Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Margareth Campêlo e Rocha Práticas de Enfermagem I 2020.1 Definição: Primeiros socorros são as primeiras providências tomadas no local da ocorrência. Aplicadas à uma pessoa em perigo de vida e/ou vítima de um acidente, visando manter os sinais vitais e evitando o agravamento. É o atendimento inicial e temporário até a chegada de um socorro profissional. Geralmente, presta-se atendimento no próprio local. A importância dos primeiros socorros A grande maioria dos acidentes poderia ser evitada, porém, quando eles ocorrem, alguns conhecimentos simples podem diminuir o sofrimento, evitar complicações futuras e até mesmo salvar vidas. O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve-se manter a calma e ter em mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a importância de um médico. Além disso, certifique-se de que há condições seguras o bastante para a prestação do socorro sem riscos para você. Não se esqueça que um atendimento de emergência mal feito pode comprometer ainda mais a saúde da vítima. Ao presenciar uma ocorrência: Apesar da gravidade da situação devemos agir com calma, evitando o pânico. Transmita confiança, tranquilidade, alívio e segurança aos acidentados que estiverem conscientes, informando que o auxílio já está a caminho. Aja rapidamente, porém dentro dos seus limites. Use os conhecimentos básicos de primeiros socorros. Às vezes, é preciso saber improvisar. É preciso analisar a cena da ocorrência antes de tomar condutas: A cena oferece riscos ou perigo para você? A cena oferece riscos ou perigo para a vítima? A cena oferece riscos ou perigo para as pessoas próximas? Há mais de uma vítima na cena? Peça ajuda: Elimine os riscos e inicie o atendimento Regra de segurança da aviação: primeiro esteja seguro, para depois salvar os outros Há riscos nessa cena? Para pedir ajuda é preciso transmitir importantes informações: Ao solicitar ajuda, a pessoa deve procurar passar o máximo de informações como: Endereço do acidente e ponto de referência Sexo da vítima Idade aproximada Tipo de acidente Número de vítimas Política Nacional de Atenção às Urgências Rede de Atenção às Urgências e Emergências A Rede de Atenção às Urgências tem como objetivo reordenar a atenção à saúde em situações de urgência e emergência de forma coordenada entre os diferentes pontos de atenção que a compõe, de forma a melhor organizar a assistência, definindo fluxos e as referências adequadas. É constituída pela Promoção, Prevenção e Vigilância em Saúde; Atenção Básica; SAMU 192; Sala de Estabilização; Força Nacional do SUS; UPA 24h; Unidades Hospitalares e Atenção Domiciliar. Ajuda: Ligue 192 SAMU Política Nacional de Atenção às Urgências, da qual o SAMU 192 é componente fundamental. O SAMU 192 realiza os atendimentos em qualquer lugar e conta com equipes que reúne médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e condutores socorristas. Locais de atendimento: residências locais de trabalho vias públicas Quando chamar o SAMU? Na ocorrência de problemas cardio-respiratórios; Intoxicação exógena e envenenamento; Queimaduras graves; Na ocorrência de maus tratos; Trabalhos de parto em que haja risco de morte da mãe ou do feto; Em tentativas de suicídio; Crises hipertensivas e dores no peito de aparecimento súbito; Quando houver acidentes/traumas com vítimas; Afogamentos; Choque elétrico; Acidentes com produtos perigosos; Suspeita de Infarto ou AVC (alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo e desvio da comissura labial são os sintomas mais comuns); Agressão por arma de fogo ou arma branca; Soterramento, Desabamento; Crises Convulsivas; Transferência inter-hospitalar de doentes graves; Outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso. Quando não chamar o SAMU 192 Febre prolongada; Dores crônicas; Vômito e diarreia; Levar pacientes para consulta médica ou para realizar exames; Transporte de óbito; Dor de dente; Transferência sem regulação médica prévia; Trocas de sonda; Corte com pouco sangramento, Entorses; Cólicas renais; Transportes inter-hospitalares de pacientes de convênio; Todas as demais situações onde não se caracterize urgência ou emergência médica. Dicas para quem ligar para o SAMU 192 em casos de acidentes de trânsito Verifique a quantidade de vítimas, o estado de consciência delas e se alguma delas está presa às ferragens; Ligue para o 192 e siga as orientações do Médico Regulador; Sinalize as vias com galhos de arvore e triângulo de sinalização; Em caso de acidente com motos: não toque nas vítimas, não retire o capacete; Não dê água aos acidentados. Resgate do Corpo de Bombeiros - 193 Em momentos emergenciais tanto o SAMU quanto os Bombeiros podem prestar primeiros socorros ou atendimento pré-hospitalar. Veja abaixo algumas situações para chamar os Bombeiros: Resgate de pessoas ou animais; Inundação e desabamento; Incêndio; Afogamento; Acidente com animal peçonhento; Choque elétrico; Vazamento de produto perigoso; Acidente com vítima; Queda e acidente doméstico Lei 13722/18 | Lei nº 13.722, de 4 de outubro de 2018. Torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil. Em setembro de 2017, Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, estava em um passeio com a escola quando se engasgou com um lanche e, infelizmente, faleceu. Desde então, movida pelo desejo de melhorar os cuidados de forma generalizada no ambiente escolar, a mãe de Lucas, Alessandra Zamora, iniciou um movimento buscando obrigatoriedade, por parte das instituições de ensino, de treinamento a todos os funcionários. Importância do ensino de primeiros socorros para população Segundo o Johns Hopkins Medicine, anualmente um a cada três adultos com mais de 65 anos sofre uma queda e, mesmo que o desfecho comum não seja grave, quedas seguem como as principais causas de fraturas de quadril e de lesões cerebrais traumáticas, o que acende o alerta para a segurança do paciente no ambiente domiciliar, principalmente em um cenário de inversão da pirâmide etária como o que o mundo vive hoje. Importância do ensino de primeiros socorros para população Importância sobre cuidados domiciliares com os idosos sobre prevenção de quedas: Calçados adequados Corrimão nos banheiros Reduzir tapetes Evitar que fiquem sozinhos Entre as orientações para segurança do paciente idoso dentro de casa estão instruções como manter-se ativo, pois a força muscular contribui com a mobilidade e reduz o risco de fraqueza que leva à quedas; estar sempre atento a sinais como problemas na visão, instabilidade da marcha e efeitos colaterais de medicações; tornar o ambiente mais adequado à vivência do idoso removendo potenciais riscos como escadas irregulares, tapetes, pouca iluminação e disposição inapropriada de utensílios além, claro, de cuidados especiais com os banheiros que representam risco alto e que quando adaptados com barras e assentos para banho tornam-se mais seguros. CHOQUE ELÉTRICO O choque elétrico, geralmente causado por altas descargas, é sempre grave, podendo causar distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à parada cárdiorespiratória. Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de queimaduras (geralmente de 3º grau) - a de entrada e de saída da corrente elétrica. CHOQUE ELÉTRICO O choque elétrico acontece porque o corpo humano se comporta como um bom condutor elétrico – possibilita a passagem da corrente elétrica. A gravidade do choque depende dos seguintes fatores: 1. Intensidade da corrente (Amperes) 2. Tempo de exposição da pessoa à corrente 3. Frequência da corrente (Hz) 4. Percurso da corrente 5. Sensibilidade individualCORRENTE REAÇÕES FISIOLÓGICAS 0,1 a 0,5mA leve percepção superficial 0,5 a 10mA ligeira paralisia nos músculos, início de tetanização 10 a 30mA nenhum efeito perigoso se houver interrupção do contato em no máximo 5 segundos 30 a 500mA tetanização, sensação de falta de ar, possibilidade de fibrilação acima de 500mA traumas cardíacos persistentes Primeiras providências: • Desligue o aparelho da tomada ou a chave geral. • Se tiver que usar as mãos para remover uma pessoa, envolva-as em jornal ou um saco de • papel. • Empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto seco, não-condutor de • corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca, cadeira de madeira ou bastão de borracha. O que fazer se houver parada cardiorrespiratória: RCP. • Cubra as queimaduras com uma gaze ou com um pano bem limpo. • Se a pessoa estiver consciente, deite-a de costas, com as pernas elevadas. • Se estiver inconsciente, deite-a de lado. • Se necessário, cubra a pessoa com um cobertor e mantenha-a calma. • Procure ajuda médica imediata. DEGLUTIÇÃO OU INALAÇÃO DE CORPO ESTRANHO – Asfixia obstrutiva - OVACE Consiste na obstrução mecânica das vias aéreas, levando à dificuldade respiratória e até à parada respiratória. Obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE) consiste na obstrução de vias aéreas causada por aspiração de corpo estranho, geralmente localizado na laringe ou traqueia. A aspiração de corpo estranho é a quinta principal causa de morte nos EUA, com risco aumentado em pacientes idosos A obstrução pode ser causada por corpo estranho, através de: Substâncias orgânicas como: balas, pão, pipoca ou qualquer outro tipo de alimento. Substâncias inorgânicas como: botões, moedas, alfinetes, tampa de caneta, peças pequenas de brinquedos. OVACE – Obstrução de vias aéreas por corpos estranhos Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Episódio testemunhado (ou referido) de engasgo com tosse e/ ou sinais de sufocação. Conduta: 1. Avaliar a severidade • obstrução leve: Paciente capaz de responder se está engasgado. Consegue tossir, falar e respirar. • obstrução grave: Paciente consciente e que não consegue falar. Pode não respirar ou apresentar respiração ruidosa, tosse silenciosa e/ou inconsciência. Sinais e Sintomas: Incapacidade de falar Respiração difícil e barulhenta Gestos de sufocação Corpos estranhos no trato aerodigestivo – quando alimentos, brinquedos e outros objetos ficam alojados nas vias aéreas ou no esôfago após inalação ou deglutição – são frequentes e colocam a vida em risco. Estudo realizado na Índia que avaliou, por cinco anos, a ingestão de corpos estranhos em pacientes entre 9 meses e 85 anos de idade concluiu que a maioria dos pacientes (70,65%) tinha menos de 10 anos, o que incentiva ainda mais as unidades escolares a aprenderem como agir em situações como essa. A publicação também afirma que o corpo estranho mais comum foi a moeda, objeto encontrado em 81,52% dos casos. Crianças pequenas podem, acidentalmente, introduzir objetos nas cavidades do corpo, em especial no nariz, boca e ouvidos. Estes objetos são, na maioria das vezes, peças de brinquedos, sementes, moedas, bolinhas de papel e grampos. Se houver asfixia, a vítima apresentará pele azulada e respiração difícil ou ausente. No ouvido: Não tente retirar objetos profundamente introduzidos, nem coloque nenhum instrumento no canal auditivo. Não bata na cabeça para que o objeto saia, a não ser que se trate de um inseto vivo. Procure ajuda médica especializada imediatamente. Nos olhos: Não deixe a vítima esfregar ou apertar os olhos, pingue algumas gotas de soro fisiológico ou de água morna no olho atingido. Se isso não resolver, cubra os 2 olhos com compressas de gaze, sem apertar, e procure um médico. Se o objeto estiver cravado no olho, não tente retirá-lo, cubra-os e procure ajuda médica. Se não for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone de papel grosso (por exemplo, um copo) e procure ajuda médica imediata. Primeiras providências No nariz: Instrua a vítima para respirar somente pela boca, orientando-a para assoar o nariz. Não introduza nenhum instrumento nas narinas para retirar o objeto. Se ele não sair, procure auxílio médico. Objetos engolidos: Nunca tente puxar os objetos da garganta ou abrir a boca para examinar o seu interior. Deixe a pessoa tossir com força, este é o recurso mais eficiente quando não há asfixia. Se o objeto tem arestas ou pontas e a pessoa reclamar de dor, procure um médico. Se a pessoa não consegue tossir com força, falar ou chorar, é sinal de que o objeto está obstruindo as vias respiratórias, o que significa que há asfixia. Primeiras providências Obstrução leve em paciente responsivo: • não realizar manobras de desobstrução (não interferir); • acalmar o paciente; • incentivar tosse vigorosa; • monitorar e suporte de O2, se necessário; (se disponível) • observar atenta e constantemente; e Se evoluir para obstrução grave: • obstrução grave em paciente responsivo - executar a manobra de heimlich: • posicionar-se por trás do paciente, com seus braços à altura da crista ilíaca; • posicionar uma das mãos fechada, com a face do polegar encostada na parede abdominal, entre apêndice xifóide e a cicatriz umbilical; • com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em movimentos rápidos, direcionados para dentro e pra cima (em j); Primeiras providências • repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se não responsivo. • Obs: em pacientes obesas e gestantes no último trimestre, realize as compressões sobre o esterno (linha intermamilar) e não sobre o abdome. Obstrução grave em paciente irresponsivo (iniciar atendimento e chamar ajuda) • posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida; • diante de irresponsividade e ausência de respiração com pulso, executar compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho; • abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover o corpo estranho, se visível e alcançável (com dedos ou pinça); • se nada encontrado, realizar 1 insuflação e se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente; e • considerar o transporte imediato mantendo as manobras básicas de desobstrução O que fazer Aplique a "manobra de Heimlich". Fique de pé ao lado e ligeiramente atrás da vítima. A cabeça da pessoa deve estar mais baixa que o peito. Em seguida, dê 4 pancadas fortes no meio das costas, rapidamente com a mão fechada. A sua outra mão deve apoiar o peito do paciente. Se o paciente continuar asfixiado, fique de pé, atrás, com seus braços ao redor da cintura da pessoa. Coloque a sua mão fechada com o polegar para dentro, contra o abdômen da vítima, ligeiramente acima do umbigo e abaixo do limite das costelas. Agarre firmemente o pulso com a outra mão e exerça um rápido puxão para cima. Repita, se necessário, 4 vezes numa seqüência rápida. Se a vítima for um bebê ou criança pequena, deite-a de bruços apoiando no seu braço. Dê 4 pancadas fortes, mas sem machucá-lo. Mantenha o bebê apoiado no seu braço, virado de costas, com a cabeça mais baixa que o resto do corpo, e apóie 2 ou 3 dedos no seu abdômen, ligeiramente acima do umbigo e abaixo da caixa torácica. Pressione as pontas dos dedos com um ligeiro alongamento ascendente. Se necessário, repetir 4 vezes. Procure auxílio médico. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO - IAM Enfarte ou ataque cardíaco, mais precisamente chamado de infarto do miocárdio, é a obstrução de uma artéria, impedindo o fluxo sanguíneo para uma área do coração, ocasionando lesão. Ele acontece quando há a obstrução de uma das artérias coronárias que irriga o coração Por conta desses bloqueios nas artérias coronárias, o fluxo de sangue acaba sendo bloqueado por um período de tempo prolongado, que faz com que o músculo cardíaco fique sem oxigênio e as células cardíacascomecem a “morrer”. Ele pode ser fatal, por isso necessita de ajuda médica imediata. Como suspeitar? Forte dor no peito, de aparecimento súbito, constritiva, que se assemelha a um aperto Dores que se irradiam para o braço esquerdo ou até mesmo para o queixo, acompanhadas de mal-estar, sudorese ou tontura Sem dor forte ou dor que pode se localizar fora do tórax https://www.hcor.com.br/hcor-explica/cardiologia/infarto-do-miocardio-adote-habitos-que-protegem-o-seu-coracao-para-poder-evita-lo/ https://www.hcor.com.br/hcor-explica/cardiologia/infarto-do-miocardio-adote-habitos-que-protegem-o-seu-coracao-para-poder-evita-lo/ O que fazer: Providencie auxílio médico imediato. Deixe o paciente em posição confortável, mantendo-o calmo, aquecido e com as roupas afrouxadas. Se houver parada cárdiorespiratória, aplique a RCP. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - AVC O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa. Desta forma, torna-se primordial ficar atento aos sinais e sintomas e procurar atendimento médico imediato. https://saude.gov.br/saude-de-a-z/acidente-vascular-cerebral-avc https://saude.gov.br/saude-de-a-z/acidente-vascular-cerebral-avc Quando suspeitar • início súbito de déficits neurológicos focais, especialmente de um lado do corpo: • paresia, paralisia ou perda de expressão facial e/ou desvio de rima labial; • paresia, plegia e/ou parestesia de MMSS ou MMII • distúrbios da fala. • alteração da consciência: de confusão a completa arresponsividade. • ocorrência de crise convulsiva (primeiro episódio) sem história prévia de trauma ou episódio anterior. • cefaleia súbita e intensa sem causa conhecida. • alteração visual súbita (parcial ou completa). • vertigem ou perda do equilíbrio ou da coordenação motora. • dificuldade súbita para deambular. Fratura é a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma queda ou esmagamento. Há dois tipos de fraturas: as fechadas, que, apesar do choque, deixam a pele intacta, e as expostas, quando o osso fere e atravessa a pele. As fraturas expostas exigem cuidados especiais, portanto, cubra o local com um pano limpo ou gaze e procure socorro imediato. Fratura fechada - sinais indicadores: Dor ou grande sensibilidade em um osso ou articulação. Incapacidade de movimentar a parte afetada, além do adormecimento ou formigamento da região. Inchaço e pele arroxeada, acompanhado de uma deformação aparente do membro machucado FRATURAS, ENTORSES, LUXAÇÕES OU CONTUSÕES FRATURAS, ENTORSES, LUXAÇÕES OU CONTUSÕES Quando suspeitar: Paciente de trauma de extremidades apresentando algum dos seguintes sinais ou sintomas: dor, ferimento, deformidade, crepitação, encurtamento, alterações sensitivas, vasculares ou motoras. O que não fazer Não movimente a vítima até imobilizar o local atingido. Não dê qualquer alimento ao ferido, nem mesmo água. O que fazer Solicite assistência médica, enquanto isso, mantenha a pessoa calma e aquecida. Verifique se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea. Imobilize o osso ou articulação atingido com uma tala. Mantenha o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e aplique compressas de gelo para diminuir o inchaço, a dor e a progressão do hematoma. Entorse • É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as articulações). • Os cuidados são semelhantes aos da fratura fechada. Luxação • É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na articulação. • Os primeiros socorros são também semelhantes aos da fratura fechada. • Lembre-se de que não se deve fazer massagens na região, nem tentar recolocar o osso no lugar. Contusão • É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. • Pode apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. • Se o local estiver arroxeado, é sinal de que houve hemorragia sob a pele (hematoma). • Improvise uma tala • Amarre delicadamente o membro machucado (braços ou pernas) a uma superfície, como uma tábua, revista dobrada, vassoura ou outro objeto qualquer. • Use tiras de pano, ataduras ou cintos, sem apertar muito para não dificultar a circulação sanguínea. • Improvise uma tipóia • Utilize um pedaço grande de tecido com as pontas presas ao redor do pescoço. Isto serve para sustentar um braço em casos de fratura de punho, antebraço, cotovelo. ENVENENAMENTO O envenenamento ou intoxicação aguda ocorre quando uma pessoa inala, entra em contato direto com a pele ou ingere alguma substância tóxica. A maior parte dos casos de envenenamento ocorre dentro de casa, envolvendo crianças. O mais seguro é guardar inseticidas, remédios, produtos de limpeza e outros produtos tóxicos dentro de armários trancados. https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2065-envenenamento https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2065-envenenamento O envenenamento pode acontecer quando: a pessoa respira alguma substância tóxica, como fumaça negra, vapor de gasolina ou gás de cozinha; quando tem contato direto com produtos químicos ou encosta a pele em alguma espécie de planta venenosa; quando engole acidentalmente ou em grandes quantidades alguma substância tóxica, como alimentos deteriorados, produtos de limpeza, inseticidas ou remédios; quando é picada por insetos ou animais venenosos, como cobras, escorpiões, aranhas. O que fazer? coloque a vítima deitada, observe sua respiração avalie responsividade, se for necessário inicie RCP aqueça a vítima para evitar estado de choque eleve suas pernas (se não houver suspeita de lesão na coluna). O socorro médico é indispensável. PICADA DE ANIMAIS PEÇONHENTOS https://saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos https://saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos Como prevenir acidentes com animais peçonhentos usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; não acumular entulhos e materiais de construção; limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros; evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas. QUEIMADURAS São lesões produzidas nos tecidos pela ação de agentes : Físicos – frio ou calor (raios solares, fogo, vapores, eletricidade, etc) Químicos – produtos corrosivos (ácidos ou bases fortes) Biológicos – taturanas, folhas de vegetais(urtiga), sumo de laranja ou limão ou figo em contato com o sol Classificação das queimaduras de acordo com a profundidade (grau de profundidade e sinais): • 1º Grau: Lesões apenas da epiderme: presença de eritema • 2º Grau: Lesões da epiderme e parte da derme: presença de eritema + bolha • 3º Grau: Lesões da epiderme e da derme: presença de pele branca nacarada 1º. Grau – a lesão superficial, provocando vermelhidão da pele, sem formar bolhas. 2º. Grau – a lesão é mais profunda, provocando a formação de bolhas. Geralmente ocorre muita dor pela irritação das terminações nervosas da pele. 3º. Grau - quando a pele é destruída e são atingidos músculos e/ou órgãos internos do corpo. 1º.Grau 2º.Grau 3º.Grau Extensão da queimadura Oque fazer: Retirar a vítima do contato com a causa da queimadura. Agentes químicos- lavar a área queimada com bastante água, retirando a roupa se ainda contém alguma substância química. Queimadura térmica – aplicar compressa umedecida com água com um pouco de sal ou soro fisiológico “gelado” ( a área queimada perde a barreira isotônica) Fogo: abafar com cobertor ou rolar a vítima no chão Verificar se a respiração, batimento cardíaco e o nível de consciência estão normais Aliviar ou reduzir a dor e prevenir a infecção O que fazer Se a queimadura for de pouca extensão, resfrie o local com água fria imediatamente. Seque o local delicadamente com um pano limpo ou chumaços de gaze. Cubra o ferimento com compressas de gaze. Em queimaduras de 2º grau, aplique água fria e cubra a área afetada com compressas de gaze embebida em vaselina estéril. Mantenha a região queimada mais elevada do que o resto do corpo, para diminuir o inchaço. Dê bastante líquido para a pessoa ingerir e, se houver muita dor, um analgésico. Se a queimadura for extensa ou de 3º grau, procure um médico imediatamente. Queimaduras químicas - o que fazer Como as queimaduras químicas são sempre graves, retire as roupas da vítima rapidamente, tendo o cuidado de não queimar as próprias mãos. Lave o local com água corrente por 10 minutos (se forem os olhos, 15 minutos), enxugue delicadamente e cubra com um curativo limpo e seco. Procure ajuda médica imediata. Queimaduras solares - o que fazer Refresque a pele com compressas frias. Faça a pessoa ingerir bastante líquido, mantendo-a na sombra, em local fresco e ventilado. Procure ajuda médica. Conduta com suporte profissional: Expor a área queimada, retirando as roupas que não estejam aderidas; Retirar objetos como anéis, aliança, brincos, pulseiras, relógio, carteira, cinto, desde que não estejam aderidos à pele; Irrigar com SF em abundância, objetivando o resfriamento da área queimada; em seguida cobrir com compressas secas, estéreis e não aderentes; Prevenir a hipotermia, preferencialmente com manta metálica; Realizar a mobilização cuidadosa e, se outros traumas concomitantes, considerar imobilização adequada da coluna cervical, tronco e membros, em prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte. O que não fazer: Não toque a área afetada. Nunca fure as bolhas. Não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em volta da roupa que está sobre a região afetada. Não use manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro produto doméstico sobre a queimadura. Não cubra a queimadura com algodão. Não use gelo ou água gelada para resfriar a região SANGRAMENTOS - Hemorragia É a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, veia ou artéria, alterando o funcionamento da circulação. No adulto – o volume sanguíneo corresponde a 7% do peso corporal Na criança – o volume sanguíneo corresponde a 8% a 9% do peso corporal A Hemorragia abundante e não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos. As hemorragias O controle da hemorragia deve ser feito imediatamente, pois uma hemorragia abundante e não controlada pode causar morte em 3 a 5 minutos. A hemorragia externa é a perda de sangue ao rompimento de um vaso sanguíneo (veia ou artéria). Quando uma artéria é atingida, o perigo é maior. Nesse caso, o sangue é vermelho vivo e sai em jatos rápidos e fortes. Quando as veias são atingidas, o sangue é vermelho escuro, e sai de forma lenta e contínua. A hemorragia interna é o resultado de um ferimento profundo com lesão de órgãos internos. A hemorragia interna pode levar rapidamente ao estado de choque e, por isso, a situação deve ser acompanhada e controlada com muita atenção para os sinais externos: pulso fraco e acelerado, pele fria e pálida, mucosas dos olhos e da boca brancas, mãos e dedos arroxeados pela diminuição da irrigação sanguínea, sede, tontura e inconsciência. Sangramentos externos - o que fazer Procure manter o local que sangra em plano mais elevado que o coração. Pressione firmemente o local por cerca de 10 minutos, comprimindo com um pano limpo dobrado ou com uma das mãos. Se o corte for extenso, aproxime as bordas abertas com os dedos e mantenha unidas. Ainda, caso o sangramento não cesse, pressione com mais firmeza por mais 10 minutos. Quando parar de sangrar, cubra o ferimento com uma gaze e prenda-a com uma atadura firme, mas que permita a circulação do sangue. Se o sangramento persistir através do curativo, ponha novas ataduras, sem retirar as anteriores, evitando a remoção de eventuais coágulos. Observação: Quando houver sangramentos intensos nos membros e a compressão não for suficiente para estancá-los, comprima a artéria ou a veia responsável pelo sangramento contra o osso, impedindo a passagem de sangue para a região afetada. O que não deve fazer Não deve tentar retirar corpos estranhos dos ferimentos; Não deve aplicar substâncias como pó de café ou qualquer outro produto. Sangramentos internos - o que fazer Não dê alimentos à vítima e nem aqueça demais com cobertores. Peça auxílio médico imediato. Sangramentos nasais - o que fazer Incline a cabeça da pessoa para a frente, sentada, evitando que o sangue vá para a garganta e seja engolido, provocando náuseas. Comprima a narina que sangra e aplique compressas frias no local. Depois de alguns minutos, afrouxe a pressão vagarosamente e não assoe o nariz. Se a hemorragia persistir, volte a comprimir a narina e procure socorro médico. Torniquetes - o que fazer O torniquete deve ser aplicado apenas em casos extremos e como último recurso quando não há a parada do sangramento. Veja como: Amarre um pano limpo ligeiramente acima do ferimento, enrolando-o firmemente duas vezes. Amarre-o com um nó simples. Em seguida, amarre um bastão sobre o nó do tecido. Torça o bastão até estancar o sangramento. Firme o bastão com as pontas livres da tira de tecido. Marque o horário em que foi aplicado o torniquete. Procure socorro médico imediato. Desaperte-o gradualmente a cada 10 ou 15 minutos Controle de hemorragias: torniquete Indicação: Ferimento em membros superiores ou inferiores com hemorragia externa incontrolável mesmo após compressão direta. Expor o ferimento (cortar as vestes se necessário); Verificar a presença do pulso e a perfusão distal; Instalar o dispositivo escolhido imediatamente acima do ferimento (sentido proximal); Aplicar força de compressão suficiente até produzir uma pressão que cesse completamente o sangramento e o fluxo arterial distal: • Com esfigmomanômetro: insuflar o manguito; • Com recurso adaptado com pelo menos 10 cm de largura: promover compressão por garroteamento; • Com dispositivo específico comercial: seguir as orientações do fabricante para o correto manuseio e alcance dos objetivos; Manter o ferimento coberto, com atenção especial à reavaliação do local, monitorando a presença de novos sangramentos. Como ajudar uma pessoa engasgada? O SAMU ensina a manobra de Heimlich para adultos. Aprenda! https://www.youtube.com/watch?v=FUEXLFbvAjY Como ajudar um bebê engasgado? O SAMU ensina a manobra de Heimlich para bebês. Aprenda! https://www.youtube.com/watch?v=rGf3-IjW7KI Como ajudar uma criança engasgada? O SAMU ensina a manobra de Heimlich para crianças. Aprenda! https://www.youtube.com/watch?v=iTWB38HNAcs https://www.youtube.com/watch?v=FUEXLFbvAjY https://www.youtube.com/watch?v=rGf3-IjW7KI https://www.youtube.com/watch?v=iTWB38HNAcs Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. http://www.imt.usp.br/wp-content/uploads/comissoes/cipa/primeiros-socorros.pdf
Compartilhar