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Vade Mecum de Jurisprudência administrativo

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L 
Direito 
Administrativo 
1 PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
1.1 MORALIDADE 
.~~~~f.'!'?. .'!.~. '!.~l.'.'!.~~~'!!.'!3. ~~!! !.~ }!.~~~!. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . -........................ . 
Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de ser-
vidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, 
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança-ou, ainda, de função gratificada na 
Administração Pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, 
viola a Constituição Federal. 
É inconstitucional lei estadual que excepciona a vedação da prática do nepotismo, permi-
tindo que sejam nomeados para cargos em comissão ou funções gratificadas de até dois 
parentes das autoridades estaduais, além do cônjuge do Governador. 
STF. Plenário.ADI 3745/GO, Rei. Min. Dias Toffoli, 15/5/2013 (lnfo 706). 
Norma que impede nepotismo no serviço público não alcança servidores de provimento 
efetivo 
·························································································································· 
A Constituição do Estado do Espírito Santo prevê, em seu art. 32, VI, que é "vedado ao ser-
vidor público servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil". 
Foi proposta uma ADI contra esta norma. 
O STF julgou a norma constitucional, mas decidiu dar interpretação conforme à Consti-
tuição, no sentido de o dispositivo ser válido somente quando incidir sobre os cargos de 
provimento em comissão, função gratificada, cargos de direção e assessoramento. Em 
outras palavras, o STF afirmou que essa vedação não pode alc~nçar os servidores admiti-
dos mediante prévia aprovação em concurso público, ocupantes de cargo de provimento 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito 1 115 
efetivo, haja vista que isso poderia inlbi"r ·Ó próprio provimento desses cargos, violando, des-
sa forma, o art. 37, 1 e li, da CF/88, que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos 
públicos aos aprovados em concurso público. 
STF. Plenário.ADI 524/ES, Rei. Orig. Min. Sepúlveda Pertence, Red. p/ acórdão Min. Ricardo Lewan-
dowski,julgado em 20/5/2015 (!nfo 786). 
1 
Nõo haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas sem in-
!!':'.~.'!~~'!. ~~~~~~'!. ~!~~. ~~?.~~. ~ .'!~~!~f.~~ .................................................................... . 
Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de assessor de controle 
externo do Tribunal de Contas mesmo que seu tio (parente em linha colateral de 3º grau) já 
exerça o cargo de assessor-chefe de gabinete de determinado Conselheiro, especialmente 
pelo fato de que o cargo do referido tio não tem qualquer poder legal de nomeação do 
sobrinho. 
A incompatibilidade da prática enunciada na SV 13 com o art. 37 da CF/88 não decorre dire-
tamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político 
ou servidor público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, che-
fia ou assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com relação de parentesco com 
quem tenha potencial de interferir no processo de sel~ção. 
STF. 2ª Turma. Rei 18564/SP, Rei. Orig. Min. Gilmar Mendes, Red. pi acórdão Min. Dias Toffo!i, 
julgado em 23/2/2016 (fnfo 815). 
1.2 PUBLICIDADE 
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, 
dos nomes de seus servidores e do Valor dos correspondentes vencimentos e vantagens 
pecuniárias. 
STF. Plenário. ARE 652m/SP, Rei. Min. Teori Zavascki,julgado em 23/4/2015 (repercussão geral) 
(lnfo782) 
1.3 MOTIVACÃO 
O ato de remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser mo-
tivado. Caso não o seja, haverá nulidade. 
No entanto, é possível que o vício da ausência de motivação seja corrigido em momento 
posterior à edição dos atos administrativos impugnados. 
Assim, se a autoridade removeu o servidor sem motivação, mas ela, ao prestar as informa-
ções no mandado de segurança, trouxe aos autos os motivos que justificaram a remoção, 
o vício que existia foi corrigido. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 40.427-DF, Rei. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013 
(lnfo 529). 
116 e Márcio André Lopes Cavakante 
1 
1 
' 
1 
! 
1.4 AUTOTUTELA 
~'!.!!~~.Q.~~~! ........................................ ················· ............... ··············· .................. . 
Súmula 473-STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios 
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos 
i os casos, a apreciação judicial. 
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
Necessidade de garantir contraditório e ampla defesa ........... _ 
.. ························································································· ............... . 
A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais. No en-
tanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, 
faz-se necessária a instauração de procedimento administrativo que assegure o devido 
processo legal e a ampla defesa. 
Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa 
a observância do contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo. 
STF. 2ª Turma. RMS 31661/DF, Rei. Min. Gil mar Mendes, julgado em 10/12/2013 (lnfo 732). 
STF. Plenário. MS 25399/DF, Rei. Min. Marco Aurélio.julgado em 15/10/2014 (lnfo 763). 
O prazo decadencial do art. 54 da Lei nª 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado 
~.(~~!!~~ .~!~~~'!.'!!~'!~~- ~ -~~'!~~!~~~f~~ ~~~~~~! ...................................................... . 
Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando a vacância do 
cargo ocorre na vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso público (art. 236, § 3º). 
o prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado 
afronta diretamente a Constituição Federal. 
O art.236, § 3°, da CF é uma norma constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da edi-
ção da L'ei 8.935/1994 ela já tinha plena eficácia e o concurso público era obrigatório como 
condição para o ingresso na atividade notarial e de registro. 
STF. Plenário. MS 26860/DF, Rei. Min. Luiz Fux,julgado em 2/4/2014 (lnfo 741). 
Servidor que recebeu auxílio-moradia apresentando declaração falsa de que havia se mu-
dado para outra cidade terá que ressarcir o erário e devolver os valores recebidos mesmo 
que já se tenha passado mais de 5 anos desde a data em que o pagamento foi autorizado. 
STF. 1ª Turma. MS 32.569/DF, Rei. Orig. Min. Marco Aurélio, Rei. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, 
julgado em 13/09/2016 (lnfo 839). 
~!'.~~'!f ~.~. ~~-'!.'!!~.~~'!. ~. P.~~~~ .'!~~~~~~~!~~ .... ' .............................................. . 
A Administração Pública não pode, depois de terem se passado mais de 5 anos, anular a 
anistia política concedida mesmo que, antes de completar este prazo, a AGU tenha emitido 
nota questionando os critérios adotados na concessão. 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito > 117 
efetivo, haja vista que isso poderia inlbi"r ·Ó próprio provimento desses cargos, violando, des-
sa forma, o art. 37, 1 e li, da CF/88, que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos 
públicos aos aprovados em concurso público. 
STF. Plenário.ADI 524/ES, Rei. Orig. Min. Sepúlveda Pertence, Red. p/ acórdão Min. Ricardo Lewan-
dowski,julgado em 20/5/2015 (!nfo 786). 
1 
Nõo haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parenteno órgão, mas sem in-
!!':'.~.'!~~'!. ~~~~~~'!. ~!~~. ~~?.~~. ~ .'!~~!~f.~~ .................................................................... . 
Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de assessor de controle 
externo do Tribunal de Contas mesmo que seu tio (parente em linha colateral de 3º grau) já 
exerça o cargo de assessor-chefe de gabinete de determinado Conselheiro, especialmente 
pelo fato de que o cargo do referido tio não tem qualquer poder legal de nomeação do 
sobrinho. 
A incompatibilidade da prática enunciada na SV 13 com o art. 37 da CF/88 não decorre dire-
tamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político 
ou servidor público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, che-
fia ou assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com relação de parentesco com 
quem tenha potencial de interferir no processo de sel~ção. 
STF. 2ª Turma. Rei 18564/SP, Rei. Orig. Min. Gilmar Mendes, Red. pi acórdão Min. Dias Toffo!i, 
julgado em 23/2/2016 (fnfo 815). 
1.2 PUBLICIDADE 
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, 
dos nomes de seus servidores e do Valor dos correspondentes vencimentos e vantagens 
pecuniárias. 
STF. Plenário. ARE 652m/SP, Rei. Min. Teori Zavascki,julgado em 23/4/2015 (repercussão geral) 
(lnfo782) 
1.3 MOTIVACÃO 
O ato de remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser mo-
tivado. Caso não o seja, haverá nulidade. 
No entanto, é possível que o vício da ausência de motivação seja corrigido em momento 
posterior à edição dos atos administrativos impugnados. 
Assim, se a autoridade removeu o servidor sem motivação, mas ela, ao prestar as informa-
ções no mandado de segurança, trouxe aos autos os motivos que justificaram a remoção, 
o vício que existia foi corrigido. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 40.427-DF, Rei. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013 
(lnfo 529). 
116 e Márcio André Lopes Cavakante 
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1.4 AUTOTUTELA 
~'!.!!~~.Q.~~~! ........................................ ················· ............... ··············· .................. . 
Súmula 473-STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios 
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos 
i os casos, a apreciação judicial. 
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
Necessidade de garantir contraditório e ampla defesa ........... _ 
.. ························································································· ............... . 
A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais. No en-
tanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, 
faz-se necessária a instauração de procedimento administrativo que assegure o devido 
processo legal e a ampla defesa. 
Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa 
a observância do contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo. 
STF. 2ª Turma. RMS 31661/DF, Rei. Min. Gil mar Mendes, julgado em 10/12/2013 (lnfo 732). 
STF. Plenário. MS 25399/DF, Rei. Min. Marco Aurélio.julgado em 15/10/2014 (lnfo 763). 
O prazo decadencial do art. 54 da Lei nª 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado 
~.(~~!!~~ .~!~~~'!.'!!~'!~~- ~ -~~'!~~!~~~f~~ ~~~~~~! ...................................................... . 
Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando a vacância do 
cargo ocorre na vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso público (art. 236, § 3º). 
o prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado 
afronta diretamente a Constituição Federal. 
O art.236, § 3°, da CF é uma norma constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da edi-
ção da L'ei 8.935/1994 ela já tinha plena eficácia e o concurso público era obrigatório como 
condição para o ingresso na atividade notarial e de registro. 
STF. Plenário. MS 26860/DF, Rei. Min. Luiz Fux,julgado em 2/4/2014 (lnfo 741). 
Servidor que recebeu auxílio-moradia apresentando declaração falsa de que havia se mu-
dado para outra cidade terá que ressarcir o erário e devolver os valores recebidos mesmo 
que já se tenha passado mais de 5 anos desde a data em que o pagamento foi autorizado. 
STF. 1ª Turma. MS 32.569/DF, Rei. Orig. Min. Marco Aurélio, Rei. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, 
julgado em 13/09/2016 (lnfo 839). 
~!'.~~'!f ~.~. ~~-'!.'!!~.~~'!. ~. P.~~~~ .'!~~~~~~~!~~ .... ' .............................................. . 
A Administração Pública não pode, depois de terem se passado mais de 5 anos, anular a 
anistia política concedida mesmo que, antes de completar este prazo, a AGU tenha emitido 
nota questionando os critérios adotados na concessão. 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito > 117 
A nota emitida pela AGU teve efeito similar ao de um parecer e, por isso, não impediu 
o fluxo do prazo decadencial, não,podendo ser classificada como "exercido do direito de 
anular", para os fins do§ 2º do art. 54 da Lei nº 9.784/99. 
Vale ressaltar que, no caso concreto, não ficou demonstrada má-fé do interessado. 
Além disso, não houve flagrante inconstitucionalidade na concessão de anistia, mas sim 
nova interpretação da Administração Pública quanto ao efetivo enquadramento como 
anistiado político. 
STF. 1ª Turma. RMS 31841/DF, Rei. Min. Edson Fachin,julgado em 2/8/2016 (lnfo 833). 
Prazo de que dispõe a Administração Pública federal para anular um ato administrativo 
ilegal: 5 anos, contados da data em que o ato foi praticado (art. 54 da Lei nº 9.784/99) 
A Lei 9.784/99 entrou em vigor em 01/02'1999. Se o ato administrativo tiver sido praticado 
antes da vigência dessa Lei, qual será o prazo e a partir de quando ele é contado? 
O STJ possui o entendimento de que o prazo decadenciat previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, 
quanto aos atos administrativos anteriores à sua promulgação, iniciou-se a partir da data 
de sua entrada em vigor, ou seja, na data de sua publicação, em 01/02/1999. 
Assim, caso o ato ilegal tenha sido praticado antes da Lei nº 9.784/99, a Administração teve 
o prazo de 5 anos a contar da vigência da aludida norma para anulá-lo. 
STJ. 2"Turma. REsp 1.270.474-RN, Rei. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012 (lnfo 508). 
O disposto no art. 54 da Lei 9.784/99 aplica-se às hipóteses de auditorias realizadas pelo 
TCU em âmbito de controle de legalidade administrativa. Em outras pal'ávras, ao realizar 
controle de legalidade administrativa, o TCU somente poderá questionar a validade de atos 
que não tenham mais de 5 anos. Passado este prazo, verifica-se a decadência. 
STF. 1"Turma. MS 31344/DF, Rei. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/4/2013 (lnfo 703). 
Ourante -0 processo administrativo instaurado para apurar a legalidade de determinada 
gratificação, a Administração Pública pode determinar, com fundamento no poder caute-
lar previsto no art. 45 da Lei nº 9.784/1999, a suspensão do pagamento da verba impug-
nada até a decisão definitiva do órgão sobre a sua validade no ãmbito do procedimento 
aberto. 
STF.2ª Turma.RMS 31973/DF, Rei. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/2/2014 (lnfo 737). 
t.5 OUTROS TEMAS 
É necessária a observância da garantia do devido processo legal, em especial, do contradi-
tório e da ampla defesa, relativamente à inscrição de entes públicos em cadastros federais 
de inadimplência. 
118 e MárcioAndrélopesCavalcante 
t 
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t 
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L 
Assim, a União, antes de incluir Estados-membros ou Municípios nos cadastros federais de 
inadimplência (exs: CAUC, SIAF) deverá assegurar o devido processo legal, o contraditório 
e a ampla defesa. 
STF. Plenário.ACO 1995/BA, Rei. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/3/2015 (1nfo ng). 
STF. 1" Turma. ACO 732/AP,Rei. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2016 (lnfo 825). 
Estado-membro não pode ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União por irre-
~ ~ ~'! !.~ ~~ ~~~-1!.~~tj_~~ ~'!~ I!.~!~~- '?.'!.~'!?.~ -~~~~~~~ .'!.~~ -~~'?. -~. ~~~~'!~~"!~ ................................. . 
O Estado só pode sofrer restrições nos cadastros de devedores da União por atos pratica-
dos pelo Poder Executivo. Dessa forma, atos do Legislativo, Judiciário, Ministério Público, 
Tribunal de Contas e dos entes da Administração Pública indireta (como as autarquias e as 
empresas públicas) não podem gerar sanções da União contra o Estado, diante da ausência 
de ingerência direta do Executivo sobre eles. 
STF. Plenário. ACO 1.612-AgR, Rel. Min.Celso de Mel lo, DJe 13/2/2015. 
STF. Plenário. ACO 2099 AgR, Rei. Min. Teori Zavascki,julgado em 18/12/2015. 
~~~~~~~~~'!.~~'!.~~~ ~-~~~'!.~~~".'. !!~~ -~".1.~f~~~ ................................................................... . 
O Estado de Pernambuco celebrou convênio com a União por meio do qual recebeu deter-
minadas verbas para realízar projetos de interesse público no Estado, assumindo o com-
promisso de prestar contas da utilização de tais valores perante a União e o TCU. Ocorre 
que o Estado não prestou contas corretamente, o que fez com que a União o inserisse no 
CAUC.Ao julgar uma ação proposta pelo Estado-membro contra a União, o STF exarou duas 
importantes conclusões: 
1. Viola o princípio do devido processo legal a inscrição de unidade federativa em cadastros 
de inadimplentes antes de iniciada e julgada tomada de contas especial pelo Tribunal de 
Contas da União. Em casos como esse, mostra-se necessária a tomada de contas especial 
e sua respectiva conclusão, a fim de reconhecer que houve realmente irregularidades. Só 
a partir disso é possível a inscrição do ente nos cadastros de restrição ao crédito organi-
zados e mantidos pela União. 1 
2. O principio da intranscendência subjetiva impede que sanções e restrições superem a 
dimensão estritamente pessoal do infrator e atinjam pessoas que não tenham sido as 
causadoras do ato ilícito. Assim, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções 
proíbe a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão praticados por 
administrações anteriores. A inscrição do Estado de Pernambuco no CAUC ocorreu em 
razão do descumprimento de convênio celebrado por gestão anterior, ou seja, na época 
de outro Governador. Ademais, ficou demonstrado que os novos gestores estavam to-
mando as providências neces.sárias para sanar as irregularidades verificadas. Logo, deve-
-se aplicar, no caso concreto, o princípio da intrans_cendência subjetiva das sanções, im-
pedindo que a Administração atual seja punida com a restrição na celebração de novos 
convênios ou recebimento de repasses federais. 
STF.1ªTurma.AC 2614/PE,AC781/PI eAC2946/Pl,Rel. Min.Luiz Fux,ju!gados em 23/6/2015 (fnfo791). 
Sobre o terna, vale a pena saber o entendimento da AGU: 
Súmula 46-AGU: Será liberada da restrição decorrente da inscrição do município no SlAFI 
ou CADIN a prefeitura administrada pelo prefeito que sucedeu o administrador faltoso, 
1 quando tomadas todas as providências objetivando o ressarcimento ao erário. 
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Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito > 119 
A nota emitida pela AGU teve efeito similar ao de um parecer e, por isso, não impediu 
o fluxo do prazo decadencial, não,podendo ser classificada como "exercido do direito de 
anular", para os fins do§ 2º do art. 54 da Lei nº 9.784/99. 
Vale ressaltar que, no caso concreto, não ficou demonstrada má-fé do interessado. 
Além disso, não houve flagrante inconstitucionalidade na concessão de anistia, mas sim 
nova interpretação da Administração Pública quanto ao efetivo enquadramento como 
anistiado político. 
STF. 1ª Turma. RMS 31841/DF, Rei. Min. Edson Fachin,julgado em 2/8/2016 (lnfo 833). 
Prazo de que dispõe a Administração Pública federal para anular um ato administrativo 
ilegal: 5 anos, contados da data em que o ato foi praticado (art. 54 da Lei nº 9.784/99) 
A Lei 9.784/99 entrou em vigor em 01/02'1999. Se o ato administrativo tiver sido praticado 
antes da vigência dessa Lei, qual será o prazo e a partir de quando ele é contado? 
O STJ possui o entendimento de que o prazo decadenciat previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, 
quanto aos atos administrativos anteriores à sua promulgação, iniciou-se a partir da data 
de sua entrada em vigor, ou seja, na data de sua publicação, em 01/02/1999. 
Assim, caso o ato ilegal tenha sido praticado antes da Lei nº 9.784/99, a Administração teve 
o prazo de 5 anos a contar da vigência da aludida norma para anulá-lo. 
STJ. 2"Turma. REsp 1.270.474-RN, Rei. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012 (lnfo 508). 
O disposto no art. 54 da Lei 9.784/99 aplica-se às hipóteses de auditorias realizadas pelo 
TCU em âmbito de controle de legalidade administrativa. Em outras pal'ávras, ao realizar 
controle de legalidade administrativa, o TCU somente poderá questionar a validade de atos 
que não tenham mais de 5 anos. Passado este prazo, verifica-se a decadência. 
STF. 1"Turma. MS 31344/DF, Rei. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/4/2013 (lnfo 703). 
Ourante -0 processo administrativo instaurado para apurar a legalidade de determinada 
gratificação, a Administração Pública pode determinar, com fundamento no poder caute-
lar previsto no art. 45 da Lei nº 9.784/1999, a suspensão do pagamento da verba impug-
nada até a decisão definitiva do órgão sobre a sua validade no ãmbito do procedimento 
aberto. 
STF.2ª Turma.RMS 31973/DF, Rei. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/2/2014 (lnfo 737). 
t.5 OUTROS TEMAS 
É necessária a observância da garantia do devido processo legal, em especial, do contradi-
tório e da ampla defesa, relativamente à inscrição de entes públicos em cadastros federais 
de inadimplência. 
118 e MárcioAndrélopesCavalcante 
t 
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Assim, a União, antes de incluir Estados-membros ou Municípios nos cadastros federais de 
inadimplência (exs: CAUC, SIAF) deverá assegurar o devido processo legal, o contraditório 
e a ampla defesa. 
STF. Plenário.ACO 1995/BA, Rei. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/3/2015 (1nfo ng). 
STF. 1" Turma. ACO 732/AP, Rei. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2016 (lnfo 825). 
Estado-membro não pode ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União por irre-
~ ~ ~'! !.~ ~~ ~~~-1!.~~tj_~~ ~'!~ I!.~!~~- '?.'!.~'!?.~ -~~~~~~~ .'!.~~ -~~'?. -~. ~~~~'!~~"!~ ................................. . 
O Estado só pode sofrer restrições nos cadastros de devedores da União por atos pratica-
dos pelo Poder Executivo. Dessa forma, atos do Legislativo, Judiciário, Ministério Público, 
Tribunal de Contas e dos entes da Administração Pública indireta (como as autarquias e as 
empresas públicas) não podem gerar sanções da União contra o Estado, diante da ausência 
de ingerência direta do Executivo sobre eles. 
STF. Plenário. ACO 1.612-AgR, Rel. Min.Celso de Mel lo, DJe 13/2/2015. 
STF. Plenário. ACO 2099 AgR, Rei. Min. Teori Zavascki,julgado em 18/12/2015. 
~~~~~~~~~'!.~~'!.~~~ ~-~~~'!.~~~".'. !!~~ -~".1.~f~~~ ................................................................... . 
O Estado de Pernambuco celebrou convênio com a União por meio do qual recebeu deter-
minadas verbas para realízar projetos de interesse público no Estado, assumindo o com-
promisso de prestar contas da utilização de tais valores perante a União e o TCU. Ocorre 
que o Estado não prestou contas corretamente, o que fez com que a União o inserisse no 
CAUC.Ao julgar uma ação proposta pelo Estado-membro contra a União, o STF exarou duas 
importantes conclusões: 
1. Viola o princípio do devido processo legal a inscrição de unidade federativa em cadastros 
de inadimplentes antes de iniciada e julgada tomada de contas especial pelo Tribunal de 
Contas da União. Em casos como esse, mostra-se necessária a tomada de contas especial 
e sua respectiva conclusão, a fim de reconhecer que houve realmente irregularidades. Sóa partir disso é possível a inscrição do ente nos cadastros de restrição ao crédito organi-
zados e mantidos pela União. 1 
2. O principio da intranscendência subjetiva impede que sanções e restrições superem a 
dimensão estritamente pessoal do infrator e atinjam pessoas que não tenham sido as 
causadoras do ato ilícito. Assim, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções 
proíbe a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão praticados por 
administrações anteriores. A inscrição do Estado de Pernambuco no CAUC ocorreu em 
razão do descumprimento de convênio celebrado por gestão anterior, ou seja, na época 
de outro Governador. Ademais, ficou demonstrado que os novos gestores estavam to-
mando as providências neces.sárias para sanar as irregularidades verificadas. Logo, deve-
-se aplicar, no caso concreto, o princípio da intrans_cendência subjetiva das sanções, im-
pedindo que a Administração atual seja punida com a restrição na celebração de novos 
convênios ou recebimento de repasses federais. 
STF.1ªTurma.AC 2614/PE,AC781/PI eAC2946/Pl,Rel. Min.Luiz Fux,ju!gados em 23/6/2015 (fnfo791). 
Sobre o terna, vale a pena saber o entendimento da AGU: 
Súmula 46-AGU: Será liberada da restrição decorrente da inscrição do município no SlAFI 
ou CADIN a prefeitura administrada pelo prefeito que sucedeu o administrador faltoso, 
1 quando tomadas todas as providências objetivando o ressarcimento ao erário. 
' 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito > 119 
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Vale ressaltar, no entanto, que o Min, Ma_rco Aurélio recentemente manifestou-se contraria-
mente à tese afirmando que: · 
A inscrição do nome do Estado-Membro em cadastro federal de inadimplentes em face de 
ações e/ou omissões de gestões anteriores não configura ofensa ao principio da intrans-
cendência. Vigora, no âmbito da Administração Pública, o princípio da impessoalidade, 
previsto no artigo 37 da CF/88. A relação jurídica envolve a União e o ente fed~ral, e não 
a União ie certo Governador ou outro agente. O governo se alterna periodicamente nos 
termos da soberania popular, mas o Estado é permanente.A mudança de comando político 
não exonera o Estado das obrigações assumidas. 
STF. 1ª Turma. ACO 732/AP, ReL Mln. Marco Aurélio,julgado em 10/5/2016 (lnfo 825). 
Obs: no caso concreto acima (ACO 732/AP), o STF julgou o ped.ido de forma favorável ao Estado 
porque a União não havia respeitado o devido processo legal. Dessa forma, esta argumentação 
do Min. Marco Aurélio não foi adotada pela Turma como razão de decidir. Por isso, penso que a 
posição do referido Ministro é minoritária e, em concursos públicos, acredito que ainda se deve 
adotar o entendimento no sentido de que é possível aplicar o princípio da intranscendência 
para esta stt:uação. 
~'?.~-~~'!.'.~!~~!~~[~!~~<!.'. ~~?.~~- ~!'?.~ .'!~1:.1.~'!!~.~~<!-~~~?~ ................................................ ' ... ' .. . 
O STF suspendeu decisão de TRF que havia anulado portaria do Ministério das Comunica-
ções tratando sobre aspectos técnicos da transmissão dos programas de TV (recursos de 
audiodescrição para deficientes visuais e intelectuais). 
Segundo a Corte, a complexidade da causa requer cautela. por parte dos magistrados e 
maior consideração às soluções encontradas pelos órgãos técnicos especialistas na área. 
STF. Plenário.ADPF 309 Referendo-MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/9/2014 (lnfo 760). 
~'?.~~ ~~ ~-~~~~'!.~ .l?_q~~~~'!.~ -~~~-~~~~~~~ -~ -~~~~~?-~ P.~~!~.~~~'?-~ .......................................... '.'. 
Não é legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a inadim-
plência do consumidor decorrer de débitos pretéritos, o débito originar-se de suposta frau-
de no medidor de consumo de energia apurada unilateralmente pela concessionária e ine-
xistir aviso prévio ao consumidor inadimp1ente. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 211.s14-SP, Rei. Min. Herman Benjamin, julgado em 18110/2012 (lnfo 508). 
A Polícia Militar pode, mediante decisão administrativa fundamentada, determinar a sus~ 
pensão cautelar do porte de arma de poli,cial que responde a processo criminal. 
STJ. 2ª Turma. RMS 42.620-PB, Rei. Min. Humberto Martins,julgado em 25/2/2014 (lnfo 537). 
2 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
2.1 TEMAS DIVERSOS 
É possível aplicar o regime de precatórios às sociedades de economia mista? 
As soc,iedades de economia mista prestadoras de serviço público de atuação própria do Esta-
do e de natureza não concorrencial submetem-se ao regime de precatório. 
120 < Márcio André Lopes Cavalcante 
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O caso concreto no qual o STF decidiu isso envolvia uma sociedade de economia mista pres-
tadora de serviços de abastecimento de água e saneamento que prestava serviço público 
primário e em regime de exclusividade. O STF entendeu que a atuação desta sociedade de 
economia mista correspondia à própria atuação do Estado, já que ela não tinha objetivo de 
lucro e o capital social era majoritariamente estatal. Logo, diante disso, o STF reconheceu 
que ela teria direito ao processamento da execução por meio de precatório. 
STF. 2ª Turma. RE 852302 AgR/AL, Rei. Min. Dias Toffoli,julgado em 15/12/2015 (lnfo 812). 
Personalidade judiciária das Câmaras Municipais e das Assembleias Legislativas ........................................................................................................................ 
A personalidade jurídica da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa é ampla? Elas po-
dem atuar em juízo em qualquer caso? 
NÃO. Elas até podem atuar em juízo, mas apenas para defender os seus interesses estrita-
mente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e inde-
pendência do órgão. 
A Câmara dos Vereadores ajuizou ação contra a União pedindo que esta liberasse os repasses 
do Fundo de Participação do Município (FPM) que tinham sido retidos.A Câmara possui legi-
timidade ativa para essa demanda? 
NÃO. Para se aferir se a Câmara de Vereadores tem legitimação ativa, é necessário analisar 
se a pretensão deduzida em juízo está, ou não, relacionada a interesses e prerrogativas 
institucionais do órgão. 
Para o STJ, uma ação pedindo a liberação de FPM é uma pretensão de interesse apenas pa-
trimonial do Município e que, portanto, não está relacionado com a defesa de prerrogativa 
institucional da Câmara Municipal. 
1 STJ. 2"T urma. REsp 1.429.322-AL, Rei. Min. Mauro Campbell Marques,julgado em 20/2/2014 (lnfo 537). 
Sobre o tema, vale a pena conhecer a seguinte súmula: 
Súm~la 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas perso-
nalidade judiciária, somente podendo demandar em juizo para defender os seus direitos 
institucionais. 
STJ.1ª Seção.Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015. 
Legitimidade do TJ para impetrar mandado de segurança em defesa de sua autonomia 
institucional 
O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica própria, detém 1egiti~ 
midade autônoma para ajuizar mandado de segurança contra ato do Governador do Esta~ 
do em defesa de sua autonomia institucional. 
Ex: mandado de segurança contra ato do Governador que está atrasando o repasse dos 
duodécimos devidos ao Poder Judiciário. 
STF. 1ª Turma. MS 34483-MC/RJ, Rei. Min. DiasToffoli,julgado em 22/11/2016 {lnfo s48). 
Nomeação de dirigentes de entidades e prévia aprovacão da ALE 
:.:..- :.:.·.'..:.::.::.:.:.::.:.:.::_·.~.::.:.:.:.=.::..:.:.·.:.:.: . .:.. ::::.:.::·..:.:.:..:.:.::.:.:..:. ·,_·_·.:.::...:.:..:..: . .-:..:.:·. ! ..... ··.:.:..·.:.::.:..:.:..::.'.:.: :· ..•.......•...•.......... 
É constit~cional lei estadual que condiciona a nomeação dos dirigentes de AUTARQUIAS e 
FUNDAÇOES à prévia aprovação da Assembleia Legislativa. -
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito > 121 
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Vale ressaltar, no entanto, que o Min, Ma_rco Aurélio recentemente manifestou-se contraria-
mente à tese afirmando que: · 
A inscrição do nome do Estado-Membro em cadastro federal de inadimplentes em facede 
ações e/ou omissões de gestões anteriores não configura ofensa ao principio da intrans-
cendência. Vigora, no âmbito da Administração Pública, o princípio da impessoalidade, 
previsto no artigo 37 da CF/88. A relação jurídica envolve a União e o ente fed~ral, e não 
a União ie certo Governador ou outro agente. O governo se alterna periodicamente nos 
termos da soberania popular, mas o Estado é permanente.A mudança de comando político 
não exonera o Estado das obrigações assumidas. 
STF. 1ª Turma. ACO 732/AP, ReL Mln. Marco Aurélio,julgado em 10/5/2016 (lnfo 825). 
Obs: no caso concreto acima (ACO 732/AP), o STF julgou o ped.ido de forma favorável ao Estado 
porque a União não havia respeitado o devido processo legal. Dessa forma, esta argumentação 
do Min. Marco Aurélio não foi adotada pela Turma como razão de decidir. Por isso, penso que a 
posição do referido Ministro é minoritária e, em concursos públicos, acredito que ainda se deve 
adotar o entendimento no sentido de que é possível aplicar o princípio da intranscendência 
para esta stt:uação. 
~'?.~-~~'!.'.~!~~!~~[~!~~<!.'. ~~?.~~- ~!'?.~ .'!~1:.1.~'!!~.~~<!-~~~?~ ................................................ ' ... ' .. . 
O STF suspendeu decisão de TRF que havia anulado portaria do Ministério das Comunica-
ções tratando sobre aspectos técnicos da transmissão dos programas de TV (recursos de 
audiodescrição para deficientes visuais e intelectuais). 
Segundo a Corte, a complexidade da causa requer cautela. por parte dos magistrados e 
maior consideração às soluções encontradas pelos órgãos técnicos especialistas na área. 
STF. Plenário.ADPF 309 Referendo-MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/9/2014 (lnfo 760). 
~'?.~~ ~~ ~-~~~~'!.~ .l?_q~~~~'!.~ -~~~-~~~~~~~ -~ -~~~~~?-~ P.~~!~.~~~'?-~ .......................................... '.'. 
Não é legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a inadim-
plência do consumidor decorrer de débitos pretéritos, o débito originar-se de suposta frau-
de no medidor de consumo de energia apurada unilateralmente pela concessionária e ine-
xistir aviso prévio ao consumidor inadimp1ente. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 211.s14-SP, Rei. Min. Herman Benjamin, julgado em 18110/2012 (lnfo 508). 
A Polícia Militar pode, mediante decisão administrativa fundamentada, determinar a sus~ 
pensão cautelar do porte de arma de poli,cial que responde a processo criminal. 
STJ. 2ª Turma. RMS 42.620-PB, Rei. Min. Humberto Martins,julgado em 25/2/2014 (lnfo 537). 
2 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
2.1 TEMAS DIVERSOS 
É possível aplicar o regime de precatórios às sociedades de economia mista? 
As soc,iedades de economia mista prestadoras de serviço público de atuação própria do Esta-
do e de natureza não concorrencial submetem-se ao regime de precatório. 
120 < Márcio André Lopes Cavalcante 
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O caso concreto no qual o STF decidiu isso envolvia uma sociedade de economia mista pres-
tadora de serviços de abastecimento de água e saneamento que prestava serviço público 
primário e em regime de exclusividade. O STF entendeu que a atuação desta sociedade de 
economia mista correspondia à própria atuação do Estado, já que ela não tinha objetivo de 
lucro e o capital social era majoritariamente estatal. Logo, diante disso, o STF reconheceu 
que ela teria direito ao processamento da execução por meio de precatório. 
STF. 2ª Turma. RE 852302 AgR/AL, Rei. Min. Dias Toffoli,julgado em 15/12/2015 (lnfo 812). 
Personalidade judiciária das Câmaras Municipais e das Assembleias Legislativas ........................................................................................................................ 
A personalidade jurídica da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa é ampla? Elas po-
dem atuar em juízo em qualquer caso? 
NÃO. Elas até podem atuar em juízo, mas apenas para defender os seus interesses estrita-
mente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e inde-
pendência do órgão. 
A Câmara dos Vereadores ajuizou ação contra a União pedindo que esta liberasse os repasses 
do Fundo de Participação do Município (FPM) que tinham sido retidos.A Câmara possui legi-
timidade ativa para essa demanda? 
NÃO. Para se aferir se a Câmara de Vereadores tem legitimação ativa, é necessário analisar 
se a pretensão deduzida em juízo está, ou não, relacionada a interesses e prerrogativas 
institucionais do órgão. 
Para o STJ, uma ação pedindo a liberação de FPM é uma pretensão de interesse apenas pa-
trimonial do Município e que, portanto, não está relacionado com a defesa de prerrogativa 
institucional da Câmara Municipal. 
1 STJ. 2"T urma. REsp 1.429.322-AL, Rei. Min. Mauro Campbell Marques,julgado em 20/2/2014 (lnfo 537). 
Sobre o tema, vale a pena conhecer a seguinte súmula: 
Súm~la 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas perso-
nalidade judiciária, somente podendo demandar em juizo para defender os seus direitos 
institucionais. 
STJ.1ª Seção.Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015. 
Legitimidade do TJ para impetrar mandado de segurança em defesa de sua autonomia 
institucional 
O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica própria, detém 1egiti~ 
midade autônoma para ajuizar mandado de segurança contra ato do Governador do Esta~ 
do em defesa de sua autonomia institucional. 
Ex: mandado de segurança contra ato do Governador que está atrasando o repasse dos 
duodécimos devidos ao Poder Judiciário. 
STF. 1ª Turma. MS 34483-MC/RJ, Rei. Min. DiasToffoli,julgado em 22/11/2016 {lnfo s48). 
Nomeação de dirigentes de entidades e prévia aprovacão da ALE 
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É constit~cional lei estadual que condiciona a nomeação dos dirigentes de AUTARQUIAS e 
FUNDAÇOES à prévia aprovação da Assembleia Legislativa. -
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito > 121 
Por outro lado, é inconstitucional exigir essa prévia aprovação da ALE se os dirigentes fo-
rem de EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. 
É inconstitucional a exigência de que os dirigentes de entidades da administração indireta 
forneçam à ALE a declaração atualizada de seus bens e de suas ocupações para serem fis-
calizados pelo Parlamento. Tal situaçào viola a separação de poderes. 
STF. Plenário. ADI 2225/SC, Rei. Min. DiasToffoli,julgado em 21/8/2014 (lnfo 755). 
É CONSTITUCIONAL lei estadual que prevê que os dirigentes de determinada agência re-
guladora somente poderão ser nomeados após previamente aprovados pela Assembleia 
legislativa. 
Por outro lado, é INCONSTITUCIONAL a lei estadual que estabelece que os dirigentes de 
agência reguladora somente poderão ser destituídos de seus cargos por decisão exclusiva 
da Assembleia Legislativa, sem quaf11uer participação do Governador do Estado. Essa previ-
são viola o princípio da separação dos poderes (at. 2° da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 1949/RS, Rei. Min. Dias Toffo!i,julgado em 17/9/2014 (lnfo 759). 
.~~'!-~!!~?.~ !!!.~fi.~~.i~':'_'!.i~ f.q~!. ~~?. ~~!~~'!.I!!~~!. !. ~~':'.~~~~~~!~':'.'!.'!~'!.'!.~ -~~. ~~~ !~·~!'!.~~.'!.':'· .. 
A Lei nº 12.514/2011, que trata sobre as contribuições (anuidades) devidas aos Conselhos 
Profissionais, é constitucional. 
Sob o ponto de vista formal, esta Lei, apesar de ser fruto de uma MP que originalmente 
dispunha sobre outro assunto, não pode ser declarada inconstitucional porque foi editada 
antes de o STF declarar ilegítima a prática do "contrabando legislativo" (ADI 5127/DF). 
Ainda quanto ao aspecto formal, esta Lei não trata sobre normas gerais de Direito Tributá-
rio, motivo pelo qual não precisava ser veiculada por lei complementar. 
i Sob o ponto de vista material, a Lei respeitou os princípios da capacidade contributiva, da 
vedação ao confisco e da legalidade. 
STF. Plenário.ADI 4697/DF,Rei. Min. Edson Fachin,julgado em 06/10/2016 (lnfo 842). 
2.2 SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS 
Sem concurso 
························-····-······························--·-·························································· 
Os serviços sociais autônomos precisam reafízar concurso público para contratar seu pessoal? 
NÃO. Os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e 
não integrarem a Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interes~ 
se público em cooperação com o ente estatal, NÃO estão sujeitos à observância da regra de 
concurso público (art. 37, li, da CF/88) para contratação de seu pessoal. 
Obs.: vale ressaltar, no entanto, que o fato de as entidades do Sistema "S" não estarem submeti-
i das aos ditames constitucionais do art. 37, não as exime de manterem um padrão.de objetivida-
de e eficiência na contratação e nos gastos com seu pessoal. 
STF. Plenário. RE 789874/DF, Rei. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/9/2014 (repercussão geral) 
{lnfo 759). 
122 < Márcio André Lopes Cava1cante 
Natureza dos recursos 
··················· ···-···-············································-·······························-····-·······-·· 
Os recursos geridos pelos serviços sociais autônomos são considerados recursos públicos? 
NÃO. Segundo entende o STF,os serviços sociais autônomos do denominado sistema "S.",em-
bora compreendidos na expressão de entidade paraestatal, são pessoas jurídicas de direito 
privado, definidos como entes de colaboração, mas não integrantes da Administração Pública. 
Assim, quando o produto das contribuições ingressa nos cofres dos Serviços Sociais Autô-
nomos, perde o caráter de recurso público. 
1 
STF. Plenário.ACO 195j AgR, Rei. Min. Ricardo Lewandowski,julgado em 18/12/2013. 
Imunidade 
Os serviços sociais autônomos gozam de imunidade tributária? 
SIM. O art.150, VI, "c" da CF/88 prevê que as instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que aten-
didos os requisitos previstos na lei. 
As entidades do chamado "Sistema S", tais como SES!, SENAl, SENAC e SEBRAE, também go-
zam de imunidade porque promovem cursos para a inserção de profissionais no mercado 
de trabalho, sendo consideradas instituições de educação e assistência social. 
Se o SENAC adquire um terreno para a construção de sua sede, já havendo inclusive um 
projeto nesse sentido, deverá incidir a imunidade nesse caso considerando que o imóvel 
será destinado às suas finalidades essenciais. 
STF. 1" Turma. RE 470520/SP, Rel. Min. DiasToffoli,julgado em 17/9/2013 (lnfo 720). 
~'!~ l!!.~~~~fl.':1.~~~~~ l!.~'!-~!~.~I!.'!!~ ................................................................................ . 
Os serviços sociais autônomos gozam das prerrogativas processuais inerentes à Fazenda Pú-
blica (ex.: prazo em dobro para r~correr)? 
NÃO. As entidades paraestatais não gozam dos privilégios processuais concedidos à Fazen-
da Pública. 
STF. AI 841548 RG,julgado em 09/06/2011. 
.~'"!.'!!P.~~~.'!~~'! .................................................... -................................................. . 
De quem é a competência para julgaras causas envolvendo os serviços sociais autônomos? 
1 Em regra, a competência é da Justiça Comum Estadual. 
STF. RE 414375/SC, Rei. Min. Gil mar Mendes, julgado em 31/10/2006. 
Súmula 516-STF:O Serviço Social da Indústria (SESl) está sujeito a jurisdição da justiça estadual. 
3 RESPONSABILIDADE CIVIL 
3.1 TESE DA DUPLA GARANTIA 
A vítima poderá propor a ação diretamente contra o servidor causador do dano? 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito ) 123 
Por outro lado, é inconstitucional exigir essa prévia aprovação da ALE se os dirigentes fo-
rem de EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. 
É inconstitucional a exigência de que os dirigentes de entidades da administração indireta 
forneçam à ALE a declaração atualizada de seus bens e de suas ocupações para serem fis-
calizados pelo Parlamento. Tal situaçào viola a separação de poderes. 
STF. Plenário. ADI 2225/SC, Rei. Min. DiasToffoli,julgado em 21/8/2014 (lnfo 755). 
É CONSTITUCIONAL lei estadual que prevê que os dirigentes de determinada agência re-
guladora somente poderão ser nomeados após previamente aprovados pela Assembleia 
legislativa. 
Por outro lado, é INCONSTITUCIONAL a lei estadual que estabelece que os dirigentes de 
agência reguladora somente poderão ser destituídos de seus cargos por decisão exclusiva 
da Assembleia Legislativa, sem quaf11uer participação do Governador do Estado. Essa previ-
são viola o princípio da separação dos poderes (at. 2° da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 1949/RS, Rei. Min. Dias Toffo!i,julgado em 17/9/2014 (lnfo 759). 
.~~'!-~!!~?.~ !!!.~fi.~~.i~':'_'!.i~ f.q~!. ~~?. ~~!~~'!.I!!~~!. !. ~~':'.~~~~~~!~':'.'!.'!~'!.'!.~ -~~. ~~~ !~·~!'!.~~.'!.':'· .. 
A Lei nº 12.514/2011, que trata sobre as contribuições (anuidades) devidas aos Conselhos 
Profissionais, é constitucional. 
Sob o ponto de vista formal, esta Lei, apesar de ser fruto de uma MP que originalmente 
dispunha sobre outro assunto, não pode ser declarada inconstitucional porque foi editada 
antes de o STF declarar ilegítima a prática do "contrabando legislativo" (ADI 5127/DF). 
Ainda quanto ao aspecto formal, esta Lei não trata sobre normas gerais de Direito Tributá-
rio, motivo pelo qual não precisava ser veiculada por lei complementar. 
i Sob o ponto de vista material, a Lei respeitou os princípios da capacidade contributiva, da 
vedação ao confisco e da legalidade. 
STF. Plenário.ADI 4697/DF, Rei. Min. Edson Fachin,julgado em 06/10/2016 (lnfo 842). 
2.2 SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS 
Sem concurso 
························-····-······························--·-·························································· 
Os serviços sociais autônomos precisam reafízar concurso público para contratar seu pessoal? 
NÃO. Os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e 
não integrarem a Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interes~ 
se público em cooperação com o ente estatal, NÃO estão sujeitos à observância da regra de 
concurso público (art. 37, li, da CF/88) para contratação de seu pessoal. 
Obs.: vale ressaltar, no entanto, que o fato de as entidades do Sistema "S" não estarem submeti-
i das aos ditames constitucionais do art. 37, não as exime de manterem um padrão.de objetivida-
de e eficiência na contratação e nos gastos com seu pessoal. 
STF. Plenário. RE 789874/DF, Rei. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/9/2014 (repercussão geral) 
{lnfo 759). 
122 < Márcio André Lopes Cava1cante 
Natureza dos recursos 
··················· ···-···-············································-·······························-····-·······-·· 
Os recursos geridos pelos serviços sociais autônomos são considerados recursos públicos? 
NÃO. Segundo entende o STF,os serviços sociais autônomos do denominado sistema "S.",em-
bora compreendidos na expressão de entidade paraestatal, são pessoas jurídicas de direito 
privado, definidos como entes de colaboração, mas não integrantes da Administração Pública. 
Assim, quando o produto das contribuições ingressa nos cofres dos Serviços Sociais Autô-
nomos, perde o caráter de recurso público. 
1 
STF. Plenário.ACO 195j AgR, Rei. Min. Ricardo Lewandowski,julgado em 18/12/2013. 
Imunidade 
Os serviços sociais autônomos gozam de imunidade tributária? 
SIM. O art.150, VI, "c" da CF/88 prevê que as instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que aten-
didos os requisitos previstos na lei. 
As entidades do chamado "Sistema S", tais como SES!, SENAl, SENAC e SEBRAE, também go-
zam de imunidade porque promovem cursos para a inserção de profissionais no mercado 
de trabalho, sendo consideradas instituições de educação e assistência social. 
Se o SENAC adquire um terreno para aconstrução de sua sede, já havendo inclusive um 
projeto nesse sentido, deverá incidir a imunidade nesse caso considerando que o imóvel 
será destinado às suas finalidades essenciais. 
STF. 1" Turma. RE 470520/SP, Rel. Min. DiasToffoli,julgado em 17/9/2013 (lnfo 720). 
~'!~ l!!.~~~~fl.':1.~~~~~ l!.~'!-~!~.~I!.'!!~ ................................................................................ . 
Os serviços sociais autônomos gozam das prerrogativas processuais inerentes à Fazenda Pú-
blica (ex.: prazo em dobro para r~correr)? 
NÃO. As entidades paraestatais não gozam dos privilégios processuais concedidos à Fazen-
da Pública. 
STF. AI 841548 RG,julgado em 09/06/2011. 
.~'"!.'!!P.~~~.'!~~'! .................................................... -................................................. . 
De quem é a competência para julgaras causas envolvendo os serviços sociais autônomos? 
1 Em regra, a competência é da Justiça Comum Estadual. 
STF. RE 414375/SC, Rei. Min. Gil mar Mendes, julgado em 31/10/2006. 
Súmula 516-STF:O Serviço Social da Indústria (SESl) está sujeito a jurisdição da justiça estadual. 
3 RESPONSABILIDADE CIVIL 
3.1 TESE DA DUPLA GARANTIA 
A vítima poderá propor a ação diretamente contra o servidor causador do dano? 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito ) 123 
NÃO. A vítima somente poderá ajuizar a ação contra o Estado (Poder Público). Se este for 
condenado, poderá acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa. O ofen-
dido não poderá propor a demanda diretamente contra o agente público. Essa posição foi 
denominada de tese da dupla garantia. 
STF.1ª Turma. RE 327904, Rei. Min. Carlos Britto,julgado em 15/08/2006. 
STF. RE 344133, Rei. Min. Marco Aurélio, julgado em 09/09/2008. 
STF. RE 720275/S(i, Rei. Min. Dias Toffoli,julgado em 10/12/2012. 
Obs: existe um julgado do STJ em sentido contrário, mas é posição minoritária (STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.325.862-PR, Rei. Min. Luis Felipe Salomão,julgado em 5/9/2013. lnfo 532). 
3.z CASOS CONCRETOS 
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso 
XUX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento. 
STF. Plenário. RE 841526/RS, ReLMin. Luiz Fux,julgado em 30/3/2016 (repercussão gera!) {lnfo 819). 
A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pe;nsão e indenização por danos 
morais no caso de morte por suicídio de detento ocorrido dentro de estabelecimento pri-
sional mantido pelo Estado. 
Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual culpa da Administração Pública. 
Na verdade, a responsabilidade civil estatal peta integridade dos presidiários é OBJETIVA. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.305.259-SC, Rei. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 
2/4/2013 (lnfo 520). 
Não é cabível indenização por danos morais/estéticos em decorrência de lesões sofridas 
por militar das Forças Armadas em acidente ocorrido durante sessão de treinamento, 
salvo se ficar demonstrado que o militar foi submetido a condições de risco excessivo e 
desarrazoado. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 29.046-RS, Rei. Min. Arnaldo Esteves lima, julgado em 21/2/2013 
(lnfo 515). 
!~~~~~~~f~~ P.~~. '!.'!~~~ .'!!.'?~~!~. ~. ~'!.~~!~'!.~~ ./!.'?~~!~~~. . .................................................. . 
O anistiado político que obteve, na via administrativa, a reparação econômica prevista na 
Lei nº 10.559/2002 {Lei de Anistia) não está impedido de pleitear, na esfera judicial, indeni-
zação por danos morais pelo mesmo episódio político. Inexiste vedação para a acumulação 
da reparação econômica com indenização por danos morais, porquanto se tratam de ver-
bas indenizatórias com fundamentos e finalidades diversas: aquela visa à recomposição 
patrimonial (danos emergentes e lucros cessantes}, ao passo que esta tem por escopo a 
tutela da integridade moral, expressão dos direitos da personalidade. 
124 < Márcio André lopes Cavalcante 
1 
Nas hipóteses de condenação imposta à Fazenda Pública, como regra geral, a atualização 
monetária e a compensação da mora devem observar os critérios previstos no art. 1°-F da 
Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.485.260-PR, Rei. Min. Sérgio Kukina,julgado em 5/4/2016 {lnfo 581). 
Enquanto não declarada a nulidade do registro imobiliário, o Estado não pode ser respon-
sabilizado civilmente por fraude ocorrida no Registro de Imóveis 
····································--········································-··································· 
Deve ser extinto o processo, sem resolução do mérito, na hipótese de ação em que se pre-
tenda obter do Estado, antes de declarada a nulidade do registro imobiliário, indenização 
por dano decorrente de alegada fraude ocorrida em Cartório de Registro de Imóveis. 
Nessa situação, falta interesse de agir, pois, antes de reconhecida a nulidade do registro, 
não é possível atribuir ao Estado a responsabilidade civil pela fraude alegada. Isso porque, 
segundo o art. 252 da Lei 6.015/73, o registro, enquanto não cancelado, produz todos os 
efeitos legais, ainda que, por outra maneira, prove-se que o título está desfeito, anulado, 
extinto ou rescindido. 
STJ.1ª Turma. REsp 1.366.587-M5, Rei. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 18/4/2013 (lnfo 523) 
Foi encontrado um cadáver humano em decomposição em um dos reservatórios de água 
que abastece uma cidade. 
Determinado consumidor ajuizou ação de indenização contra a empresa pública conces-
sionária do serViço de água e o STJ entendeu que ela deveria ser condenada a reparar os 
danos morais sofridos pelo cliente. 
Ficou configurada a responsabilidade subjetiva por omissão da concessionária decorrente 
de falha do dever de efetiva vigilância do reservatório de água. 
Além disso, restou caracterizada a falha na prestação do serviço, indenizável por dano mo-
ral, quando a Companhia não garantiu a qualidade da água distribuída à população. 
O dano moral, no caso, é in re ipsa, ou seja, o resultado danoso é presumido. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.492.710-MG, Rei. Min. Humberto Martins,julgado em 16/12/2014 (lnfo 553). 
Servidor obrigado a pedir exoneração por conta de interpretação equivocada de acumula-
f~~. ~1!.~~~'!. !~~- ~~~~.;~'?. ~ !~~~~!~~f ~~ ..... -............................................................ -..... . 
No caso em que o servidor público foi impedido irregularmente de acumular dois cargos públi-
cos em razão de interpretação equivocada da Administração Pública, o Estado deverá ser con-
denado e, na fixação do valor da indenização, não se deve aplicar o critério referente à teoria 
da perda da chance, e sim o da efetiva extensão do dano causado, conforme o art. 944 do CC. 
STJ. 2ªTurma. REsp 1.308.719-MG, Rel.Min.Mauro Campbell Marques,julgado em 25/6/2013 (Jnfo 530). 
O STF reconheceu que a União deve indenizar companhia aérea que explorava os serviços 
de aviação sob o regime de concessão, pelos prejuízos causados decorrentes de plano eco-
nômico que determinou o congelamento das tarifas de aviação. 
1 STF. Plenário. RE 571969/DF, Rei. Min.Cármen Lúcia,julgado em 12/3/2014 (lnfo 738). 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito ' 125 
NÃO. A vítima somente poderá ajuizar a ação contra o Estado (Poder Público). Se este for 
condenado, poderá acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa. O ofen-
dido não poderá propor a demanda diretamente contra o agente público. Essa posição foi 
denominada de tese da dupla garantia. 
STF.1ª Turma. RE 327904, Rei. Min. Carlos Britto,julgado em 15/08/2006. 
STF. RE 344133, Rei. Min. Marco Aurélio, julgado em 09/09/2008. 
STF. RE 720275/S(i, Rei. Min. Dias Toffoli,julgado em 10/12/2012. 
Obs: existe um julgado do STJ em sentido contrário, mas é posição minoritária (STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.325.862-PR, Rei. Min. Luis Felipe Salomão,julgado em 5/9/2013. lnfo 532). 
3.z CASOS CONCRETOS 
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso 
XUX, da CF/88, o Estado é responsável pela mortede detento. 
STF. Plenário. RE 841526/RS, ReLMin. Luiz Fux,julgado em 30/3/2016 (repercussão gera!) {lnfo 819). 
A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pe;nsão e indenização por danos 
morais no caso de morte por suicídio de detento ocorrido dentro de estabelecimento pri-
sional mantido pelo Estado. 
Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual culpa da Administração Pública. 
Na verdade, a responsabilidade civil estatal peta integridade dos presidiários é OBJETIVA. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.305.259-SC, Rei. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 
2/4/2013 (lnfo 520). 
Não é cabível indenização por danos morais/estéticos em decorrência de lesões sofridas 
por militar das Forças Armadas em acidente ocorrido durante sessão de treinamento, 
salvo se ficar demonstrado que o militar foi submetido a condições de risco excessivo e 
desarrazoado. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 29.046-RS, Rei. Min. Arnaldo Esteves lima, julgado em 21/2/2013 
(lnfo 515). 
!~~~~~~~f~~ P.~~. '!.'!~~~ .'!!.'?~~!~. ~. ~'!.~~!~'!.~~ ./!.'?~~!~~~. . .................................................. . 
O anistiado político que obteve, na via administrativa, a reparação econômica prevista na 
Lei nº 10.559/2002 {Lei de Anistia) não está impedido de pleitear, na esfera judicial, indeni-
zação por danos morais pelo mesmo episódio político. Inexiste vedação para a acumulação 
da reparação econômica com indenização por danos morais, porquanto se tratam de ver-
bas indenizatórias com fundamentos e finalidades diversas: aquela visa à recomposição 
patrimonial (danos emergentes e lucros cessantes}, ao passo que esta tem por escopo a 
tutela da integridade moral, expressão dos direitos da personalidade. 
124 < Márcio André lopes Cavalcante 
1 
Nas hipóteses de condenação imposta à Fazenda Pública, como regra geral, a atualização 
monetária e a compensação da mora devem observar os critérios previstos no art. 1°-F da 
Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.485.260-PR, Rei. Min. Sérgio Kukina,julgado em 5/4/2016 {lnfo 581). 
Enquanto não declarada a nulidade do registro imobiliário, o Estado não pode ser respon-
sabilizado civilmente por fraude ocorrida no Registro de Imóveis 
····································--········································-··································· 
Deve ser extinto o processo, sem resolução do mérito, na hipótese de ação em que se pre-
tenda obter do Estado, antes de declarada a nulidade do registro imobiliário, indenização 
por dano decorrente de alegada fraude ocorrida em Cartório de Registro de Imóveis. 
Nessa situação, falta interesse de agir, pois, antes de reconhecida a nulidade do registro, 
não é possível atribuir ao Estado a responsabilidade civil pela fraude alegada. Isso porque, 
segundo o art. 252 da Lei 6.015/73, o registro, enquanto não cancelado, produz todos os 
efeitos legais, ainda que, por outra maneira, prove-se que o título está desfeito, anulado, 
extinto ou rescindido. 
STJ.1ª Turma. REsp 1.366.587-M5, Rei. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 18/4/2013 (lnfo 523) 
Foi encontrado um cadáver humano em decomposição em um dos reservatórios de água 
que abastece uma cidade. 
Determinado consumidor ajuizou ação de indenização contra a empresa pública conces-
sionária do serViço de água e o STJ entendeu que ela deveria ser condenada a reparar os 
danos morais sofridos pelo cliente. 
Ficou configurada a responsabilidade subjetiva por omissão da concessionária decorrente 
de falha do dever de efetiva vigilância do reservatório de água. 
Além disso, restou caracterizada a falha na prestação do serviço, indenizável por dano mo-
ral, quando a Companhia não garantiu a qualidade da água distribuída à população. 
O dano moral, no caso, é in re ipsa, ou seja, o resultado danoso é presumido. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.492.710-MG, Rei. Min. Humberto Martins,julgado em 16/12/2014 (lnfo 553). 
Servidor obrigado a pedir exoneração por conta de interpretação equivocada de acumula-
f~~. ~1!.~~~'!. !~~- ~~~~.;~'?. ~ !~~~~!~~f ~~ ..... -............................................................ -..... . 
No caso em que o servidor público foi impedido irregularmente de acumular dois cargos públi-
cos em razão de interpretação equivocada da Administração Pública, o Estado deverá ser con-
denado e, na fixação do valor da indenização, não se deve aplicar o critério referente à teoria 
da perda da chance, e sim o da efetiva extensão do dano causado, conforme o art. 944 do CC. 
STJ. 2ªTurma. REsp 1.308.719-MG, Rel.Min.Mauro Campbell Marques,julgado em 25/6/2013 (Jnfo 530). 
O STF reconheceu que a União deve indenizar companhia aérea que explorava os serviços 
de aviação sob o regime de concessão, pelos prejuízos causados decorrentes de plano eco-
nômico que determinou o congelamento das tarifas de aviação. 
1 STF. Plenário. RE 571969/DF, Rei. Min.Cármen Lúcia,julgado em 12/3/2014 (lnfo 738). 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito ' 125 
A União não tem legitimidade pa$siva em ação de indenização por danos decorrentes de 
erro médico ocorrido em hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo Sis-
tema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Lei 8.080/90, a responsabilidade pela fisca-
lização dos hospitais credenciados ao SUS é do Município, a quem compete responder em 
tais casos. 
STJ.1ª Seção. EREsp 1.388.822-RN, Rei. Min. Og Fernandes, julgado em 13/5/2015 {lnfo 563). 
Lei estadual que preveja pensão para cônjuges de mortos por crimes hediondos é incons-
titucional 
É inconstitucional lei estadual {distrital) que preveja o pagamento de pensão especial a ser 
concedida pelo Governo do Estado (Distrito Federal) em beneficio dos cônjuges de pessoas 
vítimas de crimes hediondos, independentemente de o autor do crime ser ou não agente 
do Estado. Tal lei amplia, de modo desmesurado (irrazoável), a responsabilidade civil do 
Estado prevista no art. 37, § 6°, da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 1358/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/2/2015 (lnfo n3). 
Demora injustificada da Administração em analisar o requerimento de aposentadoria do 
servidor 
A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria do servi-
dor público gera o dever de indenizá-lo, considerando que, por causa disso, ele foi obrigado 
a continuar exercendo suas funções por mais tempo do que o necessário. 
Exemplo de demora excessiva: mais de 1 ano. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.469.301/SC, Re1. Min. Assusete Maga!hães,julgado em 21/10/2014. 1 
STJ.1ª Turma. Aglnt no AREsp 483.398/PR, Rei. Min. Benedito Gonçalves,julgadÓ em 11/10/2016. 
3-3 PRESCRICÃO 
~~!!~~.Q.~~~~.'!~ .!!!.~~~~~~~'!. ~'!!. ~f~~~ ~~!!~~~.'!. ~'!~~!!~'!. ~~~!!~~- .................. -................... . 
O prazo prescricional aplicável às ações de indenização contra a Fazenda Pública é de 5 1 
(CINCO) anos, conforme previsto no Decreto 20.910/32,e não de três anos (regra do Código 
Civil), por se tratar de norma especial, que prevalece sobre a geral. 
STJ.1ª Seção. REsp 1.251.993-PR, Rei. Min. Mauro Campbell,julgado em 12/12/2012 (recurso repeti-
tivo) (lnfo 512). 
É de 5 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito proponha 1 
ação de indenização contra concessionária de serviço público de transporte coletivo (em-
presa de ônibus). 
o fundamento legal para esse prazo está no art. 1°-C da Lei 9.494/97 e também no art. 27 
doCDC. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.2n.724-PR, ReL Mín.João Otávio de Noronha.julgado em 26/s/2015 (lnfo 563). 
126 < Márcio André lopes Cavalcante 
! 
1 
! 
1 
Inicio do prazo prescricional ................... ··-·················-· ··-········-···-·····---··········-····-·····································-
o termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de ação de indenização contra 
ato do Estado ocorre no momento em que constatada a lesão e os seus efeitos, conforme 
o princípio da aetio nata. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.333.609-PB, Rei. Min. Humberto Martins,julgado en1 23/10/2012 
(lnfo 507). 
Termo inicial da prescrição da J,retensão indenizatória em ~'!~~- ~~. ~~~~~~~ -~ !'!'!~~!'. .'!~ P.~~~~ ....... ····--···· ···--··· ...... ··-······ .................... ······-··· ····-··-- -· -
Determinada pessoa foi presa e torturada por policiais. Foi instaurado inquérito policial 
para apurar o ocorrido. 
Qual será o termo de início da prescrição da ação de indenização por danos morais? 
• Se tiver sido ajuizada ação penal contra os autores do crime: o termo inicial da prescrição 
será o trânsito em julgado da sentença penal. 
• se 0 inquérito policial tiver sido arquivado (não foi ajuizada ação penal): o termo inicial 
da prescrição da ação de indenização é a data do arquivamento do IP. 
STJ. 2a Turma. REsp 1.443.038-MS, Rei. Min. Humberto Martins, julgado em 12/2/2015 (lnfo 556). 
Reconhecimento administrativo pela Fazenda e renúncia ao prazo prescricional ... .. -........... -................... -- ......... -........... --. -............. ·- ............. -........................ ~ ... . 
Caso 0 Poder Público tenha reconhecido administrativamente o débito, o termo inicial do 
prazo prescricional de 5 anos para que servidor público exija seu direito será a data desse 
ato de reconhecirnento. 
Para 0 STJ, 0 reconhecimento do débito implica renúncia, pela Administração, ao prazo pres-
cricional já transcorrido. 
STJ. 1a Turma. AgRg no AgRg no AREsp 51.586-RS, Rei. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 
13/11/2012 (lnfo 509). 
Danos morais decorrentes de torturq no regime militar: imprescritivel . 
-·····-········-·············-·-········-········-·-····································-·······························-
As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante 
o Regime Militar de exceção são imprescritíveis. 
1 Não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/1932. 
STJ. 2ªTurma. REsp 1-374~376-CE, Rei. Min. Herman Benjamin.julgado em 25/6/2013 (lnfo 523). 
4LICITAÇÃO 
~'?.'!!P.~~~.'!~~~ l!~.~~. ~~~!~~'!.~ !.~-~~~ _l!~i.~'!f.~~ ... -... -.................... -...................... -....... . 
A União detém competência para legislar sobre as normas gerais de licitação, podendo os 
Estados e Municípios legislar sobre o tema para complementar as normas gerais e adaptá-
-las às suàs realidades. 
Assim, lei municipal pode proibir que os agentes políticos do município (e s~us parentes) 
mantenham contrato com o Poder Público municipal. 
STF. 2ª Turma. RE 423560/MG, Rei. Mio.Joaquim Barbosa,julgado em 29/5/2012 (lnfo 668). 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito > 127 
A União não tem legitimidade pa$siva em ação de indenização por danos decorrentes de 
erro médico ocorrido em hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo Sis-
tema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Lei 8.080/90, a responsabilidade pela fisca-
lização dos hospitais credenciados ao SUS é do Município, a quem compete responder em 
tais casos. 
STJ.1ª Seção. EREsp 1.388.822-RN, Rei. Min. Og Fernandes, julgado em 13/5/2015 {lnfo 563). 
Lei estadual que preveja pensão para cônjuges de mortos por crimes hediondos é incons-
titucional 
É inconstitucional lei estadual {distrital) que preveja o pagamento de pensão especial a ser 
concedida pelo Governo do Estado (Distrito Federal) em beneficio dos cônjuges de pessoas 
vítimas de crimes hediondos, independentemente de o autor do crime ser ou não agente 
do Estado. Tal lei amplia, de modo desmesurado (irrazoável), a responsabilidade civil do 
Estado prevista no art. 37, § 6°, da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 1358/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/2/2015 (lnfo n3). 
Demora injustificada da Administração em analisar o requerimento de aposentadoria do 
servidor 
A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria do servi-
dor público gera o dever de indenizá-lo, considerando que, por causa disso, ele foi obrigado 
a continuar exercendo suas funções por mais tempo do que o necessário. 
Exemplo de demora excessiva: mais de 1 ano. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.469.301/SC, Re1. Min. Assusete Maga!hães,julgado em 21/10/2014. 1 
STJ.1ª Turma. Aglnt no AREsp 483.398/PR, Rei. Min. Benedito Gonçalves,julgadÓ em 11/10/2016. 
3-3 PRESCRICÃO 
~~!!~~.Q.~~~~.'!~ .!!!.~~~~~~~'!. ~'!!. ~f~~~ ~~!!~~~.'!. ~'!~~!!~'!. ~~~!!~~- .................. -................... . 
O prazo prescricional aplicável às ações de indenização contra a Fazenda Pública é de 5 1 
(CINCO) anos, conforme previsto no Decreto 20.910/32,e não de três anos (regra do Código 
Civil), por se tratar de norma especial, que prevalece sobre a geral. 
STJ.1ª Seção. REsp 1.251.993-PR, Rei. Min. Mauro Campbell,julgado em 12/12/2012 (recurso repeti-
tivo) (lnfo 512). 
É de 5 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito proponha 1 
ação de indenização contra concessionária de serviço público de transporte coletivo (em-
presa de ônibus). 
o fundamento legal para esse prazo está no art. 1°-C da Lei 9.494/97 e também no art. 27 
doCDC. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.2n.724-PR, ReL Mín.João Otávio de Noronha.julgado em 26/s/2015 (lnfo 563). 
126 < Márcio André lopes Cavalcante 
! 
1 
! 
1 
Inicio do prazo prescricional ................... ··-·················-· ··-········-···-·····---··········-····-·····································-
o termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de ação de indenização contra 
ato do Estado ocorre no momento em que constatada a lesão e os seus efeitos, conforme 
o princípio da aetio nata. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.333.609-PB, Rei. Min. Humberto Martins, julgado en1 23/10/2012 
(lnfo 507). 
Termo inicial da prescrição da J,retensão indenizatória em ~'!~~- ~~. ~~~~~~~ -~ !'!'!~~!'. .'!~ P.~~~~ ....... ····--···· ···--··· ...... ··-······ .................... ······-··· ····-··-- -· -
Determinada pessoa foi presa e torturada por policiais. Foi instaurado inquérito policial 
para apurar o ocorrido. 
Qual será o termo de início da prescrição da ação de indenização por danos morais? 
• Se tiver sido ajuizada ação penal contra os autores do crime: o termo inicial da prescrição 
será o trânsito em julgado da sentença penal. 
• se 0 inquérito policial tiver sido arquivado (não foi ajuizada ação penal): o termo inicial 
da prescrição da ação de indenização é a data do arquivamento do IP. 
STJ. 2a Turma. REsp 1.443.038-MS, Rei. Min. Humberto Martins, julgado em 12/2/2015 (lnfo 556). 
Reconhecimento administrativo pela Fazenda e renúncia ao prazo prescricional ... .. -........... -................... -- ......... -........... --. -............. ·- ............. -........................ ~ ... . 
Caso 0 Poder Público tenha reconhecido administrativamente o débito, o termo inicial do 
prazo prescricional de 5 anos para que servidor público exija seu direito será a data desse 
ato de reconhecirnento. 
Para 0 STJ, 0 reconhecimento do débito implica renúncia, pela Administração, ao prazo pres-
cricional já transcorrido. 
STJ. 1a Turma. AgRg no AgRg no AREsp 51.586-RS, Rei. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 
13/11/2012 (lnfo 509). 
Danos morais decorrentes de torturq no regime militar: imprescritivel . 
-·····-········-·············-·-········-········-·-····································-·······························-
As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante 
o Regime Militar de exceção são imprescritíveis. 
1 Não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/1932. 
STJ. 2ªTurma. REsp 1-374~376-CE, Rei. Min. Herman Benjamin.julgado em 25/6/2013 (lnfo 523). 
4LICITAÇÃO 
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A União detém competência para legislar sobre as normas gerais de licitação, podendo os 
Estados e Municípios legislar sobre o tema para complementar as normas gerais e adaptá-
-lasàs suàs realidades. 
Assim, lei municipal pode proibir que os agentes políticos do município (e s~us parentes) 
mantenham contrato com o Poder Público municipal. 
STF. 2ª Turma. RE 423560/MG, Rei. Mio.Joaquim Barbosa,julgado em 29/5/2012 (lnfo 668). 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito > 127 
É inconstitucional lei estadual que exige nova certidão negativa não prevista na Lei 
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É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação aos Direitos do Con-
sumidor dos interessados em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos 
e entidades estaduais. 
Esta lei é inconstitucional porque compete privativamente à União legislar sobre normas 
gerais de licitação e cor~tratos (art. 22, XXVll, da CF/88). ' 
STE Plenário. ADI 3.735/MS, Rei. Min. Teori Zavascki,julgado em 8/9/2016 (lnfo 838). 
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A Lei nº 8.666/93 prevê o seguinte: 
"Art. 7º ( ... ) § 2º°As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: 
Ili-houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obriga-
ções decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exerci cio financeiro em curso, 
de acordo com o respectivo cronograma;" 
Para que seja atendido o inciso Ili do§ 2º do art. 7º da lei de Licitações, não se exige a disponi-
bilidade financeira, mas tão somente que haja previsão destes recursos na lei Orçamentária. 
STJ. 2ªTurma. REsp 1.i41.021-SP, Re!.Min. Mauro Campbell Marques,julgado em 21/8/2012 (!nfo 502). 
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O edital da licitação poderá exigir que a empresa a ser contratada tenha, em seu acervo 
técnico, um profissional que já tenha conduzido serviço de engenharia similar àquele pre-
visto para a ·1 icitação. 
Além disso, o edital também poderá exigir que a própria empresa já tenha atuado em ser-
viço similar. 
STJ.2ª Turma.RMS 39.883-MT, Rei. Min.1-iumberto Martins, julgado em 17/12/2013 (lnfo 533). 
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O Governo do Rio Grande do Sul editou uma lei estadual determinando que a adminis-
tração pública do Estado, assim como os órgãos autônomos e empresas sob o controle 
do Estado utilizarão preferencialmente em seus sistemas e equipamentos de informática 
programas abertos, livres de restrições proprietárias quanto à sua cessão, alteração edis-
tribuição ("softwares" livres). 
Determinado partido político ajuizou uma ADI contra essa lei afirmando que ela teria in- 1 
constitucionalidades materiais e formais. 
O STF julgou improcedente a ADI e afirmou que a lei é constitucional. 
A preferência pelo "software" livre, longe de afrontar os princípios constitucionais da im-
pessoalidade, da eficiência e da economicidade, promove e prestigia esses postulados, 
além de viabilizar a autonomia tecnológica do País. 
Não houve violação à competência da União para legislar sobre licitações e contratos por-
que a competência da União para legislar sobre licitações e contratos fica restrita às nor-
' mas gerais, podendo os Estados complementar as normas gerais federais. 
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128 < Márcio André lopes Cavalcante 
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i--~ referida lei também não viola o art. 61, li, "b",da CF/88 porque a competência para legislar 
sobre "licitação" não é de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo, podendo ser 
apresentada por um parlamentar, como foi o caso dessa lei. 
STE Plenário. ADI 3os9/RS, Rei. Orig. Min. Ayres Britto, Red. pi acórdão Min. Luiz Fux,julgado em 
9/412015 (lnfo 780). 
Dispensa de licitação para realização de concurso e instituição que ficaria com o valor das 
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O art. 24, li da Lei nº 8.666/93 prevê que o administrador público não precisa fazer licitação 
se for para contratar compras ou serviços (que não sejam de engenharia) que não ultrapas-
sem 8 mil reais. 
Se a Administração Pública contrata uma empresa privada para organizar um concurso e 
esse contrato prevê q!Je a empresa receberá 5 mil reais e mais o dinheiro arrecadado com 
as inscrições dos candidatos, esta situação não se enquadra no art. 24, li da Lei. 
Ainda que os valores recolhidos como taxa de inscrição não sejam públicos, a adequada 
destinação deles é de interesse público primário.Mesmo que a contratação direta de banca 
realizadora de concurso sem licitação não afete o interesse público secundário (direitos 
patrimoniais da Administração Pública), é contrária ao interesse público primário, pois a 
destinação de elevado montante de recursos à empresa privada ocorrerá sem o processo 
competitivo, violando, dessa maneira, o princípio da isonomia. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.356.260-SC, Rei. Min. Humberto Martins, julgado em 7/2/2013 {!nfo 516). 
Recurso julgado por autoridade incompetente e homologação por autoridade compe-
tente 
Não deve ser reconhecida a nulidade em processo licitatório na hipótese em que, a despei-
to de recurso administrativo ter sido julgado por autoridade incompetente, tenha havido a 
posterior homologação de todo o certame pela autoridade competente. 
STJ. 2ª Tuíma. REsp 1.348.472~RS, Rei. Min. Humberto Martins, julgado em 21/5/2013 (lnfo s24). 
O pregão é uma modalidade de licitação disciplinada pela Lei 10.520/2002. 
O art. 7º da Lei prevê que o licitante que for convocado dentro do prazo de validade de sua 
proposta e não celebrar o contrato, deixar de entregar a documentação, apresentar docu-
mentação falsa, retardar a execução do que contratado, não mantiver a proposta, falhar ou 
1 fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, 
ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios 
pelo prazo de até 5 anos. 
Esse prazo de 5 anos (ou menos} de punição começa a ser contado quando? Inicia-se com a 
publicação da decisão no Díário Oficial ou somente no dia em que é feito o registro negativo 
sobre a empresa no SICAF? Isso é importante porque o inserção dessa informação no SICAF 
pode demorar um tempo para acontecer. Qual é, portanto, o termo inicial da sanção? 
A data da publicação no Diário Oficial. 
Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito > 129 
É inconstitucional lei estadual que exige nova certidão negativa não prevista na Lei 
~:6.66/9~ . . . .. .... ... .. ···························· . .. .. . ................ . 
É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação aos Direitos do Con-
sumidor dos interessados em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos 
e entidades estaduais. 
Esta lei é inconstitucional porque compete privativamente à União legislar sobre normas 
gerais de licitação e cor~tratos (art. 22, XXVll, da CF/88). ' 
STE Plenário. ADI 3.735/MS, Rei. Min. Teori Zavascki,julgado em 8/9/2016 (lnfo 838). 
~~~~~~~'?. ~'.f.'!~':.'!~~:!~ .~. ~':.~~~ .'!.'!. ~~: l~!. ~. ~!. ~~ .~~!. ~-.~~~~~~ ...................................... . 
A Lei nº 8.666/93 prevê o seguinte: 
"Art. 7º ( ... ) § 2º°As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: 
Ili-houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obriga-
ções decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exerci cio financeiro em curso, 
de acordo com o respectivo cronograma;" 
Para que seja atendido o inciso Ili do§ 2º do art. 7º da lei de Licitações, não se exige a disponi-
bilidade financeira, mas tão somente que haja previsão destes recursos na lei Orçamentária. 
STJ. 2ªTurma. REsp 1.i41.021-SP, Re!.Min. Mauro Campbell Marques,julgado em 21/8/2012 (!nfo 502). 
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