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Depressão em mulheres

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Depressão em mulheres
Sentir-se deprimida é normal?
Todas as pessoas passam por períodos nos quais se sentem tristes, sozinhas ou infelizes. Os acontecimentos diários e nossas reações a eles às vezes interferem em nossa paz de espírito. Tudo faz parte da vida. Mas quando tais sentimentos perduram por semanas ou meses, impedindo a volta a uma perspectiva saudável diante da vida, podem ser um sinal de depressão. 
Neste texto, estaremos abordando algumas das possíveis razões pelas quais as mulheres apresentam maior tendência à depressão, como reconhecê-la em você e em outras pessoas e como tratá-la com eficácia.
É comum a ocorrência de depressão em mulheres?
Estima-se que 2% a 25% das mulheres apresentam um episódio depressivo em algum momento de suas vidas. A diferença na incidência de depressão entre mulheres e homens começa a aparecer na adolescência. Ao avançarmos na idade adulta, essa diferença se torna mais pronunciada
Geralmente a depressão, que é mais pronunciada em mulheres, vem acompanhada por outros sintomas incômodos freqüentes, como ansiedade, distúrbios do sono, crises de pânico e distúrbios alimentares.
Reconhecendo os sinais e sintomas de depressão
Em uma mulher jovem, os sinais de depressão podem incluir problemas escolares e distúrbios de apetite. Ela pode ter uma visão distorcida de sua própria imagem corporal, perda do apetite, insatisfação com tudo e sensações de infelicidade consigo mesma e com a vida em geral. 
Mulheres mais velhas podem não mostrar quaisquer transtornos comportamentais ou não admitir que se sentem infelizes ou deprimidas. Por outro lado, elas podem desenvolver diversas queixas físicas, tais como dor crônica, problemas digestivos ou dores de cabeça. 
	Depressão em mulheres
	 
As origens e os sintomas de depressão em mulheres são variados e complexos e podem resultar de uma grande variedade de causas físicas e emocionais. Embora não exista nenhuma resposta à pergunta sobre o que causa depressão em mulheres, não há dúvida de que as mulheres superam os homens na proporção de 2:1 no número de casos relatados de depressão. 
Pesquisadores acreditam que a depressão pode resultar de desequilíbrios químicos na área cerebral. Esses desequilíbrios químicos podem ser desencadeados por desequilíbrios hormonais, uma reação aos altos e baixos da vida ou uma combinação desses fatores. Alguns especialistas acham que as mulheres geralmente tendem a dar maior valor às ligações e relações pessoais com outras pessoas do que os homens. Isso pode ser uma característica poderosa e positiva. No entanto, é possível que essa ênfase sobre os relacionamentos torne algumas mulheres mais vulneráveis à depressão. 
É interessante observar que tanto as experiências positivas como as negativas podem às vezes causar depressão. Em outras palavras, a depressão pode ser desencadeada pela ansiedade que pode acompanhar uma mudança importante, mesmo que para melhor. 
Qualquer que seja a causa, é importante que as mulheres aprendam a reconhecer os sinais de depressão e busquem ajuda médica caso a depressão persista. A orientação e a experiência do médico são cruciais para o entendimento das ações apropriadas a tomar em direção à recuperação. Na maioria das vezes, a depressão pode ser tratada com eficácia através dos benefícios de aconselhamento ou terapia e/ou de medicações antidepressivas prescritas. 
Além disso, problemas de saúde e depressão às vezes andam de mãos dadas. Em alguns casos, sintomas físicos (tais como dores de cabeça, dor de estômago ou náusea, dores constantes nas costas ou no pescoço, problemas na respiração) para os quais os médicos não conseguem encontrar uma causa física às vezes podem ser sinais de uma depressão subjacente. Por outro lado, o inverso também pode ser verdadeiro. 
A depressão pode esconder outros problemas de saúde que às vezes permanecem despercebidos e não tratados em pessoas com depressão. Problemas inexplicados no padrão de sono, tremores nas mãos, atordoamento, distúrbios digestivos e enxaquecas são sinais comuns de que algo não anda bem, e de que é hora de falar sobre esses sintomas com o seu médico. 
	Fatores hormonais
	 
Os hormônios também receberam atenção na procura das causas de depressão em mulheres. Pesquisadores sugeriram que as alterações em níveis de hormônios, tais como o estrógeno e a progesterona, parecem ter um poderoso efeito sobre os estados de humor das mulheres. As diferenças na proporção em que mulheres e homens desenvolvem depressão começam a aparecer na puberdade, uma época em que ocorrem muitas alterações hormonais. Além disso, os níveis hormonais sofrem modificações durante os vários processos que normalmente ocorrem na vida de uma mulher, entre os quais os ciclos menstruais e período pós-parto. O uso de pílulas contraceptivas, cuja atividade altera os níveis de hormônios, também está associado ao desenvolvimento de depressão. Embora ainda não se tenham todas as respostas, os hormônios parecem ser uma área que vale a pena investigar como uma possível causa de depressão.
 
	Menstruação e a TPM
	 
Durante o ciclo menstrual de uma mulher, os níveis de hormônios mudam constantemente. 
A ligação entre essas mudanças e o desenvolvimento de depressão em mulheres é um dos tópicos estudados atualmente. Os estudos mostram que a “síndrome pré-menstrual” (ou TPM), que pode incluir sintomas de depressão, é comum na maioria das mulheres. Normalmente, os sintomas são leves, não interferem nas atividades de rotina e não requerem tratamento. Porém, em alguns casos, os sintomas podem ser bastante severos e interferir nas funções corporais da mulher. Nesses casos, um médico deve ser consultado.
	Depressão pós-parto
	
Praticamente todas as pessoas já ouviram falar da “síndrome depressiva pós-parto”, em que uma mãe “de primeira viagem” experimenta fortes e variadas emoções e depressão nos primeiros dias e semanas após o nascimento do bebê. Apesar de os pesquisadores ainda não terem confirmado ser esta a causa da depressão que se segue ao parto, a queda dos níveis dos hormônios estrogênio e progesterona podem ter uma participação nisso. Essa depressão de humor ocorre com uma freqüência considerada normal, e geralmente é com rapidez e sem necessidade de tratamento. Mas, para algumas mulheres, os sentimentos depressivos podem durar muito tempo e tornar-se mais severos, e a prescrição de uma medicação e/ou aconselhamento médico pode ser de grande ajuda. 
Essas pacientes devem discutir com os seus médicos sobre as implicações envolvidas no tratamento com medicações antidepressivas durante o período de amamentação. A tendência de desenvolver depressão pós-parto é maior em mulheres que já sofreram episódios depressivos anteriormente.
O nascimento de um bebê tem sido associado a situações de estresse em algumas famílias, diante das mudanças nas rotinas diárias relativas à gravidez, ao parto e ao pós-parto. A ocorrência da depressão materna, após o nascimento de um bebê, de acordo com Sotto-Mayor e Piccinini (2005), pode ser preocupante tanto para a mãe e para a criança, como também para a família, uma vez que esse período tem sido enfatizado como propício para o surgimento de problemas emocionais nas mães, destacando-se os transtornos psicoafetivos.
Por estas razões, os profissionais da saúde que lidam com os perfis humanos afetados pela depressão materna necessitam conhecer e refletir suas práticas a partir de um arcabouço teórico que subsidie sua atuação preventiva voltada ao contexto dos programas de saúde feminina.
Para entender a depressão na etapa puerperal, torna-se necessário enfocar o sofrimento psíquico, enquanto mal-estar moderno, um transtorno reativo amplamente identificado em vários perfis humanos. Particularmente, a depressão feminina estudada neste artigo concentra-se no sofrimento materno após o nascimento de um bebê, incluindo seus principais sintomas e fatores associados, a indicação da sua prevalência, além dos instrumentos para o diagnóstico deste transtorno psicoafetivo, com ênfase nas repercussões da dor psíquica na vidafamiliar.
Implicações da depressão pós-parto na vida da mulher
Segundo Maushart (2006), criar filhos é uma das tarefas mais difíceis que as pessoas realizam na vida e, apesar disto, a sociedade oferece a essa tarefa menos preparo do que a qualquer outra. Poucas mães mencionam a crise psíquica que acompanha o nascimento de um filho, o despertar de sentimentos enterrados há muito tempo a respeito da própria mãe, a mistura de poder e impotência, a sensação de, por um lado, ser levada e, por outro, de tocar novas potencialidades físicas e psíquicas.
diante das transformações da sociedade, da família e dos papéis femininos, coloca-se para a mulher uma dupla responsabilidade em prover o seu sustento e cuidar dos filhos. No entanto, é nessa luta que parece residir a percepção de um amadurecimento enquanto pessoa, um aval de “adultice” e de maturidade que é revelado na ponta de orgulho existente na narrativas destas batalhas do cotidiano. Mas é importante ressaltar que essas mulheres consideram grande a sobrecarga que representa esta vida de dupla jornada, sem companheiro e pertencendo a uma camada pobre da população (p. 132).
Depressão pós-parto
A famosa depressão pós-parto ocorre entre mulheres durante a gestação ou em até 12 meses após o nascimento do bebê. Ela inclui episódios depressivos maiores e menores, cujos efeitos podem ser graves e afetar tanto a mulher, quanto o bebê e sua família.1
. Depressão pós-parto Os sintomas podem aparecer nas primeiras semanas depois do parto ou mesmo durante a gestação. Os sentimentos de extrema tristeza, ansiedade e exaustão podem dificultar que a mãe realize atividades diárias de cuidado do bebê e de si mesma. É bem mais grave do que a sensação de ansiedade que muitas mulheres experimentam após o parto, que normalmente desaparecem dentro de duas semanas
Desordem disfórica pré-menstrual
Outro tipo de depressão específico do sexo feminino, a desordem disfórica pré-menstrual é, em poucas palavras, uma forma grave de TPM. Os sintomas sofridos no período pré-menstrual são, portanto, mais intensos entre quem tem a doença
. 5. Transtorno disfórico pré-menstrual Conhecida como TDPM, surge quase todos os meses no período que antecede a menstruação e deve cessar quando o ciclo se inicia. Assim como a TPM, decorre de uma baixa de estrogênio, o hormônio feminino. Os sintomas, no entanto, são muito mais se... - Veja mais em https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2018/10/03/tipos-de-depressao-sintomas-e-como-identificar.htm?cmpid=copiaecola
A transição menopausal pode ser dividida em período perimenopausa (declínio da função ovariana até um ano após a menopausa), menopausa (término da atividade ovulatória folicular e um ano de amenorréia, ou seja, sem menstruar) e pós-menopausa (após um ano sem menstruar). Esse declínio hormonal modifica o "eixo hipotálamo-hipófise-gonadal" feminino, com baixa secreção dos estrógenos e dos níveis de progesterona também, sendo essa uma das razões porque a mulher deprime mais que o homem, numa proporção de 2:1 a favor das mulheres, é claro, que apresentam vários tipos de transtornos do humor, desde a famosa TPM, à aos episódios depressivos na gestação (20%), ou no pós-parto (15-20%), ou na menopausa ou no climatério. Para não falar dos quadros depressivos das crianças e adolescentes, cada vez mais evidentes em nossa sociedade. 
Contextos de Depressão em Mulheres
Dockett (2006) entrevistou 30 mulheres que tiveram depressão uma ou mais vezes ao longo da vida. Situações como conflitos familiares, problemas de saúde, relacionamentos rompidos ou instáveis e episódios estressantes (como acidente automobilístico ou uma maternidade conturbada) foram citados nos discursos das entrevistadas, como contextos nos quais tiveram seus primeiros episódios de depressão. O pensamento de morte era recorrente entre muitas delas, e algumas tentaram suicídio ou feriram, por vezes, o próprio corpo. Uma das entrevistadas comparou a depressão a "uma caverna úmida, profunda e escura". Outra se referiu à depressão como uma "tristeza oca". Uma entrevistada que tinha depressão desde a adolescência relatou ter a sensação de estar morta, e que tudo parecia vazio e que, aparentemente, nada de bom poderia acontecer. Esta entrevistada comparou a depressão a um peso. Em geral, todas as mulheres entrevistadas falaram da depressão como algo que dificultou bastante o prosseguimento de suas vidas.
A seguir, analisaremos, a partir da perspectiva da Análise do Comportamento, contextos de depressão em mulheres: gravidez, violência, problemas de saúde, fatores sócio-econômicos e familiares.
Gravidez
Estes estudos indicam que no contexto da gravidez de algumas mulheres pode haver uma baixa taxa de reforço, além da presença de contingências aversivas, que estão relacionadas ao pouco apoio social recebido por algumas gestantes, assim como ao fato de ser solteira sem namorado. A gravidez compreende um momento de diversas mudanças para a mulher, como as alterações hormonais, o ganho de peso, a mudança da rotina diária, além das responsabilidades que a vinda de um novo ser acarreta. Quando a grávida não possui repertório comportamental para lidar com todas essas mudanças, o contexto da gravidez pode se tornar aversivo. Passar por esta fase sem ter com quem contar é um problema a mais em um contexto escasso em reforçadores sociais.
A própria depressão durante e após a gravidez constitui uma contingência aversiva para a mulher, que se sente culpada por não se sentir feliz com a vinda de um filho. A gravidez, para o senso comum, está comumente associada à felicidade da mulher (Nóbrega, 1995), já a infertilidade estaria associada à tristeza e incompletude feminina (Trindade & Enumo, 2002). Sendo assim, a comunidade verbal não aceita com facilidade que uma mãe sinta tristeza ou tenha depressão. A idéia equivocada de que o que sentimos é causa de nossos comportamentos faz com que a recém mãe que se sinta triste ou deprimida e se concentre em controlar seus sentimentos, sem sucesso. Isso aumenta a probabilidade do contexto em que essa mãe está inserida gerar e manter os comportamentos típicos da depressão.
Violência
Em outras palavras, em um contexto de violência excessiva, sem a possibilidade de fuga ou esquiva, a mulher pode aprender que não há nada que ela possa fazer para modificar o contexto aversivo em que está inserida, e passa a se comportar sob a influência dessa regra. Muitas vezes a mulher vítima de violência desenvolve, também, a crença de que tem culpa em sofrer a violência (Mattar et al., 2007) e, este tato distorcido se torna um estímulo para a emissão de comportamentos deprimidos. A ocorrência de violência durante a gravidez pode gerar efeitos mais graves tendo em vista que o contexto da gravidez (por exemplo, alterações do humor, possível falta de apoio à gestante, entre outras modificações que podem ocorrer na vida da mulher em função da gravidez) potencializa os efeitos da violência (contexto de punição) por parte dos parceiros de muitas grávidas.
Problemas de Saúde
Ter uma doença crônica, ou alguns outros problemas graves de saúde, implica em uma série de restrições alimentares, físicas e sociais. O paciente crônico, muitas vezes, precisa controlar a ingestão de certos tipos de alimento, não pode realizar qualquer tipo de atividade que demande esforço físico e, em função disso, pode sofrer restrições sociais como, por exemplo, participar de um churrasco devido às restrições alimentares impostas por uma doença renal crônica. Estas restrições retiram vários reforçadores do ambiente tornando-o aversivo ou, no mínimo, não reforçador. A baixa taxa de reforçadores faz com que diminua a probabilidade de emissão de diversos comportamentos que poderiam gerar reforçadores ou minimizar o contexto aversivo. Sendo assim, a paciente diabética deprimida pode deixar de cuidar de sua dieta (redução da emissão de um comportamento que poderia gerar reforçadores) e, com isso, suas taxas de glicemia aumentam (o contexto da estimulação privada interoceptiva se torna mais aversivo), complicandoainda mais seu quadro clínico. Essa perda de reforçadores e esse aumento das contingências aversivas estão estreitamente relacionadas à depressão.
Fatores Sócio-econômicos e Familiares
A saída dos filhos de casa pode estar associada à depressão desenvolvida por algumas mães que se dedicaram exclusivamente à criação dos filhos e, até mesmo, por aquelas que já trabalharam fora de casa (Sartori & Zilberman, 2009). Muitas vezes, esse período coincide com outras mudanças como a menopausa e a aposentadoria, o que potencializa o desenvolvimento do quadro depressivo.
As desigualdades sociais também estão relacionadas ao desenvolvimento de quadros depressivos. De acordo com Ludermir (2008), as contingências que definem essas desigualdades eliciam sentimentos que estão comumente ligados à depressão, como humilhação, inferioridade, sensação de falta de controle sobre o meio e impotência.
Nos contextos citados acima, encontramos exemplos de contingências aversivas e perda de reforçadores associados à depressão. O comportamento da mulher que assume o papel de "chefe" da família se encontra, muitas vezes, sob a ação de contingências aversivas relacionadas ao stress gerado pelos atributos que o papel possui somados às responsabilidades domésticas que, em diversas culturas, são tipicamente femininas.
Por não estar preparadas para ocupar o tempo ocioso pode se desenvolver a depres~~ao.
adquirindo os comportamentos verbais e não verbais que tipificam a depressão.
	Outras possíveis causas de depressão
	 
A depressão, tanto em homens como em mulheres, também pode ser influenciada pela nutrição e dieta, problemas médicos, remédios e outras drogas, falta de exercício, influências psicossociais e outros fatores. Alguns desses aspectos serão discutidos a seguir. 
Problemas médicos: 
Problemas médicos, como doença tireoideana, podem causar depressão, sendo esta a razão pela qual uma avaliação médica e uma análise minuciosa deva ser conduzida antes de ser confirmado um diagnóstico de depressão. A depressão também pode ser influenciada por fatores nutricionais, tais como baixos níveis de vitamina B12, ou por anemia ferro-deficiente, que podem resultar de uma dieta insuficiente em valores nutritivos ou de anormalidades menstruais. 
Medicamentos, álcool e outras drogas: 
Todos os medicamentos produzem efeitos colaterais, e alguns, tais como determinados hormônios e certas drogas usadas para controlar a pressão arterial elevada, também podem ter a depressão como um efeito colateral tanto em mulheres como em homens. Até 1/3 das mulheres também podem desenvolver depressão como conseqüência do uso de pílulas contraceptivas. A depressão pode resultar da interação de diferentes medicações em atividade no organismo. Se você suspeitar da existência de uma situação como essa, consulte seu médico. 
Uma droga comum, que “interage” com outras, é o álcool. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode resultar da tentativa de uma pessoa “mascarar” sintomas depressivos, e pode piorar um episódio depressivo. 
Alguns pesquisadores acreditam que o abuso de álcool pode favorecer a manifestação de depressão em indivíduos vulneráveis. Se excessivas quantidades de álcool forem ingeridas em combinação com outras drogas, pode ocorrer uma interação, piorando a depressão ou causando outros efeitos maléficos. 
Transtorno afetivo sazonal (TAS): 
Um outro interessante tópico de investigação atual em depressão é o transtorno afetivo sazonal, ou TAS. Os portadores de TAS podem se tornar deprimidos quando chega o inverno e os dias escurecem cedo. Os pesquisadores teorizam que a redução na quantidade de luz do sol afeta o equilíbrio de determinadas substâncias químicas cerebrais, levando a sintomas de depressão. Se você notar qualquer padrão sazonal ligado aos seus sentimentos depressivos, converse com seu médico. 
	Influências psicossociais sobre a depressão
	 
As influências psicossociais, que incluem estresse imposto pela vida diária, as estratégias para enfrentar as dificuldades e a forma em que as mulheres se vêem enquadradas na sociedade, são tópicos da atual investigação em mulheres com depressão. Alguns fatores psicossociais parecem afetar igualmente homens e mulheres. Apesar de ainda não terem surgido respostas definidas, parece que alguns desses fatores psicossociais podem ajudar a explicar por que razão algumas mulheres têm maior predisposição ao desenvolvimento de depressão do que outras. 
Acontecimentos negativos na vida: 
Acontecimentos negativos na vida, como a morte de um ente querido, divórcio, desemprego ou pobreza, são conhecidos como capazes de levar à depressão homens e mulheres, tanto imediatamente após o acontecimento como em outros períodos da vida. Algumas pessoas têm estratégias que lhes permitem superar determinados problemas e lidar com tais situações não deixando que estas interfiram severamente em suas vidas. Para outras, essas situações podem resultar em depressão. Certos fatos traumáticos, como estupro e outras formas de abuso sexual, acontecem mais freqüentemente com mulheres, podendo aumentar a incidência de depressão. O abuso sexual durante a infância pode às vezes causar sentimentos conhecidos como “culpa indevida”, uma condição que pode expressar-se mais tarde como depressão ou outros distúrbios mentais. É importante lembrar, entretanto, que a depressão pode ocorrer por inúmeros motivos. Muitas pessoas com depressão nunca foram expostas a acontecimentos negativos, enquanto outras que realmente passaram por experiências negativas na vida não se tornam deprimidas. 
Relacionamentos, casamentos e filhos: 
A quantidade e a qualidade de apoio que recebemos de nossas relações interpessoais podem proteger-nos contra os estresses e as pressões da vida diária, e podem reduzir as reações físicas e emocionais ao estresse, entre as quais a depressão. 
Por outro lado, a ausência de um relacionamento com estreitos laços de afeto, amizade e confiança, seja com um cônjuge, um parceiro ou um amigo, pode aumentar o risco de tornar-se uma pessoa deprimida. 
Esse risco pode ser composto por fatores como agressividade, maus tratos ou infidelidade por parte do parceiro. É fato comprovado que o casamento pode, de certo modo, proteger tanto o homem como a mulher contra o desenvolvimento de depressão, se tarefas como cuidar dos filhos e da casa forem compartilhadas. Entretanto, as mulheres que não trabalham fora e que ficam em casa cuidando de filhos pequenos podem apresentar maior risco de se tornarem deprimidas. O divórcio ou o rompimento de relações também pode desencadear um episódio depressivo, especialmente quando a situação envolve estresse relacionado a problemas de custódia dos filhos e partilha de bens, e o grau de depressão após a separação aumenta. 
Auto-estima: 
Muitas mulheres crescem com um senso de auto-confiança e um sentimento de que elas podem controlar suas vidas e dominar a maioria das situações. Enquanto algumas, devido a inúmeros fatores complexos de ordem familiar e social, podem experimentar sentimentos de baixa auto-estima e auto-valorização. Elas podem achar que não estão sendo levadas a sério, que o que fazem não é valorizado, ou que não têm um papel importante na sociedade ou na própria família. 
Outras mulheres podem acreditar que o seu valor baseia-se primariamente em sua atratividade física e tornam-se deprimidas se acharem que não se “enquadram” nos padrões definidos pelas imagens fascinantes de modelos e atrizes. Adolescentes, em particular, tendem a desenvolver distúrbios de alimentação, que geralmente são acompanhados por depressão. 
Os fatores subjacentes ao sentimento de baixa auto-estima em mulheres são complicados e afetam diferentes mulheres de diferentes formas. Se você acha que pode estar tendo um problema com a sua auto-estima, você pode decidir por examinar o que você sente através da ajuda de um grupo de apoio, de um conselheiro ou do seu médico. Diferentes tipos de terapia serão discutidos mais adiante; seu médico pode ajudá-la a selecionar uma terapia que seja adequada ao seu caso. 
	Programaseficazes de tratamento encontram-se disponíveis
	 
Existe atualmente um grande número de tratamentos muito eficazes para depressão. Alguns dos tratamentos disponíveis são medicamentos antidepressivos, psicoterapia e terapia eletro-convulsiva. A escolha do tratamento certo para você é um processo individual que dependerá não somente da severidade de sua depressão, mas também das preferências suas e do seu médico. 
Especialistas concordam que a depressão deve ser tratada quando começa a causar uma prolongada interferência nas atividades sociais e profissionais, nos relacionamentos pessoais e nas atividades funcionais do dia-a-dia. Muitos deles também acreditam que o tratamento deve ser considerado quando a angústia pessoal se torna severa, mesmo se a pessoa deprimida ainda pareça estar exercendo adequadamente suas funções. 
Medicações Antidepressivas: 
As medicações antidepressivas podem ser úteis na correção dos desequilíbrios químicos que podem causar depressão maior. Hoje existem várias e diferentes opções para a escolha de antidepressivos. 
De um modo geral, acredita-se que as medicações antidepressivas atuam através de um mecanismo que aumenta a oferta de neurotransmissores no cérebro para restaurar o balanço químico. As principais categorias de antidepressivos incluem os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), antidepressivos tricíclicos (ATCs), inibidores da monoamino-oxidase (IMAOs) e vários outros antidepressivos mais recentes. Você também já deve ter ouvido falar sobre o lítio, que é usado principalmente no tratamento de um tipo de depressão conhecida como “transtorno maníaco depressivo”. Esta condição está associada com grandes alterações no estado de humor, tanto acima (mania) como abaixo (depressão) da variação normal de humor. 
Você precisará conversar com o seu médico para determinar que antidepressivo é o mais adequado para o seu caso. Todas as medicações produzem efeitos colaterais; se você achar que os efeitos colaterais de qualquer medicação são muito inconvenientes, diga ao seu médico. Ele poderá ajustar a dose ou prescrever uma outra medicação. 
Psicoterapia ou Terapia de exposição dos problemas: 
Há vários tipos de psicoterapia: terapia de apoio, cognitiva, comportamental e interpessoal. Algumas pessoas deprimidas podem ser ajudadas por uma pessoa interessada e disposta a simplesmente ouvir o que elas têm a dizer, enquanto outras necessitam da ajuda de um analista altamente experiente em examinar com atenção as situações difíceis e os problemas que contribuem para a depressão dos pacientes. A psicoterapia pode ser a curto prazo orientada a enfocar um acontecimento específico ou uma época difícil na vida de uma mulher, ou a longo prazo, dando um tempo adequado para investigar preocupações maiores sobre o passado, questões de identidade, relacionamentos passados ou presentes, etc. 
A terapia familiar é útil para pessoas cuja depressão pode ser influenciada por situações familiares. Vários membros da família, assim como o paciente deprimido, podem participar desse tipo de terapia. 
A terapia em grupo também é uma opção para mulheres que acham que poderiam se beneficiar do apoio de um grupo de iguais. Algumas mulheres acham que os grupos integrados por pessoas do mesmo sexo são menos ameaçadores e mais confortáveis que os grupos mistos. Os grupos de apoio para sobreviventes de abuso sexual, incesto, estupro, etc, oferecem a oportunidade de trocar sentimentos e responsabilidades pessoais com outras mulheres que tiveram experiências semelhantes. 
O treinamento de positividade e/ou sessões de planejamento de vida podem ser benéficos para mulheres deprimidas que precisam desenvolver novas formas de reação frente a situações difíceis. Esses programas podem ajudar as mulheres a aprender a estabelecer e a cumprir metas, avaliar situações objetivamente e reservar tempo para si mesmas. 
	Livrando-se da depressão
	 
A depressão é um transtorno complexo. Vimos que ela pode ter diversas causas e variados tipos de manifestação. Mas há tratamentos disponíveis eficazes que podem controlar a depressão. Com o tratamento adequado, as mulheres que sofrem de depressão podem participar de tudo que a vida tem para oferecer!
Depression/Awareness, Recognition and Treatment (D/ART) - National Institute of Mental Health - 5600 Fischers Lane - Rockville, MD 20857 - (800) 421 4211
National Alliance for the Mentally III (NAMI) - 200 North Glebe Road, Suite 1015 - Arlington, VA 22203
(800) 950-NAMI    http://www.nami.org
National Depressive and Manic Depressive Association (NDMDA) - 730 North Franklin Street - Chicag, IL 60610 - (800) 82-NDMDA   http://www.ndmda.org
National Mental Health Association (NMHA) - 1021 Prince Street - Alexandria, VA 22314 - (900) 969-NMHA      http://www.nmha.org
John H. Greist, MD e James W. Jefferson, MD “Depression and Antidepressants: A Guide” e “Depression and Its Treatment” - Dean Foundation for health, Research and Education - 2711 Allen Blvd. - Middleton. WI 53562 - (608) 836-7000.
	Referências
	 
1. Kaplan & Sadock's Pocket Handbook of Clinical Psychiatry. Sadock and Kaplan, eds. 2001. Editora Lippincott Williams & Wilkins. 
2. Essential Psychopharmacology (Essential Psychopharmacology Series). Stephen M. Stahl et al. 2004. Cambridge University Press. 
3. Ebmeier KP et al. Recent developments and current controversies in depression. Lancet. 14;367(9505):153-67. 2006 
4. Rupke SJ et al. Cognitive therapy for depression. Am Fam Physician. 1;73(1):83-6. 2006 
5. Brookman RR. Disorders of mood and anxiety in adolescents. Adolesc Med Clin. 17(1):79-95. 2006 
6. Lader M. Management of panic disorder. Expert Rev Neurother. 5(2):259-66. 2005 
7. Merlo LJ et al. Obsessive-compulsive disorder: tools for recognizing its many expressions. J Fam Pract. 55(3):217-22. 2006 
As informações sobre saúde contidas neste site são fornecidas somente para fins educativos e não pretendem substituir, de forma alguma, as discussões estabelecidas entre médicos e pacientes.
Em caso de dúvidas, favor contatar o Fale Pfizer através do telefone 0800-16-7575 (de segunda a sexta-feira das 8h00 às 20h00).
"NÃO TOME NENHUM MEDICAMENTO SEM O CONHECIMENTO DE SEU MÉDICO. PODE SER PERIGOSO PARA SUA SAÚDE".
Todas as informações contidas neste site são destinadas ao público brasileiro.
https://www.pfizer.com.br/sua-saude/depressao/depress%C3%A3o-em-mulheres
RESUMO
Este artigo apresenta algumas considerações teóricas acerca da depressão pós-parto, de modo a permitir a visibilidade dos profissionais da saúde, notadamente dos psicólogos, para o sofrimento psíquico que alcança as mulheres durante sua fase reprodutiva. Para entender a depressão na etapa puerperal, inicialmente foi enfocado o sofrimento psíquico, enquanto mal-estar moderno, um transtorno reativo amplamente identificado em vários perfis humanos. Em seguida, a depressão feminina foi analisada após o nascimento de um bebê, incluindo seus principais sintomas e fatores associados, a indicação da sua prevalência, além dos instrumentos para o diagnóstico deste transtorno psicoafetivo. Por fim, tratou-se das repercussões da dor psíquica na vida familiar e da importância do conhecimento dos profissionais da saúde acerca da temática abordada para além do olhar biologizante.
Palavras-chave: Depressão reativa, Depressão pós-parto, Puerpério.
 
 
1. Introdução
Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise teórica acerca da depressão pós-parto, enquanto manifestação biopsicossocial, de modo a possibilitar ao profissional da saúde uma reflexão sobre este sofrimento psíquico, que acomete uma parcela significativa de mães após o nascimento de um bebê, com importantes implicações psicoafetivas na vida da mulher.
Apesar da ocorrência e da importância desse transtorno, a avaliação de depressão no período puerperal é difícil devido à fronteira imprecisa e, às vezes, arbitrária entre as formas clínicas, as subclínicas e as não-patológicas. Os limites entre o fisiológico e o patológico podem ser estreitos, o que pode gerar dúvidas emobstetras, clínicos ou psiquiatras (CAMACHO et al., 2006).
 
2. Revisão da literatura
Depressão: manifestação biopsicossocial
Enquanto sofrimento psíquico, a depressão nem sempre expressa um estado patológico, pois encontra origem na própria existência humana, na inquietação do homem diante da sua condição de ser temporal, finito e incompleto. O sofrimento e a dor são sentimentos subjetivos, manifestos tanto na esfera afetiva, na dor mental, como na esfera física, nas condições fisiológicas em geral. Concebido como manifestação psicossocial, o sofrimento psíquico expressa um tipo de doença ou síndrome, situada entre a subjetividade e a realidade exterior, sendo a expressão de diferentes formas de experiência de mal-estar, sentimentos reunidos nas condições de exclusão e solidão (NÓBREGA; FONTES; PAULA, 2005).
De acordo com Wilkinson, Moore e Moore (2003), a doença depressiva é um aumento exagerado das sensações diárias que acompanham a tristeza, consistindo numa perturbação do humor, de gravidade e duração variáveis, que é freqüentemente recorrente e acompanhada por uma variedade de sintomas físicos e mentais, que envolvem o pensamento, os impulsos e a capacidade crítica (p. 21).
Além do saber científico, os indivíduos elaboram a sua teoria do senso comum acerca da depressão nas comunicações e interações sociais, representando este transtorno psicoafetivo, segundo Coutinho (2005), como uma forma de expressão do sofrimento e da dor humana.
Os estudos relatados por Coutinho e Saldanha (2005) sobre a representação social da depressão em diversas fases do desenvolvimento humano concluem que o senso comum sofre influência do pensamento erudito coincidente com a nosologia psiquiátrica, sem desconsiderar a preponderância do conhecimento cotidiano e das singularidades culturais. Estes últimos correspondem aos elementos sócio-históricos, sociopolíticos e ancestrais, com ênfase na abordagem multidimensional, focalizando aspectos psicoafetivos, histórico-factuais, socioculturais e físico-orgânicos. Este conjunto de elementos, abordagens e aspectos do senso comum permite a conceituação da depressão, enquanto uma expressão complexa e plural, apresentando uma indissociabilidade entre a depressão, enquanto doença, e o ser depressivo “doente”.
Considerando a população mundial, a doença depressiva, de acordo com Wilkinson, Moore e Moore (2003), é comum nas consultas de clínica geral e é, ao mesmo tempo, insuficientemente diagnosticada e tratada, acometendo cerca de 25% da população mundial num espaço de um ano, sendo que uma pessoa em cada vinte terá um episódio moderado ou grave, embora apenas um quinto dos casos graves procuram o tratamento médico. Cerca de uma em cada cinqüenta pessoas depressivas necessitará de tratamento hospitalar.
No entanto, apesar da literatura referir-se a este amplo alcance da ocorrência de transtornos depressivos na população mundial, as mulheres destacam-se como um segmento mais sensível do que os homens na manifestação da depressão. As mulheres têm merecido atenção dos estudos sobre a depressão, principalmente nos contextos que envolvem exclusivamente o mundo feminino, notadamente nas situações relativas à maternidade, conforme os estudos de Lara, Acevedo e Berenzon (2004).
O nascimento de um bebê tem sido associado a situações de estresse em algumas famílias, diante das mudanças nas rotinas diárias relativas à gravidez, ao parto e ao pós-parto. A ocorrência da depressão materna, após o nascimento de um bebê, de acordo com Sotto-Mayor e Piccinini (2005), pode ser preocupante tanto para a mãe e para a criança, como também para a família uma vez que esse período tem sido enfatizado como propício para o surgimento de problemas emocionais nas mães, destacando-se os transtornos psicoafetivos.
A seguir, serão discutidas as aproximações teóricas concentradas no sofrimento psíquico durante o período puerperal.
A depressão feminina no puerpério
Para contextualizar o estudo da depressão pós-parto, além da identificação da época de puerpério em que ocorrem os sintomas depressivos, faz-se necessária a apresentação de suas características, seus principais sintomas e fatores associados, a indicação da sua prevalência nas mulheres após o nascimento de um bebê, além dos instrumentos para o diagnóstico deste transtorno psicoafetivo.
Em se tratando especificamente da população feminina, conforme o estudo de Lara, Acevedo e Berenzon (2004), os dados epidemiológicos mostram que a prevalência da depressão ocorre numa razão de duas mulheres para um homem. Especialmente depois do nascimento de um bebê, de acordo com Kaplan e Sadock (1990), entre 20% e 40% das mulheres tem sido evidenciada uma perturbação emocional ou uma disfunção cognitiva no período pós-parto. Nesta perspectiva, a experiência materna focalizada durante o puerpério merece ser compreendida e estudada, para que seja possível apreender o conhecimento oriundo do senso comum acerca da vivência materna mediada pelo adoecimento psíquico (SARAIVA, 2007).
O estudo da depressão da mulher na fase do puerpério pressupõe a compreensão e a definição da intensidade dos sintomas humorais associados ao período após o nascimento do bebê, e que podem variar desde a melancolia da maternidade (baby blues) até as psicoses puerperais, passando pela depressão pós-parto, propriamente dita.
A melancolia da maternidade, também denominada de tristeza pós-parto por Kaplan e Sadock (1990), caracteriza-se por um distúrbio de labilidade transitória de humor, que atinge cerca de 50% das novas mães entre o terceiro e o quinto dia após o parto, tendo, geralmente, remissão espontânea. Muitas mães experimentam um estado normal, consistindo de sentimentos de melancolia, disforia, choros freqüentes, ansiedade, irritabilidade e dependência. Estes sentimentos, que podem durar até vários dias, têm sido atribuídos à rápida mudança nos níveis hormonais, ao stress do parto e à consciência da responsabilidade aumentada, que a maternidade traz consigo. Em casos raros, de 1 a 2 em cada 1.000 nascimentos, a psicose pós-parto pode desenvolver-se na mãe e se caracteriza por ansiedade severa, alucinações e delírios, os quais freqüentemente requerem tratamento intensivo e, por vezes, hospitalização, ocorrendo entre as duas primeiras semanas após o parto.
A fim de caracterizar a depressão pós-parto, foram excluídos desta análise teórica os estudos sobre a melancolia da maternidade e a psicose puerperal e foi focalizado como puerpério o período após o parto que variou entre 15 e seis meses de vida do bebê (SIERRA MANZANO et al., 2002; HOWELL et al., 2006; CRUZ et al., 2005; MORAES et al., 2006; SARAIVA, 2007).
A pesquisa de Schwengber e Piccinini (2003) apresenta uma revisão da literatura, no que diz respeito às características da depressão pós-parto e aos fatores associados à sua ocorrência, indicando que a mesma está se apresentando acompanhada de uma série de fatores biológicos, obstétricos, sociais e psicológicos, que se inter-relacionam. Além disso, o caráter conflituoso da experiência da maternidade como um fator de risco para a depressão da mãe, uma vez que implica mudanças profundas na identidade da mulher e a assunção de novos papéis. Os estudos sugerem também que mães deprimidas tendem a perceber a própria experiência de forma mais negativa do que mães não-deprimidas.
No estudo desenvolvido por Saraiva (op. cit.), com o objetivo de apreender as representações sociais da depressão pós-parto e da experiência materna, com mães de baixa renda da cidade de João Pessoa, Paraíba, submetidas, entre outros instrumentos, responderam o teste de associação livre de palavras. Suas evocações livres relacionaram a depressão à “tristeza”, sendo que as mães com sintomatologia ancoraram a depressão em elementos psico-orgânicos, enquanto as sem sintomatologia depressiva categorizaram-na em manifestações valorativas, histórico-factuais e orgânicas, destacando-se a palavra “aperreio”, expressão lingüística utilizada na Região do Nordeste do Brasil.
Segundo os resultados da investigação de Schwengbere Piccinini (2003), há a evidência de uma associação entre a ocorrência da depressão pós-parto e o pouco suporte oferecido pelo parceiro ou por outras pessoas com quem a mãe mantém relacionamento. O não-planejamento da gestação, o nascimento prematuro, a dificuldade de amamentar, as dificuldades no parto e as vezes a morte do bebê,  também consistem em fatores associados ao aparecimento da depressão materna. Além destes fatores, a pesquisa dos autores citados apresenta alguns estudos que mostram uma associação entre a depressão da mãe e eventos de vida estressantes, como: problemas de saúde da criança, dificuldades relacionadas ao retorno ao trabalho e adversidades socioeconômicas. Variáveis sociodemográficas, como idade, nível educacional e estado civil da mãe não têm apresentado uma associação consistente com a ocorrência da depressão pós-parto. Contudo, entre esses fatores, o estado civil tem aparecido em alguns estudos, como mais associado a esse quadro, especialmente entre mães solteiras sem apoio social.
Segundo Cruz, Simões e Faissal-Cury (2005), a partir de evidências identificadas no seu estudo com uma amostra de 70 puérperas usuárias de um serviço público de saúde, na cidade de São Paulo, quanto maior a percepção de suporte social do parceiro menor a prevalência da depressão pós-parto. Estes resultados corroboram com Saraiva (2007), no qual as  mães puérperas deprimidas ancoraram as representações sociais da depressão puerperal nos seus fatores desencadeantes, objetivados nas conflituosas relações sociais familiares e amorosas. A evidência da relação entre a qualidade do relacionamento conjugal e a depressão materna é também confirmada com o resultado de um levantamento de estudos teóricos e empíricos realizado por Sotto-Mayor e Piccinini (2005).
A respeito das condições socioeconômicas, as pesquisas de Da-Silva et al. (1998), Sierra-Manzano et al. (2002), Moraes et al. (2006) e Saraiva (2007) apontam para a identificação do sofrimento materno relacionado à situação de pobreza em que viviam as participantes investigadas. De acordo com Inandi et al. (2002), a baixa educação, a pobreza e uma conflituosa relação familiar concorrem fortemente com o aparecimento da depressão pós-parto. A baixa auto-estima, os fatores socioeconômicos e a gravidez indesejada ou não-planejada estão associados à depressão puerperal (BECK, 2001; SARAIVA, 2007).
Várias investigações, no Brasil e em outros países, abordam a prevalência deste transtorno nas mulheres após o parto. Dentre as pesquisas brasileiras, Saraiva (2007) e Da-Silva et al. (1998) relataram um predomínio entre 32% e 38% de depressão puerperal em mulheres brasileiras de baixa renda. Destacam-se, ainda, os estudos de Santos, Martins e Pasquali (1999) e Cantilino et al. (2003), cujos achados apontaram, respectivamente, para a incidência da depressão materna em 13,4% e 13,3% das amostras pesquisadas. A prevalência de depressão pós-parto, encontrada no trabalho de Faisal-Cury et al. (2004), foi de 15,9% e no estudo de Cruz, Simões e Faisal-Cury (2005), foi de 19,1%. Moraes et al. (2006) identificaram a prevalência da depressão pós-parto em torno de 19,1% das mulheres pesquisadas.
Estudos estrangeiros também identificaram o percentual de ocorrência da depressão pós-parto entre as mulheres no período do puerpério. Nos Estados Unidos da América, esse percentual ficou em torno de 13% no estudo de Beck (2001) e 39%, no estudo de Howell, Mora e Leventhal (2006). Num estudo com mulheres dos Emirados Árabes, foi registrada a prevalência de 18% de depressão pós-parto (Abou-Saleh; Ghubash, 1997). Boyce et al.(2000) encontraram a incidência entre 10% a 15% de depressão puerperal em mulheres australianas. Na Índia, os estudos de Chandran et al. (2002) estabelecem uma prevalência que varia de 16% a 19,8% . Na Turquia, a pesquisa de Inandi et al. (2002) identificou o predomínio de 27,2% de mulheres com depressão pós-parto. Na Espanha, a pesquisa de Sierra Manzano et al. (2002) registrou a ocorrência de depressão em 15,7% das mulheres puérperas. No Reino Unido, Howard (2005) registrou a ocorrência entre 12% e 13% de depressão puerperal na amostra estudada.
Segundo Camacho et al. (2006), para além da avaliação e do diagnóstico clínico realizado por profissional especialista em saúde mental, o rastreamento da depressão pós-parto, para fins de pesquisa, tem-se beneficiado com o uso de escalas de avaliação psicológica que contêm questões específicas sobre o humor deprimido em mulheres na fase do puerpério. Pensando nessa praticidade, foram criadas duas escalas desenhadas especificamente para o rastreamento de depressão pós-parto: a Escala de Edinburgh (Edinburgh Postpartum Depression Scale - EPDS), em 1987, e a Postpartum Depression Screening Scale - PDSS, em 2000.
A Escala de Edinburgh, desenvolvida na Grã-Bretanha por Cox, Holden e Sagovsky (1987), é o primeiro instrumento, encontrado na literatura, proposto para rastrear especificamente a depressão pós-parto. A EPDS é um instrumento de auto-registro, que contém dez questões de sintomas comuns de depressão e utiliza um formato de respostas do tipo Likert. A mãe escolhe as respostas que melhor descrevem o modo como tem se sentido na última semana. Esta escala possui tradução para onze idiomas e foi submetida a estudos de validade em vários países, inclusive no Brasil, por Santos, Martins e Pasquali (1999), com amostra de mulheres residentes em Brasília-DF e por Cantilino et al. (2003), com amostra de puérperas em Recife-PE. Na literatura científica sobre a depressão materna, registra-se a utilização da Escala de Edinburgh nos estudos de Da-Silva et al. (1998); Abou-Saleh e Ghubash (1997); Webster et al. (2000); Johnstone et al. (2001); Inandi et al. (2002); Sierra Manzano et al.(2002); Tam et al. (2002); Edhborg et al. (2003); Cruz, Simões e Faissal-Cury (2005); Azevedo e Arrais (2006); e Saraiva (2007).
A segunda escala de rastreamento da depressão pós-parto, a PDSS, é uma escala de auto-avaliação do tipo Likert, que contém 35 itens que avaliam sete dimensões: distúrbios do sono/apetite, ansiedade/insegurança, labilidade emocional, prejuízo cognitivo, perda do eu, culpa/vergonha e intenção de causar dano a si. Cada dimensão é composta de cinco itens, que descrevem como uma mãe pode estar se sentindo, após o nascimento de seu bebê (BECK; GABLE, 2000).
Após contextualizar o estudo da depressão pós-parto, a seguir apresentaremos as aproximações teóricas sobre a temática, relacionando-a com a experiência materna.
De acordo com Costa (1999), o romantismo amoroso veio favorecer a formação da família, o cuidado com as crianças, a conversão das mulheres em mães, coroando as injunções cristãs, sobretudo as de origem puritana. Na época atual, no entanto, a família, o pudor, a vergonha, a repressão sexual, o respeito pela intimidade, a sacralidade do matrimônio, o objetivo da reprodução biológica, a dissemetria entre homens e mulheres no que concerne à liberdade sexual, todos esses elementos que aureolavam o amor romântico, estão definhando em uma velocidade vertiginosa. No lugar, a sociedade de consumo entronizou o culto ao corpo, aos prazeres físicos, à liberdade de procriar fora das relações conjugais, à ingestão de drogas extáticas, à liberação sexual e, principalmente, à repulsa ao sofrimento.
No entanto, nem mesmo as transformações que ocorreram na vida das mulheres, nas últimas décadas, modificaram, segundo Saldanha (2003), “o cerne moral e a intensidade passional do amor. O amor e o casamento ainda são mantidos como ideal de felicidade e orientadores de conduta, repercutindo no modo de agir e atuando no processo de formação de identidade” (p. 201).
Azevedo e Arrais (2006) acreditam que a maternidade, tal como vem sendo concebida na atualidade, tem influência direta no aparecimento da depressão pós-parto. Estas autoras realizaram um estudo de caso com uma mãe puérpera diagnosticada como portadora de depressão puerperal e atendida no serviço de psicologia de uma universidade particular em Brasília, no Distrito Federal.Por meio da aplicação de uma técnica de completação de frases, da Escala de Edinburgh para rastreamento da depressão puerperal, de técnicas projetivas e de entrevistas individuais e grupais, as pesquisadoras abordaram a vivência da depressão pós-parto e seu conceito. Neste estudo, foram também investigados o bebê imaginário comparando com o bebê real, a transição para a maternidade, os novos vínculos formados pela díade mãe-bebê e pela tríade mãe-pai-bebê, fatos e mitos relacionados à maternidade, a importância da rede social de apoio, as alterações na vida do casal, influências de outros familiares, entre outros aspectos psicossociais. Os achados desta investigação apontaram para a identificação de pressões culturais sob as quais as mulheres invariavelmente exercem a maternidade, associadas ao sentimento de incapacidade em adequar-se a uma visão romanceada dessa fase, situações que acabam por deixá-las ansiosas e culpadas, suscitando, dessa maneira, conflitos que predispõem à depressão puerperal.
O estudo psicossocial de Saraiva (2007) confirmou a pesquisa das autoras anteriormente citadas, uma vez que registrou a experiência materna manifestada por puérperas deprimidas, que representaram socialmente a maternidade em elementos negativos voltados para uma desadaptação frente à inexperiência com a função maternal.
Portanto, os estudos longitudinais, psicossociais e clínicos relatados na literatura científica sobre a problemática da mulher, e especificamente no contexto da maternidade, demonstram a importância da adoção de um olhar investigativo para além da patologia depressiva. Como afirma Kimura (1997), este olhar aponta para a necessidade de um enfoque amplo e sistêmico deste tema, com uma visão da mulher enquanto um ser em metamorfose, que vive em constante mudança, que imprime e expressa criatividade e singularidade em sua atividade e em suas vivências, num processo contínuo de construção de identidade, que redunda, no caso das puérperas, na identidade de mãe.
Neste contexto, o puerpério se apresenta como uma etapa de profundas alterações no âmbito social, psicológico e físico da mulher, caracterizando-se como um período instável, que demanda a necessidade de um profundo conhecimento desta etapa na vida feminina, um fator essencial na determinação do limiar entre a saúde e a doença (SILVA; BOTTI, 2005; SARAIVA, 2007).
A ocorrência de depressão pós-parto alerta sobre a importância da intervenção dos profissionais da saúde não só no âmbito da saúde da puérpera, mas, em geral, na saúde da mulher, principalmente, durante a sua gestação. Para Moreira e Lopes (2006) e Saraiva (2007), as discussões sobre a saúde da mulher, principalmente durante o ciclo gravídico-puerperal, pressupõem uma compreensão sobre a sexualidade e a reprodução humana num contexto socioeconômico e cultural, destacando-se o papel social da mulher frente às necessidades de novas adaptações e reajustamentos intrapsíquicos, interpessoais e de mudança de identidade feminina.
 
3. Método
A análise teórica sobre a depressão pós-parto resultou de uma consulta a artigos, teses e dissertações publicados no período de 2000 a 2007, a partir da base de dados Periódicos CAPES e Scielo e dos Bancos de Teses. Foram utilizados como discritores para as bases de dados internacionais as palavras: post partum depression; postnatal depression; maternal depressive mood e depresión feminina. Para a base de dado nacional foram utilizados os termos: depressão pós-parto, depressão puerperal, depressão materna. Para complementar a compreensão sobre o tema, ainda foram incluídos nessa revisão livros sobre a depressão que acomete diversos perfis humanos.
No presente estudo, o enfoque da depressão materna excluiu a melancolia da maternidade, assim como a psicose puerperal, concentrando-se na depressão pós-parto enquanto transtorno reativo ou distúrbio do humor.
Foram selecionados textos que envolviam o estudo da depressão pós-parto sob a ótica psicossocial, seu período de abrangência, destacando o conceito de puerpério, dados epidemiológicos no Brasil e em outros países, definição dos sintomas, fatores associados a sua ocorrência e escalas de rastreamento da depressão pós-parto. Ainda foram selecionados os estudos longitudinais, psicossociais e clínicos relatados na literatura científica sobre a problemática da mulher e especificamente no contexto da maternidade.
 
4. Considerações finais
Buscando compreender a depressão puerperal, observa-se que dados epidemiológicos, apontados pela literatura, indicam a importância da avaliação precoce da depressão durante a gestação. Uma vez diagnosticado o quadro depressivo da gestante e/ou puérpera, viabiliza-se a realização de intervenções, sendo um dos objetivos principais o de apoiá-las neste momento importante de transição. Da mesma forma, o conhecimento sobre os aspectos multifacetados dos transtornos psicoafetivos da mãe, após o nascimento do bebê, representa a possibilidade da realização de intervenções multidisciplinares tão logo os sintomas sejam detectados (SARAIVA, 2007; SARAIVA; COUTINHO, 2007; SARAIVA; VIEIRA; COUTINHO, 2007).
De acordo com a literatura consultada, fica evidente que a depressão, enquanto expressão do sofrimento e da dor humana, acomete as mulheres no período puerperal, acompanhada de sintomas biopsicossociais associados à ocorrência de eventos estressantes, numa prevalência que varia entre 10% e 42% das mulheres estudadas. Neste contexto, a depressão puerperal consiste num adoecimento que afeta a saúde da mulher, com repercussões na interação social da mãe com o seu bebê e com toda a sua família. Esta situação demanda a necessidade de abordá-la no bojo de programas de saúde pública, voltados não só para a função reprodutiva da população feminina, mas também para a saúde integral da mulher. Portanto, as alterações humorais no puerpério necessitam ser estudadas no âmbito das configurações subjetivas da depressão pós-parto, na direção da compreensão global das mulheres, distanciando-se da padronização e da patologização deste tipo de depressão (ARRAIS, 2005).
Neste sentido, espera-se que os distúrbios psicológicos da maternidade sejam referenciados pelos profissionais da saúde mental, para além da repetição de um modelo médico de atendimento psicoterápico individual, em ambientes distantes dos serviços de saúde em que circulam as prováveis usuárias necessitadas de tratamento. A atuação preventiva das equipes multidisciplinares, nesse período, pode proporcionar à nova mãe o apoio de que necessita para enfrentar os eventuais episódios de depressão. Mais do que isso, o atendimento precoce à mãe deprimida representa a possibilidade da prevenção do estabelecimento de um padrão negativo de interação com o bebê, o qual pode trazer importantes repercussões para o seu desenvolvimento posterior.
Enquanto um estado afetivo ou uma doença, a depressão caracteriza-se como um transtorno que afeta biológica e psicologicamente os seres humanos, suscitando, portanto, o interesse pela elaboração de teorias científicas e do senso comum que auxiliem na busca da sua compreensão e explicação.
 
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RESUMO
A depressão é, atualmente, um problema significativo de saúde pública. Pacientes deprimidos costumam passar mais dias longe do trabalho, tornam-se, com mais frequência, clinicamente doentes, apresentam maior risco de suicídio do que as pessoas em geral, entre outros problemas. Entre os diagnosticados como "deprimidos", o numero de mulheres tem sido duas vezes maior que o de homens. A Análise do Comportamento explica a depressão a partir das contingências presentes no contexto ambiental em que o deprimido está inserido. Este artigo consiste de uma revisão bibliográfica acerca da depressão relacionada à mulher e tem por objetivo discutir essa relação a partir da perspectiva da Análise do Comportamento. Os contextos de gravidez, violência, problemas de saúde e fatores sócio-econômicos e familiaressão analisados neste artigo.
Palavras chave: Depressão, Mulher, Análise do Comportamento, Análise Funcional, Transtorno Psicológico
 
 
 
 
Conclusão
Os estudos citados ao longo deste artigo apontam a relação entre o ser mulher e a depressão. Neste artigo, analisou-se a violência, a gravidez, os problemas de saúde e a posição da mulher na família como contextos amplos indicadores de contingências mantenedoras do estado de humor depressivo em mulheres. Todavia outros fatores podem estar associados aos casos de depressão em mulheres como, por exemplo, o rompimento de uma relação, ou a mudança para uma nova cidade, estado ou país.
A presença de contingências aversivas e de baixas taxas de reforçadores no ambiente está intimamente relacionada com a depressão em mulheres; e, além de atuarem como eliciadores dos respondentes da depressão, também atuam como mantenedores dos operantes de esquiva dessas contingências. Comportamentos verbais como mandos e tatos distorcidos emitidos por mulheres deprimidas também estão associados à manutenção dos seus comportamentos.
O entendimento equivocado de que os sentimentos são causas de nossos comportamentos, e o investimento de esforços em lutar contra o que se sente, pode gerar uma situação de frustração e ao mesmo tempo reforçar comportamentos deprimidos e eliciar sentimento de culpa, como ocorre, por exemplo, em casos de depressão durante ou após a gravidez.
A extinção provocada pela escassez de reforçadores, assim como as contingências punitivas, está diretamente relacionada ao comportamento de esquiva, comum em mulheres deprimidas. Este comportamento de esquiva acaba afastando a pessoa de potenciais fontes de reforçadores.
Para finalizar, é importante ressaltar que os contextos apontados neste artigo são indicadores de contingências envolvendo comportamentos sob controle de estímulos. O que ocorre não é uma relação de causa e efeito entre tais contextos e a depressão. Enfatiza-se que tais contextos podem indicar variáveis importantes que podem estabelecer relações funcionais com o comportamento da pessoa que, assim, caracteriza-se como deprimida. O ataque ao contexto pode diminuir a probabilidade de ocorrência dessas relações funcionais. Entretanto, é preciso analisar o comportamento da mulher nesses contextos para identificar eventos que possuem uma relação entre si. Um deles são as variáveis independentes (às quais, leigamente, atribui-se o nome de "causa") e o outro são as variáveis dependentes (às quais leigamente chama-se "efeito"). Alterações da variável independente levam a alterações na variável dependente, compondo uma relação funcional entre as variáveis (Skinner, 1974/1982).
Tendo em vista o que foi apresentado aqui, podemos reafirmar que no estudo de casos nos quais o paciente apresenta sintomas da depressão, assim como na análise de qualquer comportamento, faz-se necessário, conforme postulado por Skinner (1974/1982), analisar as variáveis independentes que se encontram fora do organismo, no ambiente imediato e na história ambiental da pessoa.
 
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Received: June 25, 2010;

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