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PF - Direito Constitucional - Polícia Federal

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DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
Direito Constitucional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO 
 
 
 
 
 
 
Livro Eletrônico 
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Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
DIREITO CONSTITUCIONAL
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TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Essa aula é da turma da Polícia Federal para agente, escrivão e papiloscopista, e tudo o 
que se precisa saber estará nestas aulas, que vão muito além de noções de Direito Consti-
tucional, já que não basta conhecer o texto da Constituição. Muitas vezes, será falado nesta 
aula sobre o que pensa o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça 
(STJ) e também a doutrina nos pontos que são mais relevantes. 
Obs.: é importante lembrar-se que o Cespe cobra muito pouco a doutrina, tendo como 
ponto central a legislação associada à jurisprudência, mesmo fora do cargo de Delegado de 
Polícia. Nesta aula, será estudada a teoria geral dos direitos fundamentais, lembrando que 
Direitos e Garantias Fundamentais é o nome do Título II da CF, que começa no art. 5º e vai 
até o 17º.
Mas antes de entrar propriamente no texto da Constituição, é preciso ficar atento com 
a parte teórica, a teoria geral dos direitos fundamentais. Lembrar-se que o Cespe pergunta 
muito sobre esses pontos abaixo e sobre a evolução dos direitos fundamentais.
Características
• Relatividade (inexistência de direito absoluto).
• Concorrência.
• Imprescritibilidade (não se perde com o passar do tempo/desuso).
• Inalienabilidade (não podem ser vendidos, a não ser aqueles que admitem exploração 
econômica, como o direito de uso da imagem).
• Irrenunciabilidade.
• Historicidade (internet).
• Extensão a pessoas jurídicas? Sim, no que couber. As pessoas jurídicas têm nome e 
honra. Mas é preciso atenção, pois os seres humanos possuem dois tipos de honra: 
honra objetiva (o que acham a seu respeito) e honra subjetiva (o que você acha a seu 
respeito), então apenas as pessoas naturais "se acham", algo que a pessoa jurídica 
não pode ter, e sim as pessoas possuem uma imagem a respeito da PJ.
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Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
DIREITO CONSTITUCIONAL
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• Extensão a estrangeiros? Sim, estrangeiros e apátridas. É como uma crescente que 
atingirá de maior amplitude os brasileiros natos (no topo da cadeia alimentar), então 
no meio do caminho estão os estrangeiros (com um pouco menos de direito) e, no 
nível intermediário, o naturalizado. Lembrar-se que o brasileiro nato é quem mais terá 
robustez nos direitos fundamentais, enquanto o brasileiro naturalizado, a Constituição 
dispõe, em seu art. 12, que a lei não pode distinguir natos de naturalizados, a lei não 
pode, mas a própria Constituição pode, e serão mostradas, depois, as quatro hipóte-
ses em que essa distinção é feita.
Obs. 1: as características em azul são as mais cobradas pelo Cespe. Quando o assunto 
é teoria geral dos direitos fundamentais, é preciso ter em mente a frase que NÃO 
EXISTE DIREITO ABSOLUTO.
Obs. 2: na doutrina, ouve-se, por exemplo, com Norberto Bobbio, que há dois direitos abso-
lutos, que são o direito de não ser torturado e o direito de não ser escravizado 
(quem fala isso no Brasil é Paulo Bonavides), mas não é o que prevalece para a 
prova; o que prevalece é que não há direito absoluto. Basta pensar que o bem mais 
precioso da vida é a própria vida, existindo a possibilidade de pena de morte em 
caso de guerra declarada (de acordo com o Código Penal Militar). O segundo bem 
mais precioso da vida é a liberdade, e mesmo esta pode ser retirada, com a possi-
bilidade excepcional de prisão de natureza cautelar.
A concorrência é uma decorrência natural da relatividade. Se não há direito absoluto, 
todos os direitos devem ser ponderados no caso concreto, então é muito comum que acon-
teça choque entre direitos fundamentais, e, havendo esse choque, será feita pelo julgador 
uma ponderação de interesses no caso concreto, nenhum direito tendo sobreposição abs-
trata sobre o outro. Por exemplo, o choque entre a intimidade e a liberdade de expressão, 
deve-se ver no caso concreto o que prevalece, não havendo uma pré-determinação. 
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Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
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Assim como no âmbito da Polícia Federal, muitas vezes será preciso fazer investigações, 
buscando provas e afastando sigilos, e é dentro dessa premissa de que, às vezes, o dever/
poder do Estado de reprimir e apurar a prática de crimes possibilita que esse mesmo Estado 
afaste a inviolabilidade de domicílio e de sigilos, por exemplo. Então na relatividade e concor-
rência, havendo choque entre normas fundamentais originárias, nenhuma delas jamais será 
inconstitucional, abrindo espaço para que o outro venha. 
Sobre a liberdade de expressão, o Supremo Tribunal Federal possui um julgamento inte-
ressante, afirmando que ela larga na frente quando em confronto com outros direitos funda-
mentais. É preciso ter cuidado, pois isso não quer dizer que possui uma hierarquia maior, 
afinal todas as normas fundamentais estão na mesma igualdade hierárquica, mas se fala 
que ela larga na frente porque a censura e o sigilo devem ser a restrição. Isso será estudado 
mais para a frente, mas agora é preciso observar que quando se tem uma matéria publicada 
em uma revista qualquer (como Veja, Época, etc.) contra uma determinada pessoa, a regra 
é que essa revista será pública, pois muitas vezes pessoas entram na justiça para fazer com 
que certa reportagem não saia nas bancas, mas, segundo o STF, irá prevalecer a liberdade 
de expressão até prova em contrário, então, pela liberdade de expressão, a reportagem deve 
ser divulgada. Se, depois de divulgada, ofender a honra, por exemplo, haverá a possibilidade 
de responsabilização na esfera penal (crimes contra a honra) ou na esfera cível (com indeni-
zação por dano moral ou material).
A internet é fundamental e essencial na vida das pessoas hoje em dia? Ao entrar no site 
do planalto, achará uma versão mais atualizada da Constituição e, pesquisando nela, não 
achará sequer citada a palavra "internet". Repara-se que pode-se falar com toda a certeza 
que o direito à internet hoje prevalece e é um direito fundamental que existe no ordenamento. 
É usando exatamente esse princípio que o Supremo Tribunal Federal acabou com a ideia de 
sempre vir uma decisão judicial bloqueando o whatsapp, afirmando que o direito fundamen-
tal à internet existe e não pode ser tirado por meio de decisão judicial do país inteiro. Então 
os direitos fundamentais são gravados pela historicidade, ou seja, ao longo do tempo vão se 
inserindo outros direitos fundamentais. 
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Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
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Obs. 1: quando se fala de inalienabilidade e imprescritibilidade, é a regra, mas é possível 
ver, por exemplo, no direito de propriedade, que existe a possibilidade da prescrição 
aquisitiva. No exemplo da usucapião, que é quando se tem um imóvel e o abando-
na, e quando vai tentar retomar alguns anos depois há outra pessoa morando neste 
imóvel como se dono fosse, e se torna dono.
Obs. 2: houve um caso de irrenunciabilidade que ainda aparece nas provas, que é a histó-
ria de um anão na França que trabalhava dentro de um circo servindo de bala de 
canhão. Muitos falaram para o anão que ele não podia continuar com esse trabalho, 
não sendo algo humano, mas o anão afirmava que ele queria continuar, pois era o 
seu emprego, no que foi informado que ele não poderia renunciar à sua própria dig-
nidade.Outro exemplo é o programa Big Brother Brasil, pois, quando alguém parti-
cipa, abre mão (por um tempo determinado) da sua intimidade, havendo um prazo 
final para o programa acabar.
EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
(alvo de muitas questões do Cespe)
Obs. 1: para a doutrina tradicional, fala-se em gerações de direitos fundamentais, enquanto 
que a doutrina mais moderna fala em dimensões de direitos fundamentais. "Dimen-
são" porque uma geração substituiria a outra, e dimensões vão se acumulando.
Tanto faz uma expressão ou outra na prova, mas no caso de provas discursivas, e 
sem saber qual é o entendimento do doutrinador ou do examinador, coloca-se como 
foi exposto acima. 
Obs. 2: pode-se relacionar as gerações de direitos fundamentais e a Revolução Francesa, 
pois nesta haviam 3 ideais (rigorosamente na ordem): liberdade, igualdade e frater-
nidade. Ao trocar a ordem desses ideais, o candidato não se dará bem na prova do 
concurso.
1ª Geração / Dimensão: “LIBERDADE” – absenteísmo ou abstencionismo estatal (liber-
dades clássicas).
(atuação negativa do Estado)
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É preciso lembrar que a Revolução Francesa aconteceu em 1789, e o ideal da liberdade 
é dessa época, já a igualdade salta para 1917, enquanto a fraternidade é de 1970. Algo 
interessante, pois todo o ensinamento que se teve nas aulas de História é que ocorreu tudo 
no mesmo momento, mas a liberdade veio primeiro. Lembrar-se que quem fez a Revolu-
ção Francesa foi a burguesia (o capitalismo), o capitalismo queria a liberdade para ele, ou 
seja, liberdade seria o Estado fora do jogo para o capitalismo poder explorar e receber mais 
dinheiro. Então a liberdade pressupõe uma ausência estatal, uma não interferência, as liber-
dades clássicas são contra o Estado. Na CF, pode-se ver isso materializado no art. 5º e na 
parte de direitos políticos e cidadania.
Acontece, então, uma crescente de exploração do capital contra o trabalhador, em 1914 
ocorre a Primeira Grande Guerra (1914-1918), e depois a Segunda Grande Guerra. Reparar 
que entre 1914 e 1918, a primeira guerra devastou a Europa. Nasce, então, outro viés dos 
direitos fundamentais que, ao invés de o Estado ficar de fora, é necessária a sua presença 
com uma atuação positiva (welfare state). A ideia de direitos fundamentais nasce na Consti-
tuição do México de 1917, por interferência de uma encíclica papal na época, onde ele fala 
que é chegado um novo tempo, tempo de um Estado prover direitos fundamentais dos cida-
dãos. Então o Estado que era ausente vira presente. 
2ª Geração / Dimensão: “IGUALDADE” – welfare state ou estado do bem-estar social 
(direitos sociais, culturais e econômicos).
(atuação/prestações positiva(s) do Estado)
A parte da CF que reflete isso são os direitos sociais (art. 6º ao art. 11), mas também 
estão na parte de ordem financeira, social (no final da CF).
Obs.: a 1ª Constituição Brasileira a trazer direitos sociais foi a de 1934, atribuída a Vargas 
(que apenas pegou carona, pois o mundo inteiro estava incluindo direitos sociais em 
suas constituições).
3ª Geração / Dimensão: “FRATERNIDADE” – direitos trans/meta individuais, difusos ou 
coletivos (meio ambiente, consumidor, aposentadoria). (coletividade e solidariedade)
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Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
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Há outras gerações/dimensões? Sim, mas não costumam ser cobradas, pois o con-
senso para na terceira geração/dimensão. A 4ª geração é falada por Paulo Bonavides (grande 
doutrinador brasileiro) em direitos da bioética, biodireito, clonagem humana, globalização e, 
ele mesmo fala sobre a 5ª geração, que seria a paz universal, o que parece um pouco utópico.
O Cespe procura induzir o candidato a confundir a 1ª e a 2ª geração. Lembrar-se que a 
atuação do Estado não retira a obrigação de o poder da iniciativa privada atuar junto com 
o poder público, então os dois lados precisam atuar em proteção à parte mais fraca, que 
normalmente é o trabalhador. 
Obs. 3: outro ponto que o Cespe tem cobrado nas suas provas é a aplicação dos direitos 
fundamentais na orientação tradicional e na orientação mais moderna.
DIMENSÕES DE APLICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
(muitas provas tem perguntado sobre isso)
EFICÁCIA PRIVADA DOS DIR. FUNDAMENTAIS
Quando os direitos fundamentais nasceram, seu objetivo era proteger os indivíduos 
contra abusos do Estado, então se o Estado prendia ilegalmente, julgava sem provas, usava 
qualquer fundamento para restringir os direitos das pessoas, para tomar o dinheiro das pes-
soas, é essa a dimensão tradicional, que o cidadão está em posição de inferioridade frente 
o Estado. No art. 5º há a proibição de provas ilícitas, o princípio da razoável duração do pro-
cesso, devido processo legal, contraditório, ampla defesa, inviolabilidade de domicílio, invio-
labilidade de sigilos, tudo isso é para proteger as pessoas contra abusos do Estado.
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O PULO DO GATO
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Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
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Na horizontal, os direitos fundamentais na atualidade também se prestam para prote-
ger os cidadãos contra o abuso de outros cidadãos. Já na transversal ou diagonal, também 
são particulares, mas há um desequilíbrio, onde um dos particulares tem posição de grande 
ascendência contra o outro.
Tudo isso nasce nas provas a partir de um julgamento do Supremo Tribunal Federal que 
envolvia a empresa aérea Air France, que tinha a prática de pagar funcionários franceses de 
forma superior aos funcionários brasileiros, mesmo que estes possuíssem as mesmas atri-
buições. Quando questionados, afirmaram que eram uma empresa privada, então poderiam 
pagar o que quiser, mas o STF dispôs que, mesmo sendo uma empresa privada, deveria res-
peitar a legislação brasileira, e de acordo com o art 5º, todos são iguais perante a lei, não se 
admitindo distinção pela nacionalidade, ou seja, neste caso os funcionários devem receber 
o mesmo salário. Nasceu ali a aplicação dos direitos fundamentais na relação entre particu-
lares, dimensão horizontal. Mas a doutrina vai mais além e afirma que, às vezes, entre os 
particulares não há equilíbrio, havendo uma relação de ascendência de um particular sobre 
o outro, isso é visto por exemplo nas relações de trabalho e de consumo.
Hoje, analisando o caso Air France, imagina-se se uma pessoa que trabalha no balcão 
do aeroporto para a empresa tem posição para brigar em pé de igualdade com a empresa 
multinacional, seria muito desigual. Então, se for pensado na aplicação de exclusão de um 
associado de uma associação, exclusão de um filiado a um partido político, exclusão de um 
sindicalizado a um sindicato, é preciso dar contraditório, ampla defesa e devido processo 
legal, porque os direitos fundamentais valem nas relações de particulares também.
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Quando se fala em trabalhar sobre direitos e garantias fundamentais, existe um ponto 
que às vezes a banca pergunta e o candidatoacaba "derrapando em besteira", que é a topo-
grafia dos direitos e deveres fundamentais. O que está dentro do Título II da Constituição?
DIREITOS e DEVERES INDIVIDUAIS e COLETIVOS
(Artigo 5º da CF)
Título II → Direitos e Garantias Fundamentais
→ Direitos e deveres individuais e coletivos → 5º (+ remédios).
→ Direitos sociais (6º – 11).
→ Direitos da nacionalidade (12 e 13 / o art. 12 é muito cobrado).
→ Direitos políticos (14 a 16 / tem grande peso nas provas do Cespe).
→ Partidos políticos (17 / cai pouco nas provas).
Obs. 1: os remédios constitucionais (HC, HD, MS, MI, ação popular) e a própria ação civil 
pública entram dentro do art. 5º da Constituição Federal (CF). A ação civil pública 
aparece no art. 129, que está fora do seu edital, então não será perguntada. Mas 
quando se fala de teoria geral dos direitos fundamentais, sendo uma teoria que não 
está na CF, contudo ela trabalha sobre direitos e garantias, mas os remédios estão 
dentro do art. 5º.
Obs. 2: muitas vezes o candidato observa o título destinado à defesa do Estado e das ins-
tituições democráticas, então a banca cobra "defesa do Estado e das instituições 
democráticas: segurança pública". A banca, então, daquele título todo, não usou 
sobre estado de defesa e de sítio ou forças armadas, mas quis apenas, dentro de 
defesa de Estado, a parte relacionada à segurança pública, que está apenas em um 
artigo (art. 144). Do que começa no 136 e vai até o 144, a banca quis apenas um 
artigo. É importante pensar nisso para não ficar lendo várias coisas que não serão 
cobradas na sua prova. A topografia da Constituição é importante conhecer.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
DIREITO CONSTITUCIONAL
TEXTO CONSTITUCIONAL
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição (a CF 
pode distinguir e diferenciar).
Obs.: no concurso da Secretaria da Fazenda de Alagoas, do ano de 2020, o Cespe afirmou 
que, embora a CF disponha que homens e mulheres são iguais, ela mesma traz di-
ferenciações, algo que realmente ocorre. Por exemplo, o prazo da licença gestante e 
da licença-paternidade são diferentes, a aposentadoria para homens também é dife-
rente da aposentadoria para mulheres, a regra geral é que a aposentaria voluntária 
para homens seja com a idade mínima de 65, enquanto que para mulheres é de 62 
(em um cenário pós-reforma previdenciária). 
E um turista que esteja passando pelo Brasil? Se ele é assaltado, pode ir até a polícia 
fazer um boletim de ocorrência? Ele tem o direito à propriedade? É óbvio que tem! Então 
pode-se ver que a Constituição dispôs menos do que deveria quando trata "os estrangeiros 
residentes no País", quando, na verdade, deveria dizer "estrangeiros que estejam no País". 
Então turistas, apátridas e estrangeiros não residentes no País têm direitos também assegu-
rados pela Constituição. Lembrar-se que não são os mesmos direitos de um brasileiro nato, 
sendo em menor proporção.
Há uma decisão de outubro de 2020, do Supremo Tribunal Federal, que tem tudo a ver 
com esse ponto de homens e mulheres nos termos da Constituição.
Exemplo: no estado do Rio Grande do Sul havia uma lei estadual tratando sobre pensão 
por morte. Mas a lei dispunha que dependia de quem morreu, para saber se haveria o direito 
ou não à pensão, diferenciando homens e mulheres. Se quem morreu foi homem, a viúva 
teria o direito à pensão por morte, mas se quem morreu foi a mulher, o viúvo teria direito 
à pensão por morte somente se comprovar dependência econômica. Então repara-se que 
quando quem sobrevive é a mulher, a dependência econômica é presumida, enquanto que 
quando quem sobrevive é o homem, este, se quiser receber o benefício, deverá comprovar 
que era dependente econômico. 
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Não se presume. Repara-se que há uma distinção entre homens e mulheres, algo que 
o STF determinou que acabasse, afinal esse conceito que coloca a mulher em uma relação 
de sempre ser presumida a sua dependência econômica é ultrapassado, então não pode a 
lei estadual exigir comprovação da dependência econômica apenas quando o homem é o 
sobrevivente. A lei estadual foi declarada, portanto, inconstitucional. 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Quem criou esse conceito foi Aristóteles (por isso se fala nas provas sobre igualdade aris-
totélica), e ele fala que deve-se tratar de forma igual quem é igual, e de forma desigual quem 
é desigual, porque só assim faz-se a igualdade na prática, equilibrando no direito o que a vida 
desequilibrou. Quem traz esse conceito para o Brasil é o maior jurista brasileiro de todos os 
tempos: Rui Barbosa.
• Igualdade formal (todos em igualdade) x material (tratamento igual aos iguais e desigual 
aos desiguais, igualando-os na medida de sua desigualdade).
É aí que entram as chamadas ações afirmativas (affirmative actions), pois permite-se por 
meio delas que haja discriminações positivas ou reversas.
• Discriminações positivas ou reversas.
Existe, no concurso que o candidato fará, a ideia das cotas, tanto para pessoas com 
deficiência, quanto raciais. De onde vem a cota racial? Em 2014, foi feita uma lei federal que 
reserva 20% das vagas no âmbito do Executivo Federal, essa lei teve sua constitucionalidade 
apreciada pelo STF, que declarou que a lei estava errada porque não pode se restringir ao 
Executivo Federal, tendo que valer para todo o âmbito federal.
Então a lei das cotas dos 20% é para pessoas pretas e pardas (o IBGE possui a tábua de 
cores, tendo como opções branco, amarelo, indígena, preto ou pardo), sendo possível usar o 
próprio documento para pleitear a cota, já que em algumas certidões de nascimento, carteira 
de identificação, prontuário na polícia ou carteira de vacinação a informação está presente, 
caso haja a necessidade de comprovar a condição de concorrer para cota. 
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Então o STF alarga para todo o âmbito federal (Executivo, Legislativo, Judiciário, fun-
ções essenciais da justiça, forças armadas, TCU, MPU e vários outros) que deve entrar na 
cota dos 20%.
É preciso cuidado, porque essa decisão valeu no âmbito federal, cada um dos entes da 
federação deveria fazer a sua própria legislação por conta da autonomia. Por exemplo, no 
Distrito Federal (DF) a lei que prevê cota para pessoas pretas e pardas é de 2019, ou seja, 
é muito mais recente, cada estado e município devem fazer a sua. Essa lei, quando questio-
nada no Supremo, foi declarada de igualdade material e que deveria ser respeitada, confir-
mando sua constitucionalidade.
• A questão das cotas em universidades e o princípio meritocrático.
Houve outra polêmica que não tem a ver com o mundo dos concursos públicos, mas 
com universidades e centros de pesquisa. Quando se fala em educação (pode ser cobrado 
na prova na parte de ordem social ou na parte do próprio art. 5º), a CF dispõe que o acesso 
aos níveis mais elevados de ensino se dá de acordo com a capacidade de cada um (critério 
meritocrático). Reparar que, se é de acordo com o critério meritocrático, entrarão as maiores 
notas, certo? NÃO. Porque nas universidades e centros de pesquisa há o pessoal da ampla 
concorrência e o pessoal da cota, e a nota de corte está representada abaixo com a linha 
verde. Quem entrou questionando no Supremo foi o pessoal que ficou ondeestá o pontilhado 
vermelho, porque os que ficaram neste não tiveram nota suficiente para entrar na ampla con-
corrência, mas tiveram nota maior do que o pessoal da cota, então reclamaram que estavam 
tirando os melhores.
AMPLA COTA
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
DIREITO CONSTITUCIONAL
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O STF declarou que deveria compatibilizar dois dispositivos constitucionais: a igualdade 
material de um lado e o critério meritocrático de outro, então entram os melhores da ampla 
concorrência e os melhores da cota. Logo, as cotas em universidades e centros de pesquisa 
não são inconstitucionais.
Se alguém tentou entrar em um concurso pela cota racial, basta a autodeclaração, ou 
pode haver um critério externo de identificação? Não basta a autodeclaração, pois a banca 
examinadora pode exigir outros meios de comprovação, como a entrevista com a banca 
para atestar se a pessoa possui características fenotípicas e genotípicas de pessoa preta ou 
parda. Então é preciso ficar atento, pois se o candidato quer concorrer nas cotas, é preciso 
saber o que diz o edital, porque existem dois tipos de afirmações em editais para concursos. 
Existem editais de concurso que preveem que, se o candidato afirmar que está concorrendo 
pela cota, mas não for aprovado no critério da identificação, passará a concorrer pela ampla 
concorrência se tiver nota suficiente. Há outros editais que falam que, se o candidato afirmou 
estar dentro da cota e não tiver sido aceito, passa a ser eliminado. 
• Extensão a estrangeiros não residentes e os benefícios da execução penal.
Houve um caso que envolvia dois traficantes com muitos quilos de "escama de peixe" 
(a cocaína mais pura) no aeroporto de Guarulhos, praticando tráfico transnacional, sendo 
um brasileiro e um angolano. O brasileiro foi pego com 200 kg de cocaína, sendo preso e 
condenado. Neste caso, o que acontece com o angolano que está em situação irregular no 
país e ainda traficando drogas internacionalmente? Ele será preso e condenado em regime 
fechado, depois semiaberto e aberto. Vai chegar uma hora em que ele vai querer os bene-
fícios da execução penal, mas alguns desses pressupõem que o preso demonstre ocupa-
ção lícita no país. Mas quem daria emprego para um brasileiro bandido? Imagina-se então 
para um angolano, traficante internacional de drogas em situação irregular no país! Então 
esse angolano terá direito aos benefícios da execução penal porque, de acordo com o STF, 
o fato de ele não conseguir emprego não quer dizer que ele não possa ter os benefícios da 
execução. 
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• Cobrança de preço diferenciado nas mensalidades de alunos deficientes.
Imaginando que uma pessoa tenha um filho deficiente e, quando vai registrá-lo na escola, 
é informado de que não há vaga, logo em seguida aparece outro pai com a criança na mesma 
idade escolar e este é informado de que há vaga. Isso é crime! Às vezes eles suavizam e 
podem afirmar para a pessoa que, como criança especial, necessita de um monitor dedicado 
para ele, que será cobrado da pessoa (pai/mãe) separadamente. O STF afirma que não pode 
ser feita a cobrança de preço diferenciado em mensalidade para alunos deficientes, porque 
isso feriria a dignidade da pessoa humana.
• Cobrança de valor para leitos diferenciados pelo SUS.
Quando se fala de SUS, existem alguns problemas. Os hospitais particulares às vezes 
são conveniados ao SUS, por exemplo, existe uma grande falta de vagas em leitos de UTI 
no país inteiro. A pessoa pode tentar uma vaga em um hospital público, mas não achará, 
contudo a pessoa pode internar um parente no hospital privado para o Estado custear, são 
hospitais com rede conveniada.
Imaginando que, em um hospital (privado) conveniado ao SUS, o cidadão é informado 
que sua mãe ficará internada na enfermaria, então o cidadão pergunta sobre a possibilidade 
de colocar sua mãe em um quarto (melhores condições). A pessoa te informa então que 
é possível, mas com o pagamento de um adicional (para ter um upgrade), uma diferença 
de classe. O STF entende que isso não é permitido, que é inconstitucional a proibição de 
cobrança de valor para ter a diferença de classe, para o upgrade no quarto do parente.
• Direito sucessório: cônjuges x companheiros.
Existe casamento e existe união estável, enquanto união estável é entre companheiros, 
o casamento é o casamento civil formal. A CF (na parte da ordem social) dispõe que a lei irá 
favorecer a conversão da união estável em casamento, então pelo o que a CF dispõe, parece 
que a união estável seria um pouco menos do que o casamento, tanto que favorece converter 
(sair de união estável para o casamento). Mas o Código Civil (2002) trazia uma clara discri-
minação entre cônjuges e companheiros sobreviventes. 
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Quando se fala em sucessões, é porque alguém morreu, é herança. Acontece que, quem 
era casado tinha mais direitos do que quem vivia junto, então era melhor ser casado do que 
apenas viver junto. O STF entendeu que era inconstitucional a diferenciação, então o direito 
sucessório hoje de cônjuges e companheiros está em igualdade. 
Obs. 1: a união pode ser heteroafetiva ou homoafetiva, ou seja, o casamento ou a união 
estável pode ser entre pessoas do mesmo sexo ou de diversidade de sexo. União 
estável homoafetiva e casamento homoafetivo, ambos são admitidos pela jurispru-
dência do Supremo, do STJ e do CNJ. Inclusive, caso a pessoa do cartório não 
queira registrar a união de pessoas do mesmo sexo, por algum tipo de preconceito, 
pode ser responsabilizado por isso.
Obs. 2: no caso das pessoas que nascem com um corpo e se identificam como sendo 
de outro sexo (transgênero), muitas vezes a pessoa não quer fazer a cirurgia de 
redesignação sexual, então o STF, atentando ao princípio da dignidade da pessoa 
humana e da própria igualdade, declarou que se a pessoa nasceu como João e 
se identifica como Maria (ou ao contrário), João pode trocar seu nome para Maria, 
pode trocar o sexo de masculino para feminino sem a necessidade de cirurgia de 
redesignação sexual. Essa mudança de nome e de sexo não precisa ser na via judi-
cial, bastando que ele vá ao cartório, fazendo na via judicial apenas se quiser.
Nome social ≠ alteração do nome (e de todos os registros civis)
• TAF: 2ª chamada e a situação das gestantes 
Se o candidato, no dia da prova, tiver uma lesão, seu filho estiver doente e o candidato 
não dormir direito, estava nervoso e passou mal, qualquer que seja a justificativa, não terá o 
direito à 2ª chamada no TAF, a não ser que esse direito seja assegurado para todo mundo, 
para não ferir a isonomia.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
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A gestante é outra proteção constitucional, é a proteção à infância e à maternidade. Espe-
cificamente para gestante, o STF entende que ela pode fazer a 2ª chamada do TAF em outro 
momento, não sendo discutido em que momento da gestação, até porque existem tipos de 
gravidez que, no começo, já há um risco, por exemplo. Não interessa o que dispõe o edital, a 
gestante sempre terá direito a 2ª chamada do TAF (as outras situações em geral dependem 
do edital).
Obs.: há um entendimento do STJ, também em relação à maternidade, mas não mais para 
gestante e sim para o curso de formação. No curso de formação, a mulher que esteja 
amamentando também tem direito à 2ª chamada.
���������������������������������������������������������������������������������Estematerial foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos II 
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS II
Sobre o Princípio da Legalidade, a Constituição fala:
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II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Quando se fala do princípio da legalidade, você precisa ter em mente que a Constituição 
fala mais de uma vez neste princípio. Você está diante da legalidade do art. 5º, mas na sua 
prova existem outras legalidades, como a do art. 37 (da Administração Pública), a do art. 150 
(tributária), a da ordem social, então pode-se observar que pelo menos duas são muito mar-
cantes na vida.
• Legalidade ampla x estrita (administrativa)
A legalidade ampla é dirigida aos cidadãos e está no art. 5º, II. Por sua vez, a legalidade 
em sentido estrito é o que vale para a Administração Pública, e é ela que está no "LIMPE". 
É preciso ficar atento às provas de direito administrativo, porque muitas vezes pode-se ouvir 
sobre outro princípio, o da juridicidade, visto como a "legalidade 2.0" (a evolução), pois os 
agentes públicos apenas podem fazer o que está no ordenamento jurídico. Por exemplo, 
muitas vezes as agências reguladoras, como ANA, ANATEL ou ANAC editam atos normati-
vos que não são lei (sendo integrantes do Poder Executivo, não fazem lei), mas os agentes 
públicos precisam respeitá-los. Portanto, estar de acordo com a legalidade é estar de acordo 
com o que está na lei, enquanto estar de acordo com a juridicidade é mais amplo, é o que 
está no ordenamento jurídico como um todo. Então, na legalidade ampla você faz o que 
quiser, desde que não haja alguma lei proibindo.
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• Legalidade x reserva legal
Na reserva legal, aquilo deve estar necessariamente sendo feito por meio de lei (lei em 
sentido estrito).
• (Im)possibilidade de Medida Provisória em Direito Penal
O art. 62, § 1º da CF afirma que algumas matérias não podem ser tratadas por meio de 
medida provisória, não cabendo MP em direito penal, processo penal e processo civil. Essa 
norma foi veiculada pela EC 32/01, mas um ano antes (2000), o STF declarou que é permi-
tida medida provisória em direito penal quando o intuito é beneficiar o réu, melhorando a sua 
vida, como na norma não incriminadora (ex: estatuto do desarmamento). 
O art. 32 do Estatuto do Desarmamento comenta sobre a prorrogação da abolitio crimi-
nis temporária. Sobre a posse ilegal de arma (possuir arma em casa), entre 2003 (ano da 
lei 10.826) e 2005, a arma poderia ser entregue e se receber dinheiro por isso, era a aboli-
tio criminis de modo temporário, ou seja, receber o dinheiro e não sofrer nenhuma punição, 
algo favorável ao réu. Em 2008, o governo editou uma medida provisória sobre a extensão 
do prazo até 31/12/2008, uma norma não incriminadora em direito penal, algo não permitido 
pela Constituição, mas pela norma da orientação do Supremo, existe essa possibilidade. 
Obs.: é preciso ficar atento a dois itens em direito constitucional que foram cobrados na 
prova do TCDF e na prova do MPU. Neles, o Cespe declarou que não cabe medida 
provisória em direito penal e citou um caso de extinção da punibilidade por abolitio 
criminis, é norma não incriminadora. Nos dois casos, o Cespe falou que não cabe. 
No direito penal o professor afirma de forma diferente e está correto, mas aqui está 
sendo dada a interpretação do Cespe nas provas dedireito constitucional.
• Exame psicotécnico em concursos públicos (SV 44)
Cuidado com algumas palavras que o Cespe geralmente usa, como "prescinde", "dis-
pensa" e "independe". O exame psicotécnico em concurso público pode ser exigido, sendo 
possível eliminar o candidato. 
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Antigamente não haviam balizas seguras, de modo que se uma pessoa levasse o caso 
para a justiça poderia ganhar, mas não funciona mais assim. O STF não tem relação com a 
SV 44, e fixou quatro balizas que você precisa saber. Se o exame psicotécnico estiver pre-
visto em lei, no edital, se tiver critérios objetivos de correção e se tiver possibilidade de recur-
sos na via administrativa, o STF entende que o Judiciário não poderá rever.
Obs.: a Súmula Vinculante 44 afirma que apenas por lei pode-se exigir o exame psicotéc-
nico, não bastando estar previsto no edital. É claro que está no edital porque está 
sendo cobrado ao candidato – mas não basta, precisando estar respaldado em lei. A 
mesma regra valerá para outras situações, como limite de idade e de altura. 
• Limite de idade e de altura em concurso público (STF, Súmula 683)
É permitido haver limite de idade em concurso público, desde que esteja previsto em 
lei, mas estes possuem outro requisito, devendo ser justificados pela natureza do cargo. O 
requisito da altura vale muito na área militar (PM, Bombeiros, Forças Armadas), mas o STF 
afirma que, mesmo nos casos militares, não basta a legislação, sendo necessário observar 
a natureza do cargo. Por exemplo, um policial militar, soldado da PM que trabalha nas ruas 
deve possuir a altura mínima. Contudo, quem trabalha no corpo de saúde não precisa ter a 
altura mínima – a idade se mantém como requisito por conta da jovialidade –, mas a altura 
mínima não é tão exigida e rigorosa quando são cargos que não sejam a atividade-fim da 
segurança pública. 
Para a PF há limite de idade, sendo que antes dos 75 anos é preciso passar e tomar 
posse, mas é necessário fazer o TAF.
• Tatuagens
A pessoa pode ter tatuagem perceptível, mas não qualquer uma. A tatuagem em si pode 
excluir (ex: suástica), ou um palhaço na perna (no meio policial é dito que é um homem que 
mata um policial), então a pessoa que possuir esse tipo de tatuagem não será aceita. Por-
tanto, se a mensagem for ofensiva à corporação ou aos valores da República Federativa do 
Brasil, isso pode excluir a pessoa, mas o fato de simplesmente existir a tatuagem não pode. 
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VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a 
suas liturgias (norma de eficácia contida);
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convic-
ção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Aqui estão as partes relacionadas à liberdade de consciência de crença, tema este que o 
STF possui vários julgados.
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA E LIBERDADE RELIGIOSA
• Liberdade de crença: sacrifício de animais em rituais religiosos
Deve-se despir de preconceitos, pois em algumas religiões há o sacrifício de animais, 
como em religiões de matriz africana, e é o que estava na legislação questionada pelo STF. 
A lei do Estado do Rio Grande do Sul falava sobre proteção ambiental e nesta estava per-
mitido o sacrifício de animais em rituaisreligiosos de matriz africana. O STF negou essa espe-
cificidade de ser religião de matriz africana, afirmando que qualquer religião, se fizer parte da 
convicção o sacrifício de animais, pode existir. Dessa forma, prevaleceu que pode haver o 
sacrifício de animais em rituais religiosos, e sem haver a necessidade do consumo da carne.
• Ensino religioso de natureza confessional em escolas públicas
ATENÇÃO
Assunto muito cobrado em prova, tanto no art. 5º quanto na parte de ordem social 
e educação.
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Você já deve ter visto escolas particulares que possuem nomes religiosos (ex: escola 
adventista, colégio batista, escola presbiteriana, escola nossa senhora etc.), ou seja, escolas 
ligadas à religião. Escolas privadas assim podem existir, mas quanto às escolas públicas, a 
situação é diferente. A CF (dentro de ordem social) afirma que o ensino religioso é de ofere-
cimento obrigatório, mas a matrícula é facultativa. 
O estado é laico (onde se admite e respeita todas as formas de crença), então o ensino 
religioso de natureza confessional (que direciona para uma religião específica) em escolas 
públicas é permitido? Poderia haver um convênio entre a escola pública e a igreja batista da 
cidade, por exemplo? E o ensino religioso na escola pública pode ter natureza confessional? 
O STF declarou que o ensino religioso pode ter natureza confessional mesmo em escolas 
públicas. 
• Recusa da prestação obrigatória e da alternativa: perda ou suspensão dos direitos 
políticos?
Um homem possui a obrigação de cumprir o serviço militar obrigatório, por exemplo. 
Quando o sargento pergunta se ele deseja servir, o homem pode falar que não, porque é do 
partido da paz como convicção política e filosófica contra a guerra. Repare que esse homem 
está respaldado na Constituição Federal, mas nasce um problema, porque ele se eximiu de 
uma obrigação imposta a todos, podendo ser obrigado a cumprir uma prestação alternativa, 
como fazer o trabalho de vigilante em um Ministério. Se o homem se recusar também à pres-
tação alternativa (dupla recusa), ele será privado de direitos (perda ou suspensão dos direi-
tos políticos). Para o Cespe, o homem sofrerá a perda dos direitos políticos (foi cobrado na 
prova do TRE/BA).
Observe o caso do ENEM, em que tinha as suas provas realizadas aos sábados e aos 
domingos, e quando eram realizadas nesses dias, uma discussão ocorreu porque um grupo 
de alunos judeus foi ao STF para não fazer a prova no sábado em razão de sua crença reli-
giosa. O STF, à época, declarou que, pela magnitude das provas do ENEM (2º maior vesti-
bular do mundo), realmente exigir que a prova fosse feita em formato diferente apenas para 
beneficiar esse grupo seria um sacrifício da coletividade. Dessa forma, o direito fundamental 
do grupo cederia espaço ao da maioria. Depois, houve uma modificação e as provas passa-
ram a ser em domingos subsequentes a fim de evitar esse atrito por questões de convicção 
religiosa dos judeus e adventistas. 
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Obs.: � Assunto muito relevante para carreiras policiais.
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Lembre-se aqui de uma figura chamada "black block", que não é permitida, pois as pes-
soas que participam estão mascaradas. É como se a CF dissesse que você pode falar o que 
quiser, mas que você responderá pelo que falar, por isso que é livre a manifestação do pen-
samento, mas é proibido o anonimato. Se é assim, como funciona com as pessoas da polícia 
que recebem o disque-denúncia?
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional.
O sigilo da fonte na CF vale para jornalista e para parlamentar.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E VEDAÇÃO AO ANONIMATO
• A posição de destaque da liberdade de expressão na jurisprudência do STF
Não pode-se dizer que existe hierarquia entre dispositivos constitucionais, pois são 
normas originárias e estão em pé de igualdade, mas o STF afirma que a liberdade de expres-
são, quando em confronto com outros dispositivos, prevalece, ou seja, a censura prévia deve 
ser usada como medida excepcionalíssima, podendo ser usada, por exemplo, quando ficar 
manifestamente comprovado que se estava diante de um fato falso (fake news). Neste caso, 
poderia excepcionalmente, mas a regra é primeiro publicar e depois responsabilizar.
• Censura prévia: excepcionalidade da medida
• Disque-denúncia (delação apócrifa / é aceita pela CF e pela jurisprudência do Supremo)
• Discurso de ódio: hate speech
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Foi mencionado anteriormente o termo "fale o que quiser, mas responda sobre o que 
falar". Mas e quanto aos líderes religiosos, existe uma liberdade maior? Porque a depender 
da crença religiosa, para vender a ideia da igreja ou da crença, a pessoa muitas vezes “vende 
o seu peixe”, criticando as outras crenças, não apenas falando bem do seu segmento, mas 
criticando aos outros. A liberdade de expressão não protege discursos de ódio, e criminaliza 
inclusive manifestações de líderes religiosos. 
Observe o HC 82424, do caso Ellwanger, onde esse homem escreveu um livro ofensivo a 
judeus. O STF entendeu que aquela prática não estava abrangida pela liberdade de expres-
são do pensamento e era criminosa. É criminosa, mas prescreveu, e o STF afirmou que não 
prescreve, porque a ofensa aos judeus é prática de antissemitismo e antissionismo. O STF 
equiparou a conduta de Ellwanger ao racismo na vertente social. Em 2019, o STF novamente 
alarga o conceito de racismo social, mas dessa vez a ofensa não era contra o povo judeu, e 
sim com a criminalização da homofobia e transfobia. A ADO (ação direta de inconstituciona-
lidade por omissão) afirmava que a criminalização de homofobia e transfobia não foi criada 
pelo Congresso Nacional, mas deveria ter sido, afirmação com a qual o STF concordou, e 
afirmou que até que venha a lei, essa deve ser usada (7.716/89).
• Oferecimento de denúncia com base em delação apócrifa: (quando a autoridade 
policial recebe a renúncia anônima) há a necessidade de diligências preliminares
Se a autoridade policial recebeu a denúncia anônima e sabe da necessidade de fazer 
uma diligência preliminar, esta pode ser a interceptação telefônica? O STJ (em um primeiro 
momento) e o STF entenderam que não, porque a interceptação telefônica é considerada 
como ultima ratio, ou seja, última medida, e se é diligência preliminar há outras ferramentas 
para lançar mão. Isso foi uma das maiores operações da PF, por isso é importante para a 
sua prova.
Obs.: Antes da operação da Lava-Jato, existia outra operação também envolvendo as 
grandes empreiteiras, chamada Operação Castelo de Areia.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos III 
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS III
V – é assegurado o direito de resposta, proporcionalao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
1. Danos Moral, Material e Estético
• Possibilidade de incidência de forma cumulada em razão do mesmo evento.
• A questão das biografias não autorizadas (Roberto Carlos).
O STF, em análise aos artigos 21 e 22 do CC, entendeu pela possibilidade de divulga-
ção de biografia não autorizada. Caso acabe em crime contra a honra, o autor poderá 
ser responsabilizado.
• Formas de reparação:
a. Preventiva: tutela inibitória (Proibir que o dano se concretize).
EXCEÇÃO, pois, conforme entendimento do STF, sempre que houver colisão entre 
liberdade de expressão e direito de intimidade e liberdade, larga na frente a liberdade 
de expressão. 
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento 
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial.
O conceito de casa é amplo e abrangente conforme entendimento do STF, podendo 
incluir apartamentos, casas, hotéis, motéis, hospedarias, pensão, pousadas, habitações de 
uso coletivo, ambiente de trabalho, desde que ocupados.
2. Inviolabilidade do Domicílio
HIPÓTESES DIA NOITE
Para prestar socorro PODE PODE
Em caso de desastre PODE PODE
Em flagrante delito PODE PODE
Por determinação da autoridade judicial* PODE ...
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos III 
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ATENÇÃO
• Definição de dia x noite: jurisprudência do STF e Lei do Abuso de Autoridade.
Lei de Abuso de Autoridade: 21h – 5h.
Jurisprudência do STF: critério astrofísico (aurora e crepúsculo).
• Autoridade judicial e a cláusula de reserva de jurisdição.
• O ingresso desautorizado em domicílio e a responsabilização por abuso de 
autoridade. 
Casa Desabitada
Fundada suspeita para uso
para guarda de produtos de crime
Não precisa de 
mandado
O cheiro de droga e a autorização para ingresso em domicílio.
A relativização do ingresso no período noturno por ordem judicial.
Ingresso desautorizado e residência não habitada.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos IV
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS IV
1. Inviolabilidade de Sigilos
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que 
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
• Reserva Legal Qualificada: a própria constituição restringe a utilização da quebra do 
sigilo das comunicações telefônicas.
• CPI pode quebrar sigilo telefônico? NÃO – INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA.
• CPI pode quebrar sigilo de dados fiscais, bancários e telefônicos. 
2. Quebra de Sigilos – PODER JUDICIÁRIO
• Pode quebrar qualquer um dos sigilos, desde que o faça de forma fundamentada!
• Inexistência de direito absoluto.
• Interceptação telefônica: Lei n. 9.296/1996.
• Prazo:15 dias + 15 dias (Para a jurisprudência, o prazo pode ser prorrogado de forma 
sucessiva, se houver fundamentação e necessidade).
• Possibilidades de decretação: 
 – Serendipidade: Encontro fortuito.
 – Autoridades com foro especial.
 – Degravação de diálogos: a mídia deve ser entregue por completa para a defesa; 
contudo, a degravação só das partes mais importantes.
3. Quebra de Sigilos – CPI
• CPI pode quebrar todos os sigilos, exceto o das comunicações telefônicas (intercep-
tação, escuta e grampo).
• A quebra deve ser fundamentada e observando o princípio da colegialidade. 
• CPIs ESTADUAIS/DISTRITAIS também podem quebrar, pois têm os mesmos pode-
res das autoridades judiciais.
• CPIs MUNICIPAIS não podem quebrar sigilo, porque não há judiciário no município.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos IV
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4. Quebra de Sigilos – MINISTÉRIO PÚBLICO
• Prevalece a orientação de que o Ministério Público não pode quebrar sigilos, devendo 
requerer a providência ao Poder Judiciário.
O MP poderia ter acesso a contas pertencentes à Prefeitura, independentemente de au-
torização judicial, até porque, nesse caso, o poder público seria o titular da conta! 
5. Quebra de Sigilos – TRIBUNAL DE CONTAS
• Teoria dos poderes implícitos.
• Impossibilidade de quebra de sigilos.
• Possibilidade de acesso/requisição a contratos envolvendo verba pública.
6. Quebra de Sigilos – RECEITA FEDERAL
• Transferência de sigilos e a LC n. 105/2001.
• Compartilhamento de dados. 
• A transferência de sigilos é diferente de quebra de sigilos.
• ABIN/SISBIN:
 – PF
 – PRF
 – ANTT
 – ANAC
 – MJ
 – AGU
• Para compartilhamento de dados, é necessário o interesse público, justificativa por 
escrito, e atenção à reserva de jurisdição.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos V
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS V
1. LIBERDADE DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações pro-
fissionais que a lei estabelecer;
• Inadimplência de contribuições no órgão de classe: (im)possibilidade de suspen-
são do registro.
 – Vale ressaltar a situação julgada pelo STF, em que uma advogada inscrita na OAB 
possuía débitos em relação a sua anuidade, o que consequentemente gerou a sus-
pensão do direito de exercer a advocacia. A referida advogada ingressou com uma 
ação no STF, alegando que o órgão de classe estava impedindo o seu direito cons-
titucional de livre exercício de profissão, sendo acolhida sua tese pelo STF. Este 
ainda complementou que a inadimplência não impede o exercício da profissão ou 
suspensão do registro.
• Classificação da norma: norma de eficácia contida.
• Registro na OAB x Registro na OMB
 – No Poder Judiciário, há uma normativa que impede que o ex-magistrado possa exer-
cer advocacia por três anos no juízo ou tribunal de onde originou o afastamento. Um 
exemplo atual é o caso do ex-juiz Sérgio Moro.
 – Contudo, a OAB estendeu esse impedimento para todo o escritório, entretanto o STF 
dispôs pelo entendimento de que é uma norma restritiva, devendo ser interpretada 
restritivamente. Já a restrição do exercício da profissão seria estendida para outras 
pessoas, além do ex-magistrado. Dessa forma, caracterizando a aplicação da pena 
a outrem, desrespeitando o princípio constitucional da intranscendência das penas.
 – É de suma importânciaressaltar que o entendimento do STF sobre o registro no 
órgão de classe é excepcional – e só se justificaria em decorrência da natureza do 
cargo ocupado e se houver potencialidade lesiva naquela atividade. 
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos V
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2. TRIBUNAL DO JÚRI
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a. a plenitude de defesa;
b. o sigilo das votações;
c. a soberania dos veredictos;
d. a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
• Competência para julgar crimes dolosos contra a vida:
1) Crime de homicídio;
2) Infanticídio;
3) Aborto; e
4) Instigação ao suicídio.
Obs.: � Feminicídio: crime de homicídio qualificado contra mulher em decorrência do gênero, 
sendo competência do Tribunal do Júri. Contudo, femicídio é o crime contra mulher, 
independente do gênero.
ATENÇÃO
Femicídio é diferente de Feminicídio.
• Soberania x Imutabilidade dos Veredictos – apelação e revisão criminal.
 – Um bom exemplo a ser dado é o de um assassino confesso de sua esposa, o qual 
foi levado ao Tribunal do Júri, entretanto o mesmo foi absolvido pelos jurados. Como 
um réu confesso pode ser absolvido pelo Júri? 
 – Segundo entendimento do STF, o veredito do Júri é soberano. Entretanto, no recurso 
de apelação ao Tribunal, pode solicitar apenas um novo julgamento, não a absolvi-
ção, já que o veredito é soberano. Nesse novo julgamento, poderá ser absolvido ou 
condenado.
• Plenitude de defesa – o quesito genérico da absolvição e a (im)possibilidade de 
inverter a ordem de quesitos.
 – Segundo entendimento pacificado na jurisprudência, é a ordem dos quesitos, já que 
a absolvição deverá ser formulada antes de tese de desclassificação.
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• SV n. 45: foro especial previsto exclusivamente na Constituição Estadual. 
 – Um ótimo caso para explanar sobre tal Súmula é o caso da deputada Federal Florde-
lis, a qual é acusada, juntamente com seus filhos, de matar o marido. Dessa forma, 
todos os envolvidos estão sendo julgados na primeira instância, inclusive a depu-
tada, uma vez que o STF o foro especial dos parlamentares envolve dois requisitos, 
sendo eles:
 - Crime cometido durante o mandato.
 - Necessidade de relação com o cargo.
 – Voltando ao caso, como o crime da já citada deputada não possui nenhum dos dois 
requisitos, será assim julgada pelo Tribunal do Júri. Contudo, a imunidade parlamen-
tar permite somente prisão em flagrante por crime inafiançável. Por isso, a mesma 
não foi presa juntamente com os outros envolvidos.
Súmula Vinculante n. 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro 
por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
3. DIREITO DE DEFESA
LV – Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegu-
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
• A utilização de nome falso para ocultar a condição de foragido configura crime?
Sim, a utilização de nome falso para ocultar a condição de foragido constitui crime de 
falsa identidade.
Falsa identidade
Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio 
ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime 
mais grave.
• Autodefesa x Defesa Técnica
 – A autodefesa é dispensável, contudo a defesa técnica NÃO.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos V
DIREITO CONSTITUCIONAL
• PAD e a necessidade de advogado: diferenças entre PAD Administrativo e PAD 
Penal (SV n. 5 e Súmula n. 533/STJ)
 – O PAD de âmbito administrativo não é necessário a defesa técnica, podendo ser 
sem advogado, conforme entendimento da Súmula Vinculante n. 5.
Súmula Vinculante n. 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disci-
plinar não ofende a Constituição.
 – Contudo, o PAD Penal ao contrário do administrativo requer a presença de 
defesa técnica.
• Súmulas Vinculantes n. 3, 5, 14, 21 e 28
 – Súmulas Vinculantes n. 21 (Recurso Administrativo) e 28 (Matéria Tributária): 
veda a proibição de pagamento anterior a proposição de recurso administrativo 
 - Exemplo: multa de trânsito, anteriormente pagava-se a penalidade, para poste-
riormente interpor recurso, contudo, esse entendimento é ultrapassado e a veda-
ção é concretizada pelo STF.
 – Súmula Vinculante n. 14: o advogado possui direito de acesso aos meios de provas 
já documentados.
Súmula Vinculante n. 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo 
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão 
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Súmula Vinculante n. 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato 
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de 
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. – 
• Condução coercitiva para interrogatório
 – A condução coercitiva pode ocorrer apenas de vítimas e testemunhas, já que o acu-
sado não é obrigado a produzir prova contra si.
• Interrogatório: momento nos diferentes ritos
 – O STF entende que o interrogatório deve ser o último momento da instrução, con-
tudo nas autoridades com foro especial o referido não precisa ser necessariamente 
o último ato.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VI
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS VI
PENAS
Texto Constitucional
• XLVII – não haverá penas: (PENAS PROIBIDAS)
a. de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
ATENÇÃO
Em caso de guerra é permitida a pena de morte por fuzilamento.
b. de caráter perpétuo;
c. de trabalhos forçados;
d. de banimento;
e. cruéis;
ATENÇÃO
1. Os temas mais recorrentes em provas são as penas de caráter perpétuo, de banimento 
ou cruéis;
2. Não é permitido pena de caráter perpétuo, contudo, o artigo 75 do Código Penal foi 
alterado pelo Pacote Anticrime e trouxe uma alteração no limite de duração da pena de 30 
anos para 40 anos;
3. Os benefícios da execução são cálculos pela pena total imposta, não pelo limite imposto;
4. Os inimputáveis não recebem pena, mas sim medida de segurança.
PENAS PERMITIDAS X PROIBIDAS
• Morte, salvo guerra declarada;
• Banimento;
 – Expulsão x extradição.
• Trabalhos Forçados;
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VI
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• Cruéis;
 – Prisões em contêiner.
• De Caráter Perpétuo.
 – Limite de pena e benefícios da execução penal;
 – Duração da medida de segurança.
ATENÇÃO
5. Conforme entendimento do STJ: A duraçãoda medida de segurança não pode 
ultrapassar a pena máxima abstratamente prevista.
6. Deportação: ingresso irregular em um país, por questões administrativas, não houve 
cometimento de crime.
Exemplo:
Sujeito estrangeiro e possui família brasileira.
• É possível a extradição ou expulsão?
Para responder o questionamento é necessário realizar a diferenciação de extradição 
e expulsão:
7. Extradição: na extradição o sujeito cometeu crime no outro país, e o referido país 
deseja cumprir a sanção penal.
• O Brasil não realiza a extradição brasileiros natos. (NUNCA!)
• No caso de estrangeiro, no cometimento de crime comum antes da extradição ou 
comprovado envolvimento com tráfico de drogas.
8. Expulsão: o cometimento do ato ilícito foi no Brasil.
Retornando ao questionamento anterior, conforme entendimento do Supremo 
Tribunal Federal:
• O fato de possuir família brasileira não impede a extradição, mas impede 
a expulsão.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VI
DIREITO CONSTITUCIONAL
• O fato de adquirir família brasileira no trâmite do processo de expulsão impede 
a expulsão.
9. Banimento: é a expulsão de brasileiro do território nacional.
10. Em relação as penas cruéis o STF e o STJ possuem entendimentos:
• STJ: proíbe a prisão em contêiner. 
Em 2015, o STF reconheceu, sobre o sistema carcerário brasileiro, o Estado de Coisas 
Inconstitucional. Em síntese, o sistema carcerário está irregular. Sendo assim, o STF 
determinou a realização de audiências de custódias, visando à diminuição dos presos 
cautelares, proibindo, ainda, o contingenciamento de verbas destinadas ao FUNPEN.
Já em 2020, o IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), o qual atuou em 2015 
como Amicus Curiae, solicitou a soltura dos presos do regime aberto e semiaberto, sem 
violência ou grave ameaça, tendo em vista a COVID 19 e a superlotação do sistema carcerário 
brasileiro. Contudo, o STF entendeu não cabimento do pedido. 
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a. privação ou restrição da liberdade;
b. perda de bens;
c. multa;
d. prestação social alternativa;
e. suspensão ou interdição de direitos;
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VII 
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS VII
PENAS
Texto Constitucional:
1. Princípio da Intranscendência da pena:
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação 
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, 
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio 
transferido;(herança)
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a. privação ou restrição da liberdade;
b. perda de bens;
c. multa;
d. prestação social alternativa;
e. suspensão ou interdição de direitos;
ATENÇÃO
1.	As	penas	permitidas	aparecem	na	Constituição	em	rol	exemplificativo.
2. Penas permitidas x proibidas
• Suspensão do direito de dirigir aplicada a motoristas profissionais
 – O entendimento do STF: é possível a aplicação da punição do direito de dirigir.
• Sistema carcerário e o Estado de coisas inconstitucional
Exemplo:
O autor praticou o crime de roubo, sendo punido em 5 anos de reclusão + 10 dias de 
multa + o dever de ressarcir a vítima. Porém, com um mês de cumprimento da pena, o autor 
faleceu. 
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VII 
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O restante da pena não será transmitido aos herdeiros, sendo ela de restrição de liberdade 
ou a pena pecuniária; contudo, o dever de indenizar é transmissível.
• Pena: cumprimento da privativa de liberdade e não pagamento da pena pecuniária – 
(im)possibilidade de extinção da punibilidade. 
ATENÇÃO
1. O não pagamento da multa não gera reclusão, e sim converte a dívida de valor 
(dívida ativa), impossibilitando a extinção da punibilidade, já que o sujeito não cumpriu 
todas as penas.
3. Individualização e da intranscendência da pena
• A constitucionalidade da agravante da reincidência
A agravante da reincidência é constitucional, não sendo passível a possível a aplicação 
do princípio do bis in idem, pois está na individualização da pena.
• Imposição de cumprimento de pena em regime fechado - crimes 
hediondos – tortura
A Lei dos crimes Hediondos n. 8.072/1990 determina que a pena será cumprida 
integralmente em regime fechado. Contudo, o STF, em 2006, determinou pela 
inconstitucionalidade da imposição, por ferir o princípio da individualização da pena. Já em 
2007, a Lei n. 11.464/2007 determinou que os crimes hediondos e equiparados iniciarão 
em regime fechado. Entretanto, o STF entendeu pela inconstitucionalidade da referida por 
também ferir o princípio da individualização da pena.
Em relação ao crime de tortura, o STF entende pelo início no regime fechado; contudo, o 
STJ entende pela aplicação da regra geral. Ou seja, varia de acordo com as circunstâncias.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VII 
DIREITO CONSTITUCIONAL
4. Direito de Propriedade 
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalva-
dos os casos previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI	–	a	pequena	propriedade	 rural,	assim	definida	em	 lei,	desde	que	 trabalhada	pela	 família,	
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, 
dispondo	a	lei	sobre	os	meios	de	financiar	o	seu	desenvolvimento;
DIREITO DE PROPRIEDADE
• Desapropriação por interesse público, necessidade ou utilidade pública;
 – Indenização prévia, justa e em dinheiro.
• Desapropriação-sanção;
 – Quando não respeitado a função social da propriedade.
• Expropriação:
 – Terras nas quais se cultive substâncias psicotrópicas;
 – Terras nas quais se utilize de mão de obra escrava.
• Uso da propriedade particular em caso de iminente perigo público.
 – Exemplo: a utilização de uma escola privada para abrigar pessoas desabrigadas 
de uma enchente, o dever de indenizar surgirá apenas se houver dano, devendo a 
referida indenização ser posterior.
• A pequena propriedade rural desde que trabalhada por sua família não será objeto 
de penhora.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VIII
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS VIII
TEXTO CONSTITUCIONAL
• O tráfico, tortura e terrorismo (triplo T) são equiparados a hediondos. A Constituição 
Federal não previu os crimes hediondos.
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortu-
ra, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
• Trata-se de um mandado de criminalização. A Constituição Federal não cria os crimes 
hediondos propriamente ditos, mas direciona a ação do legislador.
• Respondem pelos crimes os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, 
se omitirem. A Lei n. 9.455/1997 (Lei de Tortura) previu a perda automática 1 do cargo. 
Na maioria dos casos, a pena acessória de perda do cargo público não é automática: 
precisa ser fundamentada pelo juiz. O STJ decidiu, ao julgar o caso do policial militar 
que, apesar de ter ouvido os gritos do preso, se omitiu, que a omissão também gera a 
perda automática do cargo.
CRIMES HEDIONDOS + TTT
Características dos crimes hediondos e equiparados:
• Inafiançáveis: não cabe o pagamento de fiança. 
– Atenção: é possível a liberdade provisória, desde que sem fiança.
- O fato de o crime ser inafiançável não impede liberdade provisória.
• Insuscetíveis de graça e anistia:
– Graça:
- O termo “graça” utilizado pela Constituição Federal abrange os seguintes 
institutos:
1 O juiz não precisa se justificar.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Obs.: Todos são concedidos pelo Presidente da República.
- Graça: perdão individual.
- Indulto: perdão coletivo.
- Comutação: indulto parcial.
- O indulto pode ser pleno (gera o perdão da pena por inteiro) ou parcial.
– Anistia: concedida pelo Poder Legislativo, isto é, pelo Congresso Nacional ou pela 
Assembleia Legislativa.
- A anistia concedida pelo Congresso Nacional pode envolver aspectos penais ou 
administrativos. A Assembleia Legislativa, por outro lado, somente pode conce-
der anistia em relação à punição administrativa.
- Como os crimes não podem ser anistiados pela Assembleia Legislativa, o Poder 
Legislativo do Espírito Santo somente anistiou as punições administrativas come-
tidas pelos policiais militares durante a greve de 2018 mediante lei de iniciativa do 
Governador do Espírito Santo. 
• Prescritíveis: os crimes hediondos e equiparados, por mais bárbaros que sejam, sujei-
tam-se à prescrição.
• Regime prisional: segue as regras do art. 33 do Código Penal.
CP. Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de 
detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
§ 1º Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o 
mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferên-
cia a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), 
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde 
o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos crité-
rios previstos no art. 59 deste Código.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
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§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cum-
primento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do 
ilícito praticado, com os acréscimos legais.
• (Im)possibilidade de o STF restringir os limites do decreto presidencial de indulto:
– Em 2017, o Presidente Michel Temer editou um indulto muito favorável, inclusive em 
relação aos crimes do colarinho branco. A Procuradoria-Geral da República ques-
tionou o indulto perante o STF e a Ministra Carmem Lúcia, até então Presidente 
da Corte, proibiu a produção dos efeitos do ato. Dois anos depois, em 2019, o STF 
decidiu que o Judiciário não poderia intervir nos limites do decreto de indulto, por se 
tratar de um ato de competência do Chefe de Estado.
TEXTO CONSTITUCIONAL 
• Pela leitura da Constituição Federal, somente dois crimes seriam imprescritíveis: o de 
racismo e de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional 
e o Estado Democrático.
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclu-
são, nos termos da lei;
• Cuidado: às vezes as provas substituem o termo “reclusão” por “detenção”.
– Detenção é menos grave, pois somente admite o regime aberto e semiaberto.
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, 
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
• Golpe de Estado.
– O dispositivo foi colocado na Constituição para evitar que, caso um grupo tentasse 
dar um golpe de Estado novamente, o direito de punir nunca seria extinto.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
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CRIMES IMPRESCRITÍVEIS
Racismo
Inafiançabilidade.
Imprescritibilidade.
Antissemitismo e Antissionismo (2004). 
• Hard case julgado pelo Supremo Tribunal Federal no ano de 2004. Nesse caso, o 
STF analisou um livro escrito por Ellwanger no qual negava o holocausto e defendia 
ideias de superioridade da raça ariana. Em sua defesa, o autor alegou a inexistência 
de crimes, pois estava exercendo a sua liberdade de expressão, bem como a configu-
ração da prescrição. Na decisão, o STF entendeu que a liberdade de expressão não 
permite discurso de ódio e que o antissemitismo, por ser equiparado ao racismo, é 
imprescritível.
Homofobia e Transfobia (2019).
• Em 2019, o STF se deparou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omis-
são (ADO) que impugnava a omissão do legislador em editar uma norma criminaliza-
dora da homofobia e transfobia. Na decisão, a Corte reconheceu a omissão do legis-
lador, porém estabeleceu, até a edição da lei, a possibilidade de utilização da Lei do 
Racismo (Lei n. 7.716/1989).
• O antissemitismo, antissionismo, homofobia e transfobia são considerados racismo na 
modalidade “racismo social”.
• O crime de injúria racial (art. 140, § 3º do CP) difere do de racismo (Lei n. 7.716/1989).
– Se alguém xingar a atendente do supermercado de “negra safada”, comete o crime 
de injúria racial.
– O STJ e o STF entendem que o crime de injúria racial é imprescritível, assim como 
o de racismo.
- Cuidado: nem todos os crimes de injúria são imprescritíveis.
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