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A sexualidade em Michel Foucault: as relações de poder e saber

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A SEXUALIDADE EM MICHEL FOUCAULT: AS RELAÇÕES DE PODER E SABER 
Pedro Henrique Ramos Carneiro1 
Resumo
Este artigo buscou responder a questão: Por que a sexualidade humana fora reprimida ao longo dos séculos? Para tanto, houve um levantamento bibliográfico em torno do tema sexualidade em Michel Foucault. Neste contexto histórico, a questão é respondida pelo filósofo contemporâneo que faz uma análise minuciosa sobre o sexo, em torno da subjetividade do homem, que está sempre dentro de uma relação de poder e saber. Neste contexto, a relação está interligada ao sexo, e segundo Foucault, houve diversas hipóteses repressivas acerca da sexualidade humana. Desta forma, este trabalho foi problematizado a partir da obra História da sexualidade: a vontade de saber, que responde a questão central sobre a relação de poder como dispositivo de controle na sexualidade. Além disso, no decorrer da pesquisa aparece sempre um olhar sobre a homossexualidade como fora vista no decorrer dos séculos até a contemporaneidade. 
Palavras-chave: Saber. Poder. Sexualidade 
1 -RA: 3538214, Curso de História EaD Universidade de Santo Amaro, Módulo XX Pólo de Diadema 2-
1
INTRODUÇÃO
O presente artigo cientifico trata sobre a Sexualidade em Michel Foucault, e as relações de poder e saber no sexo. O poder basicamente é o controle por parte de um discurso repressor, ou seja, um discurso pautado em um saber religioso, epistemológico, psicológico ou até mesmo filosófico que faz da vida do homem um bio-poder.
A questão da pesquisa que se pretende responder é de como ocorre a repressão sexual do século XVI ao século XIX, e nisto perceber qual a análise que Foucault faz sobre a ótica da repressão, que para ele se baseou em diversas hipóteses. 
As hipóteses repressivas analisadas pelo filósofo têm como ênfase o aspecto econômico da burguesia da época analisada e a tradição cristã católica que contribuiu neste período para certa repressão no sexo, que desencadeou uma série de discursos. Nisto, o objetivo geral é entender a relação do poder e saber no sexo que desencadeou uma ciência sexual, dando origem ao termo sexualidade. Com isso, entender e explicar quais foram as consequências do surgimento desta ciência do sexo, e assim fazer uma correlação com a homossexualidade que neste período é visto como algo perverso, que não é aceito no meio social. 
Neste trabalho os objetivos específicos são: 
· Analisar a relação entre poder, saber e sexualidade.
· Perceber o papel do cristianismo nesta relação, pela análise foucaultiana.
· Entender a visão das ciências sobre os dispositivos da sexualidade.
· Compreender a homossexualidade como algo que fora mal vista na idade média, na modernidade e que vai ganhando espaço no meio social na contemporaneidade. 
METODOLOGIA
Assim sendo, a metodologia utilizada tem como ênfase compreender o tema sobre sexualidade em Foucault, se baseando quando por curiosidade quando comecei a ler Freud em seus Três ensaios sobre a sexualidade. Nisto procurei algo que falasse mais a respeito do tema, que fosse especificamente dentro de um contexto histórico crítico. Desta forma, o presente artigo se trata de uma pesquisa bibliográfica baseada na obra de Foucault, especificamente na História da sexualidade: A vontade de saber que trata dos conceitos já mencionados acima; o método do trabalho foi à leitura primária da obra, junto com artigos sobre o autor, comentadores, verbetes, e a partir disto uma reflexão que foi pouco a pouco escrita. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foucault faz uma análise histórica da sexualidade por meio de vários novos discursos que passam a surgir quando deixamos a Idade Média com seus discursos repressores e embarcamos na Idade Moderna, onde a repressão sexual deixa de ser um problema característico religioso “pecaminoso”, passando a ser um problema cientifico biológico ou psicológico, sobretudo, com o surgimento das clínicas psiquiátricas, tornando-se um problema de caráter estranho e confuso. Neste contexto, as opiniões dominantes acerca da sexualidade e dos prazeres deixaram de pertencer ao âmbito patológico, ou seja, deixou seu caráter de prazer e passa ao caráter do que seja verdade ou falsidade. 
O sexo, durante todo o século XIX, registra-se a partir de dois saberes distintos: a reprodução meramente biológica e de uma medicina cuja obediência as diversas normas cientificas se instalam a partir dos conceitos morais, científicos e porque não afirmar, econômicos. As ciências abandonam a estratégia medieval do ver e ouvir, e passa a se estruturar nos mecanismos biológicos, cujos resultados se instauram através de exames, observação, experiências e discursos propriamente ditos.
Pela análise foucaultiana sabe-se que essa verdade do sexo procedeu na história, de duas formas: a primeira por uma sociedade numerosa que difundiu essa verdade por meio do prazer, ou seja, por meio da experiência em relação a si mesmo, a partir das reverberações no corpo e na alma. Assim sendo, essa verdade se constituí de forma secreta, que dizer, sem a necessidade de ser algo divulgado. Neste contexto, o discípulo se coloca a disposição do seu mestre que o orienta no domínio do corpo e do próprio prazer em si. Ao contrário dessas civilizações mais antigas, nossa civilização moderna é a única que a participar dessa “Scientia sexualis”, afirma Foucault. Ou seja, somente a nossa civilização pode, por meio da confissão, desenvolver toda verdade acerca do sexo, enquanto as demais permaneceram ocultas. 
Assim sendo, no olhar foucaultiano a idade média fora marcada por um lado pelo sacramento da confissão, sendo um “mapeamento” do homem e sua sexualidade, uma técnica a qual denominamos na história do tribunal da Inquisição; e assim, o poder civil une-se ao poder religioso para dessa forma organizar a ordem do poder. 
A própria evolução da palavra “confissão” e da função jurídica que designou já é características da “confissão, garantia de status de identidade e de valor atribuído a alguém por outrem, passou-se à “confissão” como reconhecimento, por alguém, de suas próprias ações ou pensamentos (FOUCAULT, 2014, p. 65).
Nota-se, neste contexto, que todo procedimento medieval, não obstante tivesse um caráter religioso, está entrelaçado a uma única função: o poder, a dominação. Para tanto, faz-se necessário entendermos que no campo da ciência não se muda literalmente a forma pela qual o poder se instala, ou seja, a ordem das relações entre o homem-religião e o homem-ciência, muda apenas a característica do sexo ser visto como pecaminoso ao caráter de patologia, e por isso, necessitaria de uma vigilância, um procedimento, uma cura. A partir da psicanálise de Freud, a sexualidade inverte seu papel na ordem do pecado, para ordem da inversão, do distúrbio ou, por assim dizer do patológico. 
Em nossa cultura ocidental pela análise foucaultiana, embora a ciência tenha ocupado o papel da religião, a confissão passou a ser uma forma mais eficaz na produção de verdade. Confissão que outrora era um sacramento religioso passou a ser difundido em diversos mecanismos das ciências modernas:
A confissão difundiu amplamente seus efeitos: na justiça, na medicina, na pedagogia, nas relações familiares, nas relações amorosas, nas esferas mais cotidianas e nos ritos mais solenes; confessam-se os crimes, os pecados, os pensamentos e os desejos, confessam-se passado e sonhos; confessa-se a infância; confessam-se as próprias doenças e misérias; emprega-se a maior exatidão para dizer o mais difícil de ser dito; confessa-se em público, em particular, aos pais, aos educadores, ao médico, àqueles a quem se ama; fazem-se a si próprios, no prazer e na dor, confissões impossíveis de confiar a outrem, com o que se produzir livros. Confessa-se ou se é obrigado a confessar (FOUCAULT, 2014, p. 66).
Percebe-se que o homem do ocidente, tornou-se um ser de confissões, de segredos revelados, os mais ocultos são revelados, seja de forma voluntária ou por meio de tortura, seja física ou psicológica. 
De certo, a questão da sexualidade no mundogrego era, literalmente, diferente da forma com a qual os cristãos medievais e modernos viam. Na Grécia, a verdade acerca do sexo era mais voltada à questão pedagógica, por meio da transmissão corporal. Sabe-se que a pedagogia grega parte primeiramente do corpo para se chegar ao intelecto, ou seja, o sexo era um suporte para se chegar ao conhecimento. Talvez seja por isso que o reino da verdade aplicado pelos intelectuais da idade média tenha se deslocado de sua “natureza”, uma vez que se determinada sociedade só se coloca como dominada, a partir do momento em que perde a noção de conhecimento de si e do próprio mundo em que vive.
Na confissão, o sujeito não só participa de um projeto de dominação, no sentido passivo, como também contribui, para o agente ativo, e sua relação de poder. Pela confissão, o agente passivo se coloca a disposição a ser julgado, consolado, punido e perdoado. Tudo isso a partir de uma ideia de verdade aplicada sobre esse sujeito:
Ora, a confissão é um ritual de discurso onde o sujeito que se desenrola numa relação de poder, pois não se confessa sem a presença ao menos virtual de um parceiro, que não é simplesmente o interlocutor, mas a instância que requer a confissão, impõem-na, avalia e intervém para julgar, punir, perdoar, consolar, reconciliar; um ritual onde a verdade que teve de suprimir para poder manifestar-se, enfim, um ritual onde a enunciação em si, independentemente de suas conseqüências externas, produz em quem a articula modificações intrínsecas: inocenta-o, resgata-o, purifica-o de suas faltas, libera-o promete-lhe a salvação (FOUCAULT, 2014, p. 69)
Toda essa articulação, tanto da Igreja quanto das ciências modernas, desencadeou uma espécie de proliferação das diversas formas de práticas e condutas sexuais. Dessa forma, o “jogo de poder perde seu apogeu, enquanto a sexualidade ganha novas faces. Para tanto, faz-se necessário da parte do “poder” público e religioso, um novo método a ser desenvolvido no âmbito da sexualidade humana. Um poder que não mais abstenha-se das práticas, mas, sobretudo, de controlar umas práticas, por meio daquilo que se denomina verdade e falsidade, lícito ou ilícito, e assim por diante. Mesmo perdendo seu caráter místico por meio dos rituais religiosos, a confissão permanece nos diversos setores da vida humana, na formação dos nossos jovens ou até mesmo no tratamento das mais diversas patologias existentes no mundo ocidental.
Não se trata somente de dizer o que foi feito – o ato sexual – e como, mas de reconstruir nele e ao seu redor, os pensamentos e as modulações e a qualidade do prazer que contém. Pela primeira vez, sem dúvida, uma sociedade se inclinou a solicitar e a ouvir a própria confidência dos prazeres individuais (FOUCAULT, 2014, p. 71)
No pensamento de Michel Foucault, a tentativa de a ciência romper com a “ars erotica”[footnoteRef:2] e inaugurar uma “scientia sexualis[footnoteRef:3]” foi de produzir um discurso, a partir de uma ideologia de verdade acerca do sexo e a partir desse discurso, por meio da confissão obrigatória, criar a ideia de sexualidade como verdade do sexo e do próprio prazer. Esse discurso se diverge de diversas formas e metodologias para se chegar a uma única ideia que, segundo os profissionais de diversas áreas, seria para eficácia de cura. Na verdade, tudo não passava de tentativas de se criar uma verdade com a possibilidade de desenvolver uma ciência, a partir do sexo, passando a um caráter de sexualidade: [2: Ars erótica é a expressão utilizada por Foucault, em seu livro Historia da sexualidade a vontade de saber, que significa arte erótica.] [3: Expressão que designa “Ciência Sexual”, conceito utilizado pelo filósofo, também do livro História da sexualidade a vontade de saber. ] 
 A sexualidade é o correlato dessa prática discursiva desenvolvida lentamente, que é a scientia sexualis. As características fundamentais a essa sexualidade não traduzem uma representação mais ou menos confundida pela ideologia, ou um desconhecimento induzido pelas interdições; correspondem às exigências funcionais dos discursos que deve produzir sua verdade (FOUCAULT, 2014, p. 77).
O discurso acerca da sexualidade, afirma Foucault, conta com a ideia de patologia “por natureza” e por isso digna de intervenções terapêuticas ou de normalização. E todos esses discursos foram unicamente voltados à dominação dos corpos e das mentes a partir de um discurso de verdades. 
Não obstante o discurso da ciência sexual tenha ocupado o pensamento ocidental, o discurso da “ars erotica” ainda predomina em diversos aspectos dessa sociedade, nos movimentos católicos com as orientações espirituais, confissões e outros meios em que a Igreja ainda predomina. De certo, toda a produção de verdade acerca do sexo passa também pelos saberes impostos pela igreja do século XIX. Todo esse discurso de verdades e de saberes, afirma Foucault, está entrelaçada, também, a relação da economia de múltiplos prazeres. 
Neste contexto histórico, Foucault faz uma análise à questão do homossexual de sua época. Segundo o filósofo, não se trata, contudo, da prática homossexual em si, mas da tentativa de se criar uma “cultura” da sexualidade ou do modelo de família entre pessoas do mesmo sexo. Na busca dos seus direitos, os homossexuais enfrentam maior dificuldade de sua condição: a falta de reconhecimento, que para o filósofo é o empobrecimento entre as relações humanas. 
Essa falta de reconhecimento se dá, sobretudo, na visão de Foucault, devido o padrão estabelecido e fundamentado na moral, que empobrecida por ela, não se abre ao novo modelo social no qual se encontra, e por este motivo, negm os direitos fundamentais do ser enquanto humano, e não somente as instituições denominadas heterossexuais. 
Sua crítica à sociedade ocidental de sua época é, justamente, pelo fato de se considerar somente o modelo proposto pela classe dominante, sem se importar com as novas possibilidades de relacionamentos. Reconhecer, dentro da legislação, outras formas de relacionamentos humanos é para o filósofo um grande passo, no processo de civilização. 	
O problema do “empobrecimento” da geração vigente a Foucault foi criar uma espécie de preconceito em relação ao modo de vida do individuo considerado “fora da lei”. Um exemplo disso, afirma o filósofo, é o conceito de solidão atribuído ao celibatário, que na concepção cristã deve abster-se de toda e qualquer prática sexual.
Sabe-se que para Foucault, há diferença entre os conceitos “sexo” e “sexualidade”. O primeiro está relacionado à questão do prazer, enquanto o segundo relaciona-se a questão normativa moral e ou cientifica. Partindo do pressuposto do sexo, enquanto realização prazerosa, o filósofo reconhece que o “gay” deu um passo à frente no sentido de mudança de pensamento, na tentativa de criar sua própria cultura relacionada ao prazer e, ao mesmo tempo, sua liberdade. 
Isso é importante porque, ao escapar da categorização “homossexualidade-heterossexualidade”, os gays deram um passo importante e interessante. Eles definiram de modo diverso seus problemas tentando criar uma cultura que só tem sentido a partir de uma experiência sexual e de um tipo de relações que lhes seja próprio. Creio que uma abordagem interessante seria fazer com que o prazer da relação sexual escape do campo normativo da sexualidade e de suas categorias, e por isso mesmo fazer do prazer o ponto de cristalização de uma nova cultura (FOUCAULT, 1982, p. 119).
A questão da inovação em relação aos movimentos dos “gays” traz em si um conceito de “libertação” enquanto autonomia, em todos os aspectos, sobretudo, no aspecto econômico. Contudo, isso não liberta literalmente o “gay” das garras da discriminação, porém, o fato de ele terem seus espaços garantidos já é um passo significativo, pois, os mesmo assumem na sociedade seu papel enquanto cidadãos. 
De fato, por muitos anos o homossexual fora reprimido na sociedade, isso levou a certa quebra de tabu, no sentido de ao menos desclassificar-se desse meio social. O que antes era classificado em forma de“quetos” foi tomando certa liberdade, e criando uma nova concepção sobre ter sua condição sexual afirmada no meio em que se vive. 
A questão da não aceitação entre os homossexuais como modelo de família, ou instituição constituída legalmente, se dá por conta de na antiguidade não existirem tais preocupações, mas somente a relação enquanto algo prazeroso, como no caso do “efebo”, por questões do movimento do saber. Como mesmo, afirma o filósofo “Pois bem, passamos o mesmo tempo entre homens, temos bigodes e nos abraçamos, sem que nenhum dos dois tenha que desempenhar o papel de efebo ou rapaz efeminado frágil” (FOUCAULT, 1982, p. 121).
Toda essa discussão acerca da sexualidade como algo que classifica, afirma Foucault, ser algo novo, pois, não havia esses conceitos que separavam o homem heterossexual, do homem enquanto homossexual. Nota-se, neste contexto, que a sociedade contemporânea ao classificar o homossexual, trouxe com essa visão uma espécie de dominação, não mais por repressão em qualquer mecanismo dominante, mas por categorias. 
CONCLUSÃO
Foucault fez uma análise crítica sobre os diversos mecanismos de poder no mundo ocidental. As relações saber, poder e sexo em meio à subjetividade do homem ao longo da história, se proliferaram no pensamento ocidental, em meados dos séculos XVI a XIX. Por um lado, a religião cristã católica que por séculos predominou sobre a vida do homem em sua forma de ação, a partir do sexo. Por outro lado, as ciências que expandiram por meio da confissão um controle sobre o homem. Desta forma, ambas utilizaram diversas formas de controlar, vigiar e punir, a partir de uma ideologia de verdade.
Todos estes mecanismos de controle. A partir de uma verdade em torno do sexo desencadearam inúmeras teorias, não permitindo que o fosse relacionado ao prazer, criando o termo sexualidade, que provém do controle estabelecido, e da tomada de consciência por um saber científico, epistemológico, ou seja, uma ciência sexual contra a arte erótica.
Esta tentativa de controlar o homem ocidental por meio do sexo expandiu-se, sobretudo, ao homossexual que recebeu um caráter normativo-moral por meio de um discurso padrão em torno da sexualidade. No entanto, percebe-se que na contemporaneidade há uma nova visão, por exemplo, o homossexual vai ganhando seu espaço, contra a questão normativa do sexo, rompendo barreiras do preconceito, que ainda existem, mas não com tanta intensidade como fora vista na idade média e na modernidade com determinados saberes, por uma relação de poder com o outro.
REFERÊNCIAS
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade a vontade de saber. Rio de Janeiro: Paz&Terra, 2014.
FOUCAULT, Michel. Sexualidade e Poder, 1978 [p.55-74]. In: MOTTA, Manoel de Barros (ORG). Foucault ética sexualidade política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.
FOUCAULT, Michel. O triunfo social do prazer sexual: Conversação com Michel Foucault, 1982 [p.116-122]. In: MOTTA, Manoel de Barros (ORG). Foucault ética sexualidade política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.
MOURA, José Costa. Historia da sexualidade o vitorianismo. Disponível em: <http://histcosta.blogspot.com.br/2012/06/historia-da-sexualidadeo-vitorianismo.html> Acesso em: 20.nov.2015. 21:10 
FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a sexualidade. Rio de Janeiro: Imago, 1905. 
REVEL, Judith. Michel Foucault conceitos essenciais. Maria do Rosário Gregolin; Nilton Milanez; Carlos Piovesani (tradução). São Carlos: Claraluz, 2005.

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