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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD Avaliação Presencial (APx2) – 2020.2 PRAZO FINAL PARA POSTAGEM: 22/11, às 11h. Disciplina: Educação e Trabalho Coordenador: Prof. Dr. Carlos Soares Barbosa Aluno(a): Cristiane Maria Diniz Amorim da Silva Matr.: 18212080232 Polo: Angra dos Reis Questão 1: (2 pontos) No documentário “O Rio dos Trabalhadores”, produzido sob a coordenação da professora Maria Ciavatta, é possível observar as transformações ocorridas no espaço urbano do Rio de Janeiro e nas relações de trabalho no início do século XX com o recrudescimento do modo de produção capitalista. O documentário retrata que “o sucesso do progresso pela via da industrialização e o sucesso da produção exigiram uma rígida hierarquização do trabalho. Valoriza-se o trabalho, desvalorizando o trabalhador”. Com base nessas considerações, responda: a) Como ocorria essa valorização do trabalho e a desvalorização do trabalhador? Através das fotografias temos a noção do sofrimento da classe trabalhadora, sendo testemunha e símbolo das lutas diárias que ocorria. Trabalhos árduos, menosprezados pela elite, tendo como base de pensamentos que para valorizar o trabalho, era preciso desvalorizar o trabalhador. Entretanto os trabalhadores não paravam de lutar, sendo de forma isolada ou com um grupo de pessoas, várias ideias socialistas e comunistas circulavam entre eles. Dentre os tempos da escravidão para os retratados vemos como as formas de trabalho ainda continuam sendo absolutamente exploratórios, herdados de uma época que deveria ser esquecida, mulheres e crianças sendo utilizadas em fábricas ate sua exaustão, os homens, operários, eram feitos “capachos” dos membros da elite, que mesmo sendo ser humano como os seus funcionários, os tratavam de forma ludibriada, possuindo carga horária diária de até 14 horas, trabalhando de 07h às 21hrs, e mesmo assim, com seus salários, não conseguiam possuir uma vida digna para suas famílias, porém como ser contra o sistema capitalista e ao mesmo tempo depender dele para sobreviver? b) Quais estratégias utilizadas pelo trabalhador da época para reagir/resistir contra essa desvalorização? E o trabalhador da atualidade, que estratégias utiliza? Com o surgimento das indústrias e o começo deste Brasil capitalista, os trabalhadores começam a serem empregados, com o propósito de serem assalariados e poderem ter uma vida melhor do que antes e viam as indústrias como este novo caminho para suas vidas e de suas famílias, e mesmo com condições precárias, os trabalhadores mesmo que infelizes não tinham muito o que fazer, visto que o país estava sendo acometido pelo capitalismo e ao sair de uma indústria acabaria encontrando emprego em outra, então mesmo com o salário baixo e condições desumanas, continuavam com seus empregos, levando em consideração suas famílias, e isto de fato ainda ocorre com os dias de hoje, uma família que precisa sobreviver com salários mínimo, sendo acometidos pela desinformação que se desencadeia nas classes mais baixas, e o cenário que temos hoje também, mesmo que de forma infeliz é o trabalho infantil, pois muitas crianças entram na vida do trabalho cedo para poder ajudar suas famílias, há muita falta de informação, acolhimento e informações acerca de planejamento familiar que deveria ser plano do governo proporcionar isto a estas famílias, porem não foi uma realidade e continua não sendo, já que muitas pessoas ainda vivem a merce de fazendeiros no interior ou em indústrias clandestinas, trabalhando de forma precárias, mas é necessário para que sobrevivam, já que o governo não os apara, como foi, e como vem sendo nos dias atuais. Nos dias atuias as manifestações, greves e revindicações tem crescido, e conquistado os seus propósitos em muitas das vezes. Questão 2: (3 pontos) No texto de Barbosa (2017) se percebe a estreita vinculação entre educação e trabalho proposta na reforma da educação brasileira, ocorrida na segunda metade da década de 1990, sendo a educação um dos elementos importantes para a implantação do projeto societário neoliberal. a) Explique o papel atribuído à educação pelos neoliberais, que ressaltam a dimensão econômica em detrimento de outras dimensões da educação escolar. O principal deles seja o combate ao Estado de Bem-Estar Social, traduzido no embate entre, de um lado, as políticas voltadas para o crescimento, a universalidade de direitos e o pleno emprego, e, do outro, as políticas de equilíbrio macroeconômico, eficiência e competitividade (FIORI, 1997). Isto porque para os neoliberais o Estado de Bem-Estar Social era o principal responsável pela desaceleração econômica vivenciada nos países de capitalismo central na década de 1970, por ser muito recessivo,interventor, regulador e gastador. No caso das economias “em desenvolvimento”, como a do Brasil, argumentavam que elas precisavam de uma moeda estável para garantir condições de competição no mundo globalizado, devendo, para isso, promover o equilíbrio fiscal através da implementação do tripé reformista – desregulamentação, privatização e abertura econômica –, a fim de dar credibilidade ao capital (sobretudo, o financeiro). b) Qual a crítica feita pelos teóricos histórico-críticos à reforma da educação brasileira da década de 1990? As políticas passaram a exigir da educação o retorno dos investimentos aplicados que significava produtividade e eficiência – entendida pelos neoliberais como qualidade. Pensada por meio da relação “custo-benefício”, a educação básica ganhou centralidade no Brasil e no mundo, com foco no ensino fundamental, devido à necessidade de oferecer um mínimo de conteúdo à grande parte da população que se vê excluída do emprego formal e regulamentado, possibilitando às pessoas procurarem ocupações alternativas na esfera informal ou no trabalho autônomo. Concebida pelo viés operacional, a educação básica foi deixando de ser pensada como condição para a cidadania participativa e passando a ser valorizada como meio de os indivíduos garantirem a existência material imediata. A prioridade dada ao ensino fundamental e a focalização dos gastos públicos nesta etapa da escolaridade se efetivaram com a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), criado em setembro de 1996, por meio da Emenda Constitucional n.º 14. A focalização dos gastos públicos, portanto, não foi capaz de garantir o direito à educação de qualidade às crianças/adolescentes de nosso país, como preceituava a retórica neoliberal. Cabe-nos analisar os efeitos da contrarreforma educacional na EJA e na Educação Profissional.A Educação Profissional também sofreu profundas mudanças com a adoção brasileira da agenda neoliberal; mudanças estas legitimadas pelo Decreto n.º 2.208/1997. Questão 3: (3 pontos) De acordo com Barbosa (s/d), o sistema educacional brasileiro, historicamente, é estruturado em um sistema dual de ensino. Para o autor, a atual reforma do Ensino Médio sancionada pela Lei 13.415/2017 tende a aprofundar esta dualidade na formação dos jovens trabalhadores. Que aspectos da matriz curricular do novo Ensino Médio o autor destaca para demonstrar o aprofundamento da dualidade? A nova reforma curricular para o Ensino Médio tem sido implementada, Inicialmente exarada pela Medida Provisória (MP) n.º 746, de setembro de 2016, e cinco meses depois transformada na Lei n.º 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, as mudanças propostas podem ser agrupadas em dois eixos: carga horária e flexibilização curricular. Além da Base Nacional Comum Curricular (BCNN), em quesomente Língua Portuguesa e Matemática são disciplinas obrigatórias ao longo de três anos, 40% da carga horária do novo currículo é destinada aos conteúdos optativos, chamados de itinerários formativos, a saber: linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciência da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas; formação técnica e profissional. As escolas não são obrigadas a oferecer todas as cinco áreas, mas ao menos uma. Ao permitir a escolha de apenas um dos itinerários formativos, a nova organização curricular reduz a formação integral ao pragmatismo utilitarista, orientando-se, desta forma, na contramão das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), de 2012, que têm como proposição principal a integração curricular em torno do eixo ciência, cultura, trabalho e tecnologia e apresentam como fundamento o princípio educativo do trabalho. Alvo de inúmeras críticas, tanto pela forma autoritária que orientou o processo de sua implementação, quanto pelo seu conteúdo, redução da formação comum e hierarquização das disciplinas, entre outras, a Lei n.º 12.415/2017 reforça o caráter minimalista da educação, reduzindo os conhecimentos escolares às necessidades imediatas da sociedade capitalista contemporânea, com o objetivo de dar prosseguimento à formação de trabalhadores flexíveis, polivalentes e facilmente adaptáveis às flutuações do mercado. As novas diretrizes curriculares para o Ensino Médio integram a pedagogia da acumulação flexível, baseada na metodologia da aprendizagem flexível – mediada na tecnologia e nas mídias interativas, difundidas na Educação a Distância (EaD) –, com a finalidade de formar trabalhadores com subjetividades flexíveis: pragmatistas, presentistas e fragmentadas. Questão 4: (2 pontos) A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) vivenciada neste ano de 2020 tem provocado uma série de mudanças econômicas e políticas, assim como nos levado a aprofundar a reflexão sobre o processo “civilizatório” dos últimos 40 anos, ancorado em uma atitude predatória extrema do capital sobre a natureza, cujo resultado, entre outros, é o agravamento da desigualdade social – o enriquecimento expressivo de uma minoria, de um lado, e uma grande massa de pessoas vivendo em condições de extrema pobreza, do outro. Em relação ao Brasil, dados da Revista Forbes mostram o aumento do número de bilionários neste último ano – de 42 bilionários em 2018 para 58 pessoas com mais de 1 bilhão de dólares no bolso. Harvey (2020), ao analisar os efeitos da Covid-19 na economia mundial destaca que “o impacto econômico e demográfico da disseminação do vírus depende de fissuras e vulnerabilidades preexistentes no modelo econômico hegemônico... Quarenta anos de neoliberalismo na América do Norte e do Sul e na Europa tinham deixado o público totalmente exposto e mal preparado para enfrentar uma crise de saúde pública deste tipo”. Pelo exposto e considerando que “os vírus mudam o tempo todo, mas as circunstâncias nas quais uma mutação se torna uma ameaça à vida dependem das ações humanas”, explique, com base no autor, como o atual sistema de produção e consumo contribui para os trágicos efeitos da pandemia do Covid-19 e quais os grupos mais vulneráveis da população. Diante da pandemia Covid-19 que atingiu a população mundialmente presenciamos com uma larga escala a desigualdade na sociedade. Tal fato que a população menos favorecida ficou totalmente desolada, entre as condições na qual já enfrentava, como a pobreza e com as condições atuais depois da onda de enchurrada de mortes e desempregos. A população está completamente sem direção ou mesmo ajuda, pois com a pandemia muitas pequenas empresas fecharam, acarretando o desemprego de muitos chefes de família. Sem emprego, sem saúde e sem escola, o que podemos observar que os menos favorecidos tem ficado à deriva pelos nossos governantes. Enquanto a classe que se denomina à elite tem crescido consideravelmente, mesmo diante de tanto desemprego, os da classe alta atingiu um patamar de grande escala levando ao mais alto padrão de vida, consideravelmente milionários. O que muitos tem de pouco, passou pra menos ainda, o que levou muitas famílias a perderem suas casas, tornando-se moradores de rua. Embora se fale que vivemos em uma sociedade justa e igualitária, isso se mostra muito, mais muito improvável. A desigualdade sempre foi um marco para a população carente e pelo que temos acompanhado nos dias atuais não mudou em nada, pelo contrário continuou sendo o mesmo que nossos antepassados passarem na época da colonização. Muitos de nossos governantes falam isso, falam aquilo, porém, na prática nada tem feito, ou mesmo se importam em fazer pela classe dos trabalhadores, dos desempregados, dos menos favorecidos. O que importa é o seu custo de vida e manter ele no alto padrão de uma sociedade insusta, que atualmente tem crescido diante do desespero e desolação da população carente. Referências Bibliográficas: Caderno didático CECIERJ / CEDERJ – Educação e Trabalho Aulas: 7 Barbosa, Carlos Soares. Educação e Trabalho: A reforma da educação brasileira no Governo Fernando Herique Cardoso. Educação em Debate, Fortaleza, ano 39, n°74 – jul/dez. 2017. Questão 1: (2 pontos) Questão 3: (3 pontos) Questão 4: (2 pontos)
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