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!∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 2 ∀# 122 1- Entreposto Aduaneiro: 1.1- Entreposto Aduaneiro na Importação: 1.1.1- Disposições Gerais: O entreposto aduaneiro na importação é um regime aduaneiro especial muito utilizado como forma de viabilizar importações em consignação. Vamos imaginar, por exemplo, que a empresa chinesa fabricante de automóveis JAC Motors (não estou fazendo propaganda!) queira manter no Brasil uma estrutura de reposição de peças para seus veículos. Uma opção que a empresa possui é ter no país um estoque dessas peças, que poderá ficar armazenado em um recinto alfandegado, aguardando ser efetivamente comprado. Durante o período em que as peças permanecerem armazenadas no recinto alfandegado, os tributos incidentes sobre a importação ficam suspensos. É o regime aduaneiro especial de entreposto aduaneiro na importação que viabiliza essa operação. Segundo o art. 404 do R/A, entreposto aduaneiro na importação é o regime aduaneiro especial que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfandegado com suspensão do pagamento dos impostos federais e do PIS/PASEP e COFINS incidentes na importação. O entreposto aduaneiro na importação será operado, como regra geral, em recintos alfandegados de uso público, tais como os localizados em portos e aeroportos alfandegados ou, ainda, em portos secos. Todavia, o entreposto aduaneiro também poderá ser operado em recintos alfandegados situados em instalação portuária de uso privativo misto e recintos de uso privativo. O regime de entreposto aduaneiro na importação operado em recinto de uso privativo será aplicável para a realização de exposição de mercadorias importadas em feiras, congressos, mostras ou evento semelhante. Nesse caso, o recinto de uso privativo será temporariamente alfandegado, pelo período em que for realizado o evento. O entreposto aduaneiro na importação também poderá ser operado em: i) plataformas destinadas à pesquisa e lavra de jazidas de petróleo e gás natural em construção ou conversão no País, contratadas por empresas sediadas no exterior e; ii) estaleiros navais ou em outras instalações industriais localizadas à beira-mar, destinadas à construção de estruturas marítimas, plataformas de petróleo e módulos para plataformas. Vejamos o que o art. 405 do R/A informa sobre os recintos nos quais poderá ser operado o entreposto aduaneiro na importação: !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 3 ∀# 122 Art. 405. O regime permite, ainda, a permanência de mercadoria estrangeira em: I - feira, congresso, mostra ou evento semelhante, realizado em recinto de uso privativo, previamente alfandegado para esse fim; II - instalações portuárias de uso privativo misto, previstas na alínea “b” do inciso II do § 2o do art. 4o da Lei no 8.630, de 1993; III - plataformas destinadas à pesquisa e lavra de jazidas de petróleo e gás natural em construção ou conversão no País, contratadas por empresas sediadas no exterior; e IV - estaleiros navais ou em outras instalações industriais localizadas à beira-mar, destinadas à construção de estruturas marítimas, plataformas de petróleo e módulos para plataformas; § 1º Na hipótese do inciso I do caput, o alfandegamento do recinto será declarado por período que alcance não mais que os trinta dias anteriores e os trinta dias posteriores aos fixados para início e término do evento, prazos estes que poderão, excepcionalmente, ser acrescidos de até sessenta dias, nos casos de congresso, mostra ou evento semelhante, mediante justificativa. § 2o Dentro do período a que se refere o § 1o, a mercadoria poderá ser admitida no regime de entreposto aduaneiro em recinto alfandegado de uso público, sem reinício da contagem do prazo. § 3o Na hipótese dos incisos II a IV, a operação no regime depende de autorização da Secretaria da Receita Federal do Brasil. O art. 405, § 1º, foi objeto de alteração pelo Decreto nº 8.010/2013. Na redação antiga, o alfandegamento de recintos para os fins do inciso I somente poderia ser declarado entre os 30 dias anteriores e os 30 dias posteriores aos fixados para início e término do evento. Com a nova redação, esse prazo poderá, mediante justificativa, ser acrescido de até 60 dias nos casos de congresso, mostra ou evento semelhante. Observe que, no caso de feira, não é possível a extensão do prazo. Quem são os beneficiários do regime de entreposto aduaneiro na importação? A resposta está no art. 406 do R/A. No caso de feiras, congressos, mostras ou eventos semelhantes, o beneficiário será o promotor do evento. Já no caso das mercadorias armazenadas em recintos alfandegados e em instalação portuária de uso privativo misto, o beneficiário será o consignatário da mercadoria entrepostada. A mercadoria poderá permanecer no regime de entreposto aduaneiro na importação pelo prazo de até 1 (um) ano, prorrogável por período não superior, no total, a 2 (dois) anos contados do desembaraço !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 4 ∀# 122 aduaneiro de admissão. Excepcionalmente, o prazo poderá ser prorrogado uma segunda vez, nunca ultrapassando, todavia, o limite máximo de 3 (três) anos. 1.1.2- Hipóteses de Extinção do regime: As hipóteses de extinção do regime de entreposto aduaneiro na importação estão previstas no art. 409 do R/A: Art. 409. A mercadoria deverá ter uma das seguintes destinações, em até quarenta e cinco dias do término do prazo de vigência do regime, sob pena de ser considerada abandonada: I - despacho para consumo; II - reexportação; III - exportação; ou IV - transferência para outro regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais. § 1o A destinação prevista no inciso I somente poderá ser efetuada pelo adquirente quando este adquirir as mercadorias entrepostadas diretamente do proprietário dos bens no exterior. § 2o Nas hipóteses referidas nos incisos I e III, as mercadorias admitidas no regime, importadas sem cobertura cambial, deverão ser nacionalizadas antes de efetuada a destinação. § 3o A destinação prevista no inciso III não se aplica a mercadorias admitidas no regime para permanência em feira, congresso, mostra ou evento semelhante. Conforme já comentamos anteriormente, o entreposto aduaneiro na importação dá amparo à entrada de mercadorias no país que aqui ficarão em consignação. O objetivo final é, portanto, que essas mercadorias sejam vendidas. Concorda comigo? Logo, a forma de extinção mais comum do regime de entreposto. aduaneiro na importação é o despacho para consumo (prevista no inciso I), isto é, a venda da mercadoria a comprador brasileiro. No momento da venda, a mercadoria é nacionalizada e, portanto, é feito o recolhimento tributário integral dos tributos que estavam suspensos. Destaque-se que, nesse caso, as mercadorias que estavam entrepostadas haviam sido admitidas no país em operação sem cobertura cambial. Isso quer dizer que o ingresso da mercadoria vinda do exterior no entreposto é realizado sem qualquer pagamento como contrapartida. O pagamento (transferência de divisas) somente irá ocorrer com a nacionalização (despacho para consumo). Vale lembrar que o adquirente de mercadoria entrepostada é contribuinte do imposto de importação, conforme prevê o art. 104 do R/A: !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 5 ∀# 122 Art. 104. É contribuinte do imposto [do imposto de importação]: I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro; II - o destinatário de remessa postal internacional indicadopelo respectivo remetente; e III - o adquirente de mercadoria entrepostada. O inciso II faz menção à reexportação. É o caso em que a mercadoria foi admitida no entreposto aduaneiro, mas não foi vendida dentro do prazo de concessão do regime (1 ano, podendo chegar no máximo a 3 anos). Se a mercadoria não for vendida, ela deverá regressar ao exterior, isto é ser reexportada. Dizemos que ela será reexportada porque a mercadoria havia ingressado no país em caráter temporário (ainda não se sabia se ela seria comprada!). Na hipótese relacionada no inciso II, a mercadoria também é admitida no entreposto aduaneiro por meio de operação sem cobertura cambial. O inciso III faz menção à exportação como forma de extinção do regime de entreposto aduaneiro. Nessa situação, a mercadoria ingressa no entreposto aduaneiro, permanecendo ali armazenada até que fosse vendida para um terceiro país. Trata-se do entreposto vinculado, assim considerado aquele em que a mercadoria entra no país, permanecendo armazenada em recinto alfandegado, mas tendo o exterior como destino. Se, de um lado, temos o entreposto vinculado, do outro, existe o entreposto não-vinculado, que é o que fica configurado nas demais situações. A mercadoria ingressou no entreposto com o objetivo final de ser vendida, isto é, ser nacionalizada. Por último, o inciso IV se refere à transferência para outro regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais. Seria o caso, por exemplo, em que uma mercadoria ingressada em entreposto aduaneiro é alugada para uma empresa brasileira, submetendo-se, a partir daí, ao regime de admissão temporária. Todas essas formas de extinção do regime devem ocorrer em até 45 dias após o término do prazo concedido pela autoridade aduaneira para permanência da mercadoria em entreposto aduaneiro. Caso o prazo seja ultrapassado sem que tenha sido extinto o regime, a mercadoria será declarada abandonada, tendo início o processo administrativo para aplicação da pena de perdimento. No entreposto aduaneiro, as mercadorias poderão ser admitidas com cobertura cambial ou sem cobertura cambial. As mercadorias que ingressarem com cobertura cambial não poderão ser reexportadas; elas podem apenas ser nacionalizadas (despachadas para consumo) ou exportadas. Já as mercadorias que entrarem no País sem cobertura cambial poderão ser despachadas para consumo, reexportadas ou exportadas. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 6 ∀# 122 No caso de mercadorias admitidas no entreposto aduaneiro sem cobertura cambial, estas deverão ser nacionalizadas (despachadas para consumo) antes da exportação. Em outras palavras, é feito o despacho para consumo e, em seguida, a mercadoria é exportada. Para fins de nacionalização de mercadoria destinada à exportação, o beneficiário deverá, dentro do prazo de aplicação do regime, registrar uma DI para efeitos cambiais. Por outro lado, no caso de importação com cobertura cambial de mercadorias destinadas à exportação, o beneficiário do regime deve registrar, na mesma data da declaração para admissão no regime, uma DI para efeitos cambiais. Assim, para efetivar a exportação, basta que, depois, seja registrada a Declaração de Exportação (DE). No caso de nacionalização dessas mercadorias (admitidas em entreposto aduaneiro com cobertura cambial), a DI para consumo será sem cobertura cambial, uma vez que não haverá nova transferência de divisas para o exterior. A transferência de divisas já terá ocorrido por ocasião do registro da DI para fins cambiais. 1.2-Entreposto Aduaneiro na Exportação: 1.2.1- Disposições Gerais: Se uma empresa brasileira deseja exportar, ela deve desenvolver uma estratégia logística que lhe permita fazer isso com eficiência. Uma boa estratégia, que tem a vantagem de economizar tempo, é o armazenamento de mercadorias em locais próximos a portos ou aeroportos alfandegados. Assim, uma empresa localizada no interior do país tem a possibilidade de atender mais rapidamente à demanda estrangeira por seus produtos. O entreposto aduaneiro na exportação é um regime aduaneiro especial que tem como objetivo justamente facilitar a logística das exportações brasileiras. Segundo o art. 410 do R/A, o regime especial de entreposto aduaneiro na exportação é o que permite a armazenagem de mercadoria destinada a exportação. Existem duas modalidades de entreposto aduaneiro na exportação: o regime comum e o regime extraordinário. Na modalidade de regime comum, as mercadorias ficam armazenadas em recintos alfandegados de uso público com suspensão do pagamento dos impostos federais. A modalidade de regime extraordinário, por sua vez, é operada por empresa comercial exportadora. Nesse regime, as mercadorias ficam armazenadas em recintos de uso privativo, com direito à utilização dos !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 7 ∀# 122 benefícios fiscais previstos para incentivo à exportação, antes do seu efetivo embarque para o exterior. Ao estabelecer os benefícios do regime de entreposto na modalidade de regime comum, o Regulamento Aduaneiro, em sua versão antiga, incorria em uma imprecisão. Em seu art. 411, § 1o, o Regulamento Aduaneiro dizia que, na modalidade de regime comum, haveria suspensão dos impostos federais e das contribuições para o PIS/PASEP- Importação e COFINS-Importação. Ora, essas contribuições incidem sobre a importação de mercadorias, o que não ocorreu com as mercadorias armazenadas no regime de entreposto aduaneiro na exportação. Assim, não fazia sentido falar em suspensão dessas contribuições. O Decreto nº 8.010/2013, reconhecendo o erro, retirou a menção à suspensão dessas contribuições. A nova redação estabelece que “na modalidade de regime comum, permite-se a armazenagem de mercadorias em recinto de uso público, com suspensão do pagamento dos impostos federais.” O prazo de permanência das mercadorias em entreposto aduaneiro na exportação varia conforme a modalidade utilizada. No caso do regime comum, o prazo de permanência das mercadorias é de 1 (um) ano, prorrogável por período não superior, no total, a 2 (dois) anos. Excepcionalmente, poderá ser concedida nova prorrogação, respeitado o limite de 3 (três) anos. No caso do regime extraordinário, a mercadoria poderá permanecer no regime de entreposto aduaneiro na exportação pelo prazo de até 180 dias. O início do prazo de concessão do regime comum começa a contar a partir da data da entrada da mercadoria na unidade de armazenagem. Já no caso do regime extraordinário, o início do prazo de concessão do regime extraordinário começa a contar a partir da data da saída da mercadoria do estabelecimento produtor-vendedor. São beneficiários do regime de entreposto aduaneiro na exportação: i) na modalidade de regime comum, a pessoa jurídica que depositar, em recinto credenciado, mercadoria destinada ao mercado externo; ii) na modalidade de regime extraordinária, a empresa comercial exportadora. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 8 ∀# 122 1.2.2- Hipóteses de extinção do regime: A extinção do regime de entreposto aduaneiro na exportação ocorrerá nas hipóteses previstas no art. 415 do R/A. Vejamos o referido dispositivo: Art. 415. Observado o prazo de permanência da mercadoria no regime, acrescido daquele a que se refere o inciso II do art. 642, deverá o beneficiário adotar uma das seguintes providências: I - iniciar o despacho de exportação; II - no caso de regime comum, reintegrá-la ao estoque do seu estabelecimento; ou III - em qualquer outro caso, pagar os tributos suspensos e ressarcir os benefícios fiscais acaso fruídos em razão da admissão da mercadoria no regime.A forma de extinção típica do entreposto aduaneiro na exportação é a exportação propriamente dita. Afinal, a ideia é que a mercadoria fique armazenada com os tributos suspensos até ser exportada. Dessa forma, o art. 415, inciso I, do R/A reconhece que o regime será extinto no momento em que tiver início o despacho de exportação. Destaque-se que o despacho de exportação deverá ter início até 45 dias após o prazo de concessão do regime de entreposto aduaneiro na exportação. E se não for possível dar início ao despacho de exportação dentro desse prazo? Pode ser que não se tenha encontrado um comprador no exterior... Nesse caso, teremos que observar os incisos II e III. No caso de regime comum, a extinção do regime ocorrerá com a reintegração da mercadoria ao estoque. Destaque-se que, no momento em que a mercadoria saiu do estoque, os tributos incidiram, mas ficaram suspensos em virtude da concessão do regime de entreposto aduaneiro na exportação. Não houve transferência da posse da mercadoria para uma terceira pessoa, motivo pelo qual basta que esta seja reintegrada ao estoque. No caso de regime extraordinário, a extinção do regime ocorrerá com o pagamento dos tributos suspensos e ressarcimento dos benefícios fiscais acaso fruídos pela empresa comercial exportadora. Perceba que, nesse caso, não cabe falar em reintegração ao estoque, uma vez que as mercadorias passaram à posse da empresa comercial exportadora. Essa venda à empresa comercial exportadora foi feita com suspensão de tributos. Serão esses os tributos a serem recolhidos para a extinção do regime. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 9 ∀# 122 1.3- Disposições comuns ao entreposto aduaneiro na importação e entreposto aduaneiro na exportação: O entreposto aduaneiro na importação e o entreposto aduaneiro na exportação possuem algumas semelhanças, quais sejam: 1) A admissão de mercadorias nos dois regimes não necessita da constituição de Termo de Responsabilidade, uma vez que elas já são mantidas sob controle aduaneiro. 2) O depositário será responsável pelo pagamento dos tributos na ocorrência de avaria ou extravio de mercadoria submetida ao regime de entreposto aduaneiro. 3) Segundo a IN SRF nº 241/2002, as mercadorias admitidas em entreposto aduaneiro podem ser submetidas às seguintes operações: -operações de industrialização (acondicionamento ou reacondicionamento; montagem; beneficiamento; recondicionamento e; transformação, no caso de preparo de alimentos para consumo a bordo de aeronaves e embarcações utilizadas no transporte comercial internacional ou destinados a exportação) - exposição, demonstração e teste de funcionamento; - etiquetagem e marcação, para atender a exigências do comprador estrangeiro e; - manutenção ou reparo. 4) Não é autorizada a admissão, em entreposto aduaneiro: - de mercadorias cuja importação ou exportação esteja proibida - de bens usados Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 1. (AFRFB – 2014) O regime especial de entreposto aduaneiro na importação é o que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfandegado de uso público, com suspensão do pagamento dos !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 1: ∀# 122 impostos federais, mas com incidência da contribuição para o PIS/PASEP- Importação e da COFINS-Importação. Comentários: No entreposto aduaneiro, também haverá suspensão de PIS/PASEP- Importação e COFINS-Importação. Questão errada. 2. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) O regime especial de entreposto aduaneiro na importação permite a permanência de mercadoria estrangeira em feira, congresso, mostra ou evento semelhante, realizado em recinto de uso privativo. Comentários: O entreposto aduaneiro na importação poderá ser operado em recinto alfandegado de uso público ou, ainda em recinto alfandegado de uso privativo, como é o caso de feiras, congressos, mostras ou eventos semelhantes. Questão correta. 3. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Uma das hipóteses de extinção do regime especial de entreposto aduaneiro na importação é o despacho para consumo. Comentários: Uma das formas de extinção do regime de entreposto aduaneiro na importação é o despacho para consumo, por meio do qual é feita a nacionalização da mercadoria. Questão correta. 4. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Na hipótese de despacho para consumo de mercadoria admitida no entreposto aduaneiro na importação com registro de Declaração de Importação (DI) com cobertura cambial, a DI do despacho para consumo também será com cobertura cambial. Comentários: Se a mercadoria tiver sido admitida no entreposto aduaneiro com cobertura cambial, a DI para consumo (nacionalização) será sem cobertura cambial. Questão errada. 5. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) O regime de entreposto aduaneiro na importação permite a armazenagem de mercadoria em local alfandegado com suspensão do pagamento dos impostos incidentes. Comentários: !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 11 ∀# 122 No regime de entreposto aduaneiro, as mercadorias ficam armazenadas em recinto alfandegado com suspensão dos tributos incidentes na importação. Questão correta. 6. (Questão Inédita) O regime de entreposto aduaneiro na modalidade extraordinário poderá ser operado por qualquer pessoa jurídica habilitada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Comentários: O regime de entreposto aduaneiro na exportação, na modalidade extraordinário, é operado por empresa comercial exportadora. Questão errada. 7. (Questão Inédita) O entreposto aduaneiro na importação poderá ser extinto pelo despacho para consumo, reexportação ou destruição sob controle aduaneiro. Comentários: A destruição sob controle aduaneiro não é forma de extinção do regime de entreposto aduaneiro na importação. Questão errada. 8. (Questão Inédita) O entreposto aduaneiro, por se caracterizar pela suspensão dos tributos incidentes nas importações em consignação, somente admite mercadorias importadas sem cobertura cambial. Comentários: No entreposto aduaneiro, são admitidas mercadorias importadas com ou sem cobertura cambial. Questão errada. 9. (Questão Inédita) Após o término do prazo de vigência do entreposto aduaneiro na importação, o beneficiário do regime deverá dar uma destinação à mercadorias, que pode ser o despacho para consumo, a reexportação, a exportação ou a transferência para outro regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais. Comentários: Pegadinha! A destinação da mercadoria deverá ser feita 45 dias após o término do prazo de vigência do regime de entreposto aduaneiro, sob pena de a mercadoria ser considerada abandonada. Questão errada. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 12 ∀# 122 2-Regime de Entreposto Industrial sob Controle Aduaneiro Informatizado (RECOF): Segundo o art. 420 do R/A, o regime de entreposto industrial sob controle aduaneiro informatizado (RECOF) é o que permite a empresa importar, com ou sem cobertura cambial, e com suspensão do pagamento de tributos, sob controle aduaneiro informatizado, mercadorias que, depois de submetidas à operação de industrialização, sejam destinadas à exportação. Em uma primeira leitura desse dispositivo, podemos ser levados a acreditar que a indústria nacional sai prejudicada com o RECOF. Isso porque a literalidade do Regulamento Aduaneiro dispõe que só possuem direito à suspensão de tributos as mercadorias importadas. Ora, se os produtos importados tivessem a exigibilidade dos tributos suspensae os produtos nacionais não, a indústria nacional estaria sofrendo concorrência desleal. Mas as coisas não são bem assim! As aquisições de mercadorias no mercado interno por empresas habilitadas ao RECOF também se beneficiam da suspensão de tributos. Para compreendermos exatamente o RECOF, precisamos dar uma lida na IN RFB nº 1.291/2012. O art. 2º dessa Instrução Normativa dispõe o seguinte: “Art. 2º - O Recof permite à empresa beneficiária importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a serem submetidas a operações de industrialização de produtos destinados à exportação ou ao mercado interno.” Da análise do art. 2º da IN RFB nº 1.291/2012, acima transcrito, percebe-se que tanto as importações quanto as aquisições no mercado interno realizadas pelas empresas beneficiárias do RECOF são objeto de desoneração tributária. Ressalte-se que a desoneração abrange as mercadorias que serão submetidas a operações de industrialização, sendo que o produto resultante não precisa ser necessariamente exportado. Ao contrário, ele também pode ser vendido no mercado interno, ou seja, parte da mercadoria admitida no regime pode ser despachada para consumo. No entanto, as mercadorias destinadas ao mercado interno deverão se sujeitar ao recolhimento dos tributos suspensos. O RECOF é administrado pela Receita Federal do Brasil. Nesse sentido, compete à Receita Federal autorizar uma empresa a operar no regime e, além disso, definir em ato normativo os requisitos necessários para que uma empresa se habilite no RECOF. É o que dispõe o art. 422, do Regulamento Aduaneiro: Art. 422. Poderão habilitar-se a operar no regime as empresas que atendam aos termos, limites e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, em ato normativo, do qual constarão: !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 13 ∀# 122 I - as mercadorias que poderão ser admitidas no regime; II - as operações de industrialização autorizadas; III - o percentual de tolerância, para efeito de exclusão da responsabilidade tributária do beneficiário, no caso de perda inevitável no processo produtivo; IV - o percentual mínimo da produção destinada ao mercado externo; V - o percentual máximo de mercadorias importadas destinadas ao mercado interno no estado em que foram importadas; e VI - o valor mínimo de exportações anuais. Parágrafo único. A aplicação do regime poderá ser estendida a mercadorias a serem empregadas em desenvolvimento de produtos, em testes de funcionamento e resistência e em operações de renovação, recondicionamento, manutenção e reparo. Como é possível verificar, o Regulamento Aduaneiro estabeleceu apenas algumas diretrizes para o estabelecimento de requisitos. A definição precisa desses requisitos está prevista na IN RFB nº 1.291/2012. O inciso I nos indica que nem todas as mercadorias podem ser admitidas no RECOF, mas apenas aquelas indicadas em ato normativo da RFB. Nesse sentido, cabe destacar que apenas as empresas de alguns setores podem ser habilitados no regime. Há, assim, o RECOF Aeronáutico, RECOF Semicondutores, RECOF Automotivo, RECOF de Informática e Telecomunicações. O inciso II, por sua vez, nos revela que pode haver limitação quanto às operações de industrialização autorizadas no regime. Atualmente, a IN RFB nº 1.291/2012 dispõe que as operações de industrialização se limitam à montagem de produtos; transformação, beneficiamento e montagem de partes e peças utilizadas na montagem de produtos e; acondicionamento e recondicionamento de partes e peças a serem comercializadas no mesmo estado em que foram importadas. O inciso III se refere a um percentual máximo de tolerância para efeito de exclusão da responsabilidade tributária do beneficiário, no caso de perda inevitável do processo produtivo. O objetivo disso é permitir que o beneficiário do regime não precise recolher os tributos em relação a mercadorias admitidas no regime, mas que apresentaram defeitos de fabricação ou se deterioraram, não podendo ser empregadas no processo produtivo do bem destinado à exportação. Hoje, o art. 43, da IN RFB nº 1.291/2012 dispõe que esse percentual é de até 1%, ou seja, esse é o percentual de perdas inevitáveis no processo produtivo. Os inciso IV e VI dizem respeito, respectivamente, a um “percentual mínimo da produção destinada ao mercado externo” e a um “valor mínimo de exportações anuais”. Veja só! No drawback, as importações e compras no mercado interno são desoneradas, mas isso está condicionado a um !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 14 ∀# 122 compromisso de exportação. No RECOF, também existe uma espécie de compromisso da empresa habilitada em termos de desempenho exportador. O art. 6º da IN RFB nº 1.291/2012 apresenta as obrigações da empresa beneficiária do RECOF para que seja mantida sua habilitação. São elas: a) exportar produtos industrializados resultantes dos processos mencionados no art. 2º (processos de industrialização aos quais o RECOF está limitado) no valor mínimo anual equivalente a 50% do valor total das mercadorias importadas ao amparo do regime, no mesmo período, e não inferior a US$ 5.000.000,00. Suponha, por exemplo, que uma empresa habilitada no RECOF Semicondutores, importe, no ano de 2016, mercadorias com desoneração tributária no valor de US$ 30 milhões. Logo, ela terá que exportar, em 2016, no mínimo 50% desse valor (US$ 15 milhões). b) aplicar, anualmente, na produção dos bens que industrializar, pelo menos 80% das mercadorias estrangeiras admitidas no regime. Por último, o inciso V, menciona a existência de um “percentual máximo de mercadorias importadas destinadas ao mercado interno no estado em que foram importadas”. Essa é uma característica interessante do RECOF: parte das mercadorias nele admitidas pode ser destinada ao mercado interno. A mercadoria admitida no RECOF poderá, ainda, ter uma das seguintes destinações: i) exportação; ii) reexportação ou; iii) destruição. Todas essas são formas de extinção desse regime aduaneiro especial. Destaque-se que, no RECOF, o prazo de suspensão dos tributos incidentes na importação será de até 1 ano, prorrogável por período não superior a 1 ano. Findo o prazo fixado para permanência da mercadoria no regime, serão exigidos, em relação ao estoque, os tributos suspensos, com os acréscimos legais cabíveis. Além da desoneração dos tributos nas importações e nas aquisições no mercado interno, as empresas beneficiárias do RECOF gozam de grande flexibilidade no despacho aduaneiro de importação. Todas as importações realizadas pelas empresas habilitadas no RECOF recebem o tratamento de Linha Azul. Em outras palavras, todas as importações dessas empresas são direcionadas para o canal verde1, ou seja, são desembaraçadas automaticamente. 1 Uma Declaração de Importação pode ser direcionada para 4 (quatro) canais de importação: canal verde (desembaraço automático), canal amarelo (exame documental), canal vermelho (conferência documental e verificação física) e canal !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 15 ∀# 122 Não é qualquer empresa que pode ser habilitada no RECOF! É coisa pra gente grande! Só do João Antônio (EVP) pra cima! ☺ ☺ Para habilitar-se ao RECOF, a empresa precisa: 1) Atuar em determinados segmentos industriais (RECOF Automotivo, RECOF Aeronáutico, RECOF Informática / Telecomunicações, RECOF Semicondutores). 2) Cumprir certos requisitos definidos no art. 5º da IN RFB nº 1.291/2012: Art. 5º Para habilitar-se ao regime, a empresa interessada deverá atender aos seguintes requisitos:I - cumprir os requisitos de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional, para o fornecimento de certidão conjunta, negativa ou positiva com efeitos de negativa, com informações da situação quanto aos tributos administrados pela RFB e quanto à Dívida Ativa da União (DAU), administrada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); II - possuir patrimônio líquido igual ou superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); III - dispor de sistema informatizado de controle de entrada, estoque e saída de mercadorias, de registro e apuração de créditos tributários devidos, extintos ou com pagamento suspenso, integrado aos sistemas corporativos da empresa no País, que permita livre e permanente acesso da RFB; IV - possuir autorização para o exercício da atividade, expedida pela autoridade aeronáutica competente, se for o caso; V - não ter sido submetida ao regime especial de fiscalização de que trata o art. 33 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos últimos três anos; e O drawback e o RECOF possuem, conforme pudemos verificar, algumas semelhanças, principalmente em relação à lógica do mecanismo, que é de incentivar as exportações. No entanto, existem algumas nítidas diferenças, as quais passamos a listar em seguida: 1) No drawback, o DECEX concede o regime para cada ato concessório (plano de exportação apresentado pela interessada), ao passo que no RECOF não há necessidade disso. Pelo contrário, o RECOF é concedido a todas as importações da pessoa jurídica nele habilitada. A propósito, quem concede o RECOF é a Receita Federal do Brasil. cinza (exame documental, verificação física e procedimento especial de controle aduaneiro) !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 16 ∀# 122 2) No drawback, há obrigatoriedade de que ocorra a exportação. Já no RECOF, parte das mercadorias nele admitidas poderá ser destinada ao consumo no mercado interno. Quando isso ocorrer, deverão ser recolhidos os tributos incidentes na importação. 3) A mercadoria amparada pelo regime aduaneiro especial do RECOF é automaticamente direcionada para o canal verde, ou seja, seu desembaraço aduaneiro é automático. No drawback, não tem essa mamata toda não! ☺ 4) A concessão do regime aduaneiro especial do RECOF é bem restritiva com relação à natureza das mercadorias que poderão ser importadas. Já no drawback, há liberação para importação de qualquer espécie de mercadoria, desde que ela venha a ser utilizada no processo produtivo de um bem a ser exportado. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 10. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) O regime aduaneiro especial de entreposto industrial sob controle informatizado (RECOF) permite a empresa beneficiária importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a serem submetidas a operações de industrialização de produtos destinados à exportação ou ao mercado interno, sem pagamento dos tributos suspensos em quaisquer dos dois casos. Comentários: No caso de mercadorias destinadas ao mercado interno, deverá ser efetuado o recolhimento dos tributos suspensos. Questão errada. 11. (Questão Inédita) O RECOF somente será concedido a empresas que atendam a termos, limites e condições estabelecidos pela Receita Federal do Brasil. Comentários: É isso mesmo! A habilitação no RECOF depende do cumprimento de requisitos definidos em ato normativo da Receita Federal. Questão correta. 12. (Questão Inédita) No RECOF, o prazo de suspensão dos tributos incidentes na importação será de até 2 anos, prorrogável por igual período. Findo o prazo fixado para a permanência da mercadoria no regime, serão !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 17 ∀# 122 exigidos, em relação ao estoque, os tributos suspensos, com os acréscimos legais cabíveis. Comentários: O prazo de suspensão dos tributos no RECOF é de até 1 ano, prorrogável por período não superior a 1 ano. Questão errada. 13. (Questão Inédita) No RECOF, admite-se um pequeno percentual de tolerância, para efeito de exclusão da responsabilidade tributária do beneficiário, no caso de perda inevitável no processo produtivo. Comentários: De fato, existe um percentual de 1% de tolerância para efeito de exclusão da responsabilidade tributária do beneficiário, no caso de perda inevitável no processo produtivo. Questão correta. 14. (Questão Inédita) No RECOF, ao contrário do drawback, a empresa não assume qualquer compromisso de exportação. Comentários: No RECOF, também há um compromisso de exportação. Questão errada. 3- Exportação Temporária: 3.1- Conceito e Generalidades: A exportação temporária é exatamente o oposto do regime de admissão temporária. Enquanto na admissão temporária, os bens permaneciam no país por um tempo e depois retornavam ao exterior, na exportação temporária os bens permanecem no exterior durante um certo período e depois regressam ao país. É o caso, por exemplo, de obras de arte enviadas ao exterior para a realização de uma exposição. Ou então, o de máquinas enviadas ao exterior para a execução de um serviço de construção civil. Segundo o art. 431 do R/A, o regime de exportação temporária é o que permite a saída, do País, com suspensão do pagamento do imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 18 ∀# 122 Devido à política brasileira de não onerar as exportações, a alíquota do imposto de exportação é zero para praticamente toda a pauta exportadora. Assim, a suspensão do pagamento do imposto de exportação não é algo que traga grandes vantagens ao exportador; a vantagem da exportação temporária reside no fato de que não haverá tributação na reimportação (retorno da mercadoria exportada temporariamente). Para compreender exatamente o espírito dessa definição de exportação temporária, faz-se mister conceituar reimportação. A reimportação ocorre justamente quando um bem é exportado ao exterior a título temporário e retorna ao país. Considerando que a exportação não teve o ânimo da definitividade, considera-se que não ocorreu a desnacionalização. Assim, quando uma mercadoria exportada temporariamente retorna ao país, não ocorre o fato gerador do imposto de importação. O retorno de mercadoria é, portanto, encarado como reimportação. Em sentido contrário, caso o bem tenha sido exportado a título definitivo e, posteriormente, regresse ao país, esse retorno será considerado uma importação (e não reimportação). Embora a maior parte dos produtos tenha alíquota zero para o imposto de exportação, existem aqueles que estão sujeitos ao referido imposto (alíquota do I.E diferente de zero). Quando se tratar de exportação temporária de mercadoria sujeita ao imposto de exportação, a obrigação tributária será constituída em termo de responsabilidade, não se exigindo garantia. Os bens aos quais pode ser concedido o regime de exportação temporária estão previstos no art. 91 da IN RFB nº 1.600/2015: Art. 91. Poderão ser submetidos ao regime de exportação temporária: I - bens destinados a eventos científicos, técnicos, educacionais, religiosos, artísticos culturais, esportivos, políticos, comerciais ou industriais; II - bens destinados às atividades de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico aprovadas pelo CNPq ou pela Finep; III - bens destinados a pastoreio, adestramento, cobertura e cuidadosda medicina veterinária; IV - bens destinados a promoção comercial, inclusive amostras sem destinação comercial e mostruários de representantes comerciais, representantes legais, colaboradores ou prepostos das empresas solicitantes do regime; V - bens destinados ao emprego militar e apoio logístico às tropas brasileiras designadas para integrar força de paz em território estrangeiro; VI - bens destinados a assistência e salvamento em situações de calamidade ou de acidentes de que decorra dano ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente; VII - bens destinados à prestação de assistência técnica a produtos exportados, em virtude de garantia; !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 19 ∀# 122 VIII - bens destinados à substituição de outro bem ou produto nacional, ou suas partes e peças, anteriormente exportado definitivamente, que deva retornar ao País para reparo ou substituição, em virtude de defeito técnico que exija sua devolução; IX - bens destinados a homologação, ensaios, testes de funcionamento ou resistência, ou ainda a serem utilizados no desenvolvimento de produtos ou protótipos; X - bens destinados a execução de contrato de arrendamento operacional, de aluguel, de empréstimo ou de prestação de serviços, no exterior; XI - bens destinados a atividades relacionadas com a intercomparação de padrões metrológicos, aprovadas pelo Inmetro; XII - veículos terrestres ou embarcações de esporte e recreio, inclusive motos aquáticas, destinadas ao uso de seu proprietário ou possuidor, transportados ao amparo de conhecimento de carga; XIII - bens integrantes de bagagem desacompanhada de residente. Parágrafo único. O despacho dos bens previstos nos incisos XII e XIII do caput, serão disciplinados em legislação específica que trate de bens de viajante. Calma, meu amigo! Não é necessário decorar essa lista não! Só quero que você a leia percebendo que todos os bens nela relacionados se revestem de uma característica de temporariedade na exportação. A concessão do regime de exportação temporária compete ao Auditor da RFB responsável pelo despacho aduaneiro, que também fixará o prazo para permanência dos bens no exterior. O prazo de vigência do regime será de até 12 (doze) meses, prorrogáveis automaticamente por mais 12 meses, por período não superior, no total, a 2 anos, a juízo da autoridade aduaneira. Quando houver um contrato de prestação de serviço entre o exportador brasileiro e pessoa residente ou domiciliada no exterior, inclusive no caso de arrendamento mercantil, aluguel ou empréstimo, o regime de exportação temporária será concedido pelo prazo do contrato, prorrogável na mesma medida deste. Ao ser concedido o regime de exportação temporária pela RFB, não caberá mais a discussão do mérito desse ato administrativo por ocasião da reimportação. Assim, se a autoridade aduaneira concedeu o regime de exportação temporária, ela não poderá voltar atrás depois. Esse é o entendimento que se pode ter a partir da leitura do art. 445 do R/A, que dispõe que “o exame do mérito de aplicação do regime exaure-se com a sua concessão, não cabendo mais discuti-lo quando da reimportação da mercadoria”. É possível, entretanto, que a autoridade aduaneira indefira o pedido de concessão do regime de exportação temporária. A decisão de indeferimento do pleito deverá, todavia, ser fundamentada, dela cabendo recurso hierárquico. Segundo o art. 436, § 1º, do R/A, o indeferimento do pedido não impede a saída da mercadoria do território aduaneiro. Isso quer !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 2: ∀# 122 dizer que, caso a exportação temporária seja indeferida pela autoridade aduaneira, o exportador poderá fazer uma exportação definitiva. No entanto, se a mercadoria objeto de exportação definitiva regressar ao país, ela será tratada como mercadoria estrangeira, havendo a necessidade do recolhimento tributário integral. Como você pode ver, o problema não vai ser na hora de sair, mas sim na hora de entrar de volta! ☺ Muita gente faz confusão entre a exportação temporária e a exportação em consignação! Vamos então ver as diferenças entre elas! 1) A exportação temporária é um regime aduaneiro especial concedido pela RFB. A exportação em consignação2 é um tratamento administrativo especial concedido pela SECEX. 2) Os bens admitidos no regime de exportação temporária saem do Brasil com ânimo de temporariedade, isto é, o objetivo final é que eles regressem ao território nacional após o prazo fixado. Os bens exportados em consignação saem do Brasil com o objetivo final de serem vendidos no exterior. 3) O retorno ao país de bens exportados temporariamente é hipótese de não-ocorrência do fato gerador do imposto de importação, conforme o art. 74, inciso II do R/A. No retorno ao país de bens exportados em consignação, estes são tratados como mercadorias não-estrangeiras, em conformidade com o art. 70, inciso I do R/A. 3.2- Hipóteses de extinção do regime: O art. 443 e o art. 444 do R/A elencam as hipóteses de extinção do regime de exportação temporária: Art. 443. Na vigência do regime, deverá ser adotada uma das seguintes providências, para extinção de sua aplicação: I - reimportação; ou II - exportação definitiva da mercadoria admitida no regime. Art. 444. Extingue ainda a aplicação do regime de exportação temporária de produto, parte, peça ou componente enviado ao exterior para substituição em decorrência de garantia ou para reparo, revisão, 2 Conforme comentamos em aula anterior, na exportação em consignação, as mercadorias são enviadas ao exterior, devendo ser comprovado o ingresso de recursos ou o retorno das mercadorias ao Brasil dentro do prazo de 720 dias. Trata-se de modalidade de exportação especial concedida pela SECEX. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 21 ∀# 122 manutenção, renovação ou recondicionamento a importação de produto equivalente àquele submetido ao regime § 1o O disposto no caput aplica-se exclusivamente aos seguintes bens: I - partes, peças e componentes de aeronave, objeto da isenção prevista na alínea “i” do inciso II do art. 136; e II - produtos nacionais, ou suas partes e peças, remetidos ao exterior mediante exportação temporária, para substituição de outro anteriormente exportado definitivamente, que deva retornar ao País para reparo ou substituição, em virtude de defeito técnico que exija sua devolução. A forma mais natural de extinção do regime de exportação temporária é a reimportação (art. 443, inciso I do R/A), que consiste no regresso ao país de um bem exportado temporariamente. O art. 443, inciso II, do R/A, por sua vez, faz menção à “exportação definitiva da mercadoria admitida no regime” como hipótese de extinção do regime. Imagine, por exemplo, que um guindaste brasileiro é exportado temporariamente para ser empregado durante 5 meses em uma obra de construção civil no exterior, ao amparo de um contrato de aluguel. Passados os 5 meses, no entanto, o locatário decide ficar com um guindaste, comprando-o. Nesse caso, a exportação temporária será transformada em exportação definitiva. O regime de exportação temporária restará, então, extinto. Por fim, o art. 444 do R/A se refere à “importação de produto equivalente àquele submetido ao regime” como hipótese de extinção da exportação temporária. Suponha, por exemplo, que uma empresa mexicana venda a um hospital no Brasil um equipamento de ultrassonografia. Entretanto, uma peça desse equipamento apresenta defeito e necessita ser consertada. Em virtude de um contrato de garantia, o hospital brasileiro envia a peça ao México, por meiode exportação temporária, para que ela seja consertada. Todavia, em lá chegando a peça, a empresa mexicana verifica que não há conserto. Será necessário enviar uma nova peça ao hospital brasileiro. Assim, o hospital brasileiro irá importar uma peça equivalente àquela exportada temporariamente, o que extinguirá o regime. 3.3- Exportação temporária para aperfeiçoamento passivo: Também existe o regime de exportação temporária para aperfeiçoamento passivo. Segundo o art. 449 do R/A, trata-se de regime aduaneiro especial que permite a saída, do País, por tempo determinado, de mercadoria nacional ou nacionalizada, para ser submetida a operação de transformação, elaboração, beneficiamento ou montagem, no exterior, e a posterior reimportação, sob a forma do produto resultante, com pagamento dos tributos sobre o valor agregado. O regime também se aplica na saída do País de !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 22 ∀# 122 mercadoria nacional ou nacionalizada para ser submetida a processo de conserto, reparo ou restauração. Suponha, por exemplo, que um equipamento de raio-x seja enviado ao exterior a fim de que seja consertado. Para que essa operação seja viabilizada, é concedido o regime de exportação temporária para aperfeiçoamento passivo. No retorno ao país, somente incidirão tributos sobre o valor agregado no exterior. Cabe destacar que considera-se que, no retorno ao país de bem submetido ao regime de exportação temporária para aperfeiçoamento passivo, ocorre fato gerador do imposto de importação. Os bens admitidos no regime de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo não podem sofrer operações de transformação. Entretanto, os bens aos quais for concedido o regime de exportação temporária para aperfeiçoamento passivo podem sofrer operações de transformação. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 15. (AFRFB – 2014) O regime de exportação temporária para aperfeiçoamento passivo é o que permite a saída, do País, por tempo determinado, de mercadoria nacional ou nacionalizada, para ser submetida a operação de transformação, elaboração, beneficiamento ou montagem, no exterior, e a posterior reimportação, sob a forma do produto resultante, com pagamento dos tributos sobre o valor agregado. Comentários: A exportação temporária para aperfeiçoamento passivo permite que uma mercadoria saia do País por tempo determinado para ser submetida a operação de industrialização. No retorno, haverá tributação sobre o valor agregado. Questão correta. 16. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) Exportação temporária é o regime que permite a saída temporária de mercadorias nacionais ou nacionalizadas com suspensão dos tributos. Comentários: !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 23 ∀# 122 Na exportação temporária, mercadorias nacionais ou nacionalizadas saem do País com suspensão tributária, condicionada à posterior reimportação. Questão correta. 17. (Questão Inédita) O regime de exportação temporária é o que permite a saída, do País, com suspensão do pagamento do imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada. A bagagem acompanhada reputa-se em exportação temporária, independentemente de qualquer procedimento administrativo. Comentários: Perfeita definição do regime de exportação temporária, conforme previsto no art. 431, do R/A. De acordo com o art. 440, do R/A, a bagagem acompanhada reputa-se automaticamente submetida ao regime de exportação temporária. Questão correta. 18. (Questão Inédita) O exame do mérito de aplicação do regime de exportação temporária não se exaure com a sua concessão. Comentários: Uma vez tendo sido concedido o regime de exportação temporária, não cabe nova apreciação por ocasião da reimportação. Em outras palavras, o exame do mérito se exaure com a concessão do regime. Questão errada. 19. (Questão Inédita) A exportação temporária poderá ser extinta pela reimportação, pela transformação em exportação definitiva da mercadoria admitida no regime ou, ainda, pela entrega dos bens à Fazenda Nacional. Comentários: A entrega dos bens à Fazenda Nacional não é hipótese de extinção do regime. Os bens exportados temporários estão fora do País; não há, portanto, como destruí-los ou entregá-los à Fazenda Nacional. Questão errada. 20. (Questão Inédita) Quando se tratar de exportação temporária de mercadoria sujeita ao imposto de exportação, a obrigação tributária será constituída em termo de responsabilidade, não se exigindo garantia. Comentários: Quando a mercadoria estiver sujeita ao imposto de exportação, será necessária a constituição de Termo de Responsabilidade, ficando dispensada a garantia. Questão correta. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 24 ∀# 122 21. (Questão Inédita) O indeferimento do pleito de concessão do regime de exportação temporária não impede a saída da mercadoria do território aduaneiro. Comentários: Mesmo sendo indeferido o pleito de concessão do regime de exportação temporária, não haverá impedimento à saída da mercadoria do território aduaneiro. Questão correta. 4- Loja Franca: 4.1- Conceito e Generalidades: Todos aqueles que já viajaram ao exterior tiveram a oportunidade de conhecer os chamados “free shops”, que nada mais são do que estabelecimentos autorizados a operar o regime aduaneiro especial de loja franca. Segundo o art. 476 do R/A, loja franca é um regime aduaneiro especial que permite a estabelecimento instalado em zona primária de porto ou de aeroporto alfandegado vender mercadoria nacional ou estrangeira o passageiro em viagem internacional, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira. Os estabelecimentos que operam o regime aduaneiro especial de loja franca estão situados em zona primária de porto ou de aeroporto alfandegado. Zona primária é justamente por onde entram as pessoas e bens oriundos do exterior, isto é, o “caminho natural” de passageiros em viagem internacional. Segundo o art. 15-A, do Decreto-lei nº 1.455/76, a autorização para a instalação de lojas francas também poderá ser concedida às sedes de Municípios caracterizados como cidades gêmeas de cidades estrangeiras na linha de fronteira do Brasil, a critério da autoridade competente. São consideradas cidades gêmeas os Municípios cortados pela linha de fronteira, que apresentam grande potencial de integração econômica e cultural. Como exemplo, podemos citar Santana do Livramento (que fica no Rio Grande do Sul) e Rivera (que fica no Uruguai). Ou, então, Tabatinga (que fica no Amazonas) e Letícia (que fica na Colômbia). “Mas, Ricardo, qualquer empresa que assim deseje poderá operar o regime aduaneiro especial de loja franca?” !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 25 ∀# 122 Não, não é bem assim! Somente poderão explorar o regime de loja franca as pessoas ou firmas habilitadas pela Secretaria da Receita Federal, através de um processo de pré-qualificação. Com a edição do Decreto nº 8.010/2013, deixou de ser exigido, pelo Regulamento Aduaneiro, que as empresas beneficiárias do regime de loja franca fossem selecionadas mediante concorrência pública. Há que se destacar, entretanto, que a IN RFB nº 863/2008 exige que a seleção de empresa para operar o regime de loja franca seja realizada mediante concorrência pública (procedimento licitatório). Isso é o que vale atualmente, até que a RFB edite ato normativo que disponha de maneira diversa. Outro elemento importante da definiçãode loja franca é a origem das mercadorias que podem ser vendidas por estabelecimentos que operem o regime. Da leitura do art. 476, depreende-se que podem ser vendidas mercadorias nacionais ou mercadorias estrangeiras. Embora as mercadorias nacionais e estrangeiras sejam desoneradas de tributos nas vendas em lojas francas, é necessário diferenciar-se a natureza dos benefícios aplicáveis a umas e outras. A mercadoria estrangeira importada diretamente pelos concessionários das lojas francas fará jus à suspensão dos tributos incidentes na operação. Essa suspensão se converte em isenção no momento em que a mercadoria é vendida a passageiro em viagem internacional, nos termos das normas aplicáveis ao regime de loja franca. A admissão de mercadoria estrangeira nesse regime será feita mediante despacho aduaneiro de admissão, processado com base em Declaração de Importação (DI) específica para esse fim. Por sua vez, as compras de produtos nacionais realizadas por estabelecimentos que operam o regime de loja franca são beneficiadas diretamente pela isenção. Segundo o art.476, § 4o , quando se tratar de aquisição de produtos nacionais, estes sairão do estabelecimento industrial ou equiparado com isenção de tributos. A admissão de mercadoria nacional no regime de loja franca será efetuada mediante emissão de nota fiscal. A legislação aduaneira dispõe que o pagamento das compras realizadas em loja franca poderá ser efetuado em moeda nacional ou estrangeira. Tais pagamentos poderão ocorrer mediante moeda em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito (art.44 da IN SRFB nº 863/2008). As divisas estrangeiras obtidas por meio da venda de mercadorias em loja franca deverão ser recolhidas a estabelecimento bancário autorizado a operar em !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 26 ∀# 122 câmbio dentro do prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis contados da data da operação. Cabe destacar que a redação do Regulamento Aduaneiro anterior (Decreto nº 4543/2002) estabelecia que o pagamento das compras realizadas em loja franca deveria ser feito em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível. Tal dispositivo não mais se aplica e os pagamentos podem ser feitos em moeda nacional ou estrangeira. A importação de mercadorias para o regime de loja franca será realizada em consignação, permitido o pagamento ao consignante no exterior somente após a efetiva comercialização das mercadorias no País. Com o objetivo de controlar os pagamentos feitos ao consignante, a empresa que estiver operando o regime de loja franca deverá registrar Declaração de Importação (DI) para fins cambiais. Nesse caso (venda de mercadorias importadas em loja franca), não ocorrerá despacho para consumo. 4.2- Restrições às vendas em loja franca: As vendas realizadas em loja franca possuem restrições qualitativas (em razão da natureza do adquirente) e quantitativas (número máximo de produtos que podem ser vendidos). Quanto às restrições qualitativas, cabe dar ênfase ao fato de que o Regulamento Aduaneiro dispõe que as vendas em loja franca deverão ser feitas a passageiro em viagem internacional. Entretanto, o conceito de passageiro em viagem internacional deve ser compreendido em sentido amplo, abrangendo também outras pessoas físicas e jurídicas. Esse é o entendimento que se deve ter a partir da leitura do art. 15 da IN SRF nº 863/2008: Art. 15. As mercadorias admitidas no regime poderão ser vendidas a: I - tripulante de aeronave ou embarcação em viagem internacional de partida; II - passageiro saindo do País, portador de cartão de embarque ou de trânsito internacional; III - passageiro chegando do exterior, identificado por documentação hábil, no 1º (primeiro) aeroporto de desembarque no País e anteriormente à conferência de sua bagagem acompanhada; IV - passageiro a bordo de aeronave ou embarcação em viagem internacional; V - missão diplomática, repartição consular e representação de organismo internacional de caráter permanente, e a seus integrantes e !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 27 ∀# 122 assemelhados, conforme previsto no inciso IV art. 15 do Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966; e VI - empresa de navegação aérea ou marítima para consumo a bordo ou venda a passageiros, isentas de tributos, quando em águas ou espaço aéreo internacional. Quanto às restrições quantitativas, deve-se observar o disposto no art.18 da IN SRFB nº 863/2008 quanto aos limites máximos de produtos que podem ser vendidos em loja franca a passageiros chegando do exterior: Art. 18. A aquisição de mercadorias efetuada nos termos do inciso III do art. 15 fica sujeita aos seguintes limites quantitativos: I - 24 (vinte e quatro) unidades de bebidas alcoólicas, observado quantitativo máximo de 12 (doze) unidades por tipo de bebida; II - 20 (vinte) maços de cigarros; III - 25 (vinte e cinco) unidades de charutos ou cigarrilhas; IV - 250 g (duzentos e cinqüenta gramas) de fumo preparado para cachimbo; V - 10 (dez) unidades de artigos de toucador; e VI - 3 (três) unidades de relógios, máquinas, aparelhos, equipamentos, brinquedos, jogos ou instrumentos elétricos ou eletrônicos. 4.3- Bagagem Acompanhada x Loja Franca: Esse é um tópico que gera confusão em muita gente boa! Se você pega um vôo para Miami com o objetivo de fazer compras, sabe que na volta terá que se “virar” com a Receita Federal, não é mesmo? Existem bens que o viajante poderá trazer em sua bagagem acompanhada usufruindo de isenção tributária. Em certos casos, todavia, ele terá que pagar o imposto de importação. A IN RFB nº 1059/2010, que trata dos procedimentos de controle aduaneiro e tratamento tributário aplicável aos bens de viajante, estabelece as hipóteses em que o viajante faz jus à isenção. Segundo o art. 13 da referida Instrução normativa, estão sujeitos a isenção de tributos na importação, desde que integrantes da bagagem acompanhada do viajante, os seguintes produtos: i) livros, folhetos, periódicos; ii) bens de uso ou consumo pessoal e; iii) outros bens, até os limites de US$ 500,00 (se o ingresso do viajante no País for por via !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 28 ∀# 122 aérea ou marítima) e de US$ 300,00 (se o ingresso for por via terrestre, fluvial ou lacustre).3 Os bens que extrapolem o campo de isenção serão objeto de tributação, submetendo-se ao regime de tributação especial ou ao regime de tributação comum. O regime de tributação especial é o que permite o despacho de bens integrantes de bagagem mediante a exigência tão-somente do imposto de importação, calculado pela aplicação da alíquota de 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor tributável dos bens. Imagine, por exemplo, que você traga de Miami, em sua bagagem acompanhada 1(um) laptop cujo valor é US$ 900,00. Considerando que o limite de isenção é de US$500,00, você extrapolou tal limite em US$ 400,00, não foi? Esse será, então, o valor tributável, sobre o qual incidirá uma alíquota de 50% do imposto de importação. O regime de tributação comum, por sua vez, será aplicado: i) aos bens trazidos por viajante que não se enquadrem dentro do conceito de bagagem; ii) aos bens trazidos por viajantes que excedam limites quantitativos relacionados na IN RFB nº 1.059/2010 e; iii) bens integrantes de bagagem desacompanhada que não cumpram os requisitos do art. 8º da IN RFB nº 1059/2010. Em relação à primeira hipótese, cabe destacar que se considera bagagem “os bens novos ou usados que um viajante, em compatibilidade com as circunstâncias de sua viagem, puder destinar para seu uso ou consumo pessoal, bem como para presentear, sempre que, pela sua quantidade, natureza ou variedade,não permitirem presumir importação ou exportação com fins comerciais ou industriais.” Dessa forma, se um viajante trouxer 20 laptops de Miami, fica nítido que não se trata de bagagem, mas sim de importação para fins comerciais. Logo, a tributação será pelo regime comum, isto é, a importação estará sujeita a todos os tributos e respectivas alíquotas que normalmente incidem sobre esse tipo de operação. Quanto à segunda hipótese, a IN RFB nº 1.059/2010 define limites quantidades para certos produtos. É o caso, por exemplo, das bebidas alcoólicas, sujeitas ao limite máximo de 12 litros. Dessa forma, se um viajante trouxer como bagagem mais de 12 litros de bebida alcoólica, a tributação será pelo regime de tributação comum. 3 A literalidade da IN RFB 1.059/2010 prevê que é US$ 150,00 o limite de isenção para bens que ingressem no país , na condição de bagagem de viajantes por via terrestre, fluvial ou lacustre. Entretanto, a Portaria MF 307/2015 estabeleceu que esse limite ainda não está em vigor, sendo aplicável, no momento, a isenção de US$ 300,00. A previsão é de que, em 01º de julho de 2016, o limite de isenção passará a ser US$ 150,00. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 29 ∀# 122 Por último, a terceira hipótese diz respeito aos bens que entrem no país como se fossem bagagem desacompanhada, mas que não cumprem os requisitos da IN RFB nº 1.059/2010. Esses requisitos são os seguintes: i) os bens devem chegar ao território aduaneiro, na condição de carga, dentro dos 3 meses anteriores ou até os 6 meses posteriores à chegada do viajante e; ii) os bens devem provir do local ou de um dos locais de estada ou de procedência do viajante. Dessa forma, em relação à bagagem desacompanhada, temos duas situações diversas: 1) Quando forem cumpridos os requisitos do art. 8º da IN RFB nº 1059/2010: i) será aplicável a isenção aos bens de uso e consumo pessoal usados; ii) será aplicável o regime de tributação especial aos bens que excederem os limites previstos. 2) Quando não forem cumpridos os requisitos do art. 8º da IN RFB nº 1059/2010: será aplicado o regime de tributação comum. “Entendi, Ricardo! Já sei tudo sobre a tributação incidente sobre a bagagem de viajantes! Mas qual a relação disso com o regime aduaneiro especial de loja franca?” Excelente pergunta, meu amigo! Há sim muita relação entre os dois! Segundo o art. 21 da IN RFB nº 863/2008, a venda, em loja franca, de mercadorias com isenção a passageiro chegando do exterior está sujeita ao limite de US$ 500,00. Esse limite para as aquisições em loja franca não é cumulativo com o limite de isenções aplicável à bagagem. Em outras palavras, a isenção será para US$ 500,00 (relativo à loja franca) + US$ 500,00 (relativo à bagagem). Dessa forma, o passageiro tem direito subjetivo à isenção em relação: i) aos bens integrantes de sua bagagem, que não sejam de uso ou consumo pessoal, até o limite de US$ 500,00 e; ii) aos bens adquiridos em loja franca, após o desembarque no Brasil, até o limite de US$ 500,00. Percebam, caros amigos, que o passageiro somente terá direito à isenção relativa aos bens adquiridos em loja franca após o desembarque no País. Mas por que isso? Nos termos do art. 20 da IN SRFB nº 863/2008, será considerada exportação a venda de mercadoria em loja franca a um passageiro saindo do Brasil. Assim, no momento em que o passageiro retornar ao Brasil, os bens adquiridos na partida serão considerados para o cálculo do limite de isenção para bagagem. Da mesma forma, os bens adquiridos em lojas francas no exterior também receberão tratamento de bagagem acompanhada. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 3: ∀# 122 Mas será que o passageiro poderá adquirir bens em loja franca de chegada cujo valor global exceda o limite de US$ 500,00? Sim, poderá. O passageiro poderá adquirir em loja franca de chegada bens cujo valor exceda US$ 500,00. No entanto, esses bens estarão sujeitos ao regime de tributação especial, isto é, incidirá o Imposto de Importação, a uma alíquota de 50%, sobre o montante que exceder o limite de US$ 500,00. 4.4- Extinção do Regime: O regime aduaneiro especial de loja franca será extinto mediante a ocorrência de qualquer uma das hipóteses previstas no art. 38 da IN RFB nº 863/2008. Art. 38. A extinção da aplicação do regime será realizada mediante uma das seguintes destinações: I - venda, nas formas previstas no art. 15; II - reexportação para qualquer país de destino, no caso de mercadorias importadas; III - exportação, no caso de mercadorias nacionais; IV - transferência para outro depósito de loja franca da operadora ou depósito de loja franca de outra operadora; V - transferência para outro regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais; VI - despacho para consumo; ou VII - destruição sob controle aduaneiro. A primeira forma de extinção será por meio da venda de mercadorias a passageiro em viagem internacional (entrando ou saindo do País); a tripulante de avião ou navio em viagem internacional; a missões diplomáticas, repartições consulares e representações de organizações internacionais; e a empresas de navegação aérea ou marítima, para consumo a bordo ou venda a passageiros. A segunda forma de extinção prevista é a reexportação. As mercadorias importadas são admitidas em loja franca mediante consignação. Caso não sejam vendidos, retornam ao exterior, isto é, são reexportadas. A terceira forma de extinção indicada é a exportação. Nesse caso, mercadorias nacionais são admitidas em loja franca e vendidas ao exterior. A quarta forma de extinção é a transferência para outro depósito de loja franca. Seria o caso, por exemplo, de mercadorias que estejam situadas em uma loja franca situada no aeroporto de Congonhas (SP) e que sejam transferidas para uma loja franca situada no aeroporto de Confins (MG). A quinta forma de extinção é a transferência para outro regime aduaneiro especial. Cabe destacar que a transferência para outro regime !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 31 ∀# 122 aduaneiro especial depende do cumprimento dos requisitos de admissibilidade no novo regime. A sexta forma de extinção é o despacho para consumo, isto é, a nacionalização. Seria o caso, por exemplo, da venda no mercado interno dos produtos que haviam sido admitidos em loja franca. Nessa hipótese, os bens não são vendidos às pessoas relacionadas no art. 15 da IN SRFB nº 863/2008. A sétima forma de extinção do regime de loja franca é a destruição dos bens, que deverá ser sob controle aduaneiro. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 22. (AFRFB – 2014) Poderá ser concedida autorização às sedes de Municípios caracterizados como cidades gêmeas de cidades estrangeiras na linha de fronteira do Brasil, a critério da autoridade competente, para a instalação de lojas francas para a venda de mercadoria nacional ou estrangeira contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira. A venda de mercadoria nas referidas lojas francas somente será autorizada à pessoa física. Comentários: A autorização para a instalação de lojas francas também poderá ser concedida às sedes de Municípios caracterizados como cidades gêmeas de cidades estrangeiras na linha de fronteira do Brasil, a critério da autoridade competente. Questão correta. 23. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012) O regime que permite o armazenamento de mercadorias estrangeiras com suspensão dos tributos para serem vendidas a viajantes com destino ao exterior ou viajantes que chegam ao País, podendo ser operado somente em zona primária, é o de Loja Franca. Comentários:A loja franca permite o armazenamento de mercadorias com suspensão tributária para serem vendidas a passageiro em viagem internacional. Esse regime aduaneiro especial somente pode ser operado em zona primária de porto ou aeroporto alfandegado. Questão correta. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 32 ∀# 122 24. (Questão Inédita) Somente poderão explorar o regime de loja franca as pessoas ou firmas habilitadas pela Secretaria da Receita Federal, através de um processo de pré-qualificação. Comentários: Para que uma empresa possa operar o regime de loja franca, ela deverá ser habilitada pela RFB. Questão correta. 25. (Questão Inédita) O regime de loja franca será extinto com a venda de mercadoria a passageiro em viagem internacional. Comentários: Uma das formas de extinção do regime aduaneiro especial de loja franca é por meio da venda de mercadoria a passageiro em viagem internacional. Com a venda da mercadoria a passageiro em viagem internacional, a suspensão se converte em isenção. Questão correta. 5- Depósito Especial: Quando estudamos o regime aduaneiro especial de entreposto aduaneiro, nós verificamos que ele viabiliza as importações em consignação. As mercadorias admitidas em entreposto aduaneiro ficam com a exigibilidade dos tributos suspensa, permanecendo armazenadas em recintos alfandegados. Mas aí eu te pergunto! Será que não existe um regime aduaneiro especial mais flexível? Será que se uma empresa deseja importar mercadorias em consignação estas somente poderão permanecer em recintos alfandegados? Existe um regime aduaneiro especial mais flexível que o entreposto aduaneiro: o depósito especial. Esse regime tem características bem peculiares, mas podemos afirmar que ele é dotado de maior flexibilidade que o entreposto aduaneiro porque ele admite que as mercadorias fiquem armazenadas em locais que não sejam alfandegados. Apesar disso, para operar um depósito especial, é necessário que sejam cumpridos uma série de requisitos, ok? Mas vejamos como funciona o depósito especial! Segundo o art. 480 do R/A, o regime aduaneiro de depósito especial é o que permite a estocagem de partes, peças, componentes e materiais de reposição ou manutenção, com suspensão do pagamento dos impostos federais, da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS- !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 33 ∀# 122 Importação, para veículos, máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, estrangeiros, nacionalizados ou não, e nacionais em que tenham sido empregados partes, peças e componentes estrangeiros, nos casos definidos pelo Ministro de Estado da Fazenda. Bem grande a definição de depósito especial, não é mesmo? Explicando cada elemento do conceito: a) Não se admite o ingresso em depósito especial de qualquer tipo de mercadoria. Somente são admitidos em depósito especial: partes, peças, componentes e materiais de reposição ou manutenção. Dessa forma, não podem entrar em depósito especial os equipamentos propriamente ditos, mas tão somente suas partes, peças e componentes. b) As partes, peças e componentes admitidos no regime de depósito especial destinam-se a bens estrangeiros (nacionalizados ou não) e a bens nacionais em que tenham sido empregados partes, peças e componentes estrangeiros. Assim, as partes, peças e componentes admitidos em depósito especial não podem destinar-se a produtos exclusivamente fabricados no Brasil. c) Os bens admitidos em depósito especial ficam com a exigibilidade dos tributos suspensa (impostos federais + PIS/PASEP + COFINS). 5.1- Habilitação para operar no regime: A aplicação do regime depende de prévia habilitação da pessoa jurídica interessada, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB). Para ser habilitada, a pessoa jurídica precisa cumprir os seguintes requisitos: - regularidade fiscal - dispor de sistema informatizado de controle de entrada, permanência e saída de mercadorias, de registro e apuração de créditos tributários devidos, extintos ou com exigibilidade suspensa, integrado aos sistemas corporativos da empresa no País, com livre e permanente acesso da RFB; - exercer uma das atividades relacionadas no art. 2º da IN SRF nº 386/2004 ou, na qualidade de subsidiária ou representante do fabricante estrangeiro, importar em consignação partes, peças, componentes e materiais de reposição ou manutenção para máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, estrangeiros, nacionalizados ou não, empregados em tais atividades. !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 34 ∀# 122 As atividades relacionadas no art. 2º da IN SRF nº 386/2004 são as seguintes: i) transporte; ii) apoio à produção agrícola; iii) construção e manutenção de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, barragens e serviços afins; iv) pesquisa, prospecção e exploração de recursos minerais; v) geração e transmissão de som e imagem; vi) diagnose, cirurgia, terapia e pesquisa médicas, realizadas por hospitais, clínicas de saúde e laboratórios; vii) geração, transmissão e distribuição de energia elétrica; viii) análise e pesquisa científica, realizadas por laboratórios; ix) defesa nacional. Não é necessário que você decore a lista acima! O objetivo de mencioná-la é apenas para que você tenha noção acerca da abrangência do regime. O prazo de concessão do regime é de até 5 anos, contados da data do desembaraço aduaneiro para admissão. Destaque-se que somente são admitidas no regime mercadorias importadas sem cobertura cambial. 5.2- Extinção do regime: A extinção do regime de depósito especial ocorrerá nas hipóteses do art. 485 do R/A: Art. 485. Na vigência do regime, deverá ser adotada uma das seguintes providências, para extinção de sua aplicação: I - reexportação; II - exportação, inclusive quando as mercadorias forem aplicadas em serviços de reparo ou manutenção de veículos, máquinas, aparelhos e equipamentos estrangeiros, de passagem pelo País; III - transferência para outro regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais; IV - despacho para consumo; ou V - destruição, mediante autorização do consignante, às expensas do beneficiário do regime. Ao analisar o art. 485 do R/A, verifica-se que a extinção do regime de depósito especial ocorre em situações bem semelhantes às de extinção do entreposto aduaneiro na importação. O despacho para consumo de mercadoria admitida em depósito especial será efetuado pelo beneficiário até o dia 10 do mês seguinte ao da saída das mercadorias do estoque, com observância das exigências legais e regulamentares, inclusive as relativas ao controle administrativo das importações. O objetivo é desburocratizar e tornar mais ágeis os procedimentos de importação. Assim, uma empresa poderá já ir utilizando o produto armazenado em depósito especial antes mesmo de ter sido realizado o !∀#∃%&∋()∗ ,−.∋/∀∃0∋ 12 345 6 789: ;∀∗0∃∋ ∀ <.∀%=>∀% ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ ∆ ,.&∋ 8Ε ?0∗≅Α 3∃Β∋0−∗ Χ∋&∀ !!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/& 35 ∀# 122 despacho para consumo, que só precisa ser efetuado no dia 10 do mês seguinte ao da saída do estoque. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 26. (Questão Inédita) O controle aduaneiro da entrada, da permanência e da saída de mercadorias em depósito especial será efetuado mediante processo informatizado, com base em software desenvolvido pelo beneficiário, que atenda ao estabelecido em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Comentários: Isso é exatamente o que dispõe o art. 487, do R/A. Um dos requisitos para a habilitação da empresa a operar o regime de depósito especial é que ela disponha de sistema informatizado
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