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Estudo dirigido 1 - Epidemiologia Aluna: Ianna Lins Teodoro Napoleão Histórico e definições 1. O que é epidemiologia? R: É uma abordagem dos fenômenos da saúde-doença-cuidado por meio da quantificação, usando cálculo matemático e as técnicas estatísticas de amostragem e de análise. Em outras palavras, é o estudo da distribuição e determinantes de eventos relacionados à saúde em populações específicas, e a aplicação deste estudo para o controle de problemas de saúde. 2. Quais os objetivos da epidemiologia? R: Dentre os principais objetivos pode-se citar: descrever o problema de saúde (e estimar as medidas de frequência/ocorrência das doenças para conhecer a sua magnitude e a distribuição do problema); explicar a ocorrência dos problemas de saúde (e estimar associações entre fatores de risco e doenças), para assim propor intervenções; Além disso, avaliar intervenções que visem modificar o perfil de saúde de populações. 3. Defina: endemia, epidemia, pandemia R: Endemia – Essa palavra vem do grego e significa “originário de um país”, não basta somente o critério quantitativo. O que define endêmico de uma doença é o fato de ser a mesma peculiar a um povo, país ou região. Por exemplo, a febre amarela é considerada uma doença endêmica da região do norte do Brasil. Epidemia – Tem uma epidemia quando tem-se surtos (um aumento inesperado do número de casos de determinada doença em uma região específica) em várias regiões. Pandemia - Ocorre quando a epidemia se estende a níveis mundiais, ou seja, se espalha por diversas regiões do planeta. 4. Defina: saúde, doença, infecção, infestação, contaminação R: Saúde – Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu ambiente, Infecção – É a replicação de um microparasita em seu hospedeiro, podendo haver ou não doença. Infestação – Quantidade de macroparasitas albergados (hospedados) em um hospedeiro. Contaminação – Propagação de substâncias nocivas ou de doenças que causam infecção. 5. Diferencie conceitualmente a unicausalidade da multicausalidade. R: A unicausalidade é uma teoria que reconhece que a causa única e fundamental situa-se fora do organismo humano acometido. As causas das doenças eram atribuídas a fatores externos, sem qualquer controle pelo homem. Já a teoria da multicausalidade afirma que a causa da doença não é única, mas no seu aparecimento coexistem várias causas devidas a vários fatores causais. O controle desses fatores favorece a não propagação da doença e constitui a base da assistência. 6. Defina causa componente, causa necessária e causa suficiente. R: Causa necessária – se o desfecho não pode acontecer na sua ausência. Causa componente – a incluem os fatores do agente, hospedeiro e ambiente da tríade epidemiológica, assim como também do modelo de determinantes da saúde. Causa suficiente - quando ela inevitavelmente produz ou inicia um desfecho. 7. Explique sucintamente a história de John Snow e o surto de cólera em Londres. R: John Snow nasceu em York, no Reino Unido. Aos 14 anos iniciou os seus estudos como aprendiz de cirurgião, e desde então estudou a epidemiologia e a anestesiologia. Em meados de 1856, houve um surto de cólera em Londres. Naquela época, consideravam que a transmissão da cólera era feita pelos gases (teoria do miasma), o que John Snow refutou por meio de suas observações. Ele mapeou os casos de cólera que estavam ocorrendo na cidade de Londres, entrevistou as pessoas e descobriu que muitas delas usavam água de uma mesma fonte ou de alguma maneira consumiam dela. Com seus argumentos, convenceu os governantes a isolarem as áreas e pessoas afetadas e assim houve uma diminuição considerável dos casos. História Natural da Doença 1. Defina história natural da doença. R: É o curso da doença do ínicio até a sua resolução, na ausência de intervenção. Ou seja, algo que possui uma evolução, do processo de adoecimento de um indivíduo até sua cura ou morte. Trata-se de um estudo que aponta quais métodos podem ser utilizados na prevenção e no controle. 2. Quais são as fases da história natural da doença? R: As fases são divididas em 4: *Fase Inicial\susceptibilidade- pessoas que não estão doentes mas tem mais riscos(mais susceptíveis) a adoecer. * Fase Patológica pré clínica- pessoas que não tem sintomas mas estão doentes, o organismo já apresenta alterações patológicas. * Fase Clínica- a doença já se encontra em estágio avançado, com diferentes graus de acometimento. * Fase de incapacidade residual- a doença pode progredir para a morte, ou as alterações se estabilizam. 3. Defina período pré-patogênico R: Período em que a doença ocorre quando há uma ruptura no equilíbrio da saúde do hospedeiro, que acaba sendo influenciada pelos determinantes que contribuem para que a doença aconteça, especialmente quando o hospedeiro está exposto a certos riscos, como os que vimos na aula passada 4. Defina período patogênico R: já ocorreu a contaminação e a doença já se desenvolveu, com isso os sintomas da doença começam a se manifestar, o corpo começa a sofrer com as perturbações causadas pelo hospedeiro. Se não houver tratamento durante a fase do desenrolar fisiopatológico e clínico da doença, o quadro da enfermidade pode evoluir para sequelas per-manentes ou até a morte. 5. Defina: período de incubação, período prodrômico, período pré-patente, período de Transmissibilidade R: *Período de incubação: Tempo desde de a infecção até a apresentação de sintomas. Tem curta duração, geralmente alguns dias, e alta transmissibilidade. *Período podrômico: Sucede o período de incubação e apresenta sinais e sintomas inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico nesse período (exemplo de tosse, febre, mal estar). Tem curta duração, geralmente alguns dias, e alta transmissibilidade. *Período Pré-patente: período decorrido entre a invasão (penetração) do agente etiológico no organismo até o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente (formas jovens iniciais como ovos, larvas, oocistos, etc). *Período de transmissibilidade: É o intervalo de tempo em que há eliminação do agente etiológico, pelo humano infectado ou pelo animal infectado, para o ambiente ou por meio de um vetor hematófago. Deste modo, outro homem ou animal poderá ser infectado pelo agente. 6. Quais são os níveis de prevenção e onde se aplicam na história natural da doença? R: Os três níveis de prevenção: primário, secundário e terciário. *Nível primário,é apresentada como uma das ações a promoção da saúde. Ex: educação para saúde e saneamento ambiental . *Nível Secundário – ações que visam a prevenção para regredir a doença. *Nível Terciário - a s ações se dirigem à fase final do processo , visa reabilitar o paciente. 7. Como os determinantes (hospedeiro, agente e ambiente) podem interferir na história natural da doença? R: A transmissão de doenças infecciosas exige uma interação entre o agente transmissor, hospedeiro e ambiente. Ou seja os agente serão os causadores da doença no hospedeiro (doente ou que pode ficar doente) em um ambiente, que é o lugar físico onde está o homem e o agente e que pode ocorrer a contaminação do hospedeiro pelo agente. É importante levar em consideração também as características do meio ambiente que facilitam o estímulo patológico, passando pela resposta do homem ao estímulo e pelas alterações consequentes da enfermidade, recuperação ou morte. Cadeia epidemiológica 1. O que é uma cadeia epidemiológica? R: Cadeia epidemiológica (ou Cadeia de Transmissão, ou Cadeia de infecção) representa um conjunto de elementos relacionados, que demonstra o processo de propagação de doenças transmissíveis em populações animais. 2. Que elementos compõem a cadeia epidemiológica? R: fonte de infecção, via de eliminação, via de transmissão, porta de entrada, susceptíveL 3. Defina: fonte de infecção e via de transmissão R: Fonte de infecção: É o animal vertebrado que alberga o agente etiológico e o elimina para o meio exterior. Neste local, ele consegue viver, crescer e se multiplicar. Via de transmissão: é o percursoque cada agente patogênico tem que efetua desde a fonte de infecção até o indivíduo infectado pela doença. Pode ser de uma maneira direta ou indireta. 4. Como são classificadas as fontes de infecção? R: Quanto a característica do agravo (doentes, portadores, comunicantes, reservatórios). Além disso, pela fonte primária e secundária de infecção. 5. Defina: doente, portador, reservatório, comunicante, animal sinantrópico e animal . Domiciliar R: Doente: Hospedeiros que revelam sinais, ainda que indefinidos, de comprometimento do equilíbrio orgânico, atribuíveis a agentes existentes em seu organismo. Portador: Hospedeiros que albergam e eliminam o agente etiológico de uma doença, em ausência de qualquer manifestação que possa ser caracterizada como indicativo de alteração de saúde , atribuível à presença do agente infeccioso em seu organismo. Reservatório: Reservatório pode ser definido como o habitat de um agente etiológico, onde ele cresce e se multiplica. O agente infeccioso depende do reservatório para sua sobrevivência, para que possa ser transmitido a um hospedeiro susceptível. Podem comportar-se como reservatórios o ambiente, os humanos e os animais ou a combinação deles. Comunicante: são todos aqueles (pessoa ou animal) que estiveram em contato com um reservatório (pessoa - caso clínico ou doente e portadores ou animal infectado) ou com ambiente contaminado, de forma a ter oportunidade de adquirir o agente etiológico de uma doença. Animal sinantrópico: Animais sinantrópicos são aqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito da vontade deste Animal domiciliar: o homem cria e cuida com as finalidades de companhia, produção de alimentos ou transporte. 6. Qual é a relação entre a HND e a cadeia epidemiológica? Em que pontos estes elementos se “encontram” na ocorrência das doenças? R: A história natural da doença é uma relação entre três elementos: agente ou fatores etiológicos, hospedeiro e meio ambiente. Ela se relaciona justamente com a cadeia epidemiológica justamente pois descreve mesmos pontos que a cadeia epidemiológica descreve, que são: a fonte de infecção, estudada na cadeia epidemiológica e os fatores etiológicos na HND. A HDN descreve o hospedeiro e a cadeia epidemiológica a via de eliminação e de transmissão, que dependem do hospedeiro. E por fim, o meio ambiente que se encontra com a porta de entrada. 7. Determine a história natural da doença e o mecanismo de transmissão das doenças abaixo: · Leishmaniose visceral canina. · Período pré-patogênico - Agente: protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae - Hospedeiro: Os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico. - Meio ambiente: A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos · Período patogênico É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano. Tem como sintomas febre irregular, prolongada; anemia; indisposição; palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de peso; inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço. · Febre aftosa · Período pré-patogênico - Agente: O agente etiológico da febre aftosa é um vírus da família Picornaviridae, gênero Aphthovírus - Hospedeiro: Bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, e suínos, dentre as espécies domesticas, camelídeos e elefantes. - Meio ambiente: A doença é transmitida pela movimentação de animais, pessoas, veículos e outros objetos contaminados pelo vírus · Período patogênico Animais infectados começam a excretar o vírus poucos dias antes do aparecimento dos sinais clínicos. Os suínos eliminam grandes quantidades de vírus. Possui como sintomas em bovinos: Febre, inquietação, salivação (babeira), dificuldade de mastigar e engolir alimentos, tremores, queda da produção de leite, dor nos tetos ao ordenhar ou amamentar, ferimentos nos pés e manqueira. O animal pode parar de ingerir alimentos e água, e tende a ficar isolado no pasto e posteriormente deitar. Estalar dos lábios e movimentos estranhos da mandíbula com salivação ao redor dos lábios que cai no chão. O emagrecimento é marcante devido à febre e à dificuldade de alimentar, beber e locomover. · Febre amarela silvestre · Período pré-patogênico - Agente: mosquitos Haemagogus e Sabethes - Hospedeiro: macacos. - Meio ambiente: transmitido pela picada dos mosquitos. · Período patogênico O período de incubação varia de 3 a 6 dias após a picada do mosquito infectante. · Complexo teníase-cisticercose · Período pré-patogênico - Agente: Taenia solium é a tênia da carne de porco e a Taenia saginata é a da carne bovina. Esses dois cestódeos causam doença intestinal (teníase) e os ovos da T. solium desenvolvem infecções somáticas (cisticercose) - Hospedeiro: O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia solium e da Taenia saginata. O suíno ou o bovino são os hospedeiros intermediários, por apresentarem a forma larvária nos seus tecidos. - Meio ambiente: A teníase é adquirida através da ingesta de carne de boi ou de porco mal cozida, que contém as larvas. Quando o homem ingere, acidentalmente, os ovos de T. solium, adquire a cisticercose. · Período patogênico Da cisticercose humana, varia de 15 dias a anos após a infecção. Para a teníase, em torno de 3 meses após a ingesta da larva, o parasita adulto já é encontrado no intestino delgado humano. Os ovos das tênias permanecem viáveis por vários meses no meio ambiente, que é contaminado pelas fezes de humanos portadores de teníase. Pode apresentar complicações, como: obstrução do apêndice, colédoco, ducto pancreático na teníase. Da cisticercose: deficiência visual, loucura, epilepsia, entre outros. · Brucelose bovina · Período pré-patogênico - Agente: O agente etiológico é uma bactéria Gram negativa, em forma de bastonete, denominado Brucella abortus. - Hospedeiro: Os hospedeiros susceptíveis são os bovinos, equinos, ovinos, caprinos, suínos e caninos, e o homem. - Meio ambiente: A transmissão do germe se dá principalmente pela via oral, devido a dois fatores: a) O hábito de um bovino sadio lamber a genitália de uma fêmea doente. b) A ingestão de alimentos contaminados por: o Urina de bovinos doentes. · Período patogênico Os principais sinais clínicos observados nos animais infectados estão ligados a problemas reprodutivos. O mais frequente é o aborto no terço final da gestação, natimortos e nascimento de bezerros fracos. Frequentemente, há retenção placentária e infertilidade temporária ou permanente. Nos machos, a infecção por B. abortus pode causar orquite com consequente infertilidade por diminuição da qualidade espermática. Considere o texto abaixo e complete a cadeia de transmissão Hantavirose, morte - SP (Ribeirão Preto)-Correção ------------------------------------------------- Data: 05 abr 2007 De: LISAS <lisas.org.br> Fonte: O Estado de São Paulo [05.04.2007] <http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/05/> Hantavírus na região de Ribeirão Preto -------------------------------------------------- A região de Ribeirão Preto já tem três (03) casos de hantavirose humana - doença transmitida pelo ar de fezes ou urinas de roedores - confirmados oficialmente neste ano (2007), sendo dois (02) deles com mortes. Os resultados foram anunciados ontem (04/04/2007) pelo Instituto Adolfo Lutz. Comentário: ["Doença transmitida pelo ar de fezes ou urinas de roedores" quer dizer o seguinte. Roedores silvestres entrando em casa em busca de comida deixam urina e fezes nos cantos dos cômodos. Esses secam e se tornam em poeira. Ao se varrer a casa, levanta a poeira contaminada com o vírus e a pessoa a aspira, ficando assim infectada. - jw] De acordo com o texto, complete as informações: a) Agente: Hantavírus. b) Fonte de infecção: Ambiental. c) Via de eliminação: Fezes ou urinas de roedores. d) Via de transmissão: Pelo ar, transmissãodireta. e) Porta de entrada: Vias do trato respiratório. f) Susceptíveis: Humanos. g) Qual é o principal fator de transmissão da doença citada no texto? A aspiração de poeira que está no ar, contaminada pelo vírus. h) Determine os fatores relacionados à tríade epidemiológica Agente: Hantavirus. Hospedeiros: roedores (intermediários) e humanos (definitivos). Ambiente: casa, canto dos cômodos. QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA 01. Em epidemiologia, portadores são indivíduos infectados que: (A) São imunes à doença por já terem adquirido a infecção anteriormente. (B) Têm imunidade passiva devido a mecanismos naturais ou artificiais. (C) Albergam determinados agentes infecciosos sem necessariamente apresentar evidência da doença, porém atuam como potenciais fontes de infecção. (correta) (D) Estão gravemente doentes e atuam como potenciais fontes de infecção. (E) Veiculam a doença para outros suscetíveis. 02. Das afirmativas abaixo, assinale a correta: (A) Vetores mecânicos são animais invertebrados que carreiam o agente. (B) Fonte de infecção são animais, plantas, água e alimentos contaminados. (C) Patogenicidade refere-se à capacidade do agente em induzir resposta imune no hospedeiro. (D) Virulência é uma característica do agente e refere-se à capacidade de causar doença clínica no hospedeiro. (correta) (E) Indivíduos suscetíveis são imunologicamente vulneráveis e geralmente não são capazes de combater as infecções.
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