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Economia Política

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O que é a economia?
Há diferentes definições de Economia. Podemos distinguir economia enquanto realidade e economia enquanto ciênciaPara Lionel Robbins, economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos.
Para Paul Samuelson, economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor e como os distribuem entre os seus membros.
Numa definição operacional, economia é definida como a ciência que estuda a afetação ótima dos recursos escassos para satisfazer as necessidades humanas que são, virtualmente, ilimitadas.
Recursos escassos, ou limitados, são recursos que estão disponíveis em quantidade inferior àquela que seria necessária para satisfazer todas as necessidades existentes. Esta dicotomia entre recursos limitados vs. necessidades ilimitadas leva ao problema da escassez.
O que é a escassez?
A escassez refere-se a um problema económico básico: o facto de os recursos disponíveis serem insuficientes para satisfazer todas as necessidades e desejos humanos.
A escassez é relativa, ou seja, os recursos só são escassos porque as necessidades são ilimitadas.
Desta forma, a noção de escassez tem algumas consequências:
· Se os recursos estão disponíveis em quantidade insuficiente para satisfazer todas as necessidades, então terão um preço (os bens económicos são transacionados)
· Se o recurso existir em quantidade suficiente para cobrir todas as necessidades, trata-se de um bem livre (ar, luz solar, vento)
· Se não estão disponíveis em quantidades suficientes para cobrir e satisfazer todas as necessidades, então devemos fazer escolhas individuais (tempo/dinheiro) ou coletivas (problemas ambientais)
Se não houvesse escassez dos recursos e, portanto, necessidade de incorrer a escolhas face a potenciais usos alternativos desses recursos, então não haveria problema económico.
O problema da escassez atravessa tanto a microeconomia como a macroeconomia.
O que é a microeconomia e a macroeconomia?
A microeconomia é o estudo da tomada de decisões individuais, dos produtores e das empresas, numa economia onde os recursos são escassos, com o objetivo de obter os melhores resultados (mercado de arrendamentos ou das máscaras).
A macroeconomia surge da vontade de analisar os agregados e de considerar que os agregados económicos são determinados por mais do que as decisões individuais (decisões e comportamentos coletivos). Das decisões individuais de aquisição em diferentes mercados resulta o consumo das famílias; de múltiplas decisões das empresas em adquirir, construir resulta o investimento global em Portugal. Analisa, por exemplo, o PIB, as taxas de emprego e a inflação.
A macroeconomia analisa a conjetura económica (recessão, fase de expansão) e visa o crescimento económico a longo prazo; não existe apenas para analisar, mas para uma melhoria das situações. As políticas macroeconómicas são construídas para contrariar e atuar contra a fase do ciclo económico do momento (contra cíclicas).
O que é o custo de oportunidade?
A escassez de recursos implica que façamos escolhas, individuais ou coletivas. Ora, associado à escolha surge o custo de oportunidade.
O custo de oportunidade é a oportunidade que perdemos quando tomamos uma decisão.
Quando fazemos uma escolha, numa situação de recursos limitados, devemos organizar as alternativas disponíveis por ordem crescente de preferência. Ao escolher a opção preferida estamos forçosamente a abrir mão da segunda. Deste modo, o custo de oportunidade é perdermos a segunda alternativa.Sintetizando:
A escassez implica escolhas.
É necessário decidir o que produzir, quanto produzir, como e para quem. A resposta a estas questões leva-nos à elaboração de uma linha de fronteiras de possibilidades de produção que corresponde a uma ilustração gráfica dos limites da capacidade produtiva de uma realidade económica, dada a escassez dos recursos.
O que é a fronteira de possibilidades de produção?
A fronteira de possibilidades de produção (FPP) é um modelo económico utilizado para descrever o conjunto de combinações possíveis de bens e serviços que uma sociedade pode produzir dados os recursos disponíveis.
Sobre a linha de fronteira de possibilidades de produção, qualquer que seja o ponto em consideração, a economia encontra-se a produzir de forma eficiente.
· Define-se como fronteira porque todos os pontos acima dela são inatingíveis
· Apenas o desenvolvimento tecnológico, aumento de capital, de mão de obra ou de força permitem a expansão da FPP
· Todos os pontos abaixo da fronteira de possibilidades de produção correspondem a uma produção ineficiente – a economia está a produzir abaixo do potencial que dispõe.
Exemplo: suponha que uma economia dispõe de 500 horas de trabalho que pode utilizar para pescar ou para cultivar legumes. Em média, numa hora, um indivíduo pesca 2 kg de peixe ou produz 1 kg de legumes. Represente aa fronteira de possibilidades de produção.
Definição de Ceteris Paribus
Ceteris paribus ou “mantendo tudo o resto constante”, é uma expressão que corresponde a um modo de análise comum na ciência económica e, através do qual se tentam encontrar e usar relações de causalidade entre duas variáveis assumindo que as restantes se mantém constantes (altera-se, então, um parâmetro de cada vez, mantendo os outros constantes, a fim de identificar o impacto dessa mesma variável).
A curva da procura (Demand Curve)
A curva da procura identifica a quantidade procurada para cada preço de um bem homogéneo (bem identificado).
Ceteris paribus, quando o preço varia deslocamo-nos ao longo da curva da procura
Ceteris paribus:
· Quando o preço aumenta, a quantidade procurada diminui
· Quando o preço diminui, a quantidade procurada aumenta
Lei da Procura
Existe, na curva da procura, uma relação inversa entre a quantidade procurada e o preço. A curva da procura tem sempre declive negativo uma vez que, quando o preço aumenta, ocorrem duas situações:
· Efeito rendimento, ou seja, a quantidade do produto que o comprador consegue adquirir com o mesmo valor é inferior
· Efeito de substituição, o que significa que o preço dos bens substitutos se tona mais acessível
Deslocações da curva da procura
Alteração do rendimento
O efeito do aumento do rendimento na curva da procura depende do tipo de bens que estamos a considerar:
· Bens normais – ceteris paribus, a procura aumenta quando o rendimento aumenta e vice-versa (exemplo: tablet)
· Bens inferiores – ceteris paribus, a procura diminui quando o rendimento aumenta e vice-versa (exemplo: produtos de marcas brancas)
Desta forma, podemos concluir que:
· Com o aumento dos rendimentos das famílias, a curva da procura desloca-se para a direita;
· Com a diminuição dos rendimentos das famílias, a curva da procura desloca-se, desta vez, para a esquerda
Alteração do preço de outros bens
O efeito da alteração do preço de um bem na procura de outro bem depende da relação entre ambos:
· Bens substitutos
· Dois bens são substitutos se uma diminuição no preço de um deles leva a uma diminuição na procura de outro (ou vice-versa)
· Pepsi / Coca-Cola
· McDonalds / Burger King
· Bens complementares
· Dois bens são complementares se uma diminuição no prelo de um bem conduz a um aumento na procura do outro (ou vice-versa)
· Café / Açúcar
· Impressora / Papel
· Carros / Combustível
· Bens independentes
· A alteração no preço de um bem não produz qualquer efeito na procura do outro
· Leite / Vestuário
Exemplo: Qual será o impacto das seguintes situações na procura do portátil X?
1. O Governo decidiu encerrar as escolas em março de 2020 e o ensino passou a realizar-se online.
a. A curva da procura do portátil considerado desloca-se para a direita
2. O preço dos processadores aumenta em consequência do aumento dos custos de produção
a. A curva da procura do portátil desloca-se para a esquerda
3. A McDonalds aumenta a sua produção de hambúrgueres
a. Esse aumentode produção não produz nenhum efeito na curva da procura do portátil considerado. Assim, a curva não se desloca.
Sintetizando:
A curva da procura representa o lugar geométrico dos pontos de consumo desejado de um bem para cada nível de preços.
Quando o preço varia, deslocamo-nos ao longo da curva da procura.
Vários fatores podem afetar a procura de um bem: a variação do rendimento e do preço de bens substitutos e complementares têm efeito sobre a curva da procura, deslocando-a.
A elasticidade da procura
A elasticidade da procura mede a elasticidade da quantidade procurada face à variação de determinado parâmetro.
Distingue-se entre:
· Elasticidade da procura – preço
· Elasticidade da procura – rendimento
· Elasticidade cruzada da procura
Elasticidade da procura – preço
Há bens para os quais uma pequena variação de preços produz uma enorme variação da quantidade procurada ao passo que outros, apesar de o seu preço conhecer uma forte alteração, acabam por não conhecer a mesma variação na quantidade procurada
Interpretação do valor da elasticidade
 – A procura é elástica, ou seja, a quantidade procurada aumenta mais do que os preços diminuem (exemplo: saldos)
 – A procura é unitária, ou seja, a quantidade procurada e a diminuição dos preços é igual
 – A procura é inelástica, ou seja, a quantidade procurada varia pouco mesmo que os preços aumentem. A procura não é tão sensível à variação dos preços (exemplo: a procura de máscaras não diminui se os preços aumentarem, uma vez que é um bem de uso obrigatório)
Elasticidade da procura – rendimento
Mede a sensibilidade da quantidade procurada face a variações no rendimento das famílias.
O valor da elasticidade da procura – rendimento varia consoante o tipo de bens que estamos a considerar:
· Bens normais
· Com o aumento do rendimento, a quantidade procurada aumenta (e vice-versa) e a procura é elástica ()
· Bens inferiores
· Com o aumento do rendimento, a quantidade procurada diminui (e vice-versa) e a procura é negativa 
A procura é inelástica em relação ao rendimento se . Este tipo de procura está associado a bens de primeira necessidade, os quais não compramos mais ou menos conforme o nosso rendimento.
Elasticidade cruzada da procura
Mede a elasticidade da variação da quantidade procurada de um bem A face à variação de preço de um bem B.
O valor da elasticidade cuzada da procura varia consoante a relação entre os bens considerados:
· Bens complementares (
· Com um aumento do preço do bem B, as pessoas compram menos desse produto e, consequentemente, menos do bem A (e vice-versa), uma vez que, sendo estes bens complementares, são usados em conjunto (A procura é negativa)
· Bens substitutos
· Um aumento do preço do bem B faz com que a procura desse bem diminua e aumente a procura do bem a. Assim, a procura é elástica/positiva.
Excedente do consumidor
O excedente do consumidor traduz o excedente monetário obtido pelos consumidores por poderem adquirir um bem mais barato do que estariam dispostos a pagar, ou seja, traduz a diferença entre o valor máximo que estariam dispostos a pagar e o valor que realmente pagam.
Graficamente, o excedente do consumidor corresponde à área entre a curva da procura e o preço de mercado.
· Diminuindo o preço do bem X, aumenta o excedente daqueles que já podiam comprar o bem e incluem-se no mercado novos consumidores e os respetivos excedentes
· Aumentando o preço de um bem X. diminui o excedente daqueles que o compravam e podem ser excluídos consumidores do mercado.
Na prática, o excedente do consumidor traduz um medidor de bem estar da sociedade, na qual um aumento do excedente traduz um aumento do bem estar daqueles que já podiam comprar o produto e que agora podem comprar mais barato e daqueles que não podiam comprar e passam a adquiri-lo.
Mercado de concorrência pura e perfeita
Quando desenvolvemos a análise da oferta e do equilíbrio estamos a assumir um tipo de mercado específico, um mercado ideal que só existe na teoria e que é caracterizado por:
· São transacionados bens homogéneos
· O mercado é transparente (todos detêm toda a informação sobre o produto transacionado e as suas qualidades)
· Inúmeros e pequenos vendedores e compradores (pelo facto de o serem, a força da concorrência vai impedir que algum deles tenha poder no mercado, ou seja, nenhum deles tem poder para influenciar os preços ou as quantidades transacionadas)
· Liberdade de entrada no mercado (não há barreiras à entrada)
· Liberdade de saída do mercado (as empresas podem abrir falência instantânea)
· Rendimentos constantes à escala
Rendimentos constantes à escala
O custo médio de produzir cada unidade é constante. Não existem economias de escala, ou seja, não há qualquer diminuição no custo de produção quando se produz mais.
	Produção
	Custo médio
	Custo total
	100
	100
	10000
	100 000
	100
	10 000 000
	100 000 000
	100
	10 000 000 000
A curva da oferta
Quando atendemos à escala do mercado do qual fazem parte várias empresas, à medida que aumenta o preço de um bem homogéneo, mais empresas estão dispostas a produzi-lo e, portanto, aumenta a quantidade oferecida desse mesmo bem. Esta é, então, a lógica subjacente à curva da oferta.
· Quando há um aumento do preço, aumenta a quantidade oferecida (as empresas produzem este bem em maiores quantidades e novas empresas entram no mercado para o fornecer)
· Quando há uma diminuição no preço, há também uma diminuição da quantidade oferecida (há empresas que saem do mercado ou passam a produzir menos quantidade desse produto homogéneo)
Deslocação ao longo da curva da oferta vs. deslocação da curva da oferta
Quando o preço do bem varia, há deslocação ao longo da curva da oferta (do ponto de A para B).
Quando se alteram outros fatores, a curva da oferta desloca-se (do ponto de A para C).
Quando a curva da oferta se desloca para a direita há um aumento da oferta. Por outro lado, se a curva se desloca para a esquerda há uma diminuição da oferta.
Fatores que podem provocar a deslocação da curva da oferta (ceteris paribus)
· Tecnologia (exemplo 1)
· Preço dos inputs (exemplo 2)
· Preço dos fatores de produção (exemplo 3)
· Preço dos bens substitutos (exemplo 4)
· Expectativas (exemplo 5)
Exemplo 1: qual o efeito de uma alteração tecnológica, na curva da procura (ceteris paribus)?
· À partida, uma alteração tecnológica vai reduzir os custos de produção da empresa. Para um dado preço haverá mais empresas dispostas a fornecer o bem porque ele é agora mis barato (menos custo de produção). Dessa forma, aumenta a quantidade oferecida desse bem e a curva da oferta desloca-se para a direita.
Exemplo 2: qual o impacto dos incêndios (ceteris paribus) sobre a curva da oferta de papel (aumento do preço dos inputs)?
· A curva da oferta do papel desloca-se para a esquerda, traduzindo uma diminuição da oferta devido ao aumento dos custos.
Exemplo 3: qual o impacto do aumento do salário mínimo (ceteris paribus) sobre a curva da oferta de papel (aumento dos custos de produção)?
· A curva da oferta desloca-se para a esquerda – há menos oferta em consequência do aumento dos custos de produção do papel
Exemplo 4: qual o impacto do aumento do preço das máscaras (ceteris paribus) sobre o mercado têxtil, considerando que são produtos substitutos?
· Temos assistido a um aumento da procura de máscaras, o que levou a um aumento do preço das mesmas. O impacto que isto teve nas empresas têxteis foi deixarem de produzir outros bens para produzir máscaras (deste ponto de vista máscaras e vestuário são bens substitutos)
· Deste modo, a oferta deste tipo de bens diminui e a curva da oferta desloca-se para a esquerda
Exemplo 5: imagine que se espera que a EU introduza um novo subsídio sobre os veículos híbridos. Qual o efeito (ceteris paribus) sobre a curva da oferta destes automóveis?
· Se se espera um novo subsídio sobre estes veículos, espera-se também que aumente a produção dos mesmos, o que se traduz num aumento da oferta e, consequentemente, na deslocação da curva da oferta para a direita.O excedente do produtor
Assim como se sucede cm os consumidores, também há produtores que estão dispostos a vender um bem mais barato do que outros.
Note, como exemplo, que 5 amigos estão dispostos a vender um livro:
Se o livro for vendido por 30€, os excedentes do consumidor são:
· Andrew 
· 30€-5€=25€
· Betty
· 30€-15€=15€
· Carlos
· 30€-25€=5€
· Por 30€, a Donna e o Englebert não vendem o livro.
Desta forma, o total do excedente do produtor é 45€ (25€+15€+5€).
Quando temos vários produtores no mercado, o excedente do produtor é toda a área compreendida abaixo da linha de preço e da curva da oferta.
Qual o efeito de um aumento do preço (ceteris paribus) sobre o excedente do produtor?
Um aumento no preço de um bem homogéneo leva ao aumento do excedente do produtor (aqueles que já vendiam o bem aumentam o seu excedente e há entrada de novos vendedores no mercado).
O excedente do produtor é, à semelhança do excedente do consumidor, uma medida de bem-estar, utilizado para avaliar o impacto de diferentes políticas sobre o bem-estar da população.
O equilíbrio no mercado
De forma geral, o equilíbrio no mercado é dado, graficamente, pelo ponto onde a quantidade procurada e a quantidade oferecida são iguais (ponto de interceção entre as curvas da oferta e da procura – preço e quantidade de equilíbrio)
O mercado converge forçosamente para este equilíbrio (QP=QO)
Ceteris paribus, se estivermos numa situação de excesso de oferta:
Quando o preço é de 3.5€ (acima do preço de equilíbrio) a quantidade oferecida (11.2) é superior à quantidade procurada (8.1)
Nesta situação, há empresas que não vão vender a sua produção e algumas podem, eventualmente, fechar as portas ou baixar os seus preços. A redução do preço coincide, naturalmente, com uma redução da quantidade oferecida e convergência do mercado para o ponto de equilíbrio.
Ceteris paribus, se estivermos numa situação de excesso de procura/escassez:
Quando o preço é 2.75€ (abaixo do preço de equilíbrio) a quantidade oferecida (9.1) é inferior à quantidade procurada (11.5)
Nesta situação em que o preço é inferior ao preço do mercado de equilíbrio, há muta gente a querer comprar o bem, mas há poucas empresas interessas em produzi-lo.
Perante a escassez, haverá consumidores dispostos a adquirir o bem a um preço mais elevado. Logo, o preço do produto irá aumentar até atingir a situação de equilíbrio em que a quantidade procurada é igual à quantidade oferecida (3€)
Alterações no equilíbrio
Efeito de deslocações da curva da oferta (exemplo 1) ou da curva da procura (exemplos 2 e 3).
Exemplo 1: preços do petróleo disparam após ataques com drones a refinaria saudita. Qual o efeito do sucedido no mercado?
Os ataques reduziram a capacidade de produção da refinaria, levando a uma deslocação da curva da oferta para a esquerda (de S para S’)
Da deslocação da curva resulta o aumento do preço e a diminuição da quantidade oferecida. Isto deve-se a duas razões:
· Porque diminuíram as capacidades de produção
· Porque a um preço mais elevado há menos consumidores dispostos a adquirir o bem
Apesar de a curva da procura não se ter deslocado, a deslocação da curva da oferta fez diminuir a quantidade procurada. O mercado convergiu, assim, para um novo ponto de equilíbrio (de Q0;P0 para Q1;P1)
Exemplo 2: ceteris paribus, qual o efeito de um acréscimo do rendimento sobre o mercado de um bem normal?
O aumento do rendimento das famílias terá como consequência, assumindo o mercado de um bem normal (como um computador), um aumento da procura e consequente deslocação da curva para a direita.
Apesar de a curva da oferta não se deslocar, deslocamo-nos ao longo dela para um novo ponto de equilíbrio: o preço e quantidade oferecida aumentam de valor.
Exemplo 3: qual o efeito de uma melhoria tecnológica no equilíbrio do mercado?
Em consequência da melhoria tecnológica, os custos de produção vão diminuir. Desta forma, as empresas produzem bens mais baratos, o que aumenta a oferta (mais empresas estão dispostas a produzir o bem). O preço diminui devido à maior concorrência e mais consumidores podem adquirir este bem.
A curva da oferta desloca-se para a direita e podemos deslocar-nos ao longo da curva da procura para um novo ponto de equilíbrio.
Impacto de alterações ao equilíbrio sobre o bem-estar dos produtores e dos consumidores (ou seja, sobre os respetivos excedentes)
De uma forma geral, os excedentes do consumidor e do produtor traduzem um ganho monetário que qualquer um deles obtém por estar disposto a comprar ou a vender, respetivamente, a um preço diferente do preço de mercado.
Se o preço de mercado se altera, isso terá consequências sobre os excedentes do consumidor e do produtor.
Para avaliar este efeito sobre os excedentes, é sempre necessário analisar a situação inicial dos produtores e dos consumidores.
Exemplo 1: qual o efeito de uma melhoria tecnológica nos excedentes do consumidor e do produtor?
Em consequência da melhoria tecnológica, os produtores vêm os seus custos de produção reduzidos, o que move a curva da oferta para a direita. Contudo, o excedente pouco altera. Desta forma, os produtores pouco beneficiam com a melhoria tecnológica.
Em consequência da melhoria tecnológica, os consumidores beneficiam de uma diminuição do preço do bem e de um aumento do seu excedente, o que permite:
· Que aqueles que já compravam o bem o possam comprar por um preço mais baix
· Que outros consumidores, qua anteriormente não podiam adquirir o bem, já o possam fazer e, ainda, obter excedente.
Exemplo 2: qual o efeito da cobrança de um imposto indireto (cobrado pelo vendedor, que o entrega posteriormente ao Estado) nos excedentes do consumidor e do produtor?
Sendo P o preço inicial do bem e t o imposto que passou a ser cobrado sobre um bem
· Os consumidores passam a pagar um novo preço (P’), no qual 
· Os produtores passam a receber P’, contudo ficam apenas com P e entregam t ao Estado.
O preço do bem aumenta uma vez que, tendo de entregar um imposto ao Estado, os produtores cobram mais.
O aumento do preço faz diminuir a quantidade procurada porque os consumidores não estão dispostos a adquirir a mesma quantidade do bem devido ao aumento do preço.
A curva da oferta desloca-se para a esquersa e deslocamo-nos ao longo da curva da procura até encontrarmos uma nova situação de equilíbrio, em que a quantidade oferecida à igual à quantidade procurada. A situação anterior deixa de ser uma situação de equilíbrio porque a esse preço os produtores não conseguem pagar o imposto.
Quanto à variação no bem-estar/excedentes do consumidor e produtor
O excedente do produtor diminui em resultado da redução da quantidade vendida – estão a vender mais caro (apesar de obterem o mesmo valor final) e em quantidades menores.
O excedente do consumidor diminui também dado que uma parte dos consumidores deixa de poder adquirir o bem e os que continuam a adquirir fazem-no a um preço mais elevado.
Parece, então, que todos perdem com o imposto, mas há um agente económcio que ainda não entrou em análise: o Estado.
O Estado arrecada uma receita porque cobra um imposto sobre cada unidade vendida: a diferença entre o que o consumidor paga e o que o produtor recebe.
A receita do Estado corresponde à parte do excedente que os consumidores que continuam a poder comprar o bem perderam. Ou seja, para aqueles que continuam a adquirir o bem, o Estado vai apropriar-se de uma parte do seu excedente anterior e aqueles que deixam de poder adquirir o bem devido à subida de preço perdem em termos de excedente e não há qualquer agente económico que o recupere.
Os fisiocratas e o Laissez faire
· Foi a primeira escola do pensamento económico coerente
· Procuram as leis da natureza que regulam a economia
· Oposição ao absolutismo e ao colbertismo
François Quesnay – se deixarmos funcionar, teremos bons resultados
Adam Smith
· Liberalismo político e económico
· Como é que, deixando o mercado funcionar, as necessidades são satisfeitas?
Não é só da boa vontade do talheiro ou do padeiro que eudevo o meu jantar; é porque eles estão a pensar no seu próprio interesse.
São conduzidos por uma mão invisível que os leva a promover o bem-estar geral, apesar de não ser essa a intenção inicial
O teorema da mão invisível
Este teorema é a demonstração da existência e convergência para um equilíbrio em concorrência pura e perfeita.
A mão invisível refere-se ao caminho em que a procura individual do interesse próprio pode levar a bons resultados para a sociedade como um todo.
Thomas Hobbes – segundo este autor precisamos de um Estado para nos proteger da guerra de todos contra todos para garantir as nossas necessidades e os nossos direitos.
Falhas de Mercado
· Concorrência imperfeita
· Monopólio
· Concorrência monopolística
· Oligopólio
· Externalidades
· Bens públicos
· Informação imperfeita
· Comportamento não racional
De forma a desenvolver princípios e fazer previsões sobre os mercados e sobre como os produtores têm um comportamento sobre eles, os economistas desenvolveram quatro modelos principais de estrutura de mercado:
· Competição pura e perfeita
· Monopólio
· Oligopólio
· Concorrência monopolística
Este sistema é baseado em duas dimensões:
· O numero de produtores do mercado
· Se os bens oferecidos são similares ou diferenciados
Em monopólio, um único produtor vende um único e indiferenciado produto. 
Em oligopólio, alguns produtores (mais do que um, mas não uma grande quantidade) vende produtos que podem ser idênticos ou diferentes entre si. 
Em concorrência monopolística, vários produtores vendem produtos diferenciados (exemplo: livros de economia). 
Por fim, em concorrência pura e perfeita, vários produtores vendem produtos idênticos.
Monopólio
Uma empresa monopolista pode controlar os preços e as quantidades vendidas.
A empresa analisa a sua curva da procura, pois os preços e as quantidades variam inversamente.
	Preço
	Quan.
	Custo unitário
	Receitas
	Custo total
	Lucro
	100
	1 300
	60
	130 000
	78 000
	52 000
	250
	1 200
	70
	300 000
	84 000
	216 000
	350
	1 000
	80
	350 000
	80 000
	270 000
	400
	700
	90
	280 000
	63 000
	217 000
Ao contrário da empresa em concorrência pura e perfeita (que produz com rendimentos constantes à escala), a empresa monopolista produz com economia de escala.
Assim, a empresa monopolista visa a maximização dos seus lucros.
O monopólio é a estrutura de mercado que mais se afasta da concorrência pura e perfeita.
Apesar de fixarem os preços e maximizarem os seus lucros, as empresas monopolistas têm importantes papéis em alguns setores, como o farmacêutico.
Exemplo: a companhia de água do nosso local de residência tem poder de mercado: eles podem aumentar os preços e, mesmo assim, irão continuar a ter praticamente o mesmo número de consumidores, uma vez que estes não têm nenhuma outra empresa de fornecimento de água.
O equilíbrio em concorrência pura e perfeita seria .
A empresa monopolista reduz a quantidade fornecida para por forma a deslocar-se na curva da procura de C para M, fazendo aumentar o preço para .
Desta forma, aumentará a sua receita (P×Q) e o seu lucro.
O excedente do consumidor perde a área . 
A parte correspondente a é apropriada pelo produtor monopolista (excedente do consumidor) e é maior do que o total dos produtores em mercado de concorrência pura e perfeita.
No entanto, há uma perda líquida de bem-estar .
Porque é que existem monopólios?
Para obterem lucros económicos, um monopólio está protegido com as barreiras à entrada. Estas barreiras são instrumentos de prevenção para que outras empresas não entrem no mercado
· Controlo de uma matéria-prima ou recurso natural escasso;
· Rendimentos crescentes à escala
· Superioridade tecnológica
· Externalidade de redes
· Patentes e direitos de autor criados pelo Governo
Controlo de matérias primas ou recursos naturais escassos
Uma empresa monopolista que controla os seus recursos previne, assim, outras firmas de entrarem no mercado.
Rendimentos crescentes à escala
Com economias de escala, os custos médios diminuem com a quantidade produzida. Assim, dada a estrutura de custos, há lugar para um único produtor. 
Um monopólio criado e sustentado por rendimentos crescentes à escala é denominado por monopólio natural. Face tal monopólio, há algumas soluções que passam pela nacionalização das empresas (serviços públicos) ou a regulação dos preços (privatização das empresas)Monopólio natural
O monopólio natural é uma forma de organização do mercado na qual os custos fixos são bastante elevados e os custos variáveis são muito reduzidos. Sendo assim, uma forma de garantir que este serviço seja provido é através do controle do Estado ou que os serviços sejam providos por companhias privadas com alta regulação por parte do Governo. Alguns exemplos deste tipo de monopólio são os transportes públicos, o saneamento básico e a distribuição de energia elétrica.
A base da existência deste tipo de monopólio são os custos fixos extremamente elevados (custos que são independentes das quantidades vendidas). Por exemplo, independentemente se 10.000 ou 100.000 pessoas utilizam os comboios, é necessário o mesmo sistema de ferrovias.
Em suma, um serviço de um monopólio natural possui uma economia de escala muito grande, sendo necessário atender a um grande número de pessoas para que seja economicamente viável. Se várias empresas competissem por este serviço, como ocorre na maior parte dos setores, os economistas afirmam que todas as empresas teriam prejuízo, já que nenhuma delas atingiria a escala mínima necessária, já que estariam a tirar consumidores umas das outras.
Superioridade tecnológica
Uma empresa que mantenha uma vantagem tecnológica consistente sobre outros potenciais competidores consegue estabelecer um monopólio.
Externalidade de redes
Isto existe quando o valore de um bem ou serviço para uma pessoa individual é melhor quando outras pessoas usam o mesmo bem e serviço.
Patentes e direitos de autor criados pelo Governo
Dando Propecia (medicamento para a calvície) como exemplo. Apesar de ser muito rentável e outras empresas saberem como produzir, nenhuma delas confrontou o monopólio desta. Isto aconteceu porque o governo dos E.U.A. deu à empresa responsável pela criação de Propecia totais direitos sobre a produção do medicamento.
As patentes dão ao inventor o direito exclusivo para fazer, usar ou vender a sua invenção por um determinado período, normalmente entre 16 a 20 anos.
Os direitos de autor dão ao criador de literatura ou a um artista o direito exclusivo de lucrar com esse trabalho.Sintetizando:
Em monopólio, uma única empresa usa o seu poder de marcado para impor preços mais altos e produzir menos do que a industria competitiva, gerando lucros a curto e longo prazo.
Os lucros não persistem a longo prazo sem as barreias à entrada como o controlo dos recursos, os rendimentos constantes à escala ou as restrições legais impostas pelo Governo.
Em certas tecnologias e setores de comunicação da economia, as externalidades de rede fazem com que a empresa com maior número de consumidores se torne monopolista.
Patentes e direitos de autor, barreiras criadas pelo Governo, são uma fonte de monopólio temporário que tenta equilibrar a necessidade de preços mais altos como compensação para o inventor pelo custo de invenção.
Assim, comparativamente com o mercado de concorrência pura e perfeita, uma empresa monopolista:
· Produz uma menor quantidade 
· Impõe um maior preço 
· Obtém lucro
Concorrência monopolista
· Muitos concorrentes
· Produtos semelhantes, mas não idênticos (diferenciação do produto)
· Sem barreiras à entrada e saída do mercado
Numa indústria em concorrência monopolista, cada produtor tem alguma capacidade de definir o preço do seu produto diferenciado. No entanto, o quão alto pode ir o valor depende da concorrência com outras empresas que produzem praticamente, mas não exatamente, o mesmo produto.
Diferenciação do produto
· Por estilo ou tipo
· Pela localização
· Pela qualidade
Vantagens para os consumidores
· Concorrência (preços mais competitivos)
· Variedadede produtos
· Inovação
Papel do Estado
· Garantia de qualidade
· Marketing
· Verificar e garantir que as empresas não vendem produtos com falsa propaganda (exemplo: RedBull dá-te asas)
Oligopólio
· Bem homogéneo ou não
· Poucos produtores
Tendência para que coordenem entre si os preços, que podem mesmo prejudicar os consumidores (têm poder de mercado)
Os acordos entre as empresas são lucrativos, mas são ilegais (segundo o disposto no nº1 do artigo 9º da lei nº19/2020)
Nos EUA, o Sherman Act de 1890 é a base da lei anti-trust
Assim, um oligopólio é uma indústria com um pequeno número de produtores. Um produtor presente em tal indústria é designado por oligopolista.
Quando duas empresas competem entre si, mas têm poder de mercado designa-se tal situação por competição imperfeita.
Por exemplo, o mercado aéreo é fornecido por 2 companhias, assim como a venda de cola (Coca-Cola e Pepsi).
É relevante, também, que o oligopólio não se mede pelo tamanho das empresas ou das suas vendas, mas pela quantidade de produtores que há.
A medida da concentração do mercado
· Herfindahl-Hirschman Index (HHI)
· O HHI é obtido adicionando a soma dos quadrados das partes de Mercado das Empresas
Exemplo: as partes de mercado de 3 empresas principais são, respetivamente, 60%, 25% e 15%.US Justice Department Guidelines assume que um HHI ˃ 1800 indica a presença de um oligopólio
Razões para a emergência de oligopólio
· Elevados investimentos
· O nível elevado de investimento é inerente à tipologia de negócio, bem como ao facto de operarem num mercado regulado, com limitações a nível de economia e escala (ex: telecomunicações)
Papel do Estado
· Investigação de potenciais acordos de preços
· Intervenção ao nível dos preços (exemplo: proibição da cobrança roaming)
Síntese
Mercado de concorrência pura e perfeita
· Concorrência perfeita (inúmeros e pequenos compradores e vendedores)
· Informação perfeita (transparência)
· Rendimentos constantes à escala (custos unitários constantes)
· Comportamento racional
· Impostos não alteram a distribuição do rendimento
Com economias de escala, o número de empresas é menor, o que limita a concorrência, resultando em preços mais elevados. Tal situação reduz o excedente do consumidor por duas razões:
· Os que adquirem o bem compram-no mais caro
· O número de consumidores que adquirem o bem é menor do que na situação de concorrência pura e perfeita
Perante uma falha de mercado, o Estado é obrigado a intervir.
Monopólio
· Regulação dos preços e quantidade
· Separação da gestão da rede e da prestação de serviços permitiu aumentar a concorrência nos serviços (gás, eletricidade, etc.)
Oligopólio
· Elevada propensão para os acordos de preços
· Vigilância e investigação de denúncias
Externalidades
Um custo externo é um custo não compensado que um indivíduo ou empresa impõe nos outros indivíduos.
A poluição leva a um custo externo porque, na ausência da intervenção do Governo, aqueles que decidem a quantidade de poluição a criar não têm qualquer incentivo para ter em conta os custos que a poluição acarreta nas outras pessoas.
Um benefício externo é um benefício que um indivíduo ou uma empresa dá a outros sem receber compensação alguma.
Empresas que desenvolvem novas tecnologias também geram benefícios externos, porque as suas ideias normalmente contribuem também para a inovação de outras empresas.
Os custos externos e os benefícios externos são, comumente, designados por externalidades. Os custos externos são as externalidades negativas enquanto que os benefícios externos são designados por externalidades positivas.
Externalidades negativas
Designam uma situação em que o custo individual está abaixo do custo social (exemplo: poluição)
Neste caso, há uma intervenção do Estado. Pigou criou o princípio do poluidor-pagador. Este princípio faz aumentar o custo individual, por forma a aproximá-lo do custo social. Assim, tendo as empresas ou os indivíduos de pagar taxas consoante o nível de poluição, por exemplo, que produzem, diminui o incentivo a tal situação.
Sintetizando:
O governo limita a poluição com padrões ambientais. Geralmente, estes padrões são um meio ineficiente para reduzir a poluição uma vez que são inflexíveis.
Os objetivos ambientais podem ser alcançados eficazmente de duas formas:
· Taxas de emissão
· Negociação de licenças de emissão
Estes métodos são eficientes porque são flexíveis. Além disso, motivam as empresas poluentes a adotarem novas tecnologias/medidas de redução da poluição.
As taxas de emissão são conhecidas por Pigouvian tax. Este imposto é igual ao custo social causado pela poluição
Externalidades positivas
Os habitantes de New Jersey votaram em medidas que fizessem os agricultores manter as suas terras, oferecendo, por exemplo, subsídios. A questão que se coloca aqui é o porquê de tal situação. Os habitantes desde Estado acreditam que preservar a agricultura e os campos de cultivo, além de desenvolver o Estado, oferece benefícios externos como a beleza natural, o acesso a comida fresca e a conservação de pássaros. Para além disso, preserva a cidade de custos externos que advêm do desenvolvimento, como as estradas, o fornecimento de água, a poluição.
O benefício individual é inferior aos benefícios sociais. 
Exemplo: a apicultura tem um impacto externo ao criador. O apicultor produz mel e terá o seu benefício com a venda do mel, mas as abelhas, para além de produzirem mel, têm um papel importante na polinização e desenvolvimento das atividades agrícolas. Desta forma, há um benefício social bem mais elevado do que aquele que o apicultor terá com a venda do mel.
Também nas externalidades positivas o Estado tem uma forte intervenção (exemplo):
· Investimento na educação visa diminuir os custos individuais por forma a facilitar o investimento individual em educação. Em Portugal:
· Ensino básico e secundário são gratuitos e há o programa de manuais escolares também gratuitos
· Ensino superior público é pago, mas recebe apoios do Estado (bolsas e subsídios)
· Pode envolver a provisão pública (de serviços públicos) ou não.Sintetizando:
As externalidades designam situações em que os custos individuais e os custos sociais são diferentes.
A intervenção do Estado visa influenciar os custos individuais por forma a que estes coincidam com os custos sociais:
· Penalizando os comportamentos que geram externalidades negativas (multas e coimas)
· Incentivando os comportamentos que criam externalidades positivas (financiando uma parte dos custos por forma a diminuir o custo individual)
Características dos bens
· São excludíveis: os fornecedores do bem podem prevenir pessoas que não compram de consumir o produto
· São rivais no consumo: a mesma quantidade de bem não pode ser consumida por mais do que uma pessoa ao mesmo tempo
Quando um bem é excludível e rival no consumo, é chamado de bem privado. Mas nem todos os bens têm estas duas características.
Alguns bens são não excludíveis – o fornecedor não pode prevenir o consumo do bem a pessoas que não paguem por ele.
Nem todos são, também, rivais no consumo. Os bens são não rivais no consumo se mais do que uma pessoa pode consumir a mesma unidade do bem ao mesmo tempo
Exemplo: TV shows são bens não rivais no consumo uma vez que a nossa decisão individual de qual programa ver não proíbe outras pessoas de verem o mesmo programa
Assim, os bens podem ser de quatro tipos:
· Bens privados
· São excludíveis e rivais no consumo (como o milho)
· Bens públicos
· Não são excludíveis nem rivais no consumo (como o sistema de esgotos)
· Recursos comuns
· Não são excludíveis, mas são rivais no consumo (como a água limpa no rio)
· Recursos escassos artificiais
· São excludíveis e não rivais no consumo (como os filmes da Netflix)
Bens públicos
Um bem público é exatamente o oposto a um bem privado: é um bem que é simultaneamente não excludível e não rival no consumo como, por exemplo, a prevenção de doenças, a defesa nacional e as pesquisas científicas.
Fornecimento de bens públicos
Alguns bens públicos são fornecidospor contribuições voluntárias. Por exemplo, doações privadas dão suporte a imensas pesquisas científicas; no entanto, estas doações são insuficientes para financiar grandes e socialmente importantes projetos, como a pesquisa medicinal básica.
Alguns destes bens são fornecidos por indivíduos ou empresas que visam o seu próprio interesse, pois terão forma de fazer dinheiro de forma indireta.
Quando estas doações anónimas não são suficientes, o Governo tem de assegurar o fornecimento destes bens. Assim, os bens públicos mais importantes (defesa nacional, controlo de doenças e serviço de bombeiros) são fornecidos pelo Governo e são pagos através de taxas impostas à população.
Os bens públicos são aqueles que, sendo não rivais e não sendo possível excluir aqueles indivíduos que não pagam, não podem ser assegurados por empresas privadas.
Informação imperfeita
Informação assimétrica sobre a qualidade
· O vendedor dispõe de muita informação sobre o produto
· O comprador dispõe de pouca informação sobre o produto.
As situações de informação imperfeita (assimétrica) levam a problemas designados por seleção adversa e risco moral e como é que é necessário uma intervenção de fora do mercado para corrigir estes mesmos problemas
Seleção adversa
Exemplo: vamos imaginar que deseja adquirir um carro usado a um particular, mas como não têm grande conhecimentos sobre carros, vão assumir que eles têm todos uma qualidade semelhante. Também não quer pagar muito caro, pois não tem a certeza da qualidade do veículo. Vejamos agora o lado dos vendedores: os vendedores dos carros em mau estado vendem barato, mas os carros topo de gama só são vendidos por preços elevados.Sintetizando:
As garantias, as franquias e a peritagem são elementos externos ao mercado e mostram que na realidade os mercados por si só não resolvem o problema da assimetria de informação.
Nesta situação, são utilizados instrumentos externos ao mercado, que devem ser assegurados pelo Estado.
Assim, com informação assimétrica, o comprador vai escolher os maus carros, daí que se refira que há uma seleção adversa, ou seja, se optarmos por comprar um carro barato só iremos atrair os vendedores de maus carros – seleção adversa por selecionarmos os maus modelos.
Seleção adversa – soluções
· Na verdade, a maioria dos compradores compra carros a vendedores profissionais (stands) que oferecem uma garantia
· A garantia é um instrumento externo ao mercado; não é assegurada por ele mas pelo sistema judicial
· A garantia do stand só pode proteger o comprador se o enquadramento legal do país assegurar que em caso de problema, o comprador terá um recurso legal
· Assim, a solução adversa passa pela atuação do Estado, nomeadamente pela via judicial e pela utilização de contratos específicos (garantia) – estamos claramente fora da situação de concorrência pura e perfeita
Risco moral
Nesta situação, estamos a falar do que acontece depois do contrato.
Em situação de informação assimétrica, é igualmente possível que os indivíduos alterem os seus comportamentos e assumam comportamentos de risco (risco moral)
Risco moral – soluções
· Um seguro integra sempre uma franquia, esta é a parte que deve ser paga pelo tomador do seguro em caso de sinistro
· Esta reduz a probabilidade de risco moral 
Importante de notar que nem todos os seguros cobrem as perdas em caso de comportamento de risco (importância da peritagem do seguro)
Comportamento não racional
· Racionalidade limitada
· Decisões de consumi
· Força de vontade limitada
· Escolha de um estilo de vida saudável
· Decisões de poupança
Em síntese
Tipos de intervenção pública
· Regulação da concorrência
· Provisão pública
· Transferências para as famílias
Falhas no Estado
· Pressão eleitoral
· Teorema do eleitor mediano
· Controlo da burocracia
· Corrupção
· Incapacidade
· Informação imperfeita
· Dificuldades na aplicação
Fronteira de Possibilidades de Produção
FPP	0	125	250	375	500	1000	750	500	250	0	Coluna1	0	125	250	375	500	Coluna2	0	125	250	375	500

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