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Classificação das Ciências Metodologia Científica Prof.: Bruno Carrasco Sobre a classificação das ciências Nas classificações das ciências não há consenso entre os autores, nem sequer quando se trata da diferença entre ciências e ramos de estudo: o que para alguns é ciência, para outros ainda permanece como ramo de estudo, e vice-versa. O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) utiliza a expressão “Áreas do Conhecimento”, apresentando uma extensa lista delas com subdivisões. Classificações do CNPq Ciências Exatas e da Terra: Matemática, Estatística, Computação, Astronomia, Física, Química, Geologia, Oceanografia; Ciências Biológicas: Biologia, Genética, Botânica, Zoologia, Ecologia, Fisiologia, Bioquímica, Farmacologia; Engenharias: Civil, Minas, Elétrica, Mecânica, Química, Sanitária, Produção, Nuclear, Transportes, Naval, Aeroespacial; Ciências da Saúde: Medicina, Odontologia, Farmácia, Enfermagem, Nutrição, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Educação Física; Classificações do CNPq Ciências Agrárias: Agronomia, Eng. Florestal, Eng. Agrícola, Zootecnia, Med. Veterinária, Ciência de Alimentos; Ciências Sociais: Direito, Administração, Economia, Arquitetura e Urbanismo, Demografia, Comunicação, Museologia; Ciências Humanas: Filosofia, Sociologia, Antropologia, História, Geografia, Psicologia, Educação, Teologia; Linguística, Letras e Artes: Linguística, Letras, Artes; Outros: Adm. Hospitalar, Adm. Rural, Carreira Militar, Carreira Religiosa, Decoração, Diplomacia. Tipos de Ciências Ciências Formais As ciências formais, como a lógica e a matemática, não tratam de objetos empíricos, que podem ser vistos ou tocados. Suas proposições não estão submetidas à experiência dos fatos e dos procedimentos dedutivos. Em seu interior prevalecem os requisitos da consistência, onde os enunciados só devem ser aceitos quando mantêm relações de coerência entre si, e da derivação lógica - o enunciado posterior tem de decorrer do(s) anterior(es). Ciências Empíricas (Factuais) Já as ciências empíricas, entre elas as ciências naturais e sociais (humanas), estudam fenômenos que são direta ou indiretamente observáveis, por meio de métodos quantitativos ou qualitativos. Em suas explicações, os ingredientes teóricos e os empíricos estão em complexa interação, utilizando o método indutivo, que partindo da experiência de uma série de casos particulares conclui uma verdade geral. As técnicas que empregam para seus estudos são predominantemente indutivas, estatísticas e probabilísticas, podendo, por vezes, recorrer, ao menos de modo complementar, às técnicas dedutivas. Ciências Naturais Estudam fatos e eventos que possuem causas simples e que são facilmente isoláveis. A matéria-prima da ciência natural é todo o conjunto de fatos que se repetem e têm uma constância sistêmica, que podem ser vistos, isolados e, assim, reproduzidos dentro de condições razoáveis, como num laboratório. A sincronia e a repetitividade asseguram um outro elemento fundamental das ciências naturais: o fato de que a prova ou o teste de uma dada teoria possa ser feita por dois observadores diferentes, situados em locais diversos e até mesmo com perspectivas opostas. Os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e explicados dentro de condições de relativo controle e em condições de laboratório. Ciências Naturais As ciências naturais estudam fatos, avaliando suas causas e efeitos. Os fatos e fenômenos são avaliados segundo sua similaridade e constância, de modo que podem ser reproduzidos em laboratórios. O que é constatado por meio de uma teoria pode ser reproduzido da mesma maneira por diferentes pessoas em lugares distintos. Exemplos: Física, Química, Biologia, Astronomia, Geologia. Ciências Humanas São as disciplinas voltadas para o estudo da realidade humana e social. As chamadas ciências sociais estudam fenômenos complexos, situados em planos de causalidade e determinação complicados. A matéria-prima das ciências sociais são eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados tendo, por causa disso, a possibilidade de mudar seu significado de acordo com o ator, as relações existentes num dado momento e, ainda, com a sua posição numa cadeia de eventos anteriores e posteriores. Ciências Humanas Os eventos que servem de foco ao cientista social são fatos que não estão mais ocorrendo entre nós ou que não podem ser reproduzidos em condições controladas. Podemos, obviamente, reconstruir realidades (ou pedaços de realidade), mas não há como provar que nossa reconstrução é a ‘verdadeira’, que foi capaz de incluir todos os fatos e que compreendemos perfeitamente bem todo o processo em questão. Nossas reconstruções são sempre parciais, dependendo de documentos, observações, sensibilidade e perspectivas. Os fatos que formam a matéria-prima das ciências sociais são, pois, fenômenos complexos, geralmente impossíveis de serem reproduzidos, embora possam ser observados. Ciências Humanas As ciências humanas estudam fenômenos que envolvem pessoas, situados em diferentes circunstâncias e condições. Esses eventos podem mudar de significado de acordo com as pessoas envolvidas, o ambiente, os eventos anteriores e o tempo. Não há como reproduzir em laboratório os fenômenos estudados pelas ciências humanas, pois perderiam seu plexo de significados. Ciências Humanas Para estudar os fatos humanos é preciso mergulhar na realidade onde eles acontecem, não somente como observador mas também como participante. A avaliação desses fenômenos envolve nossa observação e nossa sensibilidade. A percepção que desenvolvemos será sempre parcial, dependendo do ângulo que observamos. Exemplos: Psicologia, Antropologia, Sociologia, Filosofia, Literatura. Diferenças Posso dizer tudo o que quiser em relação às baleias sabendo que elas jamais irão me contestar. Poderei, é claro, ser contestado por um outro estudioso de baleias, mas jamais pelas baleias mesmas. É por causa disso que teorias sobre baleias e sapos são teorias, isto é, conhecimento objetivo, externo, independente de baleias, sapos e investigadores. No caso das ciências sociais é tudo muito mais complexo. Temos, em primeiro lugar, a interação complexa entre o investigador e sujeito investigado, tanto o pesquisador quanto sua vítima compartilham, embora muitas vezes não se comuniquem, de um mesmo universo das experiências humanas. Deste modo, pode haver confusão entre o pesquisador e o pesquisado. Referências Bibliográficas DAMATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social. Petrópolis: Vozes, 1991. OLIVA, Alberto. Filosofia da Ciência. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. SEVERINO, Antonio J. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 1996. Por: Bruno Carrasco Professor de filosofia e psicologia, terapeuta, graduado em psicologia, licenciado em filosofia e em pedagogia, pós-graduado em ensino de filosofia e em psicologia existencial humanista e fenomenológica, pós-graduando em aconselhamento filosófico. www.brunodevir.blogspot.com www.instagram.com/brunodevir www.fb.com/brunodevir http://www.brunodevir.blogspot.com http://www.instagram.com/brunodevir http://www.fb.com/brunodevir ex-isto Ex-isto é um projeto dedicado ao estudo e pesquisa sobre a existência, a subjetividade e seus possíveis desdobramentos, a partir da filosofia antiga e contemporânea, da psicologia, da história e das artes, iniciado no final de 2016. www.ex-isto.com www.fb.com/existocom www.youtube.com/existo www.instagram.com/existocom http://www.ex-isto.com http://www.fb.com/existocom http://www.youtube.com/existo http://www.instagram.com/existocom
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