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Leishmaniose Visceral (ou Calazar) Doença negligenciada segundo a OMS: doenças presentes e bem conhecidas, mas que ainda faltam meios de controle adequados 1. Poucas pesquisas e investimentos em Leishmaniose 2. A distribuição dessa doença está em áreas emergentes ou subdesenvolvidas Categorias da OMS de doenças negligenciadas 1. Categoria 1: doenças emergentes ou fora de controle; foco na geração de novos conhecimentos e intervenções a) Leishmaniose 2. Categoria 2: doença persiste apesar de existir estratégia de controle a) Tuberculose 3. Categoria 3: estratégias de controle eficazes para o controle da doença a ponto de diminuir sua incidência. Possibilidade de eliminação a) Malária b) Filariose c) Hanseníase Agente etiológico 1. Leishmania (L.) infantum chagazi 2. Vetor: flebótomos e Lutzomya 3. Ciclo: a) Homem, roedor e cão são hospedeiros intermediários => forma AMASTIGOTA · emagrecidos · unhas alongadas/onicogrifose b) Flebótomo é o hospedeiro definitivo => forma FLAGELADA Epidemiologia (endemia em REGIÕES DE TRANSIÇÃO RURAL/URBANA) 1. Endemia em 76 países 2. Na América está em 12 países 3. No século XX era muito confundida com FEBRE AMARELA (síndrome febril-hemorrágica, com espleno-hepatomegalia – que é apenas uma das manifestações da leishmaniose) 4. Incidência: 2/100,000 5. Mortalidade vem aumentando 6. Concentração nos estados: MS, MG, BA, PI, CE, TO, PA, MA (Curiosamente o AM não tem registros) 7. 11% de co-infecção com HIV (CASOS COMPLEXOS) 8. SP a) Região Noroeste e Central do estado Formas e Manifestações Clínicas 1. Formas: assintomática/oligossintomática (diagnóstico difícil), aguda (maior frequência de hemorragias), crônica (a mais comum) 2. Forma crônica a) Febre longa de 30 dias b) Perda de peso > 10% massa corporal c) Anemia · Microtromboses e microisquemias => DOR d) Pancitopenia · Decorrente do aumento da atividade do baço/hiperesplenismo e) Fraqueza, adinamia f) hepatomegalia, esplenomegalia · não dolorosas, pois a cápsula (“o que poderia doer”) se distende lentamente e acompanha o aumento do órgão g) Déficit de crescimento Diagnóstico 1. Hemograma a) Aumento de gama-globulinas 2. Exame direto: material biológico corado com Giemsa => formas amastigostas a) O mais barato e usado no SUS b) Diferença de positividade de acordo com o sítio de obtenção · Sangue periférico: < 50% de chance de positividade -Não vale a pena · Medula óssea: 70-80% de chance de positividade · Baço: ~90% de chance de positividade -Risco de sangramento -Última escolha 3. Teste intradérmico => Reação de Montenegro a) Pode não detectar todos os casos b) Não diferencia doença pregressa da ativa 4. Imunológicos – Especificidade alta a) Testes rápidos (RDT) b) Aglutinação (DAT) 5. Teste de urina a) Reservado para os imunossuprimidos, por ter maior carga parasitária e os testes sorológicos serem mais negativos 6. Testes moleculares baseados em PCR para Leishmania => MÉTODO DE ESCOLHA MAS É CUSTOSO 7. ELISA Fluxograma 1. Condição imune 2. Obter amostras profundas 3. Estratégia: 1º PCR + RDT em sangue periférico Se imunossuprimido, usar mais de uma sorologia Se houver dúvida de recaída, recorrer a testes mais sensíveis Diagnóstico diferencial (o dx. etiológico é necessário) 1. Carcinomas 2. Linfomas 3. Histoplasmose 4. Sarcoidose 5. Esporotricose 6. Tuberculose 7. Cromomicose Tratamento 1. Antimoniais pentavalentes (escolha) a) Alteração de ECG 2. Pentamidinas 3. Anfotericina B 4. Diaminas aromáticas 5. Alopurinol 6. Prognóstico é ruim em pacientes não tratados => mortalidade acima de 70% DANIEL LUCIO WILLING – EPM/UNIFESP @danielwilling.med
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