06- Variação cambial e variação monetária

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Variação cambial e variação
monetária
DEMONSTRAR O QUE É UMA VARIAÇÃO CAMBIAL E SUA APLICAÇÃO.
AUTOR(A): PROF. ANA LUCIA DE SOUZA DIAS
VARIAçãO CAMBIAL X VARIAçãO MONETáRIA
Variação cambial: oscilações de taxas de câmbio num período de tempo. Sua função básica é
atualizar valores em moedas estrangeiras, convertidas para o nosso Real. Embora para efeitos
contábeis e tributários ambas recebam o mesmo tratamento, a primeira é a variação do valor da
nossa moeda em relação às moedas estrangeiras; a última é a variação da nossa própria moeda em
relação aos índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual.
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda
nacional. Podemos definir a taxa de câmbio como a taxa que permite trocar uma quantidade de moeda de
um país em moeda de outro país.
As taxas de câmbio tendem a refletir as condições econômicas de um país, bem como traduzir a relatividade
dos preços entre um país é outro. No Brasil, a moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados
Unidos, fazendo com que a cotação comumente utilizada seja a dessa moeda.
Assim, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio do dólar é R$ 2,45, significa que um dólar dos
Estados Unidos custa R$ 2,45.
A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra. As cotações apresentam taxas
para a compra e para a venda da moeda, as quais são referenciadas do ponto de vista do agente autorizado a
operar no mercado de câmbio pelo Banco Central.
A partir de janeiro de 1996, para fins de reconhecimento da variação monetária decorrente de atualizações
de crédito ou obrigações em moeda estrangeira, deverão ser utilizadas as taxas de compra e de venda
disponíveis no Sistema de Informações do Banco Central – SISBACEN. SISBACEN - O sistema de
Informações do Banco Central é um conjunto de recursos de tecnologia da informação, interligados em
rede, utilizado pelo Banco Central na condução de seus processos de trabalho num conceito mais
pertinente, assim pensamos para a área contábil, iremos usar o termo variação cambial para as operações
em moedas estrangeiras.
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As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as partes contratantes, ou seja, entre o comprador ou
vendedor da moeda estrangeira e o agente autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio.
O Banco Central coleta e divulga as taxas médias praticadas no mercado interbancário, isto é, a taxa média
do dia apurada com base nas operações realizadas naquele mercado, conhecida por "taxa PTAX", a qual
serve como referência, e não como taxa obrigatória.
As taxas de câmbio divulgadas pelo Banco Central do Brasil podem ser consultadas no site, em: Câmbio e
Capitais Internacionais: Taxas de câmbio - Cotações e boletins.
Também está disponível opção que permite verificar valores de conversão de moedas, em: Câmbio e
Capitais Internacionais: Taxas de câmbio - Conversão de moedas. A competitividade cambial entre os países
é flutuante, e só pode ser medidas considerando-se momentos determinados. A cada novo momento que se
quer medir tem-se uma nova avaliação da competitividade cambial em relação ao momento anterior.
A Variação Cambial resume-se em oscilações do R$ (Real) com as moedas Conversíveis (fortes).  Temos
algumas delas como exemplo de moedas conversíveis muito utilizadas, como:
USD (Dólar Americano).
GBP (Libra Esterlina- Reino Unido).
Euro (Grande parte da Europa).
Iene (Japão).
CAD (Dólar Canadense) etc.
No Brasil ainda nossa moeda corrente (R$), ainda é inconversível, isto é fraca, isso devido ainda pela
inflação que infelizmente ainda nos ronda. Diríamos também que praticamente a América Latina possui
moeda inconversível, uma exceção é a Guiana Francesa (é um departamento ultramarino da França) que
possuiu a moeda forte - Euro.
Como estamos no Brasil, temos que fazer todo mês a atualização em R$ no Balanço Patrimonial, a fim de
ajustar os valores em moedas conversíveis. Todo mês as empresas fazem seus Balanços Patrimoniais,
destacando suas variações cambiais, tanto na conta de despesa com variação cambial passiva, como
também receitas com variações cambiais ativas. De um lado temos as despesas (perdas) e receitas (ganhos)
com a oscilação da moeda usual.
COMPETITIVIDADE CAMBIAL
A flutuação das taxas de câmbio pode ser considerada o evento econômico e financeiro mais
importante na gestão financeira de grandes empresas.
Decisões de investimento, financiamento, estrutura de custos e preços etc., tomadas
adequadamente, em momentos determinados, podem sofrer impactos significativos apenas pela
alteração das taxas de câmbio das moedas dos países onde a corporação atua.
Dentro de um regime de câmbio flutuante, que é de livre mercado, as taxas oscilam em função das
diversas variáveis econômicas e políticas.
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Assim, cada país tem uma política cambial e esta pode ser direcionada, muitas vezes, para promover
mudanças na estrutura da balança de divisas (balança comercial), objetivando redirecionar os volumes de
exportação e importação.
Poderíamos incluir aqui também os investimentos estrangeiros.
A esse conjunto de decisões e impactos denominamos competitividade cambial, uma vez que as alterações
nas taxas de câmbio aumentam ou diminuem a capacidade das empresas que atuam no mercado
internacional de competir com seus preços de venda em moeda estrangeira, ou assimilar preços de compra
de produtos importados.
E, também a demanda por investimentos externos. Assim, a competitividade cambial pode ser medida pela
análise comparativa dos preços dos produtos serviços em moeda estrangeira em relação aos preços
possíveis ou que se deseja praticar. Tem sido ainda muito comum analisar os preços em relação ao dólar,
ainda a moeda mais transacionada no mundo.
Os bancos centrais de cada país monitoram e publicam diariamente as taxas cambiais vigentes. Elas são
expressas para cada moeda, nas cotações de compra e venda.
As taxas cambiais podem ser estruturadas para a relação das trocas para cada país, tanto em relação à
moeda local quanto. Em relação à outra moeda, considerada mais forte e de utilização internacional.
Assim é comum, além da publicação das taxas de câmbio em relação ao Real (no caso brasileiro), também a
paridade em relação ao dólar americano, em função de sua utilização universal.
Tomemos como exemplo a cotação de quatro moedas em relação ao real, obtidas ao final do mês de
setembro do ano X.
Moeda  Cotação-R$  Paridades em relação ao US$  Com US$100,00, compro:
Dólar USA          2,4800                                                1,00                                   100,00
Euro-Comunidade Europeias          3,3050                                                0,75                                     75,04
Iene-Japonês           0,0245                                           101,22                             10.122,45
Libra Esterlina-Reino Unido          3,9900                                                0,62                                     62,16
 
Na perspectiva de quem tem moeda estrangeira, as taxas de câmbio expressam a seguinte relação de troca
de quantidades moeda entre os países:
1 dólar compra 2,4800 reais.
1 euro compra 3,3050 reais.
1 Iene compra0,0245 reais
1 Libra compra 3,9900 reais.
Na perspectiva de quem tem reais (moeda brasileira), essas taxas significam o seguinte:
1 real compra US$ 0,4032.
1 real compra EURO 0,3025.
1 real compra Ienes 40,8163.
1 real compra Libra (GBP) 0,2506.
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A moeda de cada país tem uma formação histórica, com períodos diferentes de existência, razão porque não
significaque as relações de troca entre moedas, com uma moeda comprando mais unidades monetárias de
outra moeda, caracterizaram moeda mais forte que a outra.
Nos dois casos mais recentes, a criação do Real em (Plano Real foi um programa brasileiro com o objetivo
de estabilização e reformas econômicas, iniciado em 27 de fevereiro de 1994 com a publicação da medida
provisória número 434) no Brasil, e do Euro ( em 1 de janeiro de 1999, as taxas de câmbio dos países
participantes foram fixadas, pondo em prática, a tão esperada política monetária única), na Comunidade
Europeia.
Podemos fazer alguma afirmativa nesse sentido, porque ambas nasceram com a paridade inicial de $1,00 em
relação ao dólar norte americano. Nesse caso, o Euro hoje está mais forte que o dólar, assim como o dólar
está mais forte que o real.
Exemplo contábil:
Nessa planilha gerencial, teremos os valores exatos das variações cambiais (Ativas e Passivas).
Credor  US$  R$  US$  R$  Variação Cambial-R$
A 730.000,00 1.777.550,00 730.000,00 1.803.100,00 25.550,00
B 525.300,00 1.279.105,50 525.300,00 1.297.491,00 18.385,50
 
Taxas de câmbio (venda)
Anterior: 2,435
Atual: 2,470.
Contabilização da Variação Cambial:
Credor A:
Débito: Despesa – Variação Cambial =R$ 25.550,00.
Crédito: Empréstimos e Financiamentos (Passivo)- Credor A: R$ 25.550,00.
Nesse exemplo temos a variação cambial passiva (perda).
Idem para o Credor B
Veja essa variação Cambial Ativa (ganho):
Credor  US$  R$  US$  R$  Variação Cambial-R$
A 730.000,00 1.799.450,00 730.000,00 1.788.500,00 -10.950,00
B 525.300,00 1.294.864,50 525.300,00 1.286.985,00 -7.879,50
 
Taxas de câmbio (venda)
Anterior: 2,465
Atual: 2,450.
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Contabilização da Variação Cambial - Credor A:
Débito: Empréstimos e Financiamentos Credor A (Passivo) = R$ 10.950,00.
Crédito: Receita de Variação Cambial Credor A: R$ 10.950,00
ATIVIDADE FINAL
A Cia. XYZ obteve um empréstimo externo no valor de US$ 1.500.000,00
no mês de Setembro de X. Prazo de pagamento 8 anos. Pagamentos de
principal e juros: semestral. Terá que fazer atualização da dívida em 30
de setembro de X (1° mês). As taxas eram essas: início do mês: 2,550;
final do mês: 2,615. A variação cambial para esse período foi ....... Ativa
ou Passiva?
A. R$ 97.500,00 – despesa – variação ativa
B. R$ 97.500,00 – receita – variação ativa
C. R$ 97.500,00 – despesa – variação passiva
D. R$ 97.500,00 – receita – variação passiva
REFERÊNCIA
Banco Central do Brasil www.bcb.gov.br
PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C.; LEITE, J. S. J. Manual de Contabilidade Internacional - IFRS-USGAAP-
BRGAAP. São Paulo: Cengage, 2012.
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