para supervisão do Programa, poderá ser designado um Oficial por Btl, subordinado ao Subcmt 
OPM, que acumulará, também, a supervisão dos Programas de Policiamento Integrado e de 
Policiamento Escolar (Supervisor de Programas de Policiamento). 
O efetivo a ser fixado nas BCS e BCM (principalmente o Cmt da BCS) deve ser mantido pelo 
tempo mínimo de 02 (dois) anos - vide subitem “6.8.13.” da Dtz. 
Os PM recém-formados serão, prioritariamente, empregados no Programa, em funções fixas de 
atendimento ao público. 
A filosofia de Polícia Comunitária transcende o Programa de Policiamento Comunitário e 
se aplica a todo o policiamento ostensivo. 16. POLICIAL MILITAR FAZ PARTE DA SOCIEDADE 
TAMBÉM. O DIA-A-DIA DE UM POLICIAL 
Não se esqueça! Você policial militar 
vem da comunidade como todos, e é 
pai, filho, irmão, primo, amigo, esposo, 
esposa, vizinho ou simplesmente uma 
pessoa que alguém conhece, o que 
talvez você não imaginava é que para 
se tornar este policial profissional 
responsável pela aplicação da Lei você 
deve dedicar-se, treinar, estudar, passar 
a aceitar outros valores e deveres além 
de suas convicções iniciais. 
Você continuará fazendo coisas do dia- 
a-dia como tomar café usar um 
banheiro como todo mundo, mas com um diferencial técnico

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