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Aula 4 Parâmetros para classificação de impactos

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Capítulo 4 
Parâmetros para 
classificação de 
impactos
No capítulo anterior, exploramos alguns elementos importantes para 
a caracterização de impactos em um EIA/Rima – a descrição, a área de 
estudo e também como avaliar os tipos cumulativo e sinérgico. Neste 
capítulo, prosseguiremos no estudo dos impactos, agora visando clas-
sificá-los de acordo com alguns parâmetros ou atributos.
Essa classificação é chamada em alguns EIAs de “valoração de im-
pactos”, pois é um momento em que se atribui as características espa-
ciais e temporais da ocorrência de cada um deles. Na sequência, essa 
etapa resultará na análise da importância e magnitude dos impactos 
em questão.
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.Vamos iniciar com a apresentação dos atributos legais e seguir com 
sugestões de outras possibilidades e procedimentos para sua determi-
nação. Ao final, serão exploradas ferramentas usadas para demonstrar 
esses parâmetros. Vale ressaltar, desde já, que a definição destes é fun-
damental para a delimitação da importância de cada um dos impactos, 
o que será explorado no próximo capítulo.
1 Preceitos legais
A legislação federal sobre licenciamento ambiental traz importantes 
parâmetros a serem observados na etapa de análise dos impactos. No 
artigo 6o da Resolução Conama no 1/1986, em que é definido o conteú-
do mínimo dos estudos de impacto ambiental, consta:
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alterna-
tivas, através de identificação, previsão da magnitude e interpre-
tação da importância dos prováveis impactos relevantes, discrimi-
nando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), 
diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporá-
rios e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades 
cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios so-
ciais. (BRASIL, 1986)
Do texto legal, é possível depreender sete classificações distintas 
para os impactos identificados no EIA:
1. positivo ou negativo, ou então benéfico ou adverso;
2. direto ou indireto;
3. imediato e a médio e longo prazos;
4. temporário e permanente;
5. grau de reversibilidade;
6. propriedades cumulativas e sinérgicas; e
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7. distribuição dos ônus e benefícios sociais.
Desses parâmetros, na prática, observa-se ampla utilização dos pri-
meiros cinco, que são adotados na grande maioria dos EIAs. Já o quinto 
e o sexto atributo, sobre a avaliação de impactos cumulativos e sinér-
gicos, ou, nas palavras da resolução, das propriedades cumulativas e 
sinérgicas, e a distribuição dos ônus e benefícios sociais, são mais rara-
mente empregados, mesmo constando em legislação desde 1986. Além 
desses atributos, é possível encontrar alguns outros na literatura técnica.
O objetivo de se apresentar essas classificações é reunir informa-
ções que sejam relevantes para demonstrar rapidamente característi-
cas dos impactos. Além disso, esses parâmetros podem ser usados 
para compor duas etapas da análise: previsão da magnitude e interpre-
tação da importância dos prováveis impactos relevantes. 
A previsão da magnitude será uma projeção das alterações am-
bientais ou sociais. Ao fazer a previsão de impacto a partir de análises 
qualitativas ou quantitativas, várias características são evidenciadas, 
como a extensão e a duração, e a magnitude pode ser definida a par-
tir de diferentes combinações dessas características/parâmetros. Já 
a interpretação da importância, além de características dos impactos, 
deve considerar também as do ambiente receptor, como a possibilida-
de de recuperação do ambiente afetado, sensibilidade/importância da 
região afetada, nível de preocupação pública e repercussões políticas 
(SÁNCHEZ, 2013). Os métodos para definição da magnitude e impor-
tância serão explorados com mais detalhes no capítulo 5.
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.IMPORTANTE 
A seleção e definição dos parâmetros adotados em estudos de impacto 
ambiental são bastante variáveis. Em muitos casos, o órgão ambiental 
aceita as definições apresentadas nos diferentes estudos; todavia, vale 
destacar que alguns termos de referência citam quais parâmetros de-
vem, obrigatoriamente, ser adotados e analisados.
 
2 Parâmetros para a classificação e 
valoração de impactos
Nesta seção descreveremos os principais parâmetros adotados 
(atributos do impacto), seguidos de uma breve descrição do objetivo, 
das classes e também de orientações gerais para a definição delas. 
Serão considerados tanto os parâmetros citados na Resolução Conama 
no 1/1986 quanto outros que têm sido adotados na prática e recomen-
dados na literatura técnica nacional ou internacional. Entre eles, temos 
a probabilidade de ocorrência e a dinâmica do impacto.
2.1 Natureza
A natureza do impacto é um atributo de simples classificação, mas 
fundamental para verificar se a medida a ser adotada será de mitigação 
ou potencialização, uma vez que indica se o impacto ambiental é defini-
do como positivo ou negativo (benéfico ou adverso). Ele é considerado 
positivo quando a implantação do empreendimento melhora a qualidade 
de um ou mais fatores ou parâmetros ambientais. 
Impactos positivos são mais raros e, normalmente, ocorrem em menor 
número na análise de impacto de novos empreendimentos. Muitas vezes, 
eles são confundidos com os próprios objetivos do projeto, como é o caso 
da geração de energia elétrica, que, em obras desse setor, geralmente é 
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elencada nos impactos. Alguns empreendimentos têm efeitos positivos 
como desdobramentos de seu objetivo principal. Esses efeitos poderiam 
ser apresentados apenas como justificativa, mas, para terem uma análise 
mais extensa, usualmente são definidos como impactos. 
Esse é o caso, por exemplo, da construção de novos trechos de li-
nhas de metrô, em que o objetivo de transportar milhares de pessoas 
afeta toda a rede de transportes, as linhas de ônibus, o uso do carro, a 
circulação de pessoas na região e também a economia. Por isso, mes-
mo próximas ao objetivo de transportar pessoas, essas alterações são 
tratadas como impactos e recebem uma análise detalhada no EIA em re-
lação às suas características e também às medidas potencializadoras.
Os impactos negativos são os principais focos no EIA, pois comu-
mente ocorrem em maior número e provocam efeitos adversos na qua-
lidade de um ou mais fatores ou parâmetros ambientais. Existem EIAs 
que estabelecem um impacto comogeração de expectativa da popula-
ção como de natureza positiva e negativa. Esses casos devem ser ob-
servados com atenção, pois se trata de dois impactos distintos, e que, 
portanto, deveriam ser apresentados separadamente, cada qual com 
sua previsão, valoração e medidas de mitigação ou potencialização. No 
entanto, é preciso que isso seja explicado de forma clara no EIA, para 
não indicar ao leitor uma possível contradição ao se apresentar impac-
tos com sentidos opostos.
2.2 Ordem
A ordem está associada à ocorrência do impacto. Ela se dá de for-
ma direta (fruto de atividades ou ações realizadas pelo empreendedor, 
por empresas por ele contratadas ou que por eles possam ser contro-
ladas) quando há relação de causa e efeito; ou seja, quando se executa 
uma atividade, como a limpeza de um terreno, e o impacto (perda de 
indivíduos da flora) é de ordem direta. 
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.Já a forma indireta de impactos é resultante de uma associação se-
cundária em relação à ação ou se dá quando é parte de uma cadeia de 
reações. Observe o exemplo da figura 1: a contratação de mão de obra 
por um empreendimento atrai famílias para a região; estas, por sua vez, 
buscam uma série de serviços públicos, entre eles, vagas nas escolas 
para seus filhos. Cada município terá uma capacidade de absorver no-
vos alunos em seu sistema de ensino com a estrutura e recursos atu-
ais. Dependendo do aumento na demanda, pode ocorrer a sobrecarga 
do sistema local, que exigirá uma expansão para que sejam oferecidas 
novas vagas na rede de ensino. Caso não ocorra essa expansão, um 
novo impacto poderia se dar: o aumento da exclusão escolar, ou seja, 
ampliação do número de crianças em idade escolar que não frequenta-
riam a escola. 
Figura 1 – Exemplo de impacto direto e indireto
Contratação de 
mão de obra
Atração de pessoas 
e/ou famílias
Aumento da demanda 
por serviços públicos 
– vagas em escolas
e em creches
Aumento da exclusão 
escolar, devido à falta 
de vagas na rede 
pública de ensino
Atividade Aspecto ambiental Impacto direto Impacto indireto
É comum que os impactos de segunda ou terceira ordem se ma-
nifestem em médio ou longo prazo e em áreas geográficas mais 
abrangentes.
2.3 Probabilidade de ocorrência
A probabilidade de ocorrência refere-se ao grau de incerteza acer-
ca da ocorrência do impacto, podendo ser classificada como: certa, 
quando há certeza sobre a ocorrência do impacto; alta, quando basea-
da em casos similares e na observação de projetos semelhantes, esti-
mando-se que é muito provável o impacto acontecer; média, quando é 
pouco provável que haja o impacto, mas sua ocorrência não pode ser 
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descartada; e baixa ou improvável, quando é muito pouco provável a 
ocorrência do impacto em questão.
Associando-se ao atributo citado, normalmente os impactos diretos 
têm maior probabilidade de ocorrência, e os indiretos, maior grau de 
incerteza. Outro caráter que contribui para o grau de incerteza está as-
sociado às medidas preventivas e de controle; por exemplo, a utilização 
de recursos hídricos (atividade) gerará efluentes industriais, o que pode 
causar a perda da qualidade de água (impacto); no entanto, consideran-
do que o tratamento da ETE é eficiente e bem controlado, a probabili- 
dade de prejuízo à qualidade da água pode ser baixa.
2.4 Prazo de ocorrência
O atributo de prazo de ocorrência está associado ao início dos efei-
tos (impacto) após se iniciar uma atividade do empreendimento. A ocor-
rência do impacto pode ser imediata (curto), em médio ou longo prazo. 
Impactos imediatos são aqueles que se dão simultaneamente à ação 
que os gera. Já os de médio ou longo prazo são os que ocorrem com 
certa defasagem em relação à ação que os causa; podendo-se adotar o 
prazo médio para os impactos que ocorrem em até 12 meses após o iní-
cio da ação impactante, e o longo, acima de um ano (SÁNCHEZ, 2013).
Pode-se citar como impactos imediatos os relacionados ao afugen-
tamento da fauna pela emissão de ruídos. Se esses ruídos permanecem 
por um período mais longo, a fauna mais sensível poderá alterar seus 
hábitos de movimentação e seu nicho ecológico (área onde vivem), o 
que representaria um impacto em médio prazo. Esse novo nicho pode 
ou não oferecer as condições ideais para a continuidade da espécie da 
região; caso não ofereça, a migração para outra área poderá levar à ex-
tinção local dessa espécie, o que seria um impacto em longo prazo. 
Outro impacto comum em longo prazo está relacionado à mudança de 
uso do solo no entorno de rodovias.
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2.5 Duração
Este item está associado ao comportamento dos impactos ao longo 
do tempo, os quais podem ser classificados como temporários, cíclicos 
ou permanentes. Os impactos temporários são aqueles que só se ma-
nifestam durante uma ou mais fases do projeto e que cessam quando 
termina essa fase (quando acaba a ação que os causou). Como exem-
plo, pode-se citar o incômodo à população por geração de poeira, em 
consequência da movimentação de veículos e maquinários. Ao termi-
nar a obra, esse incômodo também cessa. 
Os impactos cíclicos ocorrem de forma intermitente e se manifes-
tam período sim, período não. Por exemplo, o aumento de doenças cau-
sadas por insetos vetores associados à água se dá em toda estação de 
chuva. Isso implicará a adoção de medidas pelo empreendimento para 
acompanhar essa periodicidade. 
Os impactos de duração permanente representam uma alteração 
definitiva, continuando depois de ter se encerrado a ação que os cau-
sou (SÁNCHEZ, 2013). Exemplos deles são a perda de indivíduos da 
flora pela supressão de vegetação, que ocorre durante a limpeza do 
terreno para sua ocupação pela infraestrutura do projeto, ou ainda a 
mudança de ambiente lótico para lêntico dos rios, quando se instala 
uma barragem.
2.6 Reversibilidade
A análise de reversibilidade está pautada na possibilidade de o 
componente ambiental ou social afetado retornar à condição anterior 
ao impacto, ou muito próxima a essa condição por uma atividade do 
empreendimento. Nesse sentido, os impactos são classificados como 
reversíveis quando, ao cessar a ação impactante ou caso seja im-
plantada uma ação corretiva, o componente afetado retorna às suas 
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características anteriores. No sentido oposto, os impactos são classifi-
cados como irreversíveis quando promovem modificações permanen-
tes, com efeitos não mitigáveis na sua totalidade ou em parte, de forma 
que não é possível retornar à condição anterior. 
Os impactos são reversíveis quando o ambiente/componente afe-
tado tem capacidade de retornar às características iguais ou similares 
ao seuestado anterior, caso cesse a ação impactante ou caso seja im-
plantada uma ação corretiva; ou irreversíveis, quando o ambiente/com-
ponente não tem capacidade de retornar ao seu estado anterior, sendo 
inviável economicamente a sua recomposição, portanto são impactos 
não mitigáveis na sua totalidade ou em parte.
Exemplo de impacto reversível é a perda da qualidade da água em 
um rio que recebe efluentes orgânicos (que não contenham metais ou 
poluentes orgânicos persistentes). Pelo processo de autodepuração, o 
rio poderá tratar essa carga orgânica ao longo da calha, de forma que, 
após um certo trecho, a qualidade da água poderá ter características se-
melhantes às do trecho anterior ao lançamento do efluente. O rio tam-
bém poderá, naturalmente, voltar à sua condição anterior de qualidade 
caso a emissão do efluente cesse. Já a perda de diversidade genética 
causada pela supressão de grandes áreas de vegetação não pode ser 
recuperada; neste caso, ou se faz um plantio compensatório, que não 
necessariamente terá a mesma diversidade perdida, ou se conserva 
uma área similar à que foi suprimida.
2.7 Abrangência espacial 
A abrangência espacial de um impacto contribui para a identifica-
ção da escala espacial de sua ocorrência. A classificação pode ter di-
ferentes limites territoriais, sendo muito comuns as categorias local e 
regional, mas são também frequentes as categorias pontual, municipal, 
extrarregional e global. Uma vez que o conceito de abrangência espacial 
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.e suas variações podem ser subjetivos, é importante que o estudo deixe 
claro quais foram os limites adotados. Muitos EIAs, por exemplo, defi-
nem impactos de abrangência local como aqueles que ocorrem den-
tro da ADA (área diretamente afetada); e de abrangência regional como 
aqueles que ocorrem na AID (área de influência direta) ou AII (área de 
influência indireta). A partir dessa definição, poderíamos classificar a in-
tensificação de processos erosivos na fase de obras como um impacto 
de abrangência local, e a redução de espécies da fauna, em decorrência 
da redução de habitats, como um impacto de abrangência regional.
2.8 Cumulatividade e sinergia
No caso da classificação feita a partir de parâmetros, tem sido co-
mum apenas indicar se o impacto pode resultar em impactos cumula-
tivos ou sinérgicos. Não são muitos EIAs que incluem esse parâmetro, 
mas quando isso é feito, está relacionado à cumulatividade entre im-
pactos do próprio empreendimento em análise, sem que haja estudos 
regionais quanto aos empreendimentos vizinhos ao que está sendo 
proposto. 
Nesse sentido, as classificações desse parâmetro estão ausentes 
quando o impacto ambiental não apresentar efeitos combinados a par-
tir da interação com outros processos; ou presentes, quando mostrar 
efeitos combinados a partir da interação com outros processos.
Em regiões associadas a distritos industriais, por exemplo, muitas 
vezes, a instalação de um novo empreendimento intensifica o tráfego na 
região, resultando no incômodo para a população ou o risco de aciden-
tes; do mesmo modo, em uma região rural, onde não há outros empre-
endimentos, esse processo se repetirá – geração de tráfego, incômodos 
à população e risco de acidentes.
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2.9 Magnitude
A magnitude, também chamada de intensidade ou severidade em al-
guns EIAs, tem como objetivo traduzir se as consequências da ocorrência 
dos impactos representam modificações maiores ou menores. A magni-
tude e a importância são dois parâmetros que podem ser considerados 
como conclusões da análise dos impactos. Por isso, pode-se definir a 
magnitude considerando outros atributos, como duração, abrangência 
espacial e reversibilidade, entre outros, que indiquem características do 
impacto. Com base nessa análise, a magnitude de um impacto pode ser 
classificada como crítica ou muito alta, alta, média ou baixa. 
Uma vez que essa análise pode ser subjetiva, deve-se justificar o 
método utilizado para avaliar o atributo magnitude por meio da des-
crição da escala e dos demais itens utilizados para compor a análise. 
Detalharemos diferentes formas para se demonstrar e justificar a mag-
nitude dos impactos em capítulos posteriores. 
2.10 Importância 
A importância do impacto, também chamada de significância ou rele-
vância, deve ser avaliada considerando sua magnitude e a sensibilidade 
ou valor do componente ambiental ou social potencialmente afetado pelo 
projeto (LAWRENCE, 2007; GLASSON; THÉRIVEL; CHADWICK, 2012). É 
possível também encontrar em alguns EIAs o uso de dois parâmetros 
distintos relacionados a esse tema, como no exemplo dado no quadro 1, 
a seguir, em que foram adotadas a importância e significância como pa-
râmetros. É preciso que o EIA apresente a fundamentação dessa diferen-
ciação, uma vez que essa opção não é encontrada na literatura técnica.
O ponto de partida para avaliar a importância do impacto se baseia 
no fato de que ele será tão significativo quanto mais essencial e vulnerá-
vel for o recurso ambiental ou cultural afetado, e também quanto maior 
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.for a solicitação ou pressão sobre esse recurso causada pelo impacto. 
A perda de indivíduos da flora, por exemplo, sempre dependerá de ca-
racterísticas e condições do contexto em que esses indivíduos estão 
inseridos. Ainda que a supressão da vegetação ocorra em área de mata 
atlântica, é possível que haja indivíduos exóticos ou de espécies inva-
soras, o que representa uma perda, do ponto de vista ecológico, muito 
menos importante do que a supressão de uma vegetação em estágio 
avançado de regeneração ou de floresta primária. Mais critérios e for-
mas de definir a importância serão discutidos no próximo capítulo. 
3 Ferramentas para demonstração e análise 
de parâmetros
Para auxiliar na tarefa de classificação dos impactos de acordo com 
os parâmetros que acabamos de explorar, algumas ferramentas adota-
das anteriormente, na etapa de identificação, podem ser úteis. O uso de 
redes de impactos permite visualizar rapidamente quais são os diretos 
e os indiretos, e também identificar impactos que decorrem de várias 
atividades, e que, portanto, são formados a partir da lógica de impactos 
cumulativos.
Da mesma forma, as matrizes de identificação de impactos tam-
bém permitem a observação de cumulatividade sobre diferentes com-
ponentes ambientais ou sociais. Caso haja muitos impactos afetando 
um mesmo recurso, como os recursos hídricos ou a fauna, isso pode 
demonstrar uma área que requer maior atenção e que demandará medi-
das mitigadoras relacionadas. Isso é importante tanto para que não haja 
sobreposição de propostas de medidas, como também para que o EIA 
ofereça soluções integradas, que em conjunto sejam de fato capazes 
de impedir danos potenciais ou minimizá-los. A matriz de identificação 
também permite a visualização de atividades que sejam responsáveis 
por um grande número de impactos,o que também auxilia na prioriza-
ção de medidas de gestão e acompanhamento.
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Além dessas ferramentas, uma nova matriz é frequentemente em-
pregada nos estudos de impacto ambiental. Diferente da matriz de iden-
tificação, a chamada matriz de impactos apresenta uma síntese das 
características de cada um deles. Os estudos que não apresentam ma-
triz de impactos mostram apenas uma descrição dos parâmetros no 
texto descritivo de cada um dos impactos. Esse formato, apesar de ser 
também bastante empregado, não permite uma visualização conjunta 
das características de todos os impactos. 
Essa matriz consiste em uma tabela em que são apresentados todos 
os parâmetros para cada um dos impactos, como mostram os exem-
plos a seguir. No quadro 1, a matriz exibe a fase do empreendimento, 
as atividades desenvolvidas, os aspectos ambientais ou a fonte do im-
pacto, e então os impactos potenciais, com tipo, categoria, abrangência, 
duração, reversibilidade, magnitude e prazo. Nesse EIA, a matriz é cha-
mada de planilha de classificação de impactos.
Quadro 1 – Planilha de classificação dos prováveis impactos ambientais 
do Mineroduto Morro do Pilar/MG a Linhares/ES 
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(cont.)
80 Impactos ambientais: análise e medidas Ma
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TIPO CATEGORIA ABRANGÊNCIA DURAÇÃO REVERSIBILIDADE MAGNITUDE
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Interferências 
em terra indígena 
e comunidades 
tradicionais. 
Interferências na 
qualidade de vida.
O exemplo do quadro 2 traz uma matriz que incluiu as medidas de 
mitigação e/ou programas associados, além de meio, natureza, forma, 
duração, prazo de ocorrência, probabilidade, abrangência, magnitude, 
importância e significância, com os impactos apresentados para as di-
ferentes fases do empreendimento. 
Quadro 2 – Matriz de impactos de um estaleiro e base naval 
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IMPACTOS 
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MEDIDAS MITIGADORAS E/OU 
COMPENSATÓRIAS E PROGRAMAS 
AMBIENTAIS 
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Considerar as medidas mitigadoras 
listadas a seguir no plano ambiental 
de construção, nos programas de 
monitoramento e controle de emissão 
de ruídos e de comunicação social:
• manter as máquinas e equipamen-
tos regulados e com silenciadores;
AUMENTO 
DOS NÍVEIS 
DE RUÍDO
• utilizar equipamento de proteção 
individual – EPI;
• evitar trabalho noturno em locais 
próximos às aglomerações urbanas;
• no que concerne aos explosivos, 
obedecer às normas de segurança e 
instruções do fabricante; proceder à 
supervisão constante das obras;
• avisar a comunidade local sempre 
que ocorrer atividades que gerem 
muito ruído.
(cont.)
81Parâmetros para classificação de impactos
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aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
IMPACTOS 
AMBIENTAIS M
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MEDIDAS MITIGADORAS E/OU 
COMPENSATÓRIAS E PROGRAMAS 
AMBIENTAIS 
AUMENTO 
DA EMISSÃO 
DE POEIRAS
Considerar as medidas listadas 
a seguir no plano ambiental de 
construção, nos programas de 
monitoramento e controle de 
emissões de material particulado e 
no programa de comunicação social:
• manter o máximo de vegetação 
nas proximidades da boca do 
túnel a fim de filtrar poeira;
• usar, preferencialmente, 
tecnologia de perfuração 
pneumática e hidráulica;
• manter tapume ou cortina úmida 
ao redor da abertura;
• caso necessário e conforme a 
proximidade, manter tapume de 
proteção nas casas;
• manter sistema de aviso de 
explosão. 
Fonte: MRS Estudos Ambientais e Marinha do Brasil (2009, p. 7-41).
Já no exemplo do quadro 3, além dos parâmetros, a matriz de im-
pactos traz mais informações sobre indicadores, grau de resolução 
das medidas e responsabilidade pelas ações. Note que cada uma das 
matrizes apresenta diferentes parâmetros, em tipo e em número, para 
classificação dos impactos. A importância, que é considerada a princi-
pal síntese da relevância do impacto, não é analisada no exemplo do 
quadro 1, aparece duas vezes no exemplo do quadro 2 e é chamada de 
grau de relevância no quadro 3.
Isso mostra que a prática é bastante diversificada e que esses diferen-
tes conceitos e escolhas têm sido aceitos pelos órgãos ambientais. Essa 
flexibilidade, por um lado, é interessante para que os estudos e as equipes 
possam escolher trabalhar da forma como preferem e adaptar situações 
ao contexto do caso, mas por outro lado, dificulta o trabalho de análise dos 
82 Impactos ambientais: análise e medidas Ma
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.estudos para os analistas em órgãos ambientais e outros interessados, à 
medida que exige o entendimento particularizado do que está sendo pro-
posto em cada estudo. Outro ponto negativo de se ter uma prática tão 
heterogênea é que isso dificulta, ou mesmo torna impossível, comparar 
impactos semelhantes em casos distintos, o que poderia trazer benefícios 
para a melhoria contínua do conteúdo dos estudos baseado no aprendiza-
do, como indicam os métodos da área de gestão do conhecimento.
Quadro 3 – Matriz de impactos do centro de lançamentos espaciais
ATRIBUTOS MEDIDAS
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GERAÇÃO DE 
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RENDA
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Contratação de mão de obra 
local e implantação do programa 
de recrutamento e execução do 
programa de monitoramento dos 
aspectos socioeconômicos
A
AUMENTO 
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DE FLUXO DE 
PESSOAS
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Implantação dos programas de 
educação ambiental, educaçãopatrimonial, execução do 
programa de monitoramento 
dos aspectos socioeconômicos, 
programa de aperfeiçoamento, 
treinamento e capacitação de 
mão de obra, programa de saúde 
e política pública de controle de 
uso de ocupação do solo (900 
empregos diretos na implantação)
A
Fonte: Atech Fundação Aplicações de Tecnologias Críticas e Allerce Soluções Ambientais Ltda. (2009, p. 10.1-78).
83Parâmetros para classificação de impactos
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atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Considerações finais
Neste capítulo, exploramos parâmetros para classificação e valo-
ração de impactos ambientais, partes da etapa de análise dos impac-
tos ambientais. A Resolução Conama no 1/1986 indica sete diferentes 
parâmetros para classificação: natureza (positivo ou negativo), ordem 
(direto ou indireto), prazo de ocorrência (imediato, em médio ou longo 
prazo), duração (temporário e permanente), grau de reversibilidade, pro-
priedades cumulativas e sinérgicas, e distribuição dos ônus e benefícios 
sociais, sendo estes dois últimos itens menos aplicados. Outro parâme-
tro comumente empregado nos estudos de impacto ambiental que não 
consta na Resolução Conama é a abrangência espacial.
Esses parâmetros são úteis para caracterização dos impactos e au-
xiliam em sua valoração, que consiste na definição da magnitude. Além 
disso, são essenciais para a determinação da importância, o que deta-
lharemos no próximo capítulo.
Referências
ATECH FUNDAÇÃO APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS CRÍTICAS; ALLERCE 
SOLUÇÕES AMBIENTAIS LTDA. Alcântara Cyclone Space – ACS: estudo de im-
pacto ambiental do Complexo Terrestre Cyclone-4. Brasília: Atech, 2009.
BRASIL. Resolução Conama no 01, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios 
básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial 
[da] União, Ministério do Meio Ambiente, Brasília, DF, 1986. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.
pdf>. Acesso em: 27 set. 2017. 
ECONSERVATION ESTUDOS E PROJETOS AMBIENTAIS LTDA; ECOLOGY AND 
ENVIRONMENT DO BRASIL LTDA; MANABI LOGÍSTICA S.A. Estudo de impac-
to ambiental do Mineroduto Morro do Pilar (MG) – Linhares (ES) e do Porto 
Norte Capixaba. Rio de Janeiro: Econservation, 2012.
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INTERNATIONAL FINANCE CORPORATION. Cumulative Impact Assessment 
and Management: Guidance for the Private Sector in Emerging Markets. 
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