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ETICA-NO-TRABALHO-PSICOPEDAGOGICO

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3	PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA	5
4	ORIGEM E OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA	7
5	AS DISCUSSÕES REFERENTES À PSICOPEDAGOGIA ENQUANTO CAMPO DE ATUAÇÃO	10
5.1	Psicopedagogia: um campo de atuação entre a psicologia e a pedagogia?	14
6	A PSICOPEDAGOGIA	17
6.1	Campo de conhecimento da psicopedagogia	19
6.2	Campo de atuação da psicopedagogia	20
7	AS IMPLICAÇÕES DA ÉTICA PROFISSIONAL NA ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA	22
8	A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA	23
9	O CARÁTER INTERDISCIPLINAR DA FORMAÇÃO	25
10	A VISÃO ATUAL DA PSICOPEDAGOGIA	26
11	A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA	27
11.1	O código de ética da associação brasileira de psicopedagogia (ABPP)	28
12	CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS:	28
13	CAPÍTULO II – DA FORMAÇÃO:	29
14	CAPÍTULO III – DO EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES PSICOPEDAGÓGICAS:	30
15	CAPÍTULO IV – DAS RESPONSABILIDADES:	31
16	CAPÍTULO V – DOS INSTRUMENTOS	32
17	CAPÍTULO VI – DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS	32
18	CAPÍTULO VII – DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL:	33
19	CAPÍTULO VIII- DOS HONORÁRIOS:	33
20	CAPÍTULO IX – DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO:	33
21	CAPÍTULO X – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS:	34
22	REFLEXÕES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA	35
23	CONSIDERAÇÕES FINAIS	41
24	REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA	42
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 ÉTICA PROFISSIONAL 
 
Fonte: www.sindjorce.org.br 
Segundo uma perspectiva geral, pode-se entender por ética, o conjunto de normas de comportamento, baseado em princípios morais, que ditam a conduta nas sociedades organizadas e, portanto, é imprescindível em todo e qualquer relacionamento humano. 
“Ética é um princípio, um potencial dentro do homem, aplicável, sem dúvida, a todas as atividades humanas, ajudando os homens a encontrar um relacionamento adequado entre si” (CIONE, 1988, apud SILVEIRA 2014, p. 
3). 
O campo ético é constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes; bem como pela relação entre vontade e paixão, vontade e razão; finalidades e valores da ação moral; ideias de liberdade, responsabilidade, dever e obrigação. Os valores são o ponto de partida das ações humanas influenciando suas decisões, sendo que a ordenação e a hierarquização de princípios, valores e normas definem o conteúdo ou teor do caráter, bem como as ações do ser humano. 
A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer usos, hábitos e costumes, bem como o modo de ser e/ou o caráter. Os romanos traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” ou, no plural, “mores”, originando a palavra moral. Tanto “ethos” como “mos” indicam um tipo de comportamento humano que não é natural, mas que é adquirido ou cristalizado pelo hábito. Pode-se refletir que a ética e a moral compõem a natureza de deveres nas relações humanas construída histórica e socialmente. 
Ética pode ser entendida, segundo uma perspectiva filosófica, como aquilo que é bom para o indivíduo e sociedade entende-se como sendo o lema máximo da ética: 
o bem comum. 
Os termos, “ethos” e “mos” podem ser entendidos em três sentidos: a) morada ou abrigo; 
b) caráter ou índole; e 
c) hábitos ou costumes. 
Considerando a influência da ética e da moral nos critérios de escolha de um determinado tipo de conduta existe uma distinção entre ética e moral. Por moral devese compreender o conjunto de regras de condutas assumidas livre e conscientemente pelos indivíduos, com a finalidade de organizar as relações interpessoais, segundo os valores do bem e do mal. Entende-se por ética, a parte da filosofia que consiste da reflexão sobre as noções e os princípios que fundamentam a vida moral, o estudo da moralidade do agir humano e da retidão frente à ordem moral, 
A ética é a disciplina filosófica que investiga os diversos sistemas de morais elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação das normas e proibições próprias a cada uma e explicar seus pressupostos, ou seja, as concepções sobre o ser humano e a existência que os sustenta (FIGUEIREDO, 2008, apud SILVEIRA 2014, p. 4). 
 
Os códigos de ética profissionais apresentam um conjunto de normas de comportamento que se enquadram como elementos para definição de condutas virtuosas, neste caso, condutas profissionais que contribuem para um relacionamento adequado entre pacientes e profissionais, bem como entre estes. Os valores e obrigações contidos nos códigos de ética profissionais existem para orientar as decisões humanas na trajetória da retidão em meio às atividades profissionais estendendo o conceito da ética geral para a realidade laboral, organizando as relações interpessoais e a harmonia para o indivíduo e sociedade. 
A ética não pode ser encarada como um simples estudo psicológico. Os códigos de ética profissionais orientam e disciplinam certas maneiras de agir. Em qualquer profissão, principalmente quando se trata de atividade social, a ética deve ser cumprida e que o respeito é indispensável. 
PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA 
 
Fonte: cerradoeditora.com.br 
A ética profissional é a aplicação da ética geral no campo das atividades profissionais, é a tentativa de legitimar princípios morais de validade comum aceitos por determinada comunidade. Assim sendo, existem os códigos de ética das diversas profissões como Direto, Medicina, Psicologia e Psicopedagogia. 
 [...]“a ética profissional estuda códigos de ética específicos a cada área de aplicação e que na realidade seriam códigos morais, pois se limitam a normas que possibilitam um bom relacionamento interpessoal...”. (PAVIANI, 1988, apud COSTA, 2007, p. 6). 
É preciso reconhecer os limites das normas, já que elas dependem de situações sociais e históricas, ainda que o fato de não existir um código de ética em determinada profissão não impede os profissionais de refletir a respeito do comportamento ético. 
É atribuído ao código de ética, a estruturação e sintetização das exigências éticas no plano de orientação, disciplina e fiscalização. Os códigos profissionais visam a garantir os interesses dos profissionais e dos clientes, amparando seus interesses e protegendo seus relacionamentos. 
O Código de Ética visa a proporcionar ocasiões de articular interesses individuais e coletivos, ainda que ele represente uma tentativa de elevar a consciência moral dos indivíduos na busca de inseri-los numa relação social abrangente. (FLORES, 1993, apud COSTA, 2007, p. 6). 
 
Ao longo da vida, toda pessoa depara com situações inusitadas, situações que desequilibram a rotina. Nestes, e em outros momentos decisivos, o Código de Ética pode sugerir, fundamentar e amparar atitudes a serem tomadas. Contudo, ele não dá garantias de acertos, como também, não visa a criar dependências. Mas a direcionar o profissional para o interesse mútuo, ordenando as relações interpessoais com apoio na autoridade de uma comunidade, formalizando o convívio de pessoas. 
 
O Código de Ética deve estar sob o controle de seu órgão representativo, e ser homologado pelopoder público e ser dado ao conhecimento de toda a sociedade. Também, enfatiza que o órgão representativo deverá contar com um Conselho de Ética, eleito pelos integrantes da profissão, para o julgamento dos profissionais que forem denunciados por violar normas do código e estabelecer as sanções necessárias. PADIM,1997, apud COSTA, 2007, p. 6). 
O Código de Ética não tolhe a liberdade do profissional, pois ele é livre para segui-lo ou não, mas deverá ser responsável por sua escolha e arcar com as consequências de seus atos. 
Respeitar as normas contidas num código de ética implica a necessidade de compreender e viver a razão básica das determinações nele contidas e, evidentemente a consciência profissional por parte de cada um subordinados a esse código. E a consciência profissional é algo que se vem plasmando aos poucos no indivíduo, o fato da crise ética ser uma experiência universal presente em todas as épocas e comum a todas as classes sociais e profissões, assim ninguém pode livrarse do ético, da constante necessidade de escolher, de decidir, do dever ser, do agir ou do saber prudencial. 
Os códigos de ética fazem parte do sistema de valores que orientam o comportamento das pessoas, grupos e das organizações e seus administradores. Então, se os códigos de ética fazem parte dos sistemas de valores que organizam o comportamento das pessoas, cabe a elas dar alma aos códigos, dar-lhes significado, ou seja, acreditar na importância deles. 
As diretrizes éticas têm estado presentes em inúmeras profissões, nas quais o código de ética vem a ser um como instrumento norteador da postura dos profissionais. É o caso de áreas como a Medicina, o Direito “Código de Ética e Disciplinar do Advogado”, a Psicologia e a Psicopedagogia 
ORIGEM E OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA 
O surgimento da psicopedagogia, como área de estudo, é originado por uma necessidade de orientar e atender crianças que apresentassem dificuldades de aprendizagem, cognitivas ou comportamentais sociais. A psicopedagogia surgiu na 
Europa do século XX. O primeiro centro de Psicopedagogia do mundo se instituiu em 1920, ligado ao pensamento psicanalítico, nomeado de Psicopedagogia clínica. 
Porém, o surgimento da Psicopedagogia teria se dado em 1946, onde foram criados os primeiros centros Psicopedagógicos na Europa, Paris, por Juliet te FavezBoutonier e George Mauco. A princípio, a psicopedagogia tinha como objetivo diagnosticar as dificuldades de aprendizagem em crianças com uma abordagem clínica, com práticas de reconhecimento e tratamento. Tratavam crianças que eram rotuladas com problemas escolares e/ou de comportamento. 
A ação do psicopedagogo era vinculada ao campo medicinal, ou seja, um psicopedagogo era um médico pedagógico. 
A prática da reeducação consistia em identificar e tratar dificuldades de aprendizagem, a partir de ações de mediação, de classificação de desvios e de elaboração de planos de trabalho. A base do conhecimento utilizado provinha fundamentalmente da Psicologia, da Psicanálise e da Pedagogia e o tipo de enfoque predominante era o médico-pedagógico. (RAMOS, 2007, apud FARIA,2017, p. 14). 
Havia profissionais da área da Psicanálise, Psicologia, Pedagogia e Psicomotricidade que atuavam nesses centros, porém eram os médicos que davam o diagnóstico. Era feito uma investigação da vida do indivíduo: relação familiar, conjugais, condições de vida, práticas educativas e teste de QI. E então era dado o diagnóstico do tipo de tratamento adequado. A Argentina teria sido a maior influenciadora da Psicopedagogia no Brasil, que se tornou notória a partir dos anos 60 e contava com objetivos Psicopedagógicos de cunho preventivo, em especial, voltada para a relação professor-aluno. 
[...] a despeito dessa experiência, a literatura revela que a finalidade que predominou na história antiga da Psicopedagogia brasileira foi a de atuar nos problemas referentes às disfunções neurológicas ou, mais precisamente, naquilo que foi denominado na época de “Disfunção Cerebral Mínima” (DCM) (RAMOS, 2007, apud FARIA, 2017, p. 16). 
 
Essa visão acabou se instalando nas escolas sem nenhum critério, num processo de rotulação de crianças e adolescentes. E então surgem as diversas nomenclaturas de variadas possíveis doenças encontradas. 
O rótulo DCM foi apenas um dentre os vários diagnósticos empregados para camuflar problemas psicopedagógicos traduzidos ideologicamente em termos de psicologia individual. Termos como dislexia, disritmia e outros também foram usados para esse fim. (SCOZ, 1994 apud RAMOS, 2007, p. 
12). 
E foi através dessa herança de médico-psicopedagógico que surgiram os primeiros cursos de Psicopedagogia no país, porém, somente em 1979, após quase vinte anos da efetiva prática psicopedagógica no Brasil, surgiu o primeiro curso de especialização em Psicopedagogia do país, inicialmente chamado de Curso de Reeducação Psicopedagógica. 
Historicamente, a Psicopedagogia foi introduzida no território brasileiro com base em modelos médicos, e foi assim que se iniciaram, nos anos de 1970, cursos de especialização em Psicopedagogia, voltados principalmente para uma atuação clínica. Atualmente os cursos de especialização em psicopedagogia têm se dividido entre as perspectivas clínicas e as institucionais, mas o que se verifica é a predominância da prática considerada clínica, como se pode ver na categoria anterior, em que é citada a realização das avaliações psicopedagógicas por parte dos participantes. (Bossa, 2000 apud POTTKER, 2014, p. 225) 
O conceito de psicopedagogia, nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem e se tornou uma área de estudo específica que busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo. Entre esses campos, destacam-se a Pedagogia e a Psicologia, duas amplas áreas de suma importância para o ensinoaprendizagem. 
Hoje, a psicopedagogia é vista como uma área de possibilidades que visa propiciar um melhor desenvolvimento da aprendizagem, buscando encontrar possíveis soluções para os problemas de ensino/aprendizagem institucionais ou clínicos, procurando compreender relações emocionais, afetivas, constitucionais/biológica, familiares, sociais, cognitivas, socioculturais e pedagógicas; estabelecendo uma análise profunda dos decorrentes problemas encontrados. 
Contudo, a psicopedagogia tem por objeto de estudo o ser humano enquanto ser pensante e construtor de conhecimento e suas singularidades e influências psicológicas e cognitivas que podem gerar falha na aprendizagem. Ou seja, sua abordagem visa encontrar, no indivíduo, as possíveis causas que lhe inserem no fracasso escolar. Com a crescente demanda das dificuldades de aprendizagem encontradas nas salas de aula, a atuação do psicopedagogo parte de pressupostos que visam encontrar melhores soluções que possam ajudar o educador e o educando com abordagens preventivas e facilitadoras na relação ensinoaprendizagem. 
 O objetivo é encontrar o que é entendido como causas das faltas de atenção e de vontade de aprender e o que vem a acarretar no insucesso do aluno, facilitando a compreensão do educador e do educando, construindo uma prática preventiva entre um conhecimento e outro. 
Motivos como a falta de concentração, hiperatividade, dislexia, distúrbio de atenção, processos psicoemocionais e diversas outras influências que podem ser vistas como resultados para uma falha de compreensão na hora de aprender, têm sido alvo de estudos da Psicopedagogia, pois seu campo de estudo se responsabiliza a desvendar esses desafios e a criar possibilidades adequadas a cada indivíduo, visando suas necessidades (GALLINA, 2014, apud FARIA,2017, p. 17). 
 Mas, para que as dificuldades sejam encontradas e estudadas em prol de ajudar ao educando, é necessário, também, um estudo que englobe seus campos de habitação, como exemplo o campo familiar e social. Pois, se o estudo foca somente no indivíduo, automaticamente ele se torna o culpado por seu insucesso, podendo, dessa forma, agravar mais ainda a situação. 
AS DISCUSSÕES REFERENTES À PSICOPEDAGOGIAENQUANTO CAMPO DE ATUAÇÃO 
A formação da Psicopedagogia acaba se desorientando muito da sua origem matriz Argentina; que continuou a ser feita por meio de graduação de, aproximadamente, cinco anos, enquanto aqui no Brasil a formação passa a ser feita por meio de uma especialização, por volta de um ano e meio, lato sensu ou em cursos de aperfeiçoamento com modalidades presencial, semipresencial e a distância, a partir de 2000, no Brasil, começaram a surgir outros tipos de cursos de formação para a Psicopedagogia: curso superior de curta duração; curso de graduação em Psicopedagogia; curso de mestrado em Psicopedagogia; curso de doutorado em Psicopedagogia. 
A (ABPp) é uma Associação Brasileira de Psicopedagogia fundada em São Paulo, em 12 de novembro de 1980, que tem como alguns de seus objetivos: promover o desenvolvimento e divulgação da psicopedagogia; estabelecer padrões de éticas ao profissional; representar e prestar serviços a assuntos ligados a psicopedagogia, esclarecer sobre a formação da mesma, etc. 
Existe o código de ética do psicopedagogo, reformulado pelo conselho da ABPp e aprovado em Assembleia Geral em 5/11/2011, que estabelece parâmetros, diretrizes e orientações aos profissionais psicopedagogos brasileiros. A ABPp afirma que a intervenção psicopedagógica na Educação e Saúde considera o elo institucional e clínico indissociável. Ou seja, através desse conceito, pode-se compreender que a atuação clínica está diretamente ligada à atuação institucional do profissional psicopedagogo, dessa forma, é interessante pensar em como a lógica clínica pode estar sendo levada para dentro das escolas, podendo haver aplicações e métodos medicalizantes. Como pode ser percebida, a Psicopedagogia abrange duas áreas: clínica (consultórios) e institucional (escolas, empresas e ONG's). 
A prática psicopedagógica prevê além da atuação em clinicas, a atuação em instituições. De modo geral, o atendimento clínico visa intervir em situações de insucessos que já se apresentam instaladas. A atuação institucional ocorre, geralmente, em instituições de ensino, empresas, organizações assistenciais. Esta forma de atuação apresenta um caráter preventivo que visa evitar ou minimizar possíveis situações de insucessos. (OLIVEIRA, 2007, apud FARIA,2017, p. 19). 
A atuação clínica na psicopedagogia age por meio de terapias, ou seja, introduz a lógica de cura para as dificuldades de aprendizagem que já estão instaladas no aprendente. Tem por objetivo eliminar ou minimizar os insucessos do aluno, porém há também a possibilidade de prevenção por meio de sua prática. A atuação institucional é objetivada, na prevenção de possíveis futuras dificuldades de aprendizagem ou de outros problemas que possam influenciar na vida social do aluno. 
O aluno que já estiver sido rotulado com dificuldades de aprendizagem, será, deste modo, direcionado às clínicas psicopedagógicas para que haja o diagnóstico, onde a causa e as intervenções serão estudadas, ou seja, para saber onde foi que ele, o aluno, errou. E o aluno que ainda não foi percebido/rotulado com dificuldades de aprendizagem, deverá ser acompanhado para que maiores problemas, em questões educacionais, possam não o atingir, através do método preventivo. 
O psicopedagogo sustenta na análise do fracasso escolar, basicamente, uma perspectiva equivocada (individual), buscando preferencialmente no aluno as causas desses problemas. Acusa a Psicopedagogia de utilizar-se quase que exclusivamente dos conhecimentos psicológicos, inviabilizando sua autenticidade e especificidade, argumentando que uma teoria nova não pode construir-se dessa maneira. 
[...] a Psicopedagogia poderia ser Clínica e/ou Institucional. A atividade clínica caracterizar-se-ia pelo atendimento em consultório, do tipo terapêutico, no intuito de reconhecer e atender às alterações de aprendizagem de natureza patológica. Sua principal técnica de trabalho seria o diagnóstico psicopedagógico. Outra modalidade de atuação seria a Preventiva ou Institucional, aquela na qual a prática seria a adoção de uma postura mais “crítica” frente ao fracasso escolar, a partir de uma visão mais totalizante. (BOSSA,1994, apud JUCÁ, 2000, p. 255). 
Seguindo essa linha de pensamento, o papel do Psicopedagogo na escola parece ser realizado de forma individualizante, onde a capacidade do aluno é posta em questão e já reconhecida como difícil. Perante o contexto já abordado, a culpabilidade em prol do fracasso escolar parece estar ligada diretamente ao aluno, sem levar em conta a escola ou quaisquer outros meios que possam estar diretamente o influenciando o tempo todo. 
A atuação preventiva do psicopedagogo normalmente acontece em três etapas: 
a primeira, com uma visão de análise, busca alterar os processos educativos para que possa haver a diminuição do fracasso escolar na instituição; a segunda é aquela que visa analisar e tratar os casos já instalados na instituição; e a terceira atua de modo individual, ou seja, clínico, já com os indivíduos que possuem dificuldades de aprendizagem. E então entra a questão: se a psicopedagogia clínica e institucional são indissociáveis, os processos de escolarização estariam sendo clinicados? E quais consequências trazem para a vida dos alunos? 
Nesse último caso, seu papel não seria o de eliminar os sintomas, agindo como um “professor de reforço”, ensinando de forma particular o conteúdo não aprendido. Ao contrário disso, sua atuação seria a de diagnosticar e intervir no problema gerador do referido sintoma (BOSSA, 1994 apud RAMOS, 2007, p. 18). 
Fica evidente a crítica à regulamentação da psicopedagogia como mais uma profissão no ambiente educacional através de uma análise sobre a pretensiosa junção entre a Psicologia e a Pedagogia: 
[...] uma coisa é reconhecer a permanência e o agravamento dos velhos problemas de ensino e aprendizagem bem como a emergência de novos problemas, que bem podemos nomear de problemas psicopedagógicos, outra coisa, bastante distinta, é a pretensão de que a resolução daqueles problemas dependa da regulamentação de uma nova profissão para dar legalidade a um novo profissional da educação, recorrendo ao velho procedimento de isolar o problema (leia-se o aluno) das condições concretas em que se manifesta (leia-se escola, relações sociais entre professor e aluno, dificuldades e impedimentos decorrentes de métodos e conteúdos do ensino) (SASS, 2003, apud FARIA, 2017, p. 21). 
De acordo com este pensamento os problemas educacionais não serão superados de modo pontual e por meio de soluções novas, pois a psicopedagogia afirma existir novas soluções para os velhos problemas da educação no Brasil. Embora, as intenções sinceras dos profissionais que possuem responsabilidade com a educação não sejam julgadas, a regulamentação da psicopedagogia que exige intervenções e investigações das auxiliares disciplinas do ramo educacional dos problemas pedagógicos em prol de combater o corporativismo, acabará ocasionando em mais corporativismo. 
 E que os problemas da psicopedagogia, que tem por objetivo uma realização escolar, em salas de aulas, e não em clínicas e consultórios com objetivos clinicalistas de analisar os problemas pedagógicos, podem acarretar problemas psíquicos nos indivíduos e, especialmente, nas crianças, o que pode acarretar na evasão. 
[...] a avaliação é um processo que permite ao profissional investigar e levantar hipóteses provisórias onde serão ou não confirmadas ao longo do processo, recorrendo-se para isso a conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de intervenções e da “escuta psicopedagógica”, para que “se possam decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção” (BOSSA, 2000, apud POTTKER, 2014, p. 223). 
Desta forma, os psicopedagogos são autorizados a fazerem avaliação, se tornando mais uma atividade que eles também podem desempenhar. Estaria o psicopedagogo de fato habilitado para fazer avaliações psicopedagógicas? Como visto, a avaliação psicopedagógica é um processocomplexo e exige conhecimento de duas grandes áreas, Psicologia e Pedagogia. 
 
 
 
 
 
 
Psicopedagogia: um campo de atuação entre a psicologia e a pedagogia? 
A junção psico + pedagogia nos remete a supor um elo entre a Psicologia e a Pedagogia nos levando a pensar que o estudo da Psicopedagogia é baseado nessas grandes áreas. Ou seja, sendo assim, o psicopedagogo permeia por parâmetros abordados na Pedagogia e Psicologia. E não é somente pelo nome psicopedagogia, mas pelas abordagens que se pode observar no campo de atuação da mesma, que utiliza questões também abordadas pela Pedagogia e Psicologia. 
No entanto, seria a psicopedagogia um campo de atuação entre a Pedagogia e a Psicologia? Poderia ser pensada como uma subárea de alguma dessas áreas? Para tal, procura-se entender quais definições são contemplativas para a profissão do psicopedagogo. 
[...] um novo saber que reúne informações de ramos afins, formando um novo campo teórico e prática, voltamos para o aprofundamento dos problemas de aprendizagem. Sempre que surgirem questões relacionadas ao processo de aprendizagem, faz-se necessária a interseção da psicopedagogia. Assim, o processo de aprendizagem é a essência do trabalho psicopedagógico. BOSSA, 2007 apud ALBERNAZ, 2013, p.1). 
A ABPp aponta que a psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza métodos, instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem, cabíveis na intervenção. E em momento nenhum no código de ética do psicopedagogo, são citados os estudos das áreas da Psicologia ou Pedagogia, deixando evidências de que a psicopedagogia não utiliza outros princípios, apesar de em seu próprio nome ser encarregado de citá-las. 
Existem autores que afirmam que a psicopedagogia tem o seu caráter interdisciplinar, ou seja, busca conhecimentos em outros campos criando seu próprio objeto, consolidando a sua interdisciplinaridade e por isso recorre à outras áreas como psicologia, medicina, pedagogia, psicanálise, linguística psicologia, e a fonoaudiologia (ALBERNAZ, 2013, apud FARIA, 2017, p. 26). 
Pode-se pensar também que, enquanto a Psicopedagogia surge com o intuito de trabalhar as dificuldades de aprendizagem a Psicologia escolar é entendida como referência de um campo determinado, o processo de escolarização, e mantém como objeto de estudo a escola e suas diversas relações alcançadas o que também relaciona as dificuldades de aprendizagem. Sendo assim, é notório de que há ligações entre o estudo de um campo e outro. 
Quando se fala em psicopedagogia trata-se do elo entre a educação e a psicologia é uma articulação que desafia estudiosos e práticas dessas duas áreas, embora quase sempre presente no relato de inúmeros trabalhos científicos que tratam principalmente do problema ligado à aprendizagem. 
Percebe-se que a questão de o campo de atuação ser voltado para o processo de escolarização parece ser o mais próximo que se consegue chegar do que vem a fazer um psicopedagogo. A psicopedagogia surgiu das crescentes dificuldades de aprendizagem instaladas no ensinoaprendizagem e que a Psicologia e Pedagogia não deram conta de apaziguar. Pode-se pensar, a partir daí, que a psicopedagogia é uma especialização, oferecida a qualquer indivíduo com licenciatura em qualquer área e que a Psicologia e a Pedagogia são duas grandes áreas de estudos sobre educação e tudo que envolve o processo de aprendizagem e desenvolvimento. 
É de se questionar, embora não se possa anular seus estudos, que haja a compreensão de que uma especialização é a solução das causas das dificuldades de aprendizagem e declarativa do fracasso das outras grandes áreas que já vêm explorando o campo e preparando profissionais em um tempo longo. Afinal, como a mesma contribui unicamente? A Psicopedagogia não se resume a uma parte da Pedagogia ou da Psicologia, e sequer uma junção das duas áreas. A Psicopedagogia é uma área de conhecimento e de atuação profissional voltada para a temática da aprendizagem ou, mais precisamente, para a temática do sujeito que aprende. 
Mas, para compreender o sujeito que aprende o que se estuda? A relação entre psicologia e educação, sobretudo em suas mediações com as teorias de conhecimento, é algo que acompanha a própria história do pensamento humano e constitui-se como complexo e extenso campo de estudo. 
Entendemos educação como prática social humanizadora, intencional, cuja finalidade é transmitir a cultura construída historicamente pela humanidade. 
O homem não nasce humanizado, mas torna-se humano por seu pertencimento ao mundo histórico-social e pela incorporação desse mundo em si mesmo, processo este para o qual concorre a educação. A historicidade e a sociabilidade são constitutivas do ser humano; a educação é, nesse processo, determinada e determinante (ANTUNES, 2008, apud FARIA, 2017, p. 28). 
 
 
A pedagogia, com o conhecimento científico sendo sua principal base de sustentação, pode ser entendida como fundamentação, sistematização e organização da prática educativa, tendo em vista as concepções filosóficas e baseando-se em diversas teorias em prol de estabelecer proposições para a ação educativa. A Psicologia Educacional, sendo considerada uma subárea da Psicologia, pode ser compreendida como um campo de conhecimento, que tem como vocação a produção de saberes relativos ao fenômeno psicológico constituinte do processo educativo, ou seja, seu campo de estudo prevalece como um sistema organizado de saberes produzidos de acordo com procedimentos definidos, referentes a determinados fenômenos ou conjunto de fenômenos constituintes da realidade, fundamentado em concepções ontológicas, epistemológicas, metodológicas e éticas determinadas. 
Já a Psicologia Escolar, se difere, pois trata de um campo específico, a escolarização, e tem como objeto de estudo a escola e as relações que ali se estabelecem e fundamenta sua atuação nos conhecimentos produzidos pela psicologia da educação, por outras subáreas da psicologia e por outras áreas de conhecimento. 
Atua realizando intervenções no espaço escolar, focalizando o processo psicológico se baseando em saberes produzidos, principalmente, pela psicologia da educação. Ao que se pode perceber, essas áreas estabelecem conexões ao se depararem com os parâmetros que tratam o processo de escolarização; e se a Educação é a base da psicologia, assim como a psicologia é o principal fundamento da Educação, particularmente no âmbito pedagógico, como sustentação teórica da Didática e da Metodologia de Ensino, bases para a formação de professores. 
 Alguns desafios na Psicopedagogia, encontra-se em sua definição por causar embates com profissionais da mesma área e de outras áreas. Há algumas sugestões para que se possa pensar sobre como encontrar essas respostas, através de análises e trabalhos psicopedagógicos registrados sobre: 
[...] a prática e a especificidade das atividades, diferenciando-as das de outras áreas; 2) a adequação da fundamentação teórica à prática e/ou à metodologia da pesquisa em psicopedagogia; 3) o subjacente aos itens 1 e 2 - as interrelações entre psicopedagogos e outros profissionais afins e os malentendidos no que diz respeito à pertença dessa área de estudos (MASINI, 2006, apud FARIA, 2017, p. 29). 
 
No que diz respeito ao campo de estudo da formação em Psicopedagogia, só um conhecimento amplo em Educação e Psicologia com base em uma visão crítica da sociedade e pesquisas científicas propiciaria ao psicopedagogo segurança para decidir sobre sua ação, bem como posicionar-se e justificar suas diretrizes de trabalho diante de outros profissionais que lidam com o aprendiz (MASINI, 2006, apud FARIA, 2017, p. 29). 
 
Encontramos subsídios que se estabelece na Psicopedagogia referente às áreas da Pedagogia e Psicologia, prevalecendo os problemas de escolarização, psicológicos e educacionais, sendo estudados, em cada área com seu objeto de estudo em vigor, porém permeiam por um mesmo caminho. Há de questionar que, considerando as diversas áreas que estudam os processos de escolarização, incluindoa Psicologia, a Pedagogia, a Psicopedagogia entre outras, assim como também diversas pesquisas acerca do fracasso escolar, estaria a educação sendo “psicologizada”? O que, de fato, está contribuindo para o fracasso escolar? 
A PSICOPEDAGOGIA 
 
Fonte: centrodeneuroaprendizagem.com.br 
O progresso traz muitas alterações à sociedade, uma delas é o desaparecimento de algumas profissões e o surgimento de outras. O que caracteriza o aparecimento de qualquer profissão é a existência de pessoas exercendo essa função antes de sua formalização. Alguns motivos para o aparecimento de toda profissão, sendo eles a demanda social, os recursos para atender à demanda e pessoas que organizam e recriam os recursos disponíveis para a demanda. 
No caso da psicopedagogia, a demanda é a existência de crianças normalmente desenvolvidas que não conseguem sucesso na escola, fato que justifica a prática psicopedagógica, ou seja, pessoas que atuam para sanar os problemas, os psicopedagogos, 
Acredita-se que o psicopedagogo sabe que sua profissão consiste na transmissão de conhecimentos, não sendo uma atividade neutra para ambas as partes (o sujeito que necessita de ajuda e o psicopedagogo), pois a relação de afeto que se estabelece entre o psicopedagogo e o aprendente é necessária ao desenvolvimento da relação educativa.( NERY,1986, apud BOSSA, 2000, p.25) 
Assim, considera-se que o papel do psicopedagogo é levar a criança a integrarse novamente à vida normal, respeitando sua individualidade. O trabalho psicopedagógico deve estar ancorado em alguns princípios gerais, tais como: 
1) acreditar que todo ser humano tem direito ao pleno acesso ao saber acumulado, representado pela cultura; 
2) considerar a leitura e a escrita como ferramentas fundamentais de acesso ao saber; 
3) nortear sua prática dentro dos princípios da liberdade do ser; 
4) Reconhecer e assumir a dupla polaridade de seu papel-transmisão de conhecimento e compreensão dos fatores psicológicos que interferem no ato de aprender; 
5) reconhecer o papel da família como transmissora da cultura, devendo analisar e compreender os mecanismos dentro da relação familiar que promovem bloqueio da aprendizagem; 
6) reconhecer a escola como espaço privilegiado para a transmissão da cultura, também, o valor de outras organizações sociais ainda mantendo postura crítica frente às dificuldades geradas pela própria instituição escolar. 
De acordo com o primeiro princípio, o psicopedagogo deverá trabalhar para possibilitar a todas as crianças o direito de aprender. 
No segundo princípio a leitura e a escrita são ferramentas fundamentais para o acesso ao saber acumulado representado pela cultura, o psicopedagogo deverá contribuir para que o educando supere o problema de aprendizagem e consiga ter acesso a esse saber. 
Com o terceiro princípio o psicopedagogo deve respeitar a individualidade do ser humano e ajudá-lo na superação de suas dificuldades. 
O quarto princípio levanta questões de fronteiras com outras áreas, assim, o psicopedagogo deverá requerer a plena preparação e utilização de recursos disponíveis no acervo científico para uma atuação competente e responsável. 
O quinto princípio acentua a necessidade de o psicopedagogo reconhecer o papel da família e atuar orientando-a para fazê-la analisar e compreender fatores de sua dinâmica que interferem na aprendizagem do sujeito. Já o sexto princípio destaca a necessidade de se reconhecer a escola como espaço para transmissão de cultural, assim como sua responsabilidade, na maioria das vezes, pelos problemas de aprendizagem. 
Campo de conhecimento da psicopedagogia 
A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem humana e se tornou uma área de estudo específica que busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo: o processo de aprendizagem humana, seus níveis de desenvolvimento e a influência do meio nesse processo. 
É uma área de conhecimento que se dirige para o estudo da aprendizagem enquanto processo inerente ao ser humano, configurando-se no âmbito das ciências humanas. Nesse sentido, o objeto de estudo da Psicopedagogia é a aprendizagem humana e o ser que aprende é o sujeito para o qual a Psicopedagogia se dirige. 
Considerando que a Psicopedagogia é um campo de conhecimento contemporâneo, ela se difere de outros campos como área de atuação e de reflexão, pois leva em consideração a objetividade e subjetividade humanas e o conhecimento das diversas formas de aprender. Ocupa-se dos problemas relacionados com a aprendizagem humana, atuando em áreas próximas à Psicologia e à Pedagogia. Evoluiu para atender às demandas sociais relacionadas aos problemas de aprendizagem e ao fracasso escolar, constituindo-se, assim, numa prática. 
[...] como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto vemos que a Psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Este objeto de estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo. (BOSSA, 2007, AMORIM, 2011, p. 12). 
O psicopedagogo deve agregar conhecimentos multidisciplinares na sua atuação profissional, tendo em vista que, nas avaliações diagnósticas, é necessária a interpretação de diferentes dados. Esses conhecimentos auxiliarão o profissional da Psicopedagogia na compreensão do quadro diagnóstico e a escola na melhor metodologia de trabalho. 
Campo de atuação da psicopedagogia 
O campo de atuação da Psicopedagogia é focado na intervenção do processo de aprendizagem, na avaliação das potencialidades, no diagnóstico e tratamento dos seus obstáculos, sendo o psicopedagogo o profissional responsável por detectar e tratar possíveis obstáculos relacionados à aprendizagem escolar. 
Pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para compreender e intervir nos processos de desenvolvimento da aprendizagem humana, recorrendo a várias estratégias na tentativa de solucionar os problemas que podem surgir. Numa linha preventiva, o psicopedagogo é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de ensino aprendizagem. 
No espaço escolar o psicopedagogo pode contribuir para o esclarecimento das dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do aluno, mas que são consequências de problemas escolares, sejam eles ligados a fatores organizacionais ou metodológicos. 
Ele poderá atuar ainda preventivamente junto aos docentes explicando sobre habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a aprendizagem; pode também trabalhar na formação continuada, na reflexão sobre currículos e projetos e atuar junto às famílias dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. 
[...] a intervenção psicopedagógica na instituição escola se dirige ao sujeito aprendente que sustenta o aluno, sua relação com os seus pares e com o professor; ao sujeito ensinante que sustenta o professor, sua relação com o grupo de alunos, com os pais e com o psicopedagogo, assim como ao sujeito aprendente que também se encontra no professor; e ao sujeito aprendente que se encontra no próprio psicopedagogo. (BARBOSA, 2001, AMORIM, 2011, p. 13). 
 
Em uma linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas da saúde - psicólogos, psicomotricistas, fonoaudiólogos, psiquiatras e psicanalistas, pois tais dificuldades são multifatoriais em sua origem e muitas vezes exigem uma abordagem multidisciplinar tanto na Saúde como na Educação, como, por exemplo, no atendimento em ambientes hospitalares. 
No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuirpara a compreensão e o estabelecimento de vínculos positivos entre as pessoas, ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa. O papel do psicopedagogo é intervir nos fatores que prejudicam o bom andamento ou funcionamento na dinâmica grupal em uma empresa, adequando o conteúdo do planejamento da ação pedagógica, bem como das relações humanas que se estabelecem no âmbito empresarial. Faz-se a intervenção de acordo com a finalidade e o objetivo da instituição, partindo da história da organização e suas características próprias. 
A contribuição da Psicopedagogia para o campo empresarial é a de levar a vivência da organização ao grupo, tomando como base o desenvolvimento cognitivo para um maior e melhor desempenho onde está inserida, dando importância às atividades e ações, mostrando objetivos, metas e a missão, atuando de forma direta e clara com seus funcionários. Caracteriza-se também como um enfoque preventivo, dando sentido ao sujeito na busca do significado da aprendizagem e reflexão de ações assumindo a maturação. 
AS 	IMPLICAÇÕES 	DA 	ÉTICA 	PROFISSIONAL 	NA 	ATUAÇÃO 	DA PSICOPEDAGOGIA 
Uma das preocupações com a formação do futuro profissional da área da Psicopedagogia tem sido o adequado desenvolvimento, atuação e habilidades na boa atuação da Psicopedagogia, ou seja, numa prática ideal do profissional. Assim o código de ética da psicopedagogia deve ser o instrumento capaz de nortear, direcionar e posicionar a práxis do psicopedagogo. 
Não há dúvidas de que a profissão de uma pessoa marca sua existência e consequentemente a sua continuação, principalmente, quando ela integra inteligência e afetividade, pois não há como separar a vida pessoal da profissional, por mais que se tente, porque a boa funcionalidade de uma profissão depende de sua realização não só profissional, mas, principalmente, uma satisfação pessoal, o que levará consequentemente ao crescimento do indivíduo. 
Portanto, a atuação profissional do sujeito é resultado da sua personalidade integral, ou seja, a profissão é influenciada por valores pessoais, por atitudes frente à vida, enfim, frente às condições de ser humano. O código de ética não só da Psicopedagogia, mas de muitas outras profissões, comporta uma aprendizagem especial na área de seu conhecimento sistemático e orgânico. Assinala também uma real e autêntica necessidade de o profissional submeter-se a uma autoavaliação, ao conhecimento de sua práxis e importância de seu bom desempenho, a uma boa supervisão e aconselha um atuante trabalho de formação pessoal e profissional. 
Submeter-se a supervisão é essencial na atuação de qualquer profissional, pois ela que contribui para a eficiência e bons resultados do trabalho, assim como a formação pessoal, entendida como também uma constante na atualização profissional. Questões que envolvem a ética profissional, são bastante discutidos, mas, em especial a ética do psicopedagogo, pois essa tem o poder de articulação entre indivíduo e o social (afinal, o homem não sabe e nem pode viver fora da sociedade, portanto, é imprescindível viver e conhecer bem suas regras e conviver bem numa ética de ações). 
Algumas questões que implicam a ética no cotidiano da psicopedagogia, tais como uso de recursos para diagnóstico e intervenção psicopedagógica; delimitação de campo de atuação e relação com outros profissionais, opta-se por investigar o código de ética enquanto instrumento norteador das práxis, pois essa viabiliza ao desenvolvimento do indivíduo enquanto profissional responsável pelo psicossocial. 
Dessa forma pretende-se refletir a respeito da psicopedagogia enquanto área de atuação e profissão, pois sistematiza e assim visa contribuir para a reflexão integral da ética, não como algo isolado, inautêntico, sem importância, ou mesmo distante da realidade, mas algo que deve estar ciente e fazer parte desse cotidiano. Pois um bom profissional parte de suas inquietações, portanto, não é diferente para o bom psicopedagogo, principalmente na sociedade, onde é sua área de atuação. 
A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA 
 
Fonte: congressodepsicopedagogia.com.br 
A Formação em Psicopedagogia tem sido procurada por profissionais que buscam especializar-se no estudo do processo de ensino aprendizagem e as dificuldades dele decorrentes, para atuar desenvolvendo instrumentos e se utilizando de técnicas específicas de abordagem do objeto, nos seguintes campos: clínico, institucional (escolar, hospitalar, empresarial) e na pesquisa. 
De acordo com a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) a formação deve ser feita em curso de pós-graduação lato-senso, ou seja, em nível de especialização. Isto quer dizer que o curso deverá ter no mínimo 360 horas, para ter validade como profissão, quando a mesma passar a ser reconhecida. Contudo a mesma associação recomenda um número maior de horas. Para que os cursos de formação em Psicopedagogia possam funcionar, quer seja em instituições públicas quer seja em instituições privadas, deverão ter autorização do Ministério de Educação e Cultura (MEC), que os aprova com base em resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE). 
Há mais de três décadas a formação do psicopedagogo no Brasil está acontecendo em caráter regular e oficial em instituições autorizadas. A Psicopedagogia é considerada umas práxis, ou seja, uma prática fundamentada em referenciais teóricos. A Psicopedagogia no Brasil enquanto área de atuação é sustentada por referenciais teóricos, isto é, umas práxis psicopedagógica. As produções, publicações e reuniões científicas organizadas pela ABPp e por outros órgãos profissionais de áreas afins reconhecem academicamente a práxis psicopedagógica e legitimam, também, a identidade do Psicopedagogo como profissional. 
 “O psicopedagogo deve ser capaz de investir em sua formação pessoal, de maneira contínua e significativa, de modo a estar apto a também desenvolver um papel inovador, no qual quem ensina deve, inicialmente, ter aprendido e vivenciado o que efetivamente vai ensinar”. (BOSSA, 2007, apud SCOZ,2010, p. 3). 
Esse mesmo profissional deverá ser um novo profissional em aprendizagem, com formação psicopedagógica obrigatória, num curso de especialização, e com uma sólida fundamentação centralizada no conhecimento científico, em vários aspectos: pedagógico, psicológico, técnico, histórico, político e social. 
O CARÁTER INTERDISCIPLINAR DA FORMAÇÃO 
É impossível engessar a Psicopedagogia enquanto prática, num modelo préconcebido, pois os profissionais trazem traços marcantes de sua formação inicial e de seu percurso acadêmico que é bastante variado; alguns são oriundos da área da educação, outros da psicologia, outros ainda da fonoaudiologia, da terapia ocupacional, entre outras. 
Simultaneamente, a Psicopedagogia é uma práxis formalizada e que lida com a compreensão e o tratamento dos problemas de aprendizagem com um foco ampliado, mediante a contribuição de outras áreas do conhecimento humano, como a Didática, a Psicologia, a Psicanálise, a Linguística, a Filosofia, Sociologia, as Neurociências e outras. 
O que legitima uma ocupação profissional é a formação em serviço, a formação contínua nos fundamentos e técnicas que possibilitam a realização de um trabalho. Neste sentido, interessa menos a ênfase em uma formação inicial e legal, como se tem caracterizado a discussão sobre as questões acima, mas a ética de um saber construído e aperfeiçoado continuamente de diferentes estilos. 
É consenso entre a maioria dos profissionais que exercem a atividade de Psicopedagogo, a necessidade de uma formação profissional que contemple conhecimentos de várias áreas, uma vez que o conhecimento e a compreensão do ato de aprender e a possível necessidade de intervenção demanda conhecimentos elaborados por várias disciplinas. 
É preciso, então, conhecer as dinâmicas dos fatores inconscientes, dos fatores sócio culturais, dos fatores históricos familiares, etc. para elaborar projetos, quer seja de maneira clinica quer seja preventivamente,que visem à construção de uma relação potencializadora e, portanto, saudável com as aprendizagens, possibilitando a autoria na busca da construção do conhecimento. 
Sua formação possibilitará ser o mediador nos processos de transmissão e apropriação dos conhecimentos, integrando de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes ciências humanas, sociais e da saúde. O realce para o caráter interdisciplinar da formação reside no fato de que os psicopedagogos vão buscando conhecimentos de outras áreas e criando o seu próprio objeto de estudo, que é, segundo o Código de Ética da ABPp, o ser em processo de construção de conhecimento, o ser cognoscente, trabalhando para a construção da autonomia desse ser e afastando os obstáculos a essa construção. 
A VISÃO ATUAL DA PSICOPEDAGOGIA 
Atualmente, a Psicopedagogia integra e constrói sua própria síntese a partir das contribuições de várias áreas do conhecimento humano. Não se limita a tratar as dificuldades no processo de ensino aprendizagem, mas também busca a prevenção das dificuldades para os indivíduos, de modo geral. Mas, a Psicopedagogia ainda não adquiriu o status de ser considerada uma profissão. 
A lei que busca o reconhecimento da profissão de Psicopedagogo foi aprovada pela Comissão de Trabalho e Administração do Serviço Público em 1997, e pela Comissão da Educação, Cultura e Desporto em 2001. Desde 2003, a atividade ganhou amparo legal e consta do Código Brasileiro de Ocupações. A ocupação de psicopedagogo passou então a ser reconhecida oficialmente. 
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou no dia 05 de fevereiro de 2014 projeto de lei da Câmara dos Deputados (PLC 31/2010) que regulamenta a atividade de Psicopedagogia. Pelo texto, a profissão poderá ser exercida por graduados e também por portadores de diploma superior em Psicologia, Pedagogia ou Licenciatura que tenham concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e 80% da carga horária dedicada a essa área. 
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA 
Desde 1980, data da criação da ABPp, os psicopedagogos brasileiros contam com o apoio desta associação, que se preocupa com os interesses e os anseios da classe e luta pelos seus direitos. Além disso, a Associação Brasileira de Psicopedagogia contribuiu e contribui para que os profissionais da Psicopedagogia construam espaços de discussões, estudos e pesquisas sobre a teoria e a prática psicopedagógicas. 
[...] ao longo de sua existência a associação tem promovido vários encontros e congressos visando dentre outras coisas refletir sobre: a formação do psicopedagogo, a atuação psicopedagógica objetivando melhorias da qualidade de ensino nas escolas, a identidade profissional do psicopedagogo, o campo de estudo e atuação do psicopedagogo, o enfoque psicopedagógico multidisciplinar. (PERES, 1998, AMORIM, 2011, p. 10). 
Essa característica da Associação Brasileira de Psicopedagogia, de ser um órgão que representa a classe, luta pelos seus direitos e pela formação na área, é peculiar se pensarmos na forma de sua organização institucional, composta por um Conselho Nacional que reúne membros de diversos segmentos e de diversas regiões do país e se compõe da seguinte maneira: Conselho Nato, constituído pelos expresidentes da ABPp, que passam a integrá-lo ao final de cada gestão; Conselheiros eleitos, que representam os associados de todo o Brasil e os representantes das Seções e Núcleos. 
Com o intuito de propor uma identidade própria à Psicopedagogia no Brasil e difundir os conhecimentos na área, a Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp organizou um documento acerca da identidade profissional do psicopedagogo e dos objetivos dessa área do conhecimento. O documento passou por várias reformulações na tentativa de entrelaçar o conteúdo de formação e a atuação profissional. Desse documento originou, em 1992, o Código de Ética do Psicopedagogo. 
A discussão em torno da questão do reconhecimento da profissão gerou grande inquietação entre vários segmentos acadêmicos. Considera-se que o Código de Ética era essencial e necessário, tendo em vista que a profissão não era reconhecida. Este passou a ser o documento norteador dos princípios da Psicopedagogia, das responsabilidades gerais dos psicopedagogos, das relações destes com outras profissões, sobre a importância do sigilo. 
O código de ética da associação brasileira de psicopedagogia (ABPP) 
O Código de Ética da categoria foi elaborado no biênio 91/92 da ABPp e reformulado pelo Conselho Nacional e Nato do biênio 95/96, ele se encontra disponível no site da ABPp e deve ser seguido por todos os psicopedagogos, pois representa a disponibilidade e a seriedade no desempenho da atividade. Ele regulamenta as seguintes situações: 
· O capitulo I é dedicado aos princípios da Psicopedagogia; 
· O capitulo II diz da formação do psicopedagogo; 
· O capítulo III trata das atividades psicopedagógicas; 
· O capitulo IV diz das responsabilidades dos psicopedagogos, dos seus deveres fundamentais; 
· O capítulo V trata dos instrumentos e técnicas; 
· O capítulo VI retrata as normas para as publicações científicas; 
· O capítulo VII fala sobre a publicidade profissional; 
· O capítulo VIII trata dos honorários; 
· O capítulo IX diz da observância e do cumprimento do Código de Ética; e 
· O capítulo X traz as disposições gerais 
CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS: 
Artigo 1º 
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos. Parágrafo 1º 
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, relacionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de aprendizagem e as suas dificuldades. Parágrafo 2º 
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico. Artigo 2º 
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utilizando métodos, instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem, cabíveis na intervenção. Artigo 3º 
A atividade psicopedagógica tem como objetivos: 
1) Promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão escolar e social; 
2) Compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem; 
3) Realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia; 
4) Mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem. 
Artigo 4º 
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que concerne às questões psicopedagógicas. 
 
CAPÍTULO II – DA FORMAÇÃO: 
Artigo 5º 
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de pós-graduação – especialização “lato sensu” em Psicopedagogia -, ministrados em estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos competentes, de acordo com a legislação em vigor. 
CAPÍTULO III – DO EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES PSICOPEDAGÓGICAS: 
Artigo 6º 
Estão em condições do exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sensu” – e os profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência de titulação acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É indispensável ao psicopedagogo submeterse à supervisão psicopedagógica e recomendável processo terapêutico pessoal. 
 
Parágrafo 1º 
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deve fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios deste Código de Ética. 
 
Parágrafo 2º 
Os honorários devem ser tratados previamente entre o cliente ou seus responsáveis legais e o profissional, a fim de que: 
1) Representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando condições socioeconômicas da região, natureza da assistênciaprestada e tempo despendido; 
2) Assegurem a qualidade dos serviços prestados. 
 
Artigo 7º 
O psicopedagogo está obrigado a respeitar o sigilo profissional, protegendo a confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua atividade e não revelando fatos que possam comprometer a intimidade das pessoas, grupos e instituições sob seu atendimento. 
 
Parágrafo 1º 
Não se entende como quebra de sigilo dar informações sobre o cliente a especialistas e/ou instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o atendimento. 
 
Parágrafo 2º 
O psicopedagogo não deve revelar como testemunha, fatos de que tenha conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade judicial. 
 
Artigo 8º 
Os resultados de avaliações só devem ser fornecidos a terceiros interessados, mediante concordância do próprio avaliado ou de seu representante legal. Artigo 9º 
 
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos cujo acesso não deve ser franqueado a pessoas estranhas ao caso. 
 
Artigo 10 
O psicopedagogo deve procurar manter boas relações com os de profissionais diferentes categorias, observando para esse fim, o seguinte: 
1) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas; 
2) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento. 
CAPÍTULO IV – DAS RESPONSABILIDADES: 
Artigo 11 
São deveres do psicopedagogo: 
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que 
tratem da aprendizagem humana; 
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela 
atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais; 
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos 
parâmetros da competência psicopedagógica; 
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia; 
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do seu 
parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento pertinente; 
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de 
exemplos e estudos de casos; 
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da 
classe e a manutenção do conceito público. 
 
CAPÍTULO V – DOS INSTRUMENTOS 
Artigo 12 
São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de estudo – a aprendizagem. Sua escolha deve decorrer de formação profissional e competência técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos não reconhecidos como psicopedagógicos. 
 
CAPÍTULO VI – DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS 
 
Artigo 13 
Na publicação de trabalhos científicos devem ser observadas as seguintes normas: 
1) As discordâncias ou críticas devem ser dirigidas à matéria em discussão e não ao seu autor; 
2) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deve ser dada igual ênfase aos autores e seguir normas científicas vigentes de publicação. Em nenhum caso o psicopedagogo deve se valer da posição hierárquica para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação; 
3) Em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências bibliográficas utilizadas, bem como esclarecidas as ideias, descobertas e as ilustrações extraídas de cada autor, de acordo com normas e técnicas científicas vigentes. 
CAPÍTULO VII – DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL: 
Artigo 14 
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deve fazê-lo com exatidão e honestidade. 
 
CAPÍTULO VIII- DOS HONORÁRIOS: 
Artigo 15 
O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deve considerar como parâmetros básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência prestada e o tempo despendido. 
CAPÍTULO IX – DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO: 
Artigo 16 
 Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética. 
 
Parágrafo único 
Constitui infração ética: 
1) Utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua; 
2) Permitir 	que 	pessoas 	não 	habilitadas 	realizem 	práticas psicopedagógicas; 
3) Fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática psicopedagógica; 
4) Desviar para atendimento particular ou para outra instituição, por qualquer meio, visando benefício próprio; 
5) Receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado; 
6) Assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros, ou solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos. 
 
Artigo 17 
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos princípios éticos da classe e advertir quando houver infrações. 
 
Artigo 18 
O presente Código de Ética pode ser alterado por proposta do Conselho Nacional da ABPp e deve ser aprovado em Assembleia Geral. 
CAPÍTULO X – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS: 
Artigo 19 
 
O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos Nacional e Estaduais da ABPp. 
 
Artigo 20 
 
O Código de Ética do Psicopedagogo foi criado pelo Conselho Nacional da ABPp do biênio 1991/1992 e reformulado pelo Conselho Nacional do biênio 1995/1996. A presente reformulação foi proposta ao Conselho Nacional dos triênios 2008/2010 e 2011/2013 novamente atualizado pela Comissão de Ética e com anuência do Conselho Nacional da ABPp triênio 2017/2019, aprovado em Assembleia Geral realizada em 26/outubro 2019. 
REFLEXÕES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA 
 
Fonte: jornadapsicopedagogiars.com.br 
Dos Princípios (Capítulo I), neste item é realizada a definição do campo de atuação do psicopedagogo como sendo área que integra saúde e educação, e que cuida dos problemas de aprendizagem. Considera que a Psicopedagogia possui recursos próprios para o diagnóstico e intervenção psicopedagógica. Além disso, aponta a natureza deste trabalho como sendo clínica ou institucional, preventiva e curativa. 
Sobre a formação do psicopedagogo (Capítulo II), Considera ainda curso de formação em pós-graduação, para o exercício da Psicopedagogia, também aponta a necessidade da supervisão, e aconselha a supervisão do trabalho. 
Do Sigilo (Capítulo III, art. 7º) esclarece a necessidade da manutenção do sigilo e da permissão do cliente para informar a outros especialistas dados de seu desenvolvimento, assim como resultados da avaliação e acesso a prontuários. 
Das Relações Com Outros Profissionais (Capítulo III, art.10) aborda a necessidade de se reconhecer os limites da Psicopedagogia, aconselha o encaminhamento quando necessário, delimitar o campo de atuação como sendo o problema de aprendizagem. 
Das Responsabilidades do Psicopedagogo (Capítulo IV) enfatiza a necessidade de atualização profissional, aborda o relacionamento com outros profissionais (especialistas em outras áreas), aponta para o respeito aos limites da profissão; trata do sigilo profissional visando resguarda o cliente; considera importante a colaboração do profissional para com a promoção do crescimento de suas áreas de atuação através do desenvolvimento de pesquisas. 
Das Publicações Científicas (Capítulo VI), este item orienta a publicação de trabalhos, a necessidade de se limitar às críticas à matéria e não ao autor; recomenda ainda o uso da ordem de prioridade ou ordem alfabética para destacar colaborados de trabalhos de pesquisa, enfatiza a necessidade de não se beneficiar da posição hierárquica que ocupa para obter privilégios; aconselha que seja indicada na bibliografia, as obras usadas no desenvolvimento de pesquisas, esclarecendo as idéias descobertas. 
Da Publicidade do Profissional (Capítulo VII) fornece critérios para publicidade do profissional salientando a necessidade da honestidade ao divulgar o trabalho profissional. 
Dos Honorários (Capítulo VIII) aponta para a necessidade de combinar, com antecedência, horários e preço justo para diagnósticos e intervenção. 
Da Observância e Cumprimento (Capítulo IX) trata da liberdade como princípio de ética, enfatiza a apuraçãode irregularidades no exercício da Psicopedagogia, aponta a necessidade da advertência; esclarece que as alterações do Código é de competência da ABPp. 
Das Disposições Gerais (Capítulo X) esclarece a data em que o Código de Ética foi formulado, assinala que esta é a primeira alteração (1996). 
Considerando que este Código foi reformulado, o publicado em 1996 traz o seguinte as seguintes considerações: 
O Artigo 1º: define a Psicopedagogia como um campo de atuação em Educação e Saúde que lida com o processo de aprendizagem humana em seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio – família, escola e sociedade – no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia. Este artigo teve sua redação alterada e desdobra nos seguintes: 
Artigo 2: considera que a Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar e utiliza recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender, no sentido ontológico e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas próprias. 
Parágrafo Único: esclarece que a intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem. 
Faz-se necessário ressaltar que o artigo 3º, que rege o trabalho psicopedagógico foi alterado e recebeu a seguinte redação: “O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo”. (Código de Ética da Psicopedagogia). 
O Artigo 4º: dá providência ao exercício da profissão: estarão em condições do exercício da Psicopedagogia os Profissionais graduados em 3º grau, portadores de certificados de cursos de Pós-Graduação de Psicopedagogia, ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal. (Código de Ética da Psicopedagogia). 
Artigo 5º: traz esclarecimentos a respeito dos fins do trabalho psicopedagógico considerando que tem como objetivo: 
a) promover a aprendizagem, garantindo o bem estar das pessoas em atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação interprofissional; 
b) realizar pesquisas científicas no campo da psicopedagogia (Código de Ética da Psicopedagogia). 
No Capítulo II, o que trata das “Responsabilidades dos Psicopedagogos”, o código estipula, no Artigo 6º, que são deveres fundamentais dos Psicopedagogos: 
a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem do fenômeno da aprendizagem humana; 
b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outra área, mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões de mundo; 
c) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado dentro dos limites da competência Psicopedagógica; 
d) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia; 
e) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de classe sempre que possível; 
f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma definição clara do seu diagnóstico; 
g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos; 
h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas destes; 
i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com ato ilícito ou calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e manutenção do conceito público (Código de Ética da Psicopedagogia 
Reza o Artigo 7º, Capítulo III, que para o psicopedagogo deve manter e desenvolver boas relações com os componentes das diferentes categorias profissionais, deverá observar o seguinte: 
Trabalhar nos restritos limites das atividades que lhes são reservadas; 
Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento. (Código de Ética da Psicopedagogia). 
Sofreu alterações o Capítulo IV, o que trata Do sigilo (Artigo 8º, 9º, 10º e 11º). Neste, é enfatizada a importância do sigilo. No Artigo 9º está previsto que o psicopedagogo não deverá revelar como testemunha, fatos de que tenha conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade competente. 
O Capítulo V, que rata das Publicações Científicas também sofreu alterações na sua redação, em especial nas letras b e c, mas seu conteúdo permaneceu o mesmo, ficando redigido da seguinte maneira: 
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes normas: 
a) As discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e não ao autor; 
b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada ênfase aos autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores, àqueles que mais contribuíram para a realização do trabalho; 
c) Em nenhum caso, o psicopedagogo se prevalecerá da posição hierárquica para fazer publicar trabalhos sob sua orientação; 
d) Em todo trabalho científico, deve ser indicada a fonte bibliográfica utilizada, bem como esclarecidas as idéias descobertas e ilustrações de cada autor. (Código de Ética da Psicopedagogia). 
O Capítulo VI, referente a Publicidade Profissional, sofreu modificação no Artigo 13º, onde a palavra dignidade foi substituída pelo termo honestidade, também. O artigo 14º também foi alterado em sua redação, sem ter, contudo modificado seu sentido. 
O Artigo 14º, considera que “O psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em organizações que visem lucro com venda, de produtos, desde que busque sempre a qualidade dos mesmos”. (Código de Ética da Psicopedagogia, 1996). 
O Artigo 15º, afirma que “os honorários deverão ser fixados com cuidado a fim de que representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados previamente”. (Código de Ética da Psicopedagogia,1996). 
O Capítulo IX, que trata da Observância e Cumprimento do Código de Ética e o Artigo 18º, apresentam modificações na redação, pois, no anterior (1992) dizia que cabe ao Conselho Nacional da Abpp, a apuração de faltas cometidas, contra este código, a avaliação e advertência quando necessária. 
 A redação de 1996 é a seguinte: Artigo 18º “Cabe ao Conselho Nacional da 
ABPp orientar e zelar pela fiel; observância dos princípios éticos da Classe”. (Capítulo X, Código de Ética da Psicopedagogia.).Neste mesmo capítulo houve alterações na redação do artigo 19º ressaltando que: “Código poderá ser alterado por proposta do 
Conselho da ABPp e aprovado em Assembléia Geral.” (Capítulo X, Código de Ética da Psicopedagogia.). 
O Capítulo X, “Disposições Gerais”, em seu Artigo 20º na redação anterior (1992) dizia respeito à entrada em vigor do código de ética após sua aprovação em assembléia geral. Pela redação de 1996 do Artigo 20, o Código de Ética entrou em vigor após sua aprovação em Assembléia Geral, realizada no 5º Encontro e 2º Congresso de Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992 e que sofreu a primeira alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96 sendo aprovado em 19/07/96, na Assembléia Geral de III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia da ABPp. 
No tocante às alterações, a mais significativa está no Artigo 4º, cuja redação original diz que: estão em condições de exercer a Psicopedagogia os portadores de certificados de curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, ministrados em estabelecimento de ensino reconhecido ou credenciado pela ABPp, sendo indispensável a supervisão, o estágio prático e formação pessoal.. (Código de Ética da Psicopedagogia). 
Na atual versão, não há referências à exigência ao estágio prático. Contudo, é necessário ressaltar que o curso de Especialização em Psicopedagogia não pode ser concluído sem o estágio, visto que os estudantes do mesmo advêm de áreas diversas do conhecimento, tendo como ponto comum o interesse pela área educacional. Deste modo, proporcionarestágio prático, tanto na área clínica quanto na institucional, é zelar pela qualidade dos profissionais que estão sendo formados, e pela qualidade dos trabalhos por eles oferecidos. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O cenário da educação brasileira configura, conforme resultados do último Censo, em crescimento no número de matriculas em todos os níveis e modalidades de ensino. Isso faz com que se reflita sobre a qualidade do processo educacional e a função social que as instituições de ensino agregam. 
 As questões que permeiam a excelência educacional e o desenvolvimento holístico do ser aprendente tornam-se cada vez mais presentes no direcionamento das políticas públicas em educação. É nesse panorama que cresce a necessidade do profissional da psicopedagogia, visto que sua prática incide essencialmente sobre o fenômeno da aprendizagem. 
Aprendizagem em seu processo macro, num processo educativo na vida, na sociedade e nas relações. Os espaços educacionais, no cumprimento de sua função social, devem desenvolver, nas crianças e jovens, competências e habilidades condizentes com as exigências da contemporaneidade. 
Nesse sentido, faz-se necessária a reflexão das ações pedagógicas por todos os atores envolvidos no processo educacional, no que diz respeito a conhecer e reconhecer a importância do sujeito da aprendizagem, a entender o que pode facilitar ou impedir que se aprenda. Auxiliando professores e todos aqueles envolvidos com o processo de ensino e aprendizagem surge a Psicopedagogia, campo de conhecimento que se ocupa com os problemas de aprendizagem, numa visão transdisciplinar, podendo orientar comunidade escolar e acadêmica na perspectiva de transformar as relações com o aprender e o ensinar. 
As questões em torno da formação do psicopedagogo e da regulamentação profissional aliadas ao contexto global da atuação desse novo agente social explicam a importância crescente da Psicopedagogia que, na sua concepção atual, já nasce com uma perspectiva globalizadora condizente com os rumos da aprendizagem na atualidade, ocupando um lugar privilegiado, sistêmico, consoante os novos paradigmas científicos de natureza complexa e transdisciplinar, porque justamente não está em um único lugar. 
Sua força está localizada no poder de transitar entre a objetividade e a subjetividade, entre o ensinante e o aprendente. Nesse sentido, a Psicopedagogia tem um papel social relevante, uma vez que sua atuação contribui para a superação do fracasso escolar e acadêmico, tão presente em nossos espaços educacionais. 
 
 
 
 
 
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