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TABAGISMOTABAGISMO NUNCA MAISNUNCA MAIS Produzido e editado por:Produzido e editado por: Equipe executora do Projeto de Extensão "Acenda aEquipe executora do Projeto de Extensão "Acenda a esperança: apague o cigarro".esperança: apague o cigarro". CARTILHA DE APOIO TABAGISMO NUNCA MAIS CARTILHA DE APOIO RONDONÓPOLIS – MT 2020 PROJETO DE EXTENSÃO: “ACENDA A ESPERANÇA:APAGUE O CIGARRO" 1 SOBRE NÓS A proposta da formatação do grupo Acenda a esperança: apague o cigarro, surgiu diante do empenho e engajamento de um grupo de estudantes de medicina da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), bem como de sua orientadora responsável, durante período de estágio obrigatório da disciplina interação comunitária em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Rondonópolis, o qual tornou visível a necessidade de um esforço coletivo pelo bem da saúde de tantas pessoas que buscam um auxílio na luta contra o hábito de fumar. As atividades práticas para a batalha contra o fumo foi proposta a partir do desenvolvimento de Planejamento Estratégico Situacional (PES). Com dados objetivos e plano de ação em mãos, tornou-se possível a implementação de um Grupo Tabagista na Unidade. Para tanto, toda a dinâmica contou com o apoio de residentes estagiários dos cursos de farmácia e enfermagem, além da equipe da própria Estratégia de Saúde da Família (ESF) e da Secretária de Saúde do município e, após árduo esforço, atingiu seu objetivo de promover melhores hábitos de vida nessa população. A experiência foi tão positiva que o grupo de estagiários do curso de medicina, juntamente de sua tutora sentiram a necessidade de ampliar a oferta de conhecimento e estratégias para outras pessoas que teriam o intuito de controlar e/ou abster-se do cigarro. Surgiu-se então a proposta do grupo em formato de Extensão. Novos integrantes foram aderidos ao grupo pré-formado e assim inicia-se uma história. Após formação da equipe, explanação da proposta e submissão do projeto à Câmara de Extensão da Universidade Federal de Rondonópolis – MT, o mesmo foi aprovado e homologado em 27/07/2020 sob protocolo de nº 200420201735151739 do edital 02- PBExt Ações-PROECE-2020. Diante da pandemia do novo corona vírus, no entanto, suas atividades devem permanecer respeitando o distanciamento social e, para tanto, serão ofertados conteúdos e interações por meios das mídias sociais, sempre embasados em referências seguras e orientados por profissionais experientes na área. A presente cartilha “Tabagismo nunca mais” tem, portanto, o intuito de prestar esclarecimentos e divulgar informações confiáveis para atualizar e orientar o estudo e compreensão dos hábitos e consequências relacionados ao tabagismo, de modo que está destinado aos fumantes, aos profissionais de saúde de Rondonópolis, bem como à qualquer pessoa interessada no assunto. 2 AUTORES Ana Paula Biazi Marras Patrícia de Lima Bonfim Otto Gerardo Mojica Veras Guilherme Bezerra Ferreira Isadora Dias Alves Jessica Fonseca Barbosa Matheus Barcelos de Souza Lopes Paola Barros Macieski Thaynara Oliveira da Silva Tiago de Santana Melo Para dúvidas, sugestões ou críticas, encontre em contato por acendaaesperanca@gmail.com ou pelo Instagram, procure por @acendaaesperanca ou utilize o QR Code: 3 COLABORADORES Dr. Cesar Rodrigues Balduino Neto Psiquiatra pela ABP/AMB Professor na Universidade Federal de Rondonópolis Diretor Clínico do Hospital Paulo de Tarso Dr. Daniel Borges Marras Oftalmologista Hospital de Olhos de Rondonópolis Dr. Pedro Marques Ferreira Neurologista Prof.ª Dr.ª Lorena Araújo Ribeiro Universidade Federal de Rondonópolis 4 AGRADECIMENTOS À Prof.ª Dr.ª Lorena Araújo Ribeiro pela brilhante análise textual desta cartilha, cujas contribuições enriqueceram sobremaneira essa atividade extensionista. E à todos que, direta ou indiretamente, contribuíram e nos apoiaram para a produção desse trabalho. 5 SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – ASPECTOS GERAIS DO TABAGISMO ........................................... 6 1.1 – Definição ......................................................................................................... 7 1.2 – Prevalência do tabagismo ............................................................................... 8 1.3 – Malefícios do tabagismo ................................................................................ 11 1.4 – Aspectos psicológicos ................................................................................... 12 1.5 – Benefícios em cessar o tabagismo ............................................................... 14 CAPÍTULO 2 – FUMANTE PASSIVO ....................................................................... 16 CAPÍTULO 3 – A IMPORTÂNCIA DA ESF E O PAPEL DA EQUIPE ..................... 19 3.1 – O panorama da importância .......................................................................... 20 3.2 – Ambiente livre de cigarro ............................................................................... 21 3.3 – Importância da promoção da saúde e prevenção de doenças ...................... 21 3.4 – O papel de cada membro da equipe ............................................................. 22 CAPÍTULO 4 – TRATAMENTO ................................................................................ 24 4.1 – Abordagem cognitivo-comportamental .......................................................... 25 4.2 – Abordagem medicamentosa ......................................................................... 27 CAPÍTULO 5 – COMO MONTAR UM GRUPO TABAGISTA? ................................. 31 CAPÍTULO 6 – FUMANTE EM RECAÍDA ................................................................ 35 CAPÍTULO 7 – TABAGISMO E O COVID-19 ........................................................... 37 REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS .......................................................................... 40 ANEXOS ................................................................................................................... 46 Anexo 1 – Teste de Fageström .............................................................................. 46 6 CAPÍTULO 1 ASPECTOS GERAIS DO TABAGISMO 7 CAPÍTULO 1 – ASPECTOS GERAIS DO TABAGISMO 1.1 – Definição. O tabagismo é definido como o ato de se consumir cigarros ou qualquer outro produto que contenha tabaco, cuja droga ou princípio ativo é a nicotina (SILVA, 2018). Tal hábito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), deve ser considerado como uma pandemia, uma vez que está presente em todo planeta e causa prejuízos extremos às saúde da população, devendo, portanto, ser combatido como o grande problema de saúde pública que representa, em razão da alta prevalência de fumantes e da mortalidade decorrente das doenças relacionados ao tabaco. Sendo reconhecido como doença crônica causada pela dependência à nicotina, o tabagismo é uma das principais causas evitáveis isoladas de adoecimento e mortes precoces, além de integrar o grupo de transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de substancias psicoativas, de acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Tal como divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) em 2020, as folhas da planta Nicotina tabacum são utilizadas como matéria prima para confecção de diversos produtos que utilizam a nicotina como princípio ativo, tais como cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo- de-rolo, dispositivos eletrônicospara fumar, dentre outros tantos com capacidade de causar dependência. Vale ressaltar nesse ponto que, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de sua Resolução da Diretoria Colegiada n.º 46 de 2009, torna proibida comercialização, importação e propaganda de qualquer dispositivo eletrônica para fumar. Diversos fatores estão relacionados com o tabagismo e o início desse hábito que na maioria dos casos ocorre em idade precoce, o que possui íntima relação com o status, influência de pais, professores, ídolos e amigos, bem como fatores psicológicos associados (INCA, 2020). Diante desses aspectos, as ações que visam combater o tabagismo devem possuir um direcionamento voltado para educação, com linguagem acessível e que alcance diferentes níveis de escolaridade, sempre prezando por um ambiente seguro e confortável em que o tabagista se sinta acolhido e possa participar compartilhando suas experiências e sensações. 8 1.2 – Prevalência do tabagismo. Estima-se que no mundo há cerca de mais de um bilhão de fumantes, dos quais, segundo a OMS, 80% vive em países de baixa e média renda, onde a carga das doenças e mortes associadas ao tabaco é mais elevada. Tais tabagistas consumem anualmente cerca de 6 trilhões de cigarros. A OMS aponta, ainda, que o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, ao passo que mais de 7 milhões dessas mortes resultam diretamente do uso desse produto, enquanto aproximadamente 1,2 milhão de mortes estão atreladas à não-fumantes expostos ao fumo passivo. De acordo com o INCA (2020), o padrão de prevalência do consumo de tabaco no mundo vem sofrendo ao longo dos anos um padrão de crescimento em países em desenvolvimento e de redução em países desenvolvidos. A maior prevalência quanto ao sexo, contudo, persiste sendo maior em homens. No ano de 2013 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizou a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), a qual atualizou dados acerca da prevalência de adultos fumantes com 18 anos ou mais no Brasil. Tal levantamento apontou uma proporção de fumantes de 14,7% da população brasileira. A monitorização do percentual de fumantes no Brasil ocorre, ainda, anualmente, por meio da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o qual é realizado nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal com adultos maiores de 18 anos. Segundo tal levantamento, observa-se ao longo dos últimos anos um decaimento do número de fumantes (INCA, 2020). Gráfico 1 – Fumantes, Variação Temporal, Vigitel (2006-2009). Fonte: Vigitel Brasil 2006 a 2019: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. 9 Apesar desse decréscimo nos valores percentuais é possível observar que existem discrepâncias, no que diz respeitos as unidades federativas do país, além de uma heterogeneidade regional relacionada ao percentual de fumantes de acordo com o sexo. Gráfico 2 – Percentual de Homens fumantes de acordo com capital. Fonte: Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não-transmissíveis. MS/SVS/INCA – Brasil, 2002-2005. Gráfico 3 – Percentual de Mulheres fumantes de acordo com capital. Fonte: Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não-transmissíveis. MS/SVS/INCA – Brasil, 2002-2005. 10 O INCA (2020), publicou dados que acrescentam o conhecimento no que tange a dados relacionados tabagismo. Dentre tais dados, demonstrou-se que 428 pessoas morrem diariamente vítimas da dependência à nicotina. É estimado que 56,9 bilhões de reais são perdidos a cada ano por despesas médicas. Em tal estudo, o INCA traz ainda dados que revelam o tabagismo como potencial doença pediátrica uma vez que 90% dos fumantes começam a fumar antes dos 19 anos, sendo que 15 anos é a idade média de iniciação. Diariamente 100 mil jovens começam a fumar no mundo, dos quais 80% corresponderiam aqueles que vivem em países em desenvolvimento. É evidente, ainda, que além de riscos para os fumantes, diversas pesquisas apontam evidências de prejuízo para não-fumantes atingidos pelo tabagismo passivo, sendo esse a causa de diversas doenças, inclusive câncer de pulmão e infarto. Dentre tal grupo de fumantes passivos, mulheres e crianças constituem o grupo de maior risco em ambientes domésticos. Há ainda o risco de exposição no ambiente de trabalho, o que levou a OMS considerar a exposição à fumaça do tabaco como fator de risco ocupacional. Gráfico 4 – Percentual de indivíduos expostos a fumaça de acordo com capital. Fonte: Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não-transmissíveis. MS/SVS/INCA – Brasil, 2002-2005. 11 1.3 – Malefícios do Tabagismo. O tabagismo, como já discutido, pode trazer graves consequências para a saúde da população, estando relacionado com o acometimento de diversas comorbidades associadas. O fumante, em uma única tragada de cigarro, inala mais de 4.720 substâncias tóxicas, além de aproximadamente 43 substâncias cancerígenas. Como resultado disso, o hábito de fumar é diretamente o fator causal de cerca de 50 patologias, muitas delas incapacitantes e fatais, tais como câncer, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas. Isso, de acordo com a OMS, representa a principal causa de mortes evitáveis no mundo, o que representa 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis (AMARANTE, 2018). De acordo com o INCA (2005), são atribuíveis ao consumo de tabaco: 45% das mortes por doenças coronarianas (como o infarto do miocárdio); 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); 25% das mortes por doenças cerebrovasculares (como os derrames); 30% das mortes por câncer, sendo que 90% dos casos de câncer de pulmão ocorrem em fumantes. O desenvolvimento cânceres está intimamente relacionado ao tabagismo, incluindo-se nisso diversos tipos como: leucemia mieloide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe; câncer na cavidade oral; câncer de faringe; câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traqueia, brônquios e pulmão (INCA, 2020). Entre tantos tipos de cânceres associados, o de pulmão é a consequência mais frequente, possuindo, ainda, um risco de ocorrência e morte que é diretamente proporcional a intensidade de exposição, de modo que a mortalidade por esse tipo de câncer é 15 vezes maior para fumantes, ao passo que aqueles que fumam de 1 a 14 cigarros, 15 a 24 cigarros e mais de 25 cigarros possuem, respectivamente, um risco 8, 14 e 24 vezes maior de morte quando comparados às pessoas que nunca fumaram (INCA, 2020). O tabagismo além de estar associado a tais doenças crônicas, também é fator importante de maior risco para o desenvolvimento de diversas outras comorbidades, tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrointestinal, impotência 12 sexual, infertilidade - tanto em mulheres como em homens -, osteoporose, catarata, dentre outras (INCA, 2020). Segundo o levantamento de dados divulgado pelo INCA (2005), anualmente das mortes causadas pelo uso do tabaco 34.999 correspondem a doenças cardíacas; 31.120 por DPOC; 23.762 por câncer de pulmão; 26.651 por outros cânceres; 17.972 por tabagismo passivo; 10.900 por pneumonia; 10.812 por acidente vascular cerebral (AVC). 1.4 – Aspectos psicológicos. Tal como relatado pelo INCA (2020), a nicotina, presente em quaisquer produtos contendo tabaco, é responsável por estimular a sensação de prazer, sendo considerada uma droga por possuir propriedade psicoativas,de modo que ao ser inalada produz alterações no sistema nervoso central, o que gera modificação do estado emocional e comportamental do usuário, podendo induzir ao abuso e à dependência, ao passo que sua inalação continua induz adaptações psicossomáticas que passa exigir doses cada vez maiores para manter o nível de satisfação que tinha no início. O quadro de dependência resulta, então, em níveis de tolerância, abstinência e comportamento compulsivo para o consumo da droga, o que contribui para um padrão de continuo abuso da substância, diante das necessidade físicas e psicológicas adquiridas, apesar do pleno conhecimento dos efeitos prejudiciais à saúde. De acordo com dados publicados em 2007, no Jornal Brasileiro de Pneumologia, cerca de 70% dos fumantes apresentam o desejo em parar de fumar, mas o nível de dependência da nicotina, representando um desordem complexa de difícil superação, exige um grande esforço, o que na maioria dos casos demanda tentativas múltiplas de abstinência antes de deixar o cigarro definitivamente (Rondina; Gorayeb; Botelho, 2007). O perfil de tabagista abrange um grande conjunto de indivíduos, de modo que diversos fatores podem influenciar diretamente no início do ato de fumar, bem como no grau de esforço para abandonar esse hábito. Tais fatores, dentre outros tantos com capacidade de interferência, encontram uma característica central no que tange ao perfil de personalidade do fumante, bem como possíveis transtornos psiquiátricos associados. 13 De acordo com estudos que buscam uma relação entre o tabagismo e características de personalidade, há um enfoque em 3 dimensões de temperamento ou personalidade que estão supostamente relacionadas ao tabagismo: extroversão, neuroticismo e psicoticismo. Tais estudos recentes levam em consideração o modelo teórico de análise proposto por Hans J. Eysenck em 1967. Segundo artigo desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP) por Rondina, Gorayeb e Botelho (2007), o qual buscou analisar uma série de outros estudos documentando relações entre os aspectos de personalidade e o tabagismo, apontou-se que, apesar de alguns resultados controversos, os fumantes tendem a ser mais extrovertidos, tensos, ansiosos, depressivos, impulsivos e com mais traços de neuroticismo, psicoticismo, além de apresentarem indícios de distúrbios de humor, em comparação à não fumantes e à ex-fumantes. Além desses fatores, é possível observa na prática clínica um interesse em investigar a associação entre transtornos psiquiátricos e o tabagismo, uma vez que a nicotina interfere no pleno funcionamento de sistemas neurotransmissores, bem como exerce diversas ações neuroendócrinas e configura-se como fator capaz de influenciar no quadro psicopatológico e na responsividade do paciente ao tratamento que estiver sendo instituído (INCA,2020). Diante desse panorama encontram-se evidencias de associação entre o tabagismo e depressão/transtornos depressivos; ansiedade; transtorno obsessivo- compulsivo; transtorno do pânico; esquizofrenia; transtorno do déficit de atenção; alcoolismo; outras doenças mentais (Rondina; Gorayeb; Botelho, 2007). Tais relações podem ser corroboradas de acordo com estudo de Rombaldi et al (2010) publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia, o qual buscou analisar a prevalência de fatores associados aos sintomas depressivos, de modo que encontrou dados de significância que apontaram uma relação direta entre a depressão e o tabagismo. Diante desses aspectos, é possível afirmar que o conhecimento acerca da relação entre o tabagismo e a psicologia possui importantes fins práticos, uma vez que ao compreender tais nuances é possível incorporar tratamentos individualizados e específicos para o usuário dependente da nicotina. É importante, para tanto, que todos os pacientes tabagistas devam receber uma atenção no âmbito de suas nuances psicológicas antes que se inicie o processo de 14 tratamento para o abandono do tabaco, uma vez que a falta da nicotina de maneira abrupta poderá agravar os sintomas da síndrome de abstinência, o que possibilita o favorecimento de agravar e/ou gerar condições psiquiátricas. Tal intima relação apresentada demonstra a estreita conexão interprofissional exigida durante programas que atuam contra o tabagismo para que se garanta maiores possibilidades de sucesso terapêutico, prezando sempre pelo bem-estar do usuário. 1.4 – Benefícios em cessar o tabagismo. É evidente que a cessação dos hábitos relacionados ao tabagismo promove uma melhoria significativamente notória para saúde, uma vez que ocorre uma gradual melhoria das funções corporais, bem como diminuição do risco de desenvolver alguma comorbidades associada. O risco de morte, segundo o INCA, seria consideravelmente menor por causas relacionadas ao tabagismo, o que aumentaria a sobrevida média da população. Ainda no tocante à um melhor estilo de vida após cessação do tabagismo, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) divulgou uma folha informativa, a qual ditou alguns pontos que devem ser ressaltados como benefícios em parar de fumar. São eles: Benefícios imediatos e de longo prazo para saúde após parar de fumar: o Dentro de 20 minutos, o ritmo cardíaco e a pressão arterial baixam. o Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono (CO) no sangue cai para níveis normais. o De 2 a 12 semanas, a circulação sanguínea melhora e a função pulmonar aumenta. o Entre 1 a 9 meses, a tosse e a falta de ar diminuem. o Em 1 ano, o risco de desenvolver uma doença coronariana cai pela metade (em relação a um fumante). o Entre 5 e 15 anos, o risco de ter um AVC é reduzido ao de um não fumante. o Em 10 anos, o risco de câncer de pulmão cai para cerca de metade em relação a um fumante e o risco de câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também diminui. 15 o Em 15 anos, o risco de doença cardíaca coronária é o mesmo de um não fumante. População de qualquer idade que já tenha desenvolvido algum problema de saúde também irá se beneficiar, de modo que aqueles: o Por volta dos 30 anos de idade: ganha-se quase10 anos em expectativa de vida. o Aos 40: ganha-se 9 anos em expectativa de vida. o Aos 50: ganha-se 6 anos em expectativa de vida. o Aos 60: ganha-se 3 anos em expectativa de vida. o Após início de doença com risco de morte os benefícios são rápidos, observando que as pessoas que param de fumar após sofrer ataque cardíaco reduzem pela metade as chances de ter outro ataque cardíaco. Além desses já citados pode-se afirmar ainda que as chances de impotência sexual, dificuldade para engravidar, partos prematuros, nascimento de bebês com baixo peso e aborto espontâneo, são circunstâncias bem menores na vida de um ex- tabagista. Uma consideração importante diz respeito, ainda, às crianças reféns do fumo passivo, uma vez que ao interromper esse hábito diminui-se o risco de muitas patologias, especialmente as respiratórias e infecções. Tais benefícios, portanto, apontam que parar de fumar traz muitas vantagens para aqueles que almejam alcançar isso, independente de idade ou sexo e de quanto tempo de vida foi tabagista. 16 CAPÍTULO 2 FUMANTE PASSIVO 17 CAPÍTULO 2 – FUMANTE PASSIVO O tabagismo passivo é toda exposição involuntária ao tabaco ou à poluição tabagista ambiental (PTA). Pode se dar por diferentes modalidades como cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo, narguilé e outros produtores de fumaça. Considera-se tal fator como a terceira causa de morte evitável no mundo, após o tabagismo ativo e o alcoolismo. Estima-se que metade das crianças do mundo encontra-se exposta à PTA (BRASIL, 2015). Doenças relacionadas: rinite, sinusite, otite, asma, DPOC e câncer de pulmão, além do aumento em 30% do riscocardiovascular (RCV) do indivíduo; Gestantes e seus recém-nascidos expostos à fumaça de derivados do tabaco apresentam mais problemas de saúde; O tabagismo passivo também contribui para a menor fertilidade de homens e mulheres. De acordo com o INCA (2014), existem efeitos de curto e longo prazo para o fumante passivo Efeitos de curto prazo: o Irritação dos olhos e nariz, dor de cabeça, dor de garganta e tosse Efeitos de longo prazo: o Em lactentes: Risco cinco vezes maior de Síndrome da Morte Súbita Infantil Aumento da frequência de doenças pulmonares diversas. o Em crianças: Redução do crescimento, redução da função pulmonar, aumento da frequência de tosse e chieira torácica, desenvolvimento e/ou agravamento de asma, aumento da frequência de outras doenças respiratórias como pneumonia e bronquite, aumento do risco cardiovascular quando na idade adulta o Em adultos: Risco aumentado em 30% de câncer de pulmão, risco aumentado em 24% de infarto do miocárdio, aumento do risco de câncer de seios da face, desenvolvimento e agravamento de bronquite crônica e enfisema o Em gestantes: Pode reduzir o peso do neonato, contribuir para a síndrome da morte súbita do bebê, além de causar importantes alterações no desenvolvimento do sistema nervoso fetal. 18 De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS (2006): O tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo. Estima-se que existam 2 bilhões de fumantes passivos no mundo, desses, 700 milhões seriam crianças. Aproximadamente, a metade das crianças do mundo é fumante passiva. O tabagismo passivo é a maior causa de doença respiratória em crianças. Mais de 100.000 casos anuais de câncer podem ser atribuídos ao fumo passivo. O risco de desenvolver câncer de pulmão, para um fumante passivo, é três vezes maior do que para os que não estejam expostos à fumaça. A PTA é a principal poluente de ambientes fechados. As ações de controle do tabagismo devem ser direcionadas para: Educação Legislação Econômicas Políticas por ambientes livres da fumaça do tabaco devem ser incentivadas, principalmente, quanto a locais fechados como domicílios, trabalho, lazer, escolas, serviços de saúde, empresas, e locais públicos, criando-se ambientes 100% livres do tabaco. 19 CAPÍTULO 3 A IMPORTÂNCIA DA ESF E O PAPEL DA EQUIPE 20 CAPÍTULO 3 – A IMPORTÂNCIA DA ESF E O PAPEL DA EQUIPE 3.1 – O panorama da importância A Estratégia Saúde da Família (ESF) são unidades de Atenção Primária à Saúde (APS), que se expressam como uma atenção não especializada de baixa densidade tecnológica (LAVRAS, 2011), ou seja, é capaz de resolver a maioria dos problemas de saúde apresentados pelos pacientes. De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), APS é um termo equivalente a Atenção Básica (AB) e, portanto, os princípios e diretrizes da PNAB pertencem a ambos. Uma característica fundamental da APS é servir de porta de entrada do usuário ao Sistema Único de Saúde (SUS) no contexto de Redes de Atenção à Saúde (RAS). Segundo Soratto (2014), a ESF é uma proposta de mudança em relação ao modelo tradicional de assistência em saúde, que é focado na doença e na resolução da mesma, enquanto a ESF prope a promoção e a prevenção da saúde do usuário, de forma holística e biopsicossocial e espiritual. De acordo com a PNAB de 2017, os servidores das ESF possuem deveres comuns e específicos a cada profissão. Os comuns englobam o cuidado integral, ações de atenção à saúde da população adscrita, visitas domiciliares, aperfeiçoamento permanente e continuado, participação no processo de territorialização. Existem dois tipos de equipes de saúde, sendo a primeira a de Saúde da Família (eSF) que deve cumprir 40 horas semanais de trabalho e é composta minimamente por: Médico, preferencialmente especialista em medicina da família e comunidade; Enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; Auxiliar e/ou técnico de enfermagem; Agente comunitário de saúde (ACS); Opcionais: agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal, que incluem cirurgião-dentista e técnico e/ou auxiliar em saúde bucal. A segunda equipe é a de Atenção Primária (eAP), que foi alterada na portaria nº 2.539 de 26 de setembro de 2019, cuja carga horária de trabalho é de 20 ou 30 21 horas semanais, sendo constituída minimamente por médico (de preferência especialista em medicina da família e comunidade) e enfermeiro (preferencialmente especialista em saúde da família). Conforme dados da portaria nº 3.566 de 19 de dezembro de 2019, no Brasil, haviam 45.796 equipes de Saúde de Família, enquanto a portaria nº 3.704 de 23 de dezembro de 2019 informa que existiam 1.296 equipes de Atenção Primária. 3.2 – Ambiente Livre de Cigarro De acordo com a lei nº 12.546/2011 e o decreto nº 8.262/2014 que a regulamenta, desde 3 de dezembro de 2014 é proibido fumar cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos derivados do tabaco em locais de uso coletivo, públicos ou privados, em todo o Brasil. Esta proibição é válida para restaurantes, bares, boates, escolas, universidades, hotéis, áreas comuns de condomínios, museus, teatros, farmácias, supermercados, centros comercias, igrejas, veículos públicos, hospitais e instituições de saúde. Silva et al (2014) afirma que instituições de saúde são espaços fundamentais para a política de ambientes livres da fumaça do tabaco, pois os profissionais de saúde podem irradiar modelos de comportamento, contribuindo tanto para quem deseja parar de fumar quanto para outras pessoas não começarem com esse hábito. A promoção de ambientes livres de tabaco está entre as seis medidas indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (2008) para conter a expansão do tabagismo e suas consequências para a saúde, sendo as outras: monitorar o uso do tabaco e desenvolver políticas de prevenção, oferecer ajuda a quem queira parar de utilizar o tabaco, advertir sobre os perigos do tabaco, proibir propagandas e aumentar as taxas de impostos sobre a comercialização do tabaco. Ainda conforme Silva et al (2014), o Programa Nacional de Combate ao Tabagismo é inserido na ESF por ser a porta de entrada do SUS, ofertar um ambiente livre de cigarro e priorizar ações de promoção à saúde e prevenção de doenças dos indivíduos e famílias adscritas. 3.3 – Importância da Promoção da saúde e prevenção de doenças De acordo com Czeresnia (2003), promoção de saúde está vinculada a fazer com que o paciente aumente o controle e melhore sua saúde atrelada a uma visão holística e socioambiental, fundamentada nos determinantes sociais da saúde que 22 englobam as condições de trabalho, o modo de viver, o ambiente, a educação, o lazer e o acesso a serviços essenciais. No âmbito da APS, a promoção da saúde viabiliza a articulação de ações individuais e coletivas que envolvam a comunidade e abordem os determinantes sociais da saúde. Além disso, segundo Zampier et al (2019), nas ações em grupos, pode-se promover a motivação e a autoconfiança dos usuários para que interrompam o hábito de fumar em adição a providenciar suporte a fim de remover as barreiras comportamentais que prejudicam a cessação do tabagismo. Ainda conforme Czeresnia (2003), a prevenção de doenças não observa o que está em volta da pessoa, e sim apenas a enfermidade, sendo que considera saúde apenas a ausência de doenças. Objetiva reduzir o risco de se adquirir determinada doença através do uso de conhecimentos epidemiológicos e da história natural da doença. É classificada em quatro tipos: Prevenção primária, que trata de remover fatores de risco de determinado problema antes que a pessoa desenvolva alguma condiçãoclínica específica (ex. imunização) e está vinculada a promoção da saúde que possui medidas gerais; Prevenção secundária, trata de detectar um problema de saúde quando está no início, o que facilita o diagnóstico e tratamento, e assim, reduzindo a possível disseminação para a população ou efeitos a longo prazo (ex. rastreamento); Prevenção terciária, reduz os prejuízos consequentes de um problema agudo ou crônico (ex. previne complicações do diabetes ou acidente vascular cerebral); Prevenção quaternária, visa evitar danos associados a intervenções médicas excessivas e sugerir alternativas adequadas. No contexto de tabagismo, conforme Zampier et al (2019), a prevenção ao aumento do número de tabagistas pode ocorrer através da associação da ESF com escolas e outros equipamentos sociais, buscando fazer trabalhos educativos e de conscientização com as crianças e adolescentes. 3.4 – O papel de cada membro da equipe Segundo a PNAB, e no contexto de cessação do tabagismo, cada membro da equipe de saúde da família tem atribuições específicas: 23 Enfermeiro: de acordo com Zampier et al (2019), o enfermeiro pode abordar o usuário tabagista de modo individual, quando surge uma oportunidade durante procedimentos de enfermagem, ou de modo coletivo em abordagens com base na teoria cognitivo-comportamental; Técnico e/ou auxiliar de enfermagem: contribui como disseminador de informações durante procedimentos; Médico: verifica outras medicações que o usuário utiliza e definir se o mesmo pode fazer uso da terapia medicamentosa que o ajude a parar de fumar; Agente comunitário de saúde (ACS): segundo a cartilha do agente comunitário (2014), o ACS deve realizar um levantamento do número de fumantes residentes por domicílio; orientar os fumantes a não fumarem em ambientes fechados, a fim de evitar o tabagismo passivo e suas consequências para as pessoas que convivem com eles; alertar adultos a não fumarem na frente de crianças; aconselhar fumantes a deixarem de fumar e, sempre que possível, encaminhá-los a unidades de saúde que tenham tratamento para tabagismo; e também, motivar os fumantes que se encontram em tratamento de cessação de tabagismo. Existem outros profissionais, como por exemplo, psicólogos, nutricionistas, dentistas e fisioterapeutas que não são obrigatórios numa ESF, mas que podem contribuir com os grupos de tabagismo como convidados para as reuniões. 24 CAPÍTULO 4 TRATAMENTO 25 CAPÍTULO 4 – TRATAMENTO A base fundamental do tratamento do tabagismo encontra-se na abordagem cognitivo-comportamental, de forma que a mudança no comportamento do indivíduo influa em mudanças nos seus hábitos. Entretanto, o tabagismo se constitui de três pilares de dependência, sendo eles: psicológico, comportamental e fisiológico em relação à nicotina e, por isso, a terapêutica nesse processo utiliza de medicamentos para minimizar os sintomas da síndrome de abstinência, o que facilita a cessação do hábito de fumar (BRASIL, 2015). 4.1 – Abordagem cognitivo-comportamental Fundamentação: identificar as situações de risco de recaída e desenvolver de técnicas de enfrentamento. Principais técnicas envolvidas: (BRASIL, 2001). Identificação de pensamentos disfuncionais que trazem sentimentos ruins; Auto-observação dos comportamentos relacionados ao hábito de fumar; Orientação para identificação do pensamento relacionado às suas crenças; Identificação e aprendizado de padrões de pensamentos funcionais; Reatribuição, que significa treinar o usuário para mudar a forma como ele atribui significado a determinadas situações; Descatastrofização, que é ensinar ao usuário como lidar em determinadas situações, mostrando que a ansiedade, naquele momento, dura muito pouco; Técnicas de relaxamento, nas quais são mais utilizados o exercício de respiração profunda e o relaxamento muscular progressivo, para aprender a lidar com a ansiedade; Adiamento, quando o usuário adia cada momento antes de acender o cigarro, como forma de autocontrole; Treino de assertividade, para que ele possa enfrentar situações onde é tentado a fumar. Ou mesmo procurar dizer, da forma mais adequada, algo que o incomode, como forma de não aumentar sua ansiedade; Quebra de condicionamento, que significa sair do local ao qual o usuário associou o cigarro; 26 Autoinstrução, situação em que o participante é ensinado a argumentar consigo mesmo sobre a situação que tenta induzi-lo a fumar; Solução de problemas, para que o usuário seja ensinado sobre formas adequadas de resolver uma situação problemática (onde antes a resposta seria fumar). Portanto, ele é treinado a buscar estas respostas; Exposição e prevenção de respostas – por exemplo, o fumante é treinado em várias situações reais que podem levá-lo a fumar, e ele deve achar a resposta alternativa para não o fazer. A abordagem ao tabagista pode ser realizada de maneira mínima e intensiva: Abordagem mínima Pode ser realizada por qualquer profissional de saúde com duração média de 3 minutos a cada contato; Mnemônico Paap: perguntar e avaliar, aconselhar e preparar o fumante para a cessação, sem haver um acompanhamento posterior. Abordagem básica Contato profissional-usuário entre 3 e 10 minutos de duração para cada encontro; Tem maior taxa de sucesso; Diferencia-se pelo acompanhamento posterior; Mnemônico Paapa: perguntar e avaliar, aconselhar, preparar e acompanhar. Abordagem intensiva Estrutura-se de locais específicos para o atendimento de tabagistas que desejam parar de fumar, podendo ser individual ou em grupo de apoio; Realizada por profissionais de saúde, sendo prioritariamente da Atenção Básica; Contato profissional-usuário superior a 10 minutos de duração para cada encontro; Sempre que possível, é a mais indicada; Diferencia-se pela intensidade do acompanhamento que se dá de forma sistemática e sequencial; Mnemônico Paapa: perguntar e avaliar, aconselhar, preparar e acompanhar. 27 4.2 – Abordagem medicamentosa Visa a controlar os sintomas de abstinência provocados pela suspensão do uso da nicotina; Atuação apenas na dependência física; Individualizado; A avaliação individual deve ser pelo enfermeiro ou pelo médico de família; Todos os pacientes em uso de apoio medicamentoso devem ser acompanhados e avaliados durante o tratamento; Leva-se em conta o perfil e as preferências do fumante, histórico de saúde, uso de medicamentos, complicações geradas pelo cigarro, estágio de motivação da pessoa e a possibilidade de outras mudanças de estilo de vida; Cardiopatas e hipertensos merecem atenção especial. Existem critérios para utilização de farmacoterapia na cessação de tabagismo, de acordo com o Consenso de Abordagem e Tratamento do Fumante (2001), sendo: Consumir 20 ou mais cigarros ao dia; Fumar o primeiro cigarro até 30 minutos após acordar com consumo mínimo de dez cigarros por dia; Escore de Fageström (Anexo 1) igual ou maior a cinco, ou dependência moderada ou grave segundo avaliação individual; Tentativa anterior sem êxito devido a sintomas de abstinência a nicotina. Não haver contraindicações clínicas para a farmacoterapia. Possíveis medicamentos disponíveis no SUS: Terapia de Reposição de Nicotina (adesivo transdérmico, goma de mascar e pastilha) e o Cloridrato de Bupropiona. Terapia de Reposição de Nicotina: agentes de ação rápida com goma e pastilha e agente de ação longa com adesivo. o Contraindicações absolutas: hipersensibilidade ao medicamento, doença cardiovascular não compensada, quadro de angina pectoris constante, eventos coronarianos agudos em um período inferior a duas semanas. o Contraindicações relativas: gravidez e amamentaçãoe idade inferior a 18 anos. 28 Adesivo transdérmico de nicotina o Adesivo fixado na pele e trocado a cada 24 horas. o A nicotina é absorvida pela derme com liberação lenta e contínua na corrente sanguínea. o A sua concentração máxima é atingida entre 5 a 10h após a aplicação do adesivo. o Ao final de 24h há uma absorção de 75% do total de nicotina do adesivo. o O adesivo deve ser aplicado na pele por meio de rodízio do local da aplicação a cada 24 horas. o O efeito colateral mais comum é irritação local e com menor frequência náuseas e vômitos Na mulher, evitar colocá-lo no seio, e no homem, evitar colocá-lo em região que apresente pelos. A região deve estar protegida da exposição direta do sol, porém, não há restrição quanto ao uso na água. É necessário parar de fumar ao iniciar o medicamento, devido à possibilidade de intoxicação nicotínica. Pastilha de Nicotina Dissolvem na boca completamente entre 20 a 30 minutos. Sua absorção ocorre pela mucosa oral (100%). Mover uma pastilha de um lado para o outro da boca, repetidamente, até que esteja totalmente dissolvida. o Evitar morder a pastilha o Evitar comer ou beber enquanto estiver com a pastilha na boca, para não interferir na absorção de nicotina. o A dose máxima recomendada é de 15 pastilhas de 2mg por dia. o Efeitos colaterais comuns: tonteira, cefaleia, náuseas, vômitos, desconforto gastrintestinal, eructação, diarreia, flatulência, constipação, ulceração na boca ou língua Goma de Mascar de Nicotina É um resinato que deve ser mascado com força várias vezes. 29 Sua absorção ocorre pela mucosa oral, não é contínua, e sim em picos, variando com a força da mastigação, levando entre 2 a 3 minutos para a nicotina atingir o cérebro. Deve-se mascar a goma com força algumas vezes até sentir o sabor de tabaco. Após isso, parar de mastigar e repousar a goma entre a bochecha e a gengiva por alguns minutos para, em seguida, voltar a mastigar com força, repetindo esta operação por 30 minutos, sendo que depois poderá jogar fora a goma de mascar. o Não ingerir nenhum líquido durante o processo o A dose máxima recomendada é de 15 gomas de 2 mg por dia Efeitos colaterais comuns: vertigem, cefaleia, náuseas, vômitos, desconforto gastrintestinal, soluços, dor de garganta, dor bucal, aftas, fadiga muscular com dor na região mandibular, hipersalivação e amolecimento dos dentes Cloridrato de Bupropiona Antidepressivo atípico: inibe a recaptação neuronal de dopamina e norepinefrina, em maior intensidade e de serotonina em menor grau com atividade dopaminérgica no núcleo accumbens e noradrenérgica no locus coeruleos. Precisa ser iniciada uma semana antes da data marcada para parar de fumar, pois leva de 5 a 7 dias para produzir efeito Posologia: o 1 comprimido de 150mg pela manhã nos primeiros 3 dias de tratamento. o 1 comprimido de 150mg pela manhã e outro comprimido de 150mg, oito horas após, a partir do 4º dia de tratamento, até completar 12 semanas. o A dose máxima recomendada de Bupropiona é de 300mg por dia. A duração recomendada para o tratamento é de 12 semanas. Entretanto, em casos específicos é possível considerar um tratamento mais prolongado. Contraindicações absolutas: o Hipersensibilidade ao medicamento. o Antecedente convulsivo ou epilepsia ou qualquer outro risco para convulsão. Alcoolistas em fase de retirada do álcool. o Doença cerebrovascular. o Bulimia ou anorexia nervosa. o Uso de inibidor da MAO há menos de 15 dias. o Gestação e amamentação. 30 Contraindicações relativas: o Uso concomitante de carbamazepina, cimetidina, barbitúricos, fenitoína, antipsicóticos, antidepressivos, teofilina, corticoesteroides sistêmicos, pseudoefedrina ou benzodiazepínicos. o Diabetes mellitus em uso de hipoglicemiante oral ou insulina. o Hipertensão arterial não controlada. Possibilidades de associação terapêutica: o Adesivo de nicotina + goma de mascar de nicotina o Adesivo de nicotina + pastilha de nicotina o Adesivo de nicotina + bupropiona o Bupropiona + goma de mascar de nicotina o Bupropiona + pastilha de nicotina o Adesivo de nicotina + bupropiona + goma de mascar de nicotina o Adesivo de nicotina + bupropiona + pastilha de nicotina 31 CAPÍTULO 5 COMO MONTAR UM GRUPO DE TABAGISTAS? 32 CAPÍTULO 5 – COMO MONTAR UM GRUPO DE TABAGISTAS? Foi publicada pelo Ministério da Saúde no dia 05 de abril de 2013, a portaria nº571, que atualizou as diretrizes de cuidado à pessoa tabagista no âmbito da Rede de Atenção à Saúde das pessoas com Doenças Crônicas do SUS, essa portaria ainda estabeleceu diretrizes sobre a adesão ao Programa Nacional de Controle ao Tabagismo (PNCT). O PNTC é gerido e controlado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse programa se desenvolve sobre o tratamento do tabagismo em nível individual (já explicado nessa cartilha no capítulo 4) e nível coletivo (em grupos). De acordo com essa portaria, a adesão ao PNCT é feita prioritariamente pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo dever das Secretarias Municipais de Saúde (SMS) manifestar interesse de determinada unidade em ingressar no programa, entretanto, isso deve ocorrer após a unidade acatar ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Após esses passos o gestor da saúde ainda deverá responder um questionário que subsidiará a programação e compra dos medicamentos pelo governo federal. Os medicamentos disponibilizados através do programa são os adesivos transdérmicos que contém nicotina, goma de mascar de nicotina, pastilha de nicotina e o cloridrato de bupropiona, sendo que esses são adquiridos pelo governo federal e distribuídos aos estados e municípios. A quantidade de medicamentos enviados é correspondente a 80% dos indivíduos tabagistas que serão tratados com apoio medicamentoso ou não em um período de 12 meses (esse dado é preenchido pelo gestor da saúde no questionário fornecido para organização do programa). O município pode estimar o número de usuários do cigarro a serem atendidos se conhecer o número de pessoas tabagistas do seu território considerando o percentual de tabagistas da sua região que desejam parar de fumar, ainda pode ser considerada a capacidade das equipes em realizar os atendimentos individuais ou em grupo. Dessa forma, é importante que a equipe interessada em aderir ao PNCT para desenvolver grupos, realize uma reunião com o objetivo de elucidar os aspectos gerais do tabagismo e a importância de ações na atenção primária que busquem a sua 33 cessação, pode-se ainda comunicar as ACS’s sobre a necessidade de um levantamento da quantidade de tabagistas do território e quantos desses desejam parar de fumar, para subsidiar com dados a SMS. É importante salientar que após a adesão ao PNCT os municípios são incumbidos de capacitar os profissionais de nível superior que trabalham nas unidades cadastradas, a capacitação deve ocorrer com pelo menos um profissional por equipe. O grupo de tabagistas deve ser preferencialmente conduzido por equipe multiprofissional, entretanto, isso depende da organização dos serviços de saúde, podendo os grupos serem conduzidos por um único profissional, duplas ou equipes. O grupo deve fornecer informações e estratégias para direcionar cada indivíduo a cessação do tabagismo, de modo que cada um deve conter de 10 a 15 participantes, sendo que o programa consiste em quatro sessões de uma hora e meia por semana. As orientações para condução do grupo e das sessões são disponibilizadas no manual “Deixando de fumar sem mistérios” disponibilizado pelo Ministério da Saúde e pelo INCA. Durante o desenvolvimento do programa na UBS, trimestralmente devem ser enviadas planilhas de produção pormeio do sistema e-SUS, tanto por coleta de dados simplificada quanto por prontuário eletrônico. O fluxograma 1 apresenta uma proposta de fluxo a ser seguida para adesão ao PNCT e implantação do tratamento coletivo nas Unidades Básicas de Saúde. 34 Fluxograma 1 – Fluxo para implantação de tratamento coletivo em UBS. 35 CAPÍTULO 6 FUMANTE EM RECAÍDA 36 CAPÍTULO 6 – FUMANTE EM RECAÍDA O caderno da atenção básica de número 40 produzido pelo Ministério da Saúde discorre sobre o tabagismo, nele é relatado que no processo de cessação do hábito de fumar, podem surgir para os indivíduos muitos desafios que comprometam a sua tentativa, frente a esses os profissionais da saúde envolvidos no tratamento devem estar preparados para ampara-los e fornecer orientações para enfretamento da abstinência. Dessa forma, a prevenção da recaída se faz de melhor maneira quando se controla o estresse e ansiedade pois esses se configuram como grandes gatilhos, pode-se ainda evitar ficar perto de pessoas que fumam, evitar ingestão de bebida alcoólica e procurar ocupar o tempo com atividades mais saudáveis. Os principais fatores de risco para recaída são: Fracassos em tentativas anteriores a cessação; Presença de outros fumantes no domicilio ou no trabalho; Uso exagerado do tabaco; Status socioeconômico baixo; Situações de estresse; Problemas psiquiátricos; Baixa motivação. É importante diferenciar o lapso da recaída. Os lapsos ocorrem quando o indivíduo no tratamento para cessação do tabagismo fuma esporadicamente, sem retornar aos hábitos de tabagista. Já a recaída se caracteriza quando ele retorna a fumar regularmente, ou seja, quando retorna aos hábitos de tabagista. Essas situações podem gerar culpa no indivíduo e sensação de incapacidade, causando frustação e vergonha o que pode impedir o retorno ou continuação do tratamento. Diante desse quadro, cabe ao profissional de saúde o papel de sensibilizar esse tabagista e encaminhá-lo a unidade para dar continuidade ao tratamento seja em grupo ou de forma individual. 37 CAPÍTULO 7 TABAGISMO E COVID-19 38 CAPÍTULO 7 – TABAGISMO E COVID-19 De acordo com Szklo (2020), o tabagismo é um grave problema de saúde pública que aumenta o risco de complicações de diversas doenças, principalmente cardiovasculares e respiratórias, além de diminuir a capacidade pulmonar de um indivíduo. O tabaco também causa diferentes tipos de inflamações, prejudica os mecanismos de defesa do organismo e, portanto, provoca maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos. O mundo está vivendo uma pandemia de COVID-19, doença provocada pelo SARS-CoV-2, um novo tipo de coronavírus que afeta diversos sistemas do organismo, mas principalmente o respiratório. O tabagista tem um possível comprometimento da capacidade pulmonar, o que o leva a ter maiores chances de desenvolver sintomas graves da doença, como pneumonia e insuficiência respiratória, podendo levar a morte, assim como traz Silva, Moreira, Martins (2020), que também afirma que fumantes com COVID-19 têm 3,25 vezes mais chances de desenvolver quadros mais graves que não fumantes. Ademais, levar as mãos não higienizadas à boca para fumar, pode facilitar a entrada do vírus no corpo, de acordo com alerta do Instituto Nacional do Câncer (INCA). No caso do narguilé, a situação pode ser mais grave, pois normalmente é uma atividade realizada em grupos, sendo que a mangueira e a piteira (parte que é colocada na boca) são compartilhadas por todos. Além disso, a água fria na base que funciona como um filtro para a fumaça pode facilitar a sobrevivência de vírus e bactérias. Todavia a contaminação ainda pode ocorrer durante o processo de preparação do narguilé. Um ponto importante levantado por Silva, Moreira, Martins (2020), diz respeito ao isolamento social, pois com a indicação de se ficar em casa, os fumantes podem expor não fumantes ao tabagismo passivo com mais frequência que antes da pandemia. Com o surgimento da pandemia de COVID-19, o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) emitiu uma nota à rede nacional de coordenadores de programas de cessação do tabagismo a fim de reduzir o risco de contágio pelo vírus, sugerindo: 39 Evitar aglomerações num mesmo ambiente; Evitar exposição do tabagista na unidade de saúde, a não ser que seja absolutamente necessário; Evitar começar novos grupos ou atendimento individual de tratamento para tabagismo, orientando e justificando o adiamento do início do tratamento; E para os que já estavam em tratamento, garantir a medicação e a manutenção das orientações em grupo ou individual por mensagens eletrônicas (ex.: WhatsApp, Telegram). 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AMARANTE, Suely. O cigarro e os seus malefícios. Disponível em: http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/471-cigarro- maleficios#:~:text=O%20fumo%20%C3%A9%20causa%20direta,cerebrovascular es%20(acidente%20vascular%20cerebral). Acesso em: 08 ago. 2020. 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto nº 8.262, de 31 de maio de 2014. Altera o Decreto nº 2.018, de 1º de outubro de 1996 que regulamenta a Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996. Diário Oficial da União, seção 1, p. 1, publicado dia 02 de junho de 2014. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2014/decreto-8262-31-maio-2014- 778840-publicacaooriginal-144275-pe.html. Acesso em: 09 ago. 2020. 3. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Lei Antifumo nº 12.546, de 2011. Proíbe fumar em locais totalmente ou parcialmente fechados em qualquer um de seus lados por uma parede, divisória, teto ou toldo; também vale para áreas comuns de condomínios e clubes. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/leiantifumo/index.html#:~:text=Lei% 20Antifumo%20nº%2012.546%2F2011,%2C%20divisória%2C%20teto%20ou%2 0toldo.&text=A%20lei%20vale%20também%20para%20áreas%20comuns%20de %20condomínios%20e%20clubes. Acesso em: 09 ago. 2020. 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 571, de 05 de abril de 2013. Atualiza as diretrizes de cuidado à pessoa tabagista no âmbito da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) e dá outras providências. Diário Oficial da União, p. 56 e 57, publicado em 08 de abril de 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0571_05_04_2013.html. Acesso em: 09 ago. 2020. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.035, de 31 de maio de 2004. Amplia o acesso à abordagem e tratamento de tabagismo para a rede de atenção básica e de média complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de consolidar o Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Diário Oficial da União, seção 1, p. 24, publicado em 01 de junho de 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt1035_31_05_2004_comp.h tml. Acesso em: 07 ago. 2020. 6. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.575, de 29 de agosto de 2002. Consolida o Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Diário Oficial da União, publicado em 03 de setembro de 2002. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=183019. Acesso em: 08 ago. 2020. 7. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, 42 no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, ed. 183, seção 1, p. 68, publicado dia 22 de setembro de 2017. Disponível em:https://www.in.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19308123/do1-2017-09-22-portaria-n- 2-436-de-21-de-setembro-de-2017-19308031. Acesso em: 08 ago. 2020. 8. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2.539, de 26 de setembro de 2019. Altera as Portarias de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, e nº 6, de 28 de setembro de 2017, para instituir a equipe de Atenção Primária – eAP e dispor sobre o financiamento de equipe de Saúde Bucal – eSB com carga horária diferenciada. Diário Oficial da União, ed. 188, seção 1, p. 164, publicado dia 27 de setembro de 2019. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.539-de-26-de-setembro-de-2019- 218535009. Acesso em: 07 ago. 2020. 9. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3.566, de 19 de dezembro de 2019. Fixa o quantitativo de equipes de Saúde de Família e equipe Saúde Bucal composta por profissionais com carga horária individual de 40 horas semanais e estabelece regra transitória para às equipes de Saúde da Família com as tipologias I, II, III, IV e V (transitória). Diário Oficial da União, ed. 246, seção 1, p. 198, publicado dia 20 de dezembro de 2019. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-3.566-de-19-de-dezembro-de-2019- 234647326. Acesso em: 08 ago. 2020. 10. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3.704, de 23 de dezembro de 2019. Credencia municípios a receberem incentivos financeiros referentes às Equipes de Atenção Primária (eAP). Diário Oficial da União, ed. 248, seção 1, p. 287, publicado dia 24 de dezembro de 2019. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-3.704-de-23-de-dezembro-de-2019- 235215601. Acesso em: 08 ago. 2020. 11. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Alerta do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) à população sobre tabagismo e coronavírus. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//inca-alerta- risco-tabagismo-coronavirus.pdf. Acesso em: 07 ago. 2020. 12. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Alerta do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) sobre os riscos do tabagismo e do uso e compartilhamento do narguilé para infecção pelo coronavírus (COVID-19). Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//inca-alerta- risco-narguile-coronavirus.pdf. Acesso em: 09 ago. 2020. 13. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Causalidade: tabagismo. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/situacao/arquivos/causalidade_tabagismo.pdf. Acesso em: 08 ago. 2020. 43 14. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Deixando de fumar sem mistérios: manual do coordenador, 2 ed., 7 reimpr., 49 p., 2019. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//manual- coordenador-deixando-de-fumar-sem-misterio.pdf. Acesso em: 07 ago. 2020. 15. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância (CONPREV). Abordagem e tratamento do fumante – consenso 2001, 38 p., 2001. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/tratamento- consenso.pdf. Acesso em: 09 ago. 2020. 16. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação Geral de Prevenção e Vigilância. Programa Nacional de Controle do Tabagismo. O agente comunitário de saúde e o controle do tabagismo no Brasil, 2. ed. rev., 23 p., 2014. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cartilha-do- agente-comunitario-2014.pdf. Acesso em: 07 ago. 2020. 17. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. 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Tabagismo passivo. 2020. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tabagismo/tabagismo-passivo. Acesso em: 09 ago. 2020. 21. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Tratamento do tabagismo. 2020. Disponível em: https://www.inca.gov.br/programa-nacional-de-controle-do-tabagismo/tratamento. Acesso em: 08 ago. 2020 44 22. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: o cuidado da pessoa tabagista, 154 p., 2015. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_40.pdf. Acesso em: 08 ago. 2020. 23. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria nº 442 de 13 de agosto de 2004. Regulamenta a Portaria GM/MS nº 1.035, de 31 de maio de 2004. Diário Oficial da União, seção 1, p. 62, publicado em 16 de agosto de 2004. 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Menos de 10 De 11 a 20 De 21 a 30 Mais de 31 48 Menos de 10 = 0 De 11 a 20 = 1 De 21 a 30 = 2 Mais de 31 = 3 Você fuma mais frequentemente pela manhã? SIM NÃO Sim = 1 Não = 0 Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar de cama? SIM NÃO Sim = 1 Não = 0 Grau de Dependência: 0 - 2 pontos = muito baixo 3 - 4 pontos = baixo 5 pontos = médio 6 - 7 pontos = elevado 8 - 10 pontos = muito elevado Projeto de extensão: "Acenda a esperança: apague o cigarro" Cartilha de Apoio: Tabagismo Nunca Mais
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