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1º Estudo Dirigido – Farmacognosia II Etnofarmacologia: Plantas medicinais utilizadas no arsenal terapêutico familiar Ana Beatriz Cavalcanti Fernandes Girão Matrícula: 474033 Questão 2: Plantas medicinais frescas ou na forma de sachês que são utilizadas e as seguintes informações sobre as citadas: nome da planta, parte usada, como se prepara o remédio caseiro e quais as indicações propaladas. 1- Camomila (Matricaria recutita L.): a parte utilizada da planta mais conhecida como camomila (nome vulgar), é a parte definida como flor, contudo se sabe que a “flor” da camomila na verdade se trata de uma espécie de inflorescência e além desta porção, o caule da camomila também pode ser utilizado, claro que dependendo do objetivo a ser alcançado. Quanto a preparação do remédio caseiro no âmbito familiar, particularmente, tem-se a realização de uma infusão, que se inicia ao colocar a água para ferver e a partir do surgimento das primeiras bolhas, a água é retirada da fervura e o sachê é colocado em contato com esta até que a água adquira tonalidade desejada, ficando mais turva e de coloração específica. As indicações que influenciam o uso da camomila são baseadas em suas ações anti-inflamatórias, antiespasmódica do estômago e duodeno, sendo também associada ao seu efeito refrescante e adstringente. 2- Erva Cidreira (Melissa officinalis L.): como partes utilizadas é possível citar as folhas e o próprio caule da erva cidreira e quanto à preparação, esta pode variar, contudo de maneira individual, realiza-se uma infusão tanto do sachê, quanto da planta fresca, deixando a água já fervida em contato com ambos por um período de 10 – 20 minutos até que a coloração desejada seja alcançada. As indicações que influenciam seu uso, são principalmente relacionados à distúrbios gastrointestinais, como por exemplo para gastrite, espasmos gastrointestinais, diarreias, tal como na falta de apetite (inapetência), na ansiedade, insônia, enxaquecas e seu efeito sedativo. 3- Boldo (Peumus boldus L. Molina): no caso desta planta, suas partes utilizadas são apenas as folhas, sendo estas preparadas a partir de infusão quando o objetivo é obter o chá de boldo, e de forma semelhante as plantas citadas acima, a planta fresca ou o sachê é posto em contanto com a água já em seu estado de fervura por cerca de 10 – 15 minutos em recipiente fechado. Já quando o objetivo desejado é a preparação para inalação, realiza-se uma decocção – popularmente descrito como cozimento – e como o nome popular define, se trata de colocar a planta fresca juntamente com a água para ferver até que a coloração desta seja visualmente alterada satisfatoriamente, tal preparação tem duração aproximada de 20 minutos. Questão 3: Selecione uma das plantas relatadas na questão 1 e faça uma pesquisa bibliográfica sobre ela atentando para as seguintes informações: nome popular, nome científico com descrição botânica da planta, estudos farmacológicos, estudos químicos; indicações e formas farmacêuticas. A Melissa officinalis L. ou Melissa cordifolia Pers., também conhecida popularmente como melissa ou erva cidreira, pode ser descrita como uma planta originária da região circundante do Mediterrâneo, bem como da Ásia e tem como principais características o fato de ser uma planta da família Lamiaceae, arbustiva e capaz de atingir de 20 a 80 centímetros de altura. Seus caules são ramificados a partir da base e formam touceiras. As folhas da erva cidreira são verdes intensas na porção superior e clareiam na parte inferior, já suas flores, quando aparem, possuem como características a coloração branca ou amarelada, podendo se tornar rosadas com o tempo. Fato interessante é que toda a planta emana odor semelhante ao do limão e que se intensifica ainda mais quando esta se encontra seca. A erva cidreira é indicada principalmente na inapetência (falta de apetite), na gastrite, nos espasmos gastrointestinais, nas discinesias hepatobiliares, meteorismo que se trata da presença exacerbada de gases no trato gastrointestinal, nas colecistites, nas diarreias, na ansiedade, na insônia, na hipertensão arterial, na taquicardia, na enxaqueca, na asma, na dismenorreia definida como dor uterina que acomete mulheres por volta do período menstrual ou precedê-la em 1 a 3 dias, em feridas, no hipertireoidismo e no herpes simples. Além de apresentar efeito sedativo e levemente hipnótico, sendo antioxidante. A Melissa officinalis L., pode ser encontrada nas formas farmacêuticas obtidas a partir de infusão, na forma de óleo essencial ou de solução oleosa, que possui como características referentes a composição química definidas pela padronização em 5% de ácido rosmarinico, e pela presença de diversas substâncias em seu óleo essencial, como por exemplo o linalol, nerol, geraniol, citronelol, neral, geranial, taninos, apigenina entre outros, e são essas substâncias que em estudos farmacológicos, são capazes de gerar efeitos como o apresentado em ensaio sobre a atividade antifúngica in vitro do óleo essencial da referida planta sobre Cladosporium carrionii, que é considerada uma espécie patogênica com altos casos de doenças do gênero Cladosporium por todo o mundo, sendo agente da cromoclastomicose, feohifomicoses e quadros alérgicos. Nos ensaios de atividade antifúngica, o óleo essencial de M. officinalis de fato inibiu o crescimento de 100% das cepas de C. carrionii ensaiadas, sendo considerado como um produto com forte atividade antifúngica. Além disso, também foi capaz de induzir inibição do crescimento micelial radial a partir de concentrações específicas de determinados componentes presentes no óleo, tal como alterações morfológicas exemplificadas como diminuição da conidiação e alterações estruturais nas hifas observadas nas cepas ensaiadas, mediante exposição ao óleo de erva cidreira. Diante do exposto, a conclusão obtida pelo estudo é de que o óleo essencial de M. officinalis apresenta de fato, importante atividade antifúngica contra cepas de C. carrionii, apresentando nova possibilidade no arsenal de produtos para a terapêutica das micoses causadas por Cladosporium carrionii. Outra propriedade farmacológica citada anteriormente apresentada pela erva cidreira é a relacionada com seus efeitos antioxidantes, tal atributo foi comprovado a partir de um ensaio realizado com objetivo de investigar a antimutagenicidade/antigenotoxicidade e mutagenicidade/genotoxidade do extrato aquoso, em que o resultado sugere que o extrato etanólico de M. officinalis tem propriedades antigenotóxicas/antimutagênicas e que o pré-tratamento diminui a indução de danos no DNA causado por um agente alquilante como MMS (metilmetanosulfonato) Questão 4: Comparação dos estudos etnofarmacológicos da planta selecionada no item um e compare com os dados científicos obtidos segundo o item 2. Existe validação científica dos dados etnofarmacológicos? De fato, pode-se afirmar que sim, existe validação científica de alguns dos dados obtidos a partir de conhecimentos tradicionais e culturalmente utilizados popularmente, que mesmo sem ter acesso a todo o conhecimento científico, estão de fato utilizando a planta com objetivos corretos e certificados cientificamente, destacando que nem todos os efeitos descritos como terapêuticos e que são utilizados popularmente foram de fato, comprovados cientificamente e puderam ter suas ações farmacológicas e princípios ativos definidos e comprovados, tal como sua toxicologia, segurança e eficácia provados. Contudo, é válido salientar a importância da comprovação de alguns pontos em que a M. officinalis é utilizada, visando a melhor terapêutica para pacientes, bem como o artigo ETNOFARMACOLOGIA”/ Elaine Elisabetsky (Biodiversidade/ Artigos) descreve. Referências bibliográficas: ANGELONI, M. Avaliação do potencial genotóxico e antigenotóxico de Melissa officinalis.Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde). Universidade do Extremo Sul Catarinense, Santa Catarina, Criciúma, janeiro de 2010. BOLDO DO CHILE. Disponível em: < http://florien.com.br/wp- content/uploads/2016/06/BOLDO-DO-CHILE.pdf>. Acesso em: 08 de janeiro de 2021. CAMOMILA. Disponível em: <https://dermomanipulacoes.vteximg.com.br/arquivos/Camomila.pdf>. Acesso em: 08 de janeiro de 2021. MELISSA OFFICINALIS. Disponível em: < http://florien.com.br/wp- content/uploads/2016/07/MELISSA-OFFICINALIS.pdf>. Acesso em: 08 de janeiro de 2021. MENEZES, C. Antifungal activity in vitro of the essential oil of Melissa officinalis L. (lemongrass) on Cladosporium carrionii. 2012. 124 f. Dissertação (Mestrado em Farmacologia) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012.
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