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Direito Tributário - Procurador da Câmara

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Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
1	
	
CURSO	PROCURADOR	DA	CÂMARA	MUNICIAL	DE	BELO	HORIZONTE	
Direito	Tributário	
	
Professora:	Lílian	Souza	
Facebook:	Lílian	Souza	
Fanpage:	Lílian	Souza	
Insta:	profalilian.tributário	
	
02/08/17	
Ø Introdução	
Estrutura	do	Direito	Tributário	
a)	Constituição	Federal	–	Sistema	Tributário	Nacional	(art.	145/162	–	CF)	
i.	Competência	tributária;	
Poder	de	criar/instituir	tributo.	
Constituição	não	cria	tributo	nenhum.	Apenas	outorga	competência	para	os	entes	criá-los.	
ii.	Limitações	Constitucionais	–	Poder	de	Tributar	(concentrar	neste	ponto)	
Princípios	tributários	e	imunidades	tributárias.	
iii.	Repartição	de	receitas		
NÃO	SERÁ	TRABALHADO	EM	SALA	DE	AULA.	MATERIAL	SERÁ	DISPONIBILIZADO	NA	ÁREA	DO	ALUNO.	
SERÃO	MENCIONADOS	APENAS	OS	PONTOS	PRINCIPAIS.	
b)	Sistema	Tributário	Nacional	
Concentrar-se-á	no	Livro	II,	posto	que	nele	estão	os	principais	pontos.	
i.	Livro	I	–	Competência	tributária	e	espécies	tributárias	
ii.	 Livro	 II	 –	 Legislação	 tributária;	 obrigação;	 crédito	 (concentrar	 nestes	 pontos);	
administração	tributária		
Ø Constituição	Federal	
1.	Conceito	de	tributo	(art.	3.º	-	CTN;	art.	146,	inciso	III,	alínea	a	–	CF)	
Art.	3º	-	CTN	-	Tributo	é	toda	prestação	pecuniária	compulsória,	em	moeda	ou	cujo	valor	nela	se	possa	
exprimir,	 que	 não	 constitua	 sanção	 de	 ato	 ilícito,	 instituída	 em	 lei	 e	 cobrada	 mediante	 atividade	
administrativa	plenamente	vinculada.	
	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
2	
	
	
1)	Prestação	pecuniária	–	moeda	–	R$	
O	tributo	somente	pode	ser	pago	em	dinheiro.	
Não	pode	ser	pego	in	natura	e	nem	mediante	prestação	de	serviço.	
O	 CTN	 é	 formalmente	 lei	 ordinária,	mas	 foi	 recepcionado	 com	o	 lei	 complementar,	 ou	 seja,	
possui	status	de	lei	complementar.	Tanto	é	que	somente	é	alterado	mediante	lei	complentar.		
Tributo	é	um	dos	assuntos	reservados	a	Lei	Complementar.		
Art.	146	-	CF.	Cabe	à	lei	complementar:	
III	-	estabelecer	normas	gerais	em	matéria	de	legislação	tributária,	especialmente	sobre:	
a)	 definição	de	 tributos	e	de	 suas	espécies,	 bem	como,	em	 relação	aos	 impostos	discriminados	nesta	
Constituição,	a	dos	respectivos	fatos	geradores,	bases	de	cálculo	e	contribuintes;	
2)	Compulsório	
“Se	não	pagar	por	bem	espontaneamente,	pagará	por	mal	na	execução	fiscal.”	
A	lei	deve	trazer	a	hipótese	de	incidência	do	tributo.	
Primeiramente	deve	vir	a	lei	e	criar,	no	mundo	jurídico,	a	hipótese	de	incidência.	
Se	o	que	está	na	lei	acontece	no	mundo	dos	fatos,	nasce	o	fato	gerador	do	tributo.	
Uma	vez	realizado	o	fato	gerador,	deve-se	pagar	o	tributo.	Não	há	escolha.	
Nasce	a	obrigação	tributária	(art.	113	–	CTN).	
O	fisco	não	pode	cobrar	a	obrigação,	pois	esta	é	intangível.	O	que	transformará	a	obrigação	em	crédito	
tributário	é	o	lançamento.	
Após	 formado	 o	 crédito	 tributário,	 o	 fisco	 deve	 notificar	 o	 sujeito	 passivo	 para	 que	 tenha	 ciência	 do	
mesmo.	
A	seu	turno,	o	sujeito	passivo	pode:	
i.	Não	fazer	nada	–	vencimento	(constitui,	definitivamente,	o	crédito	tributário)	
ii.	Defender	–	administrativa	ou	 judicialmente	 (ao	 fim,	 se	perder,	 constitui,	 definitivamente,	o	 crédito	
tributário)	
iii.	Pagar:	Extinção	do	crédito	tributário	(art.	156,	inciso	I	–	CTN).		
Constituído	definitivamente	o	crédito,	 inscreve-se	em	Dívida	Ativa	que	embasará	a	Certidão	de	Dívida	
Ativa,	necessária	à	Ação	de	Execução	Fiscal.		
Art.	113	-	CTN.	A	obrigação	tributária	é	principal	ou	acessória.	
§	1º	A	obrigação	principal	surge	com	a	ocorrência	do	fato	gerador,	tem	por	objeto	o	pagamento	de	tributo	
ou	penalidade	pecuniária	e	extingue-se	juntamente	com	o	crédito	dela	decorrente.	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
3	
	
§	2º	A	obrigação	acessória	decorre	da	legislação	tributária	e	tem	por	objeto	as	prestações,	positivas	ou	
negativas,	nela	previstas	no	interesse	da	arrecadação	ou	da	fiscalização	dos	tributos.	
§	3º	A	obrigação	acessória,	pelo	simples	fato	da	sua	inobservância,	converte-se	em	obrigação	principal	
relativamente	à	penalidade	pecuniária.	
Art.	156	-	CTN.	Extinguem	o	crédito	tributário:	
I	-	o	pagamento;	
3)	Cobrança	vinculada	
O	fisco	é	obrigado	a	lançar	o	tributo,	uma	vez	que	a	obrigatoriedade	aplica-se	a	ambas	as	partes.		
4)	Não	é	sanção	(ÚNICA	DIFERENÇA	ENTRE	O	TRIBUTO	E	A	MULTA1)	
Não	pode	o	tributo	se	caracterizar	como	sanção,	assim	como	na	prática	de	um	delito.	
i.	O	fato	gerador	SEMPRE	DECORRE	DE	UMA	SITUAÇÃO	LÍCITA.	
Ex1.	Sapato	(bem	que	é	colocado	no	comércio	para	ser	vendido	com	habitualidade	e	com	intuito	de	lucro	
–	conceito	de	mercadoria).	
Incide	ICMS	(art.	155,	inciso	II	–	CF).	
Contraexemplo.	Cocaína	(mercadoria	iícita)	–	NÃO	se	pode	cobrar	ICMS.	
ii.	 A	 renda	 (IR)	 e	 patrimônio	 (ITR,IPVA,	 IPTU)PODEM	 ser	 tributadas,	 INCLUSIVE	 COROLÁRIO	 DE	
ATIVIDADES	ILÍCITAS	
Princípio	da	Pecúnia	non	olet	 (dinheiro	não	 tem	cheiro):	As	circunstâncias	do	 fato	gerador	podem	ser	
lícitas	ou	ilícitas	(art.	118	–	CTN).	
Art.	155	-	CF.	Compete	aos	Estados	e	ao	Distrito	Federal	instituir	impostos	sobre:																																	(Redação	
dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	3,	de	1993)	
I	-	transmissão	causa	mortis	e	doação,	de	quaisquer	bens	ou	direitos;																																(Redação	dada	
pela	Emenda	Constitucional	nº	3,	de	1993)	
Art.	118	-	CTN.	A	definição	legal	do	fato	gerador	é	interpretada	abstraindo-se:	
I	-	da	validade	jurídica	dos	atos	efetivamente	praticados	pelos	contribuintes,	responsáveis,	ou	terceiros,	
bem	como	da	natureza	do	seu	objeto	ou	dos	seus	efeitos;	
II	-	dos	efeitos	dos	fatos	efetivamente	ocorridos.	
(1)	Multa	vs.	Tributo:	O	objetivo	da	multa	é	desestimular	a	prática	de	um	comportamento.	Já	a	finalidade	
do	tributo	é	arrecadar.	
5)	Lei	(art.	3.º	-	CTN;	art.	150,	inciso	I	–	CF)		
Tributo	deve	ser	criado,	necessariamente,	CRIADO	POR	LEI	(em	sentido	estrito).	
Desdobramento	do	Princípio	da	Legalidade	Tributária	(art.	150,	inciso	I	–	CF).		
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
4	
	
Apesar	do	art.	150	–	CF	não	mencionar	expressamente,	em	razão	do	princípio	do	paralelismo	das	formas1,	
para	extinguir	tributo,	exige-se	LEI	EM	SENTIDO	ESTRITO.	
CRIAÇÃO	E	EXTINÇÃO	DE	TRIBUTO	–	SOMENTE	POR	MEIO	DE	LEI	EM	
SENTIDO	ESTRITO	–	NÃO	HÁ	EXCEÇÃO.	
(1)	Princípio	do	paralelismo	das	formas:	O	mesmo	exigido	para	fazer	deve	ser	para	desfazer.	
Art.	3º	-	CTN	-	Tributo	é	toda	prestação	pecuniária	compulsória,	em	moeda	ou	cujo	valor	nela	se	possa	
exprimir,	 que	 não	 constitua	 sanção	 de	 ato	 ilícito,	 instituída	 em	 lei	 e	 cobrada	 mediante	 atividade	
administrativa	plenamente	vinculada.	
Art.	 150	 -	 CF.	 Sem	 prejuízo	 de	 outras	 garantias	 asseguradas	 ao	 contribuinte,	 é	 vedado	 à	 União,	 aos	
Estados,	ao	Distrito	Federal	e	aos	Municípios:	
I	-	exigir	ou	aumentar	tributo	sem	lei	que	o	estabeleça;	
Nota	(Quanto	ao	pagamento	do	tributo	em	pecúnia):	
1)	Dação	em	pagamento	de	bem	imóvel	para	pagamento	de	tributo	
O	art.	156,	inciso	XI,	CTN	elenca,	como	hipótese	de	extinção	do	crédito	tributário,	a	dação	de	bem	imóvel	
em	pagamento.	
Contudo,	há	requisitos:	
i.	Deve	haver,	para	o	tributo,	esta	forma	de	extinção	prevista;	
ii.	Deve	haver	interesse	do	Poder	Público	no	imóvel.	
-	Seria	esta	uma	exceção	à	característica	pecuniária	ao	conceito	de	tributo?	
i.	Doutrina	majoritária:		
Não	 é	 exceção,	 pois	 existem	 as	 peculiaridades	 para	 ser	 aceito	 e,	 além	disto,	 a	 lei	 do	 ente	 federativo	
sempre	disporá	como	forma	de	pagamento	o	pagamento/adimplemento.	
ii.	Doutrina	minoritária:	
É	exceção,	pois	o	imóvel	não	é	efetivamente	dinheiro.	
Art.	156	-	CF.	Extinguem	o	crédito	tributário:	
XI	–	a	dação	em	pagamento	em	bens	imóveis,	na	forma	e	condições	estabelecidasem	lei.														(Incluído	
pela	Lcp	nº	104,	de	10.1.2001)									(Vide	Lei	nº	13.259,	de	2016)	
2)	Dação	em	pagamento	de	bem	móvel	para	pagamento	de	tributo	
i.	1.º	momento	STF	(ADI	1917)	
Não	se	pode,	tendo	em	vista	que,	em	regra,	para	adquirir	bem	móvel,	deve-se	licitar.	
Para	o	STF,	feriria	o	princípio	licitatório.		
Some-se	a	isso,	não	há	previsão	legal,	seja	no	Código	Tributário,	seja	na	Constituição	Federal.	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
5	
	
Ademais,	é	necessária	lei	complementar	para	regular	tributo.	
ADI	1917	
EMENTA:	AÇÃO	DIRETA	DE	INCONSTITUICIONALIDADE.	OFENSA	AO	PRINCÍPIO	DA	LICITAÇÃO	(CF,	ART.	37,	
XXI).	
I	-	Lei	ordinária	distrital	–	pagamento	de	débitos	tributários	por	meio	de	dação	em	pagamento.	
II	-	Hipótese	de	criação	de	nova	causa	de	extinção	do	crédito	tributário.	
III	–	Ofensa	ao	princípio	da	licitação	na	aquisição	de	materiais	pela	administração	pública.	
IV	 –	 Confirmação	do	 julgamento	 cautelar	 em	que	 se	 declarou	 a	 inconstitucionalidade	da	 lei	 ordinária	
distrital	1.624/1997.	
i.	2.º	momento	STF	(ADI	2405)	
STF	entendeu,	POR	MAIORIA,	que	não	haveria	nenhum	tipo	de	problema	 leis	ordinárias	“inventarem”	
outras	formas	para	extinção	do	crédito	tributário	que	não	sejam	aquelas	do	art.	156	do	CTN	(vide	acima),	
sob	os	seguintes	fundamentos:	
-	A	vedação	acarretaria	em	violação	ao	pacto	federativo	
“Se	o	estado	e	município	pode	dispensar	o	pagamento	do	município,	pode,	também,	trazer	outras	
formas	de	extinção	do	crédito”	
Se	 simplesmente	 cair	 numa	 questão	 fechada	 que	 a	 dação	 de	 pagamento	 de	 bem	móvel	 é	 forma	 de	
extinção	de	crédito	tributário	–	FALSO	
ADI	2405	
EMENTA:	Ação	direta	de	inconstitucionalidade:	medida	cautelar:	L.	estadual	(RS)	11.475,	de	28	de	abril	de	
2000,	que	introduz	alterações	em	leis	estaduais	(6.537/73	e	9.298/91)	que	regulam	o	procedimento	fiscal	
administrativo	do	Estado	e	a	cobrança	 judicial	de	créditos	 inscritos	em	dívida	ativa	da	fazenda	pública	
estadual,	bem	como	prevê	a	dação	em	pagamento	como	modalidade	de	extinção	de	crédito	tributário.	I	
-	 Extinção	 de	 crédito	 tributário	 criação	 de	 nova	modalidade	 (dação	 em	 pagamento)	 por	 lei	 estadual:	
possibilidade	 do	 Estado-membro	 estabelecer	 regras	 específicas	 de	 quitação	 de	 seus	 próprios	 créditos	
tributários.	 Alteração	 do	 entendimento	 firmado	 na	 ADInMC	 1917-DF,	 18.12.98,	 Marco	 Aurélio,	 DJ	
19.09.2003:	 conseqüente	 ausência	 de	 plausibilidade	 da	 alegação	 de	 ofensa	 ao	 art.	 146,	 III,	 b,	 da	
Constituição	Federal,	que	reserva	à	lei	complementar	o	estabelecimento	de	normas	gerais	reguladoras	
dos	 modos	 de	 extinção	 e	 suspensão	 da	 exigibilidade	 de	 crédito	 tributário.	 II	 -	 Extinção	 do	 crédito	
tributário:	moratória	e	transação:	implausibilidade	da	alegação	de	ofensa	dos	artigos	150,	§	6º	e	155,	§	
2º,	XII,	g,	da	CF,	por	não	se	tratar	de	favores	fiscais.	III	-	Independência	e	Separação	dos	Poderes:	processo	
legislativo:	iniciativa	das	leis:	competência	privativa	do	Chefe	do	Executivo.	Plausibilidade	da	alegação	de	
inconstitucionalidade	de	expressões	e	dispositivos	da	lei	estadual	questionada,	de	iniciativa	parlamentar,	
que	dispõem	sobre	criação,	estruturação	e	atribuições	de	órgãos	específicos	da	Administração	Pública,	
criação	de	cargos	e	funções	públicos	e	estabelecimento	de	rotinas	e	procedimentos	administrativos,	que	
são	de	iniciativa	reservada	ao	Chefe	do	Poder	Executivo	(CF,	art.	61,	§	1º,	II,	e),	bem	como	dos	que	invadem	
competência	privativa	do	Chefe	do	Executivo	 (CF,	art.	84,	 II).	Conseqüente	deferimento	da	 suspensão	
cautelar	da	eficácia	de	expressões	e	dispositivos	da	lei	questionada.	IV	-	Participação	dos	Municípios	na	
arrecadação	 de	 tributos	 estaduais.	 1.	 IPVA	 -	 Interpretação	 conforme,	 sem	 redução	 de	 texto,	 para	
suspensão	da	eficácia	da	aplicação	do	§	3º	do	art.	114,	introduzido	na	L.	6.537/73	pela	L.	11.475/2000,	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
6	
	
com	relação	ao	IPVA,	tendo	em	vista	que,	ao	dispor	que	"na	data	da	efetivação	do	respectivo	registro	no	
órgão	competente	deverá	ser	creditado,	à	conta	dos	municípios,	25%	do	montante	do	crédito	tributário	
extinto",	interfere	no	sistema	constitucional	de	repartição	do	produto	da	arrecadação	do	IPVA	(50%).	2.	
Deferimento	da	suspensão	cautelar	do	§	3º	do	art.	4º	da	L.	11.475/2000	("Os	títulos	recebidos	referentes	
às	parcelas	pertencentes	aos	municípios,	previstas	no	inciso	IV	do	art.	158	da	Constituição	Federal,	serão	
convertidos	em	moeda,	corrente	nacional	e	repassados	a	esses,	pela	Secretaria	da	Fazenda,	no	dia	do	
resgate	 dos	 certificados"),	 pois	 a	 norma	 deixa	 ao	 Estado	 a	 possibilidade	 de	 somente	 repassar	 aos	
Municípios	os	25%	do	ICMS	só	quando	do	vencimento	final	do	título,	que	eventualmente	pode	ter	sido	
negociado.	V	-	Precatório	e	cessão	de	crédito	tributário:	plausibilidade	da	alegação	de	ofensa	ao	art.	100,	
da	CF,	pelos	arts.	5º	e	seu	parágrafo	único	e	6º,	ambos	da	lei	impugnada,	que	concedem	permissão	para	
pessoas	físicas	cederem	a	pessoas	jurídicas	créditos	contra	o	Estado	decorrentes	de	sentença	judicial,	bem	
como	admitem	a	utilização	destes	precatórios	na	compensação	dos	tributos:	deferimento	da	suspensão	
cautelar	 dos	mencionados	 preceitos	 legais.	 VI	 -	 Licitação	 (CF,	 art.	 37,	 XXI)	 -	 não	 ofende	 o	 dispositivo	
constitucional	o	art.	129	da	L.	6.537/73	c/	a	red.	L.	11.475/00	-	que	autoriza	a	alienação	dos	bens	objetos	
de	dação	por	valor	nunca	 inferior	ao	que	 foi	 recebido	e	prevê	a	aquisição	de	tais	bens	por	município,	
mediante	o	pagamento	em	prestações	a	serem	descontadas	das	quotas	de	participação	do	ICMS.	VII	-	
Demais	 dispositivos	 cuja	 suspensão	 cautelar	 foi	 indeferida.	 (ADI	 2405	 MC,	 Relator(a):	 	 Min.	 CARLOS	
BRITTO,	Relator(a)	p/	Acórdão:		Min.	SEPÚLVEDA	PERTENCE,	Tribunal	Pleno,	julgado	em	06/11/2002,	DJ	
17-02-2006	PP-00054	EMENT	VOL-02221-01	PP-00071	LEXSTF	v.	28,	n.	327,	2006,	p.	14-56)	
Nota	(Quanto	ao	caráter	não	sancionatório	do	tributo):	
-	Progressividade	fiscal	–	IPTU	
Tem	como	objetivo	arrecadar	(quanto	maior	a	renda,	maior	a	alíquota	do	IPTU).	
Princípio	da	capacidade	tributária:	Deve-se	tributar	respeitando	a	capacidade	contributiva/econômica	de	
cada	um.		
Art.	156	-	CF.	Compete	aos	Municípios	instituir	impostos	sobre:	
I	-	propriedade	predial	e	territorial	urbana;	
§	1º	Sem	prejuízo	da	progressividade	no	tempo	a	que	se	refere	o	art.	182,	§	4º,	inciso	II,	o	imposto	previsto	
no	inciso	I	poderá:																																	(Redação	dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	29,	de	2000)	
I	-	ser	progressivo	em	razão	do	valor	do	imóvel;	e																																			(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	
nº	29,	de	2000)	
II	-	ter	alíquotas	diferentes	de	acordo	com	a	localização	e	o	uso	do	imóvel.																																(Incluído	pela	
Emenda	Constitucional	nº	29,	de	2000)	
-	Progressividade	extrafiscal	do	IPTU	
Tem	como	objetivo	principal	regular,	controlar,	determinada	situação.	
Alguns	autores	chamam	esta	forma	de	cobrança	de	IPTU	de	“IPTU	SANÇÃO”	
Art.	182	-	CF.	A	política	de	desenvolvimento	urbano,	executada	pelo	Poder	Público	municipal,	conforme	
diretrizes	gerais	fixadas	em	lei,	tem	por	objetivo	ordenar	o	pleno	desenvolvimento	das	funções	sociais	da	
cidade	e	garantir	o	bem-	estar	de	seus	habitantes.																			(Regulamento)																											(Vide	Lei	nº	
13.311,	de	11	de	julho	de	2016)	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
7	
	
§	4º	É	facultado	ao	Poder	Público	municipal,	mediante	lei	específica	para	área	incluída	no	plano	diretor,	
exigir,	 nos	 termos	 da	 lei	 federal,	 do	 proprietário	 do	 solo	 urbano	 não	 edificado,	 subutilizado	 ou	 não	
utilizado,	que	promova	seu	adequado	aproveitamento,						sob	pena,	sucessivamente,	de:	
I	-	parcelamentoou	edificação	compulsórios;	
II	-	imposto	sobre	a	propriedade	predial	e	territorial	urbana	progressivo	
no	tempo	(trata-se	do	IPTU	com	progressividade	fiscal	–	regulado	pelo	art.	
7.º	do	Estatuto	da	Cidade1);	
III	 -	 desapropriação	 com	 pagamento	 mediante	 títulos	 da	 dívida	 pública	 de	 emissão	 previamente	
aprovada	pelo	Senado	Federal,	com	prazo	de	resgate	de	até	dez	anos,	em	parcelas	
anuais,	iguais	e	sucessivas,	assegurados	o	valor	real	da	indenização	e	os	juros	legais.	
(1)	Art.	7.º	Estatuto	da	Cidade:	Estipula	regras	para	cobrança	do	IPTU	progressivo	no	tempo.	
-	Pode	ser	cobrado	no	prazo	MÁXIMO	de	5	anos;	
-	De	um	ano	para	outro	–	a	alíquota	do	IPTU	pode,	no	MÁXIMO,	DOBRAR;	
-	A	alíquota	máxima	a	ser	alcançada	(“teto”)	é	de	15%	-	em	respeito	ao	Princípio	da	Vedação	do	Confisco	
(nenhum	tributo	pode	ser	confiscatório).	
Do	IPTU	progressivo	no	tempo	
Art.	7o	–	Estatuto	da	Cidade	-	Em	caso	de	descumprimento	das	condições	e	dos	prazos	previstos	na	forma	
do	caput	do	art.	5o	desta	Lei,	ou	não	sendo	cumpridas	as	etapas	previstas	no	§	5o	do	art.	5o	desta	Lei,	o	
Município	 procederá	 à	 aplicação	 do	 imposto	 sobre	 a	 propriedade	 predial	 e	 territorial	 urbana	 (IPTU)	
progressivo	no	tempo,	mediante	a	majoração	da	alíquota	pelo	prazo	de	cinco	anos	consecutivos.	
§	1o	O	valor	da	alíquota	a	ser	aplicado	a	cada	ano	será	fixado	na	lei	específica	a	que	se	refere	o	caput	do	
art.	5o	desta	 Lei	e	não	excederá	a	duas	vezes	o	valor	 referente	ao	ano	anterior,	 respeitada	a	alíquota	
máxima	de	quinze	por	cento.	
§	2o	Caso	a	obrigação	de	parcelar,	edificar	ou	utilizar	não	esteja	atendida	em	cinco	anos,	o	Município	
manterá	 a	 cobrança	 pela	 alíquota	 máxima,	 até	 que	 se	 cumpra	 a	 referida	 obrigação,	 garantida	 a	
prerrogativa	prevista	no	art.	8o.	
§	3o	É	vedada	a	concessão	de	isenções	ou	de	anistia	relativas	à	tributação	progressiva	de	que	trata	este	
artigo.	
IMPORTANTE:	
Ler	o	art.	146	–	CF,	pois	geralmente	cai	em	prova.	
Art.	146	-	CF.	Cabe	à	lei	complementar:	
I	 -	dispor	 sobre	 conflitos	de	 competência,	em	matéria	 tributária,	entre	a	União,	os	Estados,	o	Distrito	
Federal	e	os	Municípios;	
II	-	regular	as	limitações	constitucionais	ao	poder	de	tributar;	
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III	-	estabelecer	normas	gerais	em	matéria	de	legislação	tributária,	especialmente	sobre:	
a)	 definição	de	 tributos	e	de	 suas	espécies,	 bem	como,	em	 relação	aos	 impostos	discriminados	nesta	
Constituição,	a	dos	respectivos	fatos	geradores,	bases	de	cálculo	e	contribuintes;	
b)	obrigação,	lançamento,	crédito,	prescrição	e	decadência	tributários;	
c)	adequado	tratamento	tributário	ao	ato	cooperativo	praticado	pelas	sociedades	cooperativas.	
d)	 definição	 de	 tratamento	 diferenciado	 e	 favorecido	 para	 as	microempresas	 e	 para	 as	 empresas	 de	
pequeno	porte,	inclusive	regimes	especiais	ou	simplificados	no	caso	do	imposto	previsto	no	art.	155,	II,	
das	 contribuições	 previstas	 no	 art.	 195,	 I	 e	 §§	 12	 e	 13,	 e	 da	 contribuição	 a	 que	 se	 refere	 o	 art.	 239.																													
(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	42,	de	19.12.2003)	
Parágrafo	único.	A	lei	complementar	de	que	trata	o	inciso	III,	d,	também	poderá	instituir	um	regime	único	
de	arrecadação	dos	impostos	e	contribuições	da	União,	dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	Municípios,	
observado	que:																											(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	42,	de	19.12.2003)	
I	-	será	opcional	para	o	contribuinte;																																(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	42,	de	
19.12.2003)	
II	 -	 poderão	 ser	 estabelecidas	 condições	 de	 enquadramento	 diferenciadas	 por	 Estado;																														
(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	42,	de	19.12.2003)	
III	-	o	recolhimento	será	unificado	e	centralizado	e	a	distribuição	da	parcela	de	recursos	pertencentes	aos	
respectivos	 entes	 federados	 será	 imediata,	 vedada	 qualquer	 retenção	 ou	 condicionamento;																														
(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	42,	de	19.12.2003)	
IV	-	a	arrecadação,	a	fiscalização	e	a	cobrança	poderão	ser	compartilhadas	pelos	entes	federados,	adotado	
cadastro	nacional	único	de	contribuintes.																																(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	42,	
de	19.12.2003)	
EM	DIREITO	TRIBUTÁRIO,	NÃO	SE	FAZ	NADA	SEM	LEI.	
Ø Sistema	Tributário	Nacional		
1.	Limitações	constitucionais	ao	poder	de	tributar	
Princípios	 Imunidades	
Limitações	positivas	ao	poder	de	tributar.	 Limitações	 negativas	 ao	 poder	 de	 tributar.	 A	
imunidade	 se	 trata	 de	 uma	 proibição.	 Retira	 a	
competência	do	ente	federativo.	
Ex.	Exportador	está	imune	de	pagamento	de	ICMS.	
	
	 	
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1.1.	Princípio	da	legalidade/da	tipicidade	(art.	150,	inciso	I	–	CF)	
Art.	 150	 -	 CF.	 Sem	 prejuízo	 de	 outras	 garantias	 asseguradas	 ao	 contribuinte,	 é	 vedado	 à	 União,	 aos	
Estados,	ao	Distrito	Federal	e	aos	Municípios:	
I	-	exigir	ou	aumentar	tributo	sem	lei	que	o	estabeleça;	
A	criação/extinção	(Princípio	do	paralelismo	das	formas)	dá-se	por	lei	em	sentido	estrito1.	
(1)	Lei	em	sentido	estrito:	
-	Lei	ordinária;	
-	Lei	complementar;	
-	Lei	delegada;	
-	Medida	provisória.	
Muito	embora	os	veículos	legislativos	atendam	ao	conceito	de	lei	em	sentido	estrito,	EXISTEM	4	TRIBUTOS	
RESERVADOS	A	LEI	COMPLEMENTAR,	QUAIS	SEJAM:	
a)	Imposto	sobre	grandes	fortunas	(art.	153,	inciso	VII	–	CF)	
Tem	autor	que	define	que	a	exigência	de	 lei	complementar	não	diz	respeito	à	criação,	mas	somente	à	
definição	do	que	seria	grande	fortuna	(DOUTRINA	ULTRAMINORITÁRIA);	
Art.	153	-	CF.	Compete	à	União	instituir	impostos	sobre:	
VII	-	grandes	fortunas,	nos	termos	de	lei	complementar.	
b)	Empréstimos	compulsórios	(art.	148	–	CF)	
As	causas	justificadoras	do	empréstimo	compulsório	(guerra	externa,	calamidade	pública,	etc.)	NÃO	SÃO	
SEU	FATO	GERADOR.	
Trata-se	de	tributo	causal,	ou	seja,	depende	das	causas	justificadores	para	eventualmente	ser	criado.	
Não	se	sabe	qual	é	o	fato	gerador	do	empréstimo	compulsório.	Conquanto,	sabe-se	que	este	pode	ser	
criado	por	meio	de	lei	complementar,	que	definirá	seu	fato	gerador.	
É	a	única	espécie	tributária	que	deve	ser	devolvida.	
Art.	148	-	CF.	A	União,	mediante	lei	complementar,	poderá	instituir	empréstimos	compulsórios:	
I	-	para	atender	a	despesas	extraordinárias,	decorrentes	de	calamidade	pública,	de	guerra	externa	ou	sua	
iminência;	
II	-	no	caso	de	investimento	público	de	caráter	urgente	e	de	relevante	interesse	nacional,	observado	o	
disposto	no	art.	150,	III,	"b".	
Parágrafo	 único.	 A	 aplicação	 dos	 recursos	 provenientes	 de	 empréstimo	 compulsório	 será	 vinculada	 à	
despesa	que	fundamentou	sua	instituição.	
	
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c)	Impostos	residuais	(art.	154,	inciso	I	–	CF)	
Regras	para	criação	de	imposto	residual:	
1)	Lei	Complementar;	
2)	Fato	gerador	RESIDUAL	≠	fato	gerador	“ordinário”	(aqueles	já	previstos	nos	tributos	dispostos	pela	
CF);	
3)	Não	cumulatividade	
Tem	como	objetivo	evitar	a	onerosidade	excessiva	de	uma	cadeia	produtiva.	
Tudo	aquilo	pago	pelo	posterior	na	cadeia	que	já	foi	pago	pelo	anterior	vira	crédito.	
Ex.	A	paga	10	à	B	paga	20	à	C	paga	30.	
Com	o	princípio	da	não	cumulatividade:	
A	paga	10	à	B	paga	10	(20-10)	à	C	paga	10	(30-20).	
Art.	154	-	CF.	A	União	poderá	instituir:	
I	 -	mediante	 lei	 complementar,	 impostos	 não	 previstos	 no	 artigo	 anterior,	 desde	 que	 sejam	 não-
cumulativos	e	não	tenham	fato	gerador	ou	base	de	cálculo	próprios	dos	discriminados	nesta	Constituição;	
II	-	na	iminência	ou	no	caso	de	guerra	externa,	impostos	extraordinários,	compreendidos	ou	não	em	sua	
competência	tributária,	os	quais	serão	suprimidos,	gradativamente,	cessadas	ascausas	de	sua	criação.	
d)	Contribuições	de	seguridade	social	compulsórios	(art.	195,	§4º	–	CF)	
Regras	para	criação	de	contribuição	social	residual:	
1)	Lei	Complementar;	
2)	 Fato	 gerador	 RESIDUAL	≠	 fato	 gerador	 “ordinário”	 (aqueles	 já	 previstos	 nas	 contribuições	 sociais	
ordinárias);	
3)	Não	cumulatividade	
Art.	195	-	CF.	A	seguridade	social	será	financiada	por	toda	a	sociedade,	de	forma	direta	e	indireta,	nos	
termos	da	lei,	mediante	recursos	provenientes	dos	orçamentos	da	União,	dos	Estados,	do	Distrito	Federal	
e	dos	Municípios,	e	das	seguintes	contribuições	sociais:																												(Vide	Emenda	Constitucional	nº	
20,	de	1998)	
§	4º	A	lei	poderá	instituir	outras	fontes	destinadas	a	garantir	a	manutenção	ou	expansão	da	seguridade	
social,	obedecido	o	disposto	no	art.	154,	I.	
IMPORTANTE:	
Deve-se	comparar	imposto	somente	com	imposto	e	contribuição	com	contribuição.	
Assim,	contribuição	pode	ter	fato	gerador	igual	à	de	imposto.	
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1.1.1.	Exceções	ao	princípio	da	legalidade	(art.	150,	inciso	I	–	CF)	
Aumentar	
Alíquotas	Reduzir				
Definir	
a)	Impostos	extrafiscais	(art.	153,	§1º	-	CF)	–	Imposto	de	Importação,	Imposto	de	Exportação,	Imposto	
sobre	Produto	Industrializado,	Imposto	Sobre	Operações	Financeiras	
Assim,	o	executivo,	por	meio	de	decreto,	poderá	aumentar	ou	reduzir	as	ALÍQUOTAS	dos	impostos	em	
comento.	
Art.	153	-	CF.	Compete	à	União	instituir	impostos	sobre:	
§	1º	É	facultado	ao	Poder	Executivo,	atendidas	as	condições	e	os	limites	estabelecidos	em	lei,	alterar	
as	alíquotas	dos	impostos	enumerados	nos	incisos	I,	II,	IV	e	V.	
IMPORTANTE:	
A	base	de	cálculo	somente	pode	ser	alterada	com	lei	em	sentido	estrito.	
SEÇÃO	I	
Impostos	sobre	a	Importação	
Art.	 21	 -	 CTN.	 O	 Poder	 Executivo	 pode,	 nas	 condições	 e	 nos	 limites	 estabelecidos	 em	 lei,	 alterar	 as	
alíquotas	ou	as	bases	de	cálculo	do	imposto	(NÃO	FOI	RECEPCIONADO	PELA	
CONSTITUIÇÃO	–	DESCONSIDERAR),	a	fim	de	ajustá-lo	aos	objetivos	da	política	cambial	e	do	
comércio	exterior.	
Se,	na	questão,	verificar-se	que	se	está	cobrando	a	 literalidade	da	lei	e	as	demais	assertivas	estiverem	
bastante	incorretas,	considerar	correta.	
SEÇÃO	II	
Imposto	sobre	a	Exportação	
Art.	 26	 -	 CTN.	 O	 Poder	 Executivo	 pode,	 nas	 condições	 e	 nos	 limites	 estabelecidos	 em	 lei,	 alterar	 as	
alíquotas	ou	as	bases	de	cálculo	do	imposto,	a	fim	de	ajustá-los	aos	objetivos	da	política	cambial	e	do	
comércio	exterior.	
SEÇÃO	IV	
Imposto	sobre	Operações	de	Crédito,	Câmbio	e	Seguro,	e	sobre	Operações	Relativas	a	Títulos	e	
Valores	Mobiliários	
Art.	 65	 -	 CTN.	 O	 Poder	 Executivo	 pode,	 nas	 condições	 e	 nos	 limites	 estabelecidos	 em	 lei,	 alterar	 as	
alíquotas	ou	as	bases	de	cálculo	do	imposto,	a	fim	de	ajustá-lo	aos	objetivos	da	política	monetária.	
	
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b)	CIDE	–	Combustível	(art.	177,	§4º,	inciso	I,	alínea	b	–	CF)	
O	fisco	poderá	reduzir	e	REESTABELECER	a	alíquota	da	CIDE	combustível.	
art.	 177	 –	 CF	 -	 §	 4º	A	 lei	 que	 instituir	 contribuição	de	 intervenção	no	domínio	 econômico	 relativa	 às	
atividades	de	importação	ou	comercialização	de	petróleo	e	seus	derivados,	gás	natural	e	seus	derivados	
e	álcool	combustível	deverá	atender	aos	seguintes	requisitos:																															(Incluído	pela	Emenda	
Constitucional	nº	33,	de	2001)	
I	-	a	alíquota	da	contribuição	poderá	ser:																															(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	
2001)	
a)	diferenciada	por	produto	ou	uso;																													(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
b)	reduzida	e	restabelecida	por	ato	do	Poder	Executivo,	não	se	lhe	aplicando	o	disposto	no	art.	
150,III,	b;																																			(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
c)	ICMS	monofásico	(art.	155,	§4º,	inciso	IV	–	CF)	
Não	foi	criado.	
Ao	 longo	 de	 uma	 cadeia	 produtiva,	 somente	 incidirá	 apenas	 uma	 vez,	 sendo	 na	 etapa	 em	 que	 a	 lei	
eventualmente	disser.	
A	LEI	COMPLEMENTAR	APENAS	DISPORÁ	SOBRE	A	LISTA	DE	COMBUSTÍVEL	(ETAPA	ANTERIOR).	O	ICMS	
MONOFÁSICO	PODE	SER	CRIADO	POR	LEI	EM	SENTIDO	ESTRITO.	
São	necessários	para	sua	criação:	
1.ª	parte:	Uma	lista,	por	meio	de	lei	complementar,	dizendo	quais	serão	os	combustíveis	e	lubrificantes	
podem	ser	tributados	pelo	ICMS	monofásico;	
2ª	parte:	Então,	o	estado	(ICMS	é	imposto	estadual)	deve	criar	o	imposto	em	seu	território;	
3º	 parte:	 alíquota	 –	 será	 definida	 pela	 assinatura	 de	 um	 convênio	 firmado	 pelo	 poder	 executivo	 dos	
estados	e	do	Distrito	Federal.	
Art.	155	-	CF.	Compete	aos	Estados	e	ao	Distrito	Federal	instituir	impostos	sobre:																																	(Redação	
dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	3,	de	1993)	
XII	-	cabe	à	lei	complementar:	
h)	definir	os	combustíveis	e	lubrificantes	sobre	os	quais	o	imposto	incidirá	uma	única	vez,	qualquer	que	
seja	a	sua	finalidade,	hipótese	em	que	não	se	aplicará	o	disposto	no	inciso	X,	b;																															(Incluída	
pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)																								(Vide	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
§	4º	Na	hipótese	do	inciso	XII,	h,	observar-se-á	o	seguinte:																																(Incluído	pela	Emenda	
Constitucional	nº	33,	de	2001)	
IV	 -	as	alíquotas	do	 imposto	 serão	definidas	mediante	deliberação	dos	Estados	e	Distrito	Federal,	nos	
termos	do	§	2º,	XII,	g,	observando-se	o	seguinte:																											(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	
33,	de	2001)	
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a)	 serão	 uniformes	 em	 todo	 o	 território	 nacional,	 podendo	 ser	 diferenciadas	 por	
produto;																																	(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
b)	poderão	ser	específicas,	por	unidade	de	medida	adotada,	ou	ad	valorem,	 incidindo	sobre	o	valor	da	
operação	ou	sobre	o	preço	que	o	produto	ou	seu	similar	alcançaria	em	uma	venda	em	condições	de	livre	
concorrência;																													(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
c)	 poderão	 ser	 reduzidas	 e	 restabelecidas,	 não	 se	 lhes	 aplicando	 o	 disposto	 no	 art.	 150,	
III,	b.																														(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
	 	
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23/08/17	
Nota:	
1)	Art.	97,	§1º,	§2º	-	CTN	
Atualização	base	de	cálculo	do	IPTU	–	decreto.	
Municípios	 utilizavam-se	 da	 atualização,	 por	meio	 de	 decreto	 (que	não	 é	 lei	 em	 sentido	 estrito)	 para	
majorar	o	tributo,	recaindo	na	vedação	do	§1º	supra.	
Essa	situação	resultou	na	súmula	160	do	STJ.	
Art.	97	-	CTN.	Somente	a	lei	pode	estabelecer:	
I	-	a	instituição	de	tributos,	ou	a	sua	extinção;	
II	-	a	majoração	de	tributos,	ou	sua	redução,	ressalvado	o	disposto	nos	artigos	21,	26,	39,	57	e	65;	
III	-	a	definição	do	fato	gerador	da	obrigação	tributária	principal,	ressalvado	o	disposto	no	inciso	I	do	§	3º	
do	artigo	52,	e	do	seu	sujeito	passivo;	
IV	-	a	fixação	de	alíquota	do	tributo	e	da	sua	base	de	cálculo,	ressalvado	o	disposto	nos	artigos	21,	26,	39,	
57	e	65;	
V	-	a	cominação	de	penalidades	para	as	ações	ou	omissões	contrárias	a	seus	dispositivos,	ou	para	outras	
infrações	nela	definidas;	
VI	-	as	hipóteses	de	exclusão,	suspensão	e	extinção	de	créditos	tributários,	ou	de	dispensa	ou	redução	de	
penalidades.	
§	1º	Equipara-se	à	majoração	do	tributo	a	modificação	da	sua	base	de	cálculo,	que	importe	em	torná-lo	
mais	oneroso.	
§	2º	Não	constitui	majoração	de	tributo,	para	os	fins	do	disposto	no	inciso	II	deste	artigo,	a	atualização	
do	valor	monetário	da	respectiva	base	de	cálculo.	
Súmula	160	–	STJ	
É	defeso,	ao	Município,	atualizaro	IPTU,	mediante	decreto,	em	percentual	superior	ao	índice	oficial	de	
correção	monetária.		
2)	Benefício	fiscal	–	art.	150,	§6º	-	CF	
A	constituição	diz	que	o	benefício	fiscal	deve	ser	dado	mediante	lei	em	sentido	estrito.	
Ademais,	o	STF	entende	que	a	lei	deve	ser	específica,	ou	seja,	deve	ter	pertinência	temática.	
CONTUDO,	PARA	BENEFÍCIO	FISCAL	DE	ICMS	DEVE	SER	FEITO	POR	MEIO	DE	CELEBRAÇÃO	DE	
CONVÊNIO	(CELEBRADO	E	RATIFICADOS	PELOS	ESTADOS	E	DISTRITO	FEDERAL)	QUE,	POR	SUA	
VEZ,	É	REGULADO	PELA	LEI	COMPLEMETAR	24/75.	Visa	o	respeito	à	cláusula	pétrea	da	forma	
federativa	do	estado.	
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Caso	desrespeitada	esta	regra,	o	Governador	do	Estado	pode	ajuizar	ADI	para	declarar	a	Lei	que	
trouxe	o	benefício	inconstitucional.	O	STF,	nesse	caso,	pode,	no	máximo,	modular	os	efeitos	da	
inconstitucionalidade.	
Ex.	Se	um	estado	quer	dar	benefício	fiscal	para	incentivar	a	venda	de	tablet	em	São	Paulo,	deve	consultar	
os	demais	estados	e	Distrito	Federal.	
art.	 150	 –	 CF	 -	 §	 6º	Qualquer	 subsídio	 ou	 isenção,	 redução	de	 base	 de	 cálculo,	 concessão	de	 crédito	
presumido,	anistia	ou	remissão,	 relativos	a	 impostos,	 taxas	ou	contribuições,	só	poderá	ser	concedido	
mediante	 lei	 específica,	 federal,	 estadual	 ou	municipal,	 que	 regule	 exclusivamente	 as	matérias	 acima	
enumeradas	ou	o	correspondente	tributo	ou	contribuição,	sem	prejuízo	do	disposto	no	art.	155,	§	2.º,	XII,	
g.																																(Redação	dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	3,	de	1993)	
3)	Relativizações	do	princípio	da	legalidade	pelo	STF	
O	STF	vem	relativizando	o	princípio	da	legalidade.	
A	função	de	um	decreto	é	dar	cumprimento	à	lei,	ou	seja,	não	pode	dizer	mais	que	a	lei	disse.	
Houve	um	caso	da	ART,	uma	taxa	referente	à	responsabilidade	técnica	(relacionada	a	engenheiros).	A	lei	
da	ART	traz	todas	as	hipóteses	para	que	esse	tributo	seja	criado,	em	respeito	ao	princípio	da	legalidade.	
Contudo,	essa	própria	lei	delegou	para	o	CREA	fixar	o	valor	do	tributo.	A	lei	traz	as	diretrizes	do	tributo	e	
o	teto	da	taxa,	delegando	ao	CREA	a	fixação	do	valor,	desde	que	respeitado	o	teto.	Nesse	caso,	trata-se	
de	uma	relativização	do	princípio	da	legalidade,	pois,	a	rigor,	isso	não	poderia	ser	aceito.	
“Não	se	diz	que	não	se	precisa	de	lei,	mas	somente	que	esse	julgado	recente	relativizou	o	princípio	da	
legalidade.”	
RE	838284	
EMENTA	 RECURSO	 EXTRAORDINÁRIO.	 REPERCUSSÃO	 GERAL.	 TRIBUTÁRIO.	 TAXA	 PARA	 EMISSÃO	 DE	
ANOTAÇÃO	DE	RESPONSABILIDADE	TÉCNICA.	LEI	Nº	6.994/82.	PRINCÍPIO	DA	RESERVA	LEGAL.	FIXAÇÃO	
DE	 VALOR	MÁXIMO.	 Possui	 repercussão	 geral	 a	matéria	 alusiva	 à	 validade	 da	 exigência	 da	 taxa	 para	
expedição	da	Anotação	de	Responsabilidade	Técnica	(ART),	baseada	na	Lei	nº	6.994/82	a	qual	estabeleceu	
limites	máximos	para	a	ART,	até	o	valor	de	5	MVR,	considerada	a	exigência	do	art.	150,	I,	da	Constituição.	
(RE	838284	RG,	Relator(a):	Min.	DIAS	TOFFOLI,	julgado	em	01/08/2015,	PROCESSO	ELETRÔNICO	DJe-202	
DIVULG	07-10-2015	PUBLIC	08-10-2015	)	
1.2.	Princípio	da	isonomia/igualdade	(art.	150,	inciso	II	–	CF)	e	1.3.	Princípio	da	capacidade	
contributiva/econômica	(art.	145,	§1º	-	CF)	
Na	prova,	geralmente	caem	casos	hipotéticas.	
1.2.1.	Princípio	da	isonomia	
Tratar	os	iguais	com	igualdade	e	os	desiguais	com	desigualdade,	na	medida	desta.		
Ex.	Taxa	judiciária	–	por	ter	natureza	de	tributo,	uma	vez	realizado	seu	fato	gerador	(a	utilização	de	um	
serviço	público	específico	e	divisível/ut	singuli–	quem	e	quanto	esta	usando	o	serviço),	ela	é	obrigatória.	
ESTA	TAXA	DEVE	TER	UM	TETO,	uma	vez	que	taxa	é	um	tributo	pautado	pelo	princípio	da	referibilidade	(o	
valor	da	taxa	não	pode	ser	muito	superior	àquele	que	o	Estado	gastou	para	prestar	o	serviço,	exercer	o	
poder	de	polícia).		
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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“Ao	 se	ajuizar	uma	ação,	deve-se	pagar	a	 taxa,	 sendo	esse	o	motivo	da	 fixação	do	valor	da	 causa	na	
exordial.”	
De	outra	sorte,	há	o	benefício	da	 justiça	gratuita	que	confere	 isenção,	 implementando	o	princípio	da	
igualdade/isonomia.	Respeita	o	art.	5º,	inciso	XXXV	–	CF	(vide	abaixo).		
Adiante,	leis	estaduais	estavam	criando	isenções	da	taxa	judiciária	a	magistrados	e	servidores,	violando	
o	princípio	da	igualdade.	O	STF	julgou	diversas	leis	nesse	sentido	inconstitucionais.		
1.2.2.	Princípio	da	capacidade	contributiva/econômica	
Deve-se	participar	com	o	produto	da	arrecadação	tributária	de	acordo	com	a	capacidade.	É	pautado	no	
princípio	da	isonomia.	
Contraexemplo.		Nos	impostos	reais,	como,	por	exemplo,	no	IPTU,	é	muito	mais	difícil	a	gradação.	O	valor	
do	IPTU	é	fixado	pelo	valor	do	imóvel.	
Ex.		Imposto	de	renda,	sendo	um	imposto	pessoal,	viabiliza	a	gradação.	“despesas	a	deduzir”.	
A	letra	da	constituição	refere-se	a	impostos	(vide	abaixo),	no	entanto,	o	STF	
diz	 que,	 sempre	 que	 possível,	 o	 princípio	 da	 capacidade	 tributária	 será	
aplicada	a	todas	as	espécies	tributárias.	
Art.	 150	 -	 CF.	 Sem	 prejuízo	 de	 outras	 garantias	 asseguradas	 ao	 contribuinte,	 é	 vedado	 à	 União,	 aos	
Estados,	ao	Distrito	Federal	e	aos	Municípios:	
II	-	instituir	tratamento	desigual	entre	contribuintes	que	se	encontrem	em	situação	equivalente,	proibida	
qualquer	distinção	em	razão	de	ocupação	profissional	ou	função	por	eles	exercida,	independentemente	
da	denominação	jurídica	dos	rendimentos,	títulos	ou	direitos;	
Art.	145	–	CF.	§	1º	Sempre	que	possível	(muitas	questões	de	prova	retiram	a	expressão	“que	
possível”,	afirmando	que	o	princípio	da	capacidade	contributiva	sempre	será	aplicado),	os	impostos	
terão	caráter	pessoal	e	serão	graduados	segundo	a	capacidade	econômica	do	contribuinte,	facultado	à	
administração	 tributária,	 especialmente	 para	 conferir	 efetividade	 a	 esses	 objetivos,	 identificar,	
respeitados	 os	 direitos	 individuais	 e	 nos	 termos	 da	 lei,	 o	 patrimônio,	 os	 rendimentos	 e	 as	 atividades	
econômicas	do	contribuinte.	
Art.	5º	-	CF.	XXXV	-	a	lei	não	excluirá	da	apreciação	do	Poder	Judiciário	lesão	ou	ameaça	a	direito;	
1.2.3.	Jurisprudência	
1.2.3.1.	(Princípio	da)	Progressividade	fiscal	(NÃO	É	EXTRAFISCAL)	
A	 progressividade	 é,	 também,	 um	 princípio.	 Progressividade	 significa	 desproporção.	 Um	 tributo	
progressivo	será	desproporcional.	
Alíquotas	DIFERENTES	incidindo	em	bases	de	cálculo	DIFERENTES.	
“Progressividade	é	sinônimo	de	desproporção.”	
Ex.	 Imposto	de	 renda.	Princípio	da	universalidade	 (todos	os	bens),	generalidade	 (vai	 incidir	 sobre	 todo	
mundo),	progressividade	(a	alíquota	aumentará	de	acordo	com	a	base	de	cálculo	apresentada).	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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Até	1200	–	isento;	1201	a	2000	–	7,5%	(...)	acima	de	4001	–	27,5%.	
Contraexemplo.	IPVA	–	todo	mundo,	proporcionalmente,	paga	a	mesma	coisa,	uma	vez	que	a	alíquota	é	
a	mesma.	
O	 STF	 sempre	 teve	 o	 posicionamento	 de	 que,	 para	 que	 o	 tributo	 seja	 progressivo,	 dever-se-ia	 haver	
previsão	na	Constituição	EM	SENTIDO	EXPRESSO	–	(Ex.	Imposto	de	Renda,	IPTU).	
Imposto	de	Renda	art.	153,	§2º	-	CF	–	III	-	renda	e	proventos	de	qualquer	natureza;	
§	2º	O	imposto	previsto	no	inciso	III:	
I	-	será	informado	pelos	critérios	da	generalidade,	da	universalidade	e	da	progressividade,	na	forma	da	
lei;	
Art.	156	-	CF.	I	-	propriedade	predial	e	territorial	urbana;	
§	1º	Sem	prejuízo	da	progressividade	no	tempo	a	que	se	refere	o	art.	182,	§	4º,	inciso	II,	o	imposto	
previsto	no	inciso	I	poderá:																																	(Redação	dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	29,	de	2000)	
I	-	ser	progressivo	em	razão	do	valor	do	imóvel;	e																																			(Incluído	pela	Emenda	
Constitucional	nº	29,	de	2000)	
II	-	ter	alíquotas	diferentes	de	acordo	com	a	localização	e	o	uso	do	imóvel.																																(Incluído	
pela	EmendaConstitucional	nº	29,	de	2000)	
Até	2013,	o	STF	dizia	que	o	ITCD	não	poderia	ser	progressivo	(fiscal).	
Após	2013,	o	STF	passou	a	dizer	que	o	ITCD	PODE	ser	PROGRESSIVO,	sob	a	prerrogativa	de	que	não	é	
necessária	a	previsão	expressa	na	Constituição,	mas	sim	somente	em	razão	do	princípio	da	capacidade	
contributiva	inserto	no	mesmo	codex	(vide	acima).	
1.2.3.1.1.	Contribuição	Social	de	Iluminação	Pública	-	COSIP	–	CIP	(art.	149-A	–	CF)	
Taxa	à	serviço	público	específico/divisível.	
Contraexemplo.	Iluminação	pública	é	serviço	público,	todavia	não	específico	e	divisível	(ut	universi).	Diante	
dessa	situação,	redigidas	as	súmula	abaixo.	
Súmula	670	-	STF	
O	serviço	de	iluminação	pública	não	pode	ser	remunerado	mediante	taxa.	
Súmula	vinculante	41	
O	serviço	de	iluminação	pública	não	pode	ser	remunerado	mediante	taxa.	
Diante	desse	cenário,	instituída	a	COSIP,	no	art.	149-A	da	CF.	O	STF	diz	que	este	tributo	é	constitucional.	
Piorou	 a	 situação	 do	 contribuinte,	 pois	 a	 iluminação	 pública	 passou	 a	 ser	 tributada	 por	 meio	 de	
contribuições	sociais	que,	por	sua	vez,	é	um	tributo	de	fato	gerador	não	vinculado.	
Competência	tributária	para	criar	COSIP	–	municípios	e	DF	que	podem	criar	“para	pagar	a	conta	de	luz”.	
Nas	ADI`s	4697	e	4762,	o	STF	decidiu	que	a	COSIP	pode	ser	progressiva.	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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Art.	 149-A	 –	 CF	 -	 Os	 Municípios	 e	 o	 Distrito	 Federal	 poderão	 instituir	 contribuição,	 na	 forma	 das	
respectivas	 leis,	para	o	custeio	do	serviço	de	 iluminação	pública,	observado	o	disposto	no	art.	150,	 I	e	
III.																											(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	39,	de	2002)	
Parágrafo	único.	É	facultada	a	cobrança	da	contribuição	a	que	se	refere	o	caput,	na	fatura	de	consumo	de	
energia	elétrica.																														(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	39,	de	2002)	
Nota:	
-	Taxa	e	contribuição	de	melhoria	têm	fato	gerador	vinculado,	ou	seja,	para	que	sejam	cobrados,	
o	Estado	deve	fornecer	algum	serviço.	
-	STF	entende	que	contribuição	social	e	imposto	podem	ter	o	mesmo	fato	gerador.	
1.2.3.2.	 Sigilo	 de	 dados	 (bancários)	 (art.	 5º,	 inciso	 XII	 -	 CF)	 vs.	 direito	 de	 fiscalização/ter	 acesso	 às	
informações	do	contribuinte	(art.	145,	§1º	-	CF)	
O	 STF	 julgou	 as	 ADI`s	 	 2390,	 2386,	 2397	 e	 2859	 improcedentes,	 alegando	 que	 o	 art.	 6º	 da	 Lei	
Complementar	105	é	constitucional	devido	ao	princípio	da	capacidade	contributiva.	
Assim,	 é	 autorizado	 ao	 fisco	 ter	 acesso	 aos	 dados	 bancários	 sem	 necessidade	 de	 autorização	 judicial	
devido	ao	princípio	da	capacidade	contributiva.	
Art.	6o	–	Lei	Complementar	105	-		As	autoridades	e	os	agentes	fiscais	tributários	da	União,	dos	Estados,	
do	 Distrito	 Federal	 e	 dos	 Municípios	 somente	 poderão	 examinar	 documentos,	 livros	 e	 registros	 de	
instituições	 financeiras,	 inclusive	os	 referentes	a	contas	de	depósitos	e	aplicações	 financeiras,	quando	
houver	 processo	 administrativo	 instaurado	 ou	 procedimento	 fiscal	 em	 curso	 e	 tais	 exames	 sejam	
considerados	indispensáveis	pela	autoridade	administrativa	competente.					(Regulamento)	
Parágrafo	único.	O	resultado	dos	exames,	as	 informações	e	os	documentos	a	que	se	refere	este	artigo	
serão	conservados	em	sigilo,	observada	a	legislação	tributária.	
art.	5º	-	CF	-	XII	-	é	inviolável	o	sigilo	da	correspondência	e	das	comunicações	telegráficas,	de	dados	e	das	
comunicações	telefônicas,	salvo,	no	último	caso,	por	ordem	judicial,	nas	hipóteses	e	na	forma	que	a	lei	
estabelecer	para	fins	de	investigação	criminal	ou	instrução	processual	penal;																					(Vide	Lei	nº	9.296,	
de	1996)	
Art.	145	–	CF.	§	1º	Sempre	que	possível	(muitas	questões	de	prova	retiram	a	expressão	“que	possível”,	
afirmando	que	o	princípio	da	capacidade	contributiva	sempre	será	aplicado),	os	impostos	terão	caráter	
pessoal	 e	 serão	 graduados	 segundo	 a	 capacidade	 econômica	 do	 contribuinte,	 facultado	 à	
administração	 tributária,	especialmente	para	conferir	efetividade	a	esses	
objetivos	 (tributar	de	acordo	com	a	capacidade	contributiva),	 identificar,	
respeitados	 os	 direitos	 individuais	 e	 nos	 termos	 da	 lei,	 o	 patrimônio,	 os	
rendimentos	e	as	atividades	econômicas	do	contribuinte.	
	 	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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1.4.	Princípio	da	não	surpresa	(art.	150,	III	–	CF)	
Formado	pela	união	dos	princípios	infra.	
Protege	os	princípios	da	confiança	e	da	segurança	jurídica.	
“VEDA	UMA	SUPRESA	‘RUIM’/’DESAGRADÁVEL’	AO	SUJEITO	PASSIVO.”	
1.4.1.	Princípio	da	irretroatividade	(art.	150,	III,	a	–	CF)	
Bastante	ligado	à	ideia	de	vigência	da	lei.	
Toda	vez	que	se	tem	a	criação/aumento	de	um	tributo,	ele	somente	pode	ser	cobrado	a	partir	da	vigência	
da	norma	que	o	criou/aumentou.	
“É	da	vigência	para	frente.”	
Contraexemplo.	Imposto	sobre	grandes	fortunas	está	previsto	na	Constituição,	contudo	ainda	não	existe.	
Quando	for	criado,	deve	ser	por	lei	complementar.	
Se,	eventualmente,	criar	o	imposto	sobre	grandes	fortunas,	esse	somente	poderá	ser	cobrado	a	partir	do	
momento	em	que	a	lei	entrar	em	vigor.	
Se	a	lei	entrar	em	vigor	em	agosto	de	2017,	a	lei	fixar	que	o	fato	gerador	ocorrerá	de	1.º	de	janeiro	de	
2017	a	31	de	janeiro	de	2017,	ela	retroagiu,	desrespeitando	o	princípio	da	irretroatividade.	
Ex.	No	caso	supra,	somente	poderá	haver	fato	gerador	a	partir	de	agosto	de	2017.	
1.4.1.1.	Exceções	
1.4.1.1.1.	Lei	interpretativa	(art.	106,	I	–	CTN)	
A	lei	interpretativa	RETROAGIRÁ.		
Nada	mais	é	que	a	interpretação	autêntica	(quando	o	Poder	Legislativo	interpreta	uma	lei	elaborada	por	
ele	mesmo).	
1.4.1.1.1.1.1.	Tese	dos	5+%	-	STJ	–	NÃO	MAIS	VIGENTE	em	razão	da	LC	118/05	
O	fisco	pode	homologar	o	tributo	(vide	lançamento	por	homologação	na	nota	abaixo)	por	meio	da:	
a)	homologação	expressa		
e		
b)	homologação	tácita	(passados	5	anos	da	data	do	fato	gerador	do	tributo	sujeito	ao	lançamento	por	
homologação,	esse	estará	homologado	tacitamente	(salvo	exceções,	a	serem	estudadas	a	posteriori).	
Se	 o	 tributo	 homologado	 tacitamente	 for	 pago	 a	 maior,	 o	 lançamento	 será	 dado	 5	 anos	 depois	 do	
pagamento	antecipado.	
Assim,	o	pagamento	indevido	caracterizar-se-á	em	5	anos,	no	momento	do	lançamento.	
Diante	do	narrado,	para	o	STJ,	a	repetição	do	indébito	(vide	art.	168	abaixo),	poderia	ser	pleiteada	em	5	
anos	a	partir	do	lançamento.	Em	caso	de	ajuizamento	dessas	ações,	então,	poder-se-ia	cobrar	o	valor	pago	
indevidamente	dos	últimos	10	anos.	
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Contudo,	a	Lei	118/05,	que	se	considerou	lei	interpretativa	para	retroagir,	excluiu	os	primeiros	5	anos.	
O	 STJ,	 noutro	 passo,	 definiu	 que	 a	 lei	 não	 era	 interpretativa	 por	 ferir	 a	 tripartição	 dos	 poderes,	
determinando	que	esta	NÃO	poderia	retroagir.	
Logo,	o	STJ	definiu	que	até	junho	de	2005	se	poderia	requerer	retroativamente	a	10	anos	e,	a	partir	
dessa	data,	somente	5	anos.	
Art.	106	-	CTN.	A	lei	aplica-se	a	ato	ou	fato	pretérito:	
I	 -	em	qualquer	caso,	quando	seja	expressamente	 interpretativa,	excluída	a	aplicação	de	penalidade	à	
infração	dos	dispositivos	interpretados;	
Art.	168	-	CTN.	O	direito	de	pleitear	a	restituição	extingue-se	com	o	decurso	do	prazo	de	5	(cinco)	anos,	
contados:	
I	-	nas	hipótese	dos	incisos	I	e	II	do	artigo	165,	da	data	da	extinção	do	crédito	tributário;	(Vide	art	3	da	LCp	
nº	118,	de	2005)	
Art.	3o		-	Lei	Complementar	118/05	-	Para	efeito	de	interpretação	do	inciso	I	do	art.	168	da	Lei	
no	5.172,	de	25	de	outubro	de	1966	–	Código	Tributário	Nacional,	a	extinção	do	crédito	tributário	ocorre,	
no	caso	de	tributo	sujeito	a	 lançamento	por	homologação,	no	momento	do	pagamento	antecipado	de	
que	trata	o	§	1o	do	art.	150	da	referida	Lei.	
Nota:	
-	Há	três	formas	de	um	lançamento(forma	de	constituição)	de	um	tributo:	
a)	Lançamento	de	ofício:	O	fisco	já	tem	todas	as	informações	que	precisa	para	lançar	o	crédito	tributário.	
Esse,	então,	pega	as	informações	do	sistema	e	lança.	
Ex.	IPTU.	
Ex2.	Imposto	de	importação	de	bagagem	acompanhada	(vide	abaixo)	quando	o	contribuinte	não	declara	
os	bens.	O	fisco	lança	de	ofício.	Deve-se	pagar	o	tributo	e	a	multa.		
b)	Lançamento	por	declaração:	O	sujeito	passivo	deve	prestar	as	primeiras	informações	para	o	fisco,	para	
que	este	tenha	informações	suficientes	para	lançar	a	obrigação.	
Ex.	Imposto	de	importação	de	bagagem	acompanhada	(Não	é	para	que	importa	habitualmente).	Deve-se	
entrar	na	fila	do	bem	a	declarar	e	informar	quais	bens	foram	comprados	no	exterior	e	o	valor.	Com	base	
nessas	informações,	o	fisco	terá	dados	para	tributar	o	contribuinte.	
Contraexemplo.	 IMPOSTO	DE	 RENDA	 (TRIBUTO	 POR	HOMOLOGAÇÃO).	 A	 DECLARAÇÃO	 É	 OBRIGAÇÃO	
ACESSÓRIA.	
c)	Lançamento	por	homologação:	Antes	do	 fisco	 fazer	qualquer	coisa,	o	sujeito	passivo	deve	calcular,	
declarar	e	recolher	o	valor	do	tributo	que	acha	devido.	
O	lançamento	será	efetuado	quando	o	fisco	homologa.	
Sujeito	passivo	nunca	lança	tributo.	Lançamento	é	ato	privativo	do	fisco.	
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Ex.	Imposto	de	renda	-	sujeito	passivo	empregado	tem	o	valor	retido	na	fonte.	Autônomos	têm	o	carnê	
leão.	
1.4.1.1.2.	Retroação	benigna	
SOMENTE	APLICÁVEL	PARA	MULTA.	
“Deixa	de	ser	multa,	a	multa	passa	a	ser	mais	barata,	etc.”		
Deve	ser	multa	+	melhora	a	vida	do	sujeito	passivo	+	ato	deve	estar	pendente.	
Ex.	Em	2012,	Astolfo	realizou	o	fato	gerador	de	um	tributo	e	de	uma	multa.	
Na	época	do	fato	gerador,	2012,	a	alíquota	do	tributo	era	de	15%	e	a	da	multa	era	de	80%.	
Em	2014,	foi	lavrado	auto	de	infração	em	face	de	Astolfo	em	razão	do	não	pagamento.	
Todavia,	em	2013,	lei	reduziu	a	alíquota	do	tributo	para	10%	e	da	multa	para	30%.	
No	auto	de	infração,	em	2014,	exigia-se	de	Astolfo	o	tributo	de	15%	e	a	multa	de	80%.	
DEVE-SE	FAZER	A	ANÁLISE	EM	SEPARADO	DO	TRIBUTO	E	DA	MULTA.	
Análise	da	multa:	
i.	É	multa;	ii.	A	lei	melhorou	a	vida	do	sujeito	passivo;	iii.	Multa	ainda	pendente.	
Assim,	a	multa	retroagirá,	ainda	que	não	expressamente	previsto	na	lei,	devendo-se	ser	cobrada	a	alíquota	
de	30%.	
Se	a	multa	já	tivesse	sido	paga,	e	a	lei	expressamente	trouxer	a	retroação	(traz	um	benefício	fiscal	–	não	
pode	ser	concedido	por	decreto),	retroagiria.	
Análise	do	tributo	(vide	art.	144	–	CTN	abaixo)	
A	alíquota	do	tributo	será	referente	àquela	vigente	à	época	do	fato	gerador.		
Assim,	deve	ser	cobrada	a	alíquota	de	15%.	
Contraexemplo.	Processo	administrativo	com	decisão	transitada	em	julgado	fixou	multa	em	75%.	Logo	
após,	houve	alteração	legislativa	para	50%.	Assim,	na	situação	narrada,	o	ato	ainda	estaria	pendente,	pois	
não	foi	transitado	em	julgado	na	esfera	judicial.	
Isto	posto,	RETROAGIRIA.	
Art.	106	-	CTN.	A	lei	aplica-se	a	ato	ou	fato	pretérito:	
II	-	tratando-se	de	ato	não	definitivamente	julgado:	
a)	quando	deixe	de	defini-lo	como	infração;	
b)	quando	deixe	de	 tratá-lo	como	contrário	a	qualquer	exigência	de	ação	ou	omissão,	desde	que	não	
tenha	sido	fraudulento	e	não	tenha	implicado	em	falta	de	pagamento	de	tributo;	
c)	quando	lhe	comine	penalidade	menos	severa	que	a	prevista	na	lei	vigente	ao	tempo	da	sua	prática.	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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Art.	144	-	CTN.	O	lançamento	reporta-se	à	data	da	ocorrência	do	fato	gerador	da	obrigação	e	rege-se	pela	
lei	então	vigente,	ainda	que	posteriormente	modificada	ou	revogada.	
1.4.1.1.3.	Aumento	poderes	fiscalização	e	Maiores	garantias	e	privilégios	para	o	crédito	tributário	
a)	Aumento	poderes	fiscalização	
Ex.	Em	2013,	o	fisco	não	poderia	acessar	os	dados	de	cartão	de	crédito	e	o	sujeito	passivo	pagou	2	mil	
reais	de	imposto	com	base	na	declaração.	
Em	2014,	lei	permite	acesso	aos	dados	do	cartão	de	crédito.	
Em	2015,	o	sujeito	passivo	cai	na	malha	fina,	e	o	fisco	pede	os	dados	de	cartão	de	crédito	daquele	de	2013.	
O	FISCO	PODERÁ	TER	ACESSO	AOS	DADOS	DE	CARTÃO	DE	CRÉDITO	DO	SUJEITO	PASSIVO	DE	2013.	
“O	fisco	não	estará	mexendo	no	fato	gerador,	mas	sim	o	sujeito	passivo	que	estava	sonegando.”	
O	FISCAL,	EM	2015,	NÃO	PODE	MEXER	NO	FATO	GERADOR.	
b)	Maiores	garantias	e	privilégios	para	o	crédito	tributário	
Ex.	Em	2013,	o	fisco	entra	com	ação	de	execução	fiscal	para	cobrar	IPTU	cujo	fato	se	deu	em	2010.	Na	
ocasião,	o	fisco	não	encontra	nenhum	bem	em	nome	do	sujeito	passivo.	
Em	2014,	é	criado	o	BACENJUD	por	meio	de	 lei.	Assim,	no	bojo	da	execução	fiscal	de	2013,	poder-se-á	
utilizar	o	BACENJUD.	
Contraexemplo.	No	exemplo	acima,	a	lei	que	criou	o	BACENJUD	também	determina	que	o	cônjuge	também	
terá	 responsabilidade	 tributária.	NESTE	CASO,	O	CÔNJUGE	NÃO	PODERÁ	RESPONDER,	POIS	A	LEI	NÃO	
PODERÁ	RETROAGIR	(VIDE	EXCEÇÃO	DO	ARTIGO	DESTACADA	ABAIXO).	
Art.	144	-	CTN.	O	lançamento	reporta-se	à	data	da	ocorrência	do	fato	gerador	da	obrigação	e	rege-se	pela	
lei	então	vigente,	ainda	que	posteriormente	modificada	ou	revogada.	
§	1º	Aplica-se	ao	lançamento	a	legislação	que,	posteriormente	à	ocorrência	do	fato	gerador	da	obrigação,	
tenha	 instituído	 novos	 critérios	 de	 apuração	 ou	 processos	 de	 fiscalização,	 ampliado	 os	 poderes	 de	
investigação	das	autoridades	administrativas,	ou	outorgado	ao	crédito	maiores	garantias	ou	privilégios,	
exceto,	neste	último	caso	(GARANTIAS	E	PRIVILÉGIOS	DO	CRÉDITO),	para	o	
efeito	de	atribuir	responsabilidade	tributária	a	terceiros.	
SUPERIMPORTANTE:	
A	Constituição	NÃO	traz	ao	princípio	da	irretroatividade.	
	
	 	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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08/09/17	
Não	há	como	se	estudar	os	princípios	da	anterioridade	de	forma	dissociada.	
1.4.2.	Princípio	da	anterioridade	do	exercício	financeiro	(art.	150,	III,	b	–	CF)	e	1.4.3.	Princípio	da	
anterioridade	nonagesimal/noventena/mitigada/noventídio	(art.	150,	III,	c	–	CF)		
a)	Princípio	da	anterioridade	do	exercício	financeiro:	
III	-	cobrar	tributos:	
a)	em	relação	a	fatos	geradores	ocorridos	antes	do	início	da	vigência	da	lei	que	os	houver	instituído	ou	
aumentado;	
Toda	vez	que	se	tiver	um	aumento	da	carga	tributária,	ou	seja,	quando	se	tem	criação/majoração	de	um	
tributo,	deve-se	esperar	o	exercício	financeiro	seguinte	(“virada	do	ano”)	para	começar	a	cobrar.	
“Somente	se	pode	cobrar	no	dia	1º	de	janeiro	do	ano	seguinte	à	publicação	da	lei	que	criou	ou	que	
aumentou	o	tributo.”	
b)	Princípio	da	anterioridade	nonagesimal:	
art.	150	–	CF	-Sem	prejuízo	de	outras	garantias	asseguradas	ao	contribuinte,	é	vedado	à	União,	aos	
Estados,	ao	Distrito	Federal	e	aos	Municípios:	
III	-	cobrar	tributos:	
b)	 no	 mesmo	 exercício	 financeiro	 em	 que	 haja	 sido	 publicada	 a	 lei	 que	 os	 instituiu	 ou	
aumentou;																															(Vide	Emenda	Constitucional	nº	3,	de	1993)	
c)	antes	de	decorridos	noventa	dias	da	data	em	que	haja	sido	publicada	a	lei	que	os	instituiu	ou	aumentou,	
observado	o	disposto	na	alínea	b;	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 (Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	42,	de	
19.12.2003)	
90	dias	≠	3	meses	à	deve-se	levar	em	consideração	os	meses	que	têm	30,	31	e	28	dias.	
c)	Considerações	gerais	
i.	Regra:		
Criação/aumento	de	tributo,	observa-se	TANTO	A	ANTERIORIDADE	DO	EXERCÍCIO	FINANCEIRO	QUANTO	
A	ANTERIORIDADE	NONAGESIMAL.	
Ex.	ITR	(não	é	exceção,	respeita	as	duas	anterioridades)	teve	majoração	da	alíquota	em	setembro	de	2017.	
i.	Anterioridade	do	exercício	financeiro:	pode-se	cobrar	em	1º	de	janeiro	de	2018.	
ii.	Anterioridade	nonagesimal:	Em	algum	dia	de	dezembro	de	2017,	respeitada	a	noventena.	
Como	se	deve	aplicar	os	dois	de	forma	conjunta,	ESCOLHE-SE	A	DATA	MAIS	DISTANTE.	
NÃO	É	SOMAR.	ANALISA-SE	SEPARADAMENTE	E,	APÓS,	ESCOLHE-SE	A	DATA	MAIS	LONGÍNQUA.Assim,	in	casu,	a	data	seria	1º	de	janeiro	de	2018.	
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i.	Exceção	(IMPORTANTE):	
Cobrança	IMEDIATA	 Só	90	dias	(noventena)	 Só	virada	do	ano	(exercício)	
-	 Impostos	 extrafiscais1	
(EXCETO	IPI)	
Imposto	de	importação;	
Imposto	de	exportação	e	
Imposto	 sobre	 Operações	
Financeiras.	
-	 Tributos	 relacionados	 à	
GUERRA:	
Imposto	 Extraordinário	 de	
Guerra	(se	instituído	em	caso	de	
guerra,	 poderá	 ser	 cobrado	
imediatamente,	ante	à	urgência	
das	circunstâncias)	
Empréstimo	 compulsório2	
(GUERRA	 EXTERNA	 OU	 SUA	
IMINÊNCIA	 E	 CALAMIDADE	
PÚBLICA)	
-	IPI	
-	 Contribuições	 de	 Seguridade	
Social	 (art.	 195	 –	 CF):	 Aquelas	
que	 vão	 financiar	 os	 direitos	
sociais	 à	 Saúde,	 Assistência	 e	
Previdência	(“Tecla	SAP”).	
Ex.	 PIS,	 Cofins,	 CSLL,	
Contribuição	 sobre	 Folha	 de	
Salário.	
-	 Reestabelecimento	 da	
alíquota	CIDE	COMBUSTÍVEL		
Pode	 ser	 por	 decreto	 (exceção	
ao	 princípio	 da	 legalidade)	 e	
somente	respeita	os	90	dias.	
Aumentar	 alíquota	 CIDE	
Combustível	–	não	pode	ser	por	
decreto	e	deve	respeitar	ambas	
as	anterioridades.		
-	 Reestabelecimento	 ICMS	
MONOFÁSICO.	
-	Imposto	de	Renda	
-	 BASE	 DE	 CÁLCULO	 (NÃO	
ALÍQUOTA	E	NÃO	É	AUMENTO	
DO	 TRIBUTO)	 DO	 IPTU	 E	 DO	
IPVA	
“Se	aumentar	a	alíquota	do	IPTU	
E	IPVA	–	duas	anterioridades”	
“Se	aumentar	o	IPTU	e	o	IPVA	–	
duas	anterioridades”	
“Se	aumentar	a	base	de	cálculo	
(Ex.	Valor	venal	do	automóvel)	–	
somente	 anterioridade	 do	
exercício	financeiro,	isto	é,	basta	
esperar	a	virada	do	ano.”	
“Somente	na	virada	do	ano	que	
se	consegue	apurar	os	efeitos	
da	inflação	na	propriedade.”	
	
(1)	 Impostos	 extrafiscais:	 Dos	 impostos	 extrafiscais	 que	 são	 exceção	 à	 legalidade	 (importação,	
exportação,	 IOF	e	 IPI),	 somente	3	 são	 imediatos,	 quais	 seja,	 importação,	 exportação	e	 IOF,	pois,	 para	
regular	determinada	situação,	não	pode	haver	embaraço.		
O	IPI	não	é	considerado	tributo	imediato,	sendo	tributo	indireto	(vide	nota	abaixo),	motivo	pelo	qual	
não	figura	no	rol	dos	tributos	de	cobrança	imediata.	
(2)	Empréstimo	compulsório:		Pode	ser	criado	diante	das	seguintes	situações:	
a)	Guerra	externa	ou	sua	iminência	(inciso	I):	IMEDIATO	
b)	Calamidade	pública	(inciso	I):	IMEDIATO	
c)	Investimento	público	de	relevante/urgente	interesse	nacional:	RESPEITA	AS	DUAS	ANTERIORIDADES		
Art.	148	-	CF.	A	União,	mediante	lei	complementar,	poderá	instituir	empréstimos	compulsórios:	
I	-	para	atender	a	despesas	extraordinárias,	decorrentes	de	calamidade	pública,	de	guerra	externa	ou	sua	
iminência;	
II	-	no	caso	de	investimento	público	de	caráter	urgente	e	de	relevante	interesse	nacional,	observado	o	
disposto	no	art.	150,	III,	"b".	(ERRO	DO	CONSTITUINTE	–	RESPEITA	TANTO	A	NOVENTENA	QUANTO	A	
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ANTERIORIDADE	DO	EXERCÍCIO	FINANEIRO,	POIS,	QUANDO,	EM	2003,	OCASIÃO	EM	QUE	EMENDARAM	
A	CONSTITUIÇÃO	PARA	INCLUIR	A	ANTERIORIDADE	NONAGESIMAL,	DEVERIAM	TER	ALTERADO	ESSA	
ALÍNEA,	NO	ENTANTO	SE	ESQUECERAM	–	O	ART.	150,	§1º	-	CF,	TRAZ	AS	EXCEÇÕES,	MAS	NÃO	CITA	A	
ALÍNEA	II,	MOTIVO	PELO	QUAL	SE	VERIFICA	QUE	ELA	RESPEITA	AMBAS	AS	ANTERIORIDADES).	
Parágrafo	 único.	 A	 aplicação	 dos	 recursos	 provenientes	 de	 empréstimo	 compulsório	 será	 vinculada	 à	
despesa	que	fundamentou	sua	instituição.	
CONTRIBUIÇÕES	DE	SEGURIDADE	SOCIAL	-	art.	195	–	CF	-	§	6º	As	contribuições	sociais	de	que	trata	este	
artigo	só	poderão	ser	exigidas	após	decorridos	noventa	dias	da	data	da	publicação	da	lei	que	as	houver	
instituído	ou	modificado,	não	se	lhes	aplicando	o	disposto	no	art.	150,	III,	"b".	
CIDE	 COMBUSTÍVEL	 -	 art.	 177	 –	 CF	 -	 §	 4º	 A	 lei	 que	 instituir	 contribuição	 de	 intervenção	 no	 domínio	
econômico	 relativa	às	atividades	de	 importação	ou	comercialização	de	petróleo	e	 seus	derivados,	 gás	
natural	 e	 seus	 derivados	 e	 álcool	 combustível	 deverá	 atender	 aos	 seguintes	
requisitos:																															(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
I	-	a	alíquota	da	contribuição	poderá	ser:																															(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	
2001)	
a)	diferenciada	por	produto	ou	uso;																													(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
b)reduzida	 e	 restabelecida	 por	 ato	 do	 Poder	 Executivo,	 não	 se	 lhe	 aplicando	 o	 disposto	 no	 art.	
150,III,	b;																																			(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
ICMS	 Monofásico	 –	 Art.	 155	 -	 CF.	 Compete	 aos	 Estados	 e	 ao	 Distrito	 Federal	 instituir	 impostos	
sobre:																																	(Redação	dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	3,	de	1993)	
XII	-	cabe	à	lei	complementar:	
h)	definir	os	combustíveis	e	lubrificantes	sobre	os	quais	o	imposto	incidirá	uma	única	vez,	qualquer	que	
seja	a	sua	finalidade,	hipótese	em	que	não	se	aplicará	o	disposto	no	inciso	X,	b;																															(Incluída	
pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)																								(Vide	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
§	4º	Na	hipótese	do	inciso	XII,	h,	observar-se-á	o	seguinte:																																(Incluído	pela	Emenda	
Constitucional	nº	33,	de	2001)	
IV	 -	as	alíquotas	do	 imposto	 serão	definidas	mediante	deliberação	dos	Estados	e	Distrito	Federal,	nos	
termos	do	§	2º,	XII,	g,	observando-se	o	seguinte:																											(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	
33,	de	2001)	
a)	 serão	 uniformes	 em	 todo	 o	 território	 nacional,	 podendo	 ser	 diferenciadas	 por	
produto;																																	(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
b)	poderão	ser	específicas,	por	unidade	de	medida	adotada,	ou	ad	valorem,	 incidindo	sobre	o	valor	da	
operação	ou	sobre	o	preço	que	o	produto	ou	seu	similar	alcançaria	em	uma	venda	em	condições	de	livre	
concorrência;																													(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
c)	 poderão	 ser	 reduzidas	 e	 restabelecidas,	 não	 se	 lhes	 aplicando	 o	 disposto	 no	 art.	 150,	
III,	b.																														(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	33,	de	2001)	
	
	
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Nota:	
-	Tributos	diretos	vs.	indiretos:	
a)	 Tributos	 indiretos:	 Há	 o	 repasse,	 há	 repercussão	 do	 ônus	 tributário,	 ou	 seja,	 aquilo	 que	 o	
contribuinte/sujeito	passivo	recolhe,	pode	embutir	no	preço	final	do	produto,	serviço	e	mercadoria.	
Ex.	IPI/ICMS/ISS.	
Ex	–	 IPI.	 Industrial	pratica	fato	gerador	do	 IPI.	Deve	recolher	para	a	União.	Custo	+	 lucro	do	produto	=	
R$180,00.	Valor	do	IPI	=	R$20,00.		
Pode-se	embutir	os	R$20,00	do	IPI	no	preço	final	do	produto,	ou	seja,	vender-se-ia	o	produto	por	R$200,00.	
“Por	essa	possibilidade	de	se	embutir	no	preço	final	é	que	se	diz	que	há	o	repasse	ou	repercussão	do	
ônus	tributário.”	
Por	essa	razão,	o	STJ	criou	a	nomenclatura	do	contribuinte	de	fato	e	contribuinte	de	direito	que,	a	seu	
turno,	somente	são	encontrados	nos	tributos	indiretos.	
i.	 Contribuinte	 de	 direito:	 aquele	 que	 figura	 na	 relação	 jurídica	 obrigacional	 (Ex	 supra.	 Industrial	 –	
designado	pela	lei	como	sendo	aquele	que	tem	que	recolher	o	IPI).	
ii.	Contribuinte	de	fato:	quem	de	fato	paga	o	tributo	(Ex	supra.	Comprador	do	produto).	
IPI	já	foi	considerado	tributo	imediato,	todavia	não	mais	o	é	(quando	mudava,	
indústria	tinha	dificuldades	de	se	adequar	e	passar	o	valor	correto	para	o	consumidor	final).	
IMPORTANTE:	
1)	Princípios	da	anterioridade	(noventena	e	do	exercício	financeiro)	e	multa	-	Aplicam-se	os	
princípios	da	anterioridade	quando	se	trata	de	MULTA?	
A	multa	é	instituída	para	barrar	a	prática	de	determinada	conduta.	
Dessa	feita,	seria	ilógico	aplicar	os	princípios	da	anterioridade	à	multa.	Assim,	
a	multa	não	respeita	os	princípiosda	anterioridade	(caso	contrário,	seria	um	“salvo	
conduto”	para	que	se	praticasse	a	conduta	ao	longo	do	tempo	que	a	multa	não	pudesse	produzir	seus	
efeitos).	
-	Irretroatividade	está	ligado	à	ideia	de	vigência	da	lei,	ao	passo	que	anterioridade	se	refere	à	eficácia	
da	norma	jurídica.	
2)	Extinção	e	redução	do	tributo	não	tem	que	respeitar	o	princípio	da	anterioridade	
Os	 princípios	 da	 irretroatividade	 e	 anterioridade,	 espécies	 do	 princípio	 da	 não	 surpresa,	 protegem	 o	
SUJEITO	PASSIVO	e	não	o	fisco.	
No	caso	da	redução,	 trata-se	de	uma	“surpresa	boa”.	Assim,	não	é	necessário	respeitar	o	princípio	da	
anterioridade.	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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-	A	lei	pode	determinar	quando	entrará	em	vigor	(Ex.	Extinguirá	o	Imposto	de	Renda	daqui	a	10	anos).	
NÃO	 TEM	 RELAÇÃO	 COM	 O	 PRINCÍPIO	 DA	 ANTERIORIDADE,	 mas	 sim	 com	 a	 vigência	 que	 é	 um	
pressuposto	para	aplicação	da	eficácia.	
3)	Não	se	aplica	a	anterioridade	às	obrigações	acessórias	(obrigações	instrumentais)	
Ex.	Vencimento	do	tributo	ocorria	a	todo	dia	18	de	cada	mês.	A	lei	diz	que	o	tributo	vai	vencer	
dia	7	de	cada	mês.	UM	VEÍCULO	NORMATIVO	QUE	NÃO	SEJA	LEI	EM	SENTIDO	ESTRITO	PODE	
CRIAR	 OBRIGAÇÃO	 ACESSÓRIA	 (EX.	 DECRETO	 PODE	 ALTERAR	 A	 DATA	 DE	 VENCIMENTO	 DO	
TRIBUTO	–	OBRIGAÇÃO	ACESSÓRIA	–	ESTÁ	LIGADA	AO	ASPECTO	QUANTITATIVO	DO	TRIBUTO).		
Nesse	caso,	o	STJ	disse	que	não	tem	que	se	respeitar	o	princípio	da	anterioridade.	
“Norma	legal	que	altera	o	prazo	do	vencimento	do	tributo	NÃO	SE	SUJEITA	AO	PRINCÍPIO	DA	
ANTERIORIDADE.”	
Súmula	Vinculante	50	
Norma	 legal	que	altera	o	prazo	de	recolhimento	de	obrigação	tributária	não	se	sujeita	ao	princípio	da	
anterioridade.	
Súmula	669	-	STF	
Norma	 legal	que	altera	o	prazo	de	recolhimento	da	obrigação	tributária	não	se	sujeita	ao	princípio	da	
anterioridade.	
Diante	das	inúmeras	irresignações,	transformada	em	súmula	vinculante	(vide	acima).	
4)	 Lei	 que	 reduz	 ou	 extingue	 desconto	 legalmente	 previsto	 não	 respeita	 o	 princípio	 da	
anterioridade	
Lei	dá	desconto	em	determinado	tributo	(necessária	lei,	pois	se	trata	de	benefício	fiscal).	Vem	outra	lei	e	
diz	que	não	mais	há	desconto.			
NÃO	INCIDE	PRINCÍPIO	DA	ANTERIORIDADE.	
NÃO	É	AUMENTO	DE	TRIBUTO	–	REDUÇÃO	EXTINÇÃO	DE	DESCONTO	LEGALMENTE	PREVISTO	–	INCIDE	
DE	FORMA	IMEDIATA!	
ADI	4016/PR	-	Ementa	
Medida	cautelar	em	ação	direta	de	inconstitucionalidade.	
2.	Art.	3º	da	Lei	nº	15.747,	de	24	de	dezembro	de	2007,	do	Estado	do	Paraná,	que	estabelece	como	data	
inicial	de	vigência	da	lei	a	data	de	sua	publicação.	
3.	Alteração	de	dispositivos	da	Lei	nº	14.260/2003,	do	Estado	do	Paraná,	a	qual	dispõe	sobre	o	Imposto	
sobre	a	Propriedade	de	Veículos	Automotores	-	IPVA.	
4.	Alegada	violação	ao	art.	150,	III,	alínea	c,	da	Constituição	Federal.	
5.	A	redução	ou	a	extinção	de	desconto	para	pagamento	de	tributo	sob	determinadas	condições	previstas	
em	lei,	como	o	pagamento	antecipado	em	parcela	única,	não	pode	ser	equiparada	à	majoração	do	tributo	
em	questão,	no	caso,	o	IPVA.	Não-incidência	do	princípio	da	anterioridade	tributária.	
6.	 Vencida	 a	 tese	 de	 que	 a	 redução	 ou	 supressão	 de	 desconto	 previsto	 em	 lei	 implica,	 automática	 e	
aritmeticamente,	aumento	do	valor	do	tributo	devido.	
7.	Medida	cautelar	indeferida.	
	
Professora:	Lílian	Souza	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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Nota:	
-	Teoria	da	norma	tributária	(Geraldo	Ataliba):	
A	 norma	 tributária	 é	 dividida	 em	 dois	 blocos,	 quais	 sejam	 (pode-se	 encontrar	 classificações	 pouco	
diferentes	em	outros	autores,	mas	essa	é	matriz):	
a)	Hipótese	de	incidência	
Os	aspectos	abaixo	devem	estar	previstos	em	lei	em	sentido	estrito.	
i.	Aspecto	material	–	Situação	narrada	na	lei	que,	se	acontece,	gera	o	nascimento	do	tributo.	(Ex.	IPTU	–	
propriedade	de	um	imóvel)		
ii.	Aspecto	pessoal	–	Em	quem	o	tributo	vai	incidir	e	quem	pode	cobrar.	(Ex.	IPTU	–	Município	pode	cobrar	
e	quem	deve	pagar	é	o	proprietário,	possuidor	com	animus	domini,	etc.)	
iii.	Aspecto	espacial	–	Onde	a	situação	deve	ocorrer	para	que	o	tributo	nasça.	(Ex.	IPTU	–	imóvel	localizado	
na	zona	urbana	de	um	município)	
iv.	Aspecto	temporal	–	Quando	a	situação	deve	ocorrer.	(Ex.	IPTU	–	fato	gerador	ocorre	aos	1º	de	janeiro	
de	cada	ano)	
Se	todos	os	aspectos	ocorrerem,	configurado	o	FATO	GERADOR,	rumando-se	para	o	
mandamento/consequente.	
b)	Mandamento/consequente	
i.	Aspecto	operacional	–	Como/onde/quando	pagar.	(Ex.	IPTU	–	A	lei	municipal	pode	dizer	que	se	pagar	o	
IPTU	até	28	de	 janeiro,	ter-se-á	10%	de	desconto	ou	pode	pagar	parcelado	em	até	6x	sem	o	desconto.	
Deve-se	pagar	na	Caixa	Econômica	Federal,	etc.)	(Legislação	–	Ex.	Vide	alteração	do	vencimento	supra)	
ii.	Aspecto	quantitativo	–	Base	de	cálculo	e	alíquota	(Ex.	IPTU	–	Base	de	cálculo	–	valor	venal,	alíquota	–	
depende	–	pode	ser	progressiva,	etc.	–	“a	lei	vai	dizer”)	(Via	de	regra	–	lei	em	sentido	estrito	–	a	ALÍQUOTA	
de	alguns	tributos	é	exceção	–	vide	acima)	
iii.	 Aspecto	 pessoal	–	 A	 lei	 pode	 elencar	 responsável	 tributário,	 pode	 haver	 delegação	 de	 capacidade	
tributária	ativa	(Somente	por	lei	em	sentido	estrito)	
5)	Polêmica	–	Revogação	de	benefício	fiscal		
i.	Jurisprudência	(conjunto	de	decisões	reiteradas	num	sentido):	Aplicação	imediata,	ex	vi	Súmula	615	–	
STF.	
Súmula	615	-	STF	
O	 princípio	 constitucional	 da	 anualidade	 (§	 29	 do	 art.	 153	 da	 Constituição	 Federal)	 não	 se	 aplica	 à	
revogação	de	isenção	do	ICM.	
ii.	2014	(RE	564.225)	–	“Alteração	do	aspecto	quantitativo	da	norma	jurídico	tributária	(que	represente	
surpresa	 negativa	 ao	 sujeito	 passivo)	 equivaleria	 a	 majoração,	 devendo-se	 respeitar	 os	 princípios	 da	
anterioridade.	
		
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Lei	que	reduzia	base	de	cálculo	de	determinado	tributo	e	ela	foi	REVOGADA.	De	certa	forma,	é	redução	
de	benefício	fiscal.	
A	jurisprudência	consolidada	dizia	que	era	imediato.	
Contudo,	o	STF,	em	2014,	 começou	a	 indicar	possível	mudança	 jurisprudência	 (DECISÃO	 ISOLADA	DA	
PRIMEIRA	TURMA	DO	STF)l.	Começou	a	versar	sobre	o	princípio	da	anterioridade,	não	surpresa,	confiança.	
Base	de	cálculo	é	um	dos	elementos	do	aspecto	quantitativo	do	mandamento/consequente.	Assim,	disse	
que	TODA	ALTERAÇÃO	DO	ASPECTO	QUANTITATIVO	DA	NORMA	JURÍDICO	TRIBUTÁRIA	REPRESENTARIA	
UMA	MAJORAÇÃO.	
RE	564.225	-	EMENTA:	
IMPOSTO	SOBRE	CIRCULAÇÃO	DE	MERCADORIAS	SERVIÇOS	–	DECRETOS	No	39.596	E	No	39.697,	DE	1999,	
DO	 ESTADO	 DO	 RIO	 GRANDE	 DO	 SUL	 –	 REVOGAÇÃO	 DE	 BENEFÍCIO	 FISCAL	 –	 PRINCÍPIO	 DA	
ANTERIORIDADE	–	DEVER	DE	OBSERVÂNCIA	–	PRECEDENTES.	Promovido	aumento	indireto	do	Imposto	
Sobre	Circulação	de	Mercadorias	e	Serviços	–	ICMS	por	meio	da	revogação	de	benefício	fiscal,	surge	o	
dever	de	observância	ao	princípio	da	anterioridade,	geral	e	nonagesimal,	constante	das	alíneas	“b”	e	“c”	
do	inciso	III	do	artigo	150,	da	Carta.	Precedente	–	Medida	Cautelar	na	Ação	Direta	de	Inconstitucionalidade	
no	2.325/DF,	de	minha	relatoria,	julgada	em	23	de	setembro	de	2004.		
MULTA	–	AGRAVO	–	ARTIGO	557,	§	2o,	DO	CÓDIGO	DE	PROCESSO	CIVIL.	Surgindo	do	exame	do	agravo	o	
caráter	manifestamente	 infundado,	 impõe-se	 a	 aplicação	da	multa	 prevista	 no	 §	 2o	do	 artigo	 557	do	
Código	de	Processo	Civil.		
	
Então,	 a	 princípio,	 pode	 haver	 conflito	 entre	 o	 RE	 564.225	 com	 a	 ADI	
4016/PR.	
DEVE-SE	OBSERVAR	A	QUESTÃO	E	AS	ASSERTIVAS:	
a)	 REDUÇÃO	 EXTINÇÃO	 DE	 DESCONTO	 LEGALMENTE	 PREVISTO	 –	 ADI	
4016/PR	-	INCIDE	DE	FORMA	IMEDIATA;		
b)	TODA	ALTERAÇÃO	DO	CRITÉRIO	QUANTITATIVO	DA	NORMA	JURÍDICO	
TRIBUTÁRIA,	DE	ACORDO	COM	ENTENDIMENTO	DO	STF,	REPRESENTARIA	
AUMENTO	DO	TRIBUTO,	DEVENDO-SE,	POIS,	RESPEITAR	O	PRINCÍPIO	DA	
ANTERIORIDADE.	
AMBAS	AS	ALTERNATIVAS	ESTÃO	CORRETAS	
6)	Anterioridade,	impostos	e	Medida	Provisória	
Art.	 62	 	 -	 CF.	 Em	 casode	 relevância	 e	 urgência,	 o	 Presidente	 da	 República	 poderá	 adotar	 medidas	
provisórias,	 com	 força	 de	 lei,	 devendo	 submetê-las	 de	 imediato	 ao	 Congresso	
Nacional.																												(Redação	dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	32,	de	2001)	
§	 2º	 Medida	 provisória	 que	 implique	 instituição	 ou	 majoração	 de	 impostos	 (NÃO	 É	 TRIBUTO),	
exceto	o	 imposto	de	 importação,	 imposto	de	exportação,	 IOF,	 IPI	e	o	 Imposto	
Extraordinário	de	Guerra	(previstos	nos	arts.	153,	I,	II,	IV,	V,	e	154,	II),	só	produzirá	
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efeitos	no	exercício	financeiro	seguinte	se	houver	sido	convertida	em	lei	até	o	último	dia	daquele	em	que	
foi	editada.																													(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	nº	32,	de	2001)	
Regra	 relacionada	 com	 a	 anterioridade	 do	 exercício	 financeiro	 e	 a	 instituição	 e	 majoração	 de	
IMPOSTOS	por	Medida	Provisória.	
Para	que	se	consiga	aplicar	o	princípio	da	anterioridade	do	exercício	financeiro	para	imposto	que	foi	
criado/majorado	 por	Medida	 Provisória,	deve-se	 contar	 a	 anterioridade	 do	 exercício	 financeiro	 (“vai	
poder	valer	no	1º	de	janeiro	do	ano	seguinte”)	se	a	medida	provisória	tiver	sido	convertida	em	lei	até	o	
último	dia	do	ano	anterior.	
Ex	 –	 LEI.	 Lei	 aumentou	 a	 alíquota	 do	 imposto	 de	 renda	 em	 setembro	 de	 2017.	 De	 acordo	 com	 a	
anterioridade	do	exercício	financeiro,	aplica-se	em	1º	de	janeiro	de	2018.	
Ex	–	MEDIDA	PROVISÓRIA.	Medida	provisória	aumentou	a	alíquota	do	imposto	de	renda	em	setembro	de	
2017.	 PARA	 COBRAR	 EM	 1º	 DE	 JANEIRO	 DE	 2018,	 ESSA	MEDIDA	 PROVISÓRIA	 TEM	 QUE	 TER	 SIDO	
CONVERTIDA	 EM	 LEI	 ATÉ	 31	 DE	 DEZEMBRO	 DE	 2017.	 CASO	 CONTRÁRIO,	 POR	 EXEMPLO,	 FOR	
CONVERTIDA	EM	LEI	EM	FEVEREIRO	DE	2018,	SOMENTE	PODERÁ	PRODUZIR	SEUS	EFEITOS	EM	2019.	
SOMENTE	PARA	IMPOSTO	QUE	FOI	MAJORADO	OU	CRIADO	POR	MEDIDA	
PROVISÓRIA.	
NESSE	 CASO,	 QUANTO	 À	 NOVENTENA,	 CONTA-SE	 DA	 PUBLICAÇÃO	 DA	
MEDIDA	 PROVISÓRIA,	 ISTO	 É,	 NOS	 EXEMPLOS	 SUPRA,	 A	 PARTIR	 DE	
SETEMBRO	 DE	 2017,	 A	 NÃO	 SER	 QUE	 NA	 PUBLICAÇÃO	 DA	 LEI	 HAJA	
ALTERAÇÃO	SUBSTANCIAL	NO	TEXTO	DA	MEDIDA	PROVISÓRIA.	
“Se	simplesmente	converter	em	lei	do	jeito	que	tava,	inicia-se	a	contagem	em	setembro	de	2017.	Agora,	
se	no	momento	da	conversão	em	lei,	houver	alteração	substancial	no	texto	da	Medida	Provisória,	
começa-se	a	contar	em	fevereiro	de	2018	(na	hipótese	dos	exemplos	acima).”	
Não	se	aplica	ao	imposto	de	importação,	imposto	de	exportação,	IOF,	IPI	e	o	Imposto	Extraordinário	de	
Guerra,	porque	NENHUM	DELES	RESPEITA	O	PRINCÍPIO	DA	ANTERIORIDADE	DO	EXERCÍCIO	FINANCEIRO.	
1.5.	Princípio	do	não	confisco	(art.	150,	inciso	IV	–	CF)	
Nenhum	tributo	pode	ser	confiscatório.	Não	há	exceção.	
Tributo	é	tipo	de	receita	derivada.	
“Se	o	fisco	vai	com	muita	sede	ao	pote,	num	primeiro	momento,	pode	arrecadar	mais,	mas,	no	
futuro,	matará	a	galinha	de	ovos	de	ouro.”	
“Protege	o	fisco	da	sua	própria	sede	arrecadatória.”	
1.5.1.	Conceito	indeterminado	
Necessária	análise	do	caso	concreto	para	se	dizer	se	o	tributo	é	confiscatório	ou	não	é.	
Ferramentas	para	verificação:	
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1.5.1.1.	Ótica	individual	
Analisa-se	o	tributo	em	si.		
“Verifica-se	o	tributo	e	olha	se	ele	é	confiscatório	ou	não.”	
Ex.	Imposto	de	Renda	de	70%,	IPTU	de	20%.	
1.5.1.2.	Ótica	global	
Analisa-se	a	carga	tributária	de	um	mesmo	sujeito	ativo	para	com	um	determinado	sujeito	passivo.	
Ex.	Paga-se	imposto	de	renda	e	contribuição	previdenciária.		
Servidor	Público	de	cargo	efetivo	federal,	por	ter	um	teto	mais	alto,	nada	mais	justo,	em	razão	do	princípio	
da	solidariedade	que	rege	a	previdência,	que	ele	pague	um	valor	mais	alto.	Por	isso,	queria	aumentar	a	
contribuição	previdenciária	para	25%.	
Contudo,	esse	servidor	público	paga	imposto	de	renda	de	27,5%.	
O	STF	disse	que,	pela	ótica	individual,	tudo	bem,	mas,	pela	ótica	global,	o	aumento	é	confiscatório,	pois	
a	União	ficaria	com	mais	de	50%	do	vencimento	do	servidor.		
Desse	modo,	o	aumento	foi	barrado	por	violação	do	princípio	do	não	confisco	pela	ótica	global.	
Art.	150	–	CF	-	IV	-	utilizar	tributo	com	efeito	de	confisco;	
1.5.2.	Princípio	do	não	confisco	e	multa	
A	multa,	mesmo	sendo	penalidade,	também	não	pode	ter	caráter	confiscatório	(ADI	
551/RJ).	
O	objetivo	da	multa	é	impedir	a	prática	de	atitudes	ilícitas,	aplicando	sanção	financeira.	
	
	
	
	
	
	
	 	
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1.6.	Princípio	da	liberdade	de	tráfego	(art.	150,	inciso	V	–	CF)	
O	tributo	não	pode	embaraçar	o	direito	de	 ir	e	 vir	e,	muito	menos,	de	 ir	e	 vir	 com	os	bens,	
principalmente	em	tempo	de	paz.	
art.	 150	 –	 CF	 -	 V	 -	 estabelecer	 limitações	 ao	 tráfego	 de	 pessoas	 ou	 bens,	 por	 meio	 de	 tributos	
interestaduais	ou	intermunicipais,	ressalvada	a	cobrança	de	pedágio	pela	utilização	
de	vias	conservadas	pelo	Poder	Público;	
Por	 interpretação	 lógica,	 nada	 pode	 limitar	 o	 direito	 de	 ir	 e	 vir,	 EXCETO	 O	 PEDÁGIO	 que,	 nessa	
interpretação,	seria	tributo.	O	pedágio	somente	poderia	ser	taxa	de	serviço	(prestação	de	serviço	público	
à	disposição	do	sujeito	passivo	–	se	usar,	paga	taxa).	
A	doutrina	criou	a	teoria	da	via	alternativa	(Celso	Antônio	Bandeira	de	Melo)1:		
(1)	Teoria	da	via	alternativa:	Se	tiver	somente	uma	estrada	ligando	o	ponto	A	e	B,	pode	ter	pedágio	se	
ele	tiver	natureza	jurídica	de	taxa.	
Já	o	pedágio	com	natureza	de	tarifa	(regulado	pela	Lei	8666/93)	somente	em	casos	de	mais	de	uma	via	
ligando	o	ponto	A	e	B.	
“Via	alternativa,	possível	tanto	tarifa	quanto	taxa.”	
Utilizou-se	a	interpretação	lógica	da	Constituição	Federal.	
Teoria	inviável	na	prática.	
Contudo,	 o	 STF	 proferiu	 decisão	 que	 PEDÁGIO	 tem	 natureza	 de	 tarifa	 ou	 preço	
público.	
Nota:	
-	Se	a	prova	cobrar	jurisprudência	antiga,	pode	versar	sobre	selo	pedágio	que,	por	sua	vez,	
é,	por	exemplo,	um	adesivo	que	se	cola	no	carro	para	andar	em	determinado	trecho	de	uma	
rodovia	por	determinado	período	(passou	uma	vez	ou	vinte	vezes,	paga-se	o	mesmo	valor	pelo	
selo	pedágio).	O	selo	pedágio,	conforme	STF,	tem	natureza	de	taxa.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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1.6.1.	Liberdade	de	tráfego	e	sanção	política2	
Há	uma	situação	da	sanção	política	que	está	intimamente	ligado	à	liberdade	de	tráfego,	qual	seja,	quando	
o	Poder	Público	aborda	o	sujeito	passivo	 (em	gozo	de	seu	direito	de	 ir	e	vir)	e	apreende	seus	bens,	
exigindo,	para	liberação,	o	pagamento	dos	tributos.	
Ex.	Tenho	uma	loja	de	material	de	construção	e	vendi	muito	para	outro	estado.	Vendi	de	Pernambuco	para	
alguém	que	está	na	Bahia.	Ao	longo	do	transporte	da	mercadoria,	sou	parado	na	barreira	fiscal	e	o	fiscal	
apreende	as	mercadorias	pelo	não	pagamento	do	ICMS.	
Nesse	caso,	o	fisco	está	apreendendo	mercadoria	como	forma	de	pagar	o	tributo.	
Se	 agisse	 corretamente,	 o	 fisco	 poderia	 reter	 as	mercadorias	 por	 tempo	
suficiente	para	lavratura	do	auto	de	infração.	
Súmula	323	-	STF	
É	inadmissível	a	apreensão	de	mercadorias	como	meio	coercitivo	para	pagamento	de	tributos.	
Súmula	70	–	STF		
É	inadmissível	a	interdição	de	estabelecimento	como	meio	coercitivo	para	cobrança	de	tributo.	
Ex.	Fiscal	fecha	estabelecimento,	exigindo	o	pagamento	do	ISS	para	reabertura.	Nesse	caso,	o	fisco	está	
impedindo	o	exercício	de	uma	atividade.	
Deve	o	Fisco	fazer	o	lançamento,	notificar	o	sujeito	passivo,	definitivamente	constituído	o	tributo,	deve	
inscrever	o	crédito	em	dívida	ativa,	emitir	a	Certidão	de	Dívida	Ativa	e	proceder	a	devida	Execução	Fiscal.	
Súmula	547	-	STF	
Não	é	lícito	à	autoridade	proibir	que	o	contribuinte	em	débito	adquira	estampilhas	(forma	em	desuso

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