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GEOGRAFIA Editora Exato 52 MEIO AMBIENTE 1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS a) Meio ambiente: conjunto de fatores físicos, químicos e biológicos que integra o ambiente natural e humanizado. b) Ecologia: ramo da ciência que estuda a re- lação dos seres vivos com o meio ambiente. Caracte- riza-se por um aspecto mais social e político. c) Poluição: qualquer forma de desequilíbrio dos aspectos ambientais normais, ou do meio social. Essas alterações, quando acarretam mudanças no meio social, determinando perda da qualidade de vi- da, são consideradas formas de poluição. d) Desenvolvimento sustentável: termo que se refere ao desenvolvimento econômico e social que possa atender às necessidades do presente, mas que não coloque em perigo as capacidades das futuras ge- rações de também virem atender às suas próprias ne- cessidades. e) Biodiversidade: variedade de espécies em uma dada região. Também conhecido como diversi- dade biológica. f) Princípio poluidor-pagador: transferência aos poluidores dos custos da prevenção, da luta con- tra a poluição, incentivando, com isso, as pesquisas sobre meio, e produtos e tecnologia que possam auxi- liar na redução dos níveis de poluição. Determina-se bem a idéia do princípio da utilização racional dos recursos ambientais. 2. POLÍTICA AMBIENTAL Um dos problemas mais importantes a ser veri- ficado é a influência negativa gerada pela utilização em massa dos recursos naturais, principalmente pelos países desenvolvidos, destacando-se os Estados Uni- dos. Os países desenvolvidos utilizam cerca de 70% dos recursos energéticos (combustíveis), e são res- ponsáveis por cerca de 80% da poluição mundial. Principais organizações ecológicas: essas or- ganizações são conhecidas como ONGs, que signifi- ca “Organizações Não Governamentais”, são entidades sem fins lucrativos que buscam pressionar governos e grupos econômicos para a resolução de questões ambientais, surgiram na década de 1960. As principais ONGs são: - Word Wildlife Fund (WWF): Fundo Mundial para a Natureza - presente em cerca de 27 países. - Greenpeace Internacional: organiza protestos pacíficos no mundo inteiro. I Conferência Mundial Sobre Meio Am- biente. O primeiro grande passo para a discussão da questão ambiental no critério global foi a Conferên- cia, de Estocolmo (Suécia), em 1972. Nessa confe- rência a posição do Brasil foi de neutralidade. RIO-92-II-Conferência das Nações Unidas pa- ra o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Agenda 21 (disparidades existentes entre na- ções ricas e pobres, busca a melhoria global da quali- dade de vida, constituída de 40 capítulos). É caracterizada como o manual do desenvolvimento sustentável. Carta da Terra: documento que determinava que a exploração desenfreada, ocasionada principal- mente pelos países desenvolvidos mais industrializa- dos, estava causando fortes desequilíbrios no meio ambiente. Como esses países são os que mais poluem precisam ser os mais atuantes no combate à poluição, auxiliando programas voltados ao desenvolvimento sustentável e pesquisas científicas para tecnologias menos poluentes e mais eficazes. Conferência da Biodiversidade: preservação ambiental e equilíbrio dos lucros obtidos com os as- pectos genéticos (Royalties). Declaração dos Princípios da Floresta: prin- cipal ponto de discussão foi a questão da madeira. A utilização foi defendida pelo Brasil, para que se tenha uma política ampla e eficaz de fiscalização da utiliza- ção, que hoje é desenfreada. Convenção do Clima: principal fator de dis- cussão, pois determinava uma diminuição da explo- ração dos recursos naturais, com isso proporcionando uma diminuição da produção. Esse aspecto foi dura- mente criticado pelos Estados Unidos. Fórum Global: reunião organizada por mem- bros das ONG’s, buscando promover saídas viáveis sobre os temas discutidos nas reuniões. Embora não tenha atingido todos os objetivos, foi um grande passo para a questão ambiental, no sentido da promoção da discussão em âmbito global, destacando o debate direto entre países ricos, desen- volvidos e altamente poluidores, com os países sub- desenvolvidos, que, muitas vezes explorados, tendem a promover desequilíbrios ambientais. 3. FATORES RECENTES Nas últimas décadas, o critério de pensamento sobre meio ambiente no que se refere à utilização, manutenção, conservação e sustentabilidade deu margem à discussão entre os países produtores de po- luição, que antes se supriam dos recursos naturais Editora Exato 53 sem uma preocupação maior com as conseqüências que isso acarretaria ao meio ambiente. Um dos mar- cos iniciais desse novo período foi o movimento eco- lógico, determinado pela ecologia ambiental e social. Essa visão protecionista anteriormente não presente (sociedade econômica, poluidora e instável) passou a gerar preocupação, pelo fato de se conhecer que o ambiente é estável, quando não agredido. A sociedade contemporânea tem o pilar princi- pal apoiado no fator econômico (produção e consu- mo), com isso há um conflito muito grande devido ao jogo do mercado (procura e oferta), que acaba acarre- tando o consumo exagerado de produtos e serviços, que necessitam cada vez mais de recursos (grande parte naturais) e acabam determinando um desequilí- brio ambiental. Nas últimas décadas, libertando-se do conceito errôneo de que os recursos naturais são bens de atividade inesgotável, e partindo do pressuposto de meio ambiente global, os países (principalmente os desenvolvidos) passaram a ter maior preocupação com a inesgotabilidade dos recursos (renováveis e não renováveis) e a mobilidade dos poluentes. No mês de setembro de 2002, ocorreu a Rio + 10 – Reunião Mundial Sobre Desenvolvimento Sus- tentável. Essa reunião, organizada por governos, a- gências da ONU e ONG’s (organizações não- governamentais) ocorreu em Johannesburgo (África do Sul). Entre as principais questões que foram deba- tidas nessa conferência mundial estão: Os países em geral têm se esforçado para cum- prir a agenda 21? Foram ratificadas as convenções criadas em 1992? O que é preciso para conseguir alcançar os ob- jetivos traçados? Quais são as novas prioridades e assuntos a se- rem tratados? Para que área os esforços deverão ser direcio- nados? Os resultados obtidos nessa conferência foram aquém do esperado, esse fato se deu principalmente pela continuidade da política do consumismo exage- rado em detrimento do meio ambiente. Foi constata- do também que reuniões de grande porte como essa não são a melhor forma de desenvolvimento de polí- ticas ambientais. 4. PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DOS CENTROS URBANOS � Poluição sonora. � Poluição visual. � Microclimas urbanos – “ilhas de calor”. � Acúmulo de lixo. � Diminuição das áreas verdes. 5. POLUIÇÃO DO AR Esse tipo de poluição ganhou importância a partir da Revolução Industrial, período em que as in- dústrias passaram a se concentrar em um determina- do espaço e a produzir em larga escala, emitindo assim mais resíduos para a atmosfera. A poluição ambiental está intimamente ligada à queima de combustíveis fósseis, principalmente carvão e petróleo. Esses dois produtos são intensa- mente utilizados por vários setores da economia mo- derna, como a geração de energia elétrica, de transporte e o setor industrial. A ONU estipula que cerca de 90% da energia comercial utilizada em todo o mundo provenha desses combustíveis. O mundo contemporâneo vê que a emissão ca- da vez maior de poluentes estava afetando de maneira concreta o equilíbrio ambiental (aumento do efeito estufa, aumento do buraco da camada de ozônio…). Esses problemas estão intimamente ligados a níveis de produção, os quais estão relacionados à explora- ção ambiental. Os principais poluentes são: monóxido de car- bono — emitido por carros e chaminés de indústrias, e que podem causar problemas pulmonares e levar à morte em grande concentração. Dióxido de carbono — gás que acelera o efeitoestufa. CFC (cloroflúor- carbono) — principal elemento ligado ao aumento do buraco na camada de ozônio. 6. POLUIÇÃO DO SOLO Os principais agentes de poluição do solo são os resíduos sólidos das indústrias e residências. Ele- mentos muito comuns como plásticos, vidros e papel, em grande concentração determinam sérios proble- mas ambientais. A demora na decomposição de alguns resíduos sólidos determina uma preocupação intensa dos go- vernos, que vêem seus depósitos de lixo crescerem e se acumularem. Uma das saídas utilizadas é a incine- ração e a formação de grandes aterros, contudo essas medidas apenas possibilitam novas formas de polui- ção. Em vários países, principalmente nos subde- senvolvidos, o lixo ainda se concentra a céu aberto, em contato direto com o solo, determinando muitas vezes o alto nível de concentração de elementos quí- micos nocivos à vida. A diminuição de áreas agricultáveis é um pro- blema auxiliado também pela poluição do solo. Nesse caso, entram fertilizantes, adubos químicos e pestici- das. Revolução Verde: plano utilizado para se ob- ter maior produtividade, baseado em técnicas moder- nas de produção e materiais químicos (inseticidas, pesticidas, etc.), para aumentar a produção (quanti- dade, tamanho e durabilidade do produto). Entretanto essa forma de produção acarreta prejuízo ao solo (uso Editora Exato 54 intensivo) e problemas socioeconômicos (concentra- ção de terras). As melhores formas de amenizar o alto grau de concentração de resíduos sólidos é a reciclagem dos produtos e o uso de materiais biodegradáveis e não descartáveis. 7. POLUIÇÃO DA ÁGUA A poluição gerada pelo crescimento exagerado da população e o aumento intensivo da utilização de fontes de água, associada à poluição, tornou-se se- gundo pesquisas da revista Science um dos principais problemas ambientais do novo milênio. Os principais poluentes dos rios, lagos e área costeira são os resíduos domésticos, acompanhados de resíduos industriais, os quais são bastante perigo- sos, como fertilizantes, pesticidas - o mais famoso deles, o inseticida DDT. Essa poluição gerada pela indústria é responsável por um grande aumento na incidência de doenças. O ramo industrial que é o principal vilão é o setor químico. O meio de vida considerado o mais ameaçado é o ecossistema de água doce, que ocupa pouco me- nos que 1% da superfície terrestre. Esse meio sofre com fatores típicos da poluição ambiental, aliado a fatores modernos, como a construção de diques e bar- ragens, que determinam uma mudança brusca no e- quilíbrio local, muitas vezes transformando tanto o meio ambiente, que ele acaba sendo destruído. Na poluição das águas, há destaque também para a poluição dos mares. Esse aspecto está intima- mente relacionado a derrames de produtos concentra- dos, principalmente petróleo, por grandes cargueiros e petroleiros. Os países hoje buscam inserir na legis- lação, leis e penas severas para os países ou grupos econômicos ligados a acidentes globais, infelizmente muito comuns nos dias atuais. Outros Problemas � Desastre na Baía de Minamata (Japão) — contaminação de mercúrio que acarretou o envenenamento da população, o governo japonês proibiu o consumo de peixe no Ja- pão. � Maré Vermelha — aumento da produção de algas cianofíceas, devido ao acúmulo de re- síduos orgânicos. Essas algas liberam subs- tâncias tóxicas que causam riscos de sobrevivência a vida aquática. � Eutrofização — aumento da produção de algas em rios e lagos. 8. BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO As pesquisas determinam que esse fator se dá devido à emissão de um elemento químico conhecido como CFC (cloroflúorcarbono), muito presente em geladeiras, refrigeradores e aparelhos de ar. O buraco na camada de ozônio se concentra na região da An- tártica. O buraco na camada de ozônio é um fator gra- víssimo, que fez com que 24 países desenvolvidos assinassem um tratado de erradicação gradual do clo- roflúorcarbono (CFC) do mundo. Esse tratado é co- nhecido como Protocolo de Montreal, realizado no Canadá em 1987. A camada de ozônio localiza-se na estratosfe- ra, área que varia de 20 a 45 Km e atinge cerca de 15 Km de diâmetro. Essa camada possibilita a vida na terra, ela impede a passagem de parte da radiação ul- travioleta (nociva aos seres vivos), e possibilita a fo- tossíntese, dentre outros aspectos. Os governos dos países desenvolvidos estão buscando novas tecnologias para que ocorra a substi- tuição do CFC. Com isso diminui também a dimen- são do buraco da camada de ozônio, a longo prazo. Essa atitude vai buscar diminuir a incidência de cân- cer de pele e outras doenças ocasionadas pela emis- são direta de raios ultravioletas. Hoje, a camada de ozônio também é afetada pelos efeitos da utilização de brometo de metila, um inseticida que possui as mesmas características que o CFC. Esse inseticida é muito utilizado nas plantações de morango e tomate. Conseqüências O buraco na camada de ozônio pode aumentar a incidência de câncer de pele, devido ao aumento da radiação. O buraco na camada de ozônio pode gerar dis- túrbios nas plantas, pelo alto grau de radiação. 9. CHUVA ÁCIDA Devido à intensa queima de combustíveis fós- seis (petróleo, carvão), utilizada pelos vários setores econômicos, sobretudo industrial, a concentração de resíduos na atmosfera tornou-se muito intensa. A par- tir da emissão de CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico), NO2 (óxido nitroso) e SO2 (óxido de en- xofre), formam-se elementos altamente ácidos, como H2SO4 (ácido sulfúrico) e HNO3 (ácido nitroso), os quais por meio de chuvas, alteram a composição das águas e do solo. Esses gases a médio e longo prazo poluem os rios e causam destruição de florestas (des- troem as folhas), exemplo típico é a floreta negra, no Reino Unido. Outro aspecto negativo é a destruição de monumentos públicos. A chuva ácida não atinge apenas a região de concentração industrial, muitas vezes, pelo movimen- to das massas de ar, ela atinge regiões distantes do Editora Exato 55 foco de origem. Na Europa, é comum a ajuda eco- nômica a países altamente poluidores (Exemplo: Suí- ça ajudando a Polônia). No Brasil, existe um caso típico de degradação ambiental ocasionada pela chuva ácida. A Mata A- tlântica está sofrendo perdas substanciais de área de- vido a agravamento do fenômeno, esse fenômeno foi ocasionado pela grande concentração industrial de Cubatão (SP), principalmente nas décadas de 80. Como é um fator acumulativo, atualmente se verifica o grande mal causado pela má organização industrial nessa região. Local da Transformação química HNO3 SO2 H2SO6 N 2 O Gases Particulados Deposição úmida Chuva ácida e neve H2 SO4 HNO3 Geração eletricidade Fotoxidação poluentes ácidos Como se forma a chuva ácida Hidrocaborneto N Emissões para a atmosfera O2 S 2O H SO 2 4 Fonte: Atlas do Meio Ambiente.1998 10. DESERTIFICAÇÃO A palavra “deserto” derivou da raiz latina de- sertus, que significa “solitário”. Durante a História, várias ciências determinaram diferentes conceitos pa- ra esse fator natural que está sendo acelerado pela a- ção antrópica. A desertificação é um problema grave que está sendo enfrentado por uma grande quantidade de paí- ses, sobretudo os países subdesenvolvidos. Nesses países, o problema se torna mais grave, pelo aspecto claro de que esse grupo não apresenta recursos para a manutenção e melhoria das condições do solo, utili- zando o solo de forma intensa e sem nenhum cuidado com sua manutenção. Assim, possibilitam o aumento das áreas de deserto. Segundo dados da ONU, a Áfri- ca e a Ásia Meridional são as regiões onde houve um aumento substancial das áreas de deserto. Hoje se calcula que cerca de 1/3 das áreas a- gricultáveis em todo o mundo esteja passando por processos acelerados de desertificação. No Brasil, ocorre intensamente em algumas á- reas, tornando-se um problema espacial local.No Sul do país, na região dos pampas gaúchos, ocorre atual- mente forte desertificação. Essa característica é ex- plicada pelo alto índice de desmatamento, e pela falta de utilização de técnicas produtivas mais eficientes e menos degradantes. Esses fatores, aliados à condição frágil do solo acaba acarretando um nível alto de de- sertificação. No Nordeste, principalmente o agreste e o sertão, o nível de desertificação tem aumento muito nos últimos anos, principalmente pela falta de em- prego de técnicas agrícolas de produção. Outra região propícia à desertificação é a Amazônia. O desmata- mento, aliado à utilização para a agricultura e a pecu- ária, tem proporcionado o aumento das áreas de deserto, isso ocorre sobretudo, pela fragilidade do so- lo amazônico, que se caracteriza como um solo ex- tremamente pobre. Embora haja regiões com grande incidência de formação de deserto (como as coloca- das anteriormente). No país, esse grave problema o- corre em praticamente todos os Estados, tendo como base o uso intensivo da terra. A desertificação do mundo: Europa Ásia Deserto existente Área com moderado risco de desertificação Florestas existentes Áreas florestais devastas Áreas com alto risco de desertificação LO S N Fonte: adaptado de Concise Atlas of the would. New York, Oxford University, 1994. Conseqüências Diminuição das áreas produtivas. Diminuição da produção mundial, principal- mente nos países mais necessitados. Custo alto e muito tempo para a recuperação de áreas degradadas. 11. DESMATAMENTO O rápido aumento do fluxo econômico na soci- edade determinou novas necessidades, que recaem na utilização cada vez maior de recursos naturais e no- vas áreas, ocasionando muitas vezes um crescimento exagerado e o desmatamento. Um dos principais fatores do desmatamento é a prática da agropecuária, que muitas vezes utiliza a queimada para “limpar o terreno”. Contudo existem outros ramos que ocasionam fortes desmatamentos como a ocupação urbana e a mineração. Editora Exato 56 Desmatamento no Brasil (1500-2000): 1500 1989- Área da floresta Amazônica destruída: 343,9 mil km2 2000- Área da floresta Amazônica destruída: 1,5milhões de km2 Mata Atlântica Floresta Amazônica Outros ecossistemas Áreas desmatas Conseqüências Diminuição da fauna e flora (extinção). Auxilia na diminuição de áreas agricultáveis. 12. EFEITO ESTUFA No que se refere a efeito estufa, existe o efeito naturalmente produzido pela natureza que não determina nenhum fator maléfico ao ecossistema, e existe o efeito estufa antrópico, que acarreta o aquecimento global pela retenção do calor emanado pelo planeta, sob a forma de raios infravermelhos impedindo de dissipar-se pelo espaço exterior. Com o excesso gerado, que ultrapassa as fontes naturais, a temperatura nos últimos anos tem aumentado vertiginosamente. Os principais gases que determinam o efeito estufa são: CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono), gerado pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão), pelo desmatamento e queimadas. Esse gás permanece na atmosfera por centenas de anos e compõe cerca de 50% do efeito estufa. O CO2 é um gás fundamental à manutenção da vida na terra (serve para manter a temperatura, sem ele a temperatura média do nosso planeta seria de -18ºC). Contudo o aumento progressivo de eliminação desse gás tem produzido aumentos excessivos de temperatura. CH4 (gás metano) produzido por bactérias, aterros sanitários, mineração, queima de biomassa, possui uma vida útil de 7 a 10 anos. Contudo participa com cerca de 15 a 20% do efeito estufa. CFC (cloroflúorcarbono) gases que reagem com o ozônio, destroem o “escudo” que protege a terra dos raios ultravioleta e participam também do aquecimento global da terra (efeito estufa), são provenientes de aparelhos de ar condicionado, geladeiras, aerossóis, responsáveis por cerca de 20% do efeito estufa. O N2O (óxido nitroso), liberado por micróbios, aumentou drasticamente devido à utilização de fertilizantes químicos, queima e desmatamento, contribui com 6% do efeito estufa. A temperatura, desde o século XIX, aumentou cerca de 0,5%; parece um aumento insignificante, contudo quando se verifica que nos últimos 10 anos aumentou cerca de 1%, nota-se que o aumento da temperatura está sendo progressivo e bastante rápido. A cada ano registram-se recordes de pico de temperatura (Ìndia, 51ºC, ocasionou a morte de 3.000 pessoas). Efeito estufa: retenção de energia que aumenta a temperatura da atmosfera Calor refletido Calor enviado para a terra energia solar CO2 O3 CH4 Gases absorvem calor Fonte: adaptado de Conti, José Bueno. Clima e Meio Ambiente.São Paulo.1998 Protocolo de Kyoto: pela necessidade rápida de mudanças nos níveis de produção, foi organizada uma reunião, na qual discutiu-se os passos futuros e a forma de utilização e exploração dos recursos natu- rais. Esse protocolo foi assinado em 1997 e previa a redução das taxas de emissão dos gases que contribu- em para o efeito estufa (cerca de 5,2% em relação aos níveis de gases nocivos ao ambiente em 1990, essa redução tem que dar entre 2008 e 2012). Todavia, Es- tados Unidos, principal emissor de gases no mundo, não ratificou o tratado. Destacou como critério que esse protocolo ia contra os interesses de aumento de produção e alargamento do setor industrial america- no. Conseqüências O derretimento das geleiras e o aumento do ní- vel do mar, ocasionarão o desaparecimento de várias ilhas e regiões de alguns países. Mudanças climáticas: em algumas regiões o- correrá chuvas intensas e alagamentos, em outras se- cas intensas e desertificação. Se forem mantidas as tendências atuais, a tem- peratura media atual irá aumentar 3,5º C até 2050. Editora Exato 57 13. INVERSÃO TÉRMICA Normalmente o ar mais quente está próximo ao chão devido ao aquecimento do solo. Por ser um ar mais quente, as moléculas estão mais separadas e por isso se tornam mais leves e tendem a subir. Com a formação de uma área de “vazio”, o ar mais frio loca- lizado na parte superior tende a descer, formando um movimento de ar vertical, chamado de correntes de convecção. Nos dias de inversão térmica, a massa in- ferior está mais fria (devido ao menor aquecimento do solo) determinando a estagnação do movimento da massa de ar. Situação térmica normal: Ar frio (mais pesado) Ar quente (mais leve) Aquecimento Resfriamento Superfície fria Inversão térmica: Ar quente (mais leve) Ar frio (mais pesado) Retenção de poluentes Superfície fria Fonte: Adaptado de Conti, José Bueno. Clima e Meio Ambiente, São Paulo, Atual, 1998. Características e conseqüências Ocorre no inverno; Bastante visível nos grandes centros urbanos e industriais; Causa aumento de doenças pulmonares; Diminui o campo visual; Também conhecida com a denominação de smog (nevoeiro e fumaça). ESTUDO DIRIGIDO 1 O que vem a ser desenvolvimento sustentável? Dê um exemplo prático. 2 Determine os fatores que causam a Chuva Ácida. 3 Identifique três (3) das principais causas do des- matamento no Brasil. 4 Para que serve o Protocolo de Kyoto? Destaque por que ainda não foi plenamente implantado. 5 Como ocorre o processo de Inversão Térmica? EXERCÍCIOS 1 Foram discutidos e votados na RIO-92 os seguin- tes aspectos, com exceção de: a) Conferência sobre o Clima; b) Carta da Terra; c) Constituição do Brasil; d) Agenda 21; e) Conferência sobre a biodiversidade. 2 Existe uma técnica de tratamento do lixo que di- minui a sua concentração nos lixões e aterros sa- nitários, o método consiste em transformar lixo em adubo orgânico. Entre as opções abaixo, des- taque qual a técnica utilizada: a) Coleta normal; b) Incineração; c) Deposição a céu aberto; d) A reciclagem do lixo orgânico; e) Enterrar o lixo. 3 Sobre os conceitos básicos demeio ambiente, destaque a opção incorreta: a) Ecologista é a pessoa que estuda a fauna e a flora; b) Meio ambiente é a junção de elementos físicos, químicos e biológicos, associados à ação hu- mana; c) Utilizando o ambiente sem degradá-lo é o que se chama de desenvolvimento sustentável; d) Poluição é utilizar os recursos de maneira sus- tentável, sem gerar excedentes e rejeitos; e) Biodiversidade é a variedade de espécies natu- rais. 4 Um dos grupos mais ativos de combate à polui- ção e à destruição do meio ambiente, presente em vários países, prestando consultoria e apoiando na regulamentação de leis que possibilitem um desenvolvimento sustentável amplo. Esse grupo é denominado: a) Viva a vida; b) Políticos; Editora Exato 58 c) Greenpeace; d) Terroristas; e) Economistas. 5 Tratado firmado em 1994 buscando reduzir as ta- xas de emissão de dióxido de carbono (CO2). Hoje um dos tratados mais discutidos nas grandes reuniões sobre o meio ambiente: a) Tratado de Kiev; b) Tratado de Kyoto; c) Tratado do papa; d) Tratado de Madri; e) Tratado da peca; 6 Hoje o mundo atravessa um grande problema que é a retirada das árvores para fins econômicos, merecendo destaque as madeireiras, a agricultura, a pecuária e a ocupação urbana e desenvolvimen- to de cidades. Esse processo é conhecido como: a) Reflorestamento; b) Florestamento; c) Plantio; d) Desmatamento; e) Criação. 7 Sobre o efeito estufa, destaque a opção incorreta: a) Existe o efeito estufa natural, que é benéfico para a manutenção da vida na terra. b) Significa um aumento da temperatura, que, de forma exagerada e rápida, determina desequilí- brios na temperatura e no clima. c) Nos últimos anos, a temperatura só vem au- mentando. d) Um dos principais causadores é o CO2 (gás carbônico), elemento que mais influi hoje no au- mento da temperatura. e) O aumento constante da temperatura só traz benefícios para a sociedade. 8 Na Europa, em algumas áreas da Ásia, nos Esta- dos Unidos e até mesmo no Brasil esse problema ambiental vem ocorrendo. No Brasil, a região de Cubatão concentrava uma grande quantidade de indústrias poluidoras as quais formavam uma chuva que proporcionava a destruição da floresta em volta da cidade, no caso a Serra do Mar. Esse problema embora seja local, é visto em várias partes do mundo. Destaque o nome dessa chuva entre as opções abaixo: a) Chuva Temporal; b) Chuva de Verão; c) Chuva Quente; d) Chuva Ácida; e) Chuvisco. 9 Alguns dias, durante o inverno, podem acontecer de a massa de ar mais fria está próxima ao solo determinando uma parada na circulação e propor- cionando uma concentração de poluentes, princi- palmente nas grandes cidades. Esse fenômeno é conhecido como: a) Poluição da água; b) Efeito estufa; c) Buraco na Camada de Ozônio; d) Desmatamento; e) Inversão Térmica. 10 O principal agente causador do buraco na camada de ozônio é o gás conhecido como: a) venenoso; b) CFC (cloroflúorcarbono); c) condensado; d) mostarda; e) ativo. GABARITO Estudo Dirigido 1 Desenvolvimento sustentável: termo que se re- fere ao desenvolvimento econômico e social que possa atender às necessidades do presente, mas que não coloque em perigo a capacidade das futu- ras gerações de também virem atender às suas próprias necessidades. 2 Devido à intensa queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão…), utilizada pelos vários seto- res econômicos, sobretudo industrial, a concen- tração de resíduos na atmosfera tornou-se muito intensa. A partir da emissão de CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico), NO2 (óxido nitroso) e SO2 (óxido de enxofre), formam-se elementos al- tamente ácidos, como H2SO4 (ácido sulfúrico) e HNO3 (ácido nitroso), os quais por meio de chu- vas alteram a composição das águas e do solo. Esses gases a médio e longo prazo poluem os rios e causam a destruição de florestas (destroem as folhas), exemplo típico é a floreta negra, no Rei- no Unido. Outro aspecto negativo é a destruição de monumentos públicos. 3 O rápido aumento do fluxo econômico na socie- dade determinou novas necessidades, que recaem na utilização cada vez maior de recursos naturais e novas áreas, ocasionando muitas vezes um crescimento exagerado e desmatamento. Um dos principais fatores do desmatamento é a prática da agropecuária, que muitas vezes utiliza a queimada para “limpar o terreno”. Contudo existem outros ramos que ocasionam fortes desmatamentos, como a ocupação urbana e a mineração. Editora Exato 59 4 Pela necessidade rápida de mudanças nos níveis de produção, foi organizada uma reunião, na qual discutiu-se os passos futuros e a forma de utiliza- ção e exploração dos recursos naturais. Esse pro- tocolo foi assinado em 1997 e previa a redução das taxas de emissão dos gases que contribuem para o efeito estufa (cerca de 5,2% em relação aos níveis de gases nocivos ao ambiente em 1990, essa redução tem que dar entre 2008 e 2012). Contudo, Estados Unidos, principal emis- sor de gases no mundo, não ratificou o tratado. Destacou como critério que esse protocolo ia contra os interesses de aumento de produção e a- largamento do setor industrial americano. 5 Normalmente o ar mais quente está próximo ao chão devido ao aquecimento do solo. Por ser um ar mais quente, as moléculas estão mais separa- das e por isso se tornam mais leves e tendem a subir. Com a formação de uma área de “vazio”, o ar mais frio localizado na parte superior tende a descer, formando um movimento de ar vertical, chamado de correntes de convecção. Nos dias de inversão térmica, a massa inferior está mais fria (devido ao menor aquecimento do solo) determi- nando a estagnação do movimento da massa de ar. Exercícios 1 C 2 D 3 D 4 C 5 B 6 D 7 E 8 D 9 E 10 B
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