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1 
 
 
 
 
 
Faculdade LEGALE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A (IN)EFETIVIDADE DO TOMBAMENTO NOS BENS IMÓVEIS DE SALVADOR- 
BAHIA: ESTUDO DE CASO 
RENAN DE SOUZA BRITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2021 
2 
 
 
 
 
 
A (IN)EFETIVIDADE DO TOMBAMENTO NOS BENS IMÓVEIS DE SALVADOR- 
BAHIA: ESTUDO DE CASO 
Renan de Souza Brito1 
Prof. Dr. Joseval Martins Viana2 
 
RESUMO 
O artigo tem como objetivo verificar a existência da efetividade no tombamento dos 
bens imóveis localizados em Salvador-Bahia. Este trabalho será dividido em três 
momentos, será apresentado os bens imóveis tombados em Salvador, afim de 
averiguar se a norma jurídica produz seus efeitos nos fatos sociais, a 
conceitualização do patrimônio cultural e contribuição do ordenamento jurídico para 
o fomento da preservação. Superada a fase de pesquisas foi constatado que os 
obstáculos encontrados que inviabilizam a efetividade esta contiguo a 
disponibilização de verbas, a necessidade da atualização da legislação e a 
omissão de políticas públicas de proteção ao patrimônio histórico e cultural. 
Palavras chaves: efetividade; tombamento; bens imóveis; salvador; direitos 
culturais. 
ABSTRACT 
 
The purpose of this article is to verify the existence of the effectiveness of the real 
estate located in Salvador-Bahia. This work will be divided into three moments, the 
real estate will be presented in Salvador, in order to determine if the legal norm 
produces its effects on social facts, the conceptualization of cultural heritage, the 
contribution of the legal system to fostering preservation. Once the research phase 
was over, it was verified that the obstacles found to be ineffective, due to the 
availability of funds, the updating of legislation and the omission of a public policy to 
protect historical and cultural heritage. 
 
Keywords: effectiveness; tipping; real estate; savior; cultural rights. 
 
Sumário: 1. INTRODUÇÃO; 2. SALVADOR: OS ENCANTOS DE CADA CANTO; 3. PATRIMÔNIO 
CULTURAL E HISTÓRICO: PRESERVAÇÃO E RESISTÊNCIA; 3.1. A CONTRIBUIÇÃO DO ORDENAMENTO 
JURÍDICO NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL; 3.2. TOMBAMENTO: ANÁLISE 
 
1 Advogado, Pós graduando em Direito Público pela LEGALE. E-mail: renanbrito.adv@yahoo.com. 
Artigo apresentado como requisito para conclusão da especialização Latu Sensu de Direito Público 
na Faculdade LEGALE. 
2 Professor Doutor Orientador Joseval Martins Viana. E-mail: joseval@legale.com.br 
mailto:renanbrito.adv@yahoo.com
mailto:joseval@legale.com.br
3 
 
CONDENSADA DO DECRETO LEI 25 DE 1937; 4. O PODER E CONTRA PODER: A COLABORAÇÃO DO 
PODER PÚBLICO NA REALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE PRESERVAÇÃO; 4.1. A ATUAÇÃO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E DA ADVOCACIA GREAL DA UNIÃO NA PRESERVAÇÃO DO 
PATRIMÔNIO CULTURAL 5. A EFETIVIDADE DOS MECANISMOS QUE ASSEGURAM O 
TOMBAMENTO; CONSIDERAÇÕES FINAIS; REFEREÊNCIA BIBLIOGRÁFICA. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Diante das notícias do grande número de bens imóveis tombados em 
Salvador que sofrem deterioração ocasionada pela ação do tempo, vandalismo e falta 
de verba para realização de manutenção, percebe-se a necessidade de avaliar a 
efetividade do tombamento. Portanto, partindo das reportagens publicadas pelo site G1, 
Jornal A tarde e Correio da Bahia, nasce o objetivo geral, existe efetividade e 
manutenção dos patrimônios imóveis tombados pela União em decorrência do 
decreto 25/1937 na cidade de Salvador. 
Na tentativa de responder a esse questionamento, foram delineados os 
seguintes objetivos específicos, apresentar o patrimônio histórico e cultural expondo a 
contribuição da legislação brasileira que fomenta a preservação do patrimônio cultural; 
analisar em linhas gerais, o que estabelece o DL 25/37; listar os bens tombados em 
Salvador; investigar a existência de ações propostas pela União que possibilitam a 
efetivação do tombamento; identificar a correlação entre efetividade e os mecanismos 
que asseguram a preservação. 
Parte-se da hipótese de que é possível constatar que o processo de 
preservação, manutenção, adaptação e reforma dos bens tombados devido a 
totalidade de verbas que é destinada não alcança os resultados esperados, tendo 
em vista o grande número de bens que necessitam de acautelamento. E que a mera 
positivação no ordenamento jurídico é algo infrutífero. 
Assim, para viabilizar o teste da hipótese, realiza-se estudo bibliográfico, 
utilizando referencial doutrinário e jurisprudencial. Análise de reportagens, 
documentos disponibilizados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional (IPHAN) acerca do contexto histórico, fotos, reportagens. O objetivo dessa 
abordagem é trazer aspectos da realidade que não podem ser quantificados, 
centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Trata-
se de uma pesquisa de caráter exploratório, através de entrevista semi-estruturada 
aos representantes do IPHAN, membros técnicos do Programa de Aceleração e 
4 
 
Crescimento (PAC), Advocacia Geral da União (AGU) e Ministério Público Federal 
(MPF). 
Na primeira seção é conceituado o patrimônio histórico e cultural trazendo 
suas especificidades, elencando o que traz a Constituição Federal de 1988 acerca 
das garantias dos Direitos Culturais. 
Na segunda seção apresenta-se a contribuição do ordenamento jurídico para 
preservação do patrimônio cultural do Brasil, listando os instrumentos protetivos, 
tendo como um enfoque principal o tombamento e o Decreto Lei 25/37. 
Na terceira seção, faz-se um levantamento de todos os bens imóveis 
tombados em Salvador, bem como um filtro em três imóveis que estão atualmente 
passando por procedimento acautelatório. 
Por fim, na última seção, realiza-se uma listagem das políticas públicas a 
acerca dos procedimentos de preservação, trazendo um paralelo entre os 
mecanismos que asseguram o tombamento e a efetividade. 
Nas considerações finais retomarei os objetivos e a questão de pesquisa, 
bem como a confirmação da hipótese, indicando se existem obstáculos que fazem 
com que não exista efetividade no tombamento dos bens imóveis de Salvador e se 
faz necessário uma adoção de uma nova e distinta política que assegure a 
preservação do patrimônio cultural do Brasil. 
 
2. SALVADOR: OS ENCANTOS DE CADA CANTO 
 
A cidade de Salvador- Bahia, foi fundada pelo Governador Geral Thomé de 
Sousa em 29 março de 1549, na época chamada de São Salvador, primeira capital 
do Brasil. Nos dias de hoje, a cidade é habitada segundo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) por 2.857.239 (dois milhões oitocentos e cinquenta e 
sete mil trezentos e vinte noves) soteropolitanos, é dividida entre cidade alta onde 
está o centro histórico e cidade baixa. 
Como é sabido, o objeto de estudo deste trabalho está pautado na verificação 
da efetividade e manutenção dos patrimônios imóveis tombados pela União em 
decorrência do decreto 25/1937 na cidade de Salvador, é preciso destacar, que, de 
acordo com o IPHAN, no dia 5 de dezembro de 1985, a Organização das Nações 
Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) inscreveu Salvador na lista do 
Patrimônio Mundial devido a riquezas de suas construções. Este patrimônio é 
5 
 
constituído por casarões, prédios, sobrados, capelas, igrejas, basílicas, palácios, 
palacetes, terreiros de candomblé e solares que foram tombados pela sua 
contribuição histórica e cultural ao mundo. 
A cidade possui entre os anos de 1938 a 2018 cerca de 103 bens tombados. 
Estes estão classificados entre bem móvel ou integrado, conjunto arquitetônico, 
conjunto urbano, edificação, edificação e acervo, jardim histórico e terreiros, 
conforme quadro: 
Quadro 1- Classificação dos bens tombado em Salvador 
 
 
 
 
 
Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).2018. Disponível em: 
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Lista%20de%20Processos%20de%20Tombamento.pdf> Acesso em: 18 set. 2020. 
 
Consoante com o IPHAN, Salvador concentra mais da metade dos bens 
tombados em todo o Estado, dentre eles estão: 
a) A Igreja de São Francisco e Ordem Terceira de São Francisco, 
considerada uma das mais singulares e ricas expressões do barroco 
brasileiro. 
b) A Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, pré-fabricada em 
Portugal, onde abriga imenso patrimônio artístico, em especial, a pintura do 
teto, em estilo ilusionista. 
c) Igreja da Ordem Terceira do Carmo de Salvador, conjunto arquitetônico 
formado por igreja e convento. Catedral Basílica de Salvador, é considerada, 
por vários especialistas, como a mais importante construção sacra do Brasil 
colonial. 
d) Santa Casa de Misericórdia, conjunto arquitetônico, tipicamente 
conventual, é formado pela igreja e os pátios administrativo e hospitalar. 
e) Paço Arquiepiscopal, considerado um dos melhores exemplos de 
arquitetura civil do período colonial no país, localiza-se na zona histórica do 
Pelourinho. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTIDADE 
Bem móvel ou integrado 5 
Conjunto arquitetônico 3 
Conjunto urbano 2 
Edificação 50 
Edificação e acervo 36 
Jardim histórico 1 
Terreiros 6 
Total 103 
6 
 
f) Paço do Saldanha, é um dos mais notáveis palácios construídos no 
Brasil colonial, com destaque para sua portada em pedra lavrada e uma bela 
varanda, conhecida como Mirante do Saldanha. 
g) Solar Amado Bahia, o grande salão apresenta paredes revestidas de 
espelhos franceses, piso de parquet e teto em estuque com sancas 
molduradas. 
h) Elevador Lacerda, principal meio de transporte entre a Cidade Alta e a 
Cidade Baixa; 
i) Casa da Quinta do Unhão, é um conjunto arquitetônico formado pelo 
solar; 
j) Capela de Nossa Senhora da Conceição, cais de desembarque, fonte, 
aqueduto, chafariz, armazéns e um alambique com tanques. 
k) Casa da Alfândega (Mercado Modelo), local onde funcionava a 
alfândega repartição governamental oficial de controle do movimento de 
entradas e saídas de mercadorias. 
l) Fortaleza de São Marcelo (Forte do Mar), construído sobre uma coroa 
de areia que havia na Baía. 
m) Forte de Santa Maria, antigo porto da cidade de Salvador, dentre 
outros. 
 
Partindo desta breve síntese acerca de alguns bens já tombados, neste 
capítulo aborda-se os bens que atualmente passam pelo procedimento de 
preservação/reforma e os que aguardam investimentos para a realização, porque 
alguns bens tombados a partir de então nada ainda foi feito, ocorrendo assim a 
degradação dos bens e muitas vezes demolições por falta de atenção ao 
determinado na lei, consequentemente, falta de tutela estatal. 
O primeiro bem a ser analisado de forma acentuada é a Restauração do 
Casarão na Ladeira da Barroquinha, no qual tem como finalidade a implantação da 
Sede da Fundação Gregório de Matos. O casarão foi acautelado como patrimônio 
histórico através do IPHAN em 1983 e está localizado na ladeira da barroquinha, nº 
8, esquina com a rua Visconde de Itaparica. De acordo com o site Informe Baiano, o 
imóvel abrigava o Hotel Castro Alves, propriedade da Associação de Caixeiros 
Viajantes da Bahia, considerada à área comercial mais nobre da cidade. Com o 
passar do tempo e a mudança do centro econômico para a região da Avenida 
7 
 
Tancredo Neves, a degradação foi tomando conta do local até sua estrutura ficar 
quase completamente arruinada após desabamento e incêndio ocorrido em 2008. 
Após levantamento de dados e diagnóstico realizado pelo IPHAN fez se 
necessário realizar a obra de preservação, através do plano do Governo Federal, 
ação para cidades históricas do PAC, em parceria com a Prefeitura Municipal de 
Salvador. O investimento previsto para a concretização foi de R$5.000.000,00 (cinco 
milhões de reais) do Governo Federal. 
O segundo é a restauração das edificações do conjunto da Rua da Conceição 
da Praia, tombado em 1952. A realização do processo de preservação, ocorreu 
através da ação do PAC em parceria com a Prefeitura Municipal de Salvador. O 
investimento é de R$14.000.000,00(quatorze milhões de reais) pelo Governo 
Federal. 
Já a Restauração da Catedral Basílica, localizada no Largo de Terreiro de 
Jesus, no Pelourinho. Tombado pelo IPHAN em 25 de maio de 1938. De acordo 
com o site Bahia Turismo, a Catedral de São Salvador foi a primeira do Brasil, 
fundada em 1552. Seu acervo de arte sacra é um dos mais valiosos do Brasil. Após 
inspeções realizadas pelo IPHAN, verificou-se a necessidade de requalificar os 
espaços internos, realização de reparos gerais na estrutura da Basílica, como: 
pintura, impermeabilização, reparos nas instalações elétricas e imagens de arte 
sacra. 
O processo de restauração faz parte do PAC em parceria com a Prefeitura 
Municipal de Salvador com investimento previsto é de R$17.758.861,53. Foi 
reaberta em 19 de setembro de 2018, cerca de 04 anos após o fechamento para 
manutenção. A restauração durou o dobro do tempo previsto, devido as surpresas 
no decorrer do trabalho, como: a descoberta de pratas, relíquias e até crânio 
humano. Os trabalhos de manutenção acabaram com as infiltrações e cupins. Foram 
recuperados 13 altares e pinturas antigas e ainda o altar mor que havia mais tempo 
fechado devido a outra reforma inconclusa. Cabe destacar, que as informações 
acerca da data de início das obras e o status de como se encontra nos dias atuais, 
que seria de extrema importância para a construção desta pesquisa foram 
solicitadas junto técnico do PAC por diversas, mas não foram obtidas. 
Os imóveis supracitados estão de acordo com as características elencadas 
pela lei, deve ser objeto de procedimento de preservação, contudo, mesmo 
tombado, e passando pelo processo de acautelamento, existe um lapso temporal no 
8 
 
que refere à União oferecer verbas que são destinadas de acordo com a lei aqui 
referida para a preservação e a efetivação das manutenções necessárias para 
acautelar o bem. 
Neste sentido, existem outras obras que aguardam investimentos para 
realização de reparos, como: 
 
a) Implantação de ligação entre o MAM/BA e o Forte da Gamboa; 
b) Implantação de Plano Inclinado entre a Praça Castro Alves e a 
Conceição; 
c) Recuperação do Elevador do Taboão; Recuperação e requalificação 
das muralhas da encosta do Centro Histórico de Salvador; 
d) Requalificação das edificações localizadas nos arcos da Montanha; 
e) Restauração da Igreja de Nossa Senhora da Saúde e Glória; 
f) Restauração de edificação - biblioteca e arquivo e centro técnico do 
IPHAN; 
g) Restauração do Forte de São Paulo da Gamboa - implantação do 
Centro de Escoteiros do Mar; 
h) Restauração do Solar Berquó – IPHAN; Restauração e implantação da 
biblioteca Anísio Teixeira. 
Concluiu-se que de todos os imóveis tombados aqui elencados, perduram no 
tempo a sua efetividade no que tange ao processo de manutenção, partindo deste 
pressuposto, é válido uma breve síntese no que consiste patrimônio cultural e suas 
particularidades. 
 
3. PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO: PRESERVAÇÃO E RESISTÊNCIA 
 
De acordo o dicionário Aurélio3, pode-se conceituar patrimônio como um 
conjunto de bens móveis e imóveis que contam a história de um povo e sua relação 
com meio ambiente. Esse conjunto de bens pode ser classificado4 em natural, sendo 
aqueles constituídos por bens que não receberam interferência humana, que são as 
 
3 Dicionário Aurélio. Disponível em <https://www.dicio.com.br/aurelio-2/> Acesso em: 05 ago. 2018. 
4UFSM-RS, Universidade Federal de Santa Maria. O que é Patrimônio Cultural? Patrimônio Histórico? Patrimônio 
Ambiental ou Natural? Disponível em: http://coral.ufsm.br/ppgppc/index.php/duvidasedicas/78patrimoniohistorico-
culturaleambientalnatural. Acesso em: 25 ago. 2020. 
9 
 
grutas, montanhas, rios, etc. Outra classificação é o patrimônioemocional, também 
chamado de patrimônio vivo, composto por pessoas ou grupos que detém o 
conhecimento ou técnica para produção e preservação de aspectos cultural popular 
e tradicional. 
O patrimônio cultural é constituído pelo conjunto de bens de natureza 
material, representado pelas edificações, objetos de arte, objetos de uso cotidiano, 
bens arqueológicos, em suma são bens palpáveis. E imaterial, representado pelos 
bens que não existem de forma material, como as festas, os saberes, as crenças, as 
manifestações populares, as lendas, a culinária, os modos de fazer. 
Comungando com a ideia de Hermano Queiroz5, o patrimônio cultural, é tudo 
que diz respeito à formação de uma comunidade, cidade, um estado e um país. 
Tudo que representa a cultura de um povo, os saberes criados e passados de 
geração em geração, aperfeiçoados e modificados com passar do tempo. 
Outrossim, tendo em vista que o passar do tempo acarreta diversas 
degradações nos bens imóveis ora objeto de instrumento de preservação, advém 
um momento no qual a própria sociedade vendo tamanho descaso do poder público 
em preservar o bem, acaba exigindo que este se posicione de forma veemente na 
preservação. Desse modo, se posiciona o autor ora mencionado. 
Por fim, cabe destacar, que a importância da conceitualização do patrimônio 
para o desenvolvimento deste trabalho é sobremaneira algo que ratifica a relevância 
da preservação como instrumento de efetivação dos direitos culturais, que de certo 
modo alicerça o tombamento. Partindo deste pressuposto, o ordenamento jurídico 
brasileiro, no que tange a preservação do patrimônio cultural possui uma legislação 
que visa preservar os bens materiais de valor histórico, cultural ambiental e afetivo, 
impedindo a sua destruição e ou descaracterização. Desse modo, após esta breve 
conceitualização é valoroso uma síntese face as garantias emanadas da 
Constituição Federal de 1988 (CF/88) e pelo decreto lei 25 de 1937. 
 
3.1. A CONTRIBUIÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO NA PRESERVAÇÃO DO 
PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL 
 
5QUEIROZ, Hermano Fabrício Oliveira Guanais e. O registro de bens culturais imateriais como instrumento 
constitucional garantidor de direitos culturais. – Rio de Janeiro: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional, 2014. Disponível 
em:>http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Dissertacao_Hermano_Queiroz.pdf> Acesso em: 28 set 
202-. 
 
10 
 
 
A Constituição Federal de 1988, no § 1º do Art. 216 institui os instrumentos 
que protegem o patrimônio cultural. Dentre eles, o inventário, que consiste na 
identificação e registro por meio de pesquisa e levantamento das características e 
particularidades de determinado bem. O registro que é uma forma de proteção de 
bens de natureza imaterial, instituído pelo Decreto 3551/00, produz os mesmos 
efeitos que o tombamento, entretanto a característica que os diferenciam é que o 
registro é utilizado para bens imateriais. 
A vigilância, instrumento de proteção que consiste a prerrogativa na qual o 
Poder Público exerce vigilância dos bens culturais sob sua tutela, funcionando 
como poder de polícia administrativo. Existe um meio coativo de exercer o 
acautelamento de bens culturais que é o instituto desapropriação, procedimento 
administrativo através do qual o Poder Público busca a transferência compulsória 
da propriedade de outrem, com fundamento ao princípio da supremacia do 
interesse público, mediante pagamento de indenização. 
Existem dois instrumentos judiciais eficazes na tutela dos bens culturais, que 
podem ser exercidos pela sociedade e principalmente por operadores do Direito. O 
primeiro deles é Ação Civil Pública, regulamentada pela lei 7.347/85 em seu Art. 1º 
aduz que as ações de responsabilidade por danos patrimoniais e morais causados 
a bens de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, bem como a 
ação Popular, prevista pela CF/88 em seu Art.5º, inciso LXXIII7, que devem ser 
observados dois requisitos a fim de propor a Ação Popular, a ilegalidade do ato 
praticado e a sua lesividade, mas, referida ação pode acontecer de forma 
preventiva, isso é, antes que os efeitos lesivos ocorram. 
Isto posto, após essa breve síntese acerca dos mecanismos que fomentam 
a preservação do patrimônio cultural, tendo em vista que o objeto desta pesquisa é 
o tombamento, é mister uma análise mais aprofundada deste instrumento de 
proteção a partir de sua legislação específica. 
 
3.2 . TOMBAMENTO: ANÁLISE CONDENSADA DO DECRETO LEI 25 DE 1937 
11 
 
De acordo com o Promotor de Justiça Marcos Paulo6, a gênese do tombamento 
se deu após a promulgação da Constituição Federal de 1934, que consagrou a 
proteção do patrimônio cultural, instituindo a função social da propriedade, bem 
como impondo a proteção do patrimônio cultural. Comungando com a ideia desse 
autor, essas inovações constitucionais assentaram as bases para a criação de 
instrumentos legais capazes de garantir eficazmente a preservação do patrimônio 
cultural brasileiro. 
Por seguinte, após as proposições dos anteprojetos de Luís Cedro, Jair Lins e 
Wanderlei Pinho, somando a legislação específica estrangeira e a elaboração Mário 
de Andrade e por Rodrigo de Melo Franco Andrade, promulgou-se então o Decreto 
Lei 25, em 30 de novembro de 1937, pelo Presidente da República Getúlio Vargas, 
este texto normativo é um dos instrumentos mais importantes voltados a 
preservação do interesse da coletividade. 
O Tombamento é compreendido como uma prerrogativa do poder público, 
através de procedimento administrativo, porque não é realizado em apenas um 
único ato e sim numa sequência de atos que no final validam o ato final, que é a 
inscrição nos livros do tombo, como mister posicionamento de Maria Sylvia de 
Pietro7.A sua finalidade é a preservação de bens de valor histórico, cultural, 
arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo 
que venham a ser destruídos ou descaracterizados. 
O tombamento consiste na intervenção do Estado na propriedade privada, 
logo a sua natureza jurídica está pautada em uma intervenção restritiva, quando o 
poder público visando a supremacia do interesse da coletividade, objetivando 
proteger o patrimônio histórico, cultural, arqueológico, artístico turístico ou 
paisagístico brasileiro. Ou seja, é aquela no qual o poder público impõe restrições 
e condições ao uso da propriedade sem afastar a posse de seu dono, assim se 
posiciona José dos Santos Carvalho Filho8, “a natureza jurídica do tombamento é a 
de se qualificar como meio de intervenção do Estado consistente na restrição do uso 
de propriedades determinadas.” 
 
6MIRANDA, Marcos Paulo de Souza, Lei do Tombamento completa 80 anos, mas continua atual 
Disponível em:>https://www.conjur.com.br/2017-dez-09/ambiente-juridico-lei-tombamento-completa-
80-anos-continua-atual> Acesso em: 09 out 2020. 
7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. – 30.ed. Rev., atual. e ampl. – Rio de 
Janeiro: Forense, 2017. 
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo – 28. ed. rev., ampl. e atual. 
até 31-12-2014. – São Paulo: Atlas, 2015. p..841 
 
12 
 
Analisando de forma sintética os artigos do Decreto ora mencionado, constitui 
o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto de bens móveis, imóveis, 
materiais, imateriais, públicos e privados cuja a conservação seja de interesse 
público e tenha vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, bem como valor 
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. Esses bens tornam-se parte 
integrante do patrimônio histórico e artístico depois de inscritos num dos livros dos 
tombos. 
Não podem ser tombados os bens de origem estrangeira, e os que pertencem 
a representações diplomáticas ou consulares acreditadasno Brasil, os veículos 
pertencentes a empresas estrangeiras, bens adquiridos por sucessão de estrangeiro 
e situados no Brasil, os objetos históricos ou artísticos que pertençam a casa de 
comércio, exposição comemorativas, comerciais ou educativas e bens importados 
por empresas estrangeiras expressamente para adorno dos respectivos 
estabelecimentos. 
Como foi mencionado anteriormente o tombamento é procedimento que 
obedece a uma sequência de atos, e tem como finalidade a inscrição nos livros do 
tombo, a saber: livro do tombo arqueológico, etnográfico e paisagístico; livro do 
tombo histórico; livro do tombo das belas artes e livro do tombo das artes aplicadas. 
No que se refere ao procedimento, se dará de ofício, realizado através de 
uma simples do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
notificando a entidade a quem pertence (União, Estados e Municípios). Quando o 
tombamento se tratar de “coisa” de propriedade particular, poderá ser realizado de 
duas maneiras, voluntário, quando o bem a ser tombado é revestido dos requisitos 
necessários para ser constituído parte integrante do patrimônio artístico e cultural do 
Brasil. 
E compulsório, quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa, 
esse procedimento obedece a seguinte sequência de atos, a manifestação do órgão 
técnico, notificação ao proprietário, impugnação, manifestação do órgão que tomou 
a iniciativa do tombamento, decisão pelo órgão técnico, homologação pelo Ministro 
da Cultura, inscrição no Livro do Tombo. 
Dentre este gênero, se incluem o provisório que é quando tem os mesmos 
efeitos que o definitivo, salvo, transcrição no registro de imóveis, neste o processo 
não está concluído, é um ato de preservação do bem até a conclusão dos estudos. 
13 
 
E definitivo, quando a realização segue todos os requisitos formais, classificação e 
identificação do bem tombado 
Quanto aos efeitos, as coisas tombadas que pertencem à União, Estados e 
Municípios são inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas de uma 
entidade para outra. Os bens móveis não poderão ser retirados do país, salvo, por 
curto prazo, para intercâmbio cultural, a critério do IPHAN. 
Ainda neste sentido, são imodificáveis, não podendo ser reformado, mutilado 
ou demolido, ou seja, qualquer intervenção depende de autorização do órgão 
competente para realização de qualquer reparação, restauração ou pintura, sob 
pena de multa equivalente a 50% do dano causado. Nessa perspectiva, os 
proprietários de imóveis vizinhos, não podem sem autorização, erguer construção 
que reduza ou impeça a visibilidade do bem tombado, sob pena de destruição, 
retirada do objeto e ainda multa, equivalente a 50% do valor do objeto. 
O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder 
às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao 
conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade 
das mencionadas obras. 
Deste modo, é nítido a importância do Poder Público para cumprir a finalidade 
da lei, que é preservar o patrimônio histórico e cultura. No que concerne ao presente 
trabalho, e a sua delimitação temática, é válido uma averiguação de quais os 
mecanismos que o Poder Público oferece para a efetividade. 
 
4. O PODER E CONTRA PODER: A COLABORAÇÃO DO PODER PÚBLICO NA 
REALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE PRESERVAÇÃO 
 
Como é sabido, o poder público deve promover a preservação do patrimônio 
histórico e cultural. Conforme informações obtidas no site do IPHAN, o marco 
inaugural dos programas que promovem a efetividade da preservação do 
tombamento se deu em 1970 com o Programa de Cidades Históricas (PCH), 
primeiro programa federal que investiu recursos públicos para a recuperação do 
patrimônio cultural urbano através do Ministério do Planejamento e tinha como 
finalidade o desenvolvimento econômico das cidades históricas. 
Mais adiante, em 1999 surgiu o Programa Monumenta, também desenvolvido 
pelo Governo Federal e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com o 
14 
 
propósito de preservar o patrimônio histórico de cidades brasileiras através de 
práticas de gestão sustentáveis. Esperava-se com este projeto uma gestão onde os 
protagonistas seriam os Estados, Municípios, a sociedade civil organizada e o setor 
privado. 
Por seguinte, em 2013, o Ministério do Planejamento criou linha destinada 
exclusivamente aos sítios históricos urbanos protegidos pelo IPHAN, dando origem 
ao PAC Cidades Históricas. O desencadear deste tópico parte deste marco, tendo 
em vista que este programa é utilizado atualmente para realização de manutenções 
e restaurações no âmbito Federal. 
Anualmente, através do IPHAN, Prefeitura Municipal e PAC é realizado um 
plano de ação com a relação de todos os bens que necessitam de reforma e 
reparação, logo após este plano é submetido à Diretoria do Departamento de 
Patrimônio Material e Fiscalização que irá avaliar quais das obras relacionadas são 
cabíveis dentro da realidade de necessidade e possibilidade orçamentária. 
Existem também as demandas de prioridade, aquelas que o IPHAN tenha 
respondido ação do Ministério Público Federal. Outro ponto relevante a ser 
apresentado, é o valor da verba para realização das obras e procedimentos de 
preservação, conforme traz o técnico do PAC em entrevista, este orçamento deve 
ser divido em âmbito geral para o país inteiro. O orçamento finalístico do IPHAN em 
2018 foi de R$ 17.000,000,00 (dezessete milhões). 
Como já visto o tombamento pode ocorrer nos bens imóveis que pertencem a 
particulares, como também aos que pertencem a Administração Pública. De acordo 
com o DL mencionado, no que se refere ao procedimento de obras, conservação e 
reparação, a responsabilidade primária é do proprietário do imóvel, na medida em 
que comprove que não tem condições a responsabilidade subsidiária é da 
União/IPHAN. 
 
4.1. A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E DA ADVOCACIA 
GREAL DA UNIÃO NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL 
 
Em entrevista com o Procurador Federal da Advocacia Geral de União (AGU) 
Osvaldo Vieira da Silva, “o IPHAN como qualquer ente público trabalha com base no 
princípio da legalidade, da vinculação orçamentaria e financeira, e o orçamento do 
IPHAN é bem reduzido comparado a necessidade de realização de obras.” Uma 
15 
 
observação importante que foi extraída dessa entrevista, de certo modo iria suprir a 
ausência da grande destinação de verbas, são que, as multas aplicadas pelo IPHAN 
não são receitas extraordinárias deste ente, ou seja, quando a multa é arbitrada 
diante das violações às imposições, este valor é destinado a um fundo proativo. 
Em virtude do tombamento, é imposto ao proprietário do imóvel uma restrição 
parcial no direito de uso, conforme já apresentado não pode realizar nenhuma 
modificação, alteração no bem sem comunicar ao IPHAN. Face esta imposição, é 
que existe um conflito entre o ente público e o particular que pode ocorrer, apenas, 
na esfera administrativa como levando a apreciação do poder judiciário. 
De acordo com Procurador, a AGU possui uma dupla perspectiva, uma 
atuação consultiva exercida a fim de orientar o gestor quando surge alguma dúvida 
dentro dos processos administrativos do IPHAN, atuando de forma proativa em 
buscar resolver os problemas de forma administrativa, não levando casos que 
podem ser resolvidos pacificamente à apreciação do judiciário. Existe também a 
atuação contenciosa, que é quando não consegue solucionar na esfera 
administrativa e é levada em juízo, neste caso o papel da AGU é apresentar defesa 
do ente, segundo IPHAN. 
Conforme o Procurador Osvaldo em entrevista concedida ao pesquisador 
(2018) a prerrogativa atribuída aos procuradores consultivos é a mais importante, 
pois “existe uma maior liberdade, onde oportuniza-se a possibilidade de fazer uma 
construção jurídica para alcançardeterminado objetivo, que concilie os interesses do 
IPHAN e da coletividade, enquanto no contencioso está pautado apenas defesa do 
Ato”. 
As ações judiciais levadas apreciações possuem dois vieses, o primeiro de 
ações que estão pautadas quando o proprietário do imóvel realizou alteração e 
modificação sem autorização do IPHAN. Assim como traz a entrevista ora 
mencionada, “os proprietários não possuem uma compreensão clara ou fingem que 
não possui uma compreensão das limitações decorrentes do tombamento daí 
promovem intervenções no imóvel sem manifestação prévia do IPHAN” 
Noutro viés quando o IPHAN é questionado pelo proprietário do imóvel sobre 
a possibilidade de realizar a intervenção necessária para preservação, a entidade 
após analisar o projeto e verificar que a manutenção não irá descaracterizar a feição 
histórica do bem, autoriza. Acontece que o MPF no uso de suas atribuições, propõe 
16 
 
ação civil pública, com objetivo de embargar a obra tendo como fundamento a 
violação do tombamento. 
A título exemplificativo traz Wenderson Gagliano de Alavarenga, Procurador 
Federal em entrevista concedida ao pesquisador (2018), existe uma ação sob 
número: 2009. 33. 00.007085-1, proposta pelo MPF com objetivo de anular o ato do 
IPHAN que autorizava intervenções no Casarão de Azulejos, localizado em frente ao 
Mercado Modelo. Este imóvel iria abrigar um hotel de luxo, preservando as principais 
características e outros elementos construtivos. Em caráter preliminar o juiz de 
primeiro grau deferiu medida cautelar suspendendo os efeitos da autorização da 
Autarquia, não obstante em 2011 a ação foi julgada procedente e os efeitos da 
decisão liminar foram afastados. 
Em 2017, tendo como mesmo objeto o Ministério Público Federal (MPF) 
ingressou com Ação Civil Pública nº 0011714-87.2017.4.01.3300, com o objetivo que 
o IPHAN realizasse a reparação do bem tendo em vista que o Casarão ruiu 
completamente, ação ainda em curso. Coadunando com a ideia de Alvarenga, 20179 
“existe uma interpretação presa a literalidade das disposições preconizadas pelos 
artigos 17 e 18 do DL 25/1937, isto porque o MPF e alguns setores do Judiciário e o 
próprio IPHAN, classifica qualquer alteração como uma mutilação ao bem tombado”. 
Diante disso, é perceptível que o DL ora mencionado se trata de uma norma 
limitada, no qual necessitaria de uma regulamentação para que facilite a sua 
literalidade e produzisse os efeitos que originaram a sua promulgação. 
Contrapondo a atuação do AGU, de acordo com o que estabelece a CF/ 88 
no capítulo das funções essenciais à Justiça está o MPF. Dentre as suas atribuições 
está prevista a fiscalização ao cumprimento que traz a Constituição e as leis 
federais, a abertura de ação civil pública para a proteção do patrimônio público e 
social como determina o Art.129, inciso I no texto normativo supra. 
Como é sabido quando o bem é tombando passa ser considerado patrimônio 
histórico e cultural do Brasil, e cabe ao MPF assegurar a sua preservação, 
impedindo que ocorra a perda da feição histórica do bem. Em entrevista como a 
Promotora do MPF/BA, Dr. Bartira Góes ao pesquisador (2018), extraiu-se que a 
atuação deste órgão, não somente possui um viés na esfera jurídica, existe a 
 
9ALVARENGA, Wenderson Gagliano de. O tombamento e a preservação do patrimônio cultural 
edificado na atualidade. Escola da Advocacia Geral da União- Volume 9, n. 3. (jul. / set. 2017). 
17 
 
participação na esfera administrativa que visa a solução dos conflitos sem 
apreciação da atividade jurisdicional. 
Noutro ponto, as ações civis propostas pelo MPF possuem três vertentes, a 
primeira está pautada na solicitação de que o bem seja reconhecido como 
patrimônio histórico e cultural pelo IPHAN, visando a supremacia do interesse 
público. Em outra vertente, existe as ações decorrentes das intervenções de obras 
que causam danos ao bem tombado e o seu entorno, ou seja, quando o particular 
sem autorização do IPHAN realiza obras. E por fim, nos casos em que haja 
hipossuficiência dos proprietários em realizar as obras, de forma subsidiária será 
chamado a União, conforme estabelece o Art. 19 do DL 25/37. 
A título exemplificativo, após a autorização do IPHAN, a prefeitura de 
Salvador objetivando o cumprimento da Lei Federal 12.587 de mobilidade urbana, 
iniciou obra de implantação de piso tático nas pedras portuguesas localizadas na 
ladeira da barra, cabe salientar, que o bem tombado é o oitão da Igreja do Santo 
Antônio da Barra. A conclusão não logrou êxito diante da manifestação do MPF, que 
ao fundamentar sua impugnação alegou que não poderia ser realizada a obra pela 
violação do tombamento. 
Partindo deste exemplo nota-se que existe um grau de engessamento na 
legislação quando a manutenção dos bens tombados, porque, a adaptação da área 
seria algo necessário para acessibilidade de pessoas que necessitam deste apoio 
para locomoção. 
Assim, coadunando com a entrevista mencionada, existe um choque de 
interesses, isto porque, a Prefeitura visa o cumprimento da Lei Federal de 
acessibilidade tornando o local acessível as pessoas que possuem limitações de 
locomoção, por outro lado está o IPHAN, impedindo que ocorra intervenções no bem 
tombado com o objetivo da preservação do patrimônio cultural. Neste sentido, 
indaga se a acessibilidade não seria uma forma de ampliação o acesso a todos com 
o objetivando alcançar toda coletividade? 
Face a este questionamento e diante dos exemplos apresentados no decorrer 
deste capítulo, nota-se que as restrições impostas aos bens tombados cresçam o 
objetivo principal que nele está intrínseco, a difusão dos direitos culturais ora 
estabelecido pela CF/88. 
Outro caso emblemático foi interrupção da construção do empreendimento La 
Vue Ladeira da Barra, o IPHAN autorizou a construção de no máximo 13 andares, 
18 
 
tendo em vista, que não iria impactar os bens tombados da vizinhança do imóvel, o 
forte e farol de Santo Antônio, o forte de Santa Maria, além da igreja de Santo 
Antônio, na ladeira da barra. 
Entretanto, a construtora em seu projeto tinha como objetivo a construção de 
31 pavimentos, descumprindo a autorização ora alcançada. Deste modo, o MPF 
emitiu parecer dentro do processo na justiça federal sob nº 227740-
34.2015.4.01.3300, com alegação de que o empreendimento seria uma violação do 
tombamento. 
Ainda neste contexto, um importante me fez visualizar a atuação do MPF de 
forma efetiva, foi a restauração do Forte São Pedro, de acordo com informações 
obtidas no IPHAN, a fortificação foi tombada como patrimônio histórico e cultural 
brasileiro desde o ano de 1938, o bem sofre com a ação da natureza (variação das 
marés) que ocasiona danos as estruturas. De acordo com o Jornal a Tarde, em 
matéria, o bem foi fechado para visitação no ano de 2011 para realização de obras 
de preservação e entregue em novembro de 2016, entretanto, até a publicação da 
notícia, o IPHAN e a Prefeitura Municipal de Salvador ainda não havia decidido a 
destinação cultural do bem. 
Esta obra, de acordo com entrevista a Promotora, afirma que esta 
restauração foi algo que gerou bastante satisfação, tendo em vista que houve alguns 
bens com mesma estrutura que vieram a ruir devido à falta de preservação e que 
não queria que isso acontecesse. 
Deste modo, conclui-se que para haver uma existência real de efetividade é 
necessário a provocação do poder judiciário para assegurar o que o próprio 
ordenamento jurídico brasileiro traz. Face a isso, é mister o estudo acerca da 
efetividade dos meios que asseguram o tombamento. 
 
5. A EFETIVIDADE DOS MECANISMOS QUE ASSEGURAM O TOMBAMENTO 
 
De acordo com as entrevistas realizadas com técnicos do IPHAN em relação 
a alguns imóveis preservados em Salvador, percebe-se que, existe um processo 
administrativo para a realização de sua inscriçãono livro do tombo e ainda a 
disponibilização de verbas orçamentárias para realização de obras e reformas que 
preservem o bem. Ocorre que dentre os imóveis ora analisados não existiu a 
fiscalização, e esses bens sofreram certa deterioração ocasionada pela ação do 
19 
 
tempo, vandalismo e até mesmo falta de manutenção. 
Considerando que o Art. 216 §1º11 da CF é um objeto de democratização que 
tem como objetivo a efetivação dos direitos culturais e de certo modo alicerça o 
tombamento, de maneira análoga, tendo em vista que o DL 25/37 tem como preceito 
basilar a Carta Magna, é válido para verificar a sua irrefutabilidade a análise do 
princípio de interpretação constitucional da Efetividade, também classificado 
doutrinariamente pelo princípio da máxima efetividade. 
Existe uma bipartição deste princípio, a primeira chamada de eficácia jurídica, 
coadunando com a ideia de Gisele Mazzoni Welsch12 “os efeitos jurídicos ou aptidão 
para produzir aplicabilidade, executoriedade e exigibilidade da norma, é 
imprescindível que numa escala de menor ou maior grau, haja uma concreta 
aplicação dos efeitos da norma juridicamente eficaz.” 
A segunda é chamada de eficácia social, uma vez que, havendo ligação entre 
eficácia e efetividade, uma vez entrelaçadas atinge a função social da norma 
promulgando o Direito. Assim como, ideologicamente, se posiciona o autor Silva 
(1968)13 apud Welsch (2006), “a lei projeta-se no meio social, no qual deve atuar; 
quanto mais termos abstratos se enriquecem de conteúdo socia e cultural, mais 
eficaz ela é.” 
Na concordância ideológica de José Afonso da Silva e a autora ora 
mencionada, conclui-se que, para existir a efetividade da norma jurídica é 
necessário junção de eficácia social e eficácia jurídica, logo para que se cumpra a 
finalidade na qual a lei/norma foi criada é imprescindível um encaixe entre a 
aplicação do Direito nos fatos sociais. 
Contempla-se a concepção de Luís Roberto Barroso, 14“os atos jurídicos 
inclusive as normas jurídicas, antes e ao longo da vigência da Constituição de 1988, 
possuía três planos, a saber: o de existência, validade e eficácia; que se consolidou 
originariamente a inserção de um quarto plano essencial das normas constitucionais: 
 
11 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> Acesso em: 08 ago. 
2020. 
12 WELSCH, Gisele Mazzoni. A Eficácia Jurídica E Social (Efetividade) Das Normas De Direitos 
Fundamentais. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado. 2006. p.6 
13 SILVA, José Afonso da. Princípios do Processo de Formação das Leis no Direito Constitucional. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 1964. p. 236. 
14 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição: fundamentos de uma 
dogmática transformadora. 7ª ed. rev.-São Paulo: Saraiva, 2009. p. 375 
 
20 
 
o da efetividade”. Esta por sua vez, é a consumação do Direito, fazendo prevalecer 
no mundo dos fatos os valores e interesses por ela tutelados, que de maneira 
interpretativa, deve-se prestigiar a permissão da atuação na vontade constitucional. 
Em suma, para que haja a efetividade de uma norma constitucional, é necessário a 
materialização no mundo dos fatos, em conformidade com os preceitos legais. 
Isto posto, fazendo um paralelo entre o Decreto Lei ora estudado e a 
efetividade da norma constitucional que de maneira análoga foi aqui abordada, é de 
fácil compreensão que conforme foi apresentado no capítulo anterior, entre a data 
que foi constatado a necessidade de realização de manutenção no bem e a 
efetivação e conclusão do procedimento houve um grande lapso temporal. 
Deste modo, é conspícuo que o abandono, degradação e deterioração 
presente nos imóveis trata-se de um fato social que deveria ser objeto de tutela 
estatal, no entanto perduram no tempo. Assim como traz o site correio da Bahia, em 
reportagem que as missas da Capela do Corpo Santo localizado na cidade de 
Salvador, tiveram que ser interrompidas durante nove anos até que o templo fosse 
restaurado pelo IPHAN e estivesse em condições de funcionamento. 
Logo, prestigia-se como enriquecedora a linha de pensamento dos autores 
supracitados na qual seguirei para findar a concepção de efetividade que é 
abordada neste trabalho. Assim, uma norma constitucional/ lei específica só será um 
instrumento de efetividade se os fatos sociais materiais forem amparados pelo que 
está positivado. Por fim, cumpre destacar que não existe efetividade no que aduz o 
DL 25/37, uma vez que a materialidade dos fatos sociais sobrepõe a eficácia 
jurídica. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Conclui-se que apesar da sociedade ter evoluído, é necessário que exista 
uma linha tênue entre as contribuições que o passado nos proporcionou e a 
preservação do que queremos no futuro. Partindo deste pensamento, tendo em 
vista a omissão de discussões acerca do tema aqui apresentado, a contribuição 
desta pesquisa para a área jurídica é justamente demonstrar a necessidade da 
efetividade do tombamento como instrumento eficaz na busca dos direitos 
culturais. 
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/apos-nove-anos-fechada-capela-do-corpo-santo-e-reaberta-com-missa/
21 
 
Neste sentido, este trabalho propôs investigar a existência da efetividade na 
aplicação dos procedimentos de conservação e manutenção dos bens imóveis 
localizados em Salvador-Bahia. Após este estudo, consideramos que a intenção do 
constituinte está nítida na proteção do patrimônio cultural, entretanto a simples 
normatização é mero instrumento que não frutifica. 
O patrimônio cultural, apresentando a contribuição do ordenamento jurídico 
que ampara a preservação. Conseguinte, um estudo minucioso e sintético dos 
artigos do DL 25/37, trazendo os principais aspectos e diretrizes. Num âmbito geral, 
listou-se todos os imóveis tombados em Salvador, filtrando aqueles que na 
construção do trabalho estão em processo de manutenção. Identificou-se ações 
propostas pela União desde 1970 até 2013 que possibilitam a efetividade do 
tombamento. Por fim, foi realizado um paralelo entre o que consiste em efetividade e a 
existência de mecanismos que asseguram a preservação do patrimônio cultural 
brasileiro. 
Em face dos objetivos ora apresentados, foi constatado que apesar da 
preocupação do legislador em estabelecer a norma é necessário que haja 
efetividade da mesma. Isso porque, a simples regulamentação não produz os efeitos 
que estão intrínsecos a ela. Deste modo, não existe efetividade do tombamento, 
devido a diversos fatores, dentre eles, e mais importante, a disponibilização de 
verbas necessárias para que sejam alcançados todos os imóveis que necessitam de 
manutenção e preservação. Assim, a precariedade orçamentária é o que faz existir o 
lapso temporal entre a ausência de preservação e a efetividade de fato, logo, a 
problemática foi respondida e hipótese ora apresentada foi confirmada. 
Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram, entrevistas, 
pesquisa bibliográfica e jurisprudencial. A utilidade destes mecanismos foi algo 
fundamental na construção do trabalho, porque trouxe uma aproximação entre o que 
traz a legislação e a atual realidade das estruturas patrimonial e histórica de 
Salvador. 
Entretanto, foram encontradas dificuldades para obter acesso algumas 
informações que sobremaneira iriam enriquecer a construção do trabalho, visto que 
existe um processo meramente burocrático/institucional para ter acesso documentos 
que embasariam o tema abordado, bem como a ausência de livros que direcionem a 
todas as áreas de conhecimento, não somente a área de arquitetura e urbanismo. 
Em contrapartida, houve pessoas que se dispuseram e acreditaram na relevância do 
22 
 
tema e alicerçaram minhas inquietações e me forneceram todo o material 
imprescindível.Por fim, seria necessário que existisse apoio da política pública oriunda do 
Governo Federal que fomentasse a proteção ao patrimônio histórico e cultural. De 
acordo com o que foi constatado é um órgão que dispõe de poucos recursos para 
realização da preservação. Em outro aspecto, acreditamos que a reforma da 
legislação, cito, DL 25/1937, seria algo que extinguiria com os conflitos entre o ente 
público e o particular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
REFERÊNCIAS 
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de uma dogmática transformadora. 7ª ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2020. p. 375 
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