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Assédio Moral e Violência Psicológica

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COOPERATIVA DE ATENDIMENTO PEDAGOGICO DA BAHIA
MARINALVA SILVA DOS SANTOS
FILOSOFIA
COMPORTAMENTO HUMANO NA TERCEIRA IDADE
SALVADOR
 2018
COOPERATIVA DE ATENDIMENTO PEDAGOGICO DA BAHIA
MARINALVA SILVA DOS SANTOS
REDAÇÃO
Trabalho interdisciplinar apresentado como pré-requisito parcial para aprovação na disciplina de Sociologia, do curso Psicanalise Clinica na Consulcoop, sob a orientação do Orientador Manuel Chagas, turma 01.
SALVADOR
 2018
As agressões reanimam um processo inconsciente de destruição psicológica constituído de procedimentos hostis, evidentes ou escondidos, de um ou vários indivíduos sobre o outro, na forma de palavras insignificantes, alusões, sugestões e não ditos, que efetivamente podem desestabilizar alguém ou mesmo destruí-lo, sem que os que o cercam intervenham. 
Alguns indivíduos não podem existir senão pelo rebaixamento de outros. A perversidade não provém de um problema psiquiátrico, mas de uma racionalidade fria combinada a uma incapacidade de considerar os outros como seres humanos. Geralmente, o assédio moral começa pelo abuso de um poder, segue por um abuso narcísico no qual o outro perde a autoestima e pode chegar, às vezes, ao abuso sexual. O que pode começar como uma leve mentira, uma atitude de falta de respeito, torna-se uma fria manipulação por parte do indivíduo perverso, que tende a reproduzir o seu comportamento destruidor em todas as circunstâncias de sua vida. 
A violência perversa exercida contra o cônjuge é, frequentemente, negada ou banalizada, reduzida a uma simples relação de dominação. Às vezes, os próprios filhos não são poupados e tornam-se também vítimas de maus tratos psicológicos, que podem assumir vários aspectos: violência verbal, comportamento sádico e desqualificativo, rejeição afetiva, exigências excessivas e desproporcionais em relação à idade, ordens e cobranças educativas contraditórias ou impossíveis. Palavrões e insultos costumam ser usados. 
Ao lado da violência perversa que consiste em destruir a individualidade do outro, encontramos também famílias em cujo seio reina uma atmosfera doentia, feita de olhares equívocos, toques fortuitos, alusões sexuais. Não se trata de um incesto propriamente dito, mas de um clima incestuoso. É o que a autora chama de incesto soft, nada atacável do ponto de vista jurídico, mas a violência perversa está presente.
O assédio moral nas organizações se trata especificamente, de toda a conduta abusiva que se manifesta notadamente por comportamentos, palavras, atos, gestos, que podem causar danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, colocando em risco o emprego desta ou degradando o clima de trabalho.
O assédio moral nas organizações, geralmente, nasce de forma insignificante e propaga-se pelo fato de as vítimas não quererem formalizar a denúncia e encararem-na de maneira superficial, deixando passar, nisso os ataques multiplicam-se, e a vítima é regularmente acuada, colocada em estado de inferioridade, submetida a manobras hostis e degradantes por longo período. Essas agressões, não infligidas diretamente, provocam uma queda de autoestima, e, cada vez mais, a pessoa sente-se humilhada, usada, suja.
A repetição das situações que vexam o outro e das humilhações sem nenhuma nuance que constitui o fenômeno destruidor.
Em grande medida, os colegas que presenciam esse tipo de ocorrência tendem a fingir não ver, seja por covardia, egoísmo ou medo. A tendência de omissão dos colegas é ainda maior quando o ataque é entre pessoas do mesmo nível hierárquico ou entre pares. 
Em relação à vítima, em princípio, ela não traz nenhuma patologia ou fraqueza psíquica. Geralmente, é o assédio que desencadeia a reação, posto que a vítima reage ao autoritarismo. O assédio torna-se possível porque ele é precedido de uma desqualificação da vítima, que é aceita em silêncio ou endossada pelo grupo. Assim que o processo é detonado, a vítima passa a ser estigmatizada. Pressionada ao limite, não raro a vítima se torna aquilo que se diz dela e faz o que dela se espera. É evidente que uma pessoa assediada não pode produzir o seu melhor; ela é desatenta, ineficaz e sensível às críticas. No ambiente de trabalho, estamos sujeitos a encontrar situações em que:  um colega é agredido por outro colega: os grupos tendem a nivelar os indivíduos e a não suportar as diferenças. Em um grupo tradicionalmente reservado aos homens, não é fácil para uma mulher chegar e se fazer respeitar; ela está sujeita a piadas grosseiras, gestos obscenos, desdém a respeito do que diz e faz. Parece um deboche, todo mundo ri, inclusive as demais mulheres presentes. 
 Ações ou omissões como não entrega de correspondência, extravio de documentos e processos, não entrega de recados são peças rasteiras comuns nesses casos. 
Um subordinado é agredido por um superior: é o caso mais frequente. O abuso de poder, ou a necessidade de um superior esmagar os outros para sentir-se seguro são exemplos dessa modalidade.
 A própria vítima tem, às vezes, dúvidas sobre a sua percepção, fica a se perguntar se compreendeu bem, se está exagerando. Muitas vezes, a desqualificação vem na forma de não olhar o outro, não o cumprimentar, falar da pessoa como se referisse a um objeto, dizer para uma terceira pessoa na frente da vítima. As críticas são dissimuladas em brincadeiras, piadas, sarcasmos. 
Desacreditar: basta uma ligeira insinuação e construir um argumento falso, um amontoado de mal-entendidos. Existe ainda um esforço em ridicularizar o outro, em humilhar, cobri-lo de sarcasmo até fazê-lo perder a confiança em si. 
Isolar: quebrar todas as alianças possíveis. Quando se está só, é mais difícil de se rebelar, especialmente se alguém crê que o mundo está contra si. A vítima almoça sozinha, não é convidada para as reuniões informais, pode ser privada de informações e até de reuniões formais. Atualmente esse isolamento pode surgir em forma de retirada de acessos privilegiados no computador da empresa. 
 Vexar constranger: dar-lhe tarefas inúteis e degradantes, fixar objetivos inatingíveis, solicitar trabalho extra e depois jogá-lo no lixo. Empurrar o outro a cometer uma falta: é uma maneira hábil de desqualificar para em seguida criticar a vítima e justificar o seu rebaixamento, além de levá-la a ter uma má imagem de si mesma. É fácil, com uma atitude de desprezo e de provocação, levar o outro a um comportamento impulsivo ou colérico, agressivo e depois dizer vocês viram, esta pessoa é desequilibrada e perturba o trabalho. 
Assédio sexual não é novidade, devido a maior participação da mulher no mercado profissional e a maior liberalização dos costumes provocaram uma reviravolta nos domínios anteriormente masculinos. Há bem pouco tempo, a mulher que trabalhava fora do lar era considerada uma séria candidata a “vadia”, pois a moral da época interpretava que, para a mulher vencer uma seleção ou merecer uma promoção, era condição ter de se submeter ao famoso teste do sofá. 
A necessidade de complementação do orçamento doméstico presente na vida de boa parte dos casais e maior reivindicação de direitos iguais entre os gêneros conduziram à aceitação maior ou mesmo à naturalização da presença da mulher nos ambientes de trabalho, porém isso não significa, necessariamente, que essa presença seja confortável e que tudo se passe sem conflito e mal estar implícitos.
Algumas profissões eram particularmente consideradas de alto risco e muito sujeitas à vitimização potencial do imaginário coletivo, que gravara algumas relações como inevitáveis: o médico e a enfermeira, o professor e a aluna, o diretor e a atriz, o chefe e a secretária. Normalmente, essas relações acontecem entre um superior e um subordinado, sendo, quase sempre, o primeiro elemento do sexo masculino. 
Quando retrocedemos um pouco mais no passado, e especialmente no passado escravagista brasileiro, encontraremos o senhor, dono não apenas do trabalho mas também do corpo e alma de sua serva.
Assédio sexual não é cantada, é chantagem, o que está sendo sugeridonão é um prazer, nem uma relação gratificante, mas um preço que deve ser pago por B para que A não o prejudique, como em uma chantagem, só que nessa situação o preço é sexo. O que de fato é proposto no assédio é uma relação sexual para evitar inconvenientes na relação de trabalho.
Assédio sexual não é uma cantada, pois em uma cantada há cumplicidade e o assédio da ordem autoritária, perversa; a primeira promete um acréscimo, a vivência de uma experiência luminosa; o segundo promete um castigo se não for atendido em suas investidas. 
As pessoas dentro das organizações são ainda seres sexuais, com desejos e fantasias; é impossível dessexua lizar as pessoas. O que não pode acontecer é alguém usar as suas prerrogativas, a sua posição na organização e os instrumentos que domina para chantagear com fins pessoais. Nesse sentido, as organizações podem desenvolver políticas capazes de inibir esse tipo de prática, não apenas por uma questão de respeito humano, mas porque esse tipo de comportamento produz resultados nocivos palpáveis para si próprias. A questão do assédio sexual é, sem sombra de dúvida, um problema organizacional.
Assédio sexual não é sedução, nenhum assediador se dá ao trabalho de usar a linguagem sedutora como um instrumento para conseguir os seus intentos. O assediador sexual utiliza-se de peças rasteiras como revistas ou publicações pornográficas, gestos e palavras obscenas, insinuações de humor duvidoso e maldoso, propostas de erotismo sujo. 
Assédio sexual e cultura brasileira, nós brasileiros, somos mais do contorno que do confronto, somos mais das saídas silenciosas que da voz que alardeia o escândalo, o que, às vezes, significa “simplesmente abafar o causo”, “fingir que não viu”. Esses escapes, na verdade, mascaram a velha estratégia da omissão. 
Por outro lado, a nossa veia sensual aprecia uma piada e uma conversa com uma dose de malícia ou gosto picante; a nossa musicalidade verbal e corporal diverte-se com um gingado cheio de graça e sinuoso; as referências eróticas na nossa linguagem diária e a beleza sensual de nossas danças divertem-nos. Achamos que, em princípio, todo mundo pode cantar todo mundo, desde que receba a negativa, se ela vier, com esportividade, que a pessoa saiba perder e se retirar de campo sem ressentimentos. Enfim, podemos dizer que a sociedade brasileira, ainda que machista, não é puritana e temos até orgulho de acariciar uma pequena ousadia. 
Dificilmente, encontraremos uma organização onde não tenha ocorrido pelo menos um caso de assédio sexual. Infelizmente, também será difícil encontrarmos uma organização em que o tratamento utilizado não envolveu o desligamento da vítima, ainda que espontâneo. 
Na lei brasileira, não existe ainda a figura do assédio sexual. Existem várias propostas, inclusive de crime passível de multa ou prisão que varia de seis meses a dois anos; muitos advogam que a Justiça do Trabalho seria mais eficiente e adequada para tratar do assunto, visto que forçaria as empresas a encarar o problema. Como o assédio ainda não aparece na CLT nem no Código Penal, as raras ocorrências são registradas nas delegacias como perturbação da tranquilidade ou constrangimento ilegal. Independente dos desdobramentos jurídicos e legais que possam vir a ser consubstanciados na lei, acreditamos que as organizações tenham ou deveriam ter um grande interesse em controlar esse tipo de ocorrência no seu interior. Existem meios dentro das organizações para disseminar políticas contra esse tipo de prática, apenas é necessário que pessoas e organizações se conscientizem que o assédio sexual não é definitivamente uma brincadeira de mau gosto, nem uma birra pessoal, nem uma tara incontrolável, muito menos uma cantada infeliz.
As mulheres têm sido as vítimas preferenciais do assédio sexual, mas nada impede que um homem também possa vir a sê-lo. Não adianta desqualificarmos a questão, alegando que o homem poderia reagir com mais facilidade, também para ele será uma chantagem, uma maldição que poderia ter sido evitada. 
Apesar de todo o discurso de humanização e democratização do mundo do trabalho, de participação de todos os níveis no processo decisório, muitas empresas continuam a desenvolver práticas que favorecem a centralização de poder e o autoritarismo. 
Existem inúmeras táticas ou de técnicas que são usadas para forçar as pessoas consideradas indesejadas ou julgadas sem contribuição tão grande a dar, a fim de vencê-las pelo cansaço e levá-las a demitirem-se. É também muito comum usar-se a tática da quarentena, como a pessoa não ter mais uma mesa ou cadeira para sentar-se, reforçando a sua inutilidade para desestabilizá-lo. 
Muito mais difícil de entender é o que está por trás de um certo tipo de comportamento fundado em insultos, humilhações, chacotas e deboches que fazem o cotidiano profissional de muitas pessoas. Credita-se, geralmente, uma grande racionalidade na conta das organizações e espera-se que uma dose razoável de justiça e ética seja parte desta.
Infelizmente, essas práticas ainda encontram suporte no preconceito, na desinformação e na mentalidade machista impressos nos valores sociais. Pior que isso, a pessoa agredida acaba sendo levada a acreditar que é a sua reputação, e não a do agressor que ficará manchada, que é ela quem deve envergonhar-se e que será ela o objeto de censura e de desaprovação social. Tal deslocamento vai agravar o desrespeito e o trauma sofridos; a inversão dos papéis.
A violência doméstica é um fenómeno, que apesar de não ser novidade, só há pouco tempo adquiriu a importância de problema social. O carácter privado das famílias atuais torna a violência doméstica invisível, visto que as famílias procuram se enquadrar no que é conhecido como “família normal”, que é concebida através do “casamento por amor” e é essa “difusão de uma imagem idealizada da família” que veio contribuir para que a violência doméstica se torne cada vez mais invisível.
A violência doméstica é o resultado de agressão física ao companheiro ou companheira. A vítima de violência, geralmente, tem pouca autoestima e se encontra atada na relação com quem agride, seja por dependência emocional ou material. O agressor geralmente acusa a vítima de ser responsável pela agressão, a qual acaba sofrendo uma grande culpa e vergonha. A vítima também se sente violada e traída, já que o agressor promete, depois do ato agressor, que nunca mais vai repetir este tipo de comportamento, para depois repeti-lo. 
Em algumas situações, felizmente não a maioria, de franca violência doméstica, persiste cronicamente porque um dos cônjuges apresenta uma atitude de aceitação e incapacidade de se desligar daquele ambiente, seja por razões materiais, seja emocional. Para entender esse tipo de personalidade persistentemente ligada ao ambiente de violência doméstica poderíamos compara-la com atitude descrita como dependência, encontrada nos lares de dependência química e alcoolismo.
O fenómeno de violência doméstica acontece dentro da família em São José de piranhas e o no mundo e incide fundamentalmente sobre a vida e saúde de crianças, idosos e, sobretudo, mulheres , com serias e graves consequências não só para o seu pleno e integral desenvolvimento pessoal, comprometendo o exercício de cidadania e dos direitos humanos , mas também para o desenvolvimento económico e social dos pais.
Um dos grandes avanços da Lei Maria da Penha é o reconhecimento de que existe violência doméstica, tema que não era sequer falado profundamente antes do advento da lei. Se ela funcionasse direito, seria espetacular, mas ainda assim não seria suficiente - a mudança deve ser cultural, estrutural, encarando o fato incontornável de que mulher é gente.
A situação é grave e, não, não se mata por paixão, mas sim por poder, controle. "Se ela não pode ser minha, não será de mais ninguém", pensam - e agem - os criminosos. O Ipea apontou que não houve diminuição dos números de violência depois da vigência da Lei Maria da Penha. Foi o suficiente para que a lei fosse criticada, como se a aplicação da mesma ocorressenos termos previstos.
Infelizmente não é. São recorrentes os casos em que as mulheres registraram diversas ocorrências policiais contra ex-parceiros, mas nada é feito. As medidas protetivas, que incluem a estipulação de distância mínima entre agressor e vítima, tal qual os filmes americanos, não funcionam. As casas de acolhimento não existem em número suficiente, e a mulher agredida não tem para onde ir, sendo obrigada a permanecer junto ao agressor ou procurar a família, cujo endereço o parceiro conhece bem.
Esta violência, não é apenas física, mas também psicológica e abrange todas as camadas sociais. A violência contra as mulheres, já tem sido pronunciada ao longo do texto, devido ao facto de estar diretamente ligada à violência doméstica, mas vai muito além do “doméstico”. As mulheres podem ser violentadas a nível religioso, a nível sexual (entre este a discriminação em relação às suas preferências sexuais, o assédio sexual, violações, tráfico de mulheres etc.), e até mesmo a nível da etnia. Muitas mulheres sofrem caladas, com medo da rejeição e discriminação social principalmente no que diz respeito a violência doméstica. Este medo prende se com o fator da nossa sociedade seguir modelos Patriarcais, ou seja, o homem é o chefe de família.
Na nossa sociedade o modelo patriarcal leva a que a mulher continue a depender do homem para a manutenção da casa, visto que estes têm salários mais elevados, essa dependência leva a que a mulher opte muitas vezes por sofrer em silêncio e não sair de casa. Este comportamento por parte das mulheres é muitas vezes encarado como uma forma de “masoquismo”, muitos acreditam que a mulher não abandona o lar porque gosta de ser agredida.
Atualmente, é praticado em homens, mulheres e até mesmo, crianças.
 A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas,
e muitas vezes de forma silenciosa e dissimuladamente. Trata-se de um problema que atinge ambos os sexos e não costuma obedecer a nenhum nível social, económico, religioso ou cultural específico.
 Os maus-tratos constituem um crime punido com pena de prisão ou de multa,
podendo ainda ser aplicada a pena acessória de proibição de contato com a
vítima, incluindo o de afastamento desta.
Segundo o Ministério da Saúde, as agressões constituem a principal causa de
morte de jovens entre 5 e 19 anos. A maior parte dessas agressões provém do
ambiente doméstico.
A violência contra crianças e adolescentes se manifesta em todos os lugares. Pode ser na comunidade onde moram, na escola, nas instituições socioeducativas e na família. Para dar uma resposta positiva ao problema, há que se considerar uma faceta cruel dessas agressões: a invisibilidade. Muitos dos casos de violência seja ela física, sexual ou psicológica, não são notificados e, muito menos, investigados. A vulnerabilidade é ainda maior quando se falam em pessoas com deficiência, negros, adolescentes em conflito com a lei, moradores de comunidades, porém vale lembrar que a violência infantil não escolhe classe social. 
A violência que atinge as crianças não acontece apenas de uma forma. Agressão física, intimidação através de ofensas verbais e isolamento da escola estão também entre as formas como uma criança é violentada.
São vários os Tipos de Violência sofridas pelas crianças. Hostilidade Verbal que são os gritos, xingamentos com palavras que as ameaçam. A Negligência: quando o adulto responsável deixa de prover as necessidades básicas para o desenvolvimento físico ou psíquico da criança.
O desprezo: Este tipo de violência aparece quando o adulto deprecia qualquer tentativa da criança de tomar iniciativas, não dá valor às ideias e opiniões que o filho expresse e compara-o a outras crianças menosprezando-o sempre.
O Abandono físico se dá quando os pais que se ausentam por longos períodos, deixando os filhos aos cuidados de outras pessoas. A ameaça de abandono também é extremamente prejudicial à criança gerando nela muita insegurança e medo, e se dá quando os pais a querem castigar, dizendo que irá entregá-la à adoção, ou mandá-la embora se ela não agir de determinada maneira.
Quando a criança passa a ser desprezada, seus atos sempre reprovados e demonstrações de carinho se tornam raros. A criança passa a se sentir um erro e se culpa por existir, e as atitudes dos pais intensificam este sentimento da criança.
A crítica excessiva quando tudo que a criança faz nunca está bom o suficiente. Geralmente estas crianças são vítimas de pais excessivamente perfeccionistas e inseguros.
 violência física doméstica manifesta-se sob a forma de lesões externas, internas ou ambas. Portanto, o castigo repetidamente também é considerado caso de violência doméstica. Assim, entre as lesões mais comuns encontradas nos hospitais destacam-se: as provocadas por murros, tapas, surras de chicotes, fios, vara, queimaduras (por cigarros, ferro elétrico, água fervendo, objetos aquecidos). Entre as fraturas, o destaque são as encontradas em ossos longos dos membros superiores e inferiores, de crânio, de costelas e clavículas. As lesões internas são também frequentes, entre as quais destacam-se: as de vísceras, como a ruptura de fígado, baço ou intestinos.
Quanto a violência psicológica, conhecida também como “tortura psicológica”, esta consiste na agressão não-física. A materialização deste tipo de violência pode se manifestar sob a forma de tratamento desumano, observado através da rejeição, depreciação, indiferença, discriminação e desrespeito. Observa-se, ainda, que a violência psicológica intrafamiliar evolui e eclode na forma da violência física. No entanto, mesmo quando não há manifestação de feridas visíveis, as sequelas emocionais são bem mais significativas que as físicas.
Outra forma de violência que vem ganhando força em nossa sociedade é a exploração sexual de crianças e adolescentes. Conseguida por meio de pagamento ou troca, a exploração sexual envolve o próprio agressor ou pode envolver ainda outros agentes, como: o aliciador e o intermediário que se beneficia comercialmente do abuso. Ressalta-se que a exploração sexual ocorre de quatro maneiras: as redes de prostituição, de tráfico de pessoas, pornografia e turismo sexual.
A pedofilia consiste no abuso sexual de crianças e adolescente. A pedofilia é um distúrbio de conduta sexual com desejo compulsivo de um adulto por uma criança, é uma situação em que a criança é usada para gratificação de um adulto ou até mesmo de um adolescente mais velho.
Os pedófilos costumam se apresentar como adultos confiáveis, alegres, participativos e cooperativos, sempre dispostos a atender os desejos e as necessidades da criança. Esse tipo de agressor costuma dar presentes frequentes às crianças, por vezes caros, e oferecer passeios sem a companhia dos pais. Os pedófilos podem ser homossexuais, heterossexuais ou bissexuais, casados ou solteiros, homens ou mulheres, e pertencer a todas as profissões e classes sociais.
Hoje, um dos meios mais lucrativos e de acesso às vítimas de pedofilia é através da realidade virtual, isto é, da internet. Os pedófilos costumam utilizar a rede mundial de computadores para contatar e aliciar suas vítimas através mensageiros eletrônicos (MSN), chat (salas de bate papo), blog e fotoblog (espécie de diário virtual), e-mail (correio eletrônico) e redes de relacionamentos.
As técnicas de aproximação usadas pelos pedófilos são claras: perfis falsos, linguagem que mais cativa o público infantil, confiança, chantagem emocional ou financeira e roubo de senhas.
A identificação da vítima de pedofilia pode ser observada na criança que apresentar os seguintes comportamentos, a saber: interesse acentuado sobre as questões relacionadas ao sexo, dificuldade de relacionamentos em grupos e isolamento social, queixa de dores nos órgãos sexuais e/ou marcassem motivos aparente, pesadelos, insônia ou medo de dormir, falta de confiança em adultos e medo de pessoas do sexo oposto, baixo rendimento escolar, fugas frequentes do lar, mudanças de humor, depressão, comportamento agressivo e perda de apetite.A violência dos familiares é considerada um fator que estimula crianças e adolescentes a passar a viver nas ruas. Em muitas pesquisas feitas, elas referem à maus tratos corporais, castigos físicos, conflitos domésticos e outras agressões como motivo de sua decisão para sair de casa.
Crianças e adolescentes vítimas de negligência dos adultos responsáveis por elas também apresentam marcas físicas deste tipo de agressão. A falta de comida pode acarretar anemia e outras doenças associadas à escassez de nutrientes. Sem água para beber a criança pode chegar a desidratação. Ausência de higiene abre espaço para inúmeras doenças como parasitoses, tétano ou hepatite. Na maioria das vezes estas consequências podem ser evitadas com a atenção dos responsáveis, unida aos cuidados corretos que uma pessoa em desenvolvimento precisa.
Os abusos sexuais também deixam marcas físicas, embora nem sempre facilmente identificáveis. Apertões, beliscões e beijos podem resultar em hematomas que desaparecem em alguns dias. Em muitos casos, porém, as marcas são inapagáveis. Crianças pequenas que sofrem estupros ou com as quais são mantidas relações anais podem sofrer rompimentos no períneo, laceramentos e sangramentos na região dos genitais e corrimentos incomuns para a idade da vítima. Na adolescência, meninas abusadas sexualmente correm ainda o risco de engravidar do agressor.
Além das marcas físicas, a violência contra crianças e adolescentes causa danos psicológicos que geralmente podem ser detectados pela mudança de atitudes e comportamentos apresentados pela vítima.
Além das marcas físicas serem visíveis, e mais fáceis de serem tratada, a violência contra crianças e adolescentes pode causar também sérios danos psicológicos. Isso porque é na infância que serão moldadas grande parte das características que a criança levará para a vida adulta. Cercada de amor, carinho, compreensão e atenção, a criança terá mais possibilidades para desenvolver confiança, afetividade e interesse pelos outros. Cercada de agressões em um ambiente violento, provavelmente vai ter medo, desconfiança e finalmente pode também se tornar uma pessoa violenta.
A grande realidade é que as crianças aprendem com os adultos grande parte das coisas e de como viver em sociedade. Se elas aprendem que o outro é inferior e não merece respeito e que a violência é a única maneira de resolver conflitos ou atingir objetivos provavelmente só saberão agir de forma violenta. É por esse motivo que muitas crianças abusadas sexualmente na infância se tornam agressores ao atingir a idade adulta. A violência é a única forma que eles conhecem seja de resolver conflitos, seja de colocar suas ideias em prática. Por outro lado, se elas aprendem desde cedo a perceber o outro como um ser igual e que, portanto, deve ser ouvido e respeitado, terão mais chances de aprender a dialogar e a resolver conflitos sem o uso da violência. Para isso, é necessário que a criança seja ouvida, perceba o que lhe é permitido e o que lhe é negado e por quê. Há ainda a criança que se torna mimada porque nada lhe é negado e que, como a criança a quem tudo é negado, não verá os outros como iguais.
A violência dos familiares é considerada um fator que estimula crianças e adolescentes a passarem a viver nas ruas. Em muitas pesquisas feitas, as crianças e adolescentes referem-se a maus tratos corporais, castigos físicos, conflitos domésticos e outras agressões como motivo de sua decisão para sair de casa.
Os espancamentos são as agressões mais comuns, sendo que alguns agressores chegam a amarrar meninos e meninas com cordas ou correntes e espancá-los com objetos como o velho cinto, vassouras e até mesmo antenas, panelas de pressão e martelos. Os espancamentos deixam marcas físicas como hematomas, cortes e ossos quebrados, além de lesões nos punhos e tornozelos quando a vítima é amarrada. Os espancamentos são muitas vezes acompanhados de outros atos de sadismo, como queimaduras com pontas de cigarro, água fervendo e outros objetos da casa.
São comuns ainda casos de adultos que causam ferimentos com facas e canivetes, batem com a cabeça ou atiram a criança contra a parede, o que em muitos casos pode levar à morte.
Além das marcas físicas a violência contra crianças e adolescentes pode causar também sérios danos psicológicos. Isso porque é na infância que serão moldadas grande parte das características que a criança levará para a sua vida adulta. Cercada de amor, carinho, compreensão e atenção, a criança terá mais possibilidades para desenvolver confiança, afetividade e interesse pelos outros. Cercada de agressões em um ambiente violento, provavelmente vai ter medo, desconfiança e finalmente pode também se tornar uma pessoa violenta.
Crianças e adolescentes agredidos apresentam várias características de comportamento. Estas características, no entanto, não representam nada isoladamente e nem são prova deque a criança sofreu algum tipo de violência. Mesmo assim, elas não devem ser negligenciadas. A criança que apresentar uma mudança de comportamento brusca deve ser examinada por um médico (as), enfermeiras(os) ou psicólogas(os), dependendo do caso, o mais rápido possível.
De acordo com dados da Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância (Sipani), 12% das 55,6 milhões de crianças menores de 14 anos são vítimas de alguma forma de violência doméstica por ano no Brasil. O número corresponde a uma média de 18 mil crianças por dia.
O mais triste é que o perigo está mais próximo do que se imagina. Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que 80% das agressões físicas contra crianças e adolescentes foram causadas por parentes próximos. Ainda de acordo com o Unicef, de hora em hora morre uma criança queimada, torturada ou espancada pelos próprios pais.
Os tipos de agressão infantil são diversos. Os mais comuns são a violência física, a psicológica e a sexual. Segundo dados do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia), de 1999 até 2007, foram registrados 28.840 casos de agressão física, 28.754 de violência psicológica e 16.802 de abusos sexuais em todo o país.
Os índices estatísticos da violência infantil no mundo e no Brasil, nos alerta para a necessidade de um posicionamento sério da sociedade. Não podemos fingir que não estamos vendo o que está acontecendo. Em realidade, geralmente, diferentes formas de violência ocorrem simultaneamente, mas de modo descritivo elas consistem em maltrato físico, maltrato emocional, abandono, abuso sexual, abuso físicos, abuso psicológicos e outros. Nossas crianças não podem esperar. Temos que ter coragem para entendermos as razões dessa violência e quais as medidas devem ser tomadas.
Muitos têm sido os casos de violência infligido às crianças principalmente por aqueles de quem ela apenas esperava amor, ajuda e compreensão. Conscientizar a comunidade para esta realidade é tarefa de todos. É na família onde tudo começa. Sua função é importante para o desenvolvimento da criança, pois não só os torna aptos, como também pode qualificá-los como inaptos e até desajustados para viver em sociedade.
Portanto, apontar problemas, acusar e julgar são sempre muito mais fáceis do que sugerir e colocar a mão na massa para mudar a realidade das crianças que sofrem com os diversos tipos de violência que o mundo oferece. A violência contra as crianças inclui violência física, psicológica, discriminação, negligencia maus tratos e outros.
A violência é encontrada em todas as classes sociais, mas assume maior visibilidade nas camadas populares, primeiro por serem mais numerosas e, segundo, por serem elas as que mais procuram, com maior frequência, os serviços públicos. Por isto, vêm a lume fatores como pobreza crônica, desemprego, subemprego, baixos salários, mal ou falta de habitação entre outros.

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