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A construção e consolidação do modelo capitalista durante e pós-guerra fria_ A manutenção da paz advinda da cooperação

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Universidade católica de Brasília
Eliezer Justo de Lima
Relações Internacionais
A construção e consolidação do modelo capitalista durante e pós-guerra fria; A manutenção da paz advinda da cooperação
Brasília – DF
07/05/2020
RESUMO 
A idéia central do artigo é que o fim da Guerra Fria no final da década de 1980 não deve ser interpretado como um episódio e sim como parte de um amplo processo de mudança. A partir desta idéia, tenta-se demonstrar, por meio de visões expressas em várias obras e artigos, que o processo que levaria ao fim da Guerra Fria já estava em andamento quase duas décadas antes de 1989. Na parte final, propõe-se a lógica da busca pelo poder, a hegemonia e o descompasso no desenvolvimento das regiões como instrumentais teóricos para compreender o caráter eminentemente instável da ordem internacional. A conclusão é que a complexa agenda internacional da realidade contemporânea não é muito diferente da que predominava na última década da Guerra Fria, mas a forma como as questões são percebidas e encaminhadas se modificou substancialmente. 
Palavras-chave: Guerra Fria. Globalização. Busca pelo poder. Hegemonia. Desenvolvimento econômico. 
ABSTRACT 
The core idea of the article is that the end of the Cold War in the last years of the eighties should not be viewed as a single fact, but as a part of a broad process of change. From this standpoint, it searches to prove, through the points of view expressed in several books and articles, that the process which led to the end of the Cold War was already in motion almost two decades before 1989. The second part of the article argues in favor of Olson's Logic of search power, hegemony and the existence of a gap between the development of world regions as theoretical frameworks to comprehend the naturally unstable feature of the international order. It concludes by stating that the complex contemporary international agenda is not quite different from the one which was predominant in the last decade of the Cold War, but the manner through which issues are realized and forwarded has substantially changed. 
Key-words: Cold War. Globalization. Collective action. Economic development.
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa analisar como e em que sentido as transformações ocorridas na estrutura das relações internacionais se refletem na agenda internacional. Ao longo do último quarto deste século, um fenômeno tão central como a Guerra Fria deixou de existir sem que estudiosos de qualquer tendência tivessem previsto sua ocorrência e, em seu rastro, uma variada gama de temas passaram a ocupar as atenções dos analistas e formuladores de política. Hoje, está bastante claro que esse fenômeno está relacionado com mudanças complexas e inter-relacionado entre si na tecnologia, na estrutura da produção e do comércio, nos fluxos financeiros e nas relações de poder. 
Em 1917, o socialismo nasce como alternativa ao regime democrático liberal e ao modo capitalista de produção que até então eram considerados as formas naturais de exercício do poder político e de organização econômico-social. Em seus 70 anos de história, o comunismo no formato soviético não conseguiu mudar o mundo como prometia desde o século XIX.
O período da guerra fria foi a disputa pela hegemonia entre a União Soviética (URSS) e os Estados Unidos (E.U.A). O seu final em 1989-1991, introduz o mundo a um sistema pós-hegemônico onde as grande4s potências e outros grandes atores internacionais passam a reger coletivamente.
A coordenação e a consulta regular entre os grandes atores internacionais substituíram o cenário de conflito militar entre os dois grandes blocos militares, a OTAN e o Pacto de Varsóvia, este último dissolvido com o fim do socialismo de tipo soviético. Na era da guerra fria as relações internacionais eram baseadas nas zonas de influência de cada um dos blocos e em modelos distintos de organização social e política. O conceito de zonas de influência não foi abandonado totalmente pelo cenário emergente, porém passou a oferecer um único modelo de organização política dito liberal-democrático.
	A transição de um sistema econômico para outro representou inicialmente para muitos países uma queda nos volumes de produção e de comércio. Com uma deterioração das condições de vida e uma desorganização dos circuitos produtivos, por terem sido expostos a uma nova forma de trabalho. Países do Terceiro Mundo, nem todos socialistas, porém com uma grande intervenção do Estado em suas economias, experimentaram também a partir dos anos 80’s uma menor intervenção governamental, manifestada pelo alto grau de subsídios dados a diferentes setores e pela fixação de preços em outros setores considerados estratégicos.
Um processo de abertura econômica, de liberalização comercial e de mais ampla exposição dos sistemas econômicos nacionais à concorrência estrangeira foi aberto. Duas medidas de liberação incluíam a eliminação do controle direto da locação de recursos, nos níveis de preços e no comércio exterior, assim como, desmantelamento de toda estrutura de mecanismos de planejamento centralizado no caso de países institucionalmente socialistas.
A crise do socialismo real nos anos 1980 foi o fator mais poderoso de transformação sistêmica na ordem política e econômica mundial, abrindo caminho para um novo tipo de gestão hegemônica das relações internacionais. As grandes guerras se tornam obsoletos embora conflitos regionais causados por motivos étnicos ou nacionalistas tenham se intensificado, sendo tratados com indiferença pelos grandes atores internacionais na maioria das vezes. Assim se o final dos anos 1980 assistiu a desmilitarização das políticas externas dos grandes atores internacionais, resultou, entretanto, em novos focos de instabilidade no qual a administração foi atribuída a uma Organização das Nações Unidas.
DESENVOLVIMENTO
O estudo de relações internacionais está hoje em evidência devido às profundas transformações que vêm marcando o sistema internacional, seja em decorrência do fim do conflito bipolar, seja como resultado da aceleração dos fenômenos da transnacionalização/globalização e da fragmentação sociocultural. Assim, abrem-se novos campos de estudo, inauguram-se novos projetos de pesquisa e o movimento de importação de teorias e problemas de outras ciências sociais se intensifica. Por outro lado, a crise das estruturas de autoridade baseadas no Estado-nação, o questionamento da hegemonia do paradigma realista e a tendência a uma maior interdisciplinaridade geram uma crise de identidade entre os especialistas (Gaddis, 1992). 
A partir do desenvolvimento da disciplina de relações internacionais nos anos 20, o debate passa a girar em torno da natureza da ordem internacional. Realistas, liberais, racionalistas, marxistas, entre outros, propõem, no contexto de suas teorias e modelos, formas de garantir a ordem internacional, além de formular interpretações sobre sua natureza.
Da década de 70 em diante, a consciência em relação à intensificação e diversificação das formas de interação no ambiente internacional associou, definitivamente, o debate sobre a ordem internacional à busca de uma explicação sobre a formação de normas e instituições internacionais. Nesse período, duas perspectivas surgem de lados opostos do Atlântico, permitindo um renascimento do debate em torno das normas e instituições internacionais: os estudos sobre regimes e os trabalhos da escola inglesa. 
Em contraposição à incorporação da visão hobbesiana do estado de natureza pela literatura realista norte-americana, os autores da escola inglesa (Manning, 1975; Bull, 1977) desenvolvem uma discussão em torno do conceito de sociedade internacional, cunhado por Hugo Grotius ainda no século XVII. Tal conceito permite a compreensão da formação de normas internacionais tácitas ou explícitas, ou seja, instituições internacionais, e traz para o campo das relações internacionais o debate sociológico sobre a origem das normas sociais. Assim, alguns autores enfatizam a formação de uma "cultura internacional",enquanto outros buscam detectar a existência de interesses comuns das partes atomizadas. 
Desde meados da década de 70 a análise de regimes internacionais tem ocupado uma parte expressiva da pesquisa em relações internacionais, permitindo um translado do foco nas relações de poder entre Estados para issue politics (Krasner, 1989; Keohane e Nye, 1977). Regimes são conjuntos de princípios, normas, regras e procedimentos para os quais as expectativas dos atores convergem. Estas normas e instituições são marcadas pela ausência de uma ordem política hierárquica e mecanismos de implementação de sanções. Assim, há uma delimitação do comportamento legítimo ou admissível dos atores em um contexto específico. É importante notar que a teoria de regimes se refere a padrões de cooperação vinculados a áreas temáticas. Trabalhos sobre regimes têm possibilitado a compreensão de formas de cooperação internacional e construção de instituições na ausência de governo.
Em vez de propor uma ordem internacional que emerge naturalmente como decorrência de propriedades estruturais do sistema (balanço de poder, "deterrência bipolar" etc.), a teoria de regimes concentra-se em analisar a formação de normas e regras que garantam a governabilidade do sistema anárquico.
1. A peregrinação dos modelos políticos; Uma análise da Guerra Fria
A guerra-fria foi uma disputa ideológica entre as duas superpotências que restaram da segunda guerra mundial. A URSS (socialista/comunista) e os EUA (capitalisa/liberalista). Durante a segunda guerra mundial os três grandes aliados (URSS, EUA e Grã-Bretanha) fizeram uma aliança quase que exclusivamente sustentada na luta contra Hitler. O antagonismo dessas duas formas de sistema, o capitalismo e o socialismo, conduziria a sociedade internacional para outros parâmetros de sistema. 
Ainda em 1945, George Frost Kennan, conselheiro da embaixada americana em Moscou, havia comunicado ao então presidente Truman, sobre algumas características da reinserção internacional da União Soviética pós-guerra. Segundo ele, Stalin não reconstruiria a economia soviética na lógica da abertura comercial ao ocidente e que não se subordinaria as medidas de defesa do modelo da economia planificada. Relatava também o evidente antagonismo entre o capitalismo e o socialismo e na percepção que a União Soviética não admitiria uma comunidade de propósitos com Estados capitalistas.
As percepções de Kennan acabaram se dissipando cada vez naus nos gestores dos Estados Norte-americanos, que deveriam desenvolver uma vigilância ativa e uma politica de contenção da ambição expansionista soviética. As então politicas americanas com relação a URSS acompanharam as ideias defendidas por Kennan.
A partir de janeiro de 1947, Kennan, ao lado do novo secretário de Estado George Marshall e seu subsecretario Dean Acheson, compuseram o tripé da formulação da nova diplomacia dos Estados Unidos. Baseada numa ação de longo prazo, paciente e contundente na contenção das tendências expansionistas da União Soviética, as politicas externas dos EUA orientariam suas ações externas até os anos 50, período mais quente da guerra fria.
Stalin e a liderança soviética tinham a percepção das perdas humanas advindas da 2ª guerra mundial, assim como a percepção da superioridade americana, das debilidades do projeto nuclear soviético, da forte retração da industrialização e da produção agrícola. Stalin ensaiava a reconstrução do país baseando-se nas reparações de guerra e na politica das zonas de ocupação. Essas ações provocaram um incomodo aos formuladores da politica externa americana, que as interpretaram como um projeto expansionista soviético que poderiam por em xeque a hegemonia americana no ocidente.
Os EUA que se deparava com a iminência da crise da produção industrial e da recessão que elevara o nível da população desempregada, surgem o multilateralismo econômico, que somente seria alcançada através de uma política de poder verdadeiramente mundial. O conceito de superpotência correspondia a capacidade econômica de exercer forte multilateralismo econômico, com o intuito de construir uma grande área sob a influencia dos valores do capitalismo. A construção hegemônica dos EUA não se baseava somente a uma questão ideológica, mas também constituídas no âmbito econômico. A politica industrial e financeira do gigante (EUA) associava-se a luta anticomunismo.
A formulação de doutrinas políticas que visam a contenção soviética numa esfera global, os planos econômicos para a reconstrução de áreas afetadas pela guerra mundial e, portanto consideradas frágeis a influência soviética, a constituição de uma grande aliança militar ocidental, evidenciou a fusão dos interesses da indústria e do comércio norte-americano na busca pela hegemonia mundial.
A primeira formulação política com caráter universalista dos E.U.A ( Estados Unidos da América) durante a Guerra Fria, foi a Doutrina Truman. Concebida as pressas em 1947 visava uma conduta norte-americana para conter os movimentos comunistas. Nela, as nações teriam que fazer uma escolha fundamental entre duas formas de vida, o capitalismo ou o socialismo. Essa doutrina foi associada a ideia de uma declaração informal de desafio a União Soviética (URSS).
As iniciativas discursivas e militares da Guerra Fria empreendidas pelos Estados Unidos não foram acompanhadas pelos soviéticos á princípio. Apesar da ampla divulgação da Doutrina Truman, as reações da URSS foram lentas. A primeira foi a rejeição por parte soviética a ajuda dos E.U.A para a reabilitação da Alemanha Oriental e do seu território que sofria ainda os efeitos da Segunda Guerra Mundial. No final dos anos 1940, os E.U.A investiram uma quantia enorme de capitais na Alemanha Ocidental, a fim de fazer-la a vitrine do capitalismo. Esta manobra norte-america de investimento maciço de capitais no leste europeu ( Plano Marshall), foi interpretada por Stalin como uma ameaça dupla ao seu modelo político (SARAIVA, 2008).
A segunda reação soviética foi o reinício do processo de militarização das fronteiras e o aceleramento do projeto de desenvolvimento da bomba atômico. Esses fatores dentre outros, culminaram no combustível da disputa entre as superpotências ao longo de toda a Guerra Fria. Faz parte dessa segunda reação da URSS, o aceleramento da sovietização da Europa Oriental que, após a definição das áreas de influência das duas potências, buscara a ampliação dos espaços de potência no leste europeu, sendo uma busca pelo equilíbrio de poder para com os E.U.A (SARFATI, 2005).
 Uma sucessão de crises e ameaças advindas de ambas as potências, como: O bloqueio de Berlim, a cortina de ferro, a guerra da Coréia, a descolonização da África, a Guerra nas Estrelas, a crise dos mísseis em cuba entre outros. Apesar de não haver um confronto direto, esses acontecimentos eram alvos de participação indireta para se alcançar a hegemonia internacional. Berlim era o verdadeiro termômetro da disputa das duas ideologias. O bloqueio de Berlim nada mais foi que uma reação soviética na tentativa de contenção do avanço do modelo capitalista que começara a penetrar Europa adentra. No lado Ocidental, os investimentos foram ampliados como forma de fazer-la uma vitrine do capitalismo que, em 1961, culminou na construção do muro de Berlim que separava os dois mundos, que eram completamente antagônicos. A queda do muro de Berlim em 1989 e o fim da URSS em 1991 foram os acontecimentos que marcaram o fim da guerra fria e o declínio do modelo socialista.
2. Fim do Socialismo e a consolidação do Capitalismo
Após a queda do Muro de Berlim, em outubro de 1989 e o fim da União Soviética, em dezembro de 1991. Pode-se decretar o fim do socialismo como uma ameaça eminente ao capitalismo. De fato, os anos de 1990 foram marcados por grandes turbulências financeiras que, começando pelo México, em 1994-1995, e se espalhando em 1997 pela Ásia Oriental e viriam atingir a Rússia e o Brasil, entre 1998 e 1999. 
Ainda não podemos dispor de uma noção unificada de conjunto de alterações na economiae na politica mundial, porém podemos destacar alguns dos pontos que marcaram o fim do socialismo na URSS e a consolidação do modelo capitalista. Dentre eles destacam-se: a queda do império; fim do Estado-nação e a aparição do “borderless state”; ascensão do Estado comercial; fim do dualismo político e econômico entre socialismo e o capitalismo; aprofundamento da diferenciação entre países pobres e países ricos.
Com o fim do socialismo, alguns grandes temas emergem que mobiliza a atenção da nova ordem internacional:
a) Reafirmação da economia de mercado e da democracia “burguesa” enquanto polos dominantes do novo sistema interdependente, dominado pelo modelo capitalista;
b) Novos problemas globais (meio ambiente, direitos humanos, saúde) que passam a dominar a agenda global no lugar da luta em torno das áreas de influências e de esquemas militares;
c) Revolução tecnológicas nas áreas de informática, telecomunicação e biotecnologia; 
3. Neo-liberalismo, Teoria dos Jogos e a cooperação internacional 
A teoria neoliberal institucionalista (Keohane, 1989), os Estados são os principais atores das relações internacionais, sendo o sistema internacional descentralizado, todos são iguais entre si, mantendo o sistema anárquico. Na nova ordem mundial, o comportamento dos Estados é ditado pelo grau de institucionalização no relacionamento entre eles. A habilidade dos Estados de se comunicar e cooperar depende da construção das instituições que podem variar em termos de suas naturezas e forças. As instituições são importantes no relacionamento entre os Estados porque afetam os incentivos que eles tem para cooperar. As instituições também afetam os custos das alternativas, como, por exemplo, a certeza de punição. Dessa forma. Um Estado antes de invadir o outro, deverá levar em consideração o risco da formação de uma coalizão com legitimidade para combater o seu ataque, bem como o risco de embargos econômicos com a legitimidade de uma votação na ONU, ONC.
A anarquia é a relação entre as entidades soberanas dedicadas à sua própria sobrevivência. Uma ausência de um governo mundial não implica a ausência de uma ordem em comércio internacional, inclusive com poder de coerção derivados das decisões do órgão de resolução de disputa e dilema armamento-manteiga, no qual há uma duvida na alocação de recursos, entre o setor militar e o restante da economia. Uma alocação maior em investimentos militares deve advir de um aumento de imposto, que gera um aumento de preço e diminuição do PIB.
Assim, se um Estado quiser que sua economia cresça e que haja mais recursos para que se invista no setor militar, devem-se limitar os seus gastos militares no presente. O Estado deve balancear o poder e garantir o crescimento econômico.
Pode ser usado esse modelo para explicar o declínio da URSS no contexto da Guerra Fria. Com o passar dos anos, para tentar competir militarmente com os EUA, o país destinou cada vez mais parte do seu PIB para o setor militar e, pouco a pouco, a sua economia foi sufocada até não conseguir mais sustentar qualquer investimento militar nem garantir a sobrevivência de seu sistema econômico. Por outro lado, os EUA não aumentara a sua proporção de gastos militares em relação ao PIB, o que lhes garantiu recursos militares cada vez maiores a medida que o PIB crescia. 
A teoria dos jogos foi desenvolvida a partir do trabalho dos matemáticos Von Neumann e Morgenstern em meados da década de 1940, que visa a compreensão de situações de interações estratégicas em economia. A teoria dos jogos busca, determinar as atitudes que os jogadores devem tomar para assegurar os melhores resultados para si próprios em conjunto de jogos. Os jogos são fundamentalmente diferentes de decisões tomadas em um ambiente neutro. Essa teoria voltada ao campo das relações internacionais pretende descrever e prever o comportamento utilizado pelos seus atores. Analisando diferentes aspectos, como: as consequências das diversas estratégicas possíveis; as possíveis alianças entre os jogadores; o grau de compromisso dos contratados entre eles e o grau em que cada jogo se repetir, proporcionando a todos os jogadores informações sobre as diferentes estratégias possíveis. A teoria analisa o comportamento do jogador que tem consciência que seus adversários são racionais e atuam visando maximizar seus poderes e o modo como ele deverá levar em consideração o comportamento deles, ao tomar suas decisões com o objetivo de maximizar o seu próprio objetivo.
Assim, podemos analisar um dos momentos mais tensos da guerra fria, a crise dos mísseis em cuba no ano de 1962 a partir do jogo Chicken Game. Esse jogo origina-se a partir de um tipo racha americano no qual dois carros devem se posicionar em rota de colisão. Aquele que se desviar primeiro é o chicken. O então presidente americano John F. Kennedy organizou o chamado ExCom para discutir o que fazer diariamente em relação a crise, onde as duas potências estavam em rota de colisão. 
As possíveis ações norte-americanas eram: Manter o bloqueio a Cuba ou atacar a URSS. Por outro lado, a URSS poderia: manter a ideia dos misseis em Cuba ou retirar-los. No fim os dois foram chicken ao retrocederem um passo cada. Os E.U.A mantiveram o bloquei a Cuba porém garantiram a URSS que não à invadiriam para derrubar Fidel Castro do poder e a URSS retiraria os mísseis de cuba, mas essa situação de cooperação não resultou na retirada dos mísseis norte-americanos da Turquia. Antes cada um dar um passo para trás que ocorrer uma guerra nuclear e os dois saírem perdendo.
Cooperação é a ação conjunta dos países para uma finalidade comum, sendo essa finalidade a paz. O cooperativismo é a doutrina que visa à renovação social através da cooperação.
Há sete princípios fundamentais da cooperação que foi aprovados e utilizados Inglaterra em 1844. São eles: adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação formação e informação, cooperação e interesse pelo bem estar da comunidade mundial.
 O livre comércio é tido como o maior motivo pelo qual os Estados entram cada vez menos em conflitos. A manutenção da paz se dá através da cooperação, pois uma vez que Estados mantêm uma relação de interdependência entre si dificilmente entrarão em guerra devido aos organismos internacionais que intermediam as relações interestatais e as alianças de poder formada entre Estados. 
CONCLUSÃO
Com este trabalho pretendi explorar mais o campo de conhecimento a respeito da guerra fria e do âmbito da cooperação nas Relações Internacionais. Entendida como um processo permanente onde é um instrumento indispensável na negociação e no controle operacional do relacionamento entre os Estados. A evolução dos relacionamentos entre os Estados e as relações de interdependência culminou para uma maior cooperação. Com um nível de analise focada no Sistema Internacional onde os organismos internacionais (ONU, OMC, OING’S, ONG e grupos terroristas) tem uma grande atuação nas relações internacionais, pode compreender que a cooperação é o melhor caminho para que se evitem posteriores conflitos.
 A relação dos Estados do centro, periférico e semiperiférico, mesmo sendo desiguais quando os países com menor poder militar e econômico baseia sua economia nos produtos primários e os países do centro que detêm a tecnologia de ponta se torna de certa forma um novo modelo de colonização. Os estados agora estão buscando cada vez mais a maximização do seu poder econômico em vez de focar nos setor militar, visto que, a guerra/conflito traz custos enormes a economia e a opinião pública. Dado esses fatos decorrentes da história, o mundo a pesar de sempre haver conflitos de interesses, tentarão através da cooperação alcançar a maximização dos lucros e a manutenção da paz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GADDIS, J. L. (1992), "The Cold Wars End Dramatizes the Failure of Political Theory". The Chronicle of Higher Education, nº 38.
KRASNER, Stephen (ed.). (1989), International Regimes. Ithaca, Cornell UniversityPress.
KEOHANE, Robert (ed.). (1986), Neorealism and its Critics. New York, Columbia University Press.
___. (1989), International Institutions and State Power. Boulder, Co., Westview Press.        
___ e NYE, Joseph. (1977), Power and Interdependence. Boston, Little Brown.   
MANNING, C. A. W. (1975), The Nature of International Society. London, Macmillan.
SARFATI, Gilberto. (2005), Teoria de Relações Internacionais. São Paulo; saraiva.
SARAIVA, J. F.S. (2008), História das Relações Internacionais Contemporâneas; da sociedade internacional do século XIX à era da globalização. São Paulo; Saraiva.

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