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Resenha do Livro: A Corrida Para o Século XXI, SEVCENKO, Nicolau. Capitulo 1 - página 23 - 58 Parte 2 Com essa polaridade partidária, e consequentemente o surgimento da Guerra Fria, o declínio dos regimes comunistas se da a partir da ascensão de dois lideres capitalistas, Ronald Reagan e Margaret Thatcher, dos Estados Unidos e da Grã- Bretanha, respectivamente. Com seus discursos cobertos de ideologias religiosas, ambos os lideres conseguiram fortificar a ideia de que o capitalismo seria o grande aliado do novo mundo globalizado. Uma nova onda de pensamentos surge, quando o líder trabalhista Tony Blair implanta que a nova forma de sucesso é a educação. Entretanto muitos líderes, ainda tomados pelos ideais Reagan- Tatcher, partiram do principio de que “a ideia não era mais garantir um bom emprego para todos, conforme a tradição socialista, mas disseminar o espiritado concorrência agressiva por intermédio de uma nova agenda educacional.” (pag 40) Essas propostas geraram o chamado “pensamento único” que partia do principio do abandono do Estado e o predomínio do livre fluxo de mercado. Assim, é apontado consequências do neoliberalismo - desemprego em massa, a exploração e a mortalidade infantil, aumento da criminalidade, entre outros, que ocorreram do século XX para o XXI. Dados como estes, mostram que “o problema mais urgente dos tempos atuais é o da responsabilidade em relação ao futuro”. (pag 43). O autor reforça a ideia de que a ética, até antes das era tecnológica era pensada numa base de relações de indivíduo para indivíduo, ou seja tudo se resumia a acordo ou decisões pessoais, de baixo e pequeno alcance. Mas com o surgimento da tecnologia essa ética passa a ser pensada em um sentido totalmente presencial. Denominado como “o mal do pressentimento”, é um processo que implica em tomar atitudes no presente, sem considerar as possíveis consequências e vitimas futuras. Isso se aplica em diversos meios: políticos, religiosos e ate mesmo nas empresas. Nesse contexto, a publicidade surge para intensificar o poder do consumo de cada indivíduo. Uma das estratégias publicitarias da época era o slogan “Eu consumo, logo existo”, multiplicando cada vez mais os anseios presentistas. O reforço da ideia de que consumo é sinônimo de poder, passou a gerar a ideia de um preconceito estrutural social, que é apenas um reflexo da época colonial, marcada claramente pela diferença social (e consequentemente étnica) da classes de proprietários de terra e os que não a continham e os burgueses e os proletários. A industrialização, os novos meios de comunicação e transporte, trouxeram ainda mais essas diferenças sociais e culturais. Dessa forma, o autor afirma que o colonialismo ainda existe, porém de uma forma diferentes dias atuais. Com a submissão ao neocolonialismo imposto pelo neoliberalismo aos países de Terceiro Mundo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, se tronam decisivos nesse processo. Ambos foram criados com o intuito de financiar os países destruídos pela guerra. Entretanto, para muitos países, essa ajuda resultou em um grande endividamento. Quando a economia de países subdesenvolvidos era abalada, estes recorriam ao FMI e ao BM, e busca de ajuda, entretanto o que eles receberam, foram varias medidas de “reajuste estrutural”, que desregrou total a economia destes países. A partir desse ponto, foi-se criado o contexto de países de primeiro, segundo e terceiro mundo, na qual os de últimos, sempre recorriam aos primeiros, respectivamente. Dessa forma, o autor diz que a ideia de neocolonialismo pode ser revertida, se as medidas de causar injustiças mundiais não fossem replicadas. Entretanto, é sugerido que os Estados afetados busquem novas formas de gerir a sociedade de forma que seja compatível com o campo de ação global atual, desestruturando o ideal colonialista, além disso, deveriam ser conduzidos por ONGs para restabelecer a empregabilidade, implantação de serviços básicos, a redistribuição de recursos, entre outros. A reestruturação dos Direitos Humanos pela ONU, foi crucial para que fosse trazido uma melhor qualidade de vida e trabalho para a população dos países de Terceiro Mundo. No ultimo trecho do capitulo, o ultimo relatório de Desenvolvimento Humano da ONU, reforça a ideia de que apenas a luta humanitária conquistará os próximos avanços do século XXI, de forma que não haja um regresso das nações. Sendo assim, a desigualdade social, numa escala global, sempre será uma luta que sempre sucederá.
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