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Histologia do Pâncreas, Fígado e Vesícula biliar - Resumo

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Histologia do Pâncreas, Fígado e Vesícula Biliar 
@farmacolore 
O pâncreas e o fígado são órgãos associados ao Trato Digestivo. 
 
As principais funções do pâncreas são: 
→ produzir enzimas digestivas que atuam no intestino delgado; 
→ secretar para o sangue hormônios como a insulina e o glucagon. 
 Ambos muito importantes para o metabolismo dos nutrientes absorvidos. 
 
Pâncreas: 
O pâncreas é uma glândula mista exócrina e endócrina, que produz enzimas digestivas e hormônios. 
As enzimas são armazenadas e secretadas por células da porção exócrina, arranjadas em ácinos. 
Os hormônios são sintetizados em grupamentos de células epiteliais endócrinas conhecidos como ilhotas 
pancreáticas (ilhotas de Langerhans). A porção exócrina do pâncreas é uma glândula acinosa composta, similar à 
glândula parótida em estrutura. Em cortes histológicos, a distinção entre essas duas glândulas pode ser feita com base 
na ausência de ductos estriados e na existência das ilhotas pancreáticas (de Langerhans) no pâncreas. Outro detalhe 
característico do pâncreas é a penetração das porções iniciais dos ductos intercalares no lúmen dos ácinos. Núcleos 
circundados por citoplasma claro pertencem às células centroacinosas, que constituem a porção intra-acinosa dos 
ductos intercalares. Essas células são encontradas apenas nos ácinos pancreáticos. Ductos intercalares são 
tributários de ductos interlobulares maiores revestidos por epitélio colunar. O ácino pancreático exócrino é 
constituído por várias células serosas que circundam um lúmen. Essas células são polarizadas, com um núcleo 
esférico, sendo típicas células secretoras de proteínas. O número de grânulos de secreção (grânulos de zimogênio) 
existentes em cada célula varia de acordo com a fase digestiva, sendo máximo em animais em jejum. 
 
Uma cápsula delgada de tecido conjuntivo reveste o pâncreas e envia septos para o seu interior, separando-o em 
lóbulos. Os ácinos são circundados por uma lâmina basal que é sustentada por uma bainha delicada de fibras 
reticulares. O pâncreas também tem uma rede capilar extensa, essencial para o processo de secreção. Além de água 
e íons, o pâncreas exócrino humano secreta diversas proteinases (tripsinogênios 1, 2 e 3, quimiotripsinogênio, pré-
elastases 1 e 2, proteinase E, calicreinogênio, précarboxipeptidases A1, A2, B1 e B2), amilase, lipases (lipase de 
triglicerídios, colipase e hidrolase carboxil-éster), fosfolipase A2 e nucleases (ribonuclease, desoxirribonuclease). A 
maioria das enzimas é armazenada na forma inativa (pré-enzimas) nos grânulos de secreção das células acinosas, 
sendo ativadas no lúmen do intestino delgado após a secreção. Este fato é muito importante para a proteção do 
pâncreas contra a atividade dessas enzimas. 
 
A secreção pancreática exócrina é controlada principalmente por meio de dois hormônios – secretina e 
colecistoquinina – que são produzidos por células enteroendócrinas da mucosa intestinal (duodeno e jejuno). O 
estímulo do nervo vago (parassimpático) também aumenta a secreção pancreática. Na verdade, hormônios e 
sistema nervoso agem conjuntamente no controle da secreção pancreática. A existência de ácido (pH < 4,5) no 
lúmen intestinal é um forte estímulo para a secreção de secretina. Esse hormônio promove uma secreção fluida 
 
@farmacolore 
abundante, pobre em atividade enzimática e rica em bicarbonato. Esta secreção alcalina é produzida pelas células 
dos ductos intercalares e serve para neutralizar a acidez do quimo (alimento parcialmente digerido), para que as 
enzimas pancreáticas possam funcionar em sua faixa ótima de pH (neutro). A liberação de colecistoquinina é 
estimulada por ácidos graxos de cadeia longa, ácido gástrico e alguns aminoácidos essenciais no lúmen intestinal. A 
colecistoquinina promove uma secreção pouco abundante e rica em enzimas. Este hormônio atua principalmente na 
extrusão dos grânulos de zimogênio. A ação integrada da secretina e colecistoquinina provê a secreção abundante 
de suco pancreático alcalino, rico em enzimas. 
Fígado: 
O fígado é o segundo maior órgão do corpo (o maior é a pele) e a maior glândula, pesando cerca de 1,5 kg. Está 
situado na cavidade abdominal abaixo do diafragma. O fígado é o órgão no qual os nutrientes absorvidos no trato 
digestivo são processados e armazenados para serem utilizados por outros órgãos. É, portanto, uma interface entre o 
sistema digestivo e o sangue. Grande parte do sangue transportado para o fígado chega pela veia porta (70 a 80%); 
menor porcentagem é suprida pela artéria hepática. Todos os nutrientes absorvidos pelo intestino chegam ao fígado 
pela veia porta, exceto os lipídios complexos (quilomícrons), que chegam pela artéria hepática. A posição do fígado no 
sistema circulatório é ideal para captar, transformar e acumular metabólitos e para a neutralização e e liminação de 
substâncias tóxicas. A eliminação ocorre na bile, uma secreção exócrina do fígado, importante para a digestão de 
lipídios. O fígado também exerce função muito importante na produção de proteínas plasmáticas, como a albumina 
e outras proteínas carreadoras. O fígado é revestido por uma cápsula delgada de tecido conjuntivo que se torna mais 
espessa no hilo, por onde a veia porta e a artéria hepática penetram o fígado e por onde saem os ductos hepáticos 
direito e esquerdo, bem como os linfáticos. Esses vasos e ductos são circundados por tecido conjuntivo ao longo de 
toda a sua extensão, até o término (ou origem), nos espaços porta entre os lóbulos hepáticos. Neste ponto, forma-se 
uma delicada rede de fibras reticulares que suporta os hepatócitos (células do fígado) e células endoteliais dos 
capilares sinusoides. 
→ Lóbulo hepático 
O componente estrutural básico do fígado é a célula hepática, ou hepatócito. Essas células epiteliais estão agrupadas 
em placas interconectadas. O lóbulo hepático é formado por uma massa poligonal de tecido cujo tamanho oscila em 
torno de 0,7 × 2 mm. Em humanos, os lóbulos estão em contato ao longo de grande parte de seu comprimento, 
tornando difícil o estabelecimento de limites exatos entre lóbulos diferentes. Em algumas regiões da periferia dos 
lóbulos existe tecido conjuntivo contendo ductos biliares, vasos linfáticos, nervos e vasos sanguíneos. O fígado 
humano contém de 3 a 6 espaços porta por lóbulo, cada um contendo um ramo da veia porta, um ramo da artéria 
hepática, um ducto (parte do sistema de ductos biliares) e vasos linfáticos. A veia porta contém sangue proveniente do 
trato digestivo, pâncreas e baço. A artéria hepática contém sangue proveniente do tronco celíaco da aorta 
abdominal. O ducto, revestido por epitélio cúbico, transporta bile sintetizada pelos hepatócitos, a qual desemboca no 
ducto hepático. Um ou mais linfáticos transportam linfa, a qual eventualmente entra na circulação sanguínea. Todas 
essas estruturas estão envolvidas em uma bainha de tecido conjuntivo. 
Os hepatócitos estão radialmente dispostos no lóbulo hepático, arranjados como os tijolos de uma parede. Essas 
placas celulares estão direcionadas da periferia do lóbulo para o seu centro e anastomosam-se livremente, formando 
um labirinto semelhante a uma esponja. Os espaços entre essas placas contêm capilares, os sinusoides hepáticos. 
Os capilares sinusoides são vasos irregularmente dilatados compostos por uma camada descontínua de células 
endoteliais fenestradas. As fenestras têm cerca de 100 nm de diâmetro e geralmente estão agrupadas. As células 
endoteliais são separadas dos hepatócitos adjacentes por uma lâmina basal descontínua (dependendo da espécie) e 
um espaço subendotelial conhecido como espaço de Disse, que contém microvilos dos hepatócitos. Fluidos 
provenientes do sangue percolam rapidamente a parede endotelial e fazem um contato muito próximo com a parede 
dos hepatócitos, o que possibilita uma troca fácil de macromoléculas entre o lúmen sinusoidal e os hepatócitos, e vice-
versa. Essa troca é fisiologicamente importante não apenas devido ao grande número de macromoléculas (p. ex.,lipoproteínas, albumina, fibrinogênio) secretadas dos hepatócitos para o sangue, mas também porque o fígado capta e 
cataboliza muitas moléculas grandes. O sinusoide é circundado e sustentado por uma delicada bainha de fibras 
reticulares. 
Além das células endoteliais, os sinusoides contêm macrófagos conhecidos como células de Kupffer. Essas células 
são encontradas na superfície luminal das células endoteliais, e suas principais funções são: 
→ metabolizar hemácias velhas; 
 
@farmacolore 
→ digerir hemoglobina; 
→ secretar proteínas relacionadas com processos imunológicos; 
 → destruir bactérias que eventualmente penetrem o sangue portal a partir do intestino grosso. 
Células de Kupffer constituem cerca de 15% da população celular no fígado. Muitas estão localizadas na região 
periférica do lóbulo hepático, onde são muito ativas na fagocitose. No espaço de Disse (espaço perissinusoidal) células 
armazenadoras de lipídios, também denominadas células de Ito, contêm inclusões lipídicas ricas em vitamina A. No 
fígado saudável estas células desempenham várias funções, como captação, armazenamento e liberação de 
retinoides, síntese e secreção de várias proteínas da matriz extracelular e proteoglicanos, secreção de fatores de 
crescimento e citocinas e regulação do diâmetro do lúmen sinusoidal em resposta a diferentes fatores reguladores 
(prostaglandinas, tromboxano A2 etc.). 
 
→ Suprimento sanguíneo 
O fígado é um órgão incomum, por receber sangue de duas fontes diferentes: 80% do sangue derivam da veia 
porta, que transporta o sangue pouco oxigenado e rico em nutrientes proveniente das vísceras abdominais, 
enquanto os 20% restantes derivam da artéria hepática, que fornece sangue rico em oxigênio. 
 Sistema Portal venoso 
A veia porta ramifica-se repetidamente e envia pequenas vênulas portais (interlobulares) aos espaços porta. As 
vênulas portais ramificam-se em vênulas distribuidoras, que correm ao redor da periferia do lóbulo. A partir das 
vênulas distribuidoras, pequenas vênulas desembocam nos capilares sinusoides. Os sinusoides correm 
radialmente, convergindo para o centro do lóbulo para formar a veia central ou veia centrolobular. Este vaso tem 
parede delgada constituída apenas por células endoteliais, suportadas por uma quantidade esparsa de fibras 
colágenas. À medida que a veia central progride ao longo do lóbulo, ela recebe mais e mais sinusoides, aumentando 
gradualmente em diâmetro. Ao final, ela deixa o lóbulo em sua base fundindo-se com a veia sublobular, de diâmetro 
maior. As veias sublobulares gradualmente convergem e se fundem, formando duas ou mais grandes veias hepáticas 
que desembocam na veia cava inferior. 
O sistema portal contém sangue proveniente do pâncreas, baço e intestino. Os nutrientes absorvidos no intestino são 
acumulados e transformados no fígado, no qual substâncias tóxicas são também neutralizadas e eliminadas. 
 
 
 
@farmacolore 
 
 Sistema arterial 
A artéria hepática ramifica-se repetidamente e forma as arteríolas interlobulares, localizadas nos espaços porta. 
Algumas dessas arteríolas irrigam as estruturas do espaço porta e outras formam arteríolas que desembocam 
diretamente nos sinusoides, provendo uma mistura de sangue arterial e venoso portal nesses capilares. A principal 
função do sistema arterial é suprir os hepatócitos com uma quantidade adequada de oxigênio. O sangue flui da 
periferia para o centro do lóbulo hepático. Consequentemente, oxigênio e metabólitos, assim como todas as 
substâncias tóxicas e não tóxicas absorvidas no intestino, alcançam primeiro as células periféricas e posteriormente as 
células centrais dos lóbulos. Esta direção do fluxo sanguíneo explica parcialmente por que o comportamento das 
células mais periféricas (perilobulares) difere daquele das células mais centrais (centrolobulares). Essa dualidade de 
comportamento dos hepatócitos é particularmente evidente em determinadas patologias, em que alterações podem ser 
observadas nas células periféricas ou nas células centrais do lóbulo. 
→ Hepatócito 
Hepatócitos são células poliédricas, com seis ou mais superfícies, com diâmetro de 20 a 30 mm. Em cortes corados 
com hematoxilina e eosina (HE), o citoplasma do hepatócito é eosinofílico, principalmente devido ao grande número de 
mitocôndrias e algum retículo endoplasmático liso. A superfície de cada hepatócito está em contato com a parede 
do capilar sinusoide, através do espaço de Disse, e com a superfície de outros hepatócitos. Sempre que dois 
hepatócitos se encontram, eles delimitam um espaço tubular entre si conhecido como canalículo biliar. Os 
canalículos, que constituem a primeira porção do sistema de ductos biliares, são espaços tubulares com cerca de 1 a 
2 μm de diâmetro. Eles são delimitados apenas pela membrana plasmática de dois hepatócitos e contêm poucos 
microvilos em seu interior. As membranas celulares próximas desse canalículo estão unidas firmemente por junções 
de oclusão. Junções comunicantes do tipo gap são frequentes entre os hepatócitos e são importantes na 
comunicação intercelular, participando do processo de coordenação das atividades fisiológicas dessas células. Os 
canalículos biliares formam uma rede complexa que se anastomosa progressivamente ao longo das placas do lóbulo 
hepático, terminando na região do espaço porta. Sendo assim, a bile flui progressivamente na direção contrária do 
sangue, do centro do lóbulo para a sua periferia. Na periferia, a bile adentra os dúctulos biliares (canais de 
Hering), constituídos por células cuboidais. Após uma curta distância, esses canais terminam nos ductos biliares 
localizados no espaço porta. Ductos biliares são formados por epitélio cuboide ou colunar e contêm uma bainha 
distinta de tecido conjuntivo. Esses ductos gradualmente aumentam e se fundem, formando o ducto hepático, que 
subsequentemente deixa o fígado. 
 
@farmacolore 
 
A superfície do hepatócito que está voltada para o espaço de Disse contém muitos microvilos, mas existe sempre um 
espaço entre eles e a parede do sinusoide. O hepatócito tem um ou dois núcleos arredondados, contendo um ou dois 
nucléolos. Alguns núcleos são poliploides, contendo múltiplos do número haploide de cromossomos. Núcleos 
poliploides são caracterizados pelo seu tamanho maior, que é proporcional à ploidia. O hepatócito contém abundante 
retículo endoplasmático, tanto liso quanto granuloso. No hepatócito, o retículo endoplasmático granuloso forma 
agregados que se dispersam no citoplasma, os quais são frequentemente denominados corpos basofílicos. Diversas 
proteínas (p. ex., albumina, fibrinogênio) são sintetizadas em polirribossomos nessas estruturas. Vários processos 
importantes acontecem no retículo endoplasmático liso, que está distribuído difusamente pelo citoplasma. Esta 
organela é responsável pelos processos de oxidação, metilação e conjugação requeridos para a inativação ou 
detoxificação de várias substâncias antes de sua excreção pelo organismo. O retículo endoplasmático liso é um 
sistema lábil, que reage prontamente às moléculas recebidas pelo hepatócito. Um dos principais processos que 
acontecem no retículo endoplasmático liso é a conjugação da bilirrubina tóxica e hidrofóbica (insolúvel em água) 
com o glucuronato pela enzima glucuronil-transferase, para formar o glucuronato de bilirrubina, não tóxico e 
solúvel em água. Este conjugado é excretado na bile pelos hepatócitos. A bilirrubina resulta principalmente da quebra 
da hemoglobina e é formada pelo sistema mononuclear fagocitário (que inclui as células de Kupffer dos capilares 
sinusoides), sendo transportada para os hepatócitos. Quando bilirrubina ou glucuronato de bilirrubina não são 
excretados, podem ocorrer várias doenças caracterizadas por icterícia. 
 
 
@farmacolore 
 
 
O hepatócito frequentemente contém glicogênio. Este polissacarídio aparece ao microscópio eletrônico na forma de 
agregados elétron-densos no citosol, frequentemente associados ao retículo endoplasmático liso. A quantidadede 
glicogênio no fígado varia de acordo com um ritmo circadiano e também depende do estado nutricional do indivíduo . O 
glicogênio hepático é um depósito de glicose, sendo mobilizado quando a glicose sanguínea cai abaixo do nível 
adequado. Desta maneira, os hepatócitos contribuem para manter a glicemia estável, representando uma das 
principais fontes de energia para utilização pelo organismo. 
 
Cada hepatócito contém aproximadamente duas mil mitocôndrias. Outro componente celular frequente é a gotícula 
lipídica, cuja quantidade varia muito. Os lisossomos do hepatócito são importantes na degradação e renovação das 
organelas intracelulares. Assim como os lisossomos, os peroxissomos, abundantes nos hepatócitos, são organelas 
que contêm enzimas. Algumas das suas funções são: oxidação de ácidos graxos em excesso, quebra do peróxido de 
hidrogênio gerado por esta oxidação (por meio da atividade da enzima catalase ), quebra de purinas em excesso 
(APM, GMP) com consequente formação de ácido úrico e participação na síntese de colesterol, ácidos biliares e alguns 
lipídios utilizados para a síntese de mielina. Os complexos de Golgi no hepatócito também são numerosos – até 50 
por célula. As funções dessa organela incluem a formação de lisossomos e a secreção de proteínas plasmáticas (p. 
ex., albumina, proteínas do sistema complemento), glicoproteínas (p. ex., transferrina) e lipoproteínas (p. ex., VLDL). 
 
O hepatócito é, provavelmente, a célula mais versátil do organismo. É uma célula com funções endócrinas e 
exócrinas, que também acumula, detoxifica e transporta diversas substâncias. Além de sintetizar proteínas para 
a sua própria manutenção, o hepatócito produz várias proteínas plasmáticas para exportação – dentre elas 
albumina, protrombina, fibrinogênio e lipoproteínas. Essas proteínas são sintetizadas em polirribossomos aderidos ao 
retículo endoplasmático granuloso. Geralmente o hepatócito não armazena proteínas em grânulos de secreção no 
citoplasma, mas secreta continuamente para a circulação sanguínea. Cerca de 5% da proteína exportada pelo 
fígado é produzida pelas células de Kupffer; o restante é sintetizado pelos hepatócitos. 
A secreção de bile é uma função exócrina, já que os hepatócitos captam do sangue, transformam e excretam vários 
componentes para o interior dos canalículos biliares. Além de água e eletrólitos, a bile tem diversos outros 
componentes essenciais: ácidos biliares, fosfolipídios, colesterol e bilirrubina. 
 
@farmacolore 
 
 
 
Cerca de 90% dos ácidos biliares derivam da absorção pelo epitélio intestinal no íleo e são transportados pelo 
hepatócito, do sangue para o canalículo biliar (recirculação êntero-hepática). Os 10% restantes são sintetizados no 
retículo endoplasmático liso do hepatócito por meio de conjugação do ácido cólico (sintetizado pelo fígado a partir do 
colesterol) com os aminoácidos glicina ou taurina, produzindo ácidos glicocólico ou taurocólico, respectivamente. 
Ácidos biliares desempenham papel importante na emulsificação de lipídios no trato digestivo, facilitando a 
digestão pelas lipases e sua subsequente absorção. 
 
Lipídios e carboidratos são armazenados no fígado na forma de triglicerídios e glicogênio, respectivamente. Essa 
capacidade de armazenar metabólitos é importante, porque supre o organismo de substratos energéticos no período 
entre refeições. O fígado também serve como um importante compartimento de armazenamento de algumas 
vitaminas, especialmente a vitamina A. Essa vitamina se origina da dieta, chegando ao fígado juntamente com outros 
lipídios absorvidos na forma de quilomícrons. No fígado, a vitamina A é armazenada nas células de Ito. O hepatócito 
também é responsável pela conversão de aminoácidos em glicose, por meio de um processo enzimático complexo 
denominado gliconeogênese. É também o principal sítio de desaminação de aminoácidos, processo que resulta na 
produção de ureia. A ureia é transportada para os rins pelo sangue, sendo excretada na urina. 
 
→ Regeneração hepática 
Apesar de ter um ritmo lento de renovação celular, o fígado apresenta uma capacidade de regeneração 
extraordinária. Em alguns animais, a perda de tecido hepático por remoção cirúrgica ou pela ação de substâncias 
tóxicas dispara um mecanismo pelo qual os hepatócitos começam a se multiplicar, continuando até que a massa 
original de tecido tenha sido restaurada. Em humanos, essa capacidade é consideravelmente restrita, mas sua 
importância reside no fato de que partes de um fígado podem ser utilizadas em transplantes cirúrgicos. 
Trato biliar 
A bile produzida pelos hepatócitos flui através dos canalículos biliares, dúctulos biliares (canais de Hering) e ductos 
biliares. Essas estruturas se fundem gradualmente, formando uma rede que converge para formar os ductos 
hepáticos direito e esquerdo, os quais se fundem para formar o ducto hepático que, após receber o ducto cístico 
proveniente da vesícular biliar, continua até o duodeno como ducto colédoco ou ducto biliar comum. Os ductos 
hepático, cístico e biliar comum são revestidos por uma camada mucosa com epitélio colunar simples. A lâmina própria 
é delgada e circundada por uma camada de músculo liso discreta. Esta camada muscular torna-se mais espessa 
próximo ao duodeno, e finalmente, na porção intramural, forma um esfíncter que regula o fluxo de bile (esfíncter de 
Oddi). 
Ácidos biliares 
reabsorvidos 
nos intestinos 
 
@farmacolore 
 
Vesícula biliar 
A vesícula biliar é um órgão oco, com formato de pera, aderido à superfície inferior do fígado. Pode armazenar de 30 a 
50 mℓ de bile. A parede da vesícula consiste em uma camada mucosa composta de epitélio colunar simples e lâmina 
própria, uma camada de músculo liso, uma camada de tecido conjuntivo perimuscular e uma membrana serosa. A 
camada mucosa contém pregas abundantes que são particularmente evidentes quando a vesícula está vazia. As 
células epiteliais são ricas em mitocôndrias e têm núcleo localizado no terço basal. Todas essas células são capazes 
de secretar pequenas quantidades de muco. Glândulas mucosas tubuloacinosas situam-se próximo ao ducto 
cístico, sendo responsáveis pela secreção da maior parte do muco existente na bile. A principal função da vesícula 
biliar é armazenar bile, concentrá-la por meio da absorção de água e secretá-la no trato digestivo quando necessário. 
Este processo depende de um mecanismo de transporte ativo de sódio no epitélio de revestimento da vesícula. A 
contração da musculatura lisa da vesícula é induzida pela colecistoquinina, hormônio produzido por células 
enteroendócrinas do intestino delgado (células I). A secreção de colecistoquinina, por sua vez, é estimulada por 
nutrientes no intestino delgado, particularmente por ácidos graxos da dieta. 
 
Referências: 
Imagens não referenciadas e texto: 
Junqueira, Luiz Carlos Uchoa, 1920-2006 Histologia básica / L.C.Junqueira e José Carneiro. - [12. ed]. - Rio de Janeiro 
: Guanabara Koogan, 2013. il

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