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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração ALEX SOARES CRACCO PAULO THIAGO BENTO ARRIBARD THIAGO FLÁVIO DE SOUZA THIAGO FRASTRONE GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE AES Tietê Promissão/SP LINS SP 2008 1 ALEX SOARES CRACCO PAULO THIAGO BENTO ARRIBARD THIAGO FLÁVIO DE SOUZA THIAGO FRASTRONE GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação da Profª M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro e orientação técnica da Profª M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva. LINS SP 2008 2 Cracco, Alex Soares; Arribard, Paulo Thiago Bento; Souza, Thiago Flávio; Frastrone, Thiago Gestão da sustentabilidade: AES Tietê S/A / Alex Soares Cracco; Paulo Thiago Bento Arribard; Thiago Flávio de Souza; Thiago Frastrone. Lins, 2008. 111p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2008 Orientadores: Máris de Cássia Ribeiro; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Sustentabilidade. 2. Econômica. 3. AES Tietê S/A. I Título. CDU 658 C921g 2 ALEX SOARES CRACCO PAULO THIAGO BENTO ARRIBARD THIAGO FLÁVIO DE SOUZA THIAGO FRASTRONE GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: _____/_____/_____ Banca Examinadora: Profª Orientadora: Máris de Cássia Ribeiro Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba UNIMEP Assinatura:___________________________________ 1º Prof(a): _______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:___________________________________ 2º Prof(a): _______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: ___________________________________ 3 DEDICATÓRIA A DEUS Ao Senhor por nos dar sabedoria ao longo de nossa graduação. Obrigado por tudo que vimos, ouvimos e aprendemos. Obrigado pela vida. A NOSSA FAMÍLIA A vocês, que nos deram a vida e nos ensinaram a vivê-la com dignidade. A vocês, que se doaram inteiros e renunciaram aos seus sonhos, para que, pudéssemos realizar os nossos. A vocês, pais por natureza, por opção, que não temos palavras para agradecer tudo isso. Amamos vocês. AOS AMIGOS A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse trabalho. Inclusive àqueles que estiveram conosco desde o inicio. A EMPRESA Pela cordialidade na qual fomos recebidos. Obrigado pela oportunidade, sabedoria em relação ao assunto pesquisado. E principalmente ao Sr. José Simionato pois sem sua confiança nada seria possível. AOS MESTRES Em cada professor um mestre. Em cada mestre um universo. Obrigado professores por dedicar seu tempo e sua sabedoria para que nossa formação fosse um aprendizado de vida. AS NAMORADAS E NOIVA As nossas amadas que entenderam nossas ausências, compartilharam de nossas lágrimas e sorrisos, dividimos, agora, o mérito desta conquista. As alegrias de hoje também são suas, pois seu amor, estímulo e carinho foram as armas desta vitória. Nós amamos vocês. Alex Cracco, Paulo Arribard, Thiago Flávio, Thiago Frastrone 4 AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus, por ser presença constante em nossas vidas e iluminando nossos caminhos para que conseguíssemos chegar até aqui. Aos professores e orientadoras Máris e Heloísa, que dedicaram seu tempo, nos ensinando a crescer profissionalmente. 5 RESUMO O termo sustentabilidade, incorporado definitivamente ao repertório cultural contemporâneo, não está relacionado apenas aos aspectos ambientais, mas também às questões econômicas, sociais e culturais da sociedade humana. Em linhas gerais, sustentabilidade significa suprir as necessidades das gerações presentes sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as suas. O risco de uma catástrofe ambiental que se aproxima a passos rápidos, caso não sejam tomadas medidas radicais que desacelerem o processo de degradação e esgotamento dos recursos naturais, tem feito com que o tema esteja cada vez mais presente na vida das pessoas e corporações. Assim, os consumidores conscientes e empresas ecologicamente responsáveis são os novos personagens desta tarefa desafiadora e de impactos definitivos na qualidade de vida das futuras gerações. Já não bastam apenas a boa vontade pessoal ou iniciativas domésticas individuais e projetos de maior abrangência liderados por ONG s e grandes empresas. Separação do lixo, descarte de pilhas ou economia de água e ações para projetar a imagem de uma marca são válidas, no entanto, é importante destacar que a sustentabilidade requer um objetivo coletivo. Neste sentido, a empresa AES Tietê, em que foi realizada a pesquisa para este trabalho, tem como objetivo garantir o desenvolvimento sustentável de seu negócio e da comunidade onde está inserida, na busca de prestar de forma responsável, um serviço público à sociedade: a geração de energia; e consequentemente comunicar com transparência seus investidores a fim de aproximar ainda mais a AES Tietê dos participantes do mercado de capitais. Essa política está relacionada à estratégia de nortear sua atuação na sustentabilidade visando maior valorização econômica. Palavras-chave: Sustentabilidade. AES Tietê. Valorização Econômica. 6 ABSTRACT The term sustenance incorporated definitely in the contemporary cultural compilation, isn t related to just the environmental aspects but also to economical, social and cultural matters of the human society. In general, sustenance means supply the needs of the present generations without preventing the ability of the future generations to supply theirs. The risk of an environmental catasthrophe that has approximated that has approximated at fast steps in case that radical measures aren t taken to decrease the process of depredation and depletion of natural resources has made this topic be present more and more in people s lives and corporations. This way, the aware consumers and companies ecologically responsible are the new characters of this challenging task and decisive impacts in the life quality of the future generations. Personal good will or domestic individual initiatives and projects of larger embracement led by ONG S and big companies aren t enough. Separation of garbage, discard of batteries or water savings and actions to project a bland image are valid, however it s important to emphasize the sustenance requires a collective goal. In this sense the company AES Tietê where this work was carried out, has the objective to guarantee the sustainable development of its business and the community where it s inserted, in order serve in a responsible way, a public service to society: the energy production and consequently communicate honestly its investors to approximate more the AES Tietê to the participants of the capital market. This policy is related to the strategy of guiding its performance in the sustenance aiming a higher economical valorization. Key words: Sustenance. AES Tietê. Economical Valorization. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Usina Hidrelétrica Água Vermelha ................................................. 46 Figura 2: Usina Hidrelétrica Caconde............................................................ 46 Figura3: Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha............................................ 47 Figura 4: Usina Hidrelétrica Limoeiro ............................................................ 48 Figura 5: Pequena Central Hidrelétrica Mogi-Guaçu..................................... 49 Figura 6: Usina Hidrelétrica Barra Bonita ...................................................... 49 Figura 7: Usina Hidrelétrica Bariri .................................................................. 50 Figura 8: Usina Hidrelétrica Ibitinga............................................................... 51 Figura 9: Usina Hidrelétrica Promissão ......................................................... 52 Figura 10: Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava......................................... 52 Figura 11: Empresas que compõem o IEE.................................................... 85 Figura 12: Valorização do ISE ....................................................................... 86 Figura 13: Valorização do IBOV .................................................................... 87 Figura 14: Análise da valorização da AES Tietê GETI4............................. 88 Figura 15: Análise da valorização da Eletrobrás ELET6............................ 89 Figura 16: Estrutura Acionária da AES Tietê................................................. 90 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Os dez compromissos da Empresa Amiga da Criança................ 29 Quadro 2: Composição Acionária da AES Tietê ........................................... 90 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ADVB - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil AEM - Avaliação Ecossistêmica do Milênio AAFC - Associação dos Aposentados da Fundação Cesp Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo 8 BM&FBovespa - Bolsa de Valores, Mercadorias & Futuros Nyse - Bolsa de Nova York BNDESpar - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Financeiro e Participações BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Financeiro CESP - Companhia Energética de São Paulo CESFGV - Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas CISE - Conselho Deliberativo do ISE CSPE - Comissão de Serviços Públicos de Energia CVM - Comissão de Valores Mobiliários CEP - Código de Endereçamento Postal CMMAD - Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento CDB - Convenção sobre a Biodiversidade CDS - Comissão sobre o Desenvolvimento Sustentável CMDS - Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável CO2 - Dióxido de Carbono ECOSOC - Conselho Econômico e Social das Nações Unidas FGV Fundação Getúlio Vargas FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul GWh - Gigawatt-hora GEE - Gases do Efeito Estufa IBOV - Índice Bovespa IEE - Índice de Energia Elétrica IGP-M - Índice Geral de Preço do Mercado ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial ISO - Organização Internacional para Padronização km² - Quilômetros Quadrados MRE - Mecanismo de Realocação de Energia m³ - Metros Cúbicos m - Metros m³/s - Metros Cúbicos por Segundo 9 MW - Megawatt NBR - Normas Brasileiras Osesp - Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo O.D. - Overdose Digital ONU - Organização das Nações Unidas PCHs - Pequenas Centrais Hidrelétricas PGA - Programa de Gestão Ambiental PLR Programa de Participação nos Lucros e Resultados PNUMA - Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente RCE - Redução Certificada de Emissões RI - Relacionamento com Investidores SELA Sistema Econômico Latinoamericano TP Tietê Participações UHE - Usina Hidrelétrica 10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................... 14 CAPÍTULO I GRUPO AES TIETÊ.............................................................. 16 1 HISTÓRICO ........................................................................................ 16 1.1 Missão ................................................................................................. 18 1.2 A Visão de Sustentabilidade ............................................................... 18 1.3 Valores ................................................................................................ 19 1.4 Ações Ambientais ............................................................................... 19 1.4.1 Objetivos ambientais, com as suas respectivas metas ambientais ... 22 1.5 Projetos Sociais .................................................................................. 23 1.5.1 O Projeto Guri ..................................................................................... 23 1.5.2 Programa Geração Cidadania ............................................................ 23 1.5.3 Salas de Leitura .................................................................................. 24 1.5.4 Acorde Para o Meio Ambiente ............................................................ 25 1.5.5 Fundação Dorina Nowill ...................................................................... 26 1.5.6 Energia não se Aposenta.................................................................... 26 1.5.7 Mozarteum Brasileiro .......................................................................... 26 1.5.8 Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo .................................... 27 1.5.9 A Ecos do Planeta............................................................................... 27 1.5.10 Overdose Digital.................................................................................. 28 1.5.11 Empresa Amiga da Criança ................................................................ 28 1.5.12 Voluntariado ........................................................................................ 29 1.5.13 Campanha de Natal ............................................................................ 29 1.5.14 Campanha da Páscoa......................................................................... 30 1.5.15 Campanha do Agasalho...................................................................... 30 1.6 Reconhecimento ................................................................................. 30 1.6.1 TOP Social da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) 2007........................................................................................ 31 1.7 Investimentos ...................................................................................... 31 1.8 Mitigação do Meio Ambiente e distribuição de Energia Sustentável.. 32 11 1.9 Gestão de pessoas relacionamento com o público interno............. 33 1.9.1 Comunicação ...................................................................................... 35 1.10 Política de responsabilidade sócio-ambiental - Política de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho do Grupo AES ......................... 36 1.11 Cultura empresarial Governança Corporativa ................................. 37 1.11.1 Conselho de Administração ................................................................ 38 1.11.2 Conselho Fiscal .................................................................................. 38 1.11.3 Comitês ............................................................................................... 38 1.11.3.1 Comitê de Gestão ............................................................................ 38 1.11.3.2 Comitê de Gestão de Riscos Regulatórios...................................... 39 1.11.4 Relações com Investidores................................................................. 39 1.11.5 Sarbanes-Oxley .................................................................................. 40 1.11.6Auditoria .............................................................................................. 40 1.11.7 Estrutura Societária............................................................................. 40 1.12 Contrato Governamental Contrato de Concessão .......................... 41 1.13 Gerenciamento de Riscos................................................................... 41 1.14 Eclusas................................................................................................ 45 1.14.1 Ficha Técnica...................................................................................... 45 1.14.1.1 Escritório Sede................................................................................. 45 1.14.1.2 Usina Hidrelétrica Água Vermelha................................................... 45 1.14.1.3 Usina Hidrelétrica Caconde ............................................................. 46 1.14.1.4 Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha ............................................. 47 1.14.1.5 Usina Hidrelétrica Limoeiro.............................................................. 48 1.14.1.6 Pequena Central Hidrelétrica Mogi-Guaçu...................................... 48 1.14.1.7 Usina Hidrelétrica Barra Bonita ....................................................... 49 1.14.1.8 Usina Hidrelétrica Bariri ................................................................... 50 1.14.1.9 Usina Hidrelétrica Ibitinga................................................................ 51 1.14.1.10 Usina Hidrelétrica Promissão ........................................................ 51 1.14.1.11 Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava.......................................... 52 CAPÍTULO II - CONCEITOS SOBRE GESTÃO DA SUSTENTALIDADE .. 54 2 A EVOLUÇÃO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS............................ 54 2.1 Protocolo de Kyoto.............................................................................. 58 12 2.2 Relatório Brundtland ........................................................................... 59 2.3 Agenda 21........................................................................................... 60 2.4 Gestão ambiental ................................................................................ 61 2.5 Normas ambientais e ISO 14000........................................................ 62 2.6 A construção de uma consciência ecológica...................................... 64 2.7 Responsabilidade Social..................................................................... 65 2.8 Economia empresarial ........................................................................ 66 2.9 Crescimento econômico e meio ambiente.......................................... 69 2.10 Capital ambiental e o capital social..................................................... 69 2.11 Desenvolvimento sustentável ............................................................. 71 2.12 Sustentabilidade.................................................................................. 73 2.13 Dimensões de sustentabilidade .......................................................... 74 2.14 A importância da sustentabilidade na empresa.................................. 75 2.15 Sustentabilidade: governança no mundo tripolar ............................... 77 2.16 Sustentabilidade como tendência de mercado................................... 78 2.17 Créditos de carbono............................................................................ 79 CAPÍTULO III - GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE: UM DIFERENCIAL COMPETITIVO DO GRUPO AES TIÊTE...................................................... 81 3 GRUPO AES TIETÊ ........................................................................... 81 3.1 Introdução ........................................................................................... 81 3.2 Análise dos Índices ............................................................................. 82 3.2.1 Índice Bovespa (IBOV)........................................................................ 82 3.2.2 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) .................................... 83 3.2.3 Índice de Energia Elétrica (IEE).......................................................... 84 3.3 Análise comparativa dos índices: IBOV versus ISE ........................... 85 3.4 Análise comparativa setorial: IEE ....................................................... 87 3.5 Estrutura Acionária.............................................................................. 89 3.6 Análise dos controladores da AES Tietê ............................................ 90 3.7 Perfil dos investidores brasileiros ....................................................... 91 3.7.1 Cultura dos investidores estrangeiros ................................................ 92 3.8 Resultado da pesquisa........................................................................ 93 13 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................. 96 CONCLUSÃO................................................................................................ 97 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 99 APÊNDICES .................................................................................................. 102 14 INTRODUÇÃO Nos últimos anos, a sustentabilidade passou a fazer parte do cotidiano de um crescente número de empresas de todos os setores como um conceito de negócios. A Sustentabilidade pode ser definida como a capacidade de uma empresa desenvolver sua atividade de forma a atender às necessidades da geração atual, sem comprometer a vida das gerações futuras. Em outras palavras, significa buscar o lucro duradouro, meta de qualquer empresa, por meio de práticas econômico-financeiras, ambientais e sociais responsáveis, integradas à administração do próprio negócio. Os objetivos da Gestão da Sustentabilidade estão basicamente apoiados em três pilares: social, ambiental e econômico. Tais áreas são determinantes no planejamento sustentável correto, que podem trazer retornos financeiros significativos para a empresa. A Gestão da Sustentabilidade se tornou no mercado atual um grande diferencial competitivo. As empresas que trabalham com produtos e serviços visando um sistema socialmente justo, ambientalmente equilibrado e economicamente próspero, vêm evoluindo gradativamente com o aumento do conhecimento da sociedade. Os objetivos da pesquisa foram fundamentar as teorias referentes à Gestão Ambiental e Responsabilidade Social; verificar se a Gestão da Sustentabilidade adotada pela empresa AES Tietê contribui para sua valorização econômica; descrever a evolução histórica da empresa; analisar a importância da sustentabilidade no âmbito social e ambiental visando um melhor desempenho econômico; analisar como é aplicada a Gestão da Sustentabilidade; avaliar os benefícios que a Gestão da Sustentabilidade proporciona e demonstrar as vantagens da Gestão da Sustentabilidade na valorização econômica da empresa. Diante do que foi pesquisado e em virtude do que foi observado na empresa, questiona-se: A Gestão da Sustentabilidade adotada pela empresa AES Tietê contribui para sua valorização econômica? Através desta pergunta surgiu a seguinte hipótese que norteia o 15 trabalho: a gestão da sustentabilidade baseada nas áreas ambientais e sociais proporciona resultados positivos no âmbito econômico da empresa, desenvolvendo vantagens favoráveis diante de um mercado competitivo. Para intensificar a análise foi realizada uma pesquisa na empresa AES Tietê, que atua no setor de geração de energia elétrica, localizada na cidade de Promissão-SP. Foram utilizados neste trabalho os métodos e técnicas descritos no Capítulo III. O trabalho está estruturadoda seguinte maneira: Capitulo I Apresenta a empresa na qual foi realizada a pesquisa, incluindo o histórico, localização, projetos, área de atuação, entre outros. Capitulo II Descreve o conceito de sustentabilidade e suas características. Capitulo III Descreve a pesquisa realizada na empresa AES Tietê. A Proposta de Intervenção e a Conclusão são resultado de uma comparação entre a teoria aplicada e as práticas apresentadas pela empresa, e constituem a parte final deste trabalho. 16 CAPÍTULO I GRUPO AES TIETÊ 1 HISTÓRICO Fundada em 1981, a AES é um dos maiores investidores do setor elétrico mundial. Possui 28 mil colaboradores envolvidos em operações que incluem distribuição e geração hídrica, térmica e de fontes alternativas, em 28 países. Na América Latina, onde opera desde 1993, a AES está presente na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Panamá e República Dominicana. São aproximadamente dez mil colaboradores e oito milhões de clientes atendidos. A AES chegou ao Brasil em 1997, com a aquisição da Companhia Centro-Oeste de Distribuição de Energia Elétrica, do Rio Grande do Sul (AES Sul). No País, o Grupo AES controla ainda a Companhia Brasiliana de Energia, controladora direta da AES Tietê, AES Eletropaulo, AES Uruguaiana, AES Infoenergy, AES Com Rio e AES Eletropaulo Telecom. São mais de 6,3 milhões de clientes e 5,4 mil colaboradores na força de trabalho. A AES Tietê é uma empresa de destaque no ramo de geração de energia elétrica no Brasil. Foi constituída em abril de 1999, como resultado da reestruturação e da privatização de determinados ativos da Companhia Energética de São Paulo (CESP). Em outubro de 1999, a AES Corporation, por meio de suas controladas diretas ou indiretas, adquiriu a maioria das ações de emissão da AES Tietê em um leilão público realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A AES Corporation, cujas ações são negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque, é uma das principais empresas do ramo de energia nos Estados Unidos, com atividades de geração e distribuição. Em seguida à privatização, em dezembro de 1999, a AES Tietê celebrou um Contrato de Concessão com a Agência Nacional de Energia Elétrica 17 (Aneel) para operar dez Usinas Hidrelétricas. O Contrato de Concessão foi celebrado com prazo de 30 anos, que termina em 20 de dezembro de 2029, e poderá ser prorrogado por um período adicional de 30 anos, mediante solicitação prévia da AES Tietê e desde que determinadas condições sejam atendidas. As atividades da AES Tietê compreendem a geração e o fornecimento de energia para distribuidoras de energia elétrica localizadas em várias regiões do Estado de São Paulo. A base de operações da AES Tietê está localizada no Estado de São Paulo e a capacidade instalada é de 2.651 Megawatt (MW), o que corresponde a 18,5% do parque gerador do Estado de São Paulo, provenientes de 10 usinas localizadas nas regiões centro e nordeste do Estado de São Paulo (Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava, Caconde, Euclides da Cunha, Limoeiro, Mogi-Guaçu e Água Vermelha). A Usina Hidrelétrica (UHE) de Água Vermelha responde por mais da metade da energia gerada pela AES Tietê e por aproximadamente 53,0% de sua Capacidade Instalada. A AES Tietê controla a AES Minas, uma empresa detentora de 7 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), no Estado de Minas Gerais, que juntas têm capacidade instalada de 5,45 MW. Os reservatórios das usinas são parte integrante da paisagem e da vida das regiões onde estão localizados. Sua utilização vai além da geração de energia, pois permite o controle de cheias, projetos de irrigação, navegação hidroviária e diversas atividades comerciais e de lazer, como turismo, recreação e pesca esportiva e profissional. As usinas da AES Tietê proporcionaram uma geração efetiva de 12,5 mil Gigawatt-hora (GWh) de energia ao longo de 2006, 12% acima dos 11,1 mil GWh de energia assegurada, determinada pela Aneel, ainda que 3% menor do que foi gerado em 2005. Os ganhos de produtividade, que vêm proporcionando ano a ano um volume de geração superior ao determinado inicialmente no contrato de concessão como energia assegurada, são reflexos do intenso programa de manutenção efetiva, que garante às usinas a manutenção de seu índice de confiabilidade entre os melhores do setor elétrico no País. Baseada na performance operacional histórica superior aos níveis estabelecidos pela Aneel, a AES Tietê pleiteia junto ao poder concedente aumentar o volume de energia assegurada. Porém, o Ministério de Minas e 18 Energia determinou, em 2004, que essa capacidade passe por uma revisão apenas em 2014. A usina hidrelétrica Mario Lopes Leão (Promissão), com potência instalada de 264 MW é a segunda usina da AES em capacidade, no rio Tietê. A usina Promissão está à jusante da usina Ibitinga e nas proximidades da corredeira de Lajes. Suas obras civis foram iniciadas em janeiro de 1966 e o primeiro gerador entrou em operação em julho de 1975. A usina foi concluída em abril de 1977. O reservatório de promissão abrange uma área de 530 km² e, com a implantação da hidrovia Tietê-Paraná o desenvolvimento da região foi beneficiado através da atividade mais importante local, o cultivo da cana-de- açúcar. 1.1 Missão A AES Tietê S.A. tem como missão: Gerar e distribuir eletricidade e outros serviços, para atender as necessidades do mundo, de uma maneira segura, limpa, confiável e socialmente responsável. 1.2 A Visão de Sustentabilidade A AES Tietê, assim como das demais empresas do Grupo AES, sedimenta-se sobre três pilares: econômico, social e ambiental, que agem e interagem entre si. Sob esse prisma, a companhia desenvolve suas atividades a partir de boas práticas econômico-financeiras, com vistas a contribuir para o desenvolvimento social das regiões em que atua, além de manter seu compromisso com preservação do meio ambiente, conservando e restaurando recursos ambientais impactados por suas atividades. Para a companhia, o equilíbrio entre esses fatores garantirá a sustentabilidade e a perenidade de sua atividade-fim, que é prestar, de forma responsável, um serviço público à 19 sociedade: a geração de energia. 1.3 Valores A AES Tietê adota os valores da AES Corporation: a) segurança: o Grupo AES sempre coloca a segurança em primeiro lugar em relação ao seu pessoal, contratados e integrantes das comunidades atendidas; b) integridade: as pessoas do Grupo AES são honestas, confiáveis e fidedignas. A integridade está no centro de tudo o que fazem - como conduzem suas ações, como desempenham seu trabalho e como interagem umas com as outras e com todas as partes envolvidas; c) compromisso: o Grupo AES tem um compromisso com as partes envolvidas (clientes, funcionários, comunidades, acionistas, fornecedores e parceiros) e quer que todas as suas empresas dêem uma contribuição positiva para a sociedade; d) excelência: o Grupo AES buscará ser o melhor em tudo o que fizer, e irá desempenhar atividades de classe mundial bem como fornecer serviços de alta qualidade confiáveis aos seus clientes; e) realizar-se no trabalho: o Grupo AES quer que seu pessoal goste de seu trabalho, apreciando a auto-realização proporcionada por fazer parte de um time de sucesso que faz a diferença. As pessoas trabalham porque se sentem realizadas, úteis e motivadas. 1.4 Ações Ambientais Desde o ano 2000, a AES Tietê desenvolve uma série de programas ambientais. Dentre eles destacam-se: a) o Programa de Manejo de Flora: tem por objetivo produzir 1 milhão de mudas por ano e é realizado no viveiro localizado na UHE 20 Promissão (Promissão-SP). Parte dessas mudas é disponibilizada para as comunidades e prefeituras da região através do Programa de Fomento Florestal, sendo especialmente destinadas parao reflorestamento e a recomposição de áreas degradadas; b) o Programa de Manejo Pesqueiro: contribui para a manutenção da ictiofauna nos reservatórios formados, visando, de um modo geral, a preservação da diversidade biológica e a sustentação da exploração pesqueira racional; c) os estudos dos ambientes aquáticos e suas interfaces com os terrestres, necessários à implementação do povoamento e repovoamento dos reservatórios e seus tributários, são desenvolvidos como parte da política ambiental da empresa e também em cumprimento da legislação. O Programa é realizado como uma forma de mitigar e compensar os impactos resultantes da construção dos reservatórios, além de também permitir o fornecimento de subsídios para estudos e pesquisas, objetivando a caracterização das novas condições do sistema aquático do Estado de São Paulo, modificadas substancialmente pela construção dos reservatórios; d) repovoamento com peixes: aponta como um dos mais importantes subprogramas do Manejo Pesqueiro da AES Tietê conta, para sua execução, com a estrutura de duas Estações de Piscicultura, estando uma localizada na UHE de Promissão e a outra na UHE de Barra Bonita, somando uma produção aproximada de 2.500.000 alevinos por ano. O povoamento e o repovoamento dos reservatórios é executado exclusivamente com espécies autóctones de piracema ou endêmicas de cada bacia considerada. De um modo geral, são utilizadas sete espécies de peixes nos processos de povoamento e/ou repovoamento dos reservatórios, sendo elas: curimbatá (Prochilodus lineatus), piapara (Leporinus elongatus), pacu-guaçu (Piaractus mesopotamicus), dourado (Salminus maxillosus), tabarana (Salminus hilarii), piracanjuba (Brycon orbignyanus) e lambari (Astyanax sp.), sendo que os três primeiros são os mais utilizados. O período de peixamento pode ser realizado em praticamente todos os 21 meses do ano, com exceção de julho e agosto, sendo que o período exato depende da disponibilidade de alevinos, em número e comprimento requeridos, nas Estações de Piscicultura. Os pontos de peixamento contemplam a bacia dos rios Tietê, Grande e Pardo; e) viveiro: o viveiro de Promissão completou, em 2007, 32 anos de atividades, tendo capacidade de produção de 1.000.000 mudas de árvores por ano. A AES Tietê terceiriza todas as etapas do processo de produção para uma equipe especializada que executa a coleta, seleção e beneficiamento das sementes, bem como todas as etapas de produção de mudas. A finalidade da produção das mudas é o florestamento e reflorestamento de áreas impactadas pela construção dos reservatórios; f) educação ambiental: o objetivo deste programa é desenvolver ações de educação e informação sobre os recursos ambientais, elaborando e implementando ações de comunicação junto à rede escolar dos municípios da área de influência, informando sobre as características da Usina, os recursos físicos e bióticos que ela comporta e as ações necessárias para assegurar sustentabilidade ao uso dos mesmos. Para isso desenvolve e gerencia uma visita orientada às instalações das UHE Promissão, Barra Bonita e Água Vermelha, na qual os visitantes (morador local, estudantes e/ou turistas) têm uma visão geral do funcionamento técnico da usina, sua história, as características de seu reservatório e os recursos físicos, bióticos e paisagísticos que ela dispõe, sendo concluída com informações institucionais da AES Tietê e de sua presença no estado de São Paulo. A realização desta visita é integrada às alternativas de lazer da população, quanto a roteiros turísticos da região, bem como às ações de educação ambiental. As visitas programadas são realizadas uma vez a cada 15 dias e serão marcadas sob a seguinte orientação: envio de ofício da instituição ou contato telefônico; programação de no mínimo 1 semana de antecedência; visita de no máximo 20 pessoas; estudantes até a 2ª série deverão estar acompanhados de, no mínimo, 02 professores responsáveis; todos os visitantes devem estar calçando sapatos fechados. 22 1.4.1 Objetivos ambientais, com as suas respectivas metas ambientais De acordo com as Normas Brasileiras (NBR) e a Organização Internacional para Padronização (ISO) 14001/96, define-se: a) parte interessada: indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho ambiental de uma organização; b) desempenho ambiental: resultados mensuráveis do sistema de gestão ambiental, relativos ao controle de uma organização sobre seus aspectos ambientais, com base na sua política, seus objetivos e suas metas ambientais; c) objetivo ambiental: propósito ambiental global, decorrente da política ambiental, que uma organização se propõe a atingir, sendo mensurável sempre que exeqüível; d) meta ambiental: requisito de desempenho detalhado, quantificado sempre que exeqüível, aplicado à organização ou parte dela, resultante dos objetivos ambientais e que necessita ser estabelecido e atendido para que tais objetivos sejam atendidos; e) política ambiental: declaração da organização, expondo suas intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que prevê uma estrutura para ação e definição de seus objetivos e metas ambientais. Os objetivos e metas são assegurados por Programas de Controle dos Impactos Significativos, formando o Programa de Gestão Ambiental da AES Tietê S.A. Os programas de controle de impactos significativos são desdobrados em Planos de Ação (5W2H) para cada UHE. Nesses planos de ação são especificados: o que ações; por que justificativa; quem responsável; onde local; quando - cronograma de execução; como - metodologia; quanto custa - recursos necessários, definindo indicadores de desempenho ambiental da UHE, a serem medidos, monitorados e controlados. A esse conjunto de Planos de Ação denomina-se Programa de Gestão Ambiental (PGA) da UHE. 23 1.5 Projetos Sociais A política de responsabilidade social da AES Tietê tem por objetivo atingir a excelência em cidadania empresarial, com foco no desenvolvimento humano e a partir de ações focadas em meio ambiente, cultura e educação. Por isso, a empresa promove, de forma consistente, a integração da AES Tietê com as comunidades nas quais a empresa está inserida, por meio de ações de desenvolvimento sustentável. Segue os projetos sociais da AES Tietê: 1.5.1 O Projeto Guri É uma organização social sem fins lucrativos com o objetivo de promover a inclusão social e cultural por meio do ensino da música. Desenvolvem a sociabilidade, auto-estima e senso de cidadania em crianças e adolescentes de 8 a 18 anos, além de incentivar o interesse pelas artes. A AES Tietê retomou a parceria com o projeto em Caconde e estendeu a ação a mais quatro cidades do interior do Estado de São Paulo: Barra Bonita, Boracéia, Brejo Alegre e Igaraçú do Tietê. Com esta iniciativa, mais de 700 crianças de famílias de baixa renda podem estudar violino, viola, violoncelo, contrabaixo, violão, cavaquinho, percussão, saxofone, clarinete, flauta, trompete, trombone e coral. O Projeto Guri foi criado há dez anos pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e conta com o apoio da Associação Amigos do Projeto Guri e financiamento de empresas privadas. Atualmente, o projeto leva cultura a mais de 48 mil crianças de 8 a 18 anos que participam dos seus cursos de música. 1.5.2 Programa Geração Cidadania 24 Foi lançado pela AES Tietê em maio de 2005. Seu objetivo é fortalecer o relacionamento da companhia com as comunidades nas quais está inserida por meio de ações culturais e de educação ambiental, como a transformação de materiais reciclados em artesanatos típicos da região, literatura circulante, música e artes plásticas, entre outras. As entidades participantes deste programa estão situadas nos seguintes municípios do interior de São Paulo: a)Mococa: Projeto Beija Flor curso gratuito de dança e desenvolvimento da coordenação motora, postura e capacidades físicas e mentais para crianças e adolescentes de baixa renda com necessidades especiais. Em 2006, 320 crianças e adolescentes foram atendidas pelo projeto; b) São José do Rio Pardo: Projeto Música e Arte escola de música e orquestra com a participação de 70 crianças e adolescentes carentes; c) Buritama: Projeto Criança tem Concerto oficina de artes, música, teatro, dança, artesanato e reforço escolar que beneficiam 170 crianças, jovens e adolescentes em situação de risco; d) Mogi Guaçu: Projeto Eco-Arte Inclusão oficinas de música, material reciclável e artesanatos para deficientes físicos, visuais e auditivos. Em 2006, participaram dessa iniciativa 234 crianças e adolescentes; e) Ibitinga: Projeto Reciclando a Vida oficinas de reciclagem de papel e desenvolvimento da conscientização ambiental para 245 crianças e adolescentes e o Projeto Biblioteca em Movimento: ônibus adaptado percorrem escolas e bairros da periferia para oferecer consulta e empréstimo de livros. A previsão é de atender 100 pessoas por dia e 2.200 por mês. 1.5.3 Salas de Leitura Com as salas de leitura, mais de 123 mil livros foram doados pelas empresas do grupo AES no Brasil nos últimos três anos. Em 2007, mais de 80 25 mil exemplares foram distribuídos. Entre as iniciativas responsáveis por esses números está o projeto Sala de Leitura, patrocinado pela AES Tietê e pela AES Eletropaulo. Desde seu início, em 1° de junho de 2006, o projeto já inaugurou 75 minibibliotecas no Estado de São Paulo, 25 patrocinadas pela AES Tietê e 50 pela AES Eletropaulo. Parceria entre o Instituto Oldemburg de Desenvolvimento e o Grupo Editorial Record, o projeto incentiva a leitura com doação de acervo inicial e instalação de salas em escolas, centros culturais e instituições de todo o Brasil como forma de ampliar o acesso da população carente aos livros. O projeto Sala de Leitura tem ainda como objetivo estimular a mobilização das comunidades beneficiadas, reforçando sua participação em todas as etapas, desde o processo de montagem até a manutenção do espaço. No total, foram doados 75 mil livros. Os moradores têm livre acesso aos espaços e cada localidade recebe duas coleções de 500 títulos cada uma para empréstimo e para consulta no local. O acervo reúne obras de autores nacionais e estrangeiros de gêneros diversos como história, artes, literatura infantil e infanto-juvenil, religião, ciências, filosofia, educação, ciências sociais, literatura nacional e estrangeira, entre outros. Cada sala de leitura recebe o nome de um autor brasileiro. 1.5.4 Acorde Para o Meio Ambiente O Projeto Acorde para o meio ambiente, realizado em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, é uma série de concertos realizados periodicamente em diferentes parques do Estado de São Paulo. Seu objetivo é aproximar a população do meio ambiente e incentivar a cultura e a responsabilidade social, levando música gratuita de qualidade à população. A ação gera recursos para os parques nos quais é realizada e contribui para programas sociais como o Fome Zero. Em 2006, foram realizadas apresentações em 13 municípios, com presença de 33,4 mil pessoas e arrecadação de 18,7 mil quilos de alimentos, 26 doados às entidades assistenciais das cidades que sediaram o evento. 1.5.5 Fundação Dorina Nowill Fundação Dorina Nowill - A AES Tietê, em parceria com a AES Eletropaulo, patrocina o projeto Implementação da Produção e Distribuição de Livros em Braille e Falados para Cegos, desenvolvido pela Fundação Dorina Nowill para Cegos. Em 2006, a parceria publicou e distribuiu 1.050 livros em Braille. Deste total, 510 exemplares foram doados a instituições cadastradas na Fundação. Os demais foram encaminhados às 75 Salas de Leitura, inauguradas pela AES no Brasil em 2006, e também a algumas universidades que atendem cegos. 1.5.6 Energia não se Aposenta A AES Tietê, em parceria com a AES Eletropaulo, patrocinou o livro Energia Não Se Aposenta, da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp (AAFC) e da Fundação Energia e Saneamento. A iniciativa teve como objetivo contribuir para a preservação da memória do setor elétrico, bem como da história sobre as relações trabalhistas no País. Lançada em abril de 2008, a obra resgata a história da AAFC e das suas contribuições para o desenvolvimento do setor e de seus trabalhadores. 1.5.7 Mozarteum Brasileiro A AES Tietê, em parceria com a AES Eletropaulo, patrocina desde 2006 as temporadas anuais do Mozarteum Brasileiro, associação cultural que promove espetáculos de música e dança clássicas e contemporâneas para o 27 público em geral. Em 2006, foram 19 apresentações com as orquestras WDR Sinfonie- Orchester Koln, Freiburguer Kammerphilharmonie, Trondheim Soloists, o Coro Barroco da Bahia e a soprano Dame Felicity Lott, entre outros, atraindo mais de 45 mil pessoas. Em 2007 foram 20 apresentações de música erudita, sendo quatro concertos ao ar livre com entrada franca. Houve ainda 16 palestras gratuitas denominadas Clube do Ouvinte, uma introdução aos concertos da Temporada Internacional. Estes encontros têm a intenção de despertar nos participantes um modo mais criativo de ouvir música e gerar maior interesse pelo programa musical apresentado. O patrocínio contempla ainda 31 master classes gratuitas (encontros didáticos entre artistas estrangeiros convidados e estudantes de música) e a concessão de 50% de desconto nos ingressos das atrações internacionais para maiores de 60 anos e estudantes em geral. O público em 2007 foi de 104 mil pessoas, sendo 80 mil não-pagantes. 1.5.8 Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo O grupo AES no Brasil está entre os patrocinadores da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). A série de concertos da Temporada 2007 foi apresentada na Sala São Paulo, na região central da capital paulista. A Osesp é hoje a principal referência da música sinfônica no Brasil e modelo de excelência musical no exterior. 1.5.9 A Ecos do Planeta A AES Tietê patrocinou o Ecos do Planeta 2006, dentro do qual foi realizado o 5° Ecocine Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. O instituto Ecos do Planeta envolve entidades, especialistas e empresas 28 comprometidas com o meio ambiente e sua sustentabilidade. O intuito é semear comprometimento e consciência ambiental para, assim, criar uma nova atitude em relação à vida do planeta. O evento oferece em um mesmo local show, filmes, teatro, exposição e debates. Em outubro de 2007, a AES Tietê foi patrocinadora deste importante evento, na Fundação Bienal de São Paulo, no Ibirapuera. 1.5.10 Overdose Digital A AES Tietê patrocinou o curta-metragem Overdose Digital (O.D.), que estreou em janeiro de 2007. Dirigido pelo cineasta Marcos de Brito, o filme relata a história de um dependente químico que recebe uma proposta indecente para conseguir a mercadoria desejada. A produção ganhou o prêmio de melhor trilha sonora da Florianópolis Audiovisual Mercosul 2007 (FAM), em junho. No 35º Festival de Cinema de Gramado, realizado entre 12 e 18 de agosto, Francisco Gaspar recebeu o prêmio de melhor ator por seu papel no curta-metragem. 1.5.11 Empresa Amiga da Criança Em 2007, à AES Tietê conquistou o selo Empresa Amiga da Criança, da Fundação Abrinq, organização que promove a defesa da cidadania e dos direitos da criança e do adolescente. O selo representa o reconhecimento das iniciativas da empresa em prol da educação, saúde e bem-estar de crianças e adolescentes. Para receber a distinção, é necessário assumir dez compromissos determinados pela Fundação Abrinq, de como respeitar o jovem trabalhador e fornecer auxílio-creche (Quadro1). Em outubro de 2006, a AES Tietê verificou que preenchia todos os requisitos para a obtenção do certificado, faltando apenas a doação ao Fundo 29 de Direito da Criança e do Adolescente, o que ocorreu em dezembro, quando 1% do imposto de renda da companhia foi destinado a esse fim. Fonte: AES Tietê, 2007 Quadro 1: Os dez compromissos da Empresa Amiga da Criança 1.5.12 Voluntariado A AES Tietê promove, desde 2006, campanhas corporativas anuais de Natal, Páscoa e do Agasalho. A empresa incentiva e apóia a adesão dos funcionários por meio de boletim eletrônico. Além de proporcionar apoio logístico às ações, a empresa realiza eventos para reconhecer o mérito das equipes que mais se destacam em cada edição das campanhas. Os números comprovam o quanto o público interno da AES Tietê está sensível às questões sociais. 1.5.13 Campanha de Natal Durante as três semanas da Campanha de Natal, 109 crianças foram apadrinhadas por colaboradores da AES Tietê em 2006. Tamanha adesão permitiu o atendimento de crianças e adolescentes de três entidades 1. Não empregar menores de 16 anos, exceto na condição de aprendizes a partir de 14 anos; 2. Respeitar o jovem trabalhador; 3. Deixar claro aos fornecedores que uma denúncia de trabalho infantil pode causar rompimento de contrato; 4. Fornecer creche ou auxílio-creche aos filhos dos funcionários; 5. Assegurar que os funcionários matriculem seus filhos menores de 18 anos no ensino fundamental; 6. Incentivar e auxiliar as funcionárias gestantes a realizar o pré-natal; 7. Estimular as funcionárias a amamentar seus filhos até no mínimo seis meses de idade; 8. Orientar os funcionários a fazer o registro de nascimento dos seus filhos; 9. Fazer investimento social compatível com o porte da empresa; 10. Contribuir para o Fundo de Direitos da Criança e do Adolescente. 30 assistenciais: o asilo Lar de Jesus (São José do Rio Pardo-SP), Casa Abrigo (Bariri-SP) e creche Deus Menino (Iturama-MG). 1.5.14 Campanha da Páscoa A Campanha da Páscoa de 2007 arrecadou fundos suficientes para a compra de 208 ovos de chocolate de 250 gramas. Os produtos foram doados às seguintes instituições: Lar Menino Jesus (Caconde-SP), creche Santa Rita de Cássia (Brejo Alegre-SP) e creche Cenira Ghilter Follini (Barra Bonita-SP). Em 2006, os empregados doaram 188 ovos de chocolate de 350 gramas a seis instituições selecionadas pelos colaboradores da AES Tietê: Lar da Esperança (Promissão-SP), Associação Cristã de Proteção à Criança (Ibitinga- SP), Associação Bom Jesus Casa da Criança (Ibitinga-SP), Sociedade Cristã Francisco de Assis (Mococa-SP), Associação Assistencial São Francisco Casa Abrigo (Mococa-SP) e Paróquia Santa Luzia (Mococa-SP). 1.5.15 Campanha do Agasalho Os empregados da AES Tietê contribuíram com mais de 20 mil peças de roupas e cobertores na Campanha do Agasalho 2007, ação realizada em parceria com o Fundo Social de Solidariedade do Governo do Estado de São Paulo e coordenada pela Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE). A arrecadação foi entregue aos Fundos Sociais Municipais de Ibitinga, Ubarama, Brejo Alegre, Ouroeste, Barra Bonita, Mogi Guaçu, Mococa, Caconde, Bauru e São José do Rio Pardo. Na Campanha do Agasalho de 2006, foram doadas 5,1 mil peças aos mesmos fundos municipais. 1.6 Reconhecimento 31 1.6.1 TOP Social da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) 2007 O investimento da AES Tietê em incentivo à leitura torna-se modelo e referência de iniciativa social corporativa. O conjunto de programas Ler, mais energia na sua vida, em parceria com a AES Eletropaulo, foi um dos destaques do TOP Social da ADVB 2007. Concedido anualmente pela ADVB, o prêmio é voltado a programas socialmente responsáveis promovidos por empresas. Neste ano, foi entregue a outras 35 companhias entre 187 inscritas. Para a AES Tietê, a premiação é um reconhecimento importante de sua política sócio-cultural, que prioriza educação, preservação da memória e a língua portuguesa. De 2004 a 2007, as empresas do grupo AES no Brasil colocaram à disposição da sociedade mais de 123 mil livros. Até o final de 2007, mais 80,6 mil serão distribuídos. 1.7 Investimentos Os investimentos realizados em 2007 somaram R$ 50,7 milhões, com crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período de 2006. Esse aumento deve-se principalmente a maiores investimentos em modernização e capacitação dos equipamentos para as usinas operacionais e em projetos ambientais, como reflorestamentos. Para 2008, o montante de investimento previsto é de R$ 224 milhões, sendo as principais ações: a) Construção de três PCHs localizadas no Estado do Rio de Janeiro (R$ 141,2 milhões); b) Construção de duas PCHs no Estado de São Paulo (R$ 26,2 milhões); c) Reflorestamento e monitoramento das bordas dos reservatórios (R$ 15,2 milhões); 32 d) Manutenções de rotina (R$ 26 milhões). 1.8 Mitigação do Meio Ambiente e distribuição de Energia Sustentável A produção de peixes para o repovoamento dos rios é apenas uma das atividades que fazem parte do dia-a-dia dos trabalhos da AES Tietê para suas dez hidrelétricas o que resulta em uma grande melhoria da biodiversidade do rio Tietê. As dez usinas hidrelétricas da AES Tietê foram projetadas e construídas antes da privatização prevendo o múltiplo aproveitamento da água. Além da geração de energia, os reservatórios da empresa formam espelhos d água de aproximadamente 2.000 km² e contribuem para o processo de regularização das vazões dos rios ao longo do ano, possibilitando a irrigação, o abastecimento confiável dos municípios, a pesca, a operação da hidrovia Tietê- Paraná e atividades de lazer, entre outras. A construção de uma usina, entretanto, gera vários impactos ambientais e socioeconômicos. A maior parte deles já foi devidamente compensada na época de implantação do empreendimento, como por exemplo, a indenização compensatória da população realocada. Outros impactos precisam ser continuamente monitorados e mitigados, como é o caso da produção de peixes para o repovoamento dos rios, uma vez que a barragem pode prejudicar várias espécies que necessitam da água corrente para se reproduzir. A AES Tietê melhorou a eficiência da produção de peixes nativos através da implementação do controle genético e monitoramento e obteve sucesso na produção da espécie nativa Dourado (Salminus Maxillosus), assegurou ainda a produção 2,5 milhões de alevinos de seis diferentes espécies nativas. Os impactos potenciais na geração de energia elétrica foram categorizados pelo Banco Mundial. O documento Diretrizes para avaliação ambiental de projetos da indústria e de energia, publicado em 1991, lista as interferências negativas causadas pela construção e operação de uma usina hidrelétrica. 33 1.9 Gestão de pessoas relacionamento com o público interno A inclusão de conceitos e desenvolvimento de boas práticas a seus recursos humanos é um fator-chave para a AES Tietê. Por isso, a companhia dedica atenção especial à valorização de seu pessoal, com o desenvolvimento de lideranças e investimentos em capacitação. A AES Tietê conta com uma estrutura bastante enxuta, o que lhe confere altos índices de produtividade. Em 2006, a produtividade média de seus 285 colaboradores, calculada pelo indicador receita bruta por funcionário, apresentou crescimento de 8,3%, totalizando R$ 5,35 milhões. A produtividade operacional foi de 43,8 GWh por funcionário. O relacionamento da AES Tietê com seus colaboradores pauta-se pelos Valores da AES Corporation, estendidos a todas as empresas do Grupo no Brasil e no mundo, e pelo trabalho conjunto entre as áreas Operacional e de Recursos Humanos. Esse alinhamento permite constante adequação das políticas de Recursos Humanos às necessidades da atividade-fimda companhia e investimentos contínuos no desenvolvimento dos colaboradores. Em sintonia com o princípio de valorizar seus recursos humanos, a AES Tietê atua de forma que eleve cada vez mais o índice de satisfação de seus colaboradores diretos, prática que direciona a gestão de recursos humanos, cujos principais pontos são: a) política de relacionamento: empenhada em promover o bem-estar de seus colaboradores, a AES Tietê possui políticas e mecanismos formais para ouvir, avaliar e acompanhar posturas, preocupações, sugestões e críticas, sempre com o objetivo de agregar novos aprendizados e conhecimentos. Dessa forma, a companhia previne situações de assédio moral ou sexual. Possui, ainda, política expressa de respeito à privacidade de seus funcionários no que se refere a informações sensíveis (inclusive médicas), obtidas e mantidas sob responsabilidade da área de recursos humanos. O relacionamento da AES Tietê com seu público interno inclui, ainda, acordo coletivo com o sindicato da categoria principal, negociando 34 um patamar mínimo de benefícios comuns com o sindicato da região em que atua. Além disso, a companhia tem a preocupação de divulgar informações que venham a afetar seus colaboradores em tempo hábil para que tanto eles quanto o sindicato possam se posicionar; b) remuneração e benefícios: é baseada no conceito de remuneração total, que compreende salário-base, adicionais, benefícios e remuneração variável, política que abrange a totalidade dos colaboradores. Em 2006, a média salarial dos colaboradores, excluindo diretores executivos e vice-presidentes, atingiu R$ 5.528,00, valor 5,5% maior que a média de 2005. Além dos benefícios assegurados em lei, a companhia oferece planos de saúde familiar e programas de previdência complementar a todos os seus funcionários, oferecidos sem distinção de sexo ou raça aos que exerçam a mesma função em qualquer nível hierárquico. A companhia mantém acordo coletivo com o sindicato da categoria principal que abrange 100% dos colaboradores, de modo que negocie um patamar mínimo de benefícios comuns com o sindicato da região em que atua. Em 2006, o Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), estabelecido por meio de negociação com comissão de empregados e em conformidade com a legislação, distribuiu um total de R$ 3,7 milhões, equivalentes a 16,6% da remuneração total. Além da remuneração variável relacionada ao cumprimento de metas operacionais e financeiras pré-definidas, os funcionários podem receber bônus adicionais orientados por elementos de sustentabilidade, como o alcance de metas relacionadas ao desempenho social e ambiental da companhia; c) treinamento e capacitação: mais do que oferecer o treinamento, a AES Tietê entende que é necessário incentivar os processos de aprendizagem corporativa. Ao longo do ano, a companhia proporcionou 25.886 horas de treinamento aos funcionários, um número que supera em 116% o verificado no ano anterior. Os colaboradores receberam preparação para assumir novos postos de trabalho, adquirir competências básicas e estratégicas, eliminar 35 carências de desempenho, adequar-se às novas tecnologias, praticar a excelência operacional, obter informações sobre eficiência energética e elevar o nível de segurança do trabalho. 1.9.1 Comunicação A comunicação com todos os públicos relacionados colaboradores, fornecedores, comunidades das regiões em que atuam órgãos reguladores, acionistas, entre outros é essencial para a AES Tietê, pois representa a base de um relacionamento de transparência e confiança. Dentro da estratégia de relacionamento com a comunidade das regiões em que atua para manter esse público informado e divulgar os programas sociais que desenvolve, a AES Tietê cria e veicula campanhas publicitárias institucionais em rádios, TVs, jornais, revistas e outdoors, além de patrocinar diversos eventos no interior do Estado, ligados à preservação do meio ambiente e à promoção da cultura regional. A companhia investe no relacionamento pró-ativo e transparente com a imprensa, com o objetivo de consolidar um relacionamento consistente, promovendo encontros com profissionais da mídia regional e divulgando informações financeiras e de impacto nas comunidades onde estão localizadas suas usinas hidrelétricas. Em 2006, a imprensa nacional e regional publicou 362 notícias sobre a empresa, sendo 207 positivas, 49 negativas e 106 neutras. A AES Tietê também oferece treinamento a seus profissionais com o objetivo de auxiliá-los a interagir com a imprensa e detectar, prevenir e administrar eventuais crises de imagem. A veiculação de notícias internas sobre a companhia e empresas do grupo é feita pelo boletim eletrônico Infogenco, enviado a todos os funcionários lotados nos escritórios de São Paulo, Bauru e nas usinas. O boletim somou 201 edições em 2006. Dentro da política de transparência com seus stakeholders, a empresa publica na Internet, no site www.aestiete.com.br, seus relatórios anuais. http://www.aestiete.com.br 36 1.10 Política de responsabilidade sócio-ambiental - Política de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho do Grupo AES A política de Responsabilidade Social da AES Tietê tem por objetivo atingir a excelência em cidadania empresarial, com foco no desenvolvimento humano, a partir de ações em meio ambiente, cultura e educação. Por isso, é promovida, de forma consistente, a integração da AES Tietê com as comunidades nas quais está inserida, por meio de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável. As empresas do Grupo AES no Brasil, em suas atividades de geração, distribuição e comercialização de energia, produção de bens e prestação de serviços diversos, têm como política assegurar a integridade e a saúde de seus colaboradores e preservar e conservar o meio ambiente para produzir e distribuir energia limpa, confiável e segura, tendo como base os seguintes compromissos: a) prevenção: atuar com foco na prevenção de acidentes, incidentes, doenças ocupacionais, danos ambientais e poluição; b) responsabilidade social: ter como objetivo prioritário das ações o benefício a todas as comunidades com as quais o Grupo AES se relaciona; c) conscientização: assegurar que seus colaboradores e parceiros estejam informados, conscientizados e capacitados, motivando-os a assumir uma postura adequada para evitar e atuar em situações de riscos a saúde, a segurança e em potenciais impactos ambientais decorrentes de suas atividades; d) melhoria contínua: planejar, projetar e desenvolver suas atividades aprimorando continuamente a desempenho das operações, monitorando, de forma pró-ativa, indicadores de saúde ocupacional, segurança do trabalho e meio-ambiente, e aplicando tecnologias, processos e insumos que minimizem os riscos ao trabalhador e impactos ao meio ambiente, visando a saúde e a segurança dos colaboradores, das empresas parceiras e da comunidade; e) respeito aos recursos naturais: usar de forma racional e sustentável 37 os recursos naturais necessários aos processos sob responsabilidade da AES no Brasil; f) gerenciamento de emissões: mitigar os impactos decorrentes de suas atividades, reduzindo suas emissões para o meio ambiente e para o ambiente de trabalho, buscando soluções econômica e tecnicamente sustentáveis; g) fornecedores e contratados: atuar em parceria com seus fornecedores e contratados, orientando-os e estabelecendo critérios para o atendimento aos requisitos de saúde, segurança e meio ambiente, na prestação de serviços; h) comunicação: fomentar programas de conscientização, educação ambiental, saúde e segurança, junto à comunidade na qual está inserida, apoiando o desenvolvimento de projetos que atendam as expectativas das partes interessadas, e manter uma comunicação aberta e permanente através dadivulgação de suas práticas e desempenho; i) compromisso com a legislação: operar e manter todas as unidades, garantindo o cumprimento da legislação aplicável a saúde, segurança e meio ambiente, bem como o atendimento a outros requisitos pertinentes a suas atividades. As lideranças das empresas são responsáveis por implementar, divulgar e fazer cumprir esta Política, bem como garantir a estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e metas de meio ambiente, saúde e segurança. Seus colaboradores são responsáveis por praticar esta Política, de forma individual e intransferível, assegurando seu cumprimento por prestadores de serviços. 1.11 Cultura empresarial Governança Corporativa Por estar focada no crescimento sustentável a longo prazo, foi estabelecida, no segundo semestre de 2006, uma nova estrutura organizacional na companhia. O modelo tem por objetivo prover maior 38 integração entre as áreas, orientar a organização por processos, obter maior agilidade e qualidade na tomada de decisões e aumentar o foco nos clientes, tanto externos quanto internos. 1.11.1 Conselho de Administração O Conselho de Administração é o mais alto órgão de governança corporativa da AES Tietê, sendo responsável pelo planejamento e pelas questões estratégicas da empresa. É composto por dez membros efetivos e seis membros suplentes, dos quais dois membros efetivos são conselheiros independentes e um conselheiro efetivo e seu suplente são representantes eleitos pelos colaboradores. O mandato é de três anos, sendo permitida a reeleição. 1.11.2 Conselho Fiscal O Conselho Fiscal, órgão permanente, possui quatro membros efetivos e quatro suplentes, sendo um membro efetivo e seu suplente indicados pelos acionistas minoritários e os demais, indicados pelo acionista controlador. O mandato é de um ano. É composto por até cinco membros, dos quais três representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Financeiro (BNDES) e dois membros indicados pelos acionistas minoritários. 1.11.3 Comitês 1.11.3.1 Comitê de Gestão 39 Este comitê permanente, formado por seis membros três representantes da AES e três do BNDES presta suporte e assessoria técnica ao Conselho de Administração e à Diretoria. O grupo analisa os planos de investimento, acompanha a evolução dos índices de desempenho e afere a adequada prestação de serviços em atendimento aos padrões exigidos pelo órgão regulador. Acompanha ainda a execução do Plano de Negócios Anual e analisa as questões que envolvam aspectos estratégicos e relevantes, sejam eles de natureza técnico-operacional, jurídica, administrativa, econômico- financeira, ambiental ou social. 1.11.3.2 Comitê de Gestão de Riscos Regulatórios O grupo mantém, há dois anos, reuniões semanais para discutir procedimentos a serem utilizados pelas empresas da AES no Brasil, usando metodologia de gestão de riscos baseada no método COSO da Basiléia. 1.11.4 Relações com Investidores A missão da área de Relações com Investidores da companhia vai além de atender às demandas e divulgar informações aos investidores e analistas. O objetivo principal é manter um relacionamento baseado na transparência e aproximar ainda mais a AES Tietê dos participantes do mercado de capitais. Tal política faz parte da estratégia de nortear sua atuação na responsabilidade e sustentabilidade. Para garantir total transparência e perfeita eqüidade na divulgação de informações, a companhia dispõe e efetivamente utiliza, desde 2004, uma Política de Divulgação de Informações Relevantes, aprovada pelo Conselho de Administração, de acordo com as determinações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Canais de comunicação ágeis e pronto atendimento às solicitações são 40 imprescindíveis para a empresa cumprir seus objetivos no relacionamento com investidores e com o mercado de capitais: manter um consistente e pró-ativo fluxo de comunicação e evitar o acesso privilegiado às informações, divulgando-as simultaneamente a todo o mercado. 1.11.5 Sarbanes-Oxley Por pertencer a um grupo norte-americano com ações listadas na Bolsa de Nova York, a AES Tietê está preparada para suprir a AES Corporation com informações exigidas pela Lei Sarbanes-Oxley. 1.11.6 Auditoria A empresa Ernst & Young Auditores Independentes responde pela auditoria externa da AES Tietê desde 2004, atendendo à obrigatoriedade de rodízio a cada cinco anos. Durante o ano, não foram contratados serviços complementares ou de consultoria com essa empresa, mantendo o foco de seus serviços exclusivamente em auditoria contábil. 1.11.7 Estrutura Societária Desde setembro de 2006, a Companhia Brasiliana de Energia (Brasiliana), sociedade controladora direta da AES Tietê, com 52,6% do capital total, tem empreendido uma reorganização financeira e societária, cujos principais objetivos são fortalecer a estrutura de capital do grupo, eliminar ineficiências decorrentes da existência de empresas holding ou de participação intermediárias e reestruturar o perfil de seu endividamento resultante da reorganização de suas controladas. 41 Como parte da reorganização societária, em 22 de março de 2007, a Tietê Holdings Ltda transferiu as ações detidas no capital da AES Tietê Participações S.A. (TP) para a Brasiliana. Adicionalmente, em 28 de setembro de 2007, houve a cisão da TP, com incorporação de parte da empresa pela Brasiliana, no montante de R$ 32 milhões, representando todos os ativos e passivos da TP. Já o valor de R$ 39,3 milhões, referente ao ágio e aos impostos diferidos sobre o ágio já amortizado, foi incorporado pela própria AES Tietê. Como conseqüência, ocorreram o cancelamento das ações detidas pela TP na AES Tietê e a emissão de novas ações em favor da Brasiliana. 1.12 Contrato Governamental Contrato de Concessão O contrato de concessão de uso de bem público para geração hidrelétrica ou, simplesmente, concessão de geração, tem por objeto a transferência da execução de um serviço do Poder Público ao particular, que se remunerará dos gastos com o empreendimento, aí incluídos os ganhos normais do negócio, através de tarifa cobrada aos usuários. O contrato de concessão da empresa tem duração de 30 anos, a partir de 20 de dezembro de 1999, com autorização para operar como concessionária de uso do bem público, na produção e comercialização de energia elétrica, na condição de Produtor Independente de Energia. 1.13 Gerenciamento de Riscos A AES Tietê identifica, classifica analisa e trata os riscos empresariais mais significativos a que está exposta por meio de ações definidas em seu Plano de Negócios. A identificação desses riscos começa com a análise de cenários e ambientes relacionados à atuação da empresa em que são avaliados os pontos fortes e fracos, as ameaças e as oportunidades de 42 melhoria. Para isso, conta com uma equipe especializada e diferentes ferramentas, que atuam no constante monitoramento de cada um dos fatores que apresentem risco potencial à companhia, entre os quais: a) risco de produto: como geradora de energia, que atua em setor regulamentado e com um contrato de venda de longo prazo, não há o risco de a AES Tietê ter seu produto defasado tecnologicamente ou enfrentar diferentes condições de mercado como conseqüência da atuação da concorrência; b) risco de mercado: o contrato de fornecimento funciona como um hedge, tanto para os volumes quanto para os preços de venda. Há risco de despesas imprevistas, típico das atividades da companhia, mas a margem de comercialização permite absorver uma eventual necessidade de desembolso extra, sem grande impacto. O Contrato Bilateral com a AES Eletropaulo vigorará até 2015 e a AES Tietê aguarda decisão na justiça quanto à validação do aditamento firmado em outubro de 2003, queprorrogava o contrato até 2028, e foi negado pela Aneel em março de 2004. Caso esse aditamento não seja aprovado, a energia gerada pela AES Tietê estará exposta a leilões de energia elétrica a partir de 2016; c) risco de operação: a companhia dispõe de seguro para as barragens que apresentam maior risco hidrológico e para equipamentos, cobrindo eventuais falhas operacionais. Em termos de volume de energia gerada, existe uma proteção do próprio sistema energético brasileiro representado pelo Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). O MRE é um mecanismo de compartilhamento de risco por meio do qual toda a geração das usinas excedente à energia assegurada é transferida, às usinas que tiveram desempenho abaixo do nível assegurado, ao custo mínimo estabelecido para a água; d) risco ambiental: o Sistema de Gestão Ambiental, instituído em 2002, e a adoção de tecnologias de ponta minimizam os riscos ambientais envolvidos na operação e manutenção das usinas, como a contaminação dos rios por vazamentos de óleos e/ou destinação incorreta de resíduos. As bordas dos reservatórios, consideradas 43 Áreas de Preservação Permanente, podem sofrer invasões de terceiros. Para evitar esse problema, a AES Tietê está implementando um Sistema de Informações Geográficas, que permite acompanhar e fiscalizar eventuais ocupações; e) risco de clima/desastre: os planos de contingência, seguros ou sistemas de back-up minimizam consideravelmente os riscos decorrentes de alterações no clima. Para o caso de desastres naturais, como cheias que possam comprometer as estruturas, foi criado um plano de atuação para vazões. Em situações que excedam esse dimensionamento ou outras catástrofes, não existem planos de contingência factíveis. Para reduzir as perdas decorrentes desses riscos, a empresa possui seguros nas modalidades riscos operacionais, que protegem bens e instalações, e responsabilidade civil, que visam minimizar as perdas por danos causados a terceiros; f) riscos de sistema, gestão ou controle: para eliminar o risco de falhas nos sistemas de suporte operacionais, as unidades geradoras podem ser operadas via painéis locais, independentemente da coordenação do centro de operação. Com relação aos sistemas de gestão, existem controles de acesso por nível hierárquico e back-ups; g) o Sistema de Gestão Ambiental: foi instituído na companhia em 2002, e a adoção de tecnologia de ponta na condução das operações são ferramentas que permitem minimizar os riscos ambientais envolvidos nas atividades; h) risco regulatório: todas as regras do setor e exigências do contrato de concessão são continuamente acompanhadas e cumpridas. Há dois anos a companhia participa, juntamente a representantes das outras empresas AES no Brasil, do Comitê de Gestão de Risco, que se reúne semanalmente para definir estratégias e avaliar metodologias de controle, sempre mensurando o impacto, tanto financeiro quanto de imagem, das estratégias adotadas. O principal risco regulatório com o qual a AES Tietê se defronta no momento é a obrigação de expansão de sua capacidade, estipulada no edital de privatização. O não cumprimento dessa obrigação poderá resultar em penalizações impostas à companhia pelo Governo do Estado de São Paulo e/ou 44 pela Aneel. Nesse caso, a AES Tietê poderá tomar as medidas judiciais cabíveis visando resguardar a saúde financeira da empresa, uma vez que houve uma alteração substancial da regulamentação do setor de energia elétrica desde a origem da obrigação até o presente momento, tornando inviável o seu cumprimento, na forma como está estabelecida; i) risco de imagem: a AES Tietê, por meio de sua assessoria de comunicação, atua com os meios de imprensa e diretamente com o seu público, tanto de forma proativa como atendendo rapidamente solicitações e questionamentos; j) risco comunitário: a AES Tietê entende que as relações com as comunidades de seu entorno podem impactar, de forma positiva ou não, sua atividade de geração de energia. Por essa razão, a companhia está seriamente comprometida a operar de forma que garanta a máxima segurança para as comunidades localizadas próximas às suas instalações; k) risco trabalhista: a companhia atua de acordo com as regras vigentes, empenhada em promover o bem-estar de seus funcionários, minimizando, ao máximo, o número de processos trabalhistas; l) risco de capital intelectual: a fim de reconhecer e motivar os talentos que compõem seu quadro de colaboradores, a AES Tietê oferece condições de crescimento e desenvolvimento de carreiras, promovendo programas de treinamento periodicamente; m) riscos financeiros: crédito, a garantia de preço e volume na venda da totalidade da energia até 2015, assegurada pelo Contrato Bilateral com a AES Eletropaulo, representa uma proteção (hedge) para a AES Tietê. Quantos aos juros e inflação, a dívida da AES Tietê tem seu custo determinado a juros fixos e correção pelo Índice Geral de Preço do Mercado (IGP-M). Por outro lado, o mesmo indicador é a base do reajuste definido no contrato de venda de energia, o que representa uma proteção natural para o custo da dívida. Já quanto a liquidez, a estrutura financeira da companhia, com baixo nível de endividamento e forte geração de caixa garantida pelo Contrato 45 Bilateral de longo prazo, somada à baixa necessidade de desembolsos para investimentos em ativo fixo, minimiza o risco de liquidez. O câmbio em sua totalidade da dívida da companhia é cotada em moeda local, assim como a totalidade de sua receita. O risco cambial é associado apenas a aplicações lastreadas em moeda estrangeira, que representavam cerca de 13% da disponibilidade total em 31 de dezembro de 2006. 1.14 Eclusas Após a privatização, a AES Tietê continuou responsável por meio de contrato com o governo de São Paulo pela operação e manutenção das eclusas, aprimoramento de vias e canais. Seis eclusas da AES Tietê permitem, hoje, que até 10 milhões de toneladas de cargas sejam transportadas pelo rio Tietê durante um ano. Utilizando essas eclusas, as embarcações podem transpor barragens de até 30 metros de altura e prosseguir com o transporte de cargas fazendo a ligação entre a região metropolitana de São Paulo e o entorno da usina de Itaipu, no Paraná. 1.14.1 Ficha Técnica 1.14.1.1 Escritório Sede Localização: Rua Lourenço Marques, 158 Vila Olímpia - CEP 04547- 100 São Paulo-SP. 1.14.1.2 Usina Hidrelétrica Água Vermelha 46 Fonte: AES TIETÊ, 2008 Figura 1: Usina Hidrelétrica Água Vermelha Entrada em operação: 1978 Localização: Rio Grande Reservatório: área de 647 km² e volume de 11.025 x 106 m³ Barragem: tipo mista, comprimento 3940 m Turbina: tipo Francis de eixo vertical, queda bruta de 57 m Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 6 x 232,7 = 1396,2 MW Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 8 x 2.481 = 19.848 m³/s. Não tem eclusa. 1.14.1.3 Usina Hidrelétrica Caconde Fonte: AES TIETÊ, 2008 Figura 2: Usina Hidrelétrica Caconde 47 Entrada em operação: 1966 Localização: Rio Pardo Reservatório: área de 31 km² e volume de 636 x 106 m³ Barragem: tipo Terra, comprimento 640 m Turbina: tipo Francis de eixo vertical, queda bruta de 105 m Gerador: tipo Umbrella de eixo vertical e potência total de 1 x 39,2 e 1 x 41,2 = 80,4 MW Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 2 x 426 = 852 m³/s tipo Comporta de fundo e descarga total de 1 x 200 = 200 m³/s. Tipo Tulipa e descarga total de 726 m³/s. Não tem eclusa. 1.14.1.4 Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha Fonte: AES TIETÊ, 2008 Figura 3: Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha Entrada em operação: 1960 Localização: Rio Pardo Reservatório: área de 1 km² e volume de 18,45 x 106 m³ Barragem: tipo Terra, comprimento:
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