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Provas e Funções ~ Manole Quinta Edição Florence Peterson Kendall Elizabeth Kendall McCreary Patricia Geise Provance Mary Mclntyre Rodgers William Anthony Romani Título do original em inglês: Muscles - Testing and Function with Posture and Pain 5/e Publicado mediante acordo com Lippincott Williams & Wilkins, EUA. . · 1\ ~· '\1 ,\\ Trad11:ç!w.'Marc~~· "·~.~;\\ ~ . ... ' . :\., Revisão Ciei'làfl~\~\Pr;fa. dra. Fátima Caromano Professora da Disciplina de Recursos Terapêuticos Manuais do Curso de Fisioterapia da Universidade de São Paulo (USP) Doutorado na área de Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo (USP) Editoração eletrônica: Luargraf Serviços•Gráficos Ltda. - ME Capa: Departamento de Arte da Editora Manole Todos os direitos reservados. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Músculos: provas e funções I Florence Peterson Kendall ... [et ai.] ; [tradução Marcos Ikeda; revisão científica Fátima Caromano]. -- Barueri, SP: Manole, 2007. Outros autores: Elizabeth Kendall McCreary, Patrícia Geise Provance, Mary Mclntyre Rodgers, William Anthony Romani Título original: Muscles : testing and function with posture and paio. 5. ed. americana Bibliografia. ISBN 978-85-204-2432-2 1. Dor 2. Exercício 3. Fisioterapia 4. Músculos - Exames 5. Músculos - Fisiologia 6. Postura - Distúrbios 7. Sistema musculoesquelético - Doenças - Diagnóstico 8. Sistema musculoesquelético - Doenças - Tratamento !. Kendall, Florence Peterson. II. McCreary, Elizabeth Kendall. III. Provance, Patrícia Geise. IV: Rodgers, Mary Mclntyre. V. Romani, William Anthony. 06-2726 índices para catálogo sistemático: CDD-616.740754 NLM-WE550 1. Doenças musculares: Diagnóstico fisico : Medicina 616.740754 2. Músculos : Doenças : Diagnóstico fisico : Medicina 616.740754 Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo, sem a permissão expressa dos editores. É proibida a reprodução por xerox. 1• edição brasileira 1995 2ª edição brasileira - 2007 Direitos em língua portuguesa adquiridos pela: Editora Manole Ltda. Avenida Ceei, 672 - Tamboré 06460-120- Barueri- SP - Brasil Fone.: (11) 4196-6000 - Fax: (11) 4196-6021 www.manole.com.br info@manole.com.br Impresso no Brasil· Printed in Brazil -----------------------------------------------------·--~------~-~--------·-----~ Henry Otis Kendall, FisioTERAPEUTA. (1898-1979) Co-autor da primeira e segunda edições e de Postura e Dor Foi Diretor do Departamento de Fisioterapia do Children's Hospital, em Baltimore, Maryland; Supervisor de Fisioterapia no Baltimore Board of Education; Professor de Mecânica Corporal na Johns Hopkins School of Nursing; e profissional liberal. Dedicado a nossas famílias, a nossos alunos e a nossos pacientes. J'. F/ Introdução à Quinta Ediçãó A quinta edição de Músculos - Provas e Funções de Florence P. Kendall e quatro autores associados (dois dos quais participam pela primeira vez desta edição), continua a propiciar aos profissionais de reabilitação uma riqueza de conhecimento e experiência neste im- portantíssimo aspecto do processo de exame do paciente. Florence e Henry Kendall foram pioneiros no desenvol- vimento inicial e no refinamento da arte e da ciência do teste muscular, o que é evidenciado pela publicação da primeira edição deste livro, em 1949. Cada edição sub- seqüente (1971, 1983 e 1993) refinou e expandiu ainda mais os métodos de avaliação do desempenho e da função muscular e reconheceu a necessidade de compreender a relação entre desequih'brios musculares, posturas defei- tuosas e síndromes álgicas resultantes. Este livro tomou- se o padrão-ouro para a prática ch'nica. Esta última edição contém muitos recursos novos. Como é de se esperar de Florence Kendall, uma fisiote- rapeuta que nunca deixou de orientar, ensinar e com- partilhar seus conhecimentos profundos, ela novamente nos mostra a importância de estar atualizado sobre as descobertas relacionadas aos conhecimentos que afetam a atuação na prática fisioterapêutica. A filosofia que norteia este livro é que devemos sem- pre retomar aos fundamentos básicos demasiadamente pesquisados e verdadeiros que nos tomam profissionais que refletem sobre a seleção adequada de medidas e tes- vii tes necessários, a fim de melhor elaborar e selecionar es- tratégias de intervenção em colaboração com os achados de exames. As seções sobre postura, face, cabeça, pes- coço, tronco, membros e respiração detalham inervação, movimento de juntas, testes de força muscular, condi- ções dolorosas e exercícios. A apresentação, as fotos e os gráficos foram reconhecidos por sua clareza desde a pri- meira edição, e esse padrão de excelência é mantido na quinta edição. É indubitável que esta última edição de Músculos Provas e Funções continuará a ser a escolha de alunos, ch'nicos e docentes envolvidos nesses aspectos cruciais do exame, da avaliação e de processos diagnós- ticos do sistema musculoesquelético. Sinto-me privilegiada por ter sido convidada a escrever esta introdução para minha colega de profissão, amiga e mentora. Devemos sempre reconhecer e valorizar as contribuições que esta mulher admirável tem nos ofe- recido por mais de 60 anos. Seu amor e entusiasmo pelo material que constitui "o coração e a alma'' deste livro é evidente em todos os projetos profissionais de Florence. A abrangência do material toma-o resistente ao tempo, as- sim como a autora resistiu ao teste durante sua atuação na profissão que escolheu - a fisioterapia. Marilyn Moffat, PT, Ph.D., FAPTA,_ CSCS Professor Department of Physical Therapy New York University . ' J J"i,ll,; ·il~ ' -----------------. ----------~---·-· Por mais de meio século, ao longo de quatro edições, Músculos - Provas e Funções obteve um lugar nos anais da história. Este livro serviu como material adotado para alunos e obra de referência para profissionais em várias áreas médicas e paramédicas. A primeira edição, em 1949, foi expandida três anos mais tarde pela publicação de Postura e Dor. Subseqüentemente, partes desse livro fo- ram adicionadas e, na quarta edição, Postura e Dor foi totalmente incorporado a Músculos - Provas e Funções, de modo que deixou de ser publicado. Desde a primeira edição, esta obra foi publicada em nove idiomas. Embora cada edição tenha recebido material novo e sofrido alterações, esta quinta edição passou por uma renovação. Agora, o livro segue a ordem lógica do corpo, começando pela cabeça e terminando nos pés. Em de- corrência da reorganização, o número de capítulos foi reduzido de doze para sete. Com exceção do primeiro e do segundo, os capítulos foram organizados de uma maneira coerente: introdução, inervação, juntas, ampli- tude de movimento, testes de comprimento e força mus- cular, condições defeituosas e dolorosas, estudos de caso, exercícios corretivos e referências. Existem quadros novos e revisados, ilustrações e fo- tografias, muitas das quais coloridas, ao longo do texto. Para enfatizar a importância da inervação, ela foi retirada do final do livro, como apresentada na quarta edição, e cada segmento foi colocado no início dos capítulos respectivos. Novos recursos, como Kendall Clássico e Notas Históricas, permitem que o leitor seja beneficiado pelos setenta anos de prática do autor sênior na área da fisioterapia. O Capítulo 1 aborda os Conceitos Fundamentais relativos aos capítulos subseqüentes. É particularmente importante reconhecer quatro classificações do teste de força e um código revisado para a graduação muscular. No final do capítulo, um segmento sobre a poliomielite e a síndrome pós-polio- mielite inclui quadros que trazem os resultados de seis testes musculares manuais em um paciente durante o período de cinqüenta anos. O Capítulo 2, Postura, contém fotografias e ilustra- ções que mostram tanto a postura ideal quanto a defei- tuosa de adultos. A SeçãoII analisa o exame postural. A Seção III é dedicada à postura da criança e a última se- ção, à escoliose. O Capítulo 3 aborda a Cabeça e a Face. Foi incluída uma introdução, mas no geral ele permanece como na quarta edição, com a inervação no início do capítulo. Um quadro de duas páginas sobre os músculos da de- glutição foi colocado no final do capítulo. ix Prefáció O Capítulo 4 analisa posturas boas e defeituosas do Pescoço. O material, que estava em outros locais nas edições prévias, foi colocado adequadamente neste capítulo. Foram incluídas três páginas de fotografias sobre movimentos de junta, postura do pescoço e exercícios. Uma página de fotografias coloridas mos- tra as posições incorreta e correta ao sentar diante do computador. Uma outra página de fotografias colori- das, juntamente com texto, mostra e explica diversos movimentos de massagem utilizados para alongar músculos contraídos. O Capítulo 5, Músculos Respiratórios e do Tronco, começa com uma discussão sobre a coluna vertebral e os músculos das costas. Uma página com quatro foto- grafias demonstra um dlagnóstico errôneo relacionado à força dos músculos das costas. A seção sobre o teste dos músculos abdominais inclui fotografias de exercí- cios para o oblíquo externo na posição sentada. A seção sobre a respiração foi adequadamente colocada no final desse capítulo. Há novas fotografias coloridas descre- vendo movimentos diafragmáticos e torácicos durante a inspiração e a expiração. O Capítulo 6 é dedicado à Cintura Escapular e ao Membro Superior. São bastante importantes as páginas dedicadas a definiçõ.es, ilustrações e um quadro relacio- nado a articulações da cintura escapular. Com o reco- nhecimento das articulações vertebroescapular e cos- toescapular, a cintura escapular não é mais uma cintura incompleta. (A chamada junta escapulotorácica pode ser considerada redundante.) Também há o Quadro de Amplitude de Movimento dos Dedos da Mão, ilustrações da junta glenoumeral e 22 fotos coloridas, todos novos. Existem estudos de caso adicionais e uma página sobre lesões por uso excessivo. O Capítulo 7 aborda o Membro Inferior. Muitas fotografias novas foram adicionadas. De especial im- portância são aquelas da página 389, que ajudam a mos- trar como erros na interpretação de resultados de teste podem levar a um diagnóstico errôneo. Quatro páginas novas com numerosas fotografias coloridas ilustram e explicam o teste de Ober modificado e um teste para o comprimento dos flexores do quadril que inclui o m. tensor da fáscia lata. No final do capítulo, há quadros com resultados de teste muscular mostrando a simetria na síndrome de Guillain-Barré em comparação com ã. falta de simetria em casos de poliomielite. A novidade no apêndice é a in- clusão do artigo intitulado Paralisia Isolada do M. Ser- rátil Anterior. - _l \ J Ao longo dos anos, muitas pessoas contribuíram para o valor duradouro deste livro. Uma página dedi- cada aos agradecimentos confere a oportunidade de re- conhecê-las. Uma homenagem especial vai para o artista William E. Loechel e para o fotógrafo Charles C. Krausse Jr., cujo excelente trabalho para a primeira edição de Músculos - Provas e Funções (1949) e para Postura e Dor (1952) "sobreviveu ao tempo". O trabalho deles tem um papel fundamental em todas as edições subseqüentes. O trabalho de arte de Ranice Crosby, Diane Abeloff e Marjorie Gregerman foi incorporado à segunda edi- ção de Músculos - Provas e Funções. A excelente repre- sentação dos plexos cervical, braquial, lombar e sacral continuou a fazer parte de todas as edições subseqüentes. Algumas fotografias novas foram adicionadas à terceira edição, graças a Irvin Miller, fisioterapeuta. Na quarta edição, a tradição de excelência continuou com fotogra- fias adicionais de Peter J. Andrews. Por sorte, Peter tor- nou-se um excelente modelo para algumas das fotografias. Nesta quinta edição, Diane Abeloff novamente nos auxiliou com novas ilustrações. Agradecemos a George Geise pelas ilustrações de várias páginas de exercícios. Nós sinceramente apreciamos o trabalho dos fotógrafos Susan e Robert Noonan. Patricia Provance, co-autora da quarta edição, auxiliou na coordenação do trabalho dos artistas e dos fotógrafos e forneceu diversas fotogra- fias. Pela ajuda na leitura dos originais e pelo auxílio nas pesquisas da literatura, agradecemos a duas estudantes de fisioterapia da Maryland School of Medicine, Beth Becoskie e Rebecca Sanders. Agradecemos a ajuda de Sue Carpenter ( co-autora de Golfers Take Care of your Back) por sua grande ajuda. A Marilyn Moffat, que escreveu a Introdução, agra- decemos profundamente. As pessoas a seguir auxiliaram na quinta edição. xi Agradecimentos Os quatro co-autores cooperaram na reorganização e expansão do material, adicionando novas ilustrações, novas páginas de exercícios e referências. A editora Lippincott, Williams & Wilkins, represen- tados por Susan Katz, Pamela Lappies, Nancy Evans e Nancy Peterson, patrocinaram a produção deste livro. Anne Seitz e sua equipe planejaram e produziram a publicação desta quinta edição. O elemento cor foi adi- cionado a muitas páginas, e itens que merecem uma atenção especial foram "enquadrados", conferindo um novo visual ao livro. Os membros da família do autor sênior merecem um reconhecimento especial, em razão de seu empenho na finalização bem-sucedida de todas as cinco edições deste livro. A começar pelos netos, há muitas fotografias des- crevendo vários testes nas quais David e Linda Nolte e Kendall McCreary participaram como voluntários. Mui- tas das fotografias apareceram em edições anteriores e continuam a aparecer nesta edição. Kirsten Furlong White e Leslie Kendall Furlong foram de grande ajuda na preparação do manuscrito desta quinta edição. Susan, Elizabeth e Florence Jean, as três filhas do autor, participam desde a infância; Susan e Elizabeth, com 9 e 7 anos, respectivamente, foram temas para os testes faciais da primeira edição. Elas participaram tam- bém comó adolescentes e -adtiltas jovens. As contribuições de Elizabeth, como co-autora da terceira, quarta e quinta edições, foram de inestimável valia. A ajuda de Susan e seu marido, Charles E. Nolte, foi sem igual. Nos últimos 27 anos, eu tive o privilégio de conviver com eles. Com eles, compartilhamos as frus- trações que acompanharam a preparação de três edi- ções e a alegria dos produtos finais. --- i l AVISO A editora não se responsabiliza (em termos de imputabilidade, negligência ou outros) por quaisquer danos conseqüentes da aplicação dos procedimentos deste livro. Esta publicação contém informações relacionadas aos princípios gerais dos cuidados de saúde, que não devem ser conjecturadas para casos individuais. As informações contidas em bulas e nas embalagens do fabricante devem sempre ser revistas por questão de atualização no que concerne às contra-indicações, às dosagens e às precauções. • Introdução vu Prefácio ix Agradecimentos xi 1 Conceitos Fundamentais 1 2 Postura 49 3 Cabeça e Face 119 4 Pescoço 141 5 Músculos Respiratórios e do Tronco 165 6 Membro Superior e Cintura Escapular 245 7 Membro Inferior 359 Glossário 481 Sugestões de Leitura 487 Índice Remissivo 493 xiii - Introdução vn Prefácio IX Agradecimentos xi 1 Conceitos Fundamentais 1 Introdução 3 Teste Muscular Manual 4, 5 Objetividade do Teste Muscular 6-8 Sistema Musculoesquelético 9 Juntas: Definições e Classificação, Quadro 10 Estrutura Macroscópica do_Músculo 11 Testes de Amplitude de Movimento e Comprimento Muscular 12 Classificação de Testes de Força 13 Procedimentos de Testes de Força 14-17 Ordem Sugerida para os Testes Musculares 18 Graduação da Força - Código para a Graduação da Força Muscular 19-24 Plexos Nervosos 25 Quadros de Nervos Espinais e Músculos 26-29 Fundamentos do Tratamento 30, 31 Problemas Neuromusculares 32, 33 Problemas Musculoesqueléticos34, 35 Procedimentos Terapêuticos 36 Modalidades de Tratamento 37 Poliomielite: Fatores que Influenciam o Tratamento 38 XV Testes Musculares para a Poliomielite e Pós-Poliomielite 39-43 Complicações Tardias da Poliomielite 44 Sugestões de Leitura sobre a Poliomelite e Pós-Poliomelite 45 Referências Bibliográficas 46, 47 2 Postura 49 Introdução 51 Seção I: Fundamentos da Postura 52 Postura e Dor 52 Segmentos Corporais 53 Posição Anatômica, Posição Zero e Eixos 54 Planos Básicos e Centro de Gravidade 55 Movimentos no Plano Coronal 56 Movimentos no Plano Sagital 57 Movimentos no Plano Transverso 58 Postura Padrão 59-63 Seção II: Alinhamento Postural 64 Tipos de Alinhamento Postural 64 Alinhamento Segmentar: Vista Lateral 65-69 Músculos Abdominais em Relação à Postura 70-71 Postura com Deslc:fcamento Posterior de Dorso (Sway-Back ou Relaxada) 72 Alinhamento Ideal: Vista Posterior 73 Alinhamento Defeituoso: Vista Posterior 74, 75 Dominância: Efeito Sobre a Postura 76 Postura Defeituosa: Vistas Lateral e Posterior 77 Ombros e Escápulas 78, 79 Posturas Boa e Defeituosa dos Pés, Joelhos e Membros Inferiores 80-83 Radiografias dos Membros Inferiores 84 Postura na Posição Sentada 85 Seção III: Avaliação Postural 86 Procedimento para a Avaliação Postural 86-88 Quadro da Avaliação Postural 89 Posturas Boa e Defeituosa: Quadro-Sumário 90, 91 Postura Defeituosa: Análise e Tratamento, Quadros 92, 93 Posições Defeituosas dos Membros Inferiores, Joelhos e Pés: Análise e Tratamento, Quadro 94 Fraqueza Postural Adquirida 95 Seção IV: Postura da Criança 96 Fatores que Influenciam a Postura da Criança 96, 97 Postura Normal e Defeituosa da Criança 98-100 Flexibilidade Normal Conforme a Idade 101 Testes de Flexibilidade, Quadros 102, 103 Problemas dos "Testes de Condicionamento Físico" 104, 105 Seção V: Escoliose 106 Introdução 106 Escoliose Resultante de Doença Neuromuscular 107, 108 Avaliação Postural, Quadro 109-111 Escoliose Funcional 112 Exerdcios e Suportes 113, 114 Intervenção Precoce 115 Exercidos Corretivos: Postura 116 Referências Bibliográficas 117 3 Cabeça e Face 119 Introdução 121 Seção I: Inervação 122 Nervos Cranianos e Músculos Faciais Profundos 122 Nervos Cervicais e Músculos Faciais Superficiais e do Pescoço 123 Movimentos da Junta Temporomandibular 124 Quadro de Nervos Cranianos e Músculos 124, 125 Seção II: Músculos Faciais e Oculares 126 Músculos Faciais e Oculares, Quadros 126, 127 Testes para os Músculos Faciais e Oculares 128-133 Seção ill: Paralisia Facial 134 Quadro de Nervos Cranianos e Músculos: Caso n2 1 134, 135 Quadro de Nervos Cranianos e Músculos: Caso n22 136, 137 Seção IV: Músculos da Deglutição 138, 139 Quadros 138, 139 Referências Bibliográficas 140 4 5 Pescoço 141 Introdução 143 Seção I: Inervação e Movimentos 144 Medula Espinal e Raízes Nervosas 144 Quadro de Nervos Espinais e Músculos 144 Plexo Cervical 145 Movimentos Articulares da Coluna Cervical 146 Amplitude de Movimento do Pescoço 147 Seção II: Músculos do Pescoço 148 Músculos Anteriores e Laterais do Pescoço, Quadros 148-150 Músculos Supra-Hióideos e Infra-Hióideos 151 Extensão e Flexão da Coluna Cervical 152 Posições Defeituosas da Cabeça e do Pescoço 153 Seção III: Testes para os Músculos do Pescoço 154 Músculos Flexores Anteriores do Pescoço 154 Erro no Teste dos Músculos Flexores do Pescoço 155 Músculos Flexores Ântero-Laterais do Pescoço 156 Músculos Flexores Póstero-Laterais do Pescoço 157 Parte Superior do M. Trapézio 158 Seção IV: Condições Dolorosas 159 Contração dos Músculos Posteriores do Pescoço 159 Distensão da Parte Superior do M. Trapézio 160 Compressão de Raiz Nervosa Cervical 160 Ergonomia do Computador 161 Seção V: Tratamento 162 Massagem nos Músculos do Pescoço 162 Exercícios para Alongar os Músculos do Pescoço 163 Referências Bibliográficas 164 Músculos Respiratórios e do Tronco Introdução 167 Seção I: Tronco 168 Inervação, Quadro 168 Juntas da Coluna Vertebral 168 165 Amplitude de Movimento do Tronco: Flexão e Extensão 169 Movimentos da Coluna Vertebral 170, 171 Movimentos da Coluna Vertebral e da Pelve 172, 173 Teste de Flexão Anterior para o Comprimento dos Músculos Posteriores 174 Variações de Comprimento dos Músculos Posteriores 175 Músculos do Tronco 176 Extensores do Pescoço e das Costas, Ilustração 177 Extensores do Pescoço e das Costas, Quadros 178, 179 Extensores das Costas e do Quadril 180 Extensores das Costas: Teste e Graduação 181 Diagnóstico Errôneo de Extensores das Costas Fortes 182 Quadrado do Lombo 183 Flexores Laterais do Tronco e Músculos Abdutores do Quadril 184 Flexores Laterais do Tronco: Teste e Graduação 185 Flexores Oblíquos do Tronco: Teste e Graduação 186 Seção II: Músculos Abdominais 187 Análise de Movimentos e Ações Musculares Durante Sit-Ups com o Tronco Curvado 187 Movimentos Durante Sit-Ups com o Tronco Curvado 188, 189 Músculos Acionados Dilrante Sit-Ups com o Tronco Curvado 190-192 Movimentos do Tronco 193 Reto do Abdome) Ilus!faç_ã,o .. 194 Oblíquo Externo, Ilustração 195 Oblíquo Interno, Ilustração 196 Transverso do Abdome, Ilustração 197 Oblíquos: Fraqueza e Encurtamento 198 Divisões dos Músculos Abdominais, Ilustração 199 Diferenciação dos Abdominais Superiores e Inferiores 200, 201 Músculos Abdominais Superiores: Teste e Graduação 202, 203 Fraqueza dos Músculos Abdominais: Elevação do Tronco 204 Desequilíbrio dos Abdominais e Músculos Flexores do Quadril 205 Exercícios de Sit-Up 206-208 Exercícios Terapêuticos: Encurvamento do Tronco 209 Músculos Abdominais Durante o Abaixamento dos Membros Inferiores 21 O, 211 Músculos Abdominais Inferiores: Teste e Graduação 212, 213 Fraqueza dos Músculos Abdominais: Abaixamento dos Membros Inferiores 214 '···- .- 1 1 \ ' 1 \ 1 .1 Exercícios Terapêuticos: Inclinação Pélvica Posterior 215 Exercícios Terapêuticos: Rotação do Tronco 216 Fraqueza Acentuada da Musculatura Abdominal: Teste e Graduação 217, 218 Seção III: Condições Dolorosas da Região Lombar 219 O Enigma da Região Lombar 219 Lombalgia 220-222 Inclinação Pélvica Anterior 223-225 Suportes para as Costas 226 Fraqueza dos Extensores do Quadril 227 Inclinação Pélvica Posterior 227, 228 Inclinação Pélvica Lateral 229 Levantamento de Peso 230, 231 Tratamento 232 Seção IV: Músculos da Respiração 233 Introdução 233 Objetivos Terapêuticos 234 Músculos Principais da Respiração 235-237 Músculos Acessórios da Respiração 237, 238 Músculos Respiratórios, Quadro 239 Músculos da Respiração 240, 241 Exercícios Corretivos 242, 243 Referências Bibliográficas 244 6 Membro Superior e Cintura Escapular 245 Introdução 247 Seção I: Inervação 248 Plexo Braquial (Nervos) 248, 249 Distribuição Cutânea 250 Quadro de Nervos Espinais e Pontos Motores 251 Nervos para Músculos: Motores e Sensoriais e Apenas Motores 252,253 Quadro de Músculos Escapulares 253 Quadro de Músculos do Membro Superior 254, 255 Nervos Cutâneos do Membro Superior 256, 257 Seção II: Mão, Punho, Antebraço e Cotovelo 258 Movimento das Juntas do Polegar e dos Dedos da Mão 258 Movimento das Juntas Radioulnar, do Punho e do Cotovelo Quadro de Análise do Desequilfbrio Muscular 260 Testes de Força dos Músculos: Do Polegar 261-268 Do Dedo Mínimo 269-271 Interósseos Dorsais e Palmares 272, 273 Lumbricais e Interósseos 274-276 Palmares Longo e Curto 277 Extensores do Indicador e Dedo Mínimo 278 Extensores dos Dedos 279 Flexores Superficial dos Dedos 280 Flexores Profundo dos Dedos 281 Flexores Radial e Ulnar do Carpo 282, 283 Extensores Radiais Longo e Curto do Carpo 284 Extensor Ulnar do Carpo 285 Pronadores Redondo e Quadrado 286, 287 Supinador e Bíceps 288, 289 Bíceps Braquial e Braquial 290 Flexores do Cotovelo 291 TrícepsBraquial e Ancôneo 292, 293 Braquiorradial 294 Quadro de Amplitude de Movimento 295 Teste de Força do Polegar e dos Dedos da Mão 295 Quadro de Mensuração da Junta 296 Seção III: Ombro 297 Juntas e Articulações 297-299 Quadros de Articulações da Cintura Escapular 300, 301 Combinações de Músculos Escapulares e do Ombro 302 Junta Esternoclavicular e Escápula 303 Movimentos da Junta Glenoumeral 304, 305 Teste de Comprimento dos Músculos: Umerais e Escapulares 306 Peitoral Menor 307 Teste de Contração de Músculos que Deprimem o Processo Coracóide Anteriormente 307 Teste de Comprimento dos Músculos: Peitoral Maior 308 Redondo Maior, Grande Dorsal e Rombóides 309 Rotadores do Ombro 310, 311 Quadro de Músculos do Membro Superior 312 ·_ ~~~ ·-1; '.~fJ\1 1'\ ::-~ .. · . ••'\~~~stes de Força - Ombro: 1 ,l ,.,f 11 ' J \ i\ . "\ '. Coracobraquial 313 Supra-Espinal 314 Deltóide 315-317 Peitoral Maior, Superior e Inferior Peitoral Menor 320 318,319 Rotadores Laterais do Ombro 321 Rotíldores Mediais do Ombro 322 Redondo Maior e Subescapular 323 Grande Dorsal 324, 325 Rombóides, Levantador da Escápula e Trapézio 326-331 Serrátil Anterior 332-337 Seção IV: Condições Dolorosas da Região Dorsal e do Membro Superior 338 Fraqueza da Região Dorsal 338 Mm. Rombóides Curtos 338 Distensão das Partes Média e Inferior do M. Trapézio 339 Dor na Região Dorsal Média e Superior Devida à Osteoporose 340 Condições Dolorosas dos Músculos do Membro Superior Síndrome do Desfiladeiro Torácico 341 Síndrome da Compressão Coracóide 342, 343 Síndrome do M. Redondo (Síndrome do Espaço Quadrilateral) 344 Dor Devida à Sublu:x:ação do Ombro 345 Contração dos Mm. Rotadores Laterais do Ombro 345 Costela Cervical 345 Seção V: Estudos de Caso 346 Caso nº 1: Lesão do Nervo Radial 347 Caso nº 2: Lesão dos Nervos Radial, Mediano e Ulnar 348, 349 Caso nº 3: Lesão Provável de C5 350 Caso nº4: Lesão dos Cordões Lateral e Medial 351 Caso nº 5: Lesão Parcial do Plexo Braquial 352-354 Caso nº 6: Fraqueza de Alongamento Sobreposta a um Nervo Periférico 355 Lesões por Uso Excessivo 356 Exercícios Corretivos 357 Referências Bibliográficas 358 7 Membro Inferior 359 Introdução 361 Seção I: Inervação 362 Plexo Lombar, Plexo Sacral 362, 363 Quadro de Nervos Espinais e Músculos 364 Quadro de Nervos Espinais e Pontos Motores 365 Quadro de Músculos do Membro Inferior 366, 367 Nervos para Músculos: Motores e Sensoriais ou Motores 368 Nervos Cutâneos do Membro Inferior 369 Seção II: Movimentos das Juntas 370 Movimentos dos Dedos do Pé, Pé, Tornozelo e Joelho 370, 371 Movimentos da Junta do Quadril 372, 373 Quadro de Mensuração da Junta 374 Tratamento de Problemas de Comprimento Muscular 375 Testes de Comprimento dos Flexores Plantares do Tornozelo 375 ) Testes de Comprimento para os Músculos Flexores do Quadril 376-380 Alongamento dos Músculos Flexores do Quadril 381 Problemas Associados ao Teste de Comprimento dos Músculos Posteriores da Coxa 382 Testes para o Comprimento dos Músculos Pósteriores da Coxa 383, 384 Encurtamento dos Músculos Posteriores da Coxa 385, 386 Efeito do Encurtamento dos Músculos Flexores do Quadril no Comprimento dos Músculos Posteriores da Coxa 387 Erros no Teste de Comprimento dos Músculos Posteriores da Coxa 388, 389 Alongamento dos Músculos Posteriores da Coxa 390 Testes de Ober e de Ober Modificado 391-394 Teste de Comprimento dos Músculos Flexores do Quadril 395-397 Alongamento do M. Tensor da Fáscia Lata 398 Seção III: Teste de Força Muscular 399 Quadro de Análise do Desequilíbrio Muscular: Membro Inferior 399 Testes de Força: Músculos dos Dedos do Pé 400-409 Tibial Anterior 41 O Tibial Posterior 411 Fibulares Longo e Curto 412 Flexores Plantares do Tornozelo 413-415 Poplíteo 416 ~ ~ j ------------------------------~------=---------------~~ Posteriores da Coxa e Grácil 417-419 Quadríceps Femoral 420, 421 Flexores do Quadril 422, 423 Sartório 424 Tensor da Fáscia Lata 425 Adutores do Quadril 426-428 Rotadores Mediais da Junta do Quadril 429 Rotadores Laterais da Junta do Quadril 430, 431 Glúteo Mínimo 432 Glúteo Médio 433 Fraqueza do Glúteo Médio 434 Sinal de Trendelenburg e Fraqueza dos Abdutores do Quadril 435 Glúteo Máximo 436, 437 Mensuração do Comprimento do Membro Inferior 438 Discrepância Aparente do Comprimento do Membro Inferior 439 Seção IV: Condições Dolorosas 440 Problemas do Pé 440-443 Condições Defeituosas e Dolorosas do Pé 440 Calçados e Correções de Calçados 444-446 Problemas no Joelho 447, 448 Dor no Membro Inferior 449 Contração do M. Tensor da Fáscia Lata e do Trato Iliotibial 449 Alongamento do M. Tensor da Fáscia Lata e do Trato Iliotibial 450, 451 Protrusão de Disco Intervertebral 452 M. Piriforme e sua Relação com a Ciatalgia 453, 454 Problemas Neuromusculares 454 Caso nº- 1: Lesão do Nervo Fibular 455 Caso nº- 2: Lesão Envolvendo Nervos Lombossacros 456, 457 Caso nº- 3: Possível Lesão de L5 458 Caso nº- 4: Síndrome de Guillain-Barré 459 Caso nº- 5: Síndrome de Guillain-Barré 460 Caso nº- 6: Poliomielite 461 Exercícios Corretivos 462, 463 Referências Bibliográficas 464 Apêndice A: Segmento Espinal - Distribuição Nervos e Músculos 465-472 Apêndice B: Paralisia Isolada do M. Serrátil Anterior 473-480 Glossário 481 Sugestões de Leitura 487 Índice Remissivo 493 Cone itos Fundam ntais 1 CONTEÚDO Introdução 3 Quadros de Nervos Espinais e Músculos 26-29 Teste Muscular Manual 4,5 Fundamentos do Tratamento 30, 31 Objetividade do Teste Muscular 6-8 Problemas Neuromusculares 32,33 Sistema Musculoesquelético 9 Problemas Musculoesqueléticos 34,35 Juntas: Definições e Classificação, Quadro 10 Procedimentos Terapêuticos 36 Estrutura Macroscópica do Músculo 11 Modalidades de Tratamento 37 Testes de Amplitude de Movimento Poliomielite: Fatores que Influenciam o e Comprimento Muscular 12 Tratamento 38 Classificação de Testes de Força 13 Testes Musculares para a Poliomielite e Procedimentos de Testes de Força 14-17 Pós-Poliomielite 39-43 Ordem Sugerida para os Testes Muscular~s. 18 Complicações Tardias da Poliomielite 44 Graduação da Força - Código; Sugestões de Leitura sobre a Poliomielite e para a Graduação da Força Muscular' 19-24 Pós-Poliomielite 45 Plexos Nervosos 25 Referências Bibliográficas 46,47 2 INTRODUÇÃO A filosofia que embasa este livro é de que existe uma necessidade contínua de se "voltar ao básico'~ o que é es- pecialmente pertinente nesta era de avanço tecnológico e de tratamentos com tempo limitado. A função muscular, a mecânica corporal e os procedi- mentos terapêuticos simples não mudam. No que concer- ne aos problemas musculoesqueléticos, os objetivos bási- cos do tratamento foram e continuam sendo a restauração e a manutenção da amplitude de movimento adequada, do bom alinhamento e do equilfürio muscular. É essencial que o profissional escolha e realize efeti- vamente testes que ajudem na resolução de problemas, para fornecer um diagnóstico diferencial, estabelecer ou modificar procedimentos terapêuticos, melhorar a fun- ção ou aliviar a dor. Para estudantes e médicos, é funda- mental a capacidade de ter raciocínio crítico, demandar objetividade e utilizar a precisão e o cuidado necessários para testes e mensurações de tal forma que sejam realiza- dos de maneira adequada e acurada, fornecendo valores confiáveis. A prevenção de problemas musculoesqueléticos deve tornar-se uma questão cada vez mais importante no fu- turo. Os profissionais da saúde podem ter um papel efe- tivo na promoção do bem-estar se tiverem consciência dos efeitos adversos do desequilfürio muscular, do ali- nhamento defeituoso e do exercício inadequado. Uma compreensão profunda dos problemas muscu- lares e de condições dolorosas associadas à má postura permitirá aos profissionais desenvolveremprogramas domiciliares seguros e eficazes para seus pacientes. Os custos para a sociedade do tratamento de problemas co- muns, como lombalgia, atingiram um ponto crítico. Muitos casos de lombalgia estão relacionados à má pos- tura e são corrigidos ou aliviados mediante a restauração do bom alinhamento. A eterna importância do teste musculoesquelético efetivo é evidente no último segmento do Capítulo 1. A apresentação singular de resultados do teste muscular de um paciente vítima de poliomielite ao longo de um período de cinqüenta anos demonstra a durabilidade do teste e da graduação. 1 1 1 1 3 ' 0TESTE MUSCULAR MANUAL Este livro enfatiza o equihbrio muscular e os efeitos do desequihbrio, da~)~ueza e da contratura sobre o ali- nhamento e a funçã ·~@L apresenta os princípios básicos l 'd \ 1 .'P'lf envo VI os na preservaÇão do teste muscular como uma arte, e a precisão necessária no teste para preservá-lo como uma ciência. A arte do teste muscular envolve o cuidado com que uma parte lesada é manipulada, o posicionamento para evitar o desconforto e a dor, a delicadeza requerida no teste de músculos muito fracos e a capacidade de aplicar pressão ou resistência de uma maneira que permita ao indivíduo produzir a resposta ideal. A ciência exige atenção rigorosa a todos os detalhes que podem afetar a precisão do teste muscular. Descon- siderar fatores aparentemente insignificantes pode alterar resultados de testes. Achados somente são úteis quando são acurados. Testes não acurados acarretam mau direcio- namento e confusão e podem levar a um diagnóstico errô- neo, com conseqüências graves. O teste muscular é um procedimento que depende do conhecimento, da habilida- de e da experiência do examinador, que não deve trair, pela falta de cuidado ou de habilidade, a confiança que outros depositam acertadamente nesse procedimento. O teste muscular é parte integrante do exame físico. Ele fornece informações, não obtidas por meio de outros procedimentos, que são úteis no diagnóstico diferencial, no prognóstico e no tratamento de distúrbios neuromus- culares e musculoesqueléticos. Muitas condições neuromusculares são caracterizadas pela fraqueza muscular. Algumas apresentam padrões precisos de envolvimento muscular; outras, fraqueza ir- regular, sem nenhum padrão aparente. Em alguns casos, a fraqueza é simétrica; em outros, ela é assimétrica. O local e o nível da lesão periférica podem ser determina- dos porque os músculos distais ao local da lesão apresen- tarão fraqueza ou paralisia. O teste cuidadoso e o registro preciso dos resultados do teste revelarão os achados característicos e ajudarão no diagnóstico. Condições musculoesqueléticas freqüentemente mos- tram padrões de desequilíbrio muscular. Alguns deles estão associados à dominância manual; outros, à postura habitualmente ruim. O desequilíbrio muscular também pode ser decorrente de atividades ocupacionais ou recrea- tivas nas quais há uso persistente de determinados mús- culos sem exercício adequado dos músculos oponentes. O desequilíbrio que afeta o alinhamento corporal é um fator considerável em muitas condições posturais dolorosas. A técnica do teste muscular manual é basicamente a mesma para casos de postura defeituosa e de condições neuromusculares, mas a amplitude da fraqueza encon- trada na postura defeituosa é menor porque encontrar graduação abaixo do regular é incomum. O número de testes a serem realizados em casos de postura defeituosa também é menor. O desequihbrio muscular distorce o alinhamento e sub- mete articulações, ligamentos e músculos a estresse e tensão indevidos. O teste muscular manual é a ferramenta de esco- lha para determinar a extensão do desequih'brio. O exame para determinar o comprimento e a força do músculo é essencial antes da prescrição de exercícios terapêuticos, porque a maior parte desses exercícios des- tina-se ao alongamento de músculos curtos ou ao forta- lecimento de músculos fracos. O teste do comprimento do músculo é utilizado para determinar se o comprimento do músculo é limitado ou excessivo, isto é, se o 1J1Úsculo é muito curto para permi- tir a amplitude de movimento normal ou se ele está alon- gado e permite uma amplitude de movimento excessiva. Quando.o alongamento é indicado, músculos contraídos devem ser alongados de uma maneira que não seja lesiva para certa parte ou para o corpo. A amplitude de movi- mento deve ser aumentada para propiciar a função nor- mal das juntas, exceto quando a restrição de movimento for o resultado final desejado por questão de estabilidade. j O teste da força do músculo é utilizado para determi- nar a capacidade de músculos ou de grupos musculares de atuarem no movimento e sua capacidade de prover estabilidade e suporte. Muitos fatores estão envolvidos nos problemas de fra- queza e no retorno da força. A fraqueza pode ser devida a um comprometimento do sistema nervoso, à atrofia pelo desuso, à fraqueza pelo alongamento, à dor ou à fadiga. O retorno da força muscular pode ser devido à recuperação após uma doença, ao retomo da função neuromuscular, após trauma e reparação, à hipertrofia de fibras muscula- res não afetadas, ao desenvolvimento muscular decorrente de exercícios para superar a atrofia pelo desuso ou ao retorno da força após o alívio do alongamento e da tensão. A fraqueza muscular deve ser tratada segundo sua causa básica. Quando devida à falta de uso, indica-se o exercício; quando devida ao trabalho excessivo e à fadiga, indica-se o repouso; quando devida ao alongamento e à tensão, é realizado o alívio de ambos no músculo fraco antes do estresse do exercício adicional. Todo músculo é um movedor principal em alguma ação específica. Não existem dois músculos no corpo que possuem exatamente a mesma função. Quando qualquer músculo é paralisado, a estabilidade do segmento é com- prometida ou algum movimento preciso é perdido. Algumas das evidências mais fortes da função muscular originam-se da observação dos efeitos da perda da capa- cidade de contrair, como é visto em músculos paralisados, ou do efeito do encurtamento excessivo, como é visto numa contratura muscular e na deformidade resultante. O teste muscular descrito neste livro é direcionado para o exame de músculos individuais e é, simultanea- mente, prático. A sobreposição de ações musculares, assim como a interdependência de músculos em movi- mento, é bem reconhecida por aqueles envolvidos no teste muscular. Por causa dessa relação íntima entre fun- ções, o teste acurado de músculos individuais requer uma adesão estrita aos princípios fund cular e às regras do procedimento. Os componentes fundamentais do teste muscular manual são a realização do teste e a avaliação da força e do comprimento do músculo. Para se tornar proficiente nes- ses procedimentos, o profissional deve possuir um conhe- cimento global e detalhado da função muscular. Esse conhecimento deve incluir uma compreensão do movi- mento articular porque os testes de comprimento e de força são descritos em termos das ações agonistas e anta- gonistas de músculos e de seu papel na fixação e na subs- tituição. Além disso, ele requer a capacidade de palpar o músculo ou seu tendão, para distinguir entre o contorno normal e o atrofiado e para reconhecer anormalidades de posição ou de movimento. O profissional que possui um conhecimento amplo das ações dos músculos e das articulações pode aprender as técnicas necessárias para realizar os testes. A experiên- cia é necessária para detectar movimentos de substitui- ção que ocorrem sempre que existe fraqueza. A prática é necessária para se adquirir a habilidade de realizar testes de comprimento e força e para graduar com acurácia a força muscular. Este livro enfatiza a necessidade de se "voltar ao bási- co" no estudo da estrutura e da função do corpo. Para problemas musculoesqueléticos, isto implica a revisão da anatomia e função das articulações e da origem, inserçãoe ações dos músculos. Ele inclui uma compreensão de princípios fundamentais nos quais a avaliação e os proce- dimentos terapêuticos são baseados. Por ser um mánual, este livro enfatiza a importância de testes musculares, de exames posturais, da avaliação de achados objetivos, da avaliação musculoesquelética e do tra- tamento. Numa condição basicamente musculoesquelética, a avaliação pode constituir e determinar um diagnóstico. Em uma condição que não é basicamente musculoesquelé- tica, a avaliação pode contribuir para o diagnóstico. OBJETIVIDADE E CONFIABILIDADE DO TESTE MUSCULAR Existe uma demanda crescente de objetividade em relação às mensurações do teste muscular. Com o alto custo dos cuidados médicos, a economia do reembolso requer documentação de que houve melhoria decorrente do tratamento. Há uma exigência de números como prova. Quanto mais gradual for a melhoria, mais impor- tantes tornam-se os números para que mesmo alterações mínimas possam ser documentadas. Muitos defendem o uso de instrumentos para elimi- nar o componente subjetivo dos testes musculares manuais. Entretanto, várias questões ainda não foram adequadamente respondidas. Até que ponto a subjetivida- de inerente ao teste muscular manual pode ser eliminada mediante o uso de instrumentos? Como novos problemas e variáveis introduzidos por instrumentos afetam a acurá- cia, a confiabilidade e a validade dos testes musculares? Nas mensurações objetivas obtidas por meio do uso de aparelhos atuais, deve-se considerar sua utilidade limitada, seu custo e sua complexidade. Testes de comprimento, quando realizados com pre- cisão, podem prover dados objetivos utilizando-se dispo- sitivos simples, como goniômetros para medir ângulos, réguas ou fitas métricas para mensurar a distância. Testes de força não podem se basear nesses dispositi- vos simples. Os problemas são muito diferentes ao se men- surar a força. A objetividade é baseada na capacidade do examinador de palpar e observar a resposta tendinosa ou muscular de músculos muito fracos e a capacidade de um músculo mover-se parcial ou totalmente ao longo de sua amplitude de movimento no plano horizontal ou manter a parte em uma posição antigravitacional. Tanto um observador quanto o examinador podem observar evidências de objetividade. Um observador pode ver um tendão que se torna proeminente (um grau de rastro), o movimento da parte no plano horizontal (um grau ruim) e uma parte sendo mantida em uma posição antigravitacional (um grau regular). Mesmo o grau regular+, o qual é baseado na manutenção da posi- ção antigravitacional contra uma pressão discreta exerci- da pelo examinador, é fácil de ser identificado. Para esses graus de força, dispositivos mecânicos não são aplicáveis nem necessários como auxílio para se obter objetividade. Os graus de força que permanecem são os graus bom e normal, identificados no teste muscular manual. Além disso, uma ampla faixa de força é mensurada acima do grau normal. Na medida em que determinar potenciais mais altos de força muscular for necessário, útil e apre- sentar uma relação custo/benefício positiva, os aparelhos podem ser de grande ajuda. Sob condições controladas de pesquisa, aparelhos isocinéticos podem auxiliar na obtenção de informações valiosas. Entretanto, até o momento, a sua utilidade clíni- ca é limitada. Ocorrem problemas tanto no teste da força muscular quanto no exercício. Um problema dos apare- lhos é conseguir a estabilização adequada para controlar variáveis e assegurar a padronização de técnicas de testes. Testes com aparelhos não possuem especificidade e ocor- rem substituições. Além do alto custo dos aparelhos, ajustá-los aos pacientes requer tempo. Esses dois fatores são importantes ao se considerar a relação custo/benefí- cio dos procedimentos de testes. Existe uma aceitação geral de que os testes realiza- dos pelo mesmo examinador são os mais confiáveis. Curiosamente, essa aceitação também é constatada em numerosos dispositivos de testes que não possuem componente "subjetivo". Por exemplo, muitas institui- ções exigem que densitometrias ósseas sucessivas sejam sempre realizadas no mesmo aparelho. Ocorre muita variação entre aparelhos similares para seguir de modo preciso a evolução de um indivíduo. Aparelhos diferen- tes de mesma marca e mesmo modelo são incapazes de produzirem resultados confiáveis e comparáveis. Até no mesmo aparelho, pode ser observada uma variação da precisão de 3% ou mais (Dr. David Zackson, comunica- do pessoal, 2004). A eletromiografia (EMG) é outra ferramenta de pes- quisa importante, más a sua utilidade no teste da força muscular é questionável. Segundo Gregory Rash, "dados eletrorniográficos não conseguem nos dizer quão forte o músculo é, quando um músculo é mais forte que outro, quando a contração é concêntrica ou excêntrica ou quan- do a atividade se encontra, sob controle voluntário" (1). As pesquisas por um dispositivo manual adequado que consiga fornecer dados relativos à magnitude da força utilizada durante o teste manual da força muscular tentam aprimorar este recurso de avaliação. O problema de um dispositivo manual é que ele fica entre o exami- nador e a parte que está sendo testada. Ele também in- terfere no uso da mão por parte do examinador. Não se deve impedir a mão do examinador de posicionar o seg- mento, controlar a direção específica da pressão e aplicar pressão, conforme a necessidade, com os dedos, com a palma ou com a mão inteira. Talvez algum dia haja uma luva suficientemente sensível para registrar a pressão sem interferir no uso da mão. Dispositivos manuais mensuram a magnitude da força exercida manualmente pelo examinador. Eles não são adequados para a mensuração de níveis mais altos de esforço máximo do indivíduo. Com os diversos tipos de dinamômetros existentes no mercado, é quase impossível estabelecer sua confiabi- lidade ou padronizar teste. A introdução de dispositivos novos e "melhores" complicou e comprometeu ainda mais todos os procedimentos de testes prévios. A afirma- ção de Alvin Toffler de que "nas condições competitivas atuais, a velocidade de inovação de um produto é tão rápida que, um pouco antes de ele. ser lançado, a geração seguinte ou um produto melhor aparece" pode ser apli- cada nesta e em outras áreas (2). Uma revisão da literatura sobre dinamômetros reve- la alguns dos problemas associados ao uso desses dispo- sitivos. Um estudo de confiabilidade entre testadores concluiu que "o dinamômetro manual apresenta confia- bilidade limitada quando utilizado por dois ou mais exa- minadores" (3). Dois estudos demonstraram uma boa confiabilidade entre examinadores com o uso de dina- mômetros manuais ( 4, 5). Entretanto, "dinamômetros manuais [ ... ]podem subestimar a força isométrica máxi- ma real de um paciente, por causa de dificuldades na estabilização do dispositivo" (6). A força do examinador traz urna outra variável na confiabilidade de dinamômetros manuais. Um trabalho realizado por Marino et al. identificou a força do exami- nador como a razão da discrepância entre dois examina- dores durante o teste da força do abdutor do quadril (7). A força do examinador afeta a estabilidade do dinamô- NOTA HISTÓRICA metro manual quando usado em indivíduos mais fortes (5). Mulroy et al. também relacionaram esse problema a diferenças de sexo. A força máxima de extensão do joe- lho, mensurada por um dinamômetro manual, foi preci- sa apenas para o examinador do sexo masculino testando pacientes do sexo feminino (8). É evidente que a variedade de dispositivos utilizados e as muitas variáveis envolvidas impedem o estabeleci- mento de normas para a gradação muscular. Segundo Jules Rothstein, "há perigo de que a fascinação por novas tecnologias acarrete um obscurecimento do julgamento clínico" (9). Após urna década de revisão científica, Newton e Waddel concluíram que o "julgamento do médico pare- ce ser mais acurado na determinação do esforçodo paciente que a avaliação de resultados fornecidos por aparelhos" (10). Como ferramentas, nossas mãos são os instrumentos mais sensíveis. Uma mão do examinador posiciona e estabiliza a parte adjacente à parte que está sendo testada. A outra mão determina a amplitude de movimento indo- lor, guia do segmento avaliado até a posição de teste pre- cisa e fornece a quantidade adequada de pressão para determinar a força. Esse instrumento, que chamamos de mão, é conectado ao mais maravilhoso computador jamais criado - a mente humana -, que armazena infor- mações valiosas e úteis a partir das quais podem ser rea- lizados julgamentos sobre a avaliação e o tratamento. Essas informações contêm dados objetivos, sem sacrificar a arte e a ciência do teste muscular manual à demanda de objetividade. Em 1941, enquanto participava de um estudo de pesquisa para a Foundation for Infantile Paralysis, o autor sênior deste livro desenvolveu um dispositivo manual para mensurar a força aplicada pelo examinador durante o teste muscular manual. A fundação encaminhou o pro- jeto ao dr. W. Beasley em Washington, D.C., que construiu um protótipo. Um ano mais tarde, o dispositivo foi apresentado em um simpósio sobre poliomielite. A Figura A mostra o coxim sensível à pressão na palma da mão a partir do qual a força é transmitida ao mostrador loca- lizado no dorso da mão, exibido na Figura B. Este foi um dos primeiros dinamômetros manuais. 100 Pacientes com Lombalgia 58% (58) 69% (69) 71% (71) 71% (71) 15% (15) 0% (O) KENDALL CLÁSSICO ·,,' ',\ :' '';.=~1~\ilt-:h .. \\' \~\. h: \ '.~'l .' \' \; i \ \ V . , , ,,; 1. Uma das características únicas deste texto é a prés~rvação de mais de meio século de análises posturais e a avaliação minuciosa do equih'brio muscular relacionado e sua re- lação com a função e com a dor. Muitas das fotografias apresentam exemplos históri- cos notáveis de defeitos posturais que são reais, ao invés de poses ilustrativas. É essencial que cada profissional desenvolva habilidades efetivas de resolução de pro- blemas que acarretem a escolha e a realização adequada e precisa de testes para prover dados significativos visando o estabelecimento de um plano terapêutico bem-sucedido. A anatomia não mudou, mas as limitações de tempo em determinados serviços atuais acarretaram "atalhos" nos testes que podem levar a um diagnóstico errôneo. Os Kendalls foram pioneiros na realização de pesquisa clínica como parte de sua busca contínua de conhecimento sobre como o comprimento e a força muscular es- tão relacionados a condições dolorosas. Um estudo realizado no início da década de 1950 comparou centenas de indivíduos "normais" - cadetes, médicos, fisioterapeutas e estudantes de enfermagem (faixa etária de 18 a 40 anos) - com pacientes que apre- sentavam lombalgia. Esse estudo levou a uma melhor compreensão de desequih'brios musculares comuns apresentados pela população geral em comparação com aqueles de pacientes portadores de lombalgia. Além disso, ele ajudou a definir as diferenças desses desequilíbrios entre homens e mulheres. Os dados desse estudo clíllico foram incluídos na tabela a seguir. Homens (% [n]) Mulheres (% [n]) 307 50 Estudantes de Fisiote- 36 Médicos 275 Cadetes Achados Enfermagem rapeutas 25% (9) 5% (14) Fraqueza nos 44% (135) 52% (26) mm. abdominais anteriores "superiores" 31% (11) 33% (91) Fraqueza nos 79% (243) 72% (36) mm. abdominais anteriores "inferiores" 45% (16) 10% (28) Limitação da flexão 5% (15) 10% (5) anterior 77% (28) 26% (72) Fraqueza do glúteo 40% (123) 76% (38) médio direito 3% (1) 5% (14) Fraqueza do glúteo 5,5% (17) 10% (5) médio esquerdo 0% (O) 0,3% (1) Fraqueza do glúteo 5,5% (17) 0% (O) médio bilateral 1 100 Pacientes com Lombalgia 81% (81) 96% (96) 48% (48) 90% (90) 6% (6) 12% (12) O sistema musculoesquelético é s o e mus- culos estriados, vários tipos de tecido conjuntivo e o esqueleto. Esse sistema provê os componentes essenciais para a força, a flexibilidade e a estabilidade na sustenta- ção de peso. Os ossos do esqueleto são unidos por ligamentos, os quais são faixas ou bainhas fibrosas resistentes de tecido conjuntivo. Eles são flexíveis mas não extensíveis. Alguns liaamentos limitam o movimento de tal maneira que a o articulação se torna imóvel; alguns permitem a liberdade de movimento. Os ligamentos são classificados como cap- sulares, extracapsulares e intracai:sulares. Eles contêm terminações nervosas que são importantes em mecanis- mos reflexos e na percepção do movimento e da posição. Os ligamentos podem diferir do ponto de vista mecânico. Por exemplo, um ligamento colateral é do tipo extracap- sular que permanece distendido mediante amplitude de movimento articular, enquanto um ligamento cruzado (por exemplo, articulação do joelho) torna-se frouxo du- rante alguns movimentos e distendido durante outros. As fibras musculares esqueléticas são classificadas basicamente em dois tipos: tipo I (de contração lenta) e tipo II (de contração rápida). Na maioria dos músculos, os dois tipos de fibras misturam-se. Entretanto, um tipo co- mumente predomina, o que depende das propriedades contráteis do músculo como um todo.As fibras tipo I pare- cem ser predominantes em alguns músculos posturais, como os eretores da espinha e o sóleo. As fibras tipo II fre- qüentemente predominam em músculos de membros, nos quais forças potentes e rápidas são necessárias. No entanto, essas proporções na população variam, especialmente em relação ao desenvolvimento e ao envelhecimento. Os músculos esqueléticos representam aproximada- mente 40% do peso corporal e fixam-se ao esqueleto por meio de aponeuroses, fáscias ou tendões. Aponeuroses são bainhas de tecido conjuntivo denso e apresentam uma cor branca cintilante. Elas fornecem as origens largas para os mm. grande dorsal. Os mm. oblí- quos externo e interno fixam-se à linha alba por meio de aponeuroses. O m. palmar longo insere-se na aponeurose palmar e a tensiona. As fáscias podem ser de dois tipos: superficial, loca- lizada abaixo da pele e que permite o livre movimento desta; e profunda, a qual envolve, recobre e separa mús- culos. Algumas fáscias profundas proporcionam a fixa- ção de músculos. Por exemplo, o trato iliotibial é uma faixa resistente de fáscias profundas que provê fixação para o m. tensor da fáscia lata na tíbia e para o m. glúteo máximo no fêmur e na tíbia. A fáscia toracolombar provê fixação para o m. transverso do abdome. Os tendões são faixas fibrosas brancas que fixam mús- culos aos ossos. Eles possuem uma grande força tensiva, mas são praticamente inelásticos e resistentes à distensão. Os tendões possuem poucos vasos sangüíneos, entretanto apresentam fibras nervosas sensoriais que terminam nos órgãos de Golgi localizados próximos da junção musculo- tendinosa. Em lesões que envolvem uma distensão intensa, é mais provável que o músculo seja afetado e, algumas vezes, a fixação tendinosa ao osso. Por exemplo, a fixação dom. fibular curto na base do metatarsal V pode ser rom- pida em uma lesão por inversão do pé. Os tendões também podem romper. Quando o tendão do calcâneo rompe, ocorre retração dos- mm. gastrocnêmio e sóleo com pre- sença de espasmo e dor aguda. JUNTAS O Stedman's Concise Dictionary define junta da seguinte maneira: Na anatomia, junta é o local de união, usualmente mais ou menos móvel, entre dois ou mais ossos [ ... ] e ela é clas- sificada em três tipos morfológicos gerais: fibrosa, cartila- ginosa e sinovial (11). Nesta edição, a definição a seguir concorda com a apresentada e adiciona o modo como as juntas são nomeadas: . Junta é definida como uma conexão esquelética osso com osso, unida por tecido fibroso, cartilaginoso ou sinovial. As juntas são nomeadas de acordo com os ossos que são apro:idinados. Para algumas juntas, os ossos são mantidos tão pró- ximos entre si que não ocorre movimento apreciável. Elas propiciamgrande estabilidade. Algumas juntas pro- CLASSIFICAÇÃO DAS JUNTAS Segundo o tipo de Tecido Junta Fibroso Sinartrose Sindesmose Sutura Gonfose Cartilaginoso Anfiartrose Sincondrose Sínfise Sinovial Diartrose Esferóide Gínglimo Gínglimo modificado Elipsóide ou condilóide Trocóide ou pivô vêm estabilidade em uma direção e liberdade de movi- mento na direção oposta; outras, liberdade de movimen- to em todas as direções. As juntas que não provêm movimento ou provêm um movimento pequeno são aquelas que mantêm os dois lados do corpo juntos. A sutura sagital do crânio é considerada uma articulação não móvel, unida por uma membrana fibrosa forte. A junta sacroiliaca e a sínfise púbica são consideradas discretamente móveis e são uni- das por membranas fibrocartilaginosas fortes. A maioria das juntas pertence à categoria das que se movem livremente e que são unidas por membranas sinoviais. As juntas do cotovelo e do joelho são essencial- mente do tipo gínglimo. A estrutura das superfícies arti- culares e os fortes ligamentos laterais e mediais limitam os movimentos laterais. Por essa razão, há estabilidade e força na posição estendida. Em contraste, as juntas do ombro são móveis em todas as direções e conferem menos estabilidade. Movimento Exemplo Imóvel Tibiofibular (distal) Imóvel Sutura do crânio Imóvel . Dente no interior do alvéolo Discretamente móvel Primeira esternocostal Discretamente móvel Sínfise púbica Todos os movimentos Ombro (2) e quadril articulares Flexão e extensão Cotovelo Flexão, extensão e Joelho e tornozelo discreta rotação Todos, exceto rotação e Metacarpofalângicas oposição e metatarsofalângicas Supinação, pronação e Atlantoaxial e rotação radioulnar Recepção recíproca ou sela Todos, exceto rotação Calcaneocubóide e carpometacarpal Plana ou deslizante Deslizamento Cabeça da fíbula com o côndilo lateral da tíbia Combinada - gínglimo e Flexão, extensão e Temporomandibular deslizante deslizamento -- TIPOS DE ESTRUTURA A estrutura macroscópica do músculo ajuda a deter- minar a ação muscular e afeta a maneira que um músculo responde à distensão. As fibras musculares são dispostas em feixes denominados fascículos. A disposição dos fascí- culos e suas fixações a tendões variam anatomicamente. Duas divisões principais são observadas na estrutura macroscópica: fusiforme (ou fuso) e penado. Uma terceira disposição, em forma de leque, é provavelmente uma modificação das outras duas, mas possui uma importância clínica distinta. Na estrutura fusiforme, as fibras são dispostas essen- cialmente paralelas à linha de origem até as inserções, e os fascículos terminam em ambas as extremidades do músculo em tendões chatos. Na estrutura penada, as fibras estão inseridas obliquamente no tendão ou nos tendões que se estendem ao longo do músculo em um lado (unipenado), ou através do ventre do músculo (bipenado). O músculo fusiforme é o mais vulnerável à extensão. O movimento articular ocorre na mesma direção do comprimento da fibra, e cada componente longitudinal depende do outro. Os músculos penados são provavelmente os menos vulneráveis à extensão, tanto pelo fato de a fibra ser oblí- qua à direção do movimento articular quanto pelo fato de as fibras e os fascículos serem curtos e paralelos e, por essa razão, não dependerem de outros segmentos para a continuidade da ação. O músculo em forma de leque apresenta as vanta- gens e desvantagens dos músculos citados. Ele pode ser considerado como um grupo de músculos dispostos lado a lado para formar uma unidade em forma de leque. Cada segmento é independente, pois possui sua própria origem com uma inserção comum. Por exemplo, no m. peitoral maior em forma de leque, a parte clavicular pode não ser afetada, mas a parte esternal pode ser paralisada em uma lesão medular. Segundo o Gray'sAnatomy, a "disposição dos fascícu- los está correlacionada com a potência dos músculos. Aqueles que possuem comparativamente poucos fascícu- los, estendendo o comprimento do músculo, possuem uma amplitude de movimento maior, mas não tanta potência. Músculos peniformes, com um grande número de fascículos distribuídos ao longo de seus tendões, pos- suem uma potência maior, mas uma amplitude de movi- mento menor" (14). FUSIFORME EM FORMA DE LEQUE PENADO Cuneiforme medial Flexor longo dos dedos AMPLITUDE DE MOVIMENTO DAS JUNTAS E AMPLITUDE DO COMPRIMENTO MUSCULAR As expressões "amplitude de movimento das juntas" e "amplitude do comprimento muscular" têm significados específicos. A amplitude de movimento refere-se ao número de graus de movimento presentes em uma junta. Descrições de juntas e quadros de mensuração incluem referências de amplitudes normais de movimento. A amplitude do comprimento muscular, também expressa em termos de graus de movimen!o, refere-se ao compri- mento do músculo. Para os músculos que passam somente sobre uma junta, a amplitude de movimento e a amplitude do com- primento muscular serão idênticas. Ambas podem ser normais, limitadas ou excessivas. Em alguns casos, ao se mensurar a amplitude de mo- vimento, é necessário permitir que o músculo fique frou- xo sobre uma junta para determinar a amplitude total de movimento na outra. Por exemplo, ao se mensurar a amplitude da flexão da junta do joelho, o quadril é flexio- nado para permitir que o m. reto da coxa fique frouxo sobre a junta do quadril e permita a amplitude total do movimento no joelho. Ao se mensurar a amplitude da fle- xão da junta do quadril, o joelho é flexionado pará permi- tir que os mm. posteriores da coxa fiquem frouxos sobre a junta do joelho e permitam a amplitude total do movi- mento no quadril. MENSURAÇÃO DO MOVIMENtO DAS JUNTAS E DO COMPRIMENTO MUSCULAR É mais fácil e mais preciso utilizar um dispositivo de mensuração que possibilite que o braço estático do goniômetro permaneça sobre a mesa e, conforme o caso, que o examinador coloque o braço móvel alinhado ou paralelo ao eixo do úmero ou do fêmur. O fulcro será desviado para propiciar essa alteração, mas o ângulo per- manece o mesmo - como se o braço estático fosse man- tido paralelo à mesa ao longo do tronco, em linha com a junta do ombro ou a junta do quadril. CORRELAÇÃO ENTRE A AMPLITUDt DAS JUNTAS E O COMPRIMENTO DO MÚSCULO Existe uma correlação interessante entre a amplitude total de movimento e a amplitude do comprimento mus- cular escolhida como padrão para os testes de compri- mento dos mm. posteriores da coxa e do flexor do quadril. Em cada caso, o comprimento muscular adotado como padrão é de aproximadamente 80% da amplitude total de movimento das duas juntas sobre as quais os músculos passam. A seguir, apresentamos as amplitudes da junta consi- deradas normais: Quadril - 10° de extensão, 125° de flexão, para um total de 135° Joelho - Oº de extensão, 140° de flexão, para um total de 140º Total de ambas as articulações - 275º Teste de Comprimento do Músculo Flexor do Quadril Utilizado como Padrão: Em decúbito dorsal, com a região lombar e o sacro apoiados sobre a mesa, a junta do quadril estendida e os flexores do quadril alongados 135º sobre a junta do quadril. Com o joelho flexionado sobre a extremidade da mesa em um ângulo de 80°, os dois fle- xores da junta do quadril são alongados 80º sobre a junta do joelho, para um total de 215°. Conseqüentemente, 215º dividido por 275º é 78,18%, sendo a amplitude do comprimento muscular 78% da amplitude total da junta. Teste de Comprimento dos Músculos Posteriores da Coxa Usado como Padrão: Em decúbito dorsal, com a região lombar e o sacro apoiados sobre a mesa e elevação do membro inferior estendido a um ângulo de 80° em relação à mesa. Os músculos posteriores da coxa são alon- gados 140° sobre o joelho por extensão completa e 80° so- bre a junta do quadril pela elevação do membro inferior estendido, para um total de 220°. Conseqüentemente, 220º dividido por 275º é 80%, sendo a amplitudedo com- primento muscular 80% da amplitude total da junta. TESTES DE COMPRIMENTO MUSCULAR . Os testes de comprimento muscular são realizados para se determinar se a amplitude do comprimento mus- cular é normal, limitada ou excessiva. Os músculos que possuem um comprimento excessivo usualmente são fra- cos e permitem o encurtamento adaptativo dos músculos oponentes. Os músculos que são muito curtos geralmen- te são fortes e mantêm os músculos oponentes em uma posição alongada. O teste do comprimento muscular consiste em mo- vimentos que aumentam a distância entre a origem e a inserção. Conseqüentemente, eles alongam os músculos em direções opostas àquelas das ações musculares. O teste preciso do comprimento muscular geralmen- te exige que o osso de origem esteja em uma posição fixa enquanto o osso de inserção se move na direção do alon- gamento do músculo. Os testes de comprimento utilizam movimentos passivos ou ativos assistidos para determinar a extensão em que um músculo pode ser alongado. INSUFICIÊNCIA PASSIVA Definida por O'Connell e Gardner: - A insuficiência passiva de um músculo é indicada sempre que a amplitude total de movimento de qualquer junta ou quaisquer juntas que o músculo cruze for limitada pelo seu comprimento e não pela disposição de ligamentos ou estruturas da junta em si (12). Definida por Kendall et al.: Insuficiência passiva. Encurtamento de um músculo biar- ticular (ou poliarticular); o comprimento do músculo não é suficiente para permitir o alongamento normal sobre ambas as articulações simultaneamente (p. ex., posteriores da coxa curtos) ( 13). Nota: Segundo as duas definições, o termo insufi- ciência passiva refere-se à falta de comprimento mus- cular. Em contrapartida, o termo insuficiência ativa refere-se à falta de força muscular. INSUFICIÊNCIA ATIVA Definida por O'Connell e Gardner: Se um músculo que cruza duas ou mais articulações produz movimento simultâneo em todas as articulações que cruza, ele logo atinge um comprimento no qual não pode mais gerar uma quantidade de força útil. Sob essas condições, o músculo é considerado ÍllSuficiente ativamente. Um exemplo desse tipo de insuficiência ocorre quando um indivíduo tenta realizar a extensão completa do quadril com flexão máxima do joelho. Os posteriores do quadril que cruzam as duas articulações são incapazes de se encurtar suficiente- mente para produzir uma amplitude de movimento com- pleta em ambas as articulações simultaneamente (12). Definida por Kendall et al.: Insuficiência ativa. A incapacidade de um músculo biarti- cular (ou poliarticular) de Classes III ou N de gerar uma força efetiva quando submetido a uma posição de encur- tamento total. O mesmo significado está implícito na e:X:pressão "o músculo foi afrouxado" (13). As duas definições são aplicadas apenas a músculos biarticulares ou poliarticulares. Entretanto, a afirmativa de que um músculo monoarticular apresenta sua maior força ao término da amplitude de movimento apareceu em todas as quatro edições de Músculos - Provas e Funções, de Kendall. Saber onde o músculo apresenta sua maior força em relação à amplitude de movimento é de capital impor- tância para determinar a posição de teste. Após uma análi- se cuidadosa, é evidente que existem quatro classificações. TESTE DE FORÇA - CLASSES 1 ~ JI: .. NO FINAL DA AMPLITUDE COM ENCURTAMENTO MAXIMO DO MUSCULO Classe 1 Músculos monoarticulares que se encurtam ativa- mente (contração concêntrica), por meio da amplitude até o término do movimento articular e apresentam força máxima no final da amplitude (curtos e fortes). Exemplos: Mm. tríceps - cabeças medial e lateral, deltói- de, peitoral maior, três músculos monoarticulares do polegar, glúteo máximo, iliopsoas e sóleo. Classe li Músculos biarticulares e poliarticulares que atuam como músculos monoarticulares se encurtando ativa- mente sobre ambas ou todas as articulações simultanea- mente e apresentando força máxima no término da amplitude (curtos e fortes). Exemplo: Mm. sartório, tibiais anterior e posterior, e fibulares longo, curto e terceiro. TESTE DE FORÇA - CLASSES Ili & IV: .. NO MEIO DO COMPRIMENTO TOTAL DO MUSCULO Classe Ili Músculos biarticulares que se encurtam sobre uma junta e se alongam sobre a outra para prover a amplitu- de média do comprimento muscular total para contração e força máximas (representado pela curva comprimento- tensão ). Exemplos: Mm. reto da coxa, posteriores da coxa e gas- trocnêmio. Classe IV Músculos biarticulares ou poliarticulares que atuam· fisiologicamente em uma direção, mas que são impedidos de se encurtar excessivamente pela ação coordenada de músculos sinérgicos. Exemplo de Músculos Biarticulares: O bíceps atua para flexionar as juntas do ombro e do cotovelo. Se ele atuasse para flexionar ambas de forma simultânea, o músculo se tornaria excessivamente curto. Para evitar isso, os múscu- los extensores do ombro, como mm. sinérgicos, estendem ~ 1l' :~u ,~~t: t\' REGRAS BÃs1cAs DE PRocEDIMENms QUE sE APu~A~;ii!~srE ·oé FoRçA MuscuLAR Colocar o indivíduo em uma posição que ofereça a melhor fixação do corpo (geralmente, decúbito dorsal, decúbi- to ventral ou decúbito laterãl}. Estabilizar a porção proximal da parte testada ou, no caso da mãó, a porção adjacente à parte testada. A estabiliza- ção é necessária para a especificidade do teste. Sempre que for adequado, colocar a parte a ser testada na posição de teste antigravitacional exata, para ajudar a desencadear a ação muscular desejada e auxiliar na gradação. Utilizar movimentos de teste no plano horizontal ao testar músculos que são muito fracos para funcionar contra. a força da gravidade. Empregar movimentos de teste em posições antigravitacionais para a maior parte dos testes de músculos do tronco, nos qurus o peso corporal oferece resistência suficiente. Aplicar pressão diretamente oposta à linha de tração do músculo ou do segmento muscular que estiver sendo testa- do. Como na posição antigravitacional, a direção da pressão ajuda a desencadear a ação muscular desejada. Aplicar a pressão de forma gradual, mas não muito lentamente, permitindo ao indivíduo "préparar~se e manter a posição'~ Aplicar pressão uniforme. Evitar a pressão localizada que possa causar desconforto. Utilizar uina alavanca longa sempre que possível, exceto quando houver contra..:indicação. Seu comprimento é determinado pela localização da pressão ao longo do braço da alavanca. Para discriminar melhor a força com objetivos de gradação, usar uma alavanca longa. . Utilizar uma alavanca curta quando os músculos intervenientes não provêm fixaçãO suficiente para o uso de uma alavanca longa. a junta do ombro e, conseqüentemente, alongam o m. bíceps sobre essa junta quando o cotovelo é flexionado ao máximo por este. Exemplo de Músculo Poliarticular: Se ele atuasse em uma direção flexionando o punho e os dedos das mãos simulta- neamente, os músculos flexores e extensores dos dedos iriam se encurtar de forma excessiva e se tornariam insufi- cientes ativamente. Entretanto, a natureza evita que isso ocorra. Na flexão forçada dos dedos das mãos, por exemplo, ao cerrar o punho, os flexores se encurtam sobre as articula- ções dos dedos das mãos, mas são impedidos de se encurtar sobre toda a sua extensão pela ação sinérgica dos extensores do punho que mantêm este em extensão moderada e, con- seqüentemente, alongam os músculos flexores sobre a arti- culação do punho para que eles se encurtem forçadamente sobre as articulações dos dedos das mãos. A ordem na qual os músculos são testados quase sempre é uma questão de escolha, mas, geralmente, ela é organizada de modo que sejam evitadas alterações fre- qüentes e desnecessárias de posição para o indivíduo. Os músculos que estão estreitamente relacionados em posi- ção ou ação tendem a aparecer em seqüência na ordem de teste para distinguir diferenças do teste. Como regra gera~ o teste do comprimento precede oteste da força. Quando a ordem específica dos testes for importante, ela será indicada no texto. (Ver ordem sugerida dos testes musculares, p. 18). TERMOS UTILIZADOS NA DESCRIÇÃO DOS TESTES DE FORÇA MUSCULAR As descrições dos testes musculares, constantes dos Capítulos 4 a 7 são apresentadas sob os subtítulos Pa- ciente, Fixação, Teste e Pressão. Este capítulo discute cada um desses termos detalhadamente para indicar sua im- portância específica no teste muscular acurado. Paciente Na descrição de cada teste muscular, esse título é segui- do pela posição na qHal o paciente é colocado para realizar o teste desejado. A posição é importante no teste em dois aspectos. Primeiro, em termos de praticidade, a posição do corpo deve permitir que todos os músculos nos quais a força da gravidade seja um fator na gradação funcionem contra a força da gravidade. Segundo, o corpo deve ser colocado em uma posição tal que a estabilidade das partes que não estão sendo testadas seja a maior possível. (Esse ponto é analisado mais detalhadamente em Fixação.) Em todos os testes musculares, o conforto do paciente e a manipulação inteligente dos músculos afe- tados são fatores importantes. Em alguns casos, o con- forto do paciente ou a condição dos músculos afetados necessitarão de algumas modificações na posição de teste. Por exemplo, insistir em uma posição antigravita- cional pode acarretar o posicionamento absurdo de um paciente. O decúbito lateral, que representa a melhor posição de teste para vários músculos, pode ser descon- fortável e acarretar distensão de outros músculos. Fixação Esse título refere-se à firmeza ou· à estabilidade do corpo ou da parte do corpo, a qual é necessária para se assegurar o teste acurado de um músculo ou de um grupo muscular. A estabilização (manutenção constante da posi- ção ou limitação do movimento), o suporte e a contra- pressão (pressão igual e oposta) estão incluídos na fixação, a qual significa manter com firmeza. --• 1 A fixação adequada depende bastante da firmezá da, mesa de exame, a qual oferece grande parte do suporte necessário. O teste e a graduação da força não serão exa- tos se a mesa sobre a qual o paciente estiver deitado pos- suir um coxim espesso e macio ou um colchão macio que "cede" quando o examinador aplica pressão. O peso corporal pode fornecer a fixação necessária. Como este é um fator importante na provisão da estabili- dade, a posição horizontal (decúbito ventral, dorsal ou lateral) oferece a melhor fixação para a maioria dos testes. O examinador pode estabilizar a parte proximal em tes- tes de músculos dos dedos das mãos, do punho, dos dedos dos pés e do pé; entretanto, em outros testes, o peso corpo- ral deve ajudar a estabilizar a parte proximal. Em alguns casos, o examinador pode prover uma fixação adicional ao peso da parte proximal. Talvez seja necessário manter um segmento firmemente sobre a mesa de modo que a pressão aplicada sobre a parte distal (mais o peso da parte) não des- loque o peso da parte proximal. Em testes de rotação, é pre- ciso que o examinador aplique contrapressão para assegurar a realização exata do teste. (Ver p. 321, 322, 429 e 431). Em alguns testes, músculos provêm a fixação. Eles não cruzam a mesma articulação ou articulações que o múscu- lo que está sendo testado. Os músculos que estabilizam a escápula durante movimentos do membro superior e a pelve durante movimentos do membro inferior são deno- minados músculos de fixação. Eles não participam direta- mente do movimento de teste, mas estabilizam a escápula móvel no tronco ou a pelve no tórax e, conseqüentemen- te, possibilitam que o músculo testado tenha uma origem firme, a partir da qual ele é tracionado. Da mesma manei- ra, os mm. abdominais anteriores fixam o tórax à pelve quando os mm. flexores anteriores do pescoço atuam para elevar a cabeça anteriormente e em flexão a partir de uma posição supina. (No tocante à ação de mm. flexores do quadril opostos na estabilização da pelve durante a exten- são do quadril, ver p. 180.) Músculos que apresentam uma ação antagônica pro- piciam fixação ao impedirem o movimento articular excessivo. Esse princípio é ilustrado pela fixação que os interósseos e lumbricais provêm ao restringirem a hipe- rextensão da junta metacarpofalângica durante a extensão dos dedos das mãos. Na presença de lumbricais e interós- seos fracos, a tração de um m. extensor dos dedos forte acarreta hiperextensão dessas juntas e flexão passiva das juntas interfalângicas. Entretanto, essa hiperextensão não ocorre, e os dedos das mãos podem ser estendidos nor- malmente se o examinador impedir a hiperextensão das juntas metacarpofalângicas mediante uma fixação equi- valente à dos lumbricais e interósseos. (Ver p. 274.) Quando os músculos de fixação são muito fracos ou muito fortes, o examinador pode simular a estabilização normal auxiliando ou restringindo o movimento da parte em questão. O examinador deve ser capaz de diferenciar a ação normal desses músculos na fixação e as ações anormais que ocorrem quando a substituição ou o equihôrio anormal estiverem presentes. Teste de força No teste muscular, a fraqueza deve ser diferenciada da restrição da amplitude de movimento. Freqüentemente, um músculo não consegue completar a amplitude normal do movimento. É possível que ele esteja muito fraco para completar o movimento ou que a amplitude de movi- mento seja restrita em razão do pequeno comprimento de músculos, cápsulas ou estruturas ligamentares. O exami- nador deve levar a parte pela amplitude de movimento para determinar se há alguma restrição. Quando não hou- ver restrição, a falha do indivíduo em manter a posição de teste pode ser interpretada como fraqueza, exceto se hou- ver frouxidão da junta ou tendinosa. Ao testar músculos monoarticulares nos quais a capacidade de manter o segmento no final da amplitude de movimento é esperada, o examinador deve diferenciar a fraqueza muscular e a insuficiência tendinosa. Por exemplo, o quadríceps pode ser forte, mas incapaz de estender totalmente o joelho por causa da distensão do tendão da patela ou do tendão do quadríceps. Exames musculares devem levar em conta esses fato- res sobrepostos, como juntas relaxadas, instáveis. É difícil julgar grau da fraqueza muscular real em tais casos. Do ponto de vista funcional, o músculo é fraco e deve ser graduado dessa maneira. No entanto, quando o músculo apresenta uma forte contração, é importante reconhecer esse fator como potencial de melhoria. Em um músculo com insuficiência funcional por causa de instabilidade da junta e não da fraqueza muscular em si, o tratamento deve ser direciona~o à correção do problema da junta e à redução da distensão muscular. Não são incomuns situa- ções em que o m. deltóide apresenta uma contração "completa" pela Ventre muscular, mas não consegue começar a levantar o peso do membro superior. Esse músculo deve ser protegido contra a distensão aplican- do-se um suporte adequado com o objetivo expresso de permitir que estruturas das juntas sejam encurtadas até sua posição normal. A falha em distinguir a fraqueza muscular real da aparente, resultante da instabilidade da junta, pode privar um paciente de um tratamento subse- qüente adequado. Posição de Teste Posição de teste é aquela na qual a parte é colocada pelo examinador e mantida, quando possível, pelo pa- ciente. Trata-se da posição utilizada com o objetivo de se avaliar a força da maioria dos músculos. A posição de teste ideal é no final da amplitude de mús- culos monoarticulares e de músculos bi ou poliarticulares que atuam como músculos monoarticulares. A posição de teste ideal para músculos bi ou poliarticulares é o meio do comprimento total segundo o princípio do comprimento- tensão muscular. (Ver classificações, p.13.) A posição de teste (em oposição ao movimento de teste) oferece as vantagens da precisão no posicionamen- to e da precisão no teste. Além disso,
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