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CURSO: BACHARELADO EM ZOOTECNIA Relatório CRATO – CE 2019 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO CEARÁ – IFCE Análise de densidade e textura dos solos Relatório apresentado referente à disciplina de fundamentos da ciência do solo, do curso de Zootecnia do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Ceará - IFCE, no semestre de 2018.2. Professor Homero Eduarda de Oliveira Machado Ribeiro CRATO – CE 2019 1-Análise de densidade de textura de solos. 2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA 2.1 Densidade e Porosidade A compactação do solo esta relacionada ao aumento da densidade do solo e diminuição considerável da porosidade total, frutos do arranjo estrutural das partículas ( REICHERT et al 2010 apud CUSTODIO et al 2015). O estado atual do solo deve ser classificado por alguns atributos, entre eles a densidade do solo, a densidade máxima e densidade relativa ( CUSTUDIO et al 2015). De acordo com Ferreira (2010) apud Custodio et al. (2015) deve se utilizar a diferença da massa do solo e de um volume conhecido para se determinar a densidade. O pesquisador Klein (2006) apud Custodio et al. (2015) defende que a máxima compactação do solo em umidade critica pode ser considerada a densidade máxima do solo. Segundo pesquisas realizadas por Klein et al. ( 2019 ) apud Cuetodio et al. (2015) a densidade relativa é a função da densidade do solo com a densidade máxima, formando a compactação do solo. O solo tem em sua composição diferente compostos química e quando são arranjados ou organizados em determinadas formas dão origem a estrutura do solo, em relação os agregados que são formados por areia, argila e silte. Quando tem determinados tamanhos e formas conferem a porosidade do solo (HILLEL,1998;RICHARD,2008 apud CUSTODIO et al. 2015). Porosidade é o lugar do solo ocupado pela água e o ar. Tem tamanhos e números variados e são distribuídos em horizontes diferentes. A sua porcentagem é feita através da densidade real e densidade aparente. Espaço dessa porcentagem é feita pela textura, composição e agregação das partículas.(VIEIRA,L.S;SANTOS,P.C.T;VIEIRA,M.NF;p37, 1998) 2.2 Textura Segundo Bertoni e Lombardi Neto (2012) apud Guevara et al. (2017) textura e granulometria são tratadas como sinônimos de forma errônea, já que textura esta relacionada as partículas primarias do solo, areia, silte e argila. Em complemento Klein (2014) apud Guevara et al. (2017) a granulometria esta estritamente relacionada a porcentagem das partículas primarias, que possuem tamanhos distintos e diâmetro especifico. Com base em pesquisas realizadas por Wang et al. (2005) apud Guevara et al. (2017) a textura influencia diretamente na capacidade de coesão e adesão das partículas do solo, onde os mesmos vão influenciar na resistência do solo a dinâmica da agua. A textura e um parâmetro físico que afirma que para um solo ser considerado produtivo deve ter uma textura argilosa (SANTOS et al. 2003 apud GUEVARA 2017). A analise de solos tem como um dos principais métodos para calcular a granulometria que tem como função determinar o conteúdo da argila, o método mais usado é a pipeta e decímetro (GEE e BAUDER 1986 apud CUNHA et al. 2014). Quando um desses métodos é usado é levado em consideração o tempo que as partículas levam para chegar ao fundo do recipiente e comisso a argila , a areia e o silte levam tempos, diferentes para decantar em meios líquidos (KBEIN 2008;VITORINO et al. 2007 apud CUNHA et al. 2014). 3. MATERIAIS E MÉTODOS A densidade aparente do solo e determinado pela reação entre a massa do solo seca e o volume indeformado do solo. Principio: · Coleta de uma amostra de solo indeformada com o uso de anel volumétrico. Procedimentos: · Medir e anotar o diâmetro do anel; · Determinar o peso do conjunto de anel volumétrico com balança de precisão e anotar; Coleta do solo-Cálculo: · Volume do anel ou volume aparente do solo – Vap (cm³) · V= π r² h; onde; · r= raio do anel volumétrico , ou seja diâmetro dividido por 2; · h= altura do anel volumétrico; · π= 3,14. Peso da amostra do solo – Pap (g): · Pap= Peso do conjunto do solo sem estufa- Peso do conjunto sem o solo Densidade aparente – Dap: · Dap= (Pap/Vap),em g/cm³ A densidade real do solo é determinada pela relação entre a massa do solo seca e o volume do deformado do solo. Principio: · Determinação da massa e do volume das partículas primárias do solo. Procedimento: · Retirar a amostra do solo seco do anel volumétrico; · Desestruturar a amostra; · Pesar e anotar 20 g ou menos da amostra desestruturada-Pre(g); · Transferir para um balão volumétrico de 50 ml; Determinação do volume da partícula do solo. Procedimento: · Preparar a base de titulação com uma bureta de 50 ml; · Aferir a bureta com 50 ml de álcool etílico; · Transferir para o balão volumétrico com a amostra de solo, volume de álcool suficiente para cobrir a amostra de solo; · Parar a transferência de álcool; · Agitar o balão volumétrico ate que os solos estejam totalmente úmido; · Voltar a transferir álcool da bureta para o balão volumétrico até a aferição; · Anotar a quantidades de álcool que resta na bureta – Vre(cm³); Coleta de solo. Cálculo: · Densidade real-Dre · Dre=(Pre/Vre); Determinação da porosidade total do solo. · Pt=1-(Dap/Dre). · Pt%= Ptx100. Preparo da solução de Hidroxido de sódio 1 N · Solução de NaOH N; · Pesar 40g do NaOH P.A; · Dissolver em água destilida; Preparo da solução de Hexametafosfato de sódio 1 N, tamponada com carbonato de sódio · Pesar 37,5 gramas de hexametafosfato de sódio; · Dissolver em água com auxilio de um bécher; · Adicionar 7,94 gramas de carbonato de sódio anidro; · Passar para uma proveta de 1000ml; · Homogenizar; · Passar para um recipiente de vidro escuro; Coleta do Solo · Com auxilio de um trado, retirar amostras de solos em duas profundidades diferentes; · Profundidade de zero a 15cm; · Profundidade de 15 a 30cm; · Cada uma destas amostras devem: · Ser homogenizadas; · Secar ao ar e á sombra por no mínimo 48 horas; · Destorroada; · Passadas em uma peneira de 2 mm de malha; · OBS: · O material final deste processo recebe nome de Terra Fina Seca ao Ar. Método da Pipeta · Preparo da amostra; · Pesar 50 g da amostra de TFSA; · Colocar em um Becker de 250ml; · Adicionar 50 ml da solução dispersante de hidroxido de sódio; · Adicionar 100 ml de solução dispersate de hexametafosfato de sódio tamponada; · Homogenizar; · Aguardar 24 horas; Preparo da amostra. · Após 24 horas: · Adicionar 100 ml de água destilada ou deionizada, · Agitar com bastão de vidro, · Transferir as amostras para copos metálicos, · Agitar no agitador por 15 minutos a 1.500 rpm, · Transferir a amostra para uma proveta de 1000 ml, · Completar o volume da proveta, · Agitar com bastão de vidro, · Medir a temperatura, · Determinar o tempo para primeira coleta de acordo com a temperatura (argila + silte). Temperatura Argila Pipetar a 5 cm Argila + Silte Pipetar a 10 cm 0C horas Minutos minutos segundos 15 4 54 2 59 16 4 37 2 51 17 4 26 2 30 18 3 53 2 21 19 3 49 2 12 20 3 43 2 9 21 3 28 1 52 22 3 10 1 38 23 3 03 1 24 24 2 43 1 15 25 2 17 1 13 26 1 56 1 3 27 1 43 0 55 OBS: Usar a tabela a seguir . Leitura da amostra. · Após passar o tempo definido pela tabela para Argila + Silte: · Pesar um recipiente metálico vazio, · Anotar o peso do recipiente R(Ag+Sl), · Inserir a pipeta cuidadosamente a 10 cm de profundidade, · Recolher 50 ml da suspenção sem turbilhamento da solução, · Colocar o conteúdo da pipeta no recipiente de peso conhecido, · Pesar o recipiente coma suspenção, · Anotar o peso S(Ag+Sl), · Levar à estufa a 105 graus até a evaporação completa do líquido, · Pesar o recipiente após evaporação, · Anotar o peso P(Ar+Sl). · Após passar o tempo definido pela tabela para Argila: · Pesar um recipiente metálico vazio, · Anotar o peso do recipiente R(Ag), · Inserir a pipeta cuidadosamente a 5 cm de profundidade, · Recolher 50 ml da suspenção sem turbilhamento da solução, · Colocar o conteúdo da pipeta no recipiente de peso conhecido, · Pesar o recipiente com a suspenção, · Anotar o peso S(Ag), · Levar à estufa a 105 graus até a evaporação completa do líquido, · Pesar o recipiente após evaporação, · Anotar o peso P(Ag). Cálculos das frações do solo. · Peso total da amostra 50 gramas; · Volume da proveta 1.000 ml, · Volume pipetado 50 ml, · Proporção volumétrica = 1.000/50 = 20 · % (argila) = (((P(Ag) – R(Ag)) x 20)/50) x 100; · % (argila + Silte) = (((P(Ag+Sl) – R(Ag+Sl) x 20)/50) x 100; · % (Silte) = %(Argila + Silte) - %(Argila); · % areia = 100 – % (Argila + Silte). 4. RESULTADOS Densidade real e densidade aparente · Diâmetro interno do anel: 6,3 cm · Espessura do anel: 2,5 cm · Peso do anel sem o material: 94,22 g · Peso do anel com material: 184 g · Peso após a estufa: 177,96 g · Densidade aparente: 1,04 g/cm³ · Densidade real: 2,36 g/cm³ · Porosidade total: 56% Textura · Valor da temperatura: 25°C · Tempo para pipetar a argila mais silte: 1 minuto e 13 segundos · Argila+silte: 21,75 · Tempo para pipetar argila: 2 horas e 17 minutos · Argila: 20,00 5. CONCLUSÃO Após analisarmos o primeiro solo que foi proveniente da trilha Jose do Vale Arrais do IFCE no bloco de zootecnia, concluímos que não é ideal para o plantil de pastagens para alimentação de animais de produção, já que é um organossolo, com densidade real igual a 2,36 g/cm³ e porosidade total de 56%, que apresenta grande restrição ao uso agrícola, devido a drenagem muito lenta, acidez e pouca capacidade de se recuperar depois de manejos inadequados, assim exigindo cuidados especiais no planejamento da drenagem. No segundo solo analisado, após a avaliação de textura, encontramos um solo com argila igual a 20, tendo assim uma textura media, com características de solos que apresentam certo equilíbrio entre os teores de arreia, silte e argila, que normalmente apresenta boa drenagem, boa capacidade de retenção de agua, assim não necessitando de manejos especiais, adequando-se a todos os métodos de irrigação, é um solo vermelho e amarelado indicando forte presença de oxido de ferro. Portanto é um solo que tem capacidade de desenvolver algumas especiais de pastagens mais rusticas REFERÊNCIA CENTENO, L. N; GUEVA, M. D. F; CECCPNELLO, S. T; SOUSA, R. O. D; TIMM, L. C. Textura do solo; conceitos e aplicações em solos arenosos. Revista de Engenharia e Sustentabilidade, Pelotas, v.4, n.1, p31-37, 2017. DOI: 10.15210/RBES.V4I1.11576. Acesso em 31 out. 2019. CUSTUDIO, G. D; RIBON, A. A; FERNANDES, K. L;HERMÓGENES, V. T. L; BARROS, L. R. Densidade do solo e densidade relativa- indicadores de qualidade física de um latassolo amarelo sob diferentes manejos de pastagens e mata nativa. Rev. Ciências Exatas da Terra e Ciência Agrárias, São Paulo, v.10, n.1, p50-63, 2015. Disponível em: < bvs-vet.org.br/vetindex/periódicos/campo-digital/10-(2015)-1/densidade-do-solo-e-densidade-relativa---indicadores-da-qualidade-fisi/ >. Acesso em 31 out. 2019. COSTA, L. F.; ANTONIO, A. C. D; HERCK, R. J; COUTINHO, A. P; PIMENTEL, R. M. M; VASCONCELOS, T. C; MACHADO, C. B; Espaço poroso em solos brasileiros usando microtomografia computadorizada de raios- X. Revista Brasileira de Geografia Física, v.09, n.03, p692-706, 2016. Disponível em: < https://www.bvs-vet.org.br/vetindex/periodicos/campo-digital/10-(2015)-1/densidade-do-solo-e densidade-relativa---indicadores-da-qualidade-fisi/ >. Acesso em 31 out. 2019. CUNHA, G. O. M; ALMEDIA, J. A; BARBAZA, B. B; ERIEDERICHS, A; RECH, C; HELBERLE, D. A; GROHSKOPF, M. A. Comparação de métodos de determinação de argila em diferentes solos brasileiros. PESQ. AGROP. GAUCHO, Porto Alegre, v.20, ns. ½, p126-136, 2014. Disponível em: < https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.fepagro.rs.gov.br/upload/1434737233_solos.pdf&ved=2ahUKEwjq6bzbytjlAhWnLLkGHYInCVsQFjAAegQIAxAB&usg=AOvVaw2q55f4wPLwWbu6Amz8r668&cshid=1573143355202> Acesso em 31 out. 2019. VIERA, L. S; SANTOS, P. L. T. C; VIERA, N. S. Solos: propriedade, classificação e manejo, Brasília; MEC/ABEA, 1988.
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