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A ideologia alemã Karl Marx e Friedrich Engels Percurso – Karl Marx (1817-1883) Filho de advogado iluminista Formou-se em Direito, Filosofia e História pela Universidade de Berlim; não seguiu carreira acadêmica Opositor da monarquia absolutista prussiana, juntou-se aos jovens hegelianos, que desejavam uma revolução liberal burguesa Percurso – Karl Marx Foi redator chefe da Gazeta Renana (1842), de orientação liberal (imprimiu tom radical de esquerda); jornal sofreu censura (relações entre direito, economia e política) 1843: Paris. Contato com Proudhon. Abraça a idéia de que o proletariado era a classe mais explorada e, por isso, a mais revolucionária. Percurso – Friedrich Engels (1820- 1895) Filho de industrial têxtil Não cursou a universidade; assistiu aulas como ouvinte. Tornou-se oposicionista da monarquia absolutista e também hegeliano de oposição Viagens comerciais à Inglaterra: contato com movimento operário e com idéias socialistas. Colaborou no jornal de lideranças cartistas. Percurso – Friedrich Engels Antes de Marx, tomou conhecimento da Economia Política Inglesa, dos interesses da burguesia Afinidade de pensamento aproximou Marx e Engels em 1844, relação que durou até a morte de Marx, quarenta anos depois. A obra Escrita em 1845-1846 (1º manuscrito), mas publicada somente em 1933 (Moscou e Leipzig) Dividida em três partes: Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer, e Max Stirner A edição reproduz a primeira parte de A ideologia alemã e as Teses sobre Feuerbach Inaugurou o materialismo histórico Representou uma ruptura com a filosofia idealista alemã Idealismo X Materialismo Feuerbach: influência na passagem da filosofia idealista para a materialista. Materialismo antropológico: crítica das representações religiosas (culto a uma existência crítica, desmistificada); forma velada de crítica ao sistema de governo. Crítica marxista do idealismo: idéias não se desenvolvem por si mesmas, não possuem existência própria, são produtos da vida material. Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. Ideologia História deve explicar a formação das idéias segundo a prática material, e não o contrário. Filosofia da história de Hegel: oferece uma história das representações, desligada dos fatos. As idéias se sistematizam na ideologia, sinônimo de consciência falsa da realidade Conceito-chave para entender o materialismo histórico: a ideologia é uma visão da realidade sob a ótica de uma determinada classe social Teoria geral da sociedade Materialismo histórico: foco na ação dos indivíduos, na vida real Homem se distingue dos animais por produzir seus meios de existência Modo de vida coincide com modo de produção; o que os indivíduos são depende das condições materiais de produção 1º fato histórico: necessidades elementares a serem satisfeitas pela produção da vida material Criação de outras necessidades: 1º ato histórico Teoria geral da sociedade Família é a 1ª relação social Cooperação entre homens: fruto da constatação de suas necessidades materiais Consciência faz os homens perceberem que precisam se relacionar com os outros, diferente dos animais (instinto) Aumento das necessidades humanas aumento da produção divisão do trabalho Efetivação da divisão do trabalho: trabalho material (degradação) X trabalho intelectual (enobrecimento) Teoria geral da sociedade Outra consequência aumento da produção: relações de intercâmbio (trocas) Síntese do desenvolvimento histórico: a cada época, forças produtivas forma de intercâmbio correspondente; forças produtivas se desenvolvem, colidem com forma de intercâmbio (relações sociais de produção). Daí: “todos os conflitos da história têm sua origem na contradição entre as forças produtivas e o modo das trocas” (p.91) Produção material + forma de intercâmbio = modo de produção Teoria geral da sociedade A sociedade civil, para Marx e Engels, é a base de toda a história (sociedade civil = reino das relações econômicas, o que não era Estado) Divisão do trabalho = propriedade (sinônimos). Origem: família (escravidão – 1ª forma de propriedade) Divisão do trabalho = fixação de atividade social para o indivíduo (subjugação) Na sociedade comunista, o homem deve poder transitar de uma atividade a outra. Daí os autores proporem a abolição dessa divisão e até do trabalho (forçado) em si. Teoria geral da sociedade Estágios da divisão do trabalho = diferentes formas de propriedade: tribal; comunal; feudal; capital moderno. Propriedade privada moderna corresponde ao Estado moderno. “O Estado não é outra coisa senão a forma de organização que os burgueses dão a si mesmos por necessidade, para garantir reciprocamente sua propriedade e seus interesses (...)”(p. 74) Observação empírica: conexão entre estrutura social e política e a produção. Idéias a partir das forças produtivas e das relações consequentes (frases). Teoria geral da sociedade Idéia representa ruptura com a teoria política dominante: Estado não congrega interesses comuns da população. Representa os interesses da classe dominante. Idéias dominantes são idéias da classe dominante. Classes que aspiram a dominação devem conquistar o poder do Estado: apresentar interesse particular com caráter de interesse geral Proletariado: conquistar o poder do Estado para abolir todas as formas de dominação e exploração. Revolução do proletariado Classe explorada: caráter revolucionário inerente Ruptura sem precedentes: proletariado não é uma classe se contrapondo a outra classe, mas a representação de toda a massa da sociedade diante da única classe: a classe dominante. Comunismo: movimento real de superação do modo de produção vigente. Crítica ao socialismo utópico: mudanças não partem da boa vontade dos indivíduos; é preciso uma luta de classes, mudanças de baixo para cima. Revolução do proletariado Elementos materiais da revolução: forças produtivas + massa revolucionária Para transformar o mundo, é preciso interpretá-lo corretamente (através da crítica). A teoria, para os autores, é vista como guia da prática, força da história. Daí tem-se que o materialismo de Marx e Engels é crítico e revolucionário.
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