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DESENVOLVIMENTO COGNITIVO APRENDIZAGEM E COMPORTAMENTO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL 2 Sumário INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 TEORIA COGNITIVA: BREVE HISTÓRIA .................................................................. 5 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ....................................................................... 7 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ......................................................................... 16 APRENDIZAGEM E SISTEMA NERVOSO .............................................................. 18 OS 4 ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM ................................................................... 22 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL OU ATRSO COGNITIVO ......................................... 24 COMO ADPTAR ATIVIDADES PARA DIFERENTES CASOS DE ATRASOS COGNITIVO OU DEFICIÊNCIA....................................................................................... 31 INTELECTUAL ...................................................................................................... 31 SÃO DIFERENTES CASOS DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL OU SÃO APENAS MENTES DIFERENTES ? ................................................................................ 41 CONCLUSAO........................................................................................................ 42 REFERENCIAS ..................................................................................................... 44 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO A capacidade de absorver e de assimilar informações é essencial para o processo de aprendizagem do ser humano. Considerando que o cuidado com a questão deve surgir ainda na educação infantil, é papel da escola trabalhar o desenvolvimento cognitivo de maneira adequada, desde o primeiro dia de aula da criança, levando em conta as características inerentes a cada fase do desenvolvimento. Para tanto, muitos educadores se baseiam na teoria de Jean Piaget, importante pensador do século XX e um dos psicólogos mais conhecidos. Segundo ele, o desenvolvimento humano ocorre em quatro estágios sucessivos, que costumam surgir em faixas etárias específicas, independentemente da origem ou cultura da criança. http://educacaoinfantil.aix.com.br/primeiro-dia-de-aula-o-papel-do-professor-na-adaptacao-da-crianca/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/primeiro-dia-de-aula-o-papel-do-professor-na-adaptacao-da-crianca/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/primeiro-dia-de-aula-o-papel-do-professor-na-adaptacao-da-crianca/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/primeiro-dia-de-aula-o-papel-do-professor-na-adaptacao-da-crianca/ 5 TEORIA COGNITIVA: BREVE HISTÓRIA A Teoria cognitiva surgiu nos Estados Unidos entre as décadas de 1950 e 1960 como uma forma de crítica ao Comportamentalismo, que postulava, em linhas gerais, a aprendizagem como resultado do condicionamento de indivíduos quando expostos a uma situação de estímulo e resposta. O termo cognição pode ser definido como o conjunto de habilidades mentais necessárias para a construção de conhecimento sobre o mundo. Os processos cognitivos envolvem, portanto, habilidades relacionadas ao desenvolvimento do pensamento, raciocínio, linguagem, memória, abstração etc.; têm início ainda na infância e estão diretamente relacionados à aprendizagem. De acordo com os principais teóricos cognitivistas, dentre os quais se destacam Piaget, Wallon e Vigotsky, é preciso compreender a ação do sujeito no processo de construção do conhecimento. Apesar de diferenças entre suas teorias, procuraram compreender como a aprendizagem ocorre no que se refere às estruturas mentais do sujeito e sobre o que é preciso fazer para aprender. https://www.infoescola.com/educacao/aprendizagem/ https://www.infoescola.com/psicologia/cognicao/ https://www.infoescola.com/biografias/jean-piaget/ https://www.infoescola.com/biografias/jean-piaget/ https://www.infoescola.com/biografias/vigotski/ 6 Jean Piaget (1896-1980) centraliza sua explicação para o desenvolvimento cognitivo nas fases de desenvolvimento da criança. Para ele, o desenvolvimento cognitivo ocorre em uma série de estágios sequenciais e qualitativamente diferentes, através do quais vai sendo construída a estrutura cognitiva seguinte, mais complexa e abrangente que a anterior. Nesse sentido a teoria piagetiana considera a inteligência como resultado de uma adaptação biológica, aonde o organismo procura o equilíbrio entre assimilação e acomodação para organizar o pensamento. O que determina o que o sujeito é capaz de fazer em cada fase do seu desenvolvimento é o equilíbrio correspondente a cada nível mental atingido. Henry Wallon (1879-1962) compreende o desenvolvimento cognitivo como um processo social e interacionista, no qual a linguagem e o entorno social assumem um papel fundamental. Assim como Piaget, Wallon também categoriza o desenvolvimento em etapas, mas procura o entendimento do sujeito em sua integralidade: biológica, afetiva, social e intelectual. Desta forma, a existência do indivíduo se dá entre as exigências do organismo e da sociedade e seu desenvolvimento ocorre por meio de uma construção progressiva em que predominam ora aspectos afetivos, ora cognitivos estabelecidos, através das relações entre um ser e um meio que se modificam reciprocamente. Lev Vygotsky (1896-1934) postula que o desenvolvimento do indivíduo e a aquisição de conhecimentos é resultado da interação do sujeito com o meio, através de um processo sócio histórico construído coletivamente e mediado pela cultura. De acordo com sua teoria, a aprendizagem promove o despertar de processos internos de desenvolvimento que não ocorreriam senão por meio das interações estabelecidas com o meio externo ao longo da vida. Como fruto dessas trocas e interações, o cérebro tem a capacidade de criar novos conhecimentos, isto porque o contato com outras experiências ativa as potencialidades do aprendiz em elaborar seus conhecimentos sobre os objetos, em um processo mediado pelo outro. Podemos apontar que a principal contribuição das teorias cognitivas é permitir um maior nível de compreensão sobre como as pessoas aprendem, partindo do princípio de que essa aprendizagem é resultado da construção de um esquema de representações mentais que se dá a partir da participação ativa do sujeito e que resulta, em linhas gerais, no processamento de informações que serão internalizadas e transformadas em conhecimento. 7 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Aprendizagem é toda mudança de comportamento em resposta a experiênciasanteriores porque envolve o sujeito como um todo, considerando todos os seus aspectos, sendo eles psicológicos, biológicos e sociais. Se algum desses aspectos estiver em desequilíbrio haverá a dificuldade de aprendizagem. Segundo Piaget (1973), a aprendizagem só se dá com a desordem e ordem daquilo que já existe dentro de cada sujeito. É necessário obter contato com o difícil, com o incomodo para desestruturar o já existente e em seguida estruturá-lo novamente, com a pesquisa e também motivações tanto intrínseca como extrínseca para obter a aprendizagem, ressaltando que a motivação intrínseca é mais importante porque o sujeito tem que estar interessado em aprender, sendo que a junção dos dois (intrínseca e extrínseca) formam importantes aliados para a melhor aprendizagem do sujeito. 8 O processo do conhecimento se dá na interação entre sujeito e objeto, esta interação Piaget (1973) chama de assimilação e acomodação. Assimilação para Piaget (1973) é “(...) uma integração a estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação‖. Simplificando, o processo de assimilação é a articulação das ideias já existentes com as que estão sendo aprendidas de forma que adapta o novo conhecimento com as estruturas cognitivas existentes. Acomodação é toda mudança de comportamento, alteração do sujeito, este só acontece quando o sujeito se transforma, amplia ou muda os seus esquemas. Esquema é a estrutura da ação, ou seja, nós vamos integrando uma determinada coisa com outra coisa que já entramos em contato anteriormente, assim vamos articulando o já conhecido com o que está sendo apresentado, mudando ou ampliando o esquema já existente. Não há assimilação sem acomodação e vice-versa, mas pode acontecer o predomínio de uma ou de outra, para ocorrer este processo é preciso que o sujeito tenha situações problemas que desafiem sua inteligência. Para Piaget (1973) o desenvolvimento cognitivo é dividido em quatro estágios: O estágio Sensório motor vai aproximadamente entre 0 à 24 meses. Aqui a criança vai percebendo aos pouco o seu meio e age sobre ele, o bebê age puramente através de reflexos, com o tempo ele percebe que certos movimentos e atitudes movem o seu externo, por exemplo, o choro, ela percebe que ao chorar vai vir alguém acudi-la, neste período há várias assimilações e acomodações que criam esquemas de ação. Há algumas características neste estágio: a primeira é o 9 reflexo, na qual ela não se diferencia do mundo exterior; a segunda são as primeiras diferenciações, existe uma coordenação entre mão e boca, uma diferenciação entre pegar e sugar, surgem os primeiros sentimentos como a alegria, a tristeza, o prazer e desprazer, que estão ligados a ação; a terceira é a reprodução de eventos interessantes; a quarta é a coordenação de esquemas, ou seja, ela começa a usar um esquema em outras coisas para ver se obtém o mesmo resultado, por exemplo, a criança balança um chocalho e vê que aquilo faz barulho, ao pegar outro objeto ela vai balançar para ver se aquilo também fará barulho; a quinta é a experimentação, invenção de novos meios, a criança passa a inventar novos comportamentos, ações a partir da tentativa e erro, consegue a inteligência quando consegue solucionar problemas; a sexta é a representação, ela começa a ter um sentimento de escolha, o que quer ou não fazer. O estágio Pré – operatório vai aproximadamente entre 2 à 6 anos. Aqui a criança possui uma capacidade simbólica, uso de símbolos mentais como a linguagem e imagens, nesta fase há uma explosão da linguística, algumas características deste estágio são: primeira – a imitação diferida ou imitação de objetos distantes; segunda – jogo simbólico é também imitativo, a criança não se preocupa se o outro irá entendê- la, ela se preocupa com o seu entendimento, é uma forma de se auto expressar; terceira – desenho, é a sua forma de deixar uma marca, ela desenha o que quer, sendo ou não real; quarta – imagem mental, as imagens são estáticas, são imagens que representa o interno, algo que já foi passado; quinta – linguagem falada, a criança começa a falar uma palavra como se fosse uma frase, aos pouco ela vai aumentando o seu repertório vocábulo. Neste estágio há também as características do pensamento infantil, que são: egocentrismo – é a incapacidade de se colocar no ponto de vista do outro (por volta dos 4 ou 5 anos), a criança acha que todo mundo pensa como ela, então ela não questiona ninguém, por volta dos 6 ou 7 anos ela começa a ceder às pressões das pessoas que vivem a seu redor, ela começa a se questionar porque gera um conflito, 10 assim ela começa a perceber que cada um pensa de um jeito; raciocínio transformacional – é a incapacidade para raciocinar com sucesso sobre transformações, a criança não focaliza a transformação; centração – a criança centra alguma coisa limitadamente, não a vê como um todo, ela é incapaz de explorar todos os aspectos, ela leva em consideração a percepção e não o raciocínio. Após os 6 ou 7 anos o pensamento da criança toma uma posição apropriada. O estágio Operatório concreto vai aproximadamente entre 7 à 11anos. Aqui a criança desenvolve processos de pensamento lógico, não apresenta dificuldades na solução de problemas de conservação e apresenta argumentos corretos para suas respostas, a criança descentra suas percepções e acompanha as transformações, ela também começa a ser mais social saindo da sua fase egocêntrica ao fazer o uso da linguagem, a fala é usada com a intenção de se comunicar, ela percebe que as pessoas podem pensar e chegar a diferentes conclusões, sendo elas diferentes das suas, ela interage mais com as pessoas, quando aparece um conflito ela usa o raciocínio para resolver. As operações lógicas é a ocorrência mais importante neste estágio porque as ações cognitivas internalizadas permitem que a criança chegue a conclusões lógicas, sendo elas controladas pela atividade cognitiva e não mais pela percepção e construídas a partir das estruturas anteriores como uma função de assimilação e acomodação. O estágio do Pensamento formal acontece após os 12 anos, a criança ou adolescente começa ter um pensamento hipotético – dedutivo, ou seja, começa a levantar hipóteses e deduzir conclusões. O adolescente usa esquemas aprendidos dos estágios anteriores para fortalecer as hipóteses deste estágio, assim ele vai 11 aprimorando cada vez mais os estágios anteriores. Deste estágio em diante o que ocorre é o aperfeiçoamento dos estágios passados. O estudo de Piaget considera que o desenvolvimento humano envolve mecanismos bastante complexos e fatores que se complementam, como o processo de maturação do organismo, a vivência social do indivíduo, a experiência com objetos e, ainda, o equilíbrio com o meio. Para o autor, são dois fatores básicos que influenciam o desenvolvimento cognitivo: Fatores invariantes Para Piaget, ao nascer, uma pessoa recebe como herança uma série de estruturas biológicas — sensoriais e neurológicas —, as quais permanecem constantes ao longo de toda a vida. Logo, são essas estruturas biológicas que vão predispor o surgimento de determinadas estruturas mentais. Trata-se de uma questão estritamente genética, transmitida de pais para filhos. Com base nisso, considera-se que cada pessoa carrega duas marcas inatas: a tendência natural à organização e à adaptação. Isso significa que, em última instância, o principal motor do comportamento do homem é inerente ao ser, algo que já nasce com ele e, portanto, não é passível de modificação. Fatores variantes Os fatores variantes constituem a unidade básica do pensamentopiagetiano como um elemento que se transforma durante o processo de interação com o meio (incluindo a sala de aula), buscando a adaptação do indivíduo ao ambiente que o circunda. De acordo com esse princípio, algumas características são desenvolvidas de acordo com o meio em que o indivíduo está inserido em seus primeiros anos de vida. Aqui, a teoria deixa claro que a inteligência não é herdada, mas construída no processo interativo entre o homem e o espaço (físico e social) em que está inserido. http://educacaoinfantil.aix.com.br/5-maneiras-eficientes-para-trabalhar-a-diversidade-na-sala-de-aula/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/5-maneiras-eficientes-para-trabalhar-a-diversidade-na-sala-de-aula/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/5-maneiras-eficientes-para-trabalhar-a-diversidade-na-sala-de-aula/ 12 Isso daria margem a interpretações de que, o desenvolvimento cognitivo pode ser moldado inteiramente por pais e educadores. Equilíbrio entre essas duas vertentes Para Piaget, o equilíbrio é o que o organismo almeja e, mesmo assim, nunca alcança. Afinal, no processo de interação podem surgir desajustes que rompem com o estado de equilíbrio do organismo, exigindo esforços para o restabelecimento da adaptação. Isso colocaria em xeque as características até então consideradas invariantes. Entretanto, sempre é possível adequar-se ao meio, cuidando sempre para que a singularidade não seja perdida. A busca de novas formas de adaptação engloba dois mecanismos que, embora diferentes, são indissociáveis: Assimilação É a tentativa do indivíduo de solucionar um problema específico a partir da estrutura cognitiva que tem naquele momento de sua existência. Trata-se de algo que vai mudando com o passar dos anos e a evolução no desenvolvimento. Acomodação É a capacidade de modificar a estrutura mental antiga para dominar outro objeto do conhecimento. Trata-se de um processo que acontece ao longo dos primeiros anos de vida e necessita de estímulos e acompanhamento de pais e professores. Os mecanismos de assimilação e acomodação são complementares e se fazem presentes ao longo da vida de cada indivíduo, o que permite um estado de adaptação intelectual, que nunca estará concluído. Como fortalecer o desenvolvimento cognitivo com novas ideias O vocabulário de uma criança pode começar a ser ampliado, desde que ela ainda é um bebê. Conversar, ainda que a criança pareça não entender bem o que você diz, fará com que ela amplie a sua percepção do mundo. Também os brinquedos educativos permitem que os pequenos exercitem a sua curiosidade, explorando tais ferramentas. https://educacaoinfantil.aix.com.br/entenda-a-importancia-da-boa-relacao-entre-familia-e-escola-e-saiba-como-desenvolver-isso/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/entenda-a-importancia-da-boa-relacao-entre-familia-e-escola-e-saiba-como-desenvolver-isso/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/entenda-a-importancia-da-boa-relacao-entre-familia-e-escola-e-saiba-como-desenvolver-isso/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/como-funciona-o-processo-de-adaptacao-na-educacao-infantil/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/como-funciona-o-processo-de-adaptacao-na-educacao-infantil/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/como-funciona-o-processo-de-adaptacao-na-educacao-infantil/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/como-funciona-o-processo-de-adaptacao-na-educacao-infantil/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/como-acompanhar-o-desenvolvimento-infantil-na-escola/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/como-acompanhar-o-desenvolvimento-infantil-na-escola/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/como-acompanhar-o-desenvolvimento-infantil-na-escola/ 13 Mais tarde, oferecer jogos sensoriais e de raciocínio, contar histórias e demonstrar curiosidade pelos assuntos de interesse da criança são uma forma de estimular o desenvolvimento cognitivo e construir vínculos. Com o tempo, eles também podem ganhar certa autonomia na escolha entre algumas opções de brincadeiras e atividades. 9 práticas benéficas para o desenvolvimento cognitivo Para que tenha valor cognitivo, uma atividade didática precisa ser lúdica. Nesse sentido, as escolas necessitam adotar ações que divirtam os alunos sem a atribuição formal de um processo educativo. Com esse cuidado, é possível tornar a experiência mais atrativa e proveitosa para as crianças. Elas aprendem enquanto se divertem, sem se dar conta, ao certo, de que estão, na verdade, estudando. Neste tópico, vamos listar nove práticas benéficas para o desenvolvimento cognitivo e que podem ser aplicadas em sala de aula. Confira as opções: 1. Adivinhação Brincadeiras que propõem adivinhações são ótimas para desenvolver a capacidade de abstração, concatenação e formação de ideias. Elas estimulam a criatividade e a composição do imaginário infantil. 2. Brincadeira com água Brincar na água é algo de que o público infantil gosta, além de ser uma atividade benéfica para crianças com perfil mais agitado. Experimentos com pincéis e baldes com água limpa podem ser feitos para propor a limpeza de uma parede ou outra superfície. 3. Jogos de silêncio e imobilidade Atividades que desafiam as crianças a ficar em silêncio e/ou imóveis por determinado período são excelentes para exercitar o controle motor e o autodomínio das emoções. Um bom exemplo nesse caso é a antiga brincadeira de ―estátua‖. 4. Cantos e danças Brincadeiras cantadas e que envolvem alguma dança ou outro tipo de movimento (por exemplo, dança das cadeiras) são atividades de grande valor nas https://educacaoinfantil.aix.com.br/afinal-os-jogos-eletronicos-educativos-sao-uma-boa-opcao/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/afinal-os-jogos-eletronicos-educativos-sao-uma-boa-opcao/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/afinal-os-jogos-eletronicos-educativos-sao-uma-boa-opcao/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/atividades-de-musicalizacao-infantil-no-aprendizado/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/atividades-de-musicalizacao-infantil-no-aprendizado/ 14 escolas infantis. Canções suaves, com ritmos equilibrados e harmônicos, atuam na formação das sinapses auditivas e estimulam o surgimento de emoções positivas. 5. Atividades ao ar livre Mudar de ambiente no horário de aula pode ser muito interessante para as crianças. Os professores podem planejar atividades ao ar livre, que permitam o contato com plantas e animais. É importante aproveitar o momento para explicar a importância da fauna e da flora, a fim de despertar na turma o amor à natureza e o senso de cooperação, de que dividimos o nosso planeta com outros seres vivos, que também merecem atenção e respeito. 6. Plantio e jardinagem Ensinar o cuidado com as plantas, desde o plantio até a rega das mudinhas, é uma prática importante para despertar a sensibilidade ecológica em crianças de todas as idades. Se a escola tiver espaço suficiente, vale até montar uma horta ou jardim. 7. Olhos vendados Pedir que algumas crianças guiem os colegas que estão com os olhos vendados é uma maneira de ensinar sobre amizade e ajuda voluntária. A atividade cria na turma o senso de cooperação e ética solidária. Além disso, ajuda a estimular a construção de vínculos de confiança, tão importantes na infância, devido ao seu impacto na idade adulta. Ao condutor, a mensagem transmitida é de responsabilidade e respeito pelo outro. Já o conduzido obtém confiança no amigo e se sensibiliza com as limitações alheias, sentindo, na prática, a dificuldade de pessoas com deficiência visual. Para garantir ambas as experiências, é importante intercalar os papéis executados pelas crianças. 8. Pintura e desenho A criatividade representada em rabiscos e espaços preenchidos com cores é excelente para expressar sentimentos e dar asas à imaginação dos pequenos. A https://educacaoinfantil.aix.com.br/sugestao-de-8-atividades-para-desenvolver-na-educacao-infantil/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/sugestao-de-8-atividades-para-desenvolver-na-educacao-infantil/https://educacaoinfantil.aix.com.br/sugestao-de-8-atividades-para-desenvolver-na-educacao-infantil/ 15 vantagem é que eles podem ser feitos com qualquer tipo de material escolar, como papel sulfite, cartolina, giz de cera, lápis de cor, tinta e pincel. O professor pode propor desenhos livres ou a reprodução de linhas retas (horizontais, verticais e diagonais), de figuras geométricas e de símbolos gráficos, a partir de modelos. Também pode fazer pinturas dirigidas/guiadas, estimulando o preenchimento completo do papel. 9. Jogos coletivos Os tradicionais jogos coletivos sempre terão papel importante no desenvolvimento das habilidades cognitivas. Na educação infantil, o ideal é priorizar modalidades em que cada criança desempenhe papel importante para a execução da atividade. Assim, será possível despertar o senso de responsabilidade social e a autoconfiança. Perceba que muitas dessas atividades permitem ao aluno praticar, sentir e assimilar sensorialmente os aprendizados. A experiência sensorial, por sua vez, é necessária para que o cérebro crie sinapses que associem os relatos teóricos aos fatos apresentados. É dessa forma que se constrói o verdadeiro desenvolvimento cognitivo. http://educacaoinfantil.aix.com.br/como-fazer-lista-de-material-escolar-o-que-pode-ou-nao-pedir/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/como-fazer-lista-de-material-escolar-o-que-pode-ou-nao-pedir/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/como-fazer-lista-de-material-escolar-o-que-pode-ou-nao-pedir/ 16 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO O termo ―cognição‖ se refere ao conjunto de habilidades mentais que são básicas para a construção de conhecimento sobre o mundo. Como processos cognitivos, podemos citar todos aqueles relacionados ao desenvolvimento do raciocínio, pensamento, memória, abstração, imaginação, linguagem, entre outras características importantes. Tais processos permitem ao homem reconhecer o mundo à sua volta e compreender determinado assunto para, então, fazer julgamentos ou solucionar problemas por meio do raciocínio. De forma resumida, a cognição é a maneira como o cérebro percebe, aprende, pensa e recorda determinada informação que foi captada pelos cinco sentidos. A cognição é, ainda, um mecanismo que converte aprendizados para o modo de ser interno de cada ser humano. Portanto, o conceito também pode representar o processo pelo qual uma pessoa interage com seus semelhantes e com o ambiente em que vive — incluindo a escola infantil —, sem que perca sua identidade ao longo do tempo. Para haver construção de conhecimento, as funções de várias regiões cerebrais devem estar íntegras e, principalmente, maduras e de acordo com a idade do indivíduo. Nesse sentido, é fundamental que professores da educação infantil estudem https://educacaoinfantil.aix.com.br/por-que-implementar-o-uso-de-tecnologia-na-sua-escola-infantil/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/como-otimizar-a-avaliacao-de-professores/ 17 e trabalhem com práticas que sejam benéficas para o adequado desenvolvimento cognitivo de seus alunos. Desenvolvimento infantil x desenvolvimento cognitivo Toda pessoa nasce inserida em uma sociedade, na qual passa a ser criadora de cultura e produtora da história. Quando crianças, construímos nosso conhecimento a partir da nossa própria realidade, com base nas condições em que vivemos e, também, a partir do relacionamento com os outros. É nesse sentido que faz toda a diferença ter o apoio e a orientação de bons profissionais desde a fase escolar. O processo de aprendizagem não acontece de forma rápida e completa, todo de uma vez. Ele se inicia no ventre da mãe e segue todo um caminho ao longo da vida. Dada essa característica, é essencial desenvolver atividades que permitam às crianças evoluir suas potencialidades ao máximo, evitando a temida inibição cognitiva — diminuição da atuação de algum aspecto da cognição. A importância do desenvolvimento cognitivo na educação infantil O desenvolvimento das crianças deve ser medido e acompanhado como uma estratégia de prevenção de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre a importância de vigiar possíveis atrasos ou distúrbios nos diversos eixos do desenvolvimento infantil: motor, social, afetivo, adaptativo e cognitivo. A identificação precoce de qualquer anormalidade pode ser debatida no planejamento escolar, a fim de diminuir problemas na aprendizagem infantil. Além de acompanhar o desempenho de seus alunos, a escola deve propiciar um ambiente adequado e executar práticas que estimulem as habilidades cognitivas. Assim, é possível prevenir fatores médicos e ambientais que possam alterar a estrutura e o funcionamento do cérebro. Devemos partir do princípio que, de certa forma, educadores têm, algumas vezes, mais referências para avaliação do que os pais. Isso porque esses profissionais convivem diariamente com um grande número de pessoas da mesma faixa etária, sendo mais fácil acostumar-se a observar padrões e realizar comparativos. Embora https://educacaoinfantil.aix.com.br/como-contratar-professor-de-educacao-infantil/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/aprendizagem-socioemocional-dos-alunos/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/como-fazer-um-planejamento-escolar-eficiente-para-pequenas-escolas-infantis/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/como-fazer-um-planejamento-escolar-eficiente-para-pequenas-escolas-infantis/ http://educacaoinfantil.aix.com.br/como-fazer-um-planejamento-escolar-eficiente-para-pequenas-escolas-infantis/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/processo-de-avaliacao-na-educacao-infantil-entenda-mais/ 18 cada indivíduo tenha suas características singulares, existem alguns aspectos de desenvolvimento que, quando fora da curva, merecem atenção. A importância do desenvolvimento cognitivo no futuro da educação Hoje em dia, além das ferramentas comuns do dia a dia, escolas contam com diversos canais tecnológicos, que permitem auxiliar ainda mais no desenvolvimento cognitivo dos seus alunos. Devemos levar em conta também o quanto as mudanças no meio impactam nessa capacidade de desenvolvimento. As novas gerações já nascem em contato com a tecnologia. Ao que tudo indica, o futuro da educação infantil será marcado a cada vez mais pela presença tecnológica. É por isso que, desde os primeiros anos escolares, as crianças precisam ser preparadas para esse contexto. Um bom desenvolvimento cognitivo desde os primeiros anos de vida permite melhor integração com novos processos nos anos seguintes. APRENDIZAGEM E SISTEMA NERVOSO https://www.sbcoaching.com.br/blog/comportamento/cognitivo/ https://www.sbcoaching.com.br/blog/comportamento/cognitivo/ https://www.sbcoaching.com.br/blog/comportamento/cognitivo/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/conheca-as-mudancas-na-educacao-infantil-para-2018/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/conheca-as-mudancas-na-educacao-infantil-para-2018/ https://educacaoinfantil.aix.com.br/desafios-da-tecnologia-na-educacao/ 19 Ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas e definidas, como a cor dos olhos, do cabelo e o sexo. Porém, nessa fase, algumas estruturas ainda estão se desenvolvendo, como o sistema nervoso, composto por um conjunto de órgãos que têm em comum a função de integrar e regular o funcionamento do corpo. Esse processo é modificado por meio da aprendizagem e do conhecimento. Os anos iniciais da vida do indivíduo são cruciais para o desenvolvimento do córtex cerebral, substância cinzenta que reveste o cérebro, presente desde o nascimento do indivíduo, porém, de forma rudimentar. Portanto, é importante oferecer uma boa educação e hábitos saudáveis para a criança, pois certamente isso irá contribuir para o bom desenvolvimento de certas estruturas do sistema nervoso. Na medida em que oindivíduo aprende e adquire novos conhecimentos, seu sistema nervoso sofre alterações. As experiências não são apenas armazenadas, já que elas mudam a percepção do indivíduo, seu comportamento, modo de pensar e planejar, além de transformar fisicamente a estrutura do sistema nervoso. Assim, se, por exemplo, uma pessoa lê bastante e obtém muito conhecimento, ela poderá passar a apresentar um comportamento diferenciado de quando não tinha o hábito da leitura. Formas de aprendizagem A aprendizagem é dividida em quatro formas básicas. Aprendizagem perceptiva A aprendizagem perceptiva envolve o córtex sensorial, recebendo informações táteis do corpo. A percepção pode ser considerada como um conjunto de processos pelos quais o indivíduo mantém contato com o ambiente. O estudo da aprendizagem perceptiva é fundamental para a compreensão das experiências vivenciadas pelos seres humanos, pois a maneira de perceber o ambiente tem uma profunda ligação com a essência de cada indivíduo. https://superinteligente.club/sistema-nervoso/ https://superinteligente.club/sistema-nervoso/ https://superinteligente.club/sistema-nervoso/ https://superinteligente.club/cerebro/#setores-do-cerebro https://superinteligente.club/cerebro/#setores-do-cerebro https://superinteligente.club/cerebro/#setores-do-cerebro https://superinteligente.club/cerebro/#setores-do-cerebro 20 Aprendizagem estímulo-resposta A aprendizagem estímulo-resposta também pode ser chamada de reflexo condicionado. Para exemplificar esse tipo de aprendizagem é possível citar o resultado da experiência de Pavlov com um cão. Nela, a visualização de um pedaço de carne sempre provocava uma salivação no animal. Logo, nesse caso, a carne atuava como estímulo para que o cachorro se manifestasse por meio da salivação. Numa segunda parte do experimento, era tocada uma campainha, e seu som gerava uma reação de orientação no cachorro. Ao ouvi-lo, o animal simplesmente olhava e virava a cabeça na tentativa de descobrir a origem daquele estímulo sonoro. Quando a campainha era tocada, e logo depois a carne era exibida ao cão, e essas duas ações eram repetidas algumas vezes, num dado momento, o simples tocar da campainha era suficiente para que o cão salivasse e preparasse seu trato digestivo para receber a carne. Assim, a campainha era um sinal de que a carne surgiria logo em seguida. Esse exemplo ilustra bem o que é a aprendizagem estímulo-resposta. Aprendizagem motora A aprendizagem motora é vinculada a habilidades motoras desenvolvidas nas mais variadas situações. A partir do momento em que, por exemplo, o indivíduo estuda um determinado instrumento musical, como o violino, ele passa a adquirir cada vez mais habilidades motoras necessárias para tocá-lo. 21 Esse tipo de aprendizagem também possui elo com a aprendizagem estímulo- resposta. Em outras palavras, quanto mais o indivíduo pratica, mais habilidoso ele se torna. Orientação sensorial A orientação sensorial está preponderantemente vinculada ao próprio senso de espaço e distância, e relacionada à aprendizagem motora. No basquete, por exemplo, o jogador precisa ter uma noção espacial e deduzir a qual distância ele deve arremessar a bola com o intuito de fazê-la cair na cesta. Aprendizagem relacional A aprendizagem relacional está vinculada à interação mantida com o meio ambiente. Ao visualizar uma maçã, o indivíduo poderá decidir de acordo com o estado da fruta, se ele irá ou não consumi-la. Às vezes, as pessoas erram, pois a maçã está azeda ou com seu interior apodrecido. Em outras ocasiões é possível acertar e comer uma fruta saborosa. O ato de pegar a maçã e mordê-la são características de interações diretas com o ambiente. A interação com a fruta proporcionará ao indivíduo o aprendizado necessário para que ele saiba em quais condições a maçã estará propícia para o consumo. Logo, as próprias consequências das ações ensinam a observar e realizar ajustes de acordo com o ambiente. O aprendizado, nesses casos, consiste exatamente em descobrir como estabelecer relações com o meio ambiente para que seja possível tirar conclusões vinculadas a essas interações. A aprendizagem relacional estabelece a recuperação das memórias ligadas a eventos. Isso significa que, a partir do momento em que o indivíduo passa por determinada experiência ou a relaciona com algo, esse evento poderá acabar sendo recuperado pela memória todas as vezes em que ele se deparar com uma situação correlacionada. Por isso, a aprendizagem relacional é extremamente útil no que tange à consolidação da memória. https://superinteligente.club/perda-de-memoria/ https://superinteligente.club/memoria/ https://superinteligente.club/memoria/ 22 OS 4 ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM 1) Incompetência subconsciente Sempre que o indivíduo começa a aprender uma nova habilidade, ele entra em uma fase chamada de incompetência subconsciente. Essa etapa é caracterizada pelo fato de nem o subconsciente ter ideia do que ele está fazendo. Um exemplo que ilustra bem essa fase ocorre quando alguém está começando a aprender a andar de bicicleta. Neste momento, o indivíduo não faz ideia do que é necessário para andar de bicicleta. Ele pode pensar sobre o equilíbrio e a velocidade de deslocamento, por exemplo. Porém, o fato é que ele só saberá realmente o que é necessário para manter o equilíbrio em uma bicicleta quando começar a movimentá- la. 2) Incompetência consciente Nesse ponto, o indivíduo sai da fase de incompetência subconsciente e chega a de incompetência consciente, que é quando seu consciente tem noção de que ele não sabe muito sobre aquela habilidade, e precisa treiná-la mais. 3) Competência consciente Ao começar a treinar, o indivíduo começa a ganhar competência consciente, e mesmo que ele ainda não seja o melhor do mundo ao executar aquela tarefa, ele já sabe o que está fazendo. 4) Competência subconsciente Com muito treino é possível alcançar um estado elevado de compreensão de uma nova habilidade. Neste ponto, surge a fase de competência subconsciente, que é quando aquele comportamento se tornou um hábito natural para o indivíduo, a ponto dele realizá-lo de forma quase automática. 23 Como estimular a cognição Estimular a cognição consiste em trabalhar as funções do cérebro relacionadas à percepção, sensação e resolução de conflitos e problemas. A estimulação do cérebro deve começar na infância e perdurar até o fim da vida. No entanto, na maioria dos casos esse processo é super valorizado apenas na infância, e ao chegar à vida adulta, muitos acabam deixando de realizar algumas atividades de aprimoramento das habilidades cognitivas. A estimulação cognitiva pode ser realizada diariamente e de uma forma muito simples. Grande parte das pessoas está habituada a receber diversas informações prontas, deixando o estímulo cerebral em segundo plano. De qualquer modo, a estimulação cognitiva pode ocorrer através da realização de diversas atividades, como: • Leitura; • Jogos de palavras-cruzadas; • Sudoku; • Ouvir músicas em idiomas diferentes e tentar traduzi-las; • Efetuar contas sem o auxílio de calculadoras. https://superinteligente.club/cerebro/ https://superinteligente.club/cerebro/ https://superinteligente.club/cerebro/ https://superinteligente.club/ginastica-cerebral/ https://superinteligente.club/ginastica-cerebral/ 24 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL OU ATRSO COGNITIVO Deficiência intelectual ou atraso cognitivo é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento intelectual, para aquisição da aprendizagem e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social. Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas. Ascrianças com atraso cognitivo podem precisar de mais tempo para aprender a falar, a caminhar e a aprender as competências necessárias para cuidar de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia. É natural que enfrentem dificuldades na escola. No entanto aprenderão, mas necessitarão de mais tempo. É possível que algumas crianças não consigam aprender algumas coisas como qualquer pessoa que também não consegue aprender tudo. 25 Quais são as causas da Deficiência Intelectual ou Atraso Cognitivo? Os investigadores encontraram muitas causas da deficiência intelectual, as mais comuns são: Condições genéticas: Por vezes, o atraso mental é causado por genes anormais herdados dos pais, por erros ou acidentes produzidos na altura em que os genes se combinam uns com os outros, ou ainda por outras razões de natureza genética. Alguns exemplos de condições genéticas propiciadoras do desenvolvimento de uma deficiência intelectual incluem a síndrome de Down ou a fenilcetonúria. Problemas durante a gravidez: O atraso cognitivo pode resultar de um desenvolvimento inapropriado do embrião ou do feto durante a gravidez. Por exemplo, pode acontecer que, a quando da divisão das células, surjam problemas que afetem o desenvolvimento da criança. Uma mulher alcoólica ou que contraia uma infecção durante a gravidez, como a rubéola, por exemplo, pode também ter uma criança com problemas de desenvolvimento mental. Problemas ao nascer: Se o bebê tem problemas durante o parto, como, por exemplo, se não recebe oxigênio suficiente, pode também acontecer que venha a ter problemas de desenvolvimento mental. Problemas de saúde: Algumas doenças, como o sarampo ou a meningite podem estar na origem de uma deficiência mental, sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de saúde necessários. A mal nutrição extrema ou a exposição a venenos como o mercúrio ou o chumbo podem também originar problemas graves para o desenvolvimento mental das crianças. Nenhuma destas causas produz, por si só, uma deficiência intelectual. No entanto, constituem riscos, uns mais sérios outros menos, que convém evitar tanto quanto possível. Por exemplo, uma doença como a meningite não provoca forçosamente um atraso intelectual; o consumo excessivo de álcool durante a gravidez também não; todavia, constituem riscos demasiados graves para que não se procure todos os cuidados de saúde necessários para combater a doença, ou para que não se evite o consumo de álcool durante a gravidez. 26 A deficiência intelectual não é uma doença. Não pode ser contraída a partir do contágio com outras pessoas, nem o convívio com um deficiente intelectual provoca qualquer prejuízo em pessoas normal típicas. O atraso cognitivo não é uma doença mental (sofrimento psíquico), como a depressão, esquizofrenia, por exemplo. Não sendo uma doença, também não faz sentido procurar ou esperar uma cura para a deficiência intelectual. A grande maioria das crianças com deficiência intelectual consegue aprender e fazer muitas coisas úteis para a sua família, escola, sociedade e todas elas aprendem algo para sua utilidade e bem-estar da comunidade em que vivem. Para isso precisam de mais tempo, manejos adequados e de apoios para lograrem sucesso. Como se faz o diagnóstico da Deficiência Intelectual ou Atraso Cognitivo? A deficiência intelectual ou atraso cognitivo diagnostica-se, observando duas coisas: • A capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo que as rodeia (a esta capacidade chama-se funcionamento cognitivo ou funcionamento intelectual) • A competência necessária para viver com autonomia e independência na comunidade em que se insere (a esta competência também se chama comportamento adaptativo ou funcionamento adaptativo). Enquanto o diagnóstico do funcionamento cognitivo é normalmente realizado por técnicos devidamente habilitados (psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, etc.), já o funcionamento adaptativo deve ser objeto de observação e análise por parte da família, dos pais e dos educadores que convivem com a criança. Para obter dados a respeito do comportamento adaptativo deve procurar saber- se o que a criança consegue fazer em comparação com crianças da mesma idade cronológica. Certas competências são muito importantes para a organização desse comportamento adaptativo: As competências de vida diária, como vestir-se, tomar banho, comer. • As competências de comunicação, como compreender o que se diz e saber responder. • As competências sociais com os colegas, com os membros da família e com outros adultos e crianças. 27 Para diagnosticar a Deficiência Intelectual, os profissionais estudam as capacidades intelectuais da pessoa, suas habilidades e competências adaptativas. Estes dois aspectos fazem parte da definição de atraso cognitivo comum, sendo que à maior parte dos cientistas que se dedicam ao estudo da deficiência intelectual utilizam-se destes critérios. O fato de se organizarem serviços de apoio a crianças e jovens com deficiência intelectual, deve-se primeiro proporcionar uma melhor compreensão sobre a situação de funcionamento da criança ou pessoa de quem se diz que tem um atraso cognitivo. Após uma avaliação inicial, devem ser estudadas as potencialidades e as dificuldades que a criança apresenta. Levar em consideração a quantidade e natureza de apoio de que a criança possa necessitar para estar bem em casa, na escola e na comunidade. Esta perspectiva global dá-nos uma visão realista de cada criança. Por outro lado, serve também para reconhecer que a ―visão‖ inicial pode, e muitas vezes devem mudar ou evoluir. À medida que a criança vai crescendo e aprendendo, também a sua capacidade para encontrar o seu lugar no mundo aumenta. Qual é a frequência da Deficiência Intelectual? A maior parte dos estudos aponta para uma frequência de 2% a 3% sobre as crianças com mais de 6 anos. Não é a mesma coisa determinar essa frequência em crianças mais novas ou em adultos. A Administração dos EUA considera o valor de 3% para efeitos de planificação dos apoios a conceder a alunos com atraso cognitivo. Esta percentagem é um valor de referência que merece bastante credibilidade. Mas não é mais do que um valor de referência. Orientação aos Pais: 1. Procure saber mais sobre deficiência intelectual: outros pais, professores e técnicos poderão ajudar. 28 2. Incentive o seu filho a ser independente: por exemplo, ajude-o a aprender competências de vida diária, tais como: vestir-se, comer sozinho, tomar banho, arrumar-se para sair, manejo de dinheiro, autonomia para fazer tarefas. 3. Atribua-lhe tarefas próprias e de responsabilidade. Tenha sempre em mente a sua idade real, a sua capacidade para manter-se atento e as suas competências. Divida as tarefas em passos pequenos. Por exemplo, se a tarefa do seu filho é a de pôr a mesa, peça-lhe primeiro que escolha o número apropriado de guardanapos; depois, peça-lhe que coloque cada guardanapo no lugar de cada membro da família. Se for necessário, ajude-o em cada passo da tarefa. Nunca o abandone numa situação em que não seja capaz de realizar com sucesso. Se ele não conseguir, demonstre como deve ser. 4. Elogie o seu filho sempre que consiga resolver um problema. Não se esqueça de elogiar também quando o seu filho se limita a observar a forma como se pode resolver a tarefa: ele também realizou algo importante, esteve consigo para que as coisas corram melhor no futuro. 5. Procure saber quais são as competências que o seu filho está aprendendo na escola. Encontre formas de aplicar essas competências em casa. Por exemplo, se o professor lhe está ensinando a usar o dinheiro, leve o seu filho ao supermercado. Ajude-o a reconhecer o dinheiro necessário para pagaras compras. Explique e demonstre sempre como se faz, mesmo que a criança pareça não perceber. Não desista, nem deixe nunca o seu filho numa situação de insucesso, se puder evitar. 6. Procure oportunidades na sua comunidade para que ele possa participar em atividades sociais, por exemplo: escoteiros, os clubes, atividades de desporto. Isso o ajudará a desenvolver competências sociais e a divertir-se. 7. Fale com outros pais que tenham filhos com deficiência intelectual: os pais podem partilhar conselhos práticos e apoio emocional. 8. Não falte às reuniões de escola, em que os professores vão elaborar um plano para responder melhor às necessidades do seu filho. Se a escola não se lembrar de convidar os pais, mostre a sua vontade em participar na resolução dos problemas. Não desista nunca de oferecer ajuda aos professores para que conheçam melhor o seu filho. Pergunte também aos professores como é que pode apoiar a aprendizagem escolar do seu filho em casa. 29 Orientação aos Professores: 1. Aprenda tudo o que puder sobre deficiência intelectual. Procure quem possa aconselhar na busca de bibliografia adequada ou utilize bibliotecas, internet, etc. 2. Reconheça que o seu empenho pode fazer uma grande diferença na vida de um aluno com deficiência ou sem deficiência. Procure saber quais são as potencialidades e interesses do aluno e concentre todos os seus esforços no seu desenvolvimento. Proporcione oportunidades de sucesso. 3. Participe ativamente na elaboração do Plano Individual de Ensino do aluno e Plano Educativo. Este plano contém as metas educativas, que se espera que o aluno venha a alcançar, e define responsabilidades da escola e de serviços externos para a boa condução do plano. 4. Seja tão concreto quanto possível para tornar a aprendizagem vivenciada. Demonstre o que pretende dizer. Não se limite a dar instruções verbais. Algumas instruções verbais devem ser acompanhadas de uma imagem de suporte, desenhos, cartazes. Mas também não se limite a apoiar as mensagens verbais com imagens. Sempre que necessário e possível, proporcione ao aluno materiais e experiências práticas e oportunidade de experimentar as coisas. 5. Divida as tarefas novas em passos pequenos. Demonstre como se realiza cada um desses passos. Proporcione ajuda, na justa medida da necessidade do aluno. Não deixe que o aluno abandone a tarefa numa situação de insucesso. Se for necessário, solicite ao aluno que seja ele a ajudar o professor a resolver o problema. Partilhe com o aluno o prazer de encontrar uma solução. 6. Acompanhe a realização de cada passo de uma tarefa com comentários imediatos e úteis para o prosseguimento da atividade. 7. Desenvolva no aluno competências de vida diária, competências sociais e de exploração e consciência do mundo envolvente. Incentive o aluno a participar em atividades de grupo e nas organizações da escola. 8. Trabalhe com os pais para elaborar e levar a cabo um plano educativo que respeite as necessidades do aluno. 9. Partilhe regularmente informações sobre a situação do aluno na escola e em casa. 30 Que expectativas de futuro têm as crianças com Deficiência Intelectual? Sabemos atualmente que 87% das crianças com deficiência intelectual só serão um pouco mais lentas do que a maioria das outras crianças na aprendizagem e aquisição de novas competências. Muitas vezes é mesmo difícil distingui-las de outras crianças com problemas de aprendizagem sem deficiência intelectual, sobretudo nos primeiros anos de escola. O que distingue umas das outras é o fato de que o deficiente intelectual não deixa de realizar e consolidar aprendizagens, mesmo quando ainda não possui as competências adequadas para integrá-las harmoniosamente no conjunto dos seus conhecimentos. Daqui resulta não um atraso simples que o tempo e a experiência ajudarão a compensar, mas um processo diferente de compreender o mundo. Essa diferente compreensão do mundo não deixa, por isso, de ser inteligente e mesmo muito adequada à resolução de inúmeros problemas do quotidiano. È possível que as suas limitações não sejam muito visíveis nos primeiros anos da infância. Mais tarde, na vida adulta, pode também acontecer que consigam levar uma vida bastante independente e responsável. Na verdade, as limitações serão visíveis em função das tarefas que lhes sejam pedidas. Os restantes 13% terão muito mais dificuldades na escola, na sua vida familiar e comunitária. Uma pessoa com atraso mais severo necessitará de um apoio mais intensivo durante toda a sua vida. Todas as pessoas com deficiência intelectual são capazes de crescer, aprender e desenvolver-se. Com a ajuda adequada, todas as crianças com deficiência intelectual podem viver de forma satisfatória a sua vida adulta. Que expectativas de futuro têm as crianças com Deficiência Intelectual na Escola? Uma criança com deficiência intelectual pode obter resultados escolares muito interessantes. Mas nem sempre a adequação do currículo funcional ou individual às necessidades da criança exige meios adicionais muito distintos dos que devem ser providenciados a todos os alunos, sem exceção. Antes de ir para a escola e até aos três anos, a criança deve beneficiar de um sistema de intervenção precoce. Os educadores e outros técnicos do serviço de intervenção precoce devem pôr em prática um Plano Individual de Apoio à Família. 31 Este plano define as necessidades individuais e únicas da criança. Define também o tipo de apoio para responder a essas necessidades. Por outro lado, enquadra as necessidades da criança nas necessidades individuais e únicas da família, para que os pais e outros elementos da família saibam como ajudar a criança. Quando a criança ingressa na Educação Infantil e depois no Ensino Fundamental, os educadores em parceria com a família devem pôr em prática um programa educativo que responda às necessidades individuais e únicas da criança. Este programa é em tudo idêntico ao anterior, só que ajustado à idade da criança e à sua inclusão no meio escolar. Define as necessidades do aluno e os tipos de apoio escolar e extraescolar. COMO ADPTAR ATIVIDADES PARA DIFERENTES CASOS DE ATRASOS COGNITIVO OU DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Preparei 6 dicas que irão te ajudar a descobrir como adaptar atividades para diferentes casos de deficiência intelectual ou atraso cognitivo. Se você é professor do 32 AEE ou da sala de aula regular e precisa fazer adaptações curriculares, esse texto é para você. A deficiência intelectual ou o atraso cognitivo talvez seja um dos maiores desafios do professor do AEE – Atendimento Educacional Especializado, por consequência, um dos maiores desafios da educação especial também. Mentes diferentes pensam diferente A mente humana por si só já é um mistério, objeto de estudo que por séculos intriga os mais notáveis cientistas. Quando recebemos um aluno com diagnóstico de deficiência intelectual, não sabemos o que esperar. Bom, a deficiência intelectual ou deficiência cognitiva (que é diferente de doença mental) é um rótulo que abrange um enorme espectro de possibilidades. O principal sintoma é a dificuldade de raciocínio e compreensão. Geralmente esses alunos possuem dificuldades conceituais, sociais e práticas. O que acontece é que, assim como nenhuma pessoa é igual a outra, nenhum caso de deficiência intelectual é igual ao outro. Temos sim diferentes casos de dificuldades cognitivas, alguns que chegam a ser considerados deficiência intelectual. Resumindo: o aluno com dificuldades cognitivas apresenta problemas para aprender. Mas isso não quer dizer que ele não pode aprender. Quer dizer que precisamos adaptar atividades curriculares. Um método para adaptar atividades Ao adaptar atividades para qualquer aluno (inclusive os com deficiência intelectual) eusempre recomendo uma série de passos que, se executados em sequência e de forma correta, irão facilitar muito o trabalho do professor e a vida do aluno. Eu chamo esses passos de AEIOU da Educação Especial. https://institutoitard.com.br/o-que-e-educacao-inclusiva-um-passo-a-passo-para-a-inclusao-escolar/ 33 A – Análise E – Empatia I – Interação O – Organização U – Ultrapassar barreiras Análise porque você precisa conhecer muito bem seu aluno em vários aspectos. Fica muito mais fácil ensinar algo para alguém que conhecemos, pois assim podemos usar referências que fazem sentido para a pessoa. Empatia porque, sinceramente, sem empatia não conseguimos chegar a lugar nenhum. Entender e respeitar os sentimentos do outro, fazer o exercício de se imaginar na situação do outro para só depois agir pode mover barreiras e poupar muito tempo e esforço. Interação porque sem um comunicação minimamente eficiente você não irá entender seu aluno e seu aluno não irá entender você. Não é possível ensinar nada para quem não entende sua forma de se comunicar. Lembre-se que comunicação vai muito além da fala. Organização porque precisamos de método, de estratégias, de planejamento. A educação inclusiva é uma grande jornada e sem um mapa, sem definir muito bem o rumo da nossa viagem, os locais de parada, as referências, direções, certamente nos perderemos no caminho. Ultrapassar barreiras. Os desafios irão surgir, seja na própria escola, com o aluno, com você, com a família. Temos que ter em mente que todos podem aprender. Pense nisso quando o desafio for tão grande que a sua vontade seja desistir, de deixar assim mesmo, de abrir mão do planejamento e deixar o aluno no canto da sala sem nenhum progresso. É esse o momento que separa o sucesso do fracasso. Quem persiste ultrapassando barreiras tem sucesso, sempre. Há muito o que falar sobre cada um desses passos, mas o que eu acredito que vai te ajudar mais nesse momento é entender o seguinte: 1º Estude e conheça seu aluno Saiba do que seu aluno com deficiência intelectual gosta, dos interesses, da vivência com os familiares, com os colegas da escola, o que ele faz no tempo livre e por aí vai. Mas por que Leandro, será que isso ajuda? SIM! Ajuda. 34 Vou dar um exemplo: imagine que você deseja ensinar seu aluno a ficar sentado na cadeira durante a aula. Para isso, você implementa a estratégia de reforço positivo, recompensando seu aluno toda vez que ele se comporta da maneira esperada. Agora, me diga, o que você usará de recompensa para seu aluno se você não conhece ele? É o mesmo que dar um presente de amigo oculto para um desconhecido… a chance de errar é altíssima. 2º Garanta que seu aluno está no estágio de desenvolvimento adequado Olha, eu posso até tentar ensinar equação do segundo grau para meu filho de quatro anos de idade, mas te garanto que eu vou falhar e fazer meu filho ficar com trauma de equação. Isso porque ele não está no estágio de desenvolvimento adequado para aprender esse tema. Como eu sei disso? A Idade de desenvolvimento do meu filho corresponde com a idade cronológica: 4 anos. Ele não apresenta nem déficit nem altas habilidades. Bom… pode ser até óbvio para uma criança com desenvolvimento dentro de esperado, mas alunos com deficiência intelectual geralmente apresentam atraso no desenvolvimento e você só irá descobrir se esse é o caso do seu aluno aplicando um teste. Eu recomendo fortemente o Inventário Portage Operacionalizado No meu e-book gratuito sobre Como Adaptar Atividades para Alunos com Deficiência, falo sobre a importância de conhecer qual a idade de desenvolvimento do seu aluno (que poder ser diferente da idade cronológica) e saber exatamente o que fazer para que seu aluno tenha uma evolução na área que ele apresenta maior déficit: seja motor, social, cognitivo, linguagem ou autocuidados. 3º Estabeleça um vínculo com seu aluno: a empatia é essencial Não sei se você sabe disso, mas todos nós só aprendemos de quem nós confiamos e só confiamos em quem nós gostamos. Se o seu aluno não gosta de você, sabe quando ele vai aprender alguma coisa: nunca! Tá, nunca talvez seja forte demais, porém é bem mais fácil ensinar para alguém que gosta de nós, pois essa pessoa tende a ouvir e confiar no que escuta. Além disso, saber o que seu aluno sente, as emoções dele, o que o deixa feliz ou triste é primordial para o aprendizado. Isso porque é https://institutoitard.com.br/produto/guia-portage-em-pdf/ https://institutoitard.com.br/produto/guia-portage-em-pdf/ https://institutoitard.com.br/produto/guia-portage-em-pdf/ https://institutoitard.com.br/produto/ebook-como-adaptar-atividades-para-alunos-com-deficiencia/ https://institutoitard.com.br/produto/ebook-como-adaptar-atividades-para-alunos-com-deficiencia/ https://institutoitard.com.br/produto/ebook-como-adaptar-atividades-para-alunos-com-deficiencia/ https://institutoitard.com.br/produto/ebook-como-adaptar-atividades-para-alunos-com-deficiencia/ https://institutoitard.com.br/produto/ebook-como-adaptar-atividades-para-alunos-com-deficiencia/ https://institutoitard.com.br/produto/ebook-como-adaptar-atividades-para-alunos-com-deficiencia/ 35 impossível aprender sem ter uma emoção associada. Planeje situações que irão despertar emoções quando for adaptar atividades escolares. 4º Crie novas possibilidades de comunicação eficaz Eu não tenho nenhuma deficiência intelectual e muitas vezes tenho dificuldades de entender o que estão querendo me dizer. A comunicação é um processo complexo. Imagina para quem tem deficiência intelectual. As chances do seu aluno ter dificuldades de entender o que está sendo dito, ou ainda, não saber se comunicar e expressar corretamente são altíssimas. Para garantir a eficácia da comunicação é necessário aplicar testes e estratégias. Talvez seja até recomendado o uso de comunicação alternativa. Vai depender de cada caso. Mas uma coisa é certa, quanto mais formas de comunicar uma ideia, melhor. Em texto, em foto, verbalmente, em uma canção, em quadrinhos, em cartaz, em fantoches, em atividades ao ar livre, com objetos concretos. Quando vamos adaptar atividades a criatividade não pode ter limites. Mas lembre-se de ser criativo pensando no que faz sentido para o seu aluno, dentro da realidade dele. 5º Diminua o nível de abstração Essa é, na minha opinião a dica mais importante para adaptar atividades para alunos com deficiência intelectual. Diminuir a abstração é tornar algo mais concreto, palpável. Quanto mais abstrato um assunto for, mais difícil será assimilar. Quer um exemplo? Olha, o que é mais concreto? mostrar uma ilustração de um peixe dentro da água e falar para seu aluno que os peixes precisam da água para viver ou levar um aquário até a escola e deixar seu aluno ver o peixe na água e ver o que acontece com o peixe quando fica sem a água. Cruel? (com o peixe), talvez. Mas você não precisa deixar o peixe morrer. Impactante? Sim, caso seu aluno nunca tenha visto um peixe e não entenda do que eles precisam para viver. https://institutoitard.com.br/comunicacao-alternativa-sim-ou-nao/ https://institutoitard.com.br/comunicacao-alternativa-sim-ou-nao/ https://institutoitard.com.br/comunicacao-alternativa-sim-ou-nao/ 36 Mas Leandro, se meu aluno não demonstrar interesse? Ai que entra a importância da primeira dica que falamos aqui. Descubra o que é importante para seu aluno e use a criatividade para vincular isso ao conteúdo que você quer ensinar. Desperte emoções agradáveis durante a sua aula. 6º Divida um assunto complicado em passos menores, mais fáceis de fazer. Existem vários níveis de inteligência para várias coisas. Eu sempre tive muita facilidade em operar dispositivos eletrônicos e computadores, me destacando (positivamente) das outras pessoas. Talvez isso seja sinal de algum tipo de inteligência. Por outro lado,eu me destaco (negativamente) para fazer trabalhos com papel, cola e tesoura. Podemos dizer que minha inteligência para fazer um embrulho de presente (por exemplo) esteja abaixo da média. Não é que eu não consiga fazer um embrulho de presente, mas terei muita dificuldade, vou precisar de tempo, instruções claras sobre como proceder, onde dobrar, onde colar, onde recortar. Percebeu o ponto que quero chegar? Não adianta dizer para mim: – Leandro, faça o embrulho desse presente. Você terá de dizer: – Leandro, recorte o papel nessa linha. Depois dobre aqui. Agora dobre ali. Agora cole aqui dessa forma… e por aí vai. Dessa forma a chance de eu terminar meu embrulho de presente de uma maneira satisfatória será bem maior. Quem sabe, depois de muito praticar, durante vários dias, ao final do semestre eu consiga embrulhar um presente com perfeição. Atividades adaptadas Nesta atividade o aluno atendido ainda apresenta-se em nível de escrita silábico alfabético e se beneficiou deste ajuste na atividade, que seria apenas de escrita à alunos que encontram-se em nível mais avançado. Pela dificuldade cognitiva, a mera 37 substituição não faria sentido, nesse caso foi oferecido apoio visual (ao lado da palavra antiga) para compreensão do significado da nova palavra. – Atividade 2: Adequação de parlendas Nesta situação a apresentação da parlenda através da comunicação alternativa (com suporte de imagens ilustrativas) favoreceu a compreensão da frase e possibilitou a memorização, aspectos de leitura intuitiva, sequência e ordenação, ampliando sucesso na escrita via memória. 38 – Atividade 3: Brincando para resolver operações Esta atividade torna-se mais interessante com o ajuste de uma brincadeira antiga usada pelas meninas na escola. Modifica a resolução simples das operações, que era complicada para o nível de aprendizagem da aluna, onde a partir do emprego de cores nas operações a atividade se ajusta na busca da respectivas cores, no convite à resolução com apoio concreto da operação e finaliza com a confirmação da resposta da operação acompanhada da resposta por extenso a completar a cruzadinha, estimulando assim a leitura e ajuste justificado da escrita. 39 – Atividade 4: Formação de palavras A proposta pode ser a partir de formação aleatória como no caso do boliche, onde as peças que caem através do lance da bola são registradas para obter a formação da palavra ou o caso de atividade dirigida estimular o cumprimento da tarefa de casa que propõe junção de silabas para tal formação, viabilizando-as através do desfile das ―Pollys‖ , brinquedo de interesse da criança atendida. 40 Estratégias diversas: – Use brinquedo para incentivar a leitura, associação de palavras x objetos e a categorização; – Use fita crepe, tintas e carrinhos, carimbos e massinha para estimular coordenação viso-motora, aprimorar habilidades de preensão; – Geoplano para desenvolver aspectos de percepção, elaboração, espaço, formas e medidas, reprodução de imagens; -Objetos do interesse e de coleções da criança para categorização, classificação, agrupamento, ordenação, noções de conjunto e quantidade; 41 – Objetos reais e do cotidiano para desenvolver percepções e compreensão de medidas e suas variações de forma significativa, valorizando os registros através de desenho para depois atribuir significado numérico; – Encartes de revistas para criar quebra cabeças e possibilitar percepções de posições no espaço; – Personagens do interesse para que a criança desenhe e construa seu silabário e jogos temáticos favorecendo a alfabetização; -Pastas com plástico, atividades em sulfite envoltas em papel contact e canetão de lousa branca para riscar, brincar e apagar para uso com outras situações e crianças. SÃO DIFERENTES CASOS DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL OU SÃO APENAS MENTES DIFERENTES? Quando paramos de ver o outro como um deficiente e olhamos como apenas o outro, aumentamos a chance de ser criativo e acreditar no potencial desse indivíduo, pois trocamos o preconceito pela curiosidade de descobrir o que não entendemos. Cada aluno sempre será único. Todos são únicos. O aluno com atraso cognitivo ou uma deficiência desconhecida também é único e exigirá de nós uma mente aberta a explorar novas possibilidades. 42 CONCLUSÃO O conceito de cognição, portanto, nos remete aos processos cognitivos que são desenvolvidos desde a mais tenra infância até os findos anos do envelhecimento. Importante notar que o desenvolvimento está diretamente relacionado à aprendizagem, ou seja, um não ocorre sem o outro. Este processo acontece em espiral crescente nos dando a noção de avanços no desenvolvimento em contínuo crescimento: Aprendizagem é toda mudança de comportamento em resposta a experiências anteriores porque envolve o sujeito como um todo, considerando todos os seus aspectos, sendo eles psicológicos, biológicos e sociais. Se algum desses aspectos estiver em desequilíbrio haverá a dificuldade de aprendizagem. É importante ressaltar que o sujeito é sempre ativo, é autor do seu conhecimento, ele constrói sua modalidade de aprendizagem e a sua inteligência que marcará uma forma particular de relacionar-se, buscar e construir conhecimentos, um posicionamento de sujeito diante de si mesmo como autor de seu pensamento. O aprender significa também ―perder‖ algo velho, mas utilizando-o para construir o novo, é o reconhecimento da passagem do tempo, do processo construtivo, o qual remete necessariamente, à autoria. Aprender é historiar-se, pois, sem esse sujeito ativo e autor que significa o mundo, aprendizagem será apenas uma tentativa de cópia. Para aprender precisamos entender e analisar a relação entre futuro e passado, assim entenderemos todo o processo de aprendizagem, ou seja, o sujeito tem que ser biógrafo de sua história. Concluímos que a aprendizagem é uma mudança de comportamento, assimilações e informações nas quais o sentido de aprender não é impor barreiras e limites para a criatividade e disponibilidade de cada ser. O desenvolvimento de uma boa aprendizagem é a integração de aspectos: afetivo, físico, emocional, social e 43 intelectual do aprendiz, ocasionando uma motivação interna e construindo o conhecimento a todo o momento. 44 REFERÊNCIAS FERNANDES, A. OS IDIOMAS DO APRENDENTE. SÃO PAULO: ARTMED, 2001. PAIN, S. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DOS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM. PORTO ALEGRE: ARTMED, 1985. PIAGET, J. A PSICOLOGIA. 2. ED. LISBOA: LIVRARIA BERTRAND, 1973. LAKOMY, ANA MARIA. 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