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Independência da América Espanhola e do Haiti

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INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA E DO HAITI
Introdução:
Durante o século XVIII ocorreram vários acontecimentos que mudaram o mundo inteiro, como o Iluminismo, a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos.Esses dois acontecimentos levaram a ruina o absolutismo e incentivou a outras colônias que estavam sobre o domínio espanhol buscarem a sua própria independência, como o México, Haiti, Argentina, Venezuela entre outros.Esse ato de independência ficou conhecido como a Independência da América Espanhola e teve um grande apoio da parte da Inglaterra e do Estados Unidos.
Independência da América Espanhola 
Para os reis absolutistas, a função da colônia era enriquecer a metrópole. Por isso, durante a colonização da América, os reis de Portugal e da Espanha adotaram várias medidas mercantilistas. A principal delas era o monopólio: as colônias só podiam comerciar com a metrópole. A colônia onde hoje é o México, por exemplo, só podia comerciar com a Espanha; o Brasil colônia só podia comerciar com Portugal. Além disso, era o governo da metrópole que criava leis e impostos para as colônias e nomeava os funcionários coloniais.
O sistema colonial em crise
No século XVIII, com o crescimento das colônias e o enriquecimento da elite colonial, esse sistema de dominação - hoje chamado antigo sistema colonial - começou a ser duramente criticado. Ele já não atendia aos interesses dos colonos, que desejavam comerciar livremente com vários países.
Além disso, a Revolução Industrial, as lutas pela independência na América do Norte e o Ilusionismo também contribuíram para a crise do sistema colonial. Os industriais ingleses queriam aumentar a venda de seus produtos comerciando livremente com os países latinos. Esse é o principal motivo por que a Inglaterra passou a apoiar os movimentos de libertação nas colônias da América espanhola e portuguesa. As lutas de independência na América do Norte e os ideais iluministas de oposição ao absolutismo serviram de incentivo a outras colônias americanas.
Opressão na América Espanhola
No final do século XVIII, a opressão espanhola sobre a América se intensificou. Para sustentar as guerras em que se envolveu, a monarquia espanhola aumentou os impostos das colônias. Nos últimos 25 anos do século XVIII, as colônias enviaram para a Espanha cerca de 10 milhões de pesos por ano em impostos. Cerca de 75% dessa quantia saiu de onde hoje fica o México.
Além disso, a Espanha proibia os colonos de montar manufaturas. Muitas manufaturas têxteis, chamadas na América de obrajes, foram destruídas a mando das autoridades espanholas. A produção de seda na América foi liquidada. Toda essa opressão causava enorme descontentamento nas colônias. Na época, a vida na América colonial espanhola também era, por si só, bastante tensa: uma minoria branca, formada pelos chapetones e pelos criollos, dominava uma maioria composta por indígenas, mestiços e afrodescendentes.
Havia ainda o fato de que os chapetones e os criollos não tinham os mesmos privilégios; só os chapetones ocupavam os principais cargos no governo, no exército e na Igreja. Embora ricos, os criollos eram impedidos de ocupar tais cargos. Isso ajuda a entender porque os criollos abraçavam ideais iluministas e lideraram as lutas pela independência na América espanhola. Já nas Antilhas, as lutas pela independência foram lideradas por africanos escravizados.
A conjuntura Hispano-Americana
No início do século XIX, quando ocorreu o choque entre a Revolução Industrial inglesa e a Revolução Francesa, o império colonial espanhol na América estava dividido, em termos administrativos, em quatro vice-reinados e quatro capitanias gerais.
Os vice-reinados existentes eram Nova Espanha ( México e parte do território atualmente pertencente aos Estados Unidos), Nova Granada ( Colômbia e Equador), Peru e Prata ( Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai). As capitanias gerais eram Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile. Os cargos de vice-rei e capitão-geral eram exercidos por representantes da Coroa vidos diretamente da Espanha, como o eram igualmente todos os altos postos da administração colonial. Desta forma, o aparelho político-administrativo colonial era dominado e monopolizado por espanhóis natos.
A guerra de Independência
O processo de independência hispano-americano dividiu-se, grosso modo, em três fases principais: os movimentos precursores (1780 – 1810), as rebeliões fracassadas (1810 – 1816) e as rebeliões vitoriosas (1817 – 1824).
Os movimentos precursores da guerra de independência: 
Os movimentos precursores, deflagrados prematuramente, foram severamente reprimidos pelas autoridades metropolitanas. Ainda que derrotados, contribuíram para enfraquecer a dominação colonial e amadurecer as condições para a guerra de independência travada posteriormente. A mais importante dessas insurreições iniciou-se no território peruano em 1780 e foi comandada por Tupac Amaru. Essa rebelião indígena mobilizou mais de sessenta mil índios e só foi totalmente esmagada pelos espanhóis em 1783, quando foram igualmente reprimidas outras revoltas no Chile e na Venezuela. Inspirado no exemplo dos Estados Unidos, o criollo venezuelano Francisco Miranda liderou, a partir desta época, vários levantes e se tornou o maior precursor da independência hispano-americana. Após os Estados Unidos, a segunda independência da América foi realizada pelos escravos trabalhadores das plantations que, em 1793, através de uma insurreição popular contra a elite branca libertaram o Haiti.
As rebeliões de independência fracassadas:
Em 1808, a ascensão de José Bonaparte ao trono da Espanha iria desencadear a guerra de independência na América espanhola, devido aos desdobramentos políticos daquela situação. Na Espanha, o povo pegou em armas contra a dominação francesa; na América, os criollos pronunciaram-se pelo “lealismo” e se colocaram ao lado de Fernando VII, herdeiro legítimo de Coroa espanhola. Os criollos, entretanto, evoluíram rapidamente do “lealismo” para posições emancipacionistas e, em 1810, iniciaram a luta pela independência.
O fracasso das rebeliões iniciadas em 1810, foi consequência, em grande parte, da falta de apoio da Inglaterra, que empenhada na luta contra a França napoleônica, não pôde fornecer ajuda aos movimentos de independência liderados pela aristocracia criolla.Os Estados Unidos, que possuíam acordos comerciais com a Junta de Sevillha, também não forneceram qualquer ajuda aos rebeldes hispano-americanos. Em 1816, os movimentos emancipacionistas, isolados internamente e sem apoio internacional, foram momentaneamente vencidos pelas tropas espanholas.
A vitória do movimento de independência:
Após a derrota de Napoleão e 1815, a Inglaterra, liberta da ameaça francesa, passou a apoia efetivamente as rebeliões de independência na América, que se reiniciaram em 1817 e só terminariam em 1824 com a derrota dos espanhóis e a emancipação de suas colônias americanas. Naquele ano Simon Bolívar desencadeou a campanha militar que culminaria com a libertação da Venezuela, da Colômbia e do Equador e, mais ao sul, José de San Martín promovia a libertação da Argentina, do Chile e do Peru.
Em 1822 os dois libertadores encontraram-se em Guayaquil, no Equador, onde San Martín entregou a Bolívar o comando supremo do exército de libertação. O processo de independência tornou-se irreversível quando, em 1823, os EUA proclamaram a Doutrina Monroe, opondo-se a qualquer tentativa de intervenção militar, imperialista ou colonizadora, da Santa Aliança, no continente americano. Em 1824, os últimos remanescentes do exército espanhol foram definitivamente derrotados pelo general Sucre, lugar-tenente de Bolívar, no interior do Peru, na Batalha de Ayacucho. Ao norte, a independência do México fora realizada em 1822 pelo general Iturbide, que se sagrou imperador sob o nome de Agustín I. Um ano de pois, foi obrigado a abdicar e, ao tentar retomar o poder, foi executado, adotando o país o regime republicano. Em 1825, após a guerra de independência, apenas as ilhas de Cuba e Porto Rico permaneceramsob o domínio espanhol.
INDEPENDENCIA DO HAITI
Após a eclosão da Revolução Francesa em 1789, diversos movimentos de independência se inspiraram no ideal de igualdade, liberdade e fraternidade propagados pelos iluministas.O Haiti foi o primeiro país latino-americano a se tornar independente da França, por meio da Revolução Haitiana.
Denominada de colônia Saint Domingue, o país era o maior produtor de açúcar do mundo e o principal exportador de café para a Europa.Sua população era constituída de cerca de 500 mil habitantes: 35 mil brancos, 30 mil mulatos livres e mais de 430 mil escravos negros oriundos da África Ocidental.Percebendo que estavam em maioria, os escravos negros formaram uma rebelião liderada por Toussaint L’Overture e pelo líder religioso Dutty Boukman para se livrar do domínio da França. Se deu entre 1791 e 1804, e também é conhecida como Revolta de São Domingos, sendo um dos períodos mais sangrentos e brutais dentro da História da colônia de Saint Domingue.
 Em 1791, L’Overture instigou os escravos a dizimarem a população mandatária branca, que cada vez mais restringia a liberdade de seus vassalos com políticas racistas. As tropas francesas continuaram resistindo por um bom tempo, mas logo foram derrotadas pelos escravos, que receberam apoio de exércitos ingleses e espanhóis.
L’Overture chegou a assumir o governo de Saint Domingue em 1801, mas acabou sendo aprisionado pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Morreu em péssimas condições dois anos depois, em Paris.Porem, os escravos continuaram demonstrando força e resistência perante os franceses. Em 1804, o ex-escravo Jean-Jacques Dessalines formou uma nova frente de negros escravos e assumiu o Império da ilha, que passou a se chamar Haiti – nome dado pelas primeiras populações indígenas de São Domingos, que significa "a terra das montanhas".
Apesar da longa batalha, as consequências da independência do Haiti foram muito negativas. Livres da França, os países que mantinham relações comerciais com a ilha ficaram com medo de que esse ato de rebelião se expandisse para as colônias americanas e acabaram fechando todos os pactos comerciais selados. Além de ter de pagar uma quantia grotesca de indenização para a França, o Haiti sofreu uma grave crise econômica, principalmente após a morte de Dessalines, em 1806.O país chegou a ser dividido em dois regimes, um monárquico e outro republicano. Somente em 1820 os territórios foram reunificados por Jean Boyer, que adotou o sistema republicano.
CONCLUSÃO
A independência da América Espanhola assim como a independência do Haiti teve como principais fatores o desejo de se livrar dos impostos e dos limites compostos pelo monopólio colonial, a enorme desigualdade e o interesse da Inglaterra em comerciar diretamente com a América. A luta pela independência exigiu muitas vitórias em batalhas contra os exér­citos espanhóis. A liderança da luta esteve com a elite criolla (brancos, latifundiários nascidos na América) como Simon Bolivar, José de San Martin e Toussaint L’Overture. E o seu sucesso com a independência está diretamente ligado com o apoio da Inglaterra.
Fontes:
http://www.mundoeducacao.com.br/historia-america/revolucao-haitiana.htm
 http://historia2ano.blogspot.com/2008/07/12-revoluo-haitiana.html
http://www.colegioweb.com.br/historia/como-se-deu-a-independencia-do-haiti.html#ixzz3olZi6sbO
http://historiaemfocosls.blogspot.com.br/2012/02/independencias-haiti-e-america.html
http://www.coladaweb.com/historia/independencia-da-america-espanhola
 http://www.estudopratico.com.br/independencia-da-venezuela/
http://pt.slideshare.net/proffatimafreitas/independncia-das-colnias-espanholas-15359387?related=3

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