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CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES ANATÔMICAS, QUÍMICAS E FÍSICAS DA MADEIRA DE Rhizophora mangle DOS MANGUEZAIS DA ILHA DE ALGODOAL-PA E DA ILHA DE MARAJÓ-PA

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
CAMPUS CAPITÃO POÇO 
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
AMANDA THAYANA DA SILVA COSTA 
MARIA JANIELE DE MENEZES ALBUQUERQUE 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES ANATÔMICAS, QUÍMICAS E 
FÍSICAS DA MADEIRA DE Rhizophora mangle DOS MANGUEZAIS DA ILHA DE 
ALGODOAL-PA E DA ILHA DE MARAJÓ-PA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITÃO POÇO – PA 
2019 
 
 
AMANDA THAYANA DA SILVA COSTA 
MARIA JANIELE DE MENEZES ALBUQUERQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES ANATÔMICAS, QUÍMICAS E 
FÍSICAS DA MADEIRA DE Rhizophora mangle DOS MANGUEZAIS DA ILHA DE 
ALGODOAL-PA E DA ILHA DE MARAJÓ-PA 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus 
Capitão Poço, como requisito para a obtenção do 
título de Engenheiro (a) Florestal. 
 
Orientador: Prof. Dr. Cesar França Braga. 
Coorientador: Prof. Dr. Ricardo Gabriel de 
Almeida Mesquita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITÃO POÇO – PA 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho as Rosas da minha vida e meu 
amado primo por me terem plantado todos os valores que 
achavam importantes, por mostrar que o estudo, que 
apesar de árduo, é o melhor caminho a seguir e 
principalmente por me tornarem a pessoa que sou hoje. 
 Vocês são muitos especiais para mim, agradeço 
imensamente por sempre estarem do meu lado, e essa é 
minha singela forma de agradecer por tudo - A Sra. 
Benedita Rosa (minha amada e querida avó), Ana Rosa 
(Mãe, pela total liberdade de escolher meu próprio 
caminho), Selli Rosa (Tia/Mãe, pelos diversos 
ensinamento, por ter me tornando mais humana e 
principalmente pela presença e compreensão), Ananda 
Rosa (você é muito mais que uma irmã, você é meu anjo 
da guarda!), Alana Rosa (Irmã, obrigada pelos diversos 
conselhos) e ao meu primo Gabriel Matsunaga 
(Primo/Irmão – você é meu melhor presente). 
Amanda Thayana da Silva Costa 
 
Dedico à minha família, principalmente aos meus pais, 
pois foram e são os que estão ao meu lado me apoiando 
em todos os momentos. Obrigada por investir e confiar no 
meu potencial. 
Maria Janiele de Menezes Albuquerque 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a Deus por me guarnecer de forças e pela oportunidade de ingressar e 
concluir este curso na Universidade Federal Rural da Amazônia. 
Ao orientador e co-orientador, Dr. Cesar França Braga e Dr. Ricardo Gabriel de 
Almeida Mesquita, respectivamente ou vice-versa, pela paciência, confiança, por todos os 
ensinamentos e orientações no desenvolvimento do presente trabalho e entre outros também. 
Sempre serei grata por todas as oportunidades que vocês me proporcionaram, acompanhadas 
de muito aprendizado. 
Ao professor Dr. Heráclito Eugenio Oliveira da Conceição, por ter me proporcionado 
o contato prático na área de anatomia da madeira através do estágio realizado na Embrapa 
Amazônia Oriental. 
Ao professor Dr. João Olegario Pereira de Carvalho por ter se disponibilizado a levar 
o material até a Universidade Federal do Oeste do Pará. 
À queridíssima Sra. Marta César Freire Silva, pelo auxílio, orientações profissionais e 
principalmente de vida. 
À Dra. Marcela Gomes da Silva, pela permissão e encaminhamento ao Laboratório de 
Tecnologia de Produtos Florestais para realizar algumas etapas do trabalho. 
Ao auxílio precioso da gentil Ma. Juliana Livian Lima de Abreu, pela compreensão, 
ensinamentos/conhecimentos, carinho e amizade. 
Ao Stellyrio de Brito Neves Neto e colegas de coleta, pela contribuição na obtenção 
das amostras para este trabalho. 
Ao meu namorado William Pereira Pinheiro por estar comigo nos momentos mais 
alegres e difíceis também, pela dedicação, compreensão e principalmente pela ajuda. 
À Sra Lúcia Lima, Clebia Lima e família por terem me recebido, cuidado e me 
tornando um membro da família. 
 As minhas amigas que durante esses 5 anos pude ter a honra de vivenciar momentos 
incríveis, maravilhosos, de bastante companheirismo e principalmente momentos de 
descontração que foram fundamenteis para manter a sanidade mental. 
Aos meus familiares que direta e indiretamente me ajudaram e a todos que fizeram 
parte deste trabalho e da minha vida durante esses cinco anos, e que, desculpem, tenha 
esquecido de mencionar, muito obrigada. 
 
Amanda Thayana da Silva Costa 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a DEUS, por me conceder essa conquista. 
Ao orientador e co-orientador, Dr. Cesar França Braga e Dr. Ricardo Gabriel de 
Almeida Mesquita, respectivamente ou vice-versa, por todos os ensinamentos e orientação no 
desenvolvimento do presente trabalho. 
Ao Dr. Heráclito Eugenio Oliveira da Conceição, por ter me proporcionado o contato 
prático na área de anatomia da madeira através do estágio realizado na Embrapa Amazônia 
Oriental. 
À adorável Sr.ª Marta César Freire Silva, pela orientação no estágio, conhecimentos, 
experiências, conselhos e demais posicionamentos valiosos que compartilhou. 
À Dra. Fernanda Ilkiu Borges de Souza, pela permissão da identificação da madeira no 
Laboratório de Botânica-Xloteca. 
Ao Me. Palmiro Alvao da Costa, pela identicação da madeira estudada neste trabalho e 
por todos s conhecimentos comartihados. 
À Dr.ª Marcela Gomes da Silva, pela permissão e encaminhamento ao Laboratório de 
Tecnologia de Produtos Florestais para realizar algumas etapas do trabalho. 
À querida Ma. Juliana Livian Lima de Abreu, por ter colaborado imensamente com 
seus conhecimentos na realização deste trabalho. 
Ao Dr. João Olegario Pereira de Carvalho, querido professor que encaminhou 
amostras à empresa que realizou a analise química. 
Ao Stellyrio de Brito Neves Neto e colegas de coleta, pela contribuição na obtenção 
das amostras para este trabalho. 
À Maria de Nazaré do Carmo (Raquel) e Francisca Rosileny Chaves Pereira, minhas 
colegas de trabalho nos anos de 2017 e 2018, respectivamente, pela compreensão nos dias de 
minha ausência para a realização deste trabalho. 
À todos os que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho e 
da formação acadêmica, meus sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
Maria Janiele de Menezes Albuquerque 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes” 
Paulo Freire 
 
 
RESUMO 
O Gênero Rhizophora é comum nos litorais brasileiros podendo estar presente nos 
manguezais da Ilha de Algodoal e da Ilha de Marajó. Essas ilhas apresentam condições 
ambientais diferentes em relação à salinidade, visto que, áreas da Ilha de Marajó são atingidas 
pela água salgada apenas na estação seca. O presente trabalho busca verificar se os diferentes 
ambientes de manguezais, Ilha de Algodoal e Ilha de Marajó, influenciam no comportamento 
anatômico, físico e/ou químico da madeira de Rhizophora mangle. Foram utilizadas amostras 
de madeira oriundas de árvores naturalmente caídas nos dois ambientes estudados: Ambiente 
1 (Ilha de Algodoal) e Ambiente 2 (Ilha do Marajó). De cada ambiente, foram selecionados 6 
pontos de coleta, onde foram obtidos 3 discos de cada árvore. Foi realizada a caracterização 
macroscópica e microscópica da anatomia da madeira. Foram avaliadas as seguintes 
propriedades físicas da madeira: densidade básica, as retratibilidades axial, radial, tangencial e 
volumétrica, e coeficiente de anisotropia. Foram determinados os seguintes componentes 
químicos da madeira: teor de extrativos totais, lignina, holocelulose, umidade, materiais 
voláteis, minerais e carbono fixo. Nas variáveis das propriedades anatômicas estudadas na 
posição radial interna ocorreu diferença significativa quanto a largura do raio em número de 
células, apresentando maior número no Ambiente 1 ; na posição intermediáriao comprimento 
do raio em micrômetros e largura do raio em micrômetro e número de células diferiram-se 
estatisticamente entre os ambientes com maiores valores no Ambiente 1 e; na posição externa 
apenas a largura de células em micrômetro diferiu apresentando maior largura para o 
Ambiente 1. Nas propriedades físicas, nenhuma variável diferiu estatisticamente entre os 
ambientes. Porém, houve diferença no teor de minerais e umidade, e em relação às demais 
propriedades químicas da madeira não houve diferença. Logo, as características da madeira de 
Rhizophora magle, presente nos manguezais com diferentes condições ambientais não são 
influenciada quanto às propriedades físicas, porém apresentou diferenças em relação a 
variáveis anatômicas e químicas. 
 
 
Palavras-chave: Salinidade; Microscopia; Densidade básica; Lignina. 
 
 
 
ABSTRACT 
The Genus Rhizophora is common in the Brazilian coast, being able to be present in the 
mangroves of the Islands of Algodoal and Marajó. These islands present different 
environmental conditions in relation to the salinity, since, areas of the Island of Marajó are 
reached by the salt water only in the dry season. The present work seeks to verify if the 
different environments of mangroves, Algodoal Island and Marajó Island, influence in the 
anatomical, physical and/or chemical behavior of the wood of Rhizophora mangle. Wood 
samples from naturally fallen trees were used in the two environments studied: Environment 1 
(Algodoal Island) and Environment 2 (Marajó Island). From each environment, were selected 
6 collection points, where 3 discs were obtained from each tree. Macroscopic and microscopic 
characterization of the wood anatomy was performed. The following physical properties of 
the wood were evaluated: basic density, axial, radial, tangential and volumetric retractability, 
and coefficient of anisotropy. The following wood chemical components were determined: 
content of total extractives, lignin, holocellulose, moisture, volatile materials, minerals and 
fixed carbon. In the variables of the anatomical properties studied in the internal radial 
position there was a significant difference in the width of the ray in number of cells, 
presenting a greater number in Environment 1; in the intermediate position the length and 
width of the radius in micrometers and the number of cells differ statistically between the 
environments, with higher values in Environment 1 and; in the outer position only the width 
of cells in micrometers differed presenting greater width for Environment 1. In physical 
properties, no variables differed statistically between environments, but there was difference 
in the ash content and moisture, and in relation to the others chemical properties of the wood 
there were no distinction. Thus, the characteristics of Rhizophora mangle wood present in 
mangroves with different conditions, are not related to physical properties, but presented 
differences in relation to anatomical and chemical variables. 
 
Key words: Salinity; Microscopy; Basic density; Lignin. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Mapa de localização da APA de Algodoal-Maiandeua. ........................................ 25 
Figura 2: Mapa de localização da Resex de Soure. .............................................................. 26 
Figura 3: Ferramenta utilizada para extrair as amostras. ...................................................... 27 
Figura 4: Toretes extraídos dos manguezais. ....................................................................... 27 
Figura 5: Demarcação dos corpos de prova destinados à caracterização anatômica.............. 28 
Figura 6: Preparação e Montagem de Lâminas Histológicas: A – Micrótomo de deslize; B – 
Clarificação dos cortes em hipoclorito de sódio; C – Cortes corados com safranina aquosa 
1%; D – Cortes desidratados em baterias de álcool etílico; E – Cortes em repouso por 15 
minutos em acetato de butila; F – Cortes histológicos colados entre lâmina, lamínula e 
identificados. ....................................................................................................................... 30 
Figura 7: Balança analítica para obtenção dos valores para densidade básica ...................... 31 
Figura 8: Discos com corpos de prova demarcados. ............................................................ 32 
Figura 9: Processos para obtenção de dados: A – Corpos de prova sendo secados na estufa de 
secagem e esterilização; B – Mensuração do corpo de prova com auxílio do paquímetro 
digital com 0,01 mm de precisão. ......................................................................................... 33 
Figura 10: Redução do corpo de prova para lasca. ............................................................... 35 
Figura 11: Transformação das lascas do corpo de prova para serragem no macro moinho de 
facas fixas e móveis. ............................................................................................................ 36 
Figura 12: Poros difusos predominantemente solitários em disposição radial, plano 
transversal. ........................................................................................................................... 37 
Figura 13: Raios não estratificados, plano tangencial. ......................................................... 38 
Figura 14: Plano Radial. ..................................................................................................... 38 
Figura 15: Disco da madeira de Rhizophora mangle. .......................................................... 39 
Figura 16: A – Vasos em grupamento predominantemente solitários com múltiplos até de 
quatro e disposição difusa uniforme, plano transversal (4X); B – Parênquima axial com 
distribuição difusa e paratraqueal escasso, plano transversal (10X)....................................... 40 
Figura 17: A – Plano tangencial (4X); B – Raios multisseriados homogêneo, plano tangencial 
(10X). .................................................................................................................................. 40 
Figura 18: A – Plano Radial (4X); F – Vasos com placas de perfuração do tipo múltiplas 
escalariformes; pontuações intervasculares escalariformes, plano radial (10X). .................... 41 
Figura 19: Detalhe da placa de perfuração e das pontuações intervasculares do elemento de 
vaso (40X). .......................................................................................................................... 41 
Figura 20: Detalhe cristais no parênquima radial (40X). ...................................................... 42 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Amostragem das coletas. ..................................................................................... 27 
Tabela 2: Parâmetros anatômicos quantitativos da espécie Rhizophora mangle. .................. 42 
Tabela 3: Parâmetros físicos da espécie Rhizophora mangle................................................ 44 
Tabela 4: Parâmetros químicos da espécie Rhizophora mangle. .......................................... 45 
 
 
 
LISTA DE ANEXO 
Anexo 1: Laudo de identificação de madeira ........................................................................ 54 
Anexo 2: Ficha de identificação macroscópica-Embrapa Amazônia Oriental ....................... 55 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 17 
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 18 
2.1. OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 18 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 18 
3. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................19 
3.1. MANGUEZAL – CARACTERÍSTCAS DO AMBIENTE ..................................... 19 
3.1.1. Ilha de Algodoal ................................................................................................. 19 
3.1.2. Ilha de Marajó .................................................................................................... 20 
3.2. Rhizofhora - CARACTERÍSITCAS GERAIS ........................................................ 21 
3.3. PROPRIEDADES ANATÔMICAS DA MADEIRA .............................................. 22 
3.4. PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA ......................................................... 22 
3.5. PROPRIEDADES QUÍMICAS DA MADEIRA .................................................... 24 
4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 24 
4.1. ÁREA DE ESTUDO.............................................................................................. 24 
4.2. PROCEDIMENTOS DE COLETA ........................................................................ 26 
4.3. CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DA MADEIRA ......................................... 28 
4.2.1. Descrição macroscópica ..................................................................................... 28 
4.2.2. Descrição Microscópica ..................................................................................... 29 
4.4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA MADEIRA ..................................................... 31 
4.3.1. Densidade Básica ............................................................................................... 31 
4.3.2. Retratibilidade .................................................................................................... 32 
4.5. CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA ................................................ 35 
4.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS .............................................................. 37 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 37 
5.1. CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DA MADEIRA ......................................... 37 
5.1.1. Descrição macroscópica e Organoléptica ............................................................ 37 
5.1.2. Descrição microscópica ...................................................................................... 39 
5.2. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA MADEIRA ..................................................... 43 
5.3. CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA ................................................ 45 
6. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 47 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 48 
8. ANEXOS ..................................................................................................................... 54 
17 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Estudos sobre as propriedades (anatômicas, físicas e químicas) da madeira de 
Rhizophora mangle é importante como uma ferramenta na interpretação de processos 
ecológicos, ambientais e antropogênicos aos quais os manguezais estão sujeitos. As 
propriedades anatômicas (macro e microscópica) da madeira, segundo Santos (2008), têm 
como princípio entender os elementos xilemáticos face às variações diante das mudanças que 
ocorrem na planta onde a mesma se desenvolve. Bowyer et al. (2007) descrevem que as 
principais propriedades físicas a serem analisadas são densidade ou massa específica aparente, 
retratibilidade, teor de umidade e a química (teores de minerais, lignina, extrativos totais e 
holocelulose), onde essa constituição forma diversos materiais linocelulósicos e a relação 
desses componentes apresenta um sistema multimolecular de alta complexidade estrutural, de 
ligação cruzadas e de grande importância na preservação e nas propriedades dos materiais 
lenhosos (ABREU et al., 2006). 
De acordo com os estudos de Júnior (2017), a densidade da madeira de Avicennia 
germinans proveniente de uma zona hipersalina da península de Ajuruteua – PA, apresentou 
diferença significativa comparada com as zonas com salinidade intermediária e com maior 
influência de água doce, onde essas duas últimas zonas não apresentaram diferença 
significativa entre si. 
Batista (2011) afirma que as respostas ecofisiológicas e morfoanatômicas das espécies 
presentes nos manguezais frente aos fatores ambientais e antrópicos podem refletir na 
estrutura anatômica do lenho destas espécies. 
Os mangues apresentam composição florística específica adaptada às condições 
abióticas locais e, no Brasil, se constitui por espécies lenhosas altamente especializadas dos 
Gêneros Rhizophora, Avicennia e Laguncularia (CARVALHO et al., 2017). 
As espécies são classificadas de acordo com a tolerância salina, onde, de acordo com 
Parida et al. (2010), o Gênero Rhizophora é considerado do tipo sal-excludente e sal-
acumulador. O sal-excludente ocorre quando há eliminação da parte do sal a partir da 
ultrafiltração nas células das raízes, e sal-acumulador é quando se acumula sal nas células e 
principalmente nos vacúolos. 
Banhado pelo oceano, a Ilha de Algodoal também chamada de Ilha de Maiandeua, tem 
cobertura vegetal definida por um bosque de mangue de aproximadamente 15 m de altura e 
apresenta três espécies características: mangue-branco Laguncularia racemosa L. C. F. 
18 
 
Gaertn, mangue-preto Avicennia germinans (L.) L. e mangue-vermelho Rhizophora mangle L 
(SENNA et al., 2009). 
Segundo França et al. (2012), em decorrência da sua posição geográfica, a baía de 
Marajó recebe baixa contribuição das águas do rio Amazonas, fato este que concorre para a 
penetração mais efetiva da cunha salina, proveniente do Atlântico. 
Para Schaeffer-Novelli (1995), a variação na frequência de inundação do manguezal 
pelas marés, pode acarretar diferenças nas concentrações de sal no sedimento, tanto em 
relação à distância do mar, como em relação a fonte de água doce. De um modo geral, as 
maiores salinidades são encontradas nos manguezais próximos ao mar e as menores, nos 
bosques de mangue próximos às margens dos rios (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995). 
Em virtude das diferenças nos ambientes das duas ilhas, estudos das propriedades da 
madeira da espécie Rhizophora mangle são fundamentais para compreender seu 
comportamento no ecossistema local, visto que, Jono (2009) corrobora, diversos trabalhos 
mostram que as plantas possuem plasticidade na organização anatômica do lenho que 
permitem às espécies sobreviver em locais com características ambientais contrastantes. 
Tendo em vista estas peculiaridades em termos de ambientes e carência de estudos 
relacionados às características da madeira das espécies do ecossistema de manguezais, existe 
uma demanda por pesquisas que venham a contribuir com o conhecimento científico sobre 
diversidade da Amazônia. De acordo com Soares (1999), a caracterização da vegetação dos 
manguezais constitui uma valiosa ferramenta de conhecimento das repostas desse ecossistema 
às condições ambienteis existentes, como também às alterações do meio ambiente, auxiliando 
assim, nos estudos e ações que favoreçam a conservação deste ecossistema. 
 
2. OBJETIVOS 
2.1. OBJETIVO GERAL 
Comparar as propriedades anatômicas, físicas e químicas da madeira de Rhizophora 
mangle em dois ambientes diferentes, Ilha de Algodoal-PA e Ilha de Marajó-PA. 
 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 Caracterizar a morfologia e anatomia da madeira; 
 Realizar a caracterização das propriedades física; 
 Caracterizar as propriedades químicas da madeira; 
 
 
19 
 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1. MANGUEZAL – CARACTERÍSTCAS DO AMBIENTE 
 
O termo manguezal ou mangal é usado para descrever comunidades florestais ou o 
ecossistema manguezal, espaço onde interagem populações de plantas, de animais e de micro-
organismos ocupando a área do manguezal e seuambiente físico (abiótico). Os manguezais 
brasileiros estão distribuídos na zona costeira dos 17 estados litorâneos do Brasil que 
perfazem 7.408 quilômetros de contato com as águas do Oceano Atlântico, desde 04º20’N 
(Oiapoque, AP) até 28º30’S (Laguna, SC). O ecossistema presente no manguezal é um dos 
mais produtivos e ricos do globo e tem grande influência no controle das modificações 
climáticas nas zonas costeiras apesar da sua alta vulnerabilidade, além disso, são agentes 
sequestradores de carbono na biomassa e no solo. Entretanto, por ser um ambiente frágil, é 
mais susceptível a mudanças drásticas, tais como: perda, deterioração e principalmente a 
diminuição da cobertura vegetal. Outro fator que influencia significativamente na alteração 
dos recursos naturais desse habitat é a ação antrópica, como a pesca artesanal, o extrativismo, 
a coleta de marisco e o turismo (ICMBio, 2018). 
Os manguezais ocupam áreas costeiras em regiões tropicais e subtropicais do mundo. 
Esse ecossistema se desenvolve preferencialmente em deltas, enseadas e baías, locais que 
favorecem a deposição de sedimentos (ADAIME, 1987). As adaptações especiais de que são 
dotadas permitem que um grupo florístico de diversas de espécies tropicais, encontradas nos 
manguezais, cresçam em ambientes abrigados, banhados por águas salobras ou salgadas, com 
reduzida disponibilidade de oxigênio e substrato inconsolidado. 
De acordo com Souza-Filho (2005) a Amazônia possui cerca de 650 Km de litoral, 
caracterizado como costa de manguezais Amazônicos, onde prolonga desde a Baía do Marajó 
(PA) até a Baía de São José (MA) e apresenta, em parte, proteção pelas áreas de restinga no 
interior dos estuários. 
 
3.1.1. Ilha de Algodoal 
 
O oceano Atlântico banha a região da Ilha de Algodoal, também chamada de Ilha de 
Maiandeua, que se localiza no Estado do Pará, situada no município de Maracanã, onde se 
encontra um ecossistema frágil com presença de dunas, mangues, campos, lagos e um baixo 
terraço, com predominância de materiais geológicos do Quaternário. E por essa razão esse 
20 
 
espaço foi modificado para uma Área de Proteção Ambiental (APA) pelo decreto lei n° 5261, 
de novembro de 1990 (VALENTE et al., 1999). De acordo com Senna et al. (2009), a ilha de 
Algodoal é definida com cobertura vegetal por um bosque de mangue de aproximadamente 15 
m de altura e neles apresentam três espécies características que são: mangue-branco 
Laguncularia racemosa L. C. F. Gaertn, mangue-preto Avicennia germinans (L.) L. e 
mangue-vermelho Rhizophora mangle L. Segundo SEMA (2007), esta Unidade de 
Conservação possui 54 espécies (em 49 Gêneros e 34 Famílias), utilizadas para alimentação, 
medicina, construção civil e geração de energia. Nas áreas de mangues, é possível identificar 
o Mangue-vermelho, Mangue-preto ou Siriúba e Mangue-branco (MAUÉS et al., 2011). 
 
3.1.2. Ilha de Marajó 
 
Formada por 12 municípios e abrangendo uma área de 49.606 km² a Ilha de Marajó 
também apresenta clima equatorial úmido, diferentes tipos de solo que proporcionam diversos 
ecossistemas e tem a presença de relevo com depressões e planícies para ocorrências de 
inundações que são conhecidas como várzea (LISBOA et al., 1999). Segundo Schaeffer-
Novelli et al. (1990) os mangues se destacam bastante na região costeira, além das várzeas de 
maré (igapó), restinga litorâneas e os campos naturais e remanescentes de florestas primárias 
(SANTOS et al., 2003). Nos bosques de Soure, França et al. (2012) verificaram uma relação 
direta com os atributos geomorfológicos e hidrodinâmicos daquele setor do litoral paraense, 
em contato com a baía de Marajó, como características de salinidade associadas ao regime de 
meso e macromarés (3,0 e 5,0 m), ventos e ondas que se formam na própria baía, e 
predominância de deposição lamosa nos setores mais abrigados, que se traduzem em 
condições peculiares propícias para o desenvolvimento de bosques de mangue. Corroborando 
tal teoria em relação à salinidade. Almeida (1996) e Lara et al. (2006) indicam que, sob 
influência marinha, os manguezais atingidos apresentam bosques mais desenvolvidos 
estruturalmente. 
Os mangues apresentam composição florística específica adaptada às condições 
abióticas locais e, no Brasil, se constitui por espécies lenhosas altamente especializadas dos 
Gêneros Rhizophora, Avicennia e Laguncularia (CARVALHO et al., 2017). É um ambiente 
que expõe na sua estrutura florestal características bem heterogêneas devido às variações 
presentes, como radiação solar, chuva, nutrientes, marés, aporte de água doce, ondas, 
temperatura do ar e ação antrópica (BERNINI et al., 2010). Cerca de 85% dos Manguezais 
brasileiros ocorrem ao longo de 1.800 Km do litoral norte, nos estados do Amapá, Pará e 
21 
 
Maranhão. Nesta região, Avicennia é o Gênero mais frequente podendo atingir 1 m de 
diâmetro e 40 m de altura; Rhizophora ocorre próximo à linha da costa enquanto a franja 
junto ao mar é denominada por espécies do Gênero Spartina e a franja terrestre por Hibiscus 
tiliaceus (FRUEHAUF, 2005). 
Por apresentarem um ecossistema funcional e estrutural único, os mangues exibem 
flora de atributos peculiares, com características morfológicas como árvores com raízes 
aéreas, crescimento rápido da copa, eficaz sistema de retenção dos nutrientes e de água, 
disseminação de propágulos pelas correntes controladas pelas marés, boa resistência à 
salinidade e atua principalmente no balanço de carbono (ALONGI, 2002). No mundo todo 
encontram-se 28 Gêneros e cerca de 70 espécies de mangue onde apenas 17 são exclusivas 
desse ambiente, o que demonstra a sua baixa variedade genética correspondente a condições 
encontradas no habitat, onde a oscilação da maré faz com que haja pouca seleção de material 
genético tornando baixa a sua diversificação (DUKE et al., 1998). As espécies são 
classificadas de acordo com a tolerância salina, onde, de acordo com Parida et al. (2010), o 
Gênero Rhizophora é considerado do tipo sal-excludente e sal-acumulador. O sal-excludente 
ocorre quando há eliminação da parte do sal a partir da ultrafiltração nas células das raízes, e 
sal-acumulador é quando se acumula sal nas células e principalmente nos vacúolos. 
 
3.2. Rhizofhora - CARACTERÍSITCAS GERAIS 
A espécie Rhizophora mangle L. pertence à Família Rhizhophoraceae que inclui 16 
Gêneros e cerca de 150 espécies (TOMLINSON). Ela possui folhas opostas, elíticas, glabras, 
sem glândulas; flores apopétalas, diclamídeas; fruto glabro, castanho-escuro; floresce e 
frutifica o ano todo e tem como distribuição geográfica América, África Ocidental e algumas 
ilhas do Pácifico (PRANCE et al, 1975). R. mangle é uma árvore de casca lisa e clara, que ao 
ser raspada mostra cor vermelha; e sistema radicular do mangue vermelho é formado por 
rizóforos que partem do tronco e dos ramos, formando arcos com aspectos muito 
característicos e, ao atingirem o solo ramificam-se profusamente permitindo melhor 
sustentação da planta num sedimento pouco consolidado (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995). 
Quando a plântula (propágulo = “caneta”) se desprende da planta-mãe, os cotilédones 
permanecem presos a ela, sendo assim, a estrutura que alcança o substrato é constituída por 
um grande hipocótilo e pela plúmula (TOMLINSON, 1986). 
Quanto à tolerância ao sal pelas plantas, Fernandes et al. (1995) verificaram que o Gênero 
Rhizophora, é menos tolerante (desenvolvendo-se melhor em locais onde há 50 partes de sal 
por 1.000 partes de água). 
22 
 
3.3. PROPRIEDADES ANATÔMICAS DA MADEIRA 
 
A madeira é um conjunto heterogêneo de diferentes tipos de células com propriedades 
específicas para desempenharem as seguintes funções vitais: condução de líquidos; 
transformação, armazenamento e transporte de substâncias nutritivas e sustentação do vegetal 
(BURGER et al., 1991). Para Paula et al. (1997), o conhecimento das características 
anatômicas da madeira é um fator preponderantepara a identificação das espécies e 
diferenciação daquelas que são semelhantes; sendo também subsídio essencial na orientação 
do uso mais apropriado da espécie. 
Anatomia da Madeira é o estudo dos diversos tipos de células que constituem o lenho 
(xilema secundário), suas funções, organização e peculiaridades estruturais visando conhecer 
o seu emprego correto; identificar e distinguir espécies aparentemente idênticas; predizer 
utilizações adequadas de acordo com as características anatômicas e prever e compreender o 
seu comportamento no que diz respeito a sua utilização (BURGER et al., 1991). 
Os tecidos das madeiras são constituídos de muitos componentes que estão 
distribuídos desuniformemente, como resultado da estrutura anatômica e cada componente 
está presente em quantidade específica onde possuem características bem definidas, que 
podem ser influenciadas pelas condições sob as quais a madeira está submetida 
(GUIMARÃES et al., 2013). Na identificação anatômica da madeira são utilizadas duas 
técnicas distintas a macroscópica e a microscópica (COPANT, 1973; IBAMA, 1991). 
Na identificação microscópica são observadas as características físico-morfológicas 
dos tecidos e das células constituintes do lenho como tipos de pontoações, ornamentações da 
parede celular, composição celular dos raios, dimensões celulares, presença de cristais e 
outros (FREITAS et al., 2010). 
Na identificação macroscópica são observadas as propriedades organolépticas, tais 
como cor, brilho, odor, grã, textura, desenho, dureza, camadas de crescimento, tipos de 
parênquimas, visibilidade, tamanho e disponibilidade dos poros (vasos) e raios (FREITAS et 
al., 2010). 
 
3.4. PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA 
 
Segundo Rocha et al. (1983), a densidade possui elevada importância na determinação 
das propriedades físico-mecânicas que caracterizam diferentes espécies de madeira, diferentes 
árvores de determinada procedência e diferentes procedências de uma mesma espécie. Grande 
23 
 
parte das características físico-mecânicas da madeira são mais ou menos determinadas pela 
qualidade e proporção relativa dos diferentes componentes químicos na sua estrutura (SILVA, 
2010). . Segundo Lopes et al. (2011), a densidade é uma das características mais importantes 
entre as diversas propriedades físicas, pois afeta todas as demais propriedades da madeira, 
sendo uma característica resultante da interação entre as propriedades químicas e anatômicas 
da madeira, de modo que as variações na densidade são provocadas por diferenças nas 
dimensões celulares, das interações entre esses fatores e pela quantidade de componentes 
extratáveis presentes por unidade de volume. 
Iwakiri (1982) estabelece que a densidade de um material é definida como sendo a 
relação massa por unidade de volume; portanto, para um corpo de prova qualquer de madeira, 
a sua massa específica é obtida, dividindo a sua massa pelo volume correspondente, expressos 
em g/cm³ ou kg/m³. Kollmann et al. (1968) definem também que a densidade básica é a 
relação da massa da madeira a 0% de umidade (com seu volume saturado), e a densidade 
aparente, como a massa por unidade de volume ao mesmo conteúdo de umidade, cujo valor 
padrão é de 12%. E de acordo com Burger et al. (1991), a densidade apresenta uma variação 
natural de 0,13 a 1,40 g/cm³, devido à variação nas dimensões e proporções dos diversos 
tecidos lenhosos; em que esses valores (extremos) representam a balsa (Ochroma lagopus) e a 
muiratinga (Brosimun guianense), respectivamente. 
A densidade ou massa específica é um dos mais importantes parâmetros para a 
avaliação da qualidade da madeira, devido a facilidade de determinação e estar diretamente 
relacionada às demais propriedades desse material, e por conseguinte às características do 
produto final (SOUZA et al., 1986; KOLLMANN et al., 1968). 
Retratibilidade é o fenômeno de variação nas dimensões e no volume em função da 
perda ou ganho de umidade que provoca contração em uma peça de madeira, que está 
relacionada aos defeitos de secagem (MADY, 2000). A madeira é dimensionalmente estável 
quando o conteúdo de umidade é maior do que o ponto de saturação da fibra; abaixo desse 
ponto ocorre alterações nas dimensões à medida que ganha ou perde umidade (GLASS et al., 
2010). 
Devido a característica anisotrópica, as mudanças dimensionais observadas na madeira 
são diferentes ao longo das três direções estruturais e em geral, a contração na direção 
tangencial é aproximadamente duas vezes maior do que na direção radial, e no sentido 
longitudinal é praticamente desprezível. A razão entre a contração tangencial e radial (relação 
T/R), é denominada coeficiente de anisotropia, quanto mais próximo de 1, menor será a 
24 
 
tendência a defeitos como o fendilhamento e empenamento da madeira (OLIVEIRA et al., 
2003). 
 De acordo com Burger et al. (1991), madeiras que possuem em abundância células 
com parede espessas apresentam os fenômenos de contração e inchamento pela perda ou 
absorção de umidade, em grau mais acentuado. A anisotropia da madeira no que diz respeito a 
sua alteração dimensional devido à secagem, é um fato conhecido e que pode ser calculado 
para cada espécie (BURGER et al., 1991). 
 
3.5. PROPRIEDADES QUÍMICAS DA MADEIRA 
 
Os componentes químicos da madeira podem ser compreendidos em dois grandes 
grupos: o primeiro é formado por componentes de alta massa molecular, que são: a celulose, 
as hemiceluloses e a lignina, e o segundo que é formado pelos componentes de baixa massa 
molecular, que são os extrativos e os minerais (PANSHIN et al., 1970). Couto (2014) 
menciona que o teor de holocelulose é a somatória dos teores de celulose e hemiceluloses 
presentes nos materiais lignocelulósicos. 
A explicação que Santos (2008) expõe sobre a química da madeira basicamente 
declara que é um biopolímero tridimensional formando por celulose, hemiceluloses e lignina, 
e em menor porção se apresenta os extrativos e os materiais inorgânicos. Na madeira seca 
toda sua parede celular é formada por polímero de açúcares carboidratos (65 a 75%), que são 
combinados com lignina - 18 e 35% (SANTOS, 2008). Morais et al. (2005) citam que os 
extrativos, considerados constituintes secundários, são compostos químicos que não fazem 
parte da estrutura da parece celular, são solúveis em água ou em solventes orgânicos neutros e 
estão presentes principalmente na casca, tem baixa massa molecular e somando pequenas 
quantidades, eles englobam óleos essenciais, resinas, taninos, graxas e pigmentos. 
 
4. MATERIAL E MÉTODOS 
 
4.1. ÁREA DE ESTUDO 
 
O material coletado foi obtido do aproveitamento de árvores naturalmente caídas nos 
manguezais de dois municípios: Maracanã onde está localizada a Ilha de Algodoal e Soure 
que está localizado na Ilha de Marajó. Ambos estão na região nordeste do estado do Pará. No 
município de Maracanã, com as coordenadas 0º13’55” S e 48º26’58” W, localiza-se a Ilha de 
25 
 
Algodoal, uma Área de Proteção Ambiental (APA) com aproximadamente 2,3 ha, sendo o 
Ambiente 1 de coleta, conforme mostra a Figura 1. 
 
Figura 1: Mapa de localização da APA de Algodoal-Maiandeua. 
 
Fonte: SEMA, 2018. 
 
Em Soure, está localizado o Ambiente 2 de coleta, a Reserva Extrativista Marinha de 
Soure (Resex) sob as coordenadas 0º13’55” S e 48º26’58” W onde possui uma área de 
27.463,58 ha na costa nordeste da Ilha de Marajó, de acordo com a Figura 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Figura 2: Mapa de localização da Resex de Soure. 
 
Fonte: ICMBio, 2018. 
 
 
 
4.2. PROCEDIMENTOS DE COLETA 
 
 A Tabela 1 apresenta o número de amostras e sua distribuição nos ambientes de coleta. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Tabela 1: Amostragem das coletas. 
Áreas de coleta 
Número de pontos de 
coleta 
Número de amostras 
por pontos de coleta 
Total de amostras 
Ambiente 1 6 3 18 
Ambiente 2 6 3 18 
Total 36 
 
As amostras foram coletadascom o auxílio de um machado conforme mostra a Figura 
3. Foi realizado seis pontos de coleta, onde um ponto representa uma árvore, e de cada árvore 
extraiu-se um torete de aproximadamente 50 cm, como mostra a Figura 4, que deu origem a 
três discos com 3 cm de espessura, em média. Dois dos discos foram destinados aos estudos 
da retratibilidade e densidade básica, onde cada disco foi seccionado em quatro partes no 
formato de cunha e o terceiro disco foi usado na descrição anatômica. 
 
Figura 3: Ferramenta utilizada para extrair as amostras. 
 
Fonte: Autoras, 2017. 
 
 
Figura 4: Toretes extraídos dos manguezais. 
 
Fonte: Autoras, 2017. 
28 
 
4.3. CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DA MADEIRA 
 
As amostras coletadas foram identificadas anatomicamente como Rhizophora mangle 
por meio da identificação Taxonômica no Laboratório de Botânica-Xiloteca/Anatomia 
Vegetal da Embrapa Amazônia Oriental, como mostra o Anexo 1. 
O disco destinado à caracterização anatômica foi seccionado em quatro cunhas, onde 
foram retirados três corpos de prova de uma das cunhas na posição radial interna (próximo a 
medula), intermediária e externa (próximo a casca) para serem utilizados na descrição 
microscópica. Dos 12 discos foram confeccionadas 36 lâminas histológicas e para a descrição 
macroscópica foram obtidas 12 amostras, alcançando um corpo de prova de uma das cunhas 
de cada disco, conforme exposto na Figura 5. 
 
Figura 5: Demarcação dos corpos de prova destinados à caracterização anatômica. 
 
Fonte: Autoras, 2017. 
 
4.2.1. Descrição macroscópica 
 
As amostras foram analisadas macroscopicamente nos planos transversal, longitudinal 
tangencial e longitudinal radial com auxílio de uma ficha de descrição macroscópica (Anexo 
2). Os corpos de prova foram polidos com o auxílio de um instrumento de corte afiado 
(estilete) para evidenciar suas peculiaridades que foram observadas utilizando uma lupa conta 
fio de 10 X. Foram verificados os tipos, disponibilidade e visibilidade dos parênquimas axial, 
poros e raios; e características organolépticas da madeira. 
 
 
29 
 
4.2.2. Descrição Microscópica 
 
As análises microscópicas foram realizadas após a confecção de lâminas histológicas 
com auxílio do microscópico óptico trinocular Motic para determinar parâmetros qualitativos 
e quantitativos. 
Para facilitar a obtenção dos cortes histológicos, os corpos de prova foram imersos em 
água destilada para saturação. Posterirormente, seguindo a técnica de Johansen (1940), foram 
realizados os cortes histológicos com espessura variando de 20 a 25 μm, de duas seções da 
madeira (seção longitudinal tangencial e longitudinal radial) e quando possível foi realizado 
os cortes no plano transversal obtidos em micrótomo de deslize. Os cortes histológicos foram 
alvejados em água sanitária, em seguida, foram corados com safranina aquosa 1% por 5 
segundos e posteriormente procedeu-se o processo de desidratação contínua em porcentagens 
de 50 %, 70% (P.A.: álcool para análise), 90% e 100% de álcool etílico por 15 minutos em 
cada bateria, exceto na última (P.A), onde permaneceu por 20 minutos. Após a desidratação, 
os cortes foram transferidos para o acetato de butila por 15 minutos, em seguida os cortes 
foram colocados entre lâmina e lamínula, como mostra a Figura 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Figura 6: Preparação e Montagem de Lâminas Histológicas: A – Micrótomo de deslize; B – 
Clarificação dos cortes em hipoclorito de sódio; C – Cortes corados com safranina aquosa 1%; D – 
Cortes desidratados em baterias de álcool etílico; E – Cortes em repouso por 15 minutos em acetato de 
butila; F – Cortes histológicos colados entre lâmina, lamínula e identificados. 
 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
A caracterização anatômica foi realizada com a descrição geral observando elementos 
estruturais anatômicos da madeira utilizando o microscópico óptico trinocular MOTIC e 
mensuração do comprimento e largura de raios em micrômetros, bem como largura de raios 
em número de células. As medições foram realizadas através do programa Motic 3.0 e 
executadas seguindo as recomendações feita por Coradin et al. (1991), realizando 30 
mensurações para cada parâmetro anatômico avaliado por ambiente. 
 
 
 
 
A B C 
D E F 
31 
 
4.4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA MADEIRA 
 
4.3.1. Densidade Básica 
 
A densidade básica foi determinada por meio da norma analítica NBR 11941 da 
ABNT (2003). 
Os corpos de provas foram saturados ao serem submersos em água. Com o auxílio de 
uma balança analítica 0,0001 g, conforme mostra a Figura 7, e um becker com água, foi 
possível obter o volume saturado pelo método de imersão em água, onde o volume saturado 
equivale ao volume deslocado quando a amostra é imersa, que por sua vez é igual a diferença 
de massa (m2-m1). 
 
Figura 7: Balança analítica para obtenção dos valores para densidade básica 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
A massa seca foi obtida após os corpos de prova secarem em estufa. A densidade 
básica foi determinada com o uso da seguinte equação 1: 
 
𝐷𝑏 =
𝑚3
(𝑚2 − 𝑚1)
 
(1) 
 
 
32 
 
Onde: 
Db = Densidade básica da madeira (g cm-3); 
m3 = Massa da amostra seca em estufa (g); 
m2 = Massa do becker com o corpo de prova imerso (g); 
m1 = Massa do becker com água (g). 
 
4.3.2. Retratibilidade 
 
A determinação da retratibilidade foi realizada segundo a norma NBR 7190 da ABNT 
(1997). 
Foram retirados corpos de provas orientados nas direções tangencial, radial e 
longitudinal nas dimensões 2,0 x 3,0 x 2,5 cm, respectivamente, no sentido medula-casca das 
duas cunhas opostas de ambos os discos, conforme mostra a Figura 8. A quantidade de corpos 
de provas por disco era variável, sendo que em alguns casos só foi possível retirar um corpo 
de prova e em outros foram obtidos até três. Nesse caso tirou-se a média das medidas dos 
corpos de prova das retratibilidades axial, radial e tangencial, ficando apenas um valor para 
cada direção do corpo de prova em cada disco, logo obteve-se dois valores de cada direção 
para cada árvore, pois dois discos foram destinados a retratibilidade. 
 
Figura 8: Discos com corpos de prova demarcados. 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
Os corpos de prova foram mensurados nas direções axial, radial e tangencial nos 
estados saturado e seco em estufa de secagem e esterilização como é demonstrado na Figura 9 
(A). As medições foram realizadas sistematicamente com um paquímetro digital com 0,01 
33 
 
mm de precisão, conforme mostra a Figura 9 (B), no mínimo três vezes em cada corpo de 
prova, tirando a média dessas medidas. 
 
Figura 9: Processos para obtenção de dados: A – Corpos de prova sendo secados na estufa de 
secagem e esterilização; B – Mensuração do corpo de prova com auxílio do paquímetro digital com 
0,01 mm de precisão. 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
Para a determinação das retratibilidades axial, radial e tangencial, foram utilizadas as 
seguintes equações, respectivamente (2, 3 e 4): 
 
𝑅𝑎 =
𝐷𝑎𝑠𝑎𝑡 − 𝐷𝑎𝑠𝑒𝑐
𝐷𝑎𝑠𝑎𝑡
100 
(2) 
 
Onde: 
Ra = Retratibilidade axial (%); 
Dasat = Dimensão na direção axial, na condição saturada (mm); 
Dasec = Dimensão na direção axial, na condição seca (mm). 
 
𝑅𝑟 =
𝐷𝑟𝑠𝑎𝑡 − 𝐷𝑟𝑠𝑒𝑐
𝐷𝑟𝑠𝑎𝑡
100 
(3) 
 
Onde: 
Rr = Retratibilidade radial (%); 
Drsat = Dimensão na direção radial, na condição saturada (mm); 
Drsec = Dimensão na direção radial, na condição seca (mm). 
A B 
34 
 
 
𝑅𝑡 =
𝐷𝑡𝑠𝑎𝑡 − 𝐷𝑡𝑠𝑒𝑐
𝐷𝑡𝑠𝑎𝑡
100 
(4) 
 
Onde: 
Rt = Retratibilidade tangencial (%); 
Dtsat = Dimensão na direção tangencial, na condição saturada (mm); 
Dtsec = Dimensão na direção tangencial, na condição seca (mm). 
 
 As medições das três direções nas condições saturada e seca foram usadas para 
encontrar os valores dos volumes saturado e seco dos corpos de prova, a fim de determinar a 
retratibilidade volumétrica utilizando a expressão5: 
 
𝑅𝑣 =
𝑉𝑠𝑎𝑡 − 𝑉𝑠𝑒𝑐
𝑉𝑠𝑎𝑡
100 
(5) 
 
Onde: 
Rv = Retratibilidade volumétrica (%); 
Vsat = Volume da amostra saturada (mm³); 
Vsec = Volume da amostra seca (mm³). 
 Os volumes saturado e seco podem ser dados pelas equações 6 e 7: 
 
𝑉𝑠𝑎𝑡 = 𝐷𝑎𝑠𝑎𝑡 𝑥 𝐷𝑟𝑠𝑎𝑡 𝑥 𝐷𝑡𝑠𝑎𝑡 (6) 
 
𝑉𝑠𝑒𝑐 = 𝐷𝑎𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝐷𝑟𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝐷𝑡𝑠𝑒𝑐 (7) 
 
Também foram determinados os coeficientes de anisotropia pela relação entre os 
movimentos lineares radial e tangencial utilizando a expressão 8: 
 
𝐶𝐴 =
𝑅𝑡
𝑅𝑟
 
(8) 
Onde: 
CA = Coeficiente de Anisotropia; 
Rt = Retratibilidade tangencial; 
Rr = Retratibilidade radial. 
35 
 
4.5. CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA 
 
Para a determinação dos atributos químicos, as amostras foram reduzidas em lascas e 
posteriormente transformadas em elementos menores, aproximadamente do tamanho de um 
palito fósforo, como é representado na Figura 10. 
 
Figura 10: Redução do corpo de prova para lasca. 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
Em seguida, as amostras foram levadas para o macro moinho de facas fixas e móveis e 
transformados em serragem para facilitar a classificação do material usando peneiras 
metálicas com malhas de 40 e 60 mesh sobrepostas, retirando a fração retida na malha de 60 
mesh e posterirormente armazenado em sacos plásticos devidamente codificados como é 
demonstrado na Figura 11. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Figura 11: Transformação das lascas do corpo de prova para serragem no macro moinho de facas 
fixas e móveis. 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
Foram quantificados os teores de extrativos totais, lignina, holocelulose, umidade, 
materiais voláteis, minerais e carbono fixo. As análises foram realizadas pela Empresa Júnior 
(CONSFLOR – Consultoria e Serviço Florestal) da Universidade Federal do Oeste do Pará. 
Para determinar os teores foram utilizadas as seguintes normas: 
 A quantificação de extrativos foi realizada seguindo as diretrizes da norma D1107 – 
96 da ASTM (2013); 
 A quantificação de lignina insolúvel em ácido foi realizada seguindo as diretrizes da 
norma NBR 7989 da ABNT (2010); e 
 Os teores de minerais, juntamente com os teores de umidade, materiais voláteis e 
carbono fixo foram quantificados seguindo as diretrizes da norma D1762 – 84 da 
ASTM (2007). 
O teor de holocelulose foi obtido por meio da análise somática dos componentes 
químicos como mostra a expressão 9: 
 
𝑇ℎ𝑜𝑙𝑜𝑐𝑒𝑙𝑢𝑙𝑜𝑠𝑒 = 100(%) − 𝑇𝑙𝑖𝑔𝑛𝑖𝑛𝑎 − 𝑇𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 − 𝑇𝑚𝑖𝑛𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠 (9)
 
Onde: 
Tholocelulose = Teor de holocelulose (%); 
Tlignina = Teor de lignina (%); 
Textrativos = Teor de extrativos (%); 
Tminerais = Teor de minerais (%). 
37 
 
4.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS 
 
Foi utilizado o delineamento amostral em 2 áreas. Para a caracterização anatômica e 
física foram utilizadas 12 repetições e para os estudos químicos foi utilizada 3 repetições. Para 
a análise estatística das características anatômicas, físicas e químicas foi utilizado o programa 
STATISTICA versão 8.0, onde também realizou-se os testes de normalidade (Shapiro-Wilk) e 
homogeneidade (Cochran C) a 5% de probabilidade. Os dados anormais e/ou não 
homogêneos foram transformados por log e os dados normais até então, foram interpretados 
com auxílio de uma análise da variância (ANOVA). Após a transformação, ainda houve dados 
anormais e/ou não homogêneos para algumas variáveis, e estas foram submetidas à análise 
Kruskal-Wallis. 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
5.1. CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DA MADEIRA 
 
5.1.1. Descrição macroscópica e Organoléptica 
 
A madeira de Rhizophora mangle apresenta parênquima axial difuso visível só sob 
lente, a porosidade é difusa e possui agrupamento com múltiplos na disposição radial, porém 
há predominância de solitários, visíveis apenas sob lente, conforme mostra a Figura 12. 
 
Figura 12: Poros difusos predominantemente solitários em disposição radial, plano transversal. 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
38 
 
Os raios encontrados na espécie estudada não são estratificados e são visíveis só sob 
lente, como mostra a Figura 13. 
 
Figura 13: Raios não estratificados, plano tangencial. 
 
 Fonte: Autoras, 2018. 
 
Figura 14: Plano Radial. 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
Possui cerne com coloração róseo, e essa característica lhe intitula popularmente como 
mangue vermelho, dispõe de camadas de crescimento indistintas, o floema incluso é 
foraminado e a textura fina, Figura 15. 
 
 
 
 
 
39 
 
Figura 15: Disco da madeira de Rhizophora mangle. 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
5.1.2. Descrição microscópica 
 
Na descrição microscópica foi observado que os vasos possuem placas de perfuração 
do tipo múltiplas escalariformes e pontuações intervasculares escalariformes, Figuras 18 (B) e 
19. Agrupamentos dos vasos são predominantemente solitários com múltiplos até de quatro e 
disposição difusa uniforme, de acordo com a Figura 16 (A). Parênquima axial com 
distribuição difusa e paratraqueal escasso, com mostra a Figura 16 (B). Os raios encontrados 
são multisseriados homogêneo, Figura 17 (B), com presença de cristais romboédricos, Figuras 
18 (B) e 20. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Figura 16: A – Vasos em grupamento predominantemente solitários com múltiplos até de quatro e 
disposição difusa uniforme, plano transversal (4X); B – Parênquima axial com distribuição difusa e 
paratraqueal escasso, plano transversal (10X). 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
Figura 17: A – Plano tangencial (4X); B – Raios multisseriados homogêneo, plano tangencial (10X). 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
A B 
A B 
41 
 
Figura 18: A – Plano Radial (4X); F – Vasos com placas de perfuração do tipo múltiplas 
escalariformes; pontuações intervasculares escalariformes, plano radial (10X). 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
Figura 19: Detalhe da placa de perfuração e das pontuações intervasculares do elemento de vaso 
(40X). 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
 
A B 
42 
 
Figura 20: Detalhe cristais no parênquima radial (40X). 
 
Fonte: Autoras, 2018. 
 
As descrições anatômicas macroscópica e microscópica do lenho de Rhizophora 
mangle estudadas estão de acordo com as descrições realizadas por Batista (2011) para a 
espécie de Rhizophora mangle. 
Quanto à caracterização quantitativa, a Tabela 2 apresenta os valores referentes ao 
comprimento e largura dos raios em milímetro e largura dos raios em números de células de 
corpos de prova retirados nas posições radial interna, intermediária e externa. Os valores das 
variáveis anatômicas quantitativas avaliadas estão próximos aos encontrados por Batista 
(2011) em Rhizophora mangle ao realizar a caracterização quantitativa e descrição anatômica 
do lenho de duas espécies arbóreas do manguezal da baía Antonina e Guaratuba. 
 
Tabela 2: Parâmetros anatômicos quantitativos da espécie Rhizophora mangle. 
Variáveis 
analisadas 
N 
Ambiente 1 Ambiente 2 Ambiente 1 Ambiente 2 
�̅� σ �̅� σ Mín-Máx Mín-Máx 
Interna 
CR (µm) 30 1526,24 a 1118,27 1067,84 a 420,97 313,82 - 4720,52 420,97 - 2061,42 
LR (µm) 30 62,93 a 22,24 56,73 a 56,73 62,93 - 5,87 32,03 - 85,36 
LR (nº c) 30 3,67 a 0,96 3,30 b 0,60 1,00 - 5,00 2,00 - 4,00 
Intermediária 
CR (µm) 30 1295,40 a 541,48 872,46 b 599.13 463,92 - 2439,58 87,23 - 2393,24 
LR (µm) 30 82,72 a 19,49 45,41 b 23,28 40,05 - 131,66 6,93 - 89,32 
LR (nº c) 30 4,00 a 0,79 3,40 b 0,93 2,00 - 5,00 2,00 - 5,00 
Externa 
CR (µm) 30 1136,55 a 665,51 976,78 a 491,63 117,40 - 3595,03 237,93 - 2106,02 
LR (µm) 30 70,12 a 16,15 58,79 b 18,15 48,04 - 104,01 23,15 - 99,56 
LR (nº c) 30 3,53 a 0,57 3,70 a 1,15 2,00 - 4,00 2,00 - 6,00 
Médias nas linhas seguidas de mesma letra não diferem entre si significativamente a 5% de 
probabilidade. N = Número de medições; CR = Comprimento do Raio; LR = Largura do Raio. 
43 
 
Os estudos realizados na posição radial interna do lenho da Rhizophora mangle,mostraram que o comprimento e largura do raio em milímetros não diferem 
significativamente em relação aos ambientes. Porém houve diferenças significativas quanto ao 
número de células dispostas na largura dos raios, apresentando média com maior número de 
células no Ambiente 1, com 3,67 células e de 3,30 células para o Ambiente 2. Esse resultado 
corrobora o relato de Jono (2009), onde as plantas possuem plasticidade na organização 
anatômica do lenho que permitem às espécies sobreviver em locais com características 
ambientais contrastantes. 
Na posição radial intermediária, médias do comprimento do raio variaram de 1295,40 
µm para o Ambiente 1 a 872,46 para o Ambiente 2, a largura do raio foi de 82,72 µm para o 
Ambiente 1 e 45,41 µm para o Ambiente 2 e a largura em números de células foi de 4 para o 
Ambiente 1 e 3,4 para o Ambiente 2. Essas três variáveis na posição intermediária mostraram-
se diferentes estatisticamente entre os dois ambientes. 
Para as variáveis na posição radial externa, apenas a largura do raio em micrômetro 
apresentou diferença significativa entre os ambientes, com médias de 70,02 µm no Ambiente 
1 e 58,79 µm no Ambiente 2. Quanto ao comprimento do raio, com média de 1136,55 µm e 
491,63 µm, para os Ambientes 1 e 2, respectivamente, e largura do raio em número de células 
apresentando médias de 3,53 células no Ambiente 1 e 1,15 células no Ambiente 2, não houve 
diferenças entre os ambientes. 
Schmitz et al. (2006) estudaram a influência da salinidade sobre os vasos da espécie 
Rhizophora mucronata e verificaram que existe uma tendência do aumento da frequência de 
vasos com o aumento da salinidade, e em um estudo de Sobrado (2006), onde analisou a 
relação do transporte de água com as características anatômicas de espécie Laguncularia 
racemosa em diferentes gradiente de salinidade foi observado que existe um aumento da 
densidade dos vasos e um menor diâmetro com o aumento da salinidade em ramos da espécie 
estudada. 
 
5.2. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA MADEIRA 
 
A Tabela 3 apresenta os valores médios, desvio padrão, máximo e mínimo de 
densidade básica, retratibilidade axial, radial, tangencial e volumétrica, e coeficiente de 
anisotropia. 
 
 
44 
 
Tabela 3: Parâmetros físicos da espécie Rhizophora mangle. 
Variáveis 
analisadas 
N 
Ambiente 1 Ambiente 2 Ambiente 1 Ambiente 2 
�̅� σ �̅� σ Mín-Máx Mín-Máx 
Db (g/cm
3
) 12 0,844 a 0,049 0,815 a 0,052 0,757 - 0,923 0,742 - 0,907 
Ra (%) 12 0,85 a 0,70 0,76 a 0,52 0,00 - 2,34 0,13 - 1,78 
Rr (%) 12 5,43 a 0,75 4,93 a 1,10 4,35 - 6,66 3,14 - 6,25 
Rt (%) 12 11,15 a 1,69 10,99 a 1,07 9,47 - 15,72 8,95 - 12,98 
Rv (%) 12 16,68 a 2,13 16,02 a 1,37 13,82 - 21,32 13,61 - 17,93 
CA 12 2,07 a 0,22 2,37 a 0,72 1,66 - 2,41 1,59 - 3,94 
Médias nas linhas seguidas de mesma letra não diferem entre si significativamente a 5% de probabilidade. N = 
Número de medições; Db = Densidade básica; Ra = Retratibilidade axial; Rr = Retratibilidade radial; Rt = 
Retratibilidade tangencial; Rv = Retratibilidade volumétrica; CA = Coeficiente de Anisotropia. 
 
A densidade básica média pertencente aos Ambientes 1 e 2 foi igual a 0,844 g/cm3 e 
0,810 g/cm3, respectivamente, sendo considerada madeira pesada de acordo com a 
classificação da densidade para madeiras tropicais estabelecida por Melo et al. (1990), onde a 
medeira com densidade básica ≤ 0,50 g/cm3 é considerada leve, de 0,50 g/cm3 a 0,72 g/cm3 é 
média e densidade básica > 0,72 g/cm3. Os valores estão superiores ao observado por Júnior 
(2017), porém estão dentro da variação de seus dados, que ao estudar a densidade de 
Rhizophora mangle, encontrou uma média de 0,78 g/cm3, com médias variando de 0,43 g/cm3 
a 0,92 g/cm3. Os resultados também foram semelhantes quanto a relação da salinidade e 
densidade, onde a zona hipersalina apresentou maiores valores de densidade básica. Júnior 
(2017) afirma ainda que, a densidade básica da madeira de Rhizophora mangle não é diferente 
quando as posições axial e radial são consideradas individualmente, nem quando é testada a 
interação entre as duas posições. 
Quanto as variáveis das retratibilidades axial, radial, tangencial e volumétrica, não 
houve diferenças significativas na madeira nos dois ambientes. A retratibilidades axial variou 
de 0,85% no Ambiente 1 a 0,76% no Ambiente 2. Em relação à variável retratibilidade radial, 
as médias foram de 5,43%, no Ambiente 1 e 0,76% no Ambiente 2. A retratibilidade 
tangencial apresentou 11,15% no Ambiente 1 e 10,99% no Ambiente 2. Para a variável 
retratibilidade volumétrica as médias variaram de 16,68% para o Ambiente 1 a 16,06% para o 
Ambiente 2. Os valores encontrados estão dentro da variação relatada por Oliveira et al. 
(2010) e Moreschi (2005), onde mencionam que a resposta da madeira em relação à 
retratibilidade tem grande diferença entre espécies e o volume da madeira podendo variar de 
0% a 28%, devido a capacidade de adsorção, visto que, a retratibilidade é um fenômeno 
ligado à variação dimensional da madeira, em decorrência da troca de umidade do material 
com o meio que o envolve, até que o equilíbrio higroscópio seja atingido. 
45 
 
Os resultados encontrados foram de acordo com a afirmação de Germano et al. (2017), 
que a densidade da madeira é diretamente proporcional a retratibilidade da mesma. Visto que 
a densidade interfere na retratibilidade da madeira e que os valores médios de densidade no 
Ambiente 1 e Ambiente 2 não deram diferenças, estatisticamente, logo há uma tendência para 
que as retratibilidades, assim como o coeficiente de variação, não apresentem diferenças 
significativas. 
Em relação ao coeficiente de anisotropia os valores médios presentes para o Ambiente 
1 foi de 2,07 e para o Ambiente 2 foi de 2,37, mostrando que não houve diferença entre eles. 
Segundo a classificação do coeficiente de anisotropia de Durlo et al. (1992), a madeira é 
excelente com coeficiente de 1,2 a 1,5, normal de 1,5 a 2,0 e ruim acima de 2,0. Desta forma a 
Rhizophora mangle é considerada ruim, visto que, quanto maior o coeficiente de anisotropia a 
madeira estará mais suscetível a fendilhar e empenar ao entrar em contato com a água, como 
afirma Oliveira et al. (2010), ao destacar a importância do coeficiente de anisotropia, que 
quanto maior for seu distanciamento da unidade, mais propensa será a madeira a fendilhar e 
empenar durante as alterações dimensionais provocadas pela variação higroscópica. 
 
5.3. CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA 
 
 A Tabela 4 mostra os resultados dos estudos químicos da madeira, com os valores 
médios, desvio padrão, máximo e mínimo dos teores de extrativos, lignina, holocelulose, 
umidade, materiais voláteis, minerais e carbono fixo. 
 
Tabela 4: Parâmetros químicos da espécie Rhizophora mangle. 
Variáveis analisadas N 
Ambiente 1 Ambiente 2 Ambiente 1 Ambiente 2 
�̅� σ �̅� σ Mín-Máx Mín-Máx 
Textrativos (%) 12 13,02 a 0,52 12,68 a 0,33 12,42 - 13,36 12,31 - 12,93 
Tlignina (%) 12 29,90 a 8,36 33,33 a 8,59 24,66 - 39,55 27,58 - 43,21 
Tholocelulose (%) 12 55,95 a 7,85 53,01 a 8,77 46,90 - 60,84 42,96 - 59,14 
Tumidade (%) 12 9,30 b 0,02 9,53 a 0,07 9,29 - 9,32 9,46 - 9,59 
Tmateriais voláteis (%) 12 77,40 a 1,13 78,96 a 1,09 76,52 - 78,68 78,17 - 80,21 
Tminerais (%) 12 1,12 a 0,02 0,98 b 0,04 1,11 - 1,14 0,94 - 1,01 
Tcarbono fixo (%) 12 21,48 a 1,13 20,06 a 1,09 20,20 - 22,34 18,81 - 20,82 
Médias nas linhas seguidas de mesma letra não diferem entre si significativamente a 5% de probabilidade. N = 
Número de medições; Textrativos = Teor de extrativos; Tlignina = Teor de lignina; Tholocelulose = Teor de holocelulose; 
Tumidade = Teor de umidade; Tmateriais voláteis = Teor de materiais voláteis; Tminerais = Teor de minerais; Tcarbono Fixo = 
Teor de carbono fixo. 
 
46 
 
A média dos teores de extrativos foi de 13,02% para o Ambiente 1 e 12,68% para o 
Ambiente 2. Os valores do teor de lignina variaram de 29,90% no Ambiente 1 a 33,33%no 
Ambiente 2. O teor de holocelulose médio pertencente aos Ambiente 1 e 2 foi igual a 55,95% 
e 53,01%, respectivamente. Os teores de extrativos, lignina e holocelulose não apesentaram 
diferenças significativas nos ambientes estudados. Os valores encontrados estão próximos aos 
relatados por Walker (2006) que indica a composição química da madeira de folhosas 
composta por 44% de celulose, 28% de hemiceluloses, 24% de lignina e 4% de extrativos, e 
Jordão (1991) menciona que as madeiras de folhosas contêm entre 2 a 4%. Entretanto o alto 
teor de extrativos encontrados na Rhizophora mangle pode estar relacionada a sua alta 
densidade básica, pois segundo Bowyer et al. (2007), a presença de extrativos pode ter grande 
influência na densidade da madeira. 
O elevado teor de lignina mostra uma maior resistência da madeira, pois é um 
componente hidrofóbico e as células apresentam parede celular com elevada rigidez e dureza 
(PETTERSEN, 1984). Zobel et al. (1989) afirmam que o elevado valor da lignina proporciona 
maior resistência mecânica da madeira ao esmagamento, porém, aumenta sua facilidade de 
ruptura e a deixa mais quebradiça. 
Para o teor de umidade, houve diferença estatística entre os ambientes, com médias de 
9,30% no Ambiente 1 e 9,53% no Ambiente 2. No entanto Silva et al. (2003) relata que a 
umidade não pode ser considerada como uma característica intrínseca da madeira, porém, o 
seu estudo é indispensável por se tratar de um parâmetro que afeta o comportamento do 
material quanto à trabalhabilidade, estabilidade dimensional, resistência mecânica e 
durabilidade natural. 
Os teores de minerais apresentaram valores de 1,12% para o Ambiente 1 e 0,98% para 
o Ambiente 2, mostrando que houve diferenças significativas. Os minerais, também 
conhecidos como cinzas, são os resíduos que sobram após a combustão completa da madeira, 
sendo que estes resíduos incluem os minerais da parede celular e qualquer outro material 
mineral presente nos cristais da cavidade celular (JÚNIOR, 2011). 
Em relação aos materiais voláteis, os dados encontrados no Ambiente 1 são de 77,40% 
e no Ambiente 2 são de 78,96%. Para o teor de carbono fixo, os dados encontrados foram de 
21,48% no Ambiente 1 e de 20,06% no Ambiente 2. Os teores de materiais voláteis e carbono 
fixo não foram diferentes estatisticamente. Pode-se observar que o comportamento dos teores 
de materiais voláteis e carbono fixo encontrados foi de acordo com a afirmação de Couto 
(2014), que a concentração de materiais voláteis é inversamente proporcional ao teor de 
carbono fixo. 
47 
 
6. CONCLUSÕES 
 
A espécie Rhizophora mangle encontrada nos ambientes, Ilha de Algodoal e Ilha de 
Marajó, apresentou diferenças estatísticas nos parâmetros quantitativos das propriedades 
anatômicas da madeira. Nas propriedades físicas não houve efeito significativo em nenhum 
dos parâmetros avaliados e nas propriedades químicas apenas o teor de umidade e teor de 
minerais apresentaram diferenças estatísticas. 
Os estudos das propriedades da madeira de Rhizophora spp contribui para o 
conhecimento científico, auxiliando assim em ações que favoreçam a conservação deste 
ecossistema, visto que há uma carência em pesquisas na área, principalmente das 
propriedades físicas e químicas da madeira de espécies arbóreas de mangue. 
 
 
 
 
48 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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