Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Potencial de ação - O potencial de ação conduz uma determinada informação de um neurônio para outro até chegar no local de destino, desencadeando um processo de sinapse. Ocorre de maneira constante devido a algum estímulo inicial. Características: - Próprio de dois tipos de células excitáveis, que são aquelas que, quando recebem um estímulo, produzem uma resposta específica (tem mais potássio dentro da célula): neurônios e fibras musculares; - Íons principais do potencial de ação: sódio e potássio; - Canais que atuam no potencial de ação (3): canais voltagem dependentes (um específico para Na e outro para K) e bomba de sódio e potássio. OBS: - Dentre as células excitáveis, destacam-se os neurônios. Existem neurônios amielinizados (minoria, SNC) e mielinizados (maioria). - A bainha de mielina é uma estrutura lipídica formada pelas células de Schwann, que isola o axônio do meio extracelular; - Entre uma bainha de mielina e outra existem espaços não isolados do LEC chamados de nódulos de Ranvier - presença de muitos canais dependentes de voltagem; - A bainha de mielina é responsável pela condução saltatória do impulso nervoso quando o estímulo ultrapassa o limiar de excitabilidade (mais rápida), que ocorre devido à distribuição heterogênea dos CVD, enquanto no neurônio amielinizado e nas fibras musculares a condução é contínua. - A condução contínua do impulso nervoso é a que envolve o potencial de ação (despolarização e repolarização gradual); - Os impulsos nervosos são unidirecionais; - O diâmetro do axônio e a temperatura também interferem na velocidade da propagação do impulso nervoso (↑diâmetro - ↑velocidade / ↓temperatura - ↓velocidade); - A bainha de mielina, com o passar do tempo, vai sendo degradada. Existem várias doenças neurodegenerativas que destroem a bainha, que não consegue se restituir posteriormente (ex: Alzheimer, Parkinson, ELA). Fases do potencial de ação: - Repouso, Despolarização, Repolarização e (pós) Hiperpolarização. Repouso: - Fase do potencial de membrana (ou de repouso) da célula; - Ainda não houve estímulos (sensitivos ou motores) para iniciar o potencial de ação; - Nesse estágio, o neurônio está polarizado: face interna negativa (-70mV), carregada de K+ no meio interno e face externa positiva, carregada de Na+ no meio externo (bomba de sódio e potássio mantém esse estado de repouso e polarização); - Canais voltagem dependentes inativos e bomba de sódio e potássio ativa (mantém o gradiente eletroquímico da célula). - O potencial de membrana de repouso é gerado devido a três importantes fatores: I. Distribuição heterogênea de íons no LEC (+) e no citosol (-); MP tem mais canais de K+ do que de Na+ -> à medida que cada vez mais íons K+ saem, a parte interna torna-se mais negativa e a externa mais positiva; II. Incapacidade da maioria dos ânions em sair da célula, pois estão ligados a moléculas que não se difundem, como ATP e grandes proteínas; III. Natureza eletrogênica da bomba de sódio e potássio (Na+-K+ ATPase): a bomba de sódio e potássio ajuda a manter o potencial de membrana por meio da retirada de Na+ tão logo quanto ele entra na célula e, simultaneamente, captam K+. A bomba retira 3 Na+ para 2 K+ captados – característica eletrogênica (removem mais carga positiva do que as repõem). O potencial de ação inicia-se, de fato, quando um neurônio recebe um estímulo. Se esse estímulo for suficiente para atingir uma faixa chamada de limiar de excitabilidade (+15mV a +20mV), ele superará o limiar de ação, de -55mV, e gerará o impulso nervoso (amplitude do potencial de ação não depende da intensidade do estímulo, desde que ele atinja o limiar); Princípio do tudo ou nada: um potencial de ação é gerado em resposta a um estímulo limiar, mas não se forma a partir de um estímulo sublimiar. Em outras palavras, ou o estímulo atinge o limiar de +15mV ou nada acontece, e, então, os canais voltagem dependentes são ativados e tem início a despolarização. Despolarização: - Canais voltagem dependente de sódio abertos e os de potássio fechados, fazendo com que os íons Na+ entrem em grande quantidade, caracterizando a despolarização; - O influxo de Na+ muda o potencial de ação de -55 para +30mV (no pico do potencial de ação a parte interna da MP é 30mV mais positiva que a externa; - Cada CVD de Na+ tem duas comportas separadas, uma de ativação e outra de desativação; durante o repouso de um canal de Na+, a comporta de desativação está aberta e a de ativação está fechada (Na+ não consegue entrar na célula) - Ao atingir o limiar os CVD de Na+ são ativados e abrem suas duas comportas e o sódio começa a entrar na célula; - À medida que se abrem mais canais, o influxo de Na+ aumenta e a membrana se despolariza ainda mais, e mais canais voltagem dependentes se abrem (feedback positivo) – meio interno fica mais positivo e o externo mais negativo - No entanto, a [ ] de Na+ mal se modifica devido à presença de milhões desses íons no meio extracelular. A bomba de sódio e potássio retira facilmente esses íons que entram para a célula em um único potencial de ação, mantendo a [ ] de Na+ baixa dentro da célula; - Quando a voltagem da membrana atinge cerca de +40mV, os canais de sódio fecham (Na+ “preso na célula”) e os canais de potássio começam a abrir, dando início à fase de repolarização. Repolarização: - Canais voltagem dependentes de sódio fechados (inativos) e os de potássio abertos (abertura lenta); - A abertura mais lenta dos canais de K+ ocorre aproximadamente no mesmo instante em que os canais de Na+ são fechados caracterizam essa fase de repolarização; - Como os canais de Na+ estão inativos, o influxo desse íon se torna mais lento e, ao mesmo tempo, a saída de K+ é mais acelerada, fazendo com que o potencial da membrana passe de +30 para -70mV. - A parte interna da membrana volta a ficar negativa e a externa volta a ficar positiva, mas com os íons invertidos (mais Na+ dentro e mais K+ fora); - A repolarização também permite que os canais inativos de Na+ voltem ao seu estado de repouso, - Enquanto os CVD de K+ estão abertos, a saída desse cátion pode ser grande o suficiente para causar uma fase de (pós) hiperpolarização. - Depois que uma determinada região do neurônio passa por despolarização e repolarização, ela entra em um curto período chamado de período refratário; - Isso significa que, por mais que aquela porção do neurônio entre em contato com um novo estímulo, ela não vai poder despolarizar. Hiperpolarização: - Nessa fase, os canais dependentes de voltagem de K+ permanecem abertos e o fluxo de alguns íons continua pois o fechamento é lento (ou tardio), fazendo com que o potencial de membrana se torne ainda mais negativo (cerca de -90mV); - Quando os canais de K+ se fecham, o potencial de membrana volta a seu repouso em -70mV; - Canais VD de Na+ continuam fechados; - Ao contrário dos canais de Na+, os canais de K+ não possuem um estado inativo, eles se alternam entre estados de fechamento (repouso) e abertura (ativação); - Fechamento total dos canais de K+ e início da ativação da bomba de sódio e potássio (bomba joga 3 íons Na+ para fora e recolhe 2 íons de K+). - Após a hiperpolarização, há um retorno à fase de repouso. Período refratário: - Período de tempo após o início do potencial de ação durante o qual uma célula excitável não consegue gerar outro potencial de ação em resposta a um estímulo limiar normal. Período refratário absoluto: - Engloba a despolarização e repolarização; - Período em que a célula não consegue receber um segundo estímulo, pois os canais de sódioestarão inativados (coincide com o período de ativação e inativação do canal de Na+). Se o mesmo está fechado, não teremos como estimulá-la, independente da grandeza do estímulo; para reabrir, eles devem primeiro voltar ao estado de repouso; Período refratário relativo: - Tem início na hiperpolarização; - Período em que a célula poderá receber um segundo estímulo e responder ao mesmo, mas sua intensidade deverá ser maior, pois a célula estará hiperpolarizada e mais distante do atingir seu limiar de excitação – estímulo supralimiar; - Coincide com o período em que os canais de K+ ainda estão abertos, após a volta dos canais de Na+ inativos para o repouso. Sequência dos eventos do potencial de ação: Repouso em -90 ou -70mV --> estímulo --> abertura de canais químicos --> permitem a passagem de Na -> voltagem sobe um pouco, de 15 a 20mV --> lei do tudo ou nada --> se não atinge o limiar de excitabilidade, bomba de Na e K entra em ação --> se atinge os -55mV, abertura dos CVD de Na e os de K permanecem fechados --> voltagem sobe até limiar de despolarização/pico de despolarização de +35 mV --> abertura dos CVD de K e fechamento dos de Na (Na preso dentro da célula) --> voltagem volta a cair até -90 ou -70mV (repolarização) -> voltagem de repouso é atingida, mas com íons invertidos (Na dentro e K fora) --> CVD de K fecham lentamente (até o fechamento total, continua a passagem de K para fora da célula) --> voltagem cai abaixo em 5 mV do repouso (hiperpolarização) --> fechamento total dos canais de K e ativação da bomba Na e K (joga 3 íons Na para fora e pega 2 íons K para dentro) --> retorno ao estado de repouso (mais Na fora da célula e mais K dentro) Propagação dos potenciais de ação: - Para transmitir informações de uma parte do corpo para outra, os potenciais de ação devem se propagar a partir do local onde são gerados, na zona-gatilho do axônio, para os terminais axônicos; - O potencial de ação mantém sua intensidade durante a propagação pela membrana; - Quando a primeira porção sofre despolarização, ela estimula a região vizinha a despolarizar. Só que, quando essa porção vizinha despolarizou, a primeira já está repolarizada e com sua carga original; - Essa segunda porção que despolarizou influencia as regiões laterais a se despolarizarem também. No entanto, a primeira porção que já está repolarizada encontra-se no período refratário absoluto e não despolariza. Somente a região à direita da segunda porção que despolariza e, quando isso acontece, a segunda região já está repolarizada; - Quando a terceira área despolariza, a segunda já está repolarizada e a primeira região que começou a propagação do impulso nervoso entra em estado de repouso e a bomba de sódio e potássio volta a agir, jogando sódio para fora e potássio para dentro da célula.
Compartilhar