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CANCER DE COLO DE UTERO Por Ingrid Tavares Cardoso, professora de Graduação em Medicina e Enfermagem Unifeso. INTRODUÇÃO: o A infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) é a causa do câncer do colo do útero; o Os programas de rastreamento são eficazes na redução da incidência de câncer do colo do útero. As vacinas também ajudam a reduzir a incidência desse tipo de câncer. o O tipo histológico mais comum de câncer do colo do útero é o escamoso, e a incidência relativa e absoluta do andenocarcinoma vem aumentado; os dois tipos histológicos são causados pela infecção por HPV; o O estadiamento do câncer do colo do útero é clínico, embora técnicas radiológicas modernas – tais como TC, RM USG ou tomografia por emissão de pósitrons – possam auxiliar o planejamento individual do tratamento; o O tratamento do câncer do colo do útero é feito com base no estágio da doença. A doença em estágio inicial (I a IIA) pode ser tratada por cirurgia radical ou radioterapia; o melhor tratamento da doença avançada (estágios IIB a IV) é a quimioterapia e radioterapia em associação; No mundo todo, o carcinoma do colo do útero ainda é um importante problema de saúde pública. Nos países em desenvolvimento, onde os recursos de atenção à saúde são limitados, é a segunda causa mais frequente de morte por câncer em mulheres. Epidemiologia: O câncer invasor do colo do útero é considerado um câncer evitável, porque o estágio pré-invasor é longo, existem programas de rastreamento por exame colpocitológico e o tratamento das lesões pré-invasoras é eficaz. Existem muitos fatores de risco para o câncer do colo de útero: primeira relação sexual em idade jovem (menos de 16 anos), múltiplos parceiros sexuais, tabagismo, raça, paridade elevada, baixa condição socioeconômica e imunossupressão crônica. A infecção pelo HPV é o evento causador do câncer do colo do útero, sendo provável que o herpes-vírus e a Chlamydia trachomatis atuem como cofatores. O HPV é o agente etiológico tanto no carcinoma escamoso quanto no adenocarcinoma do colo do útero, mas as vias carcinogênicas dos respectivos tumores podem ser diferentes. Dois subtipos de alto risco, 16 e 18, são encontrados em até 62% dos carcinomas do colo do útero. O HPV afeta a diferenciação celular por meio de interações das proteínas virais E6 e E7 com os genes supressores tumorais p53 e Rb, respectivamente. A inibição de p53 impede a interrupção do ciclo celular e a apoptose celular, que normalmente ocorrem quando há lesão do DNA, enquanto a inibição de Rb interrompe o fator de transcrição E2F e resulta em proliferação celular descontrolada. As duas etapas são essenciais para a transformação maligna de células epiteliais do colo do útero. Duas vacinas contra o HPV, a quadrivalente Gardasil e a bivalente Cervarix, protegem contra os subtipos 16 e 18. Como a proteção é específica para alguns tipos de HPV é preciso que o rastreamento com o Papanicolau continue sendo realizado. Avaliação: O sangramento vaginal é o sintoma mais comum em pacientes com câncer do colo do útero. Na maioria das vezes, o sangramento após o coito, mas pode haver sangramento irregular ou após a menopausa. As pacientes com doença avançada podem apresentar corrimento vaginal fétido, emagrecimento ou nefropatia obstrutiva. Nas mulheres assintomáticas, o câncer do colo do útero é identificado com maior frequência por avaliação de anormalidades dos exames citológicos de rastreamento. A taxa de resultados falso-negativos dos exames de Papanicolau na presença de câncer invasor é de até 50%, portanto não se deve confiar em resultados negativos quando a paciente for sintomática. Todas as mulheres com suspeita de câncer de colo do útero devem ser submetidas a um exame físico geral, que inclui avaliação dos linfonodos supraclaviculares, axilares e inguinofemorais, para descartar doença metastásica. Ao exame pélvico, introduz-se um especulo na vagina para inspeção do colo à procura de lesões suspeitas, os fórnices da vagina também devem ser inspecionados com atenção. O exame retal é importante para ajudar a avaliar o tamanho do colo do útero e a consistência sobretudo em pacientes com carcinoma endocervical. É o único meio de avaliar o tamanho do colo do útero se os fórnices da vagina estiverem de difícil avaliação por alterações da menopausa ou ocupados pela extensão da doença. É possível determinar a extensão da doença ao detectar, pelo exame retal, modularidade que ultrapassa o colo. Quando o tumor é evidente, a biopsia cervical costuma ser suficiente para o diagnóstico. Se não houver doença macroscópica, é indicado exame colposcópico com biopsia cervical e curetagem endocervical. Caso não seja possível fazer o diagnóstico conclusivo por colposcopia e biopsia dirigida (oque pode acontecer no adenocarcinoma), talvez seja necessário proceder à conização cervical. Achados de invasão à colposcopia: O exame colposcópico é obrigatório nas pacientes com suspeita de invasão inicial, com base no exame colpocitológico e na aparência macroscópica normal do colo. As características colposcópicas que sugerem invasão são: vasos sanguíneos anormais; contorno irregular da superfície com perda do epitélio superficial e alterações a cor. As biopsias guiadas por colposcopia podem auxiliar o diagnóstico de invasão e, assim, evitar a necessidade de biopsia cônica (conização) sem adiar o início do tratamento. Se houver dúvida sobre a profundidade da invasão com base nas biopsias do colo do útero, e se for possível que se aumente o estágio clínico para IA2 ou IB1, deve-se proceder à conização. Quando se tem uma grande peça de biopsia cervical com invasão maior que 3mm, ou duas peças separadas por 7mm com carcinoma invasor do colo do útero, o tratamento deve ser imediato, e a paciente pode ser submetida à cirurgia radical ou radioterapia. o Vasos sanguíneos anormais: os vasos anormais podem ser em alça, ramificados ou reticulares. A medida que a neoplasia avança e aumenta a necessidade de oxigênio e nutrição, ocorre angiogênese estimulada pela produção tumoral e tecidual local de fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator de crescimento epidérmico (EGF) e outras citocinas que causam a proliferação de vasos sanguíneos e neovascularização. Os pontilhados vasculares irrompem na superfície do epitélio de modo irregular e produzem o padrão em alça, espiral ou J dos vasos anormais característicos de doença invasora. Em geral, os vasos do estroma cervical que se ramificam são mais bem observados sobre cistos de Naboth. Os vasos reticulares anormais representam os capilares terminais do epitélio cervical. Quando o câncer acomete esse epitélio, há erosão da superfície e exposição da rede capilar. Esses vasos são muito finos e curtos, parecem pequenas vírgulas sem um padrão organizado, não são específicos do câncer invasor, a cervicite atrófica também pode ter essa aparência. o Contorno irregular da superfície: À medida que o tumor cresce, observam-se contornos anormais na superfície. Há ulceração do epitélio superficial quando as células perdem coesão intracelular secundária à perda de desmossomos. O contorno irregular também pode ser causado por características papilares da lesão. Essa propriedade pode ser confundida com uma neoplasia papilar benigna do colo causado por HPV. Por isso, é preciso fazer a biopsia de todos os tumores cervicais papilares para evitar que se perca um diagnóstico de doença invasora. o Coloração: A cor pode variar em virtude do aumento da vascularização, necrose do epitélio superficial e, em alguns casos, produção de queratina. A coloração é amarelo alaranjada, e não o rosa esperado do epitélio escamoso intacto nem o vermelho do epitélio endocervical. o Adenocarcinoma: não há uma aparência específica do adenocarcinoma do coloà colposcopia. Todos os vasos sanguíneos citado anteriormente podem ser observados nessas lesões. Como os adenocarcinomas tendem a se desenvolver na endocérvice, a curetagem endocervical é necessária como parte do exame colposcópico e os métodos tradicionais de rastreamento são menos confiáveis. Aspectos histológicos da invasão: A conização cervical é necessária para avaliar corretamente a profundidade e a extensão linear do acometimento quando se suspeita de microinvasão. Inicialmente a invasão se caracteriza por protrusão de células malignas da junção estromaepitélio. Esse foco é formado por células que parecem mais bem diferenciadas que as não invasoras adjacentes, e têm citoplasma abundante de coloração rosa, núcleos hipercromáticos e nucléolos pequenos e médios. Essas lesões invasoras iniciais formam processos digitiformes sem volume mensurável e a classificação, de acordo com FIGO, é estágio IA1. Com o avanço da doença surgem mais processos digitiformes e células malignas isoladas no estroma, seguidos por proliferação de fibroblastos (desmoplasia) e infiltração em faixa se células inflamatórias crônicas. Com o aumento da profundidade de invasão, as lesões ocorrem em vários locais e passa a ser possível medir o crescimento em profundidade e extensão linear. As lesões com menos de 3mm de profundidade são classificadas no estágio IA1 da FIGO; as lesões com 3 a 5 mm ou mais de profundidade e até 7 mm de extensão linear são classificadas no estágio IA2. À medida que aumenta a profundidade de invasão do estroma, passa a ser maior o risco de acometimento do espaço linfático capilar. Frequentemente, observam- se no estroma capilares dilatados, espaços linfáticos e células gigantes multinucleadas do tipo corpo estranho que contêm resíduos de queratina. A profundidade da invasão é um importante previsor de metástase para linfonodos pélvicos e recorrência do tumor. Embora raramente haja metástase de lesões com invasão de 3mm ou menos, 3 a 8% das pacientes cujas lesões apresentam invasão de 3 a 5 mm têm linfonodos pélvicos positivos. Portanto, é necessário cuidado ao interpretar a suspeita de acometimento vascular-linfático, com invasão menor que 3 mm. A ausência de revestimento endotelial indica que o espaço é um artefato de fixação, e não invasão vascular verdadeira. Estadiamento: O câncer do colo do útero é uma doença com estadiamento clínico. O sistema de estadiamento FIGO é aplicável a todos tipos histológicos desse câncer. Quando houver dúvida referente ao estágio de classificação de um câncer, deve-se escolher o menor. Após definir um estágio clínico e iniciar o tratamento, não se deve modificar o estágio em função de achados subsequentes por estadiamento clínico estendido ou estadiamento cirúrgico. Estadiamento do Carcinoma do Colo do Útero pela FIGO (2008) Estágio I Carcinoma estritamente limitado ao colo (a extensão para o corpo deve ser desconsiderada). IA Carcinoma invasor diagnosticado somente por exame microscópico, com invasão máxima (menor ou igual) a 5 mm e extensão máxima (menor ou igual) a 7mm. IA1 Invasão do estroma medindo menos de 3 mm de profundidade e menor que 7 mm de extensão. IA2 Invasão do estroma medindo mais de 3 mm, mas não mais de 5 mm, com extensão menor que 7 mm. IB Lesões clinicamente visíveis limitadas ao colo do útero ou cânceres pré- clínicos acima do estágio IA. IB1 Lesão clinicamente visível menor (ou igual) que 4 cm em sua maior extensão IB2 Lesão clinicamente visível maior que 4 cm em sua maior extensão. Estágio II O carcinoma cervical invade além do útero, mas não a parede pélvica nem o terço inferior da vagina. IIA Não há invasão do paramétrio. IIA1 Lesão clinicamente visível menor (ou igual) a 4 cm em sua maior dimensão. IIA2 Lesão clinicamente visível maior que 4 cm em sua maior dimensão. IIB Não há invasão óbvia do paramétrio. Estágio III O tumor estende-se até a parede pélvica e/ou acomete o terço inferior da vagina e/ou causa hidronefrose ou inatividade renal. IIIA O tumor acomete o terço inferior da vagina, sem extensão para a parede pélvica. IIIB Extensão para a parede pélvica e/ou hidronefrose ou inatividade renal. Estágio IV O carcinoma estende-se além da pelve menor ou acomete a mucosa da bexiga ou do reto (comprovado por biopsia). IVA Disseminação do tumor para órgãos adjacentes. IVB Disseminação para órgãos distantes. Outras modalidades de estadiamento: Com a intenção de aumentar a exatidão do estadiamento clínico, vários pesquisadores usaram linfangiografia, TC, USG, RM e tomografia por emissão de pósitrons (PET Scan). Esses métodos têm baixa sensibilidade e alto índice de resultados falso-negativos. A PET Scan vem sendo utilizada sozinha ou associada à TC ou RM, para detectar doença metastática. Quando se observam anormalidades à TC, RM ou PET Scan, pode-se recorrer à punção aspirativa por agulha fina (PAAF) guiada por imagem para confirmar doença metastática e individualizar o tratamento. Como a oferta desses exames não é igual em todo o mundo e a interpretação dos resultados é variável, eles não são usados no estadiamento, mas podem ser úteis no planejamento do tratamento individual. O sistema de estadiamento clínico elaborado pela FIGO baseia-se na convicção de que o câncer do colo do útero é uma doença local até a fase avançada. A acurácia do estadiamento clínico é limitada, e a avaliação cirúrgica, embora não seja possível ou viável em todas as pacientes, é capaz de identificar a doença mestástatica com maior acurácia. PROCEDIMENTOS DE ESTADIAMENTO Exame físico Palpação Exame da Vagina Exame retovaginal bimanual (é recomendável anestesia). Exames Radiológicos Pielografia intravenosa. Enema baritado; Radigrafia do tórax. Radiografia óssea. Procedimentos Biopsia. Conização. Histeroscopia; Colposcopia; Curetagem endocervical. Cistoscopia. Proctoscopia. Exames Opcionais TC. Linfangiografia. USG. RM PET Scan.Cintigrafia com Radionuclídios. Laparoscopia. Carcinoma de Células Escamosas: Trata-se do tipo mais comum de câncer invasor do colo. As variantes histológicas do carcinoma de células escamosas são as de células grandes queratinizadas, células grandes não queratinizados e células pequenas. Os tumores de células grandes queratinizadas são formados por células tumorais que formam ninhos infiltrativos irregulares com pérolas de queratina laminada no centro. Os carcinomas de células grandes não queratinizados apresentam queratinização de células individuais, mas não formam pérolas de queratina. A categoria de carcinoma de pequenas células inclui o carcinoma de células escamosas pouco diferenciado (células com núcleos pequenos a médios e citoplasma abundante) e o carcinoma anaplásico de pequenas células (células com citoplasma escasso, núcleos pequenos redondos ou ovais, cromatina granular grosseira e elevada atividade mitótica, os núcleos estão ausentes ou são pequenos). O prognóstico para os carcinomas de células grandes é melhor do que para os de células pequenas. O carcinoma anaplásico têm comportamento agressivo. Outras variantes menos comuns são o verrucoso e o papilar (de transição). Os verrucosos podem se assemelhar ao condiloma acuminado gigante, causam invasão local raramente metastática. Os papilares assemelham-se as células de transição da bexiga e podem apresentar invasão de células escamosas mais típicas na base da lesão. Adenocarcinoma: É cada vez maior o número de adenocarcinomas cervicais descritos em mulheres com idade de 20 a 39 anos, embora esse número total seja relativamente estável, a frequência dessa doença tem aumentado em mulheres jovens, sobretudo à medida que diminui o número de casos de carcinoma de células escamosas invasor. Acredita-se que o adenocarcinoma in situ (AIS) seja o percursor do adenocarcinomainvasor. As pacientes com AIS tratadas por conização devem submetidas a acompanhamento clínico cuidadoso. A curetagem endocervical muitas vezes usadas no monitoramento, pode não detectar doença residual ou invasora, e as taxas de falso- negativos chegaram a 50%. Além disso, podem ocorrer lesões descontínuas não ressecadas por ocasião da conização. Por esses motivos, a histerectomia deve ser o tratamento mais indicado em pacientes que não desejam mais ter filhos. O tratamento do adenocarcinoma do colo é igual ao do carcinoma de células escamosas. As pacientes com adenocarcionoma em estágio I podem ser selecionadas para o tratamento de acordo com os mesmos critérios que as pacientes com câncer escamoso. A escolha do tratamento nos tumores volumosos em estágio II é controversa, alguns autores defendem a radioterapia isolada enquanto outros defendem a radioterapia associada à histerectomia extrafacial. Embora, não se tenha relatos de diferenças consideráveis entre as duas opções. O adenocarcinoma invasor pode ser puro ou misto com células escamosas. Na categoria de adenocarcinoma puro, os tumores são muito heterogêneos, com uma ampla variedade de tipos celulares, padrões de crescimento e diferenciação. Cerca de 80% dos adenocarcinomas cervicais são constituídos predominantemente de células do tipo endocervical, com produção de mucina. Os demais tumores são povoados por células endometrioides, células claras, células intestinais ou uma mistura de mais de um tipo celular. Apenas pelo exame histológico, não é possível distinguir alguns desses tumores daqueles originados em outra parte do endométrio ou do ovário. Em cada tipo celular, os padrões de crescimento e as anormalidades nucleares variam de acordo com o grau de diferenciação. O adenocarcinoma com desvio maligno mínimo (adenoma maligno) é um tipo muito bem diferenciado de adenocarcinoma, no qual o padrão glandular ramificado é bastante semelhante ao das glândulas endocervicais normais. As células de revestimento têm citoplasma mucinoso abundantes e núcleos uniformes, por esse motivo, o tumor pode não ser reconhecido como maligno em pequenas peças de biopsia, o que causa atraso considerável no diagnóstico. Pode ser necessário uma coloração imuno-histoquímica especial para realizar o diagnóstico. O prognóstico é favorável para os tumores detectados precocemente. Um distúrbio descrito como adenocarcinoma papilar viloglandular afeta, principalmente, mulheres jovens, algumas grávidas ou usuárias de contraceptivos orais. Ao exame histológico, os tumores têm bordas regulares e definidas, são bem diferenciadas e são in situ ou causam invasão superficial. Nenhum desses tumores apresentou recorrência após conização ou histerectomia, e não foi detectada metástase em mulheres submetidas à linfadenectomia pélvica. O risco de disseminação desse tumor além do útero parece ser limitado. Carcinoma Adenoescamoso: São carcinomas com mistura de componentes glandulares e escamosos malignos. As pacientes com este tipo de câncer têm o pior prognóstico. Nos carcinomas adenoescamosos pouco diferenciados ou imaturos, observa-se somente a diferenciação glandular com coloração especiais, como mucicarmina e PAS. Os carcinomas de células escamosas demonstram secreção de mucina ao serem corados com mucicarmina, tendo maior incidência de metástase para linfonodos pélvicos que os carcinomas escamosos sem secreção de mucina. O carcinoma de células vítreas é considerado uma apresentação pouco diferenciada de carcinoma adenoescamoso. As células têm abundante citoplasma eosinofílico, granular, em vidro fosco, núcleos grandes redondos ou ovais e nucléolos proeminentes. O estroma é infiltrado por numerosos linfócitos, plasmócitos e eosinólfilos. O prognóstico sombrio deste tumor está relacionado com o subestadiamento e com a resistência à radioterapia. Outras variantes de carcinoma adenoescamoso são carcinoma adenoide basal e carcinoma adenoide císitco. Como em alguns outros tumores adenoides císiticos pode haver metástase direta para o pulmão. Sarcoma: O sarcoma mais importante é o rabdomiossarcoma embrionário, que ocorre em crianças e adultos jovens. Apresenta-se com nódulos polipoides semelhantes a uvas, conhecido como sarcoma botrioide, e o diagnóstico depende do reconhecimento de rabdomioblastos. Os leiomiossarcomas e os tumores mesodérmicos mistos do colo podem ser primários, porém é mais provável que sejam secundários a tumores uterinos. O adenossarcoma cervical é descrito como um tumor de baixo grau com bom prognóstico. Caso ocorra recorrência, geralmente é central e pode ser tratada com ressecção e hormonioterapia. Melanoma Maligno: Raramente, observa-se melanose no colo do útero. Pode originar-se de novo (primário) nessa área, as características histopatológicas simulam o melanoma em outras áreas, e o prognóstico depende da profundidade de invasão do estroma cervical. Carcinoma Neuroendócrino: A classificação do carcinoma neuroendócrino abrange quatro subtipos: pequenas células, grandes células, carcinoide clássico e carcinoide atípico. Os tumores neuroendócrinos têm como características seu comportamento maligno agressivo, com propensão a metástases. Os locais mais comuns para a metástase são: ossos, encéfalo, fígado e medula óssea. É praticamente nula as chances de cura nestes tumores. Padrões de Disseminação: O câncer do colo uterino dissemina-se por: invasão direta do estroma cervical, do corpo, da vagina e do paramétrio; metástase linfática; metástase hematogênica; implantação intraperitoneal. É comum o acometimento do colo no câncer de endométrio e da vagina; este último tipo de câncer é raro, e a maioria das lesões que acomete o colo e a vagina é apontada como primária do colo uterino. Por conseguinte, a classificação clínica é de neoplasia cervical que se estende para a vagina, e não o contrário. O câncer de endométrio pode estender-se para o colo de três maneiras: extensão direta a partir do endométrio, acometimento da submucosa por extensão vascular linfática e doença multifocal. Esta última é mais rara, mas eventualmente é possível observar um foco de adenocarcinoma no colo, separado do endométrio. Essa lesão não deve ser diagnosticada como metástase, mas como doença multifocal. As neoplasias malignas da cavidade peritoneal (ex: câncer ovariano) podem ser encontradas no fundo de saco e estender-se diretamente para a vagina e o colo. Às vezes, os carcinomas da bexiga e do cólon estendem-se para o colo do útero. Em geral, o acometimento cervical por linfoma, leucemia e carcinoma da mama, do estômago e do rim faz parte do padrão sistêmico de disseminação dessas neoplasias. Nesses casos, a metástase isolada para o colo do útero pode ser o primeiro sinal de um tumor primário em outra parte do corpo. Opções de Tratamento: O tratamento do câncer do colo uterino é semelhantes ao de qualquer outro tipo de neoplasia maligna, pois é necessário avaliar e tratar a lesão primária quanto os possíveis locais de disseminação. A radioterapia pode ser usada em todos os estágios de doença, a cirurgia isolada é limitada às pacientes com doença em estágio I e IIA. Aperfeiçoamentos recentes no tratamento incluem a quimioterapia adjuvantes em pacientes com diagnóstico de carcinoma do colo do útero de alto risco após histerectomia radical e em pacientes com carcinoma do colo do útero local avançado. o Cirurgia: há vantagens no uso da cirurgia em lugar da radioterapia, sobretudo em mulheres jovens, nas quais é importante preservar os ovários. Até 8% das pacientes tratadas com radioterapia apresentam problemas vesicais e intestinais crônicos exigindo intervenções clínicas e cirúrgicas. Problemas esses de difícil tratamento, pois são causados por fibrose e diminuição da vascularização. Isso contrasta com lesões cirúrgicas, queem geral são reparadas com facilidade e não têm complicações a longo prazo. A disfunção sexual é mais provável após a radioterapia do que após cirurgia, em virtude do encurtamento vaginal, da fibrose e da atrofia do epitélio associados à radiação; a intervenção cirúrgica encurta a vagina, mas a atividade sexual pode provocar seu alongamento gradual. Não há atrofia do epitélio, porque ele responde ao estrogênio endógeno da paciente ou a estrogênios exógenos após a menopausa. Em geral, a histerectomia radical é reservada para mulheres em boas condições físicas. Não convém operar lesões com diâmetro acima de 4 cm, porque será necessária a realização de radioterapia pós-cirúrgica. Caso haja a necessidade de radioterapia, a transposição dos ovários para fora do campo planejado de radioterapia pode preservar a função ovariana, mesmo assim os índices de preservação desta função giram apenas em torno de 50% das pacientes. o Biopsia cônica do colo do útero: a conização do colo tem função diagnóstica e terapêutica no câncer do colo do útero. O procedimento é utilizado para confirmar o diagnóstico e também para tratamento definitivo da doença em estágio IA1 quando há o desejo de preservar a fertilidade. Para a sua eficácia não deve haver sinais de invasão do espaço vascular linfático, e as margens endocervicais devem apresentar resultados negativos para câncer ou displasia após a biopsia. Pela baixa chance de metástase para linfonodos, neste tipo de câncer, a linfadenectomia é desnecessária. Se a margem endocervical ou a curetagem for positiva para displasia ou neoplasia maligna, é necessário tratamento adicional, pois estes achados são fortes indícios de doença residual. o Histerectomia simples (extrafascial): a histerectomia tipo I é um tratamento apropriado para pacientes com tumores em estágio IA1 sem invasão do espaço vascular linfático, que não desejam mais engravidas. Nesses casos, não é recomendada a linfadenectomia. Caso seja constatada a invasão do espaço vascular linfático, a histerectomia radical modificada com linfadenectomia pélvica é um tratamento apropriado e eficaz. o Traquelectomia radical: este procedimento vem se tornando popular como opção de tratamento cirúrgico para mulheres com doença em estágio IA2 e IB1 que desejam preservar o útero e a fertilidade. Esse procedimento pode ser realizado por via vaginal, abdominal, laparoscópica ou robótica e costuma ser acompanhado por linfadenectomia pélvica e cerclagem cervical. Estágio IA1 Invasão 3 mm, sem IEVL Invasão 3mm, com IEVL Conização ou histerectomia tipo I Traquelectomia radical ou histerectomia radical IA2 Invasão 3 a 5 mm Traquelectomia radical ou histerectomia radical tipo II com linfadenectomia pélvica IB 1 Invasão 5 mm, 2 cm Invasão 5 mm, 2 cm Traquelectomia radical ou histerectomia radical tipo III com linfadenectomia pélvica Histerectomia radical tipo III com linfadenectomia pélvica IB 2 Histerectomia radical tipo III com linfadenectomia pélvica e para-aórtica ou quimiorradioterapia primária Estágio IIA 1, II A 2 Histerectomia radical tipo III com linfadenectomia pélvica e para-aórtica ou quimiorradioterapia primária IIB, IIIA, IIIB Quimiorradioterapia primária Estágio IVA Quimorraditoterapia primária ou exenteração primária IVB Quimiorraditerapia primária radioterapia o Histerectomia radical: a operação inclui linfadenectomia pélvica, com retirada da maior parte dos ligamentos uterossacros e transversos do colo do útero e do terço superior da vagina. Essa operação é denominada histerectomia radical tipo III. A histerectomia descrita Wertheim é menos extensa que uma histerectomia radical e retira a metade medial dos ligamentos transversos do colo do útero e uterossacros. Esse procedimento costuma ser denominado histerectomia radical modificada ou tipo II. A histerectomia radical modificada (tipo II) difere da histerectomia radical (tipo III) nos seguintes aspectos: 1. A artéria uterina é seccionada ao nível do ureter, assim preservando o ramo ureteral até o ureter; 2. O ligamento transverso do colo do útero não é dividido próximo da parede lateral, mas perto de sua porção média, próximo da dissecção ureteral; 3. O ligamento vesicouterino anterior é dividido, mas o posterior é preservado; 4. Há retirada de um menor manguito vaginal. A histerectomias radicais ainda podem ser classificadas como histerectomia radical estendida (tipos IV e V). Na IV, retiram-se o tecido periureteral, a artéria vesical superior e até ¾ da vagina. Na V, são ressecadas partes do terço distal do ureter e da bexiga. Linfadenectomia: Depois da inspeção do abdome e da pelve, é preciso inspecionar e palpar os linfonodos pélvicos e para-aórticos. Os linfonodos em que há suspeita de doença macroscópica devem ser ressecado e avaliados por biopsia de congelação. Se não houver sinal macroscópico de doença metastática, inicia-se a linfadenectomia pélvica. Linfadenectomia pélvica: é iniciada por abertura dos ligamentos redondos na parede lateral da pelve, avançando-se até os espaços paravesicais e pararretal. É preciso examinar os linfonodos para-aórticos das pacientes com tumores volumosos do colo do útero ou linfonodos pélvicos visivelmente positivos, ou que serão avaliados pela congelação para avaliar extensão completa da doença e guiar a terapia adjuvante. Complicações da histerectomia radical: Complicações agudas (imediatas): perda de sangue (em média 0,8 l); fístula ureterovaginal (1 a 2%); fístula vesicovaginal (1%); embolia pulmonar (1 a 2%); obstrução do intestino delgado (1%); morbidade febril (25 a 50%). Complicações subagudas (mediatas): disfunção vesical pós-operatória e formação de linfocisto. Nos primeiros dias o volume da bexiga diminui e a pressão de enchimento aumenta, a sensibilidade ao enchimento diminui, e a paciente é incapaz de iniciar a micção. Esses efeitos podem ser minimizados mantendo a drenagem vesical adequada, normalmente através de um cateter suprapúbico. Complicações tardias: o efeito mais comum é a hipotonia vesical ou, em casos extremos, a atonia. o Histerectomia radical com preservação da inervação: técnica realizada com bastante frequência nos últimos anos. o Histerectomia radical laparoscópica: tem sido bastante utilizada em pacientes criteriosamente selecionadas. o Histerectomia radical laparoscópica robótica: técnica nova utilizada apenas em pacientes selecionadas criteriosamente. Conduta pós-operatória: Fatores de risco para doença recorrente: tumor grande, invasão do estroma cervical até o terço médio ou profundo, invasão do espaço vascular linfático. Fatores de alto risco para doença recorrente: margens positivas ou exíguas, linfonodos positivos, acometimento microscópico do paramétrio. Tendo em vista o alto risco de doença recorrente em pacientes com câncer do colo do útero em estágio inicial, tratadas cirurgicamente e que apresentam fatores patológicos de risco intermediário ou alto, deve-se considerar a radioterapia ou quimioterapia adjuvante. Radioterapia primária: A radioterapia pode ser usada tratar todos os estágios do câncer do colo do útero, com taxas de cura aproximada de 70% no estágio I, 60% no estágio II, 45% no estágio III e 18% no estágio IV. Os planos de radioterapia primária incluem uma associação de teleterapia (para tratar os linfonodos regionais e diminuir o volume do tumor) e braquiterpaia administrada por aplicadores intracavitários ou implantes intersticiais (para reforçar a dose no tumor). Comparação entre cirurgia e radioterapia no tratamento do câncer do colo do útero em estágio IB/IIA: Cirurgia Radioterapia Sobrevida 85% 85% Complicações Graves Fístulas urológicas 1 a 2% Estenoses e fístulas intestinais e urinárias 1,4 a5,3% Vagina Inicialmente encurtada, mas pode ser alongada com relações sexuais regulares Fibrose e possível estenose, principalmente após a menopausa Ovários Podem ser conservados Destruídos Efeitos crônicos Atonia vesical em 3% Fibrose por radioterapia do intestino e da bexiga em 6 a 8% Aplicabilidade As melhores candidatas têm menos de 65 anos de idade, menos de 91 Kg e estão em boas condições de saúde Todas as pacientes são possíveis candidatas Mortalidade cirúrgica 1% 1% por embolia pulmonar durante a terapia intracavitária Radioterapia de intensidade modulada (RTIM): utiliza feixe externo, tem sido um avanço terapêutico, utiliza algoritmos gerados por computador que distinguem com exatidão os volumes alvos de tratamento e o tecido normal. Radioterapia adjuvante: em uma tentativa de aumentar a taxa de sobrevida em pacientes com risco alto ou intermediário, com metástase para linfonodos pélvicos, invasão do tecido paracervical, invasão cervical profunda ou margens cirúrgicas positivas recomendo-se radioterapia pós-operatória. Estudos retrospectivos mostram que a radioterapia pós-operatória para tratamento de linfonodos pélvicos positivos pode diminuir a recorrência pélvica, mas não aumenta as taxas de sobrevida em 5 anos calculadas por métodos atuarial. Quimioterapia concomitante: O uso concomitante da quimioterapia e radioterapia foi amplamente estudado pelo GOC, e foram publicados os resultados de cinco estudos randomizados. O conceito de quimoradioterpia abrange os benefícios da quimioterapia sistêmica e da radioterapia regional. O uso de quimioterapia para sensibilizar as células à radioterapia melhorou o controle locorregional. Esses novos resultados modificaram o tratamento do câncer do colo do útero em muitos centros médicos. Radioterapia para-aórtica profilática: A radioterapia de campo estendido profilática é uma alternativa ao estadiamento cirúrgico da cadeia de linfonodos para-aórticos em mulheres com câncer do colo do útero avançado consideradas de alto risco, mas que não apresentam sinais radiológicos nem clínicos de acometimento dos linfonodos para-aórticos. Complicações da radioterapia: A Inserção uterina do aplicador tipo sonda (tandem) pode perfurar o útero. Isso ocorre principalmente em pacientes idosas e naquelas submetidas à conização diagnóstica prévia. Ao se constatar a perfuração, deve-se retirar o aplicador e observar se paciente tem sangramento ou sinais de peritonite. Morbidade aguda: os efeitos agudos da radioterapia são causados por radiação ionizante no epitélio. Os sintomas são diarreia, cólica abdominal, náuseas, micção frequente e, às vezes, sangramento da mucosa vesical ou intestinal. Morbidade crônica: os efeitos crônicos da radioterapia são consequência da indução de vasculite e fibrose e são mais graves que os efeitos agudos. Essas complicações ocorrem vários meses a anos após a conclusão da radioterapia. Outros tipos de toxicidade grave (p. ex; sangramento, estreitamento, estenose ou obstrução intestinal). Proctossigmoidite: o sangramento na proctossignoidite deve ser tratado a partir de dieta, medicamentos antidiarreicos e enemas com esteroides. Fístulas retovaginal: há relatos de fechamento cirúrgico bem-sucedido, o uso de colostomia pode ser uma opção em mulheres com suprimento vascular insatisfatório. Complicações no intestino delgado: pacientes submetidas à cirurgia abdominal prévia são as mais propensas a aderências pélvicas e, portanto, apresentam mais complicações da radioterapia no intestino delgado. A parte terminal do íleo pode ser mais suscetível à lesão crônica por sua posição relativamente fixa no ceco. Pacientes sem sinais de doença devem ser tratadas intensivamente com nutrição parenteral total, aspiração nasogástrica e intervenção cirúrgica precoce após a cura da anemia e o alcance de bom estado nutricional. Sistema urinária: as complicações urinárias crônicas ocorrem em 1 a 5% das pacientes e dependem da dose de radiação na base da bexiga. As fístulas vesicovaginais são a complicação mais comum e costumas exigir derivação urinária supravesical. Tratamento do câncer do colo do útero por estágio: Estágio IA: em 1974 a Sociedade dos Oncologistas ginecológicos recomendou uma definição aceita pela FIGO – lesão microinvasora é aquela na qual a profundidade de invasão do estroma pelo epitélio neoplásico é menor que 3mm sob a membrana basal e na qual não se demonstra acometimento vascular linfático nem sanguíneo. O diagnóstico deve ser feito com base na conização do colo do útero. A decisão do tratamento compete ao ginecologista e deve ter como base a análise da peça de conização com o patologista. É importante que se faça uma descrição patológica em termos de: profundidade da invasão, largura e extensão da área de invasão, existência ou não de invasão do espaço vascular linfático e estado das margens. Essas variáveis são usadas para determinar a extensão da operação e a necessidade de tratamento dos linfonodos regionais. Estágio IA1 – invasão ≤ 3mm: pacientes sem invasão do espaço vascular linfático podem ser tratadas com histerectomia extrafascial sem linfadenectomia. Caso haja a intenção de preservar a fertilidade a conização é indicada. Em caso de invasão do espaço vascular linfático, é preciso considerar uma histerectomia tipo I (extrafscial) ou II (radical modificada) com linfadenectomia pélvica. Nos casos de adenocarinoma microinvasor, deve-se fazer exame patológico especializado antes de cogitar a histerectomia extrafascial ou a conização. Estágio IA2 – invasão >3 a 5 mm: nesses casos é necessário a linfadenectomia pélvica, caso seja identificado fatores de risco intermediário ou alto na peça cirúrgica, recomenda-se a radioterapia ou quimioterapia adjuvante. Câncer invasor nos estágio IB1, IB2 e IIA1: o tratamento pode ser a traquelectomia radical ou histerectomia radical tipo III, com linfadenectomia pélvica. A traquelectomia radical deve ser restrita a candidatas com doença de baixo risco e tumor menor que 2 cm. É essencial avaliar a cadeia de linfonodos para-aórticos, sobretudo se for encontrada doença nos linfonodos pélvicos. A radioterapia adjuvante é recomendada quando se identificam fatores de risco intermediários no pós- operatório. Indica-se quimioterapia adjuvantes quando há características de alto risco. Por outro lado, a quimiorradioterapia primária com objetivo curativo é apropriada. A comparação entre histerectomia radical e radioterapia mostrou taxas de sobrevida semelhantes com as duas modalidades de tratamento. Câncer invasor volumoso em estágios IB2 e IIA2: o tratamento pode ser a cirurgia radical ou a quimioradioterapia primária. Em relação a opção cirúrgica a técnica indicada é a histerectomia radical tipo III com linfadenectomia pélvica e para-aórticas, seguida por quimirradioterapia adjuvantes caso existam fatores de risco intermediário ou alto. Câncer invasor em estágios IIB IIIB: o tratamento tradicional é a radioterapia, porém a radioterapia isolada não controla a doença optando-se por realizar a quimiorradioterapia. Câncer em estágios IVA e IVB: o tratamento é a quimioterapia e a radioterapia pélvica paliativa. O controle de sintomas, com morbidade mínima, e a principal preocupação nessas pacientes. Avaliação e acompanhamento da paciente após o tratamento: Pacientes submetidas a radioterapia devem ser rigorosamente monitoradas para avaliar a resposta ao tratamento. Pode-se esperar a regressão dos tumores até três meses após a radioterapia. Ao exame pélvico deve-se observar retração progressiva do colo e possível estenose do introito cervical e da parte superior da vagina adjacente. O exame retrovaginal deve ser bastante criterioso e em caso de lesões suspeitas recomenda-se o PAAF. Os linfonodos supraclaviculares e inguinaisdevem ser examinados com atenção. Deve-se fazer exame vaginal e cervical a cada 3 meses durante 2 anos e, depois, a cada 6 meses nos 3 anos subsequentes. A curetagem cervical pode ser realizada em pacientes com grandes tumores centrais. O RX de tórax pode ser anual em pacientes com doença avançada. Pacientes submetidas à histerectomia radical e sob alto risco de recorrência podem ser beneficiadas pela detecção precoce, visto que podem ser salvas pela radioterapia. Referências Bibliográficas: 13. ed. Montenegro, Carlos Antonio Barbosa Rezende obstetrícia / Carlos Antonio Barbosa Montenegro, Jorge de Rezende Filho. - 13. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2017. il. ISBN 978-85-277-3071-6 1. Obstetrícia. 2. Gravidez. 3. Medicina. I. Rezende-Filho, Jorge de. II. Título. Primo Walquíria Quida Salles Pereira, Corrêa Frederico José Silva e Brasileiro Jean Pierre Barguil . Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília . Brasília: Editora Luan Comunicação , 2017. Berek, Jonanthan S. Bereck e Novak: tratado de ginecologia/ Jonanthan S. Berek; tradução Claudia Lúcia caetano de Araújo, Tatiane da Costa Duarte. 15. Edição; rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Ginecologia de Williams [recurso eletrônico] / Hoffman ... [et al.] ; tradução: Ademar Valadares Fonseca ... [et al.] ; [coordenação técnica: Suzana Arenhart Pessini ; revisão técnica: Ana Paula Moura Moreira ... et al.]. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2014.
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