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GRAVURA E PRODUÇÃO GRÁFICA

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Prévia do material em texto

ARTES VISUAIS
GRAVURA E
PRODUÇÃO GRÁFICA
Ana Carla Antonio
Cíntia Borges Ribeiro
Luciana Taniguti Bertarelli
Márcio Elias Santos
Talita Roberta Turatti Braga
http://www.unar.edu.br
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAVURA E 
PRODUÇÃO GRÁFICA 
 
 
ANA CARLA ANTONIO 
CÍNTIA BORGES RIBEIRO 
LUCIANA TANIGUTI BERTARELLI 
MÁRCIO ELIAS SANTOS 
TALITA ROBERTA TURATTI BRAGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Prezado(a) Aluno (a) 
Nossos estudos referentes à disciplina de Gravura e Produção Gráfica serão 
desenvolvidos por meio de dez Unidades abordando o tema da Gravura, onde 
seremos introduzidos aos diferentes processos de gravação e impressão. Ao 
longo do curso, procuraremos traçar um panorama histórico da gravura na 
Europa e no Brasil, citando o trabalho de alguns artistas importantes para o nosso 
aprendizado. Conversaremos sobre “o que é gravura”, e seremos apresentados a 
cada uma das técnicas de gravação e impressão, para que possamos 
compreender melhor suas diferenças e qualidades. 
Subsequentes, estudaremos a técnica da gravura em madeira com maior 
profundidade, procurando conhecer sua história (no Brasil e no mundo), e sua 
relação com a difusão do conhecimento escrito. Também buscaremos olhar para 
a xilogravura como linguagem expressiva, observando o trabalho de alguns 
artistas renomados. Teremos a oportunidade de colocar em prática algumas das 
técnicas retratadas nas unidades anteriores, como a monotipia e a gravura em 
relevo, para assim fecharmos com chave de ouro o nosso ciclo de aprendizado! 
Num segundo momento, nas unidades de 11 a 20, serão apresentados 
textos e imagens que os auxiliarão durante o estudo da disciplina na parte de 
Produção Gráfica. Cada unidade irá dissertar sobre um tópico específico, desde, o 
começo da história da produção gráfica até chegar ao acabamento de um 
processo gráfico propriamente dito, passando por suas diversas fases. 
Espero que todos tenham calma e muito empenho, na execução de cada 
unidade e que a disciplina prenda atenção de todos com muita dedicação 
Esperamos que com essa disciplina vocês não só compreendam a 
importância da gravura e processos de produção, como também se encantem 
com eles como nós nos encantamos sempre! 
Boa leitura! 
 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
 
Ementa: O que é gravura. Introdução à gravura em relevo. A xilogravura 
como linguagem expressiva. História da gravura europeia: séculos XV à 
XVIII, e Brasil. A gravura em madeira de fio e de topo, linoleogravura e 
variantes. Impressões diretas e simples: monotipias e carimbos. A 
Xilogravura e a Literatura de Cordel. História e conceitos sobre a história da 
produção gráfica. Introdução a programas gráficos, editores de texto, web 
design, edição eletrônica e produção de peças publicitárias. Elementos 
gerais de design gráfico. Comunicação digital e interfaces. Composição 
gráfica e fotográfica. Introdução aos processos de produção gráfica. Cor e 
processos de impressão. Imagem, papel e acabamento. 
 
Objetivos: Proporcionar o acesso a meios de fruição e formação artística e cultural: 
- Fornecer informações técnicas e históricas acerca da Gravura e das artes em 
geral, que possam enriquecer a compreensão de mundo dos alunos; 
- Apresentar trabalhos de artistas plásticos nacionais e internacionais, que 
possam contribuir para o repertório dos alunos, ampliando as possibilidades de 
fruição estética; 
- Valorizar a produção artística nacional, estimulando os alunos a conhecê-la. 
Promover a compreensão da arte como meio de construção simbólica do 
conhecimento, da cidadania e da inclusão social: 
- Valorizar o trabalho do artista plástico e do artista gravador; 
- Estimular a busca pelo conhecimento sensível como complemento às outras 
áreas de conhecimento. 
Proporcionar o acesso a meios de produção artística: 
- Permitir, através dos procedimentos da gravura, que os participantes se 
aproximem dos elementos da linguagem visual (como luz, cor, matéria), 
 
 
enriquecendo assim seu vocabulário visual; 
- Promover experimentação e vivência artísticas de qualidade e criar situações 
propícias à reflexão em relação à produção de imagens; 
- Incentivar o desenvolvimento de projetos artísticos pessoais; 
- Explorar diferentes materiais que possam ser usados em substituição a 
materiais profissionais para gravura, tornando a produção mais acessível 
financeiramente. 
- Fornecer informações básicas a respeito de design gráfico, design digital e 
editorial. 
- Introdução em programas gráfico, editores de texto, edição eletrônica 
comunicação visual gráfica e fotográfica, processos de desenvolvimento e 
acabamento. 
 
Conteúdo programático: O que é Gravura; Introdução aos Processos de Gravação 
(Monotipia, Litografia, Serigrafia, Gravura em Metal, Tipografia, Xilogravura e 
Linóleogravura); Introdução aos Processos de Impressão; Xilogravura; Práticas de 
Ateliê; História e Conceitos da Produção Gráfica; Programas Gráficos e Editores de 
Texto; Elementos Gerais de Design Gráfico; Comunicação e Composição; 
Processos de Produção Gráfica e Impressão. 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
BAER, L. Produção Gráfica. SP: SENAC, 1999 
GOMBRICH, Ernest H. – A História da Arte. Editora LTC S.A.: Rio de Janeiro, 1993. 
GRASSMANN, Roberto – Impressões - A Arte Comentada de Roberto Grassmann. 
Ed. Videolar: Barueri, 2006. 
 
Bibliografia Complementar 
FUENTES, R. A Prática do design gráfico. SP|: Rosari, 2009. 
MUNARI, B. Design e comunicação visual. SP: Martins Fontes, 2011. 
 
 
WILLIAMS, R. Design pra quem não é designer. SP: Callis, 2009. 
BONOMI, Maria - Maria Bonomi Gravura Peregrina. Pinacoteca do Estado de São 
Paulo, São Paulo, 2008. 
BRENMAN, Ilan e VILELA, Fernando (xilogravuras) - As Narrativas Preferidas de um 
Contador de Histórias. Difusão Cultural do Livro, São Paulo, 2007. BURGER, Luiza e 
RICHTER, Hans - Anatomia da Madeira. Ed. Nobel: São Paulo, 1991. 
BUTI, Marco - Ir Até Aqui, Gravuras e Fotografias. Ed. Cosac Naify, São Paulo, 2006. 
BUTI, Marco e LETYCIA, Anna (org.) - Gravura em Metal. Ed. Edusp, São Paulo, 
2002. 
CLAIR, Kate e BUSIC-SNYDER, Cynthia - Manual De Tipografia - A Historia, A 
Tecnica E A Arte. Ed. Bookman Cia, 2009. 
COSTELLA, Antonio - Introdução á Gravura e História da Xilografia. Ed. 
Mantiqueira, Campos do Jordão, 1984. 
FERREIRA, Orlando da Costa - Imagem e Letra: Introdução à Bibliologia Brasileira. 
Edusp, São Paulo, 1994. 
FINGERMANN, Sergio - Fragmentos de um Dia Extenso. Ed. Bei, São Paulo, 2001. 
GEIGER, Anna Bella e OSTROWER, Fayga - Gravura Brasileira Hoje. Ed. Oficina de 
Gravura Sesc Tijuca, Rio de Janeiro, 1997. 
GOLOBOROTKO, Sheila - Dez Séries de Gravuras. Pinacoteca do Estado de São 
Paulo, São Paulo, 2005. 
IVINS JR, W. M - Imagen impresa y conocimiento: analisis de la imagen 
prefotografica. Barcelona: Editorial Gustavo Gilli S. A., 1975. 
KATZ, Renina - Renina Katz. Edusp, São Paulo, 1997. 
KOSSOVOTCH, Leon; LAUDANNA, Mayra e RESENDE, Ricardo (Co-autoria) - 
Gravura: Arte Brasileira do Seculo XX. São Paulo: Cosac e Naify: Itau Cultural, 2000. 
LUPTON, Ellen - Pensar com Tipos: Um guia para designers, escritores, editores e 
estudantes. Cosac & Naify, São Paulo, 2006. 
MARTINS, Carlos - Impressões e Memórias – A Gravura de Carlos Martins. 
Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, 2005. 
 
 
MAYER, Ralph - Manual do ArtIsta. Ed. Martins Fontes, São Paulo, 1999. 
MELATTI, Julio Cezar - Índios do Brasil. Edusp, São Paulo, 2007 
MUBARAC, Claudio - Objetos Frágeis A Gráfica de Cláudio Mubarac - Pinacoteca 
do Estado de São Paulo, São Paulo, 2006. 
NAVES, Rodrigo - Goeldi. Cosac Naify, São Paulo, 2002. 
NEWELL, Jackie - Monoprinting (Printmaking Handbooks). Ed. A&C Black, 2008. 
PÉRIGO, Marcio - Marcio Perigo no Acervo da Pinacoteca do Estado. 
Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, 2005. 
POLLIG, H. e SUHLE, V. (org) - Artes Gráficas do ExpressionismoAlemão. Ed. 
RIBEIRO, Flávia e ROGOZINSKI, Cristina - Paisagens. Pinacoteca do Estado de São 
Paulo, São Paulo, 2008. 
ROSS, John; ROMANO, Clare e ROSS, Tim - The complete printmaker : techniques, 
traditions, innovations. Free Press, Nova Iorque, 1990. 
RUDER, Emil - Typography: a manual of design. Suíça: Zollikofer et co. ag, 1967. 
SESC - Canudos - Gravuras de Adir Botelho (catálogo). Ed. Sesc: Rio de Janeiro. 
WEISS, Luise e KHOURY, Feres - Luise Weiss e Feres Khoury. Pinacoteca do Estado 
de São Paulo, São Paulo, 2007. 
WILKIN, Karen (ensaio) - Giorgio Morandi. Ed. Charta, Milão, 2008. 
- Goeldi Arte em Branco e Preto. catálogo da exposição na BM&F, São Paulo, 
2007. 
Mestres Espanhóis e a Gravura. Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, 
1999. 
COLLARO, A. C. Produção Visual e Gráfica. SP: Summus, 2005. 
COLLARO, A. C. Projeto Gráfico: Teoria e Prática da Diagramação. SP: Summus, 
2000. 
DAMASCENO, A. Web design: teoria e pratica. Florianópolis: Visual Book, 2005. 
RUSH, M. Novas mídias na arte contemporânea. SP: Martins Fonte, 2006. 
CAMARGO, M. Gráfica: arte e indústria no Brasil. São Paulo: Bandeirantes Gráfica, 
2003. 
 
 
 
MARTINS, N. A imagem digital na editoração: manipulação, conversão e 
fechamento de arquivos. Rio de Janeiro: Editora SENAC Nacional, 2003. 
OLIVEIRA, M. Produção gráfica para designers. Rio de Janeiro: 2AB, 2002. 
RIBEIRO, M. Planejamento visual gráfico. Brasília: LGE Editora, 2003. 
FERNANDES, A. Fundamentos de produção gráfica. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 
2003. 
COLLARO, A.C. Produção visual e gráfica. São Paulo: Editora Summus, 2005. 
FRELAUTO, C. E JAHN, H. O livro da gráfica. São Paulo: Editora Rosari, 2001. 
GAMBA JR. Computação gráfica para designers: dialogando com as caixinhas de 
diálogo. Rio de Janeiro: 2AB, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 01 - O QUE É GRAVURA? .......................................................................................................... 1 
UNIDADE 02 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE GRAVAÇÃO: MONOTIPIA , LITOGRAFIA E 
SERIGRAFIA. ..................................................................................................................... 4 
UNIDADE 03 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE GRAVAÇÃO: GRAVURA EM METAL ................... 9 
UNIDADE 04 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE GRAVAÇÃO: GRAVURA EM RELEVO - 
TIPOGRAFIA, XILOGRAVURA E LINÓLEOGRAVURA. ................................................. 13 
UNIDADE 05 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE IMPRESSÃO. ....................................................... 18 
UNIDADE 06 - INTRODUÇÃO A XILOGRAFIA ........................................................................................ 22 
UNIDADE 07 - A XILOGRAFIA COMO LINGUAGEM EXPRESSIVA. ....................................................... 26 
UNIDADE 08 - A XILOGRAFIA NO BRASIL. ............................................................................................. 29 
UNIDADE 09 - PRÁTICAS DE ATELIÊ PARA QUE SERVEM?................................................................... 34 
UNIDADE 10 - PRÁTICAS DE ATELIÊ PARA QUE SERVEM? (parte II) .................................................... 39 
UNIDADE 11 - HISTÓRIA DA PRODUÇÃO GRÁFICA .............................................................................. 45 
UNIDADE 12 - O PRODUTOR GRÁFICO, PRODUÇÃO GRÁFICA E SUAS ETAPAS. .............................. 49 
UNIDADE 13 - SISTEMAS DE CORES ....................................................................................................... 52 
UNIDADE 14 - TRAÇO, RETÍCULA E MEIO TOM .................................................................................... 56 
UNIDADE 15 - MÁQUINAS PLANAS OU ROTATIVAS ............................................................................ 62 
UNIDADE 16 - O PAPEL ............................................................................................................................ 66 
UNIDADE 17 - TIPOS DE PAPÉIS E ACABAMENTOS .............................................................................. 71 
UNIDADE 18 - PRÉ-IMPRESSÃO .............................................................................................................. 79 
UNIDADE 19 - TIPOS DE ARQUIVOS ....................................................................................................... 85 
UNIDADE 20 - IMPRESSÃO ...................................................................................................................... 88 
 
 
 
 
1 
 
UNIDADE 01 - O QUE É GRAVURA? 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Definir o que é gravura. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É muito comum usarmos a palavra “gravura” para falar de imagens 
impressas, como por exemplo, cartazes e ilustrações de livros. Esta palavra, porém, 
pode também designar a técnica usada na produção dessas imagens. É esta 
segunda definição que nos interessa: a gravura enquanto procedimento técnico. 
A principal condição da gravura é que suas imagens sejam impressas. Para 
Escher, M. C.: Céu e Água - xilogravura, 1938 
 
 
2 
 
imprimir essas imagens, porém, é preciso primeiro gravar em um material com 
certos instrumentos ou procedimentos, deixando nele marcas e informações. A 
este material gravado, damos o nome de matriz. 
Nas matrizes ficam contidas as informações que darão origem a uma ou 
mais cópias de uma mesma imagem, através de processos de impressão. O 
resultado final não é a matriz em si, mas a imagem impressa a partir dela. Essa 
imagem, que comumente chamamos de gravura, também pode ser chamada de 
estampa. 
A gravura, portanto: 
- É um procedimento técnico de produção de imagens impressas; 
- Envolve o ato de gravar em materiais com certos instrumentos ou 
procedimentos, gerando uma matriz; 
- Pressupõe a impressão de uma ou mais cópias a partir da matriz; 
- Tem como resultado final uma imagem impressa, a estampa. 
 
Nesta disciplina, serão introduzidas informações acerca dos diferentes 
processos de gravação e impressão, bem como um panorama histórico da 
gravura na Europa e no Brasil. Ao final, serão propostas atividades de ateliê - de 
caráter prático - onde será possível experimentarmos algumas técnicas mais 
simples de gravura, tais como a Monotipia e a Gravura em Relevo. Com isso, 
poderemos compreender 
a relevância histórica e 
cultural da gravura, tanto 
como procedimento 
técnico, como também 
enquanto linguagem 
expressiva. 
 
3 
 
 
 
 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 Abertura da Unidade 1: Disponível em: 
 <http://umasensataparanoia.blogspot.com/2008_10_01_archive.html>. Acesso 
em: 13 de abril de 2011. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravura 
http://adearte.webstorelw.com.br/info/o-que-e-gravura 
http://www.editoradegravura.com.br/oqueegravura.htm 
 
http://umasensataparanoia.blogspot.com/2008_10_01_archive.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravura
http://adearte.webstorelw.com.br/info/o-que-e-gravura
http://www.editoradegravura.com.br/oqueegravura.htm
 
4 
 
UNIDADE 02 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE GRAVAÇÃO: MONOTIPIA , 
LITOGRAFIA E SERIGRAFIA. 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Entender o processo de produção de uma imagem impressa a partir de 
uma matriz. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Como já vimos anteriormente, o resultado final da gravura não é a 
gravação em si, mas a imagem impressa a partir de uma matriz gravada. O 
aspecto final de uma estampa depende muito das técnicas escolhidas ao longo de 
sua execução. Existem diferentes processos de gravação, e cada um deles possui 
procedimentos e ferramentas específicas, que interferem na forma de pensar e 
construir a imagem, e por consequência, no seu resultado impresso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É importante compreendermos que os textos a seguir não devem ser 
usados como manuais, por se tratarem apenas de textos introdutórios.O objetivo 
dessa leitura é o de sermos apresentados às diferentes técnicas, a fim de melhor 
observarmos suas diferenças e qualidades específicas. 
Chamaremos aqui de “Processos de Gravação” os conjuntos de técnicas 
usadas ao longo da construção das imagens nas matrizes e superfícies a serem 
 http://www.viladoartesao.com.br/blog/2011/02/como-fazer-gravuras-com-a-tecnica-da-monotipia/ 
 
 
5 
 
impressas. Alguns deles, como a Monotipia e a Gravura em Relevo, por serem 
mais simples, podem ser feitos em casa. Outros processos – como a Litografia, a 
Serigrafia e a Gravura em Metal – exigem o uso de processos químicos e de 
equipamentos mais sofisticados, e devem ser realizados somente em ateliês de 
gravura, devidamente equipados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- Monotipia 
A monotipia pode ser considerada uma técnica híbrida de gravura e 
pintura: uma imagem única é pintada ou desenhada com tinta em uma superfície 
para em seguida, ser transferida a papel. Nesse processo de gravação somente 
uma cópia da imagem é impressa (mono = um, em grego) – por isso considera-se 
que a monotipia não tem matriz. 
Como suporte, a monotipia aceita diferentes materiais: fórmica, vidro, 
plástico, metal, etc. Alguns artistas, inclusive, utilizam matrizes já gravadas (de 
outras técnicas de gravura, como gravura em metal, xilogravura e litogravura) 
como base, e interferem nelas com tinta, explorando suas possibilidades. 
A pintura ou desenho é feita diretamente no suporte. Podem ser usadas 
tintas para pintura ou para gravura, a base de água ou óleo, além de pincéis, 
rolinhos de impressão, esponjas, espátulas, palitos ou qualquer material que possa 
auxiliar na construção da imagem, mesmo que pouco usual (como folhas de 
árvores, espinhas de peixe, retalhos de tecido, etc). A impressão pode ser feita 
através de uma prensa ou manualmente, por fricção. 
 
6 
 
Alguns artistas que trabalharam ou trabalham com monotipia: Louise 
Bourgeois, Edgar, Degas, Nori Figueiredo, Adams Carvalho, Hercules Seghers, 
David Rabinowitch, Sheila Goloborotko e Kiki Smith. 
 
2- Litografia 
A litografia é o processo de gravura no qual o material da matriz é uma 
placa de pedra calcária (lithos = pedra, em grego). Essa pedra tem características 
muito particulares (como a sua porosidade, por exemplo), que justificam o seu uso 
na litografia, e é encontrada apenas na região da Baviera, Alemanha. 
Para se tornar uma matriz de litografia, a pedra passa por várias etapas de 
preparação; a primeira delas é a chamada Granitagem, onde uma segunda pedra 
é friccionada sobre ela, “lixando-a” até que sua superfície fique plana e uniforme 
(esse procedimento também apaga desenhos feitos anteriormente, para que seja 
feito um novo). Assim, a pedra fica pronta para receber o desenho que vai ser 
impresso, feito sempre com algum material gorduroso, como tintas ou lápis à 
base de óleo. 
O desenho é fixado na pedra através de banhos químicos, que envolvem 
materiais como: ácidos, breu, goma arábica, solventes, etc. Após esta etapa, a 
pedra deve ser umidificada constantemente, com a ajuda de uma esponja. O 
desenho (feito com material oleoso) repele a água, mas o restante da superfície 
da pedra continua com os poros abertos, absorvendo a água e repelindo a tinta 
de impressão que depois será aplicada (que é à base de óleo). 
A tinta de impressão é aplicada com um rolo manual (semelhante ao de 
cozinha), revestido com couro ou borracha. Como já dissemos antes, ela irá aderir 
apenas aonde o desenho foi feito, pois a água a repele. 
Depois de entintada, a matriz está pronta para imprimir; ela é então 
colocada numa prensa especialmente construída para litografia, juntamente com 
o papel onde a cópia será impressa. Quando a matriz é pressionada contra o 
papel, este recebe a tinta correspondente ao desenho, mas de forma espelhada, 
http://www.moma.org/collection/browse_results.php?criteria=O%3AAD%3AE%3A710&page_number=11&template_id=1&sort_order=1
http://www.moma.org/collection/browse_results.php?criteria=O%3AAD%3AE%3A710&page_number=11&template_id=1&sort_order=1
http://www.mfa.org/collections/search_art.asp?coll_package=26656
http://www.mfa.org/collections/search_art.asp?coll_package=26656
http://www.moma.org/collection/browse_results.php?criteria=O%3AAD%3AE%3A4779&page_number=1&template_id=6&sort_order=1
http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2003/kikismith/
 
7 
 
como acontece também nas outras técnicas de gravura. 
Ao contrário da Xilogravura e da gravura em metal, a litografia não possui 
incisões (cortes, relevos) na matriz, e a imagem a ser reproduzida é desenhada 
diretamente sobre ela. Isso determina as características gráficas tão peculiares da 
Litografia, que são muito parecidas com as do desenho feito sobre papel (como 
os traços leves ou os sombreados). Outra característica desta técnica é que sua 
matriz resiste a um grande número de impressões, sem se desgastar. 
Alguns artistas que trabalharam ou trabalham com litografia são: Edvard 
Munch, Jasper Johns, Fayga Ostrower, Maria Vilares, Francisco Jose de Goya 
 
3- Serigrafia 
A Serigrafia também é conhecida como Silk-screen (tela de seda, em 
inglês). A matriz da serigrafia é uma armação (bastidor ou chassis) quadrada ou 
retangular, feita de sarrafos de madeira, na qual uma tela é esticada - de modo 
parecido a uma tela de pintura. Essa tela pode ser de seda, organdi, nylon, 
poliéster, etc, e precisa ser permeável, ou seja, deixar a tinta atravessá-la, de modo 
controlado. 
A tela, ou matriz, é colocada sobre a superfície a ser impressa (papel ou 
tecido, por exemplo); ela possui áreas vazadas e não vazadas. No seu verso, a 
tinta (que deve possuir viscosidade suficiente para atravessar o tecido) é 
derramada e espalhada com um rodo. Ela atravessa as áreas vazadas da tela e 
tinge a superfície a ser impressa, reproduzindo o desenho destas áreas. Nas áreas 
não vazadas, que não são atravessadas pela tinta, permanece a cor original do 
papel ou tecido que foi usado como suporte. 
Existem várias maneiras de se impermeabilizar a matriz, criando as áreas 
não vazadas com materiais que impeçam a passagem da tinta pela tela. Pode se 
desenhar diretamente sobre o tecido com tusche (tinta litográfica) ou com uma 
emulsão especial para serigrafia, e pincéis. Esse desenho feito diretamente na tela 
serigráfica corresponde ao negativo da imagem a ser impressa, ou seja, às áreas 
http://www.munch.museum.no/content.aspx?id=66&mid=24&lang=en
http://www.munch.museum.no/content.aspx?id=66&mid=24&lang=en
http://www.munch.museum.no/content.aspx?id=66&mid=24&lang=en
 
8 
 
que não receberão tinta. As áreas da tela que correspondem à imagem a ser 
reproduzida devem ficar descobertas. 
As áreas não vazadas também podem ser criadas com papéis ou filmes 
plásticos recortados. Essa técnica se assemelha muito ao stencil, onde são criadas 
“máscaras” de papel ou plástico, com recortes para as áreas vazadas, que dão 
passagem à tinta. 
Por fim, pode-se aplicar uma emulsão fotossensível à tela, como nas 
produções industriais e comerciais de camisetas e artigos promocionais. A 
emulsão fotossensível, como o nome diz, é sensibilizada pela luz. Nas áreas em 
que ela recebe luz, solidifica-se, mantendo-se colada na tela; nas áreas em que 
não recebe luz, continua líquida, e é retirada com uma lavagem. 
Nesse caso, o desenho a ser reproduzido é copiado em um papel 
transparente (papel vegetal ou transparência de retroprojetor) com tinta preta. 
Esse desenho é colocado sobre uma mesa de luz (uma caixa contendo lâmpadas 
elétricas coberta por um vidro transparente) e sobre ele posiciona-se a tela 
aplicada com a emulsão fotossensível. A luz atinge a emulsão e a solidifica. Nas 
áreas onde o desenho foi feito com tinta preta, a emulsão não recebe luz, e não 
se solidifica. Esse procedimento deve ser feito em um ambiente com iluminação 
controlada. 
O desenho no papel transparentepode ser feito à mão, com cópia 
xerográfica, fotográfica, imagem digital, etc., possibilitando a reprodução de uma 
ampla gama de imagens provenientes de outras técnicas. 
Alguns artistas que trabalham ou trabalharam com serigrafia: Fayga 
Ostrower, Lygia Eluf, Andy Warhol e Joseph Albers.. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
http://www.viladoartesao.com.br/blog/2011/02/como-fazer-gravuras-com-a-tecnica-da-monotipia/ 
 
http://www.casadacultura.org/arte/Artigos_o_que_e_arte_definicoes/gr01/gravura_conceito_hist.html 
http://www.faygaostrower.org.br/acervo.php
http://www.faygaostrower.org.br/acervo.php
http://www.faygaostrower.org.br/acervo.php
http://www.albersfoundation.org/
http://www.viladoartesao.com.br/blog/2011/02/como-fazer-gravuras-com-a-tecnica-da-monotipia/
http://www.casadacultura.org/arte/Artigos_o_que_e_arte_definicoes/gr01/gravura_conceito_hist.html
 
9 
 
UNIDADE 03 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE GRAVAÇÃO: GRAVURA EM 
METAL 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivo: Entender o processo de produção de uma imagem impressa a partir de 
uma matriz. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Gravura em Metal 
A Gravura em Metal é o processo de gravação que, como o nome diz, tem 
como matriz uma placa de metal, que pode ser zinco, latão, cobre ou alumínio. 
Para gravar nesse tipo de placa, são usadas 
diferentes ferramentas e procedimentos, que 
podem ser descritos como procedimentos 
diretos ou indiretos, e podem ser usados 
tanto individualmente como combinados. 
Todos eles agem sobre o metal por incisão, 
formando pequenos sulcos onde a tinta de 
impressão se deposita. Assim, na 
correspondem ao metal intacto, e as áreas 
pretas correspondem às incisões feitas sobre 
ele. 
Antes de ser gravada, a placa de metal passa por uma limpeza, onde é 
desoxidada e desengordurada. Em seguida, ela é polida com lixas muito finas e 
pastas de polir. O polimento é uma opção do artista; quanto mais polida a placa, 
mais intensas serão as áreas brancas no ato da impressão. 
A escolha das ferramentas e dos procedimentos de gravação no metal 
também é feita de acordo com a intenção do artista: cada um deles traz uma 
qualidade diferente para a imagem impressa. O mesmo vale para a decisão de 
quantas técnicas serão usadas em conjunto. 
 
10 
 
Os procedimentos de gravação direta são aqueles que não passam por 
processos químicos. A ação é mecânica, feita diretamente na placa pela incisão de 
ferramentas: 
 A ponta-seca é a técnica de 
gravura em metal que se utiliza da 
ferramenta chamada ponta-seca. Ela 
incide diretamente sobre a placa, 
afastando o metal e gerando minúsculas 
rebarbas, que no ato da impressão 
resultam em linhas aveludadas. A ponta-
seca pode ser usada em qualquer 
direção e faz linhas sinuosas, como as de 
um lápis no desenho. 
A gravura a buril é a técnica de gravura em 
metal que se utiliza da ferramenta buril. Ele pode se 
considerado uma ferramenta de precisão, pois é 
usado para fazer linhas retas e desenhos 
geométricos. O buril incide diretamente sobre a 
placa retirando lascas do metal, gerando linhas finas 
e precisas. 
A maneira negra é a técnica de gravura em metal em que a placa é 
inteiramente gravada com a ferramenta berceaux, criando-se uma textura 
uniforme. A tinta se deposita nesses sulcos produzindo um fundo negro, que 
posteriormente é raspado com as ferramentas brunidor e raspador, que devolvem 
à placa áreas lisas, criando manchas brancas sobre o fundo escuro. Na maneira 
negra, ao contrário da ponta-seca e do buril, a imagem não é definida por linhas, 
mas por gradações tonais que vão do preto ao branco. 
As retículas são as ferramentas que incidem sobre a placa fazendo pontos 
e são usadas para criar manchas na imagem. O roulette faz linhas curvas 
 
11 
 
pontilhadas e o berceaux faz linhas retas pontilhadas – em geral, são usadas em 
conjunto com outras ferramentas. 
O brunidor e o raspador são ferramentas que funcionam como borrachas. 
Elas empurram rebarbas e alisam incisões, e são usadas para criar áreas brancas. 
São usadas principalmente na técnica da maneira negra. 
Os procedimentos de gravação indireta são aqueles que passam por 
processos químicos. A incisão é feita pela corrosão de certas áreas do metal por 
ácidos (como o ácido nítrico e o percloreto de ferro), e para isso, partes da placa 
que não devem ser corroídas são protegidas com certos tipos de verniz e resinas 
(como Resina de Damar, Goma Laca, Breu, verniz à base de betume ou asfalto, 
etc.). 
Cada um desses procedimentos possui o que os artistas chamam de 
“receita”, ou seja, uma série de “ingredientes”, sequências de preparação e 
contagem de tempo que devem ser seguidos para se chegar a certos resultados. 
A água forte é uma técnica de gravura em metal em que se desenha com a 
ponta-seca sobre uma camada de verniz, aplicada em toda a superfície do metal 
(inclusive no verso). Nesse caso, ao invés de afastar o metal, a ferramenta retira o 
verniz na medida em que o percorre – uma ação muito mais sutil, que resulta em 
linhas livres e delicadas, próximas às do desenho. A matriz é então colocada “de 
molho” em um recipiente com ácido, que corroe somente as partes do metal 
expostas. Quanto mais tempo a placa permanece no ácido, mais profunda é a 
corrosão onde a tinta se depositará; por isso, a cor e a espessura da linha 
dependem diretamente do tempo em que a matriz permanece de molho. A 
corrosão do ácido, por ser mais profunda do que os sulcos feitos por ferramentas, 
pode resultar em linhas de cor mais intensa e de relevo proeminente. 
A água tinta é uma técnica de gravura em metal que cria gradações de 
cinza muito ricas, que se parecem com manchas e se aproximam muito do 
aspecto da pintura. A placa é inicialmente pulverizada em toda a sua superfície 
com um tipo de resina granulada, chamada breu. Ao ser aquecido, o breu se 
 
12 
 
funde, formando uma película protetora com minúsculos espaços vazados. A 
placa (protegida também no verso) é então colocada “de molho” no ácido (como 
na técnica da água-forte), onde é corroída somente nesses interstícios, formando 
uma textura. Nessas “micro-depressões” é que a tinta de impressão se deposita, 
criando os efeitos de meios-tons. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para imprimir uma cópia de qualquer um dos procedimentos de gravura 
em metal é preciso primeiro retirar os vernizes e resinas (no caso das técnicas de 
gravação química) e desoxidar e desengordurar a placa novamente. A tinta de 
impressão é aplicada manualmente, com o auxílio de cartões de papel (que 
depositam a tinta nos sulcos) e de panos (que retiram o excesso da superfície da 
placa, juntamente com as mãos). A impressão é feita sempre em uma prensa 
própria para gravura em metal. 
Veja alguns artistas que trabalharam ou trabalham com gravura em metal: 
Rembrandt, Giorgio Morandi, Pablo Picasso, Claudio Mubarac, Marco Buti, Marcio 
Périgo; Maria Bonomi; Sergio Fingermann. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Saiba mais em: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravura_em_metal 
http://www.infoescola.com/artes/agua-forte/ 
 
Perigo, Marcio: Caos Aparente 12 
(detalhe) água tinta. 
 
http://www.rijksmuseum.nl/aria/aria_assets/RP-P-OB-20?lang=en&context_space=&context_id=
http://www.rijksmuseum.nl/aria/aria_assets/RP-P-OB-20?lang=en&context_space=&context_id=
http://www.artebr.com/marcobuti/
http://www.artebr.com/marcobuti/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravura_em_metal
http://www.infoescola.com/artes/agua-forte/
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 04 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE GRAVAÇÃO: GRAVURA EM 
RELEVO - TIPOGRAFIA, XILOGRAVURA E LINÓLEOGRAVURA. 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Entender o processo de produção de uma imagem impressa a partir de 
uma matriz. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Gravura em Relevo 
A Gravura em Relevo é o processo de gravação de que falaremos mais 
detalhadamente, por se tratar de uma técnica direta e simples,que pode ser 
experimentada em casa, e principalmente por ser considerada a técnica de 
gravura que deu origem a todas as outras, como veremos adiante. 
Chamamos de Gravura em Relevo todas as técnicas de gravação que 
produzem imagens salientes para impressão. Um exemplo comum de gravura em 
relevo são os carimbos; neles, tudo o que será impresso se encontra em relevo - 
Tipos móveis 
 
14 
 
onde a tinta adere - para depois ser transferido a um papel. Esse mesmo princípio 
se aplica às principais técnicas de gravura 
em relevo, que podem ser classificadas 
como: tipografia, xilogravura e 
linóleogravura. 
A tipografia clássica é uma técnica 
de impressão de textos que consiste no 
uso de peças soltas de madeira ou metal, 
com relevos de letras e símbolos – os 
chamados tipos móveis – que organizados 
lado a lado, compõem uma superfície escrita, passível de ser impressa. 
Os primeiros tipos conhecidos foram criados pelos chineses por serem 
rudimentares não eram reutilizáveis (imprimiam somente uma cópia). No século 
XV, na Europa, esses tipos foram redescobertos por Johann Gutemberg, que 
forjou tipos de metal (que podiam ser reutilizados e reorganizados para formarem 
textos diferentes) e inventou uma prensa tipográfica, específica para a impressão 
de textos. 
Com esses tipos metálicos (mais resistentes a impressões do que textos 
gravados em placas de madeira), Gutemberg pôde fazer a primeira edição 
impressa de um livro – cerca de 300 cópias de uma Bíblia de 641 páginas, 
concluídas em 1455 – que pode ser considerado o primeiro veículo de 
comunicação de massa. A invenção da prensa tipográfica e dos tipos metálicos 
pode ser considerada das mais importantes da história da humanidade, pois só 
através delas é que foi possível a difusão do conhecimento escrito por todas as 
camadas da sociedade. 
 
Hoje em dia, a tipografia tal como foi criada é usada por poucos – na 
confecção de livros e edições artesanais ou até mesmo por artistas, juntamente 
com outras técnicas. Na imprensa, ela foi sendo substituída por outras técnicas, 
 
15 
 
que resistem a enormes quantidades de impressões e são mais fáceis e rápidas de 
serem montadas, obedecendo às necessidades do mercado editorial. 
A Xilogravura consiste em gravar retirando matéria de uma matriz de 
madeira (xilon = madeira, em grego), por meio de cortes e incisões, feitos com 
ferramentas cortantes. A imagem impressa é formada pela tinta que se deposita 
na superfície da matriz; assim, no ato da impressão, as áreas que foram gravadas 
correspondem às áreas brancas do papel, ao contrário das técnicas de gravura em 
metal, onde as áreas gravadas formam linhas pretas. 
 
 
 
 
 
 
 
Qualquer tipo de madeira pode ser usada como matriz: quando provém de 
processos industriais (como o MDF), sua textura é lisa; quando usada diretamente, 
ela possui veios. Esses veios variam de acordo com o tipo de árvore da qual se 
retirou a madeira, e também, de acordo com o sentido do seu corte. 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o corte da tábua de madeira é feito verticalmente (da copa 
da árvore à raiz), a gravura passa a ser denominada xilogravura de fio. Neste 
caso, podemos ver veios paralelos, e o corte para gravação é relativamente 
 Gravação de matriz de xilogravura utilizando uma goiva 
 
Albernaz, Anna Carolina: Sorry Xilogravura de 
fio sobre página de catálogo telefônico 
 
 
16 
 
mais macio. O corte horizontal da madeira, por sua vez, é chamado de 
xilogravura de topo. Neste caso, a matriz consiste em um disco de madeira, 
com veios circulares muito próximos uns aos outros, que fazem com que a 
matriz se torne mais resistente à gravação. 
Os diferentes cortes de madeira, com diferentes densidades e veios, pedem 
o uso de ferramentas adequadas a cada tipo. A faca, 
o formão e a goiva são ferramentas destinadas à 
xilogravura de fio. A xilogravura de topo, por sua 
maior densidade, pede o uso do buril, instrumento 
originalmente usado no entalhe de metais. Além 
disso, cada técnica apresenta resultados plásticos 
próprios – na xilogravura de topo, por exemplo, é 
possível gravar traços mais finos e delicados, 
enquanto a xilogravura de fio caracteriza-se 
geralmente pelo contraste de áreas claras e escuras. A escolha da técnica pelo 
artista acompanha sua intenção na hora de construir a imagem. 
 A Linóleogravura pode ser considerada uma variação da Xilogravura, pois 
se utiliza dos mesmos princípios de gravação e impressão, com a diferença do uso 
de uma placa de linóleo como matriz, no lugar de uma placa de madeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Picasso, Pablo: Natureza Morta 
Linoleogravura colorida 
 
Visconti, Eliseu: Ex-Llibris da 
Biblioteca Nacional do Rio de 
Janeiro, xilogravura de topo. 
 
17 
 
O Linóleo é uma mistura de cortiça e borracha compactada, bastante 
maleável, usado também nas áreas de decoração e dança, como piso. Sua textura 
pode ser comparada a do MDF, que é liso e não possui veios; por conta dessa 
característica, o Linóleo não apresenta resistência às ferramentas de gravação, e 
pode ser considerado um material fácil de gravar (tanto que é muito usado com 
crianças e adolescentes). O resultado da impressão de uma linóleogravura se 
assemelha muito à xilogravura, mas com a diferença de não possuir a textura dos 
veios, característica da madeira. 
No mercado, podem ser encontradas algumas variações desse material; até 
mesmo borrachas são utilizadas para obter resultados semelhantes. 
Alguns artistas que trabalharam ou trabalham com gravura em relevo: 
Albrecht Dürer; Ando Hiroshige; Betsabee Homero; Fayga Ostrower; Francisco 
Maringelli; Gustave Doré; Katsushika Hokusai; Oswaldo Goeldi; Ernesto Bonato; 
Henri Matisse; Antonio Frasconi; os artistas do movimento expressionista alemão 
Die Brücke; Pablo Picasso; Paul Gauguin; Luise Weiss; Edward Munch; Kate 
Kollwitz; Antonio Henrique Amaral e Fernando Vilela, entre outros. 
 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.britishmuseum.org/explore/online_tours/europe/d%C3%BCrer_and_his_legacy/d%C3%BCrer_and_his_legacy.aspx
http://www.britishmuseum.org/explore/online_tours/europe/d%C3%BCrer_and_his_legacy/d%C3%BCrer_and_his_legacy.aspx
http://www.hiroshige.org.uk/
http://www.hiroshige.org.uk/
http://www.metmuseum.org/toah/hd/prnt2/ho_21.36.133.htm
http://www.moma.org/collection/artist.php?artist_id=3832
http://www.moma.org/collection/artist.php?artist_id=3832
http://www.davidsongalleries.com/artists/frasconi/frasconi.php
http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2002/brucke/
http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2002/brucke/
http://www.pablopicassoprints.com/
http://www.pablopicassoprints.com/
http://www2.uol.com.br/ahamaral/menugrafica.html
http://www.artebr.com/vilela/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura
 
18 
 
UNIDADE 05 - INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE IMPRESSÃO. 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivo: Adquirir noções de impressão de uma gravura. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Na Gravura em geral, o momento da impressão é muito importante; 
através dele, podemos observar detalhadamente como está a imagem produzida 
pela matriz. Para quem já experimentou revelar fotos em estúdio, é possível fazer 
uma comparação: a imagem captada pela câmara analógica só pode ser 
conhecida com a revelação da fotografia, que vai aparecendo gradativamente no 
papel durante o banho químico. A impressão de uma gravura é a transferência da 
imagem gravada para o papel. 
Antes de iniciar as cópias definitivas de uma gravura, pode-se fazer as 
chamadas provas de estado. As provas de estado são as cópias feitas para 
verificação do estado da matriz; com elas, é possível definir se a matriz está 
pronta ou precisa ser retrabalhada, se a quantidade de tinta aplicada é suficiente, 
evitando a falta ou o excesso, e também se a pressão aplicada está sendo 
satisfatória. 
Cada tipode gravura requer procedimentos diferentes de impressão. No 
caso da Xilogravura, da Linóleogravura e da Monotipia, a impressão pode ser feita 
na prensa ou manualmente, usando-se um instrumento de origem japonesa 
chamado baren ou uma colher de pau de cozinha, para friccionar o papel contra a 
matriz entintada. 
 
. 
 
 
 
 
Barens 
 
19 
 
O baren é um instrumento de base circular firme e plana, dotado de uma 
alça ou cabo; quando feito à mão, pode ser revestido de folha de bambu, palha 
de milho ou outro material que não danifique o papel da impressão quando 
friccionado. Por essa razão também encontramos barens industrializados feitos de 
vidro. 
Para imprimir uma cópia manualmente, pressiona-se área por área do 
verso do papel contra a matriz entintada, usando-se a base do baren, ou a parte 
convexa (externa) da colher de pau. Os movimentos devem ser circulares, e a 
pressão deve ser constante, para que a camada de tinta da matriz seja transferida 
ao papel. 
Também pode-se imprimir uma Xilogravura ou uma Linóleogravura 
colocando-se um peso sobre a matriz e o papel, como por exemplo uma pilha de 
livros. Nesse caso, é preciso ter o cuidado de distribuir a mesma quantidade de 
peso por toda a superfície a ser impressa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A impressão de uma gravura também pode ser feita com uma prensa, de 
maneira mais rápida e uniforme. As prensas podem pressionar o papel contra a 
matriz de duas maneiras diferentes: por fuso ou por rolo. 
Prensa de Rolos 
 
20 
 
A prensa que imprime por fuso, ou parafuso, é conhecida também como 
prelo; nele, a pressão é exercida sobre toda a matriz de um único golpe. Quanto 
maior a matriz, menor a pressão efetiva sobre cada unidade de área da matriz; 
por isso o prelo torna-se mais eficiente para matrizes pequenas, e em geral é 
usado para imprimir Xilogravuras, Linóleogravuras e Monotipias, que não exigem 
uma pressão muito grande para serem impressas. 
Já na prensa de rolo, a pressão é feita sobre a matriz e o papel parte por 
parte, à medida que passam entre os cilindros da prensa. Nesse tipo de prensa, a 
pressão efetiva é muito maior que no prelo de fuso, e pode ser regulada pelo 
ajuste da distância entre os cilindros, de acordo com a espessura da placa e do 
resultado desejado. Com isso, a impressão de matrizes em grandes dimensões se 
torna possível, já que a pressão é feita de maneira uniforme sobre toda a placa. 
A Gravura em Metal, por exemplo, exige o uso da prensa de rolo para a 
impressão, pois as outras 
técnicas não exercem 
pressão suficiente para 
captar todos os detalhes e 
produzir boas cópias. A 
Litogravura, por sua vez, 
também só pode ser 
impressa num tipo 
específico de prensa, que 
funciona pelo arrasto de um elemento deslizante sobre a matriz e o papel. 
O uso de prensas é muito importante para a gravura principalmente 
porque possibilita um maior grau de padronização na impressão de cópias. Assim, 
a característica de reprodução de imagens da gravura encontra o seu maior 
auxiliar, permitindo a impressão da chamada tiragem, que é o conjunto de cópias 
“idênticas” da mesma gravura. 
 
 
21 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravura 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura 
http://www.casadacultura.org/arte/Artigos_o_que_e_arte_definicoes/gr01/gravura_conceito_hist.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura
http://www.casadacultura.org/arte/Artigos_o_que_e_arte_definicoes/gr01/gravura_conceito_hist.html
 
22 
 
UNIDADE 06 - INTRODUÇÃO A XILOGRAFIA 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivo: Conhecer história da xilografia, a técnica mãe das técnicas de gravura. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Desde a antiguidade, nas civilizações 
orientais e ocidentais, as técnicas de gravura 
serviram para organizar, ilustrar, conservar e difundir 
a história dos homens. Dentre as inúmeras técnicas 
de gravação e impressão, destacaremos aqui a 
xilogravura: uma técnica milenar, que pode ser 
considerada a mãe de todas as outras técnicas de 
gravura. 
Por isso, é muito importante que conheçamos 
a história da xilogravura: através dela, será possível 
compreendermos a origem da imagem impressa, tão 
presente em nosso cotidiano, nas revistas, jornais, 
propagandas, livros, catálogos, etc. 
O resgate da história da imagem impressa nos 
ajuda a compreender que a imagem, assim como a 
palavra, transmite conhecimento. Por isso, ao 
produzirmos imagens, devemos sempre nos lembrar 
de que deixando marcas para o futuro – o que é 
uma grande responsabilidade – assim como as imagens do passado, que refletem 
o pensamento e a cultura de quem as criou. 
As primeiras impressões xilográficas foram feitas na Antiguidade. Segundo 
Antonio Costella1, cerca de dois mil anos antes de Cristo os Egípcios já produziam 
 
1 1 Costella, A., “Introdução à Gravura e História da Xilografia”, 1984, São Paulo: Editora 
Mantiqueira 
Anônimo, Ars Moriendi, 
xilogravura, século XV 
 
 
23 
 
tecidos estampados, a partir de matrizes xilogravadas, que eram como carimbos 
feitos de madeira. 
O mesmo foi feito em outras sociedades ao longo dos séculos, como na 
Pérsia, na Índia, na América Pré-Colombiana e também na China e no Japão. A 
Chita que conhecemos hoje é um tecido de origem indiana, que era estampado 
com cunhos de madeira. As impressões em papel, por sua vez, surgiram apenas 
no século VIII: as mais antigas que se conhecem são orações budistas, impressas 
no Japão no ano de 770. 
Na Europa, a xilogravura só ficou conhecida no século XII, quando foi 
trazida do oriente substituindo a estamparia de tecidos manual. Como a técnica 
era proibida à produção leiga e profana, seu uso ficou restrito por dois séculos 
aos artesãos das Corporações de Ofício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Somente no século XIV os conventos religiosos puderam dar à xilogravura 
outras utilidades: primeiro ela passou a ser usada na multiplicação das imagens de 
santos; pouco tempo depois, deu início à impressão de um pequeno número de 
cadernos e livros. 
As gravuras sacras eram consideradas verdadeiros talismãs, portadoras de 
benefícios espirituais, e logo se transformaram em objeto de consumo. No século 
XVIII a venda dessas imagens se intensificou, quando passaram a integrar o 
 
24 
 
sistema de indulgências da igreja: ao ser comprada, a imagem assegurava ao 
portador uma redução dos pecados. 
Estas imagens eram muitas vezes impressas com a ajuda de vários blocos 
de madeira gravados, que o impressor associava para criar imagens de santos 
diferentes. Desta forma, em algumas matrizes eram gravadas apenas cabeças e 
pernas, usadas para imprimir vários santos. As características pessoais e os 
símbolos que os identificavam eram gravados separadamente, em matrizes que 
continham somente torsos. 
O uso da xilogravura na impressão de cadernos e livros, por sua vez, foi um 
evento de extrema importância. Até então, todos os livros escritos na Europa 
tinham sido redigidos à mão, um a um, o que fazia com que se reproduzissem 
poucos exemplares. Os livros manuscritos acabavam destinados a uma pequena 
parcela da sociedade (em geral homens, membros do clero e da monarquia), a 
quem o acesso à informação e ao conhecimento se restringia. 
Com a xilogravura puderam ser feitos os primeiros livros impressos da 
história, conhecidos como ”incunábulos” (L’ars moriendi, Speculum Humanae 
Salvations, e a Bíblia dos Pobres, são alguns dos títulos mais importantes 
impressos no período). Nesses livros, texto e imagem eram xilogravados – o que 
na época representou uma revolução dos meios de reprodução, acelerando a 
produção de cópias e permitindo a difusão do conhecimento escrito em outras 
camadas da sociedade. 
No séculoXV, porém, a produção de livros sofreu uma grande 
transformação, com a redescoberta dos tipos móveis e a invenção da prensa 
tipográfica por Johann Gutemberg. Como já vimos antes, no texto sobre tipografia 
(página 21), Gutemberg forjou tipos metálicos, que formavam textos ao serem 
colocados lado a lado, e podiam ser realocados e reutilizados. Os tipos metálicos 
se mostraram muito mais resistentes às impressões do que os textos gravados em 
placas de madeira, além de serem mais práticos. 
Assim, em 1455, Gutemberg pôde imprimir a primeira edição impressa de 
 
25 
 
um livro – cerca de 300 cópias de uma Bíblia de 641 páginas, concluídas em 1455 
– que pode ser considerado o primeiro veículo de comunicação de massa. Foi a 
partir desse marco histórico que os livros começaram a ser impressos em uma 
escala maior, tornando-se mais acessíveis financeiramente – o que significou um 
grande progresso para a alfabetização das camadas mais abastadas da sociedade, 
que passaram a partilhar do conhecimento escrito. 
Até o século XVI, as imagens que acompanhavam os livros impressos na 
prensa tipográfica eram feitas manualmente (como no caso da Bíblia de 
Gutemberg) ou eram xilogravadas. Nesses casos, o texto em letras tipográficas era 
acoplado à matriz do desenho, desde que as duas bases fossem confeccionadas 
em alturas semelhantes. 
No final do século XVI, porém, o uso da xilogravura na impressão de 
imagens para livros foi sendo aos poucos substituído pelas técnicas de gravura em 
metal recém-descobertas, de traços finos, maior riqueza de detalhes e maior 
resistência a impressões. A técnica da xilogravura ficou inutilizada por todo o 
século XVII, permanecendo apenas em pequenas impressões anônimas, como 
livretos religiosos e versos, semelhantes aos cordéis. 
Com o surgimento da xilogravura de topo, no século XVIII, algumas 
ilustrações de livros voltaram a ser feitas em madeira. A gravura em metal possuía 
o problema de não poder ser impressa nos livros junto com as letras tipográficas: 
eram necessárias duas impressões, uma para a imagem (que era feita com a 
técnica de entalhe) e outra para o texto (em relevo). A xilogravura de topo 
competia com o metal na impressão de livros porque além de poder ser impressa 
em conjunto com as letras tipográficas, apresentava uma riqueza de detalhes 
semelhante à da técnica em metal. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
http://www.infoescola.com/artes/xilogravura/ 
http://web2.ufes.br/arteeducadores/relatos/medio_2008_2/m8_2_006.pdf 
 
http://www.infoescola.com/artes/xilogravura/
http://web2.ufes.br/arteeducadores/relatos/medio_2008_2/m8_2_006.pdf
 
26 
 
UNIDADE 07 - A XILOGRAFIA COMO LINGUAGEM EXPRESSIVA. 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivo: Conhecer os principais artistas que transformaram a técnica da 
xilografia de utilitária para artística. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Até o século XVI a xilogravura foi vista e utilizada como técnica utilitária, ora 
submetida aos textos que acompanhava, ora destinada à reprodução de pinturas 
de grandes artistas, para sua divulgação. Na função de ilustração, ela teve grande 
importância, já que para a 
maioria da população européia 
– então analfabeta - as 
imagens eram a única maneira 
possível de ler e conhecer os 
textos. 
 
Figura 1: Dürer, Albrecht: Rinoceronte 
Xilogravura, 1515. 
 
Além disso, não se pode dizer que tais gravuras eram puramente funcionais, 
pois muitos gravadores buscaram e conseguiram desenvolver em suas ilustrações 
soluções gráficas e personalidade artística únicas, de grande importância para a 
história da arte. 
Albrecht Dürer (1471-1528), pintor alemão, foi um dos grandes responsáveis 
pela transformação da técnica de xilogravura de utilitária à artística. Com suas 
preocupações estéticas, o artista trouxe para a xilogravura soluções plásticas 
únicas, uma maior diversidade de tons e de traços. É importante acrescentar, 
porém, que Dürer não gravava diretamente as matrizes: nessa época, o 
procedimento comum na produção das imagens era que o artista somente 
 
27 
 
desenhasse, deixando aos assistentes a tarefa da gravação (que não era vista 
como uma tarefa artística, mas sim como uma tarefa artesanal). 
Gustave Doré (1833-1883), por sua vez, foi 
um dos maiores gravadores de topo. Dedicou sua 
obra à ilustração de livros que considerava 
importantes, como a Bíblia, Dom Quixote, Fábulas 
de La Fontaine e a Divina Comédia. Seus 
trabalhos (feitos com o auxílio de uma grande 
equipe de gravadores) são marcados pelo traço 
expressivo e por uma grande imaginação. 
 Quando a xilogravura foi finalmente 
substituída pela tipografia e a gravura em metal, 
acabou por cair em desuso. Alguns artistas, como William Blake (1757-1827), 
tentaram então resgatá-la, buscando desenvolver uma linguagem peculiar à 
técnica, mas seus resultados foram bastante desprezados no início. Comparada 
com a gravura em metal, a xilogravura parecia rude e simplória a olhos mais 
conservadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gustave Doré – Dante (Xilogravura) 
Vlamink, Maurice de: Rue à Louveciennes Xilogravura, 1910-1913 
 
 
28 
 
Somente com os movimentos artísticos de ruptura, já no início do século 
XX, que a xilogravura conquistou grandes inovações. Artistas dos movimentos 
Fauve2 e Expressionista3 dedicaram-se à madeira, buscando novas soluções de 
linguagem. Para isso, foi preciso acabar com a divisão entre artista e gravador, 
que até então existia (a maioria dos artistas apenas desenhava o projeto de 
gravação, deixando a execução para artesãos assistentes). Dessa maneira, a 
gravura pôde ascender ao patamar de técnica artística, para ficar junto da pintura 
e da escultura, permitindo que portas se abrissem para grandes artistas 
explorarem suas qualidades. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Acesse os links abaixo e conheça um pouco da arte desses artisitas. 
Albrecht Dürer - http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/durer/ 
Gustave Doré - http://www.metmuseum.org/toah/works-of-art/21.36.133 
William Blake – 
http://www.metmuseum.org/Special/se_event.asp?OccurrenceId=%7b6B4DE85F-20C3-11D4-9373-
00902786BF44%7d 
Fauve - http://www.metmuseum.org/toah/hd/fauv/hd_fauv.htm 
Expressionista - http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2002/brucke/ 
 
 
 
2 Movimento artístico que ocorre na Europa, principalmente na França na primeira década do 
século XX. Sua principal característica era a exploração da utilização da cor com maior liberdade, 
emprego dos tons puros, fortes contrastes e pinceladas evidenciadas. Seu expoente foi Henri 
Matisse, entre outros. 
 
3 Movimento artístico que ocorre na Europa, principalmente na França na primeira década do 
século XX. Sua principal característica era a exploração da utilização da cor com maior liberdade, 
emprego dos tons puros, fortes contrastes e pinceladas evidenciadas. Seu expoente foi Henri 
Matisse, entre outros. 
 
http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/durer/
http://www.metmuseum.org/toah/works-of-art/21.36.133
http://www.metmuseum.org/Special/se_event.asp?OccurrenceId=%7b6B4DE85F-20C3-11D4-9373-00902786BF44%7d
http://www.metmuseum.org/Special/se_event.asp?OccurrenceId=%7b6B4DE85F-20C3-11D4-9373-00902786BF44%7d
http://www.metmuseum.org/toah/hd/fauv/hd_fauv.htm
http://www.moma.org/interactives/exhibitions/2002/brucke/
 
29 
 
UNIDADE 08 - A XILOGRAFIA NO BRASIL. 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Conhecer a trajetória da xilografia no Brasil 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
As primeiras xilogravuras produzidas no Brasil datam da época colonial, 
com fins utilitários. As cartas de baralho de jogar, por exemplo, eram impressas 
com matrizes de madeira entalhadas, produzidas aqui ou importadas da Europa. 
A vinda da Corte Real Portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808 teve 
como consequência imediata o aumento da atividade industrial, comercial e a 
produção dosprimeiros órgãos de imprensa, jornais e gazetas. O trabalho dos 
xilógrafos nessa ocasião era o de ilustrar as reportagens jornalísticas, 
reproduzindo retratos ou cenas; ilustrar anúncios publicitários e fazer a timbragem 
de faturas e papéis comerciais; e reproduzir quadros (retratos ou paisagens feitos 
a óleo) para divulgá-los. Nesses ofícios, era empregada principalmente a técnica 
da xilogravura de topo, provavelmente por permitir maior riqueza de detalhes. 
Nesta época, porém, a xilogravura como técnica de reprodução de 
imagens estava sendo substituída por outras técnicas mais modernas, como a 
gravura em metal e a litografia. No final do século XIX, assim como ocorrera na 
Europa, a xilogravura utilitária (com fins ilustrativos, documentais ou comerciais) 
cedeu espaço às técnicas que permitiam tiragens maiores. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: José Vilas Boas - Machado de Assis (xilogravura de topo). 
 
30 
 
A Xilogravura e o Cordel 
No Nordeste do país, entretanto, a Xilogravura continuou desempenhando 
o seu papel de ilustradora. Poetas populares da região imprimiam suas produções 
poéticas em pequenos folhetos encadernados, que eram vendidos nas feiras, 
praças e ruas das cidades. Os impressos eram exibidos em varais de corda (daí 
serem conhecidos como Literatura de Cordel). Segundo Costella4: “... esses 
impressos de feição gráfica rudimentar procuraram ornar-se, ao menos na capa, 
de algum adorno que os tornassem mais atraentes. Partindo de vinhetas 
tipográficas, passaram, desde a década de 1920, a contar com xilogravuras.” 
Produzidas por artesãos locais, com matrizes feitas de 
cajazeira, imburana e outras madeiras nativas da região; além 
de ferramentas muitas vezes improvisadas - como pregos e 
cabos de guarda-chuva - a xilogravura de cordel tornou-se 
uma importante referência do repertório visual da cultura 
popular tradicional. 
 
A Xilogravura Brasileira a partir do Século XX 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Lasar Segall - Dança dos 
Negros ao Luar (xilogravura, 1929). 
 
 
4 Costella, A., “Introdução à Gravura e História da Xilografia”, 1984, São Paulo: Editora 
Mantiqueira 
 
 
31 
 
Como dissemos anteriormente, os movimentos modernistas de artistas 
europeus (como o expressionismo, o cubismo e o fauvismo) resgataram a 
xilogravura (em especial, a xilogravura de fio) durante as primeiras décadas do 
século XX, explorando-a amplamente como meio artístico expressivo. 
No Brasil artistas também acompanharam esses movimentos, não só 
explorando as novas possibilidades expressivas e de construção da imagem, como 
também as recentes experiências técnicas. 
O artista lituano Lasar Segall (1891-1957), radicado no Brasil desde a 
segunda década do século XX, produziu vários trabalhos em xilogravura, nos 
quais pode-se observar a influência do expressionismo alemão. Tal influência 
pode ser notada em trabalhos como “Mangue”, pertencente à sua série sobre a 
prostituição. Juntamente com as pinturas, esculturas e as gravuras em metal, esses 
trabalhos contribuíram para a inauguração do movimento modernista no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Oswaldo Goeldi – Chuva (xilogravura 
colorida, 1957). 
 
Osvaldo Goeldi (1895-1961), diferentemente de 
Segall, teve na xilogravura seu principal meio 
expressivo, e com o qual obteve grande destaque, 
retratando cenas urbanas, pescadores, animais, etc, ora 
com atmosferas sombrias e profundas, ora com cores 
esplêndidas e intensas. Foi mestre de vários artistas 
importantes e influenciou toda uma geração de 
gravadores que se extende até os dias de hoje. 
Figura 5: Lívio Abramo – Rio (xilogravura, 1957). 
 
32 
 
Assim como Goeldi, Lívio Abramo (1903-1992) realizou na xilogravura um 
extenso percurso poético, trabalhando desde temas sociais, como operários e 
cenas da cidade industrializada, até a pesquisa intensa das possibilidades plásticas 
da xilogravura de topo, da expressividade dos traços e dos contrates intensos. 
Após esses artistas precursores da xilogravura moderna brasileira, 
sucederam-se diferentes gerações de gravadores que utilizaram a técnica nas suas 
pesquisas artísticas. Dentre os muitos, podemos citar alguns, como: Rubem Grilo, 
Fayga Ostrower, Maria Bonomi, Gilvan Samico, Carlos Scliar, Marcelo Grassman, 
Antonio Henrique Amaral, Emanoel Araújo, além de representantes da cultura 
popular, como os artistas que ilustram a Literatura de Cordel, como Costa Leite, 
Jerônimo Soares, J. Borges, J. Barros, Mestre Noza, etc. 
 
A Xilografia5 Indígena 
Sabe-se que antes mesmo da chegada dos Portugueses em nosso 
território, os índios já conheciam técnicas xilográficas, que não eram usadas para 
imprimir imagens em papel, mas funcionavam como carimbos para adornar o 
corpo. 
Em muitas tribos diferentes (como os Apinayé e os Xavante), espalhadas 
em todo o território nacional, foram desenvolvidas matrizes para estampar 
motivos decorativos e grafismos, decorrentes de um refinamento técnico da 
pintura corporal, amplamente conhecida. Essas matrizes eram feitas de madeira, 
bambu (taquara) e frutos secos, como o babaçu, que quando cortados, produziam 
 
5 Seguindo a sugestão de Costella (1984, página32) o termo Xilografia é mais 
abrangente, abarcando a arte e a técnica de produzir estampas com matrizes de madeira, 
conquanto Xilogravura refere-se ao produto final produzido neste processo. Como o uso indígena 
da reprodução de grafismos utilizando matrizes de madeira distancia-se muito da tradição e da 
história da Xilogravura, principalmente quanto às finalidades do seu uso, optamos pela expressão 
“Xilografia Indígena”. 
 
 
33 
 
uma superfície com algum padrão interessante. Melatti6 descreve essa prática na 
pintura corporal desta maneira: 
 
É comum a utilização de carimbos, tal como um coco de babaçu 
cortado ao meio, o que produz um círculo que inclui quatro círculos 
menores. Este tipo de carimbo é usado pelos carajás (Fénelon Costa, 
1974) e os timbiras. Estes últimos também talham carimbos no talo da 
palmeira buriti, obtendo diversos padrões. 
 
Costella7 indica ainda outras matrizes, confeccionadas em forma de rolos, 
planos recortados em formas geométricas, retângulos de madeira entalhados em 
diferentes padrões ou ainda aproveitando a secção transversal da extremidade de 
varetas de bambu. Em alguns casos, esse tipo de matriz também foi utilizado para 
a decoração de peças indumentárias. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Clique nos links abaixo e conheça um pouco da vida e da arte desses 
artistas: 
Lasar Segall - http://www.museusegall.org.br/ 
Osvaldo Goeldi – http://www.centrovirtualgoeldi.com/paginas.aspx?Menu=agravura 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 In: Melatti, Julio Cezar - Índios do Brasil. Edusp, São Paulo, 2007, p.223. 
 
7 In: Costella, Antonio - Introdução á Gravura e História da Xilografia. Ed. Mantiqueira, Campos do 
Jordão, 1984, pg84 
 
http://www.museusegall.org.br/
http://www.centrovirtualgoeldi.com/paginas.aspx?Menu=agravura
 
34 
 
UNIDADE 09 - PRÁTICAS DE ATELIÊ PARA QUE SERVEM? 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Entender o que são práticas de ateliê e vivenciá-las. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Quando falamos em “artes plásticas”, imediatamente nos vem à cabeça 
uma pintura, uma escultura ou algum outro trabalho que nos agrada, em geral de 
algum artista importante para a história da arte. Nenhum artista que conhecemos 
hoje, porém, se tornou referência somente por uma habilidade nata ou por uma 
única grande obra – cada um deles desenvolveu um trabalho prático intenso, de 
treino, reflexão, e muitos e muitos anos de dedicação. 
O resultado desse processo prático ao qual os artistas se dedicam são as 
pinturas, esculturas, gravuras e desenhos, e é nesses trabalhos que se encontramsuas reflexões. As teorias da arte e até mesmo a história da arte, foram sendo 
construídas a partir desses trabalhos e de seus conteúdos – e não anteriormente a 
eles. 
A prática de ateliê é para o artista a parte mais importante de seu 
trabalho, pois somente a partir da vivência é que surgem as reflexões teóricas. É 
com a prática que o artista adquire experiência, e somente com a experiência é 
que ele pode aos poucos dominar a técnica, para utilizá-la de acordo com as suas 
necessidades (sabendo também entregar-se às suas imposições, quando 
necessário). 
Agora que já conhecemos um pouco sobre as diferentes técnicas de 
gravura, sobre sua história e sua relevância, é importante que experimentemos 
alguns de seus procedimentos. A vivência nos trará uma maior compreensão de 
tudo o que foi lido por nós ao longo deste curso. 
Escolhemos como exercícios as técnicas de Monotipia e de Gravura em 
Relevo, por se tratarem de técnicas relativamente simples, de resultado mais 
direto e imediato, além de serem técnicas de menor custo e que podem ser feitas 
 
35 
 
em casa. As outras técnicas de gravura também deveriam ser experimentadas, 
mas não serão abordadas por este curso por se utilizarem de maquinário e de 
produtos químicos que só podem ser encontrados em ateliês específicos para 
gravura, junto com equipamentos de segurança e auxílio técnico apropriados. 
Vale a pena ressaltar que a busca por uma imagem pessoal é importante, 
mas que os resultados em gravura muitas vezes não são imediatos. Como vimos 
anteriormente, a gravura é como uma cozinha: para que o produto saia bem feito 
e de acordo com o que esperamos, é preciso domínio dos procedimentos, 
experiência (o que inclui tentativas e erros) e afinidade. A descoberta das 
ferramentas e das técnicas que mais se adéquem a nós é uma etapa importante 
do processo de criação, mas só é possível depois de muito trabalho. 
Então, mãos à massa! 
1. Monotipia e Frotagem 
Como já vimos, a Monotipia é a técnica de gravura que mistura gravura e 
pintura, onde uma imagem pintada ou desenhada em uma superfície é transferida 
a um papel por pressão (de uma prensa ou de um instrumento, manualmente). A 
Frotagem, por sua vez, é uma técnica de desenho que se utiliza do princípio da 
impressão para captar texturas e relevos de objetos e superfícies. 
Nesta Unidade, experimentaremos algumas das inumeráveis maneiras de 
se fazer monotipia e frotagem, em especial aquelas que não necessitam do uso 
de prensa. 
 
Exercício 1 - Frotagem de Objetos 
Você vai precisar de: 
 Giz de cera colorido (mais de uma cor) 
 Papel sulfite 
 Objetos de baixo relevo (exemplos de objetos: folhas e flores secas, 
moedas, penas, pregadores de roupa, tecidos de diferentes tramas, etc.). 
Separe o objeto desejado. Coloque uma folha de papel sobre o objeto. 
 
36 
 
Escolha uma cor de giz de cera e risque sobre a superfície do papel onde 
se esconde o objeto, com suavidade, até que sua textura apareça desenhada. 
Faça o mesmo com outros objetos, como: rendas, espirais de caderno, 
paredes, móveis de madeira, utensílios de cozinha, etc, buscando observar as 
diferentes texturas criadas por cada um. 
Sobreponha texturas: faça a frotagem de um objeto com uma cor e em 
seguida, faça a frotagem de outro objeto por cima, usando uma cor diferente. 
Caso queira explorar mais possibilidades, crie um desenho usando texturas 
diferentes ou faça uma colagem, recortando as texturas e colando-as em outro papel. 
 
Exercício 2 - Monotipia de Objetos 
Você vai precisar de: 
 Jornal 
 Um pincel macio (de preferência médio) 
 Tinta guache ou acrílica preta diluída em um pouco de água 
 Papel de seda ou sulfite 
 Uma colher de pau 
 Objetos de baixo-relevo descartáveis (como: folhas e flores secas, espinhas 
de peixe, tecidos de trama aberta, como renda e crochet, etc.). 
Escolha um objeto para fazer a monotipia. Se a tinta estiver muito pastosa 
ou seca, misture algumas gotas de água a ela, até que fique líquida. Com o pincel, 
passe a tinta em toda a superfície do objeto (para ficar mais fácil, apoie o objeto 
em uma folha de jornal). Procure não passar tinta em excesso, pois somente uma 
fina camada é necessária. 
Coloque o objeto entintado sobre a folha de papel de seda, com a tinta 
virada para baixo (encostando no papel). Cubra ambos com uma folha de jornal. 
Com a colher de pau, faça pressão sobre a superfície do jornal onde o objeto se 
encontra escondido, em movimentos circulares. 
 
37 
 
Retire o Jornal e separe o papel de seda do objeto, com cuidado para não 
rasgar. Deixe secar. Faça o mesmo com outros objetos, buscando observar as 
diferentes texturas criadas por cada um e sobreponha texturas. 
Imprima o negativo do objeto: coloque-o sem tinta sobre o papel de 
seda, e passe a tinta em volta dele. 
 
Exercício 3 – Monotipia (maneira branca) 
Esse exercício requer o uso de materiais específicos para gravura e não é 
obrigatório. 
Nessa monotipia, o fundo será branco e a linha será preta. 
Você vai precisar de: 
 Jornal 
 Uma placa de vidro ou fórmica de qualq uer tamanho 
 Um godet (pode ser substituído por um pires) 
 Um tubo de tinta preta para gravura à base d´água pequeno 
 Uma espátula de pintura (pode ser substituída por uma colher) 
 Um Rolinho para Entintagem 
 Glicerina Líquida 
 Um lápis de desenho 
 Pinceis de diversos formatos e tamanhos 
 Materiais diversos: cotonete, esponja, pano, escova de dente, etc. 
 Papel Arroz (Japonês) ou Papel de Seda 
Preparação da Placa: coloque cerca de 1 cm de tinta no godet e misture 
duas gotas de glicerina a ela. Com a espátula, coloque um pouco da tinta sobre a 
placa e estique-a com a ajuda do rolinho, manuseando-o de um lado para o 
outro e de cima para baixo, até que se forme uma camada de tinta uniforme 
sobre a superfície da placa. Coloque mais tinta e repita a operação quando 
necessário. 
Estique a folha de papel sobre a placa entintada, suavemente, tomando o 
 
38 
 
cuidado para que não grude na tinta. Prenda as partes superiores do papel com 
fita crepe, se achar necessário. Desenhe com o lápis no verso do papel, 
pressionando-o conta a tinta. Se quiser, use pincéis (sem tinta), mãos, cotonetes, 
etc., para fazer texturas em seu desenho. Retire o papel com cuidado e deixe 
secar. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravura 
http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/gravura-como-forma-producao-artistica-690665.shtml 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravura
http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/gravura-como-forma-producao-artistica-690665.shtml
 
39 
 
UNIDADE 10 - PRÁTICAS DE ATELIÊ PARA QUE SERVEM? (parte II) 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: entender o que são práticas de ateliê e vivenciá-las. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Exercício 4 – Monotipia (maneira negra) 
Esse exercício requer o uso de materiais específicos para gravura e não é 
obrigatório. 
Nessa monotipia, o fundo será negro e as linhas serão brancas. 
Você vai precisar de: 
 Jornal 
 Uma placa de vidro ou fórmica de qualq uer tamanho 
 Um godet (pode ser substituído por um pires) 
 Um tubo de tinta preta para gravura à base d´água pequeno 
 Uma espátula de pintura (pode ser substituída por uma colher) 
 Um Rolinho para Entintagem 
 Glicerina Líquida 
 Pinceis de diversos formatos e tamanhos 
 Materiais diversos: cotonete, esponja, pano, escova de dente, etc. 
 Papel Arroz (Japonês) ou Papel de Seda 
 Um pedaço de Madeira de aproximadamente 5X10cm, enrolado em papel 
manteiga, para fazer de baren. 
Prepare a placa como no exercício anterior. Antes de colocar a folha de 
papel, porém, o desenho deve ser feito diretamente sobre a tinta. Experimente as 
linhas e texturas feitas por diferentes materiais, como: espátulas, pincéis, cabos depincéis, buchas, escovas de dente, cotonetes, etc. Todos eles irão retirar a tinta, 
criando áreas e linhas brancas (limpe a tinta retirada em um pedaço de pano ou 
papel absorvente). 
Quando o desenho estiver pronto, estique a folha de papel sobre ele, 
 
40 
 
tendo o cuidado de alisa-lo com a mão para não deixar bolhas de ar e dobras. 
Coloque uma folha de jornal por cima para proteger o papel. Com o pedaço de 
madeira forrada, faça pressão sobre toda a superfície do papel, em movimentos 
circulares. 
 
Gravura em Relevo (Xilogravura e Carimbos) 
Como já vimos no Módulo I - Unidade 2, a xilogravura e os carimbos são 
ambas técnicas de gravura em relevo. Por gravura em relevo, compreendemos 
todas as técnicas de gravação que produzem imagens salientes para impressão, 
ou seja, técnicas que produzem relevos passíveis de serem impressos. 
Nesta Unidade, experimentaremos algumas maneiras de se produzir e 
imprimir relevos. Em alguns exercícios, os produtos não poderão ser chamados de 
“xilogravura”, por não trabalharem especificamente com madeira; mas todos eles 
serão importantes para que possamos compreender melhor o princípio da 
gravura em relevo. 
 
Exercício 1 – Carimbos de Batata (carimbos do tipo indígena) 
Você vai precisar de: 
 Duas batatas 
 Uma faca com ponta e com um bom corte 
 Tinta guache ou acrílica diluída em um pouco de água 
 Um recipiente pequeno: pires ou bandeja de isopor 
 Papel Sulfite 
Corte as batatas ao meio. Com a ponta da faca, faça um desenho na 
superfície plana de cada metade das batatas, já pensando onde serão feitos os 
cortes (ou seja, onde ficará em relevo e onde ficarão os buracos). Para ficar mais 
fácil de cortar, comece fazendo desenhos simples ou geométricos. 
Retire da batata (com a faca) as partes que você não deseja que apareçam 
na impressão. Não é preciso cortar o desenho até a base da batata, pois a base 
pode servir de cabo. O relevo do desenho pode ter apenas meio centímetro. 
 
41 
 
Coloque um pouco da tinta diluída em um pires ou bandeja, e passe a 
batata na tinta, deixando mergulhada por algum tempo, até que absorva a tinta; 
imprima em um papel. 
Repare que os carimbos podem ser impressos inúmeras vezes, em 
diferentes direções, e podem ser combinados entre si, formando um desenho 
maior. Também é possível fazer carimbos de letras e números, lembrando que 
eles devem ser feitos com o desenho invertido, para que a impressão saia de 
acordo com o desejado. 
 
Exercício 2 – Carimbos de E.V.A. 
Você vai precisar de: 
 Uma folha de E.V.A. 
 Um lápis ou caneta 
 Uma tesoura ou estilete 
Tampinhas plásticas de garrafa (de refrigerante, iogurte, leite, etc.) ou 
copinhos plásticos de iogurte, entre outros materiais: 
 Cola branca ou cola quente 
 Uma almofada para carimbo 
 Papel Sulfite 
Os carimbos de E.V.A. são mais fáceis de cortar do que os carimbos de 
batata, e por isso, permitem a produção de desenhos mais elaborados e de 
diferentes tamanhos. Os desenhos também podem ser feitos em peças soltas, 
pois posteriormente serão colados em uma superfície. 
Faça os desenhos diretamente no E.V.A., já pensando onde serão feitos os 
cortes (ou seja, onde ficará em relevo e onde ficarão os buracos). Corte com 
estilete ou tesoura. Cole o E.V.A. cortado nas tampinhas, que servirão de cabo 
para os carimbos (outros materiais podem ser usados em substituição às 
tampinhas). Deixe a cola secar (no caso da cola branca, é preciso esperar algumas 
horas). 
Pressione os carimbos contra a almofada, entintando-os, e imprima-os em 
um papel. 
 
42 
 
Exercício 3 – Gravura em E.V.A. 
Você vai precisar de: 
 Uma folha de E.V.A. 
 Uma caneta hidrocor grande preta 
 Uma tesoura ou estilete 
 Cola Branca ou cola quente 
 Uma placa média de madeira (de aproximadamente 15x30cm) 
 Uma esponja de cozinha 
 Tinta Guache ou Acrílica diluída em um pouco de água 
 Um recipiente pequeno: copo, pires ou bandeja de isopor 
 Papel Sulfite 
Faça desenhos na folha de E.V.A. com a caneta hidrocor, procurando 
pensar em áreas pretas e brancas (se achar necessário, pinte com a caneta as 
partes do E.V.A. que devem ficar pretas e deixe em branco as outras partes, por 
exemplo). 
Corte o E.V.A. de acordo com o desenho ou, se preferir, corte diretamente, 
sem um desenho prévio; cole os pedaços de E.V.A. sobre a superfície da madeira. 
Para fazer linhas, é possível também usar barbante. Deixe a cola secar. 
Coloque um pouco de tinta em um recipiente. Com a ajuda de uma 
esponja, passe uma camada de tinta sobre a superfície do E.V.A. que se encontra 
em relevo. Não é preciso passar tinta nos buracos. Coloque uma folha de papel 
sobre a sua matriz entintada e pressione com as mãos até que a tinta seja 
absorvida pelo papel. Retire e deixe secar. 
Experimente imprimir a mesma imagem em um papel colorido. 
 
Exercício 4 – Xilogravura 
Esse exercício requer o uso de materiais específicos para gravura e não é 
obrigatório. Para ser feito de maneira satisfatória, requer o auxílio de alguém que 
ensine a manusear as ferramentas. 
Você vai precisar de: 
 Uma placa de madeira (Cedrinho, Virola, Freijó ou qualquer outra madeira 
mole), ou Compensado de qualquer tamanho (Retalhos de madeira e 
 
43 
 
compensado podem ser encontrados em marcenarias ou madeireiras por 
preço baixo ou mesmo de graça) 
 Uma folha de lixa para madeira gr180 (não é necessária em placas de 
MDF) 
 Um lápis 
 Uma folha de papel carbono 
 Um estojo de goivas para Xilogravura com 5 peças 
 Uma placa de vidro ou fórmica pequena 
 Um tubo de tinta preta para gravura à base d´água pequeno 
 Uma espátula de pintura 
 Um Rolinho para Entintagem 
 Uma colher de pau 
 Papel Sulfite 
 Papel de Seda 
Lixe a superfície da madeira em que irá trabalhar passando a lixa na mesma 
direção do veio, até que todas as farpas saiam. Lixe os cantos. 
Faça um desenho diretamente na madeira ou, se preferir, em uma folha de 
papel sulfite (nesse caso, transfira o desenho para a placa com a ajuda do papel 
carbono). Antes de começar a gravar o desenho com as goivas, teste uma por 
uma no verso da placa, para conferir se estão afiadas e para conhecer cada tipo 
de goiva. 
Depois de testar as ferramentas no verso da placa, inicie a gravação do seu 
desenho. Procure pensar em áreas brancas e áreas pretas: onde a goiva cavar será 
branco no ato da impressão. Não se preocupe em manter muita fidelidade ao 
desenho planejado, pois esta é somente uma primeira experiência; a prática nos 
ajudará a compreender o que é possível ou não fazer na madeira. 
Tome muito cuidado com as mãos e os olhos. Sem o controle da técnica, 
há muitas chances da goiva escapar e causar cortes. Procure deixar as mãos 
sempre atrás da ferramenta em uso, nunca na frente dela. 
Quando a matriz estiver suficientemente gravada, inicie o processo de 
impressão. Não é preciso esperar que a gravura fique pronta para imprimir um 
teste: em algumas situações, a impressão auxilia na escolha do que fazer. 
Coloque cerca de 1cm de tinta no vidro ou fórmica e misture duas gotas de 
glicerina a ela, usando a espátula. Estique-a com a ajuda do rolinho, manuseando-
 
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o de um lado para o outro e de cima para baixo, até que se forme uma camada 
de tinta uniforme e levemente pegajosa. Com o rolinho, vá passando essa tinta 
para a placa de madeira, buscando cobri-la em toda a sua superfície. Repita a 
operação com o rolinho quantas vezes achar necessário, até que a tinta na placa 
de madeira fique com um leve brilho molhado. 
Estique uma folha de papel de seda sobre a placa entintada, alisando 
suavemente com as mãos e tomando o cuidado para que não forme bolhas de ar 
e dobras. Cubra com outra folha de papel de seda ou jornal e pressione toda a 
superfície da placa com as costas da colher de pau, em movimentos circulares e 
suaves. Retire a impressão e deixe secar. 
Lave a

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