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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Gestão de Pessoas e Negociação Planejamento Estratégico de Pessoas Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Ana Beatriz Teixeira Silveira Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Estratégias de Avaliação; • Planejamento de Carreira; • Gerenciamento de Carreira; • Marketing Pessoal; • Qualidade de Vida no Trabalho (QVT); • Endoempreendedorismo. Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Compreender os mecanismos de manutenção de pessoas na empresa. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Planejamento Estratégico de Pessoas UNIDADE Planejamento Estratégico de Pessoas Contextualização Caro(a) aluno(a), Você já parou para pensar o que lhe faz sair da cama para trabalhar? A maioria de nós poderia responder: “Porque precisamos do salário” – mas isso não é verdade. Buscamos no trabalho satisfação financeira, sim, mas não é a única situação que nos traz prazer. Procuramos sucesso, reconhecimento social, entre outras coisas que são valiosas para termos qualidade de vida dentro e fora da organização. Você já deve ter percebido que há na sua empresa pessoas que trabalham felizes e muitas vezes nem têm um salário tão bom que possa fazer com que realizem as suas tarefas com tanto empenho e produzam resultados tão satisfatórios. Será que a organização é responsável por isso? Assim, a ideia desta Unidade é tratar contigo a forma sobre como a companhia pode ser responsável pelo sucesso das pessoas, uma vez que se estas tiverem suces- so, a empresa também terá. Contudo, lembre-se: a responsabilidade não será somente da empresa, afinal, o colaborador também tem o seu papel importante nessa relação. Então, vamos aos estudos para saber como tudo isso acontece! 6 7 Estratégias de Avaliação Os gestores podem fazer planos para seus colaboradores para que estes possam oferecer resultados mais adequados aos objetivos das organizações? “Se todos estão indo adiante juntos, então o sucesso encarrega-se de si mesmo”. (Henry Ford) Comumente, temos ouvido sobre a importância do capital humano nas organizações. Certamente, há necessidade constante de investimento em novas tecnologias, de revisão de objetivos organizacionais, de planejamento de estratégias para o alcance desses objetivos, mas todos esses investimentos são inúteis se a organização não contar com pessoas competentes. A manutenção da vantagem competitiva de organização está diretamente relacionada à competência das pessoas que nessa atuam. Gerir desempenho é uma das formas de assegurar a vantagem competitiva. Importa aos gestores de pessoas identificar, avaliar e criar formas de melhor apro- veitar as competências profissionais, bem como identificar qualquer discrepância com o desempenho esperado e propor práticas de desenvolvimento, quando necessárias. Desse modo, avaliar o desempenho humano na organização é fundamental para que as competências profissionais sejam utilizadas de forma a promover a excelência. Quando se aborda o tema avaliação de desempenho, deve-se atentar para o fato de que a própria palavra avaliação já causa medo e tensão em muitas pessoas. É, sem dú- vida, uma palavra carregada de simbolismo. No ambiente organizacional, o medo da avalição também existe, fazendo com que a avaliação de desempenho seja uma das práticas mais difíceis e dolorosas de ser aplicada. Deve-se, porém, ater-se ao fato de que aquilo que não pode ser medido, não pode ser melhorado. Daí a importância da avaliação de desempenho que, claro, não pode ser vista como uma fita métrica, mas deve ser considerada como um instrumento valioso de gestão empresarial e de pessoas. Uma possível definição do conceito de avaliação de desempenho é que a mesma trata de uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa em função das tarefas que desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e de seu potencial de de- senvolvimento. Tal definição mostra a relevância em considerar que não se trata de uma avaliação de pessoa, mas de uma avaliação planejada a partir de um referencial, com base no contexto do desempenho dessa pessoa na empresa, ou seja, das metas, dos objetivos e resultados que essa deve atingir na organização ou, mais especificamente, da contribuição desse profissional para o sucesso do negócio da empresa e sua vantagem competitiva. 7 UNIDADE Planejamento Estratégico de Pessoas Muitos são os métodos utilizados para a gestão do desempenho, desde os mais tradi- cionais às novas tendências de avaliação de desempenho. Entre os métodos tradicionais, o mais comum é a escala gráfica, a qual permite a avaliação de fatores previamente definidos e que são utilizados como referência do padrão ideal. Tal método contribui para facilitar a construção de instrumento de avaliações, bem como a comparação entre os avaliados e os feedback aos mesmos, porém, não permite a participação do avaliado, além de se basear apenas no desempenho passado. Outro método tradicional é a pesquisa de campo, baseada em entrevistas e que segue quatro etapas: entrevista de avaliação inicial, entrevista de avaliação complementar, planejamento das ações de acompanhamento das mesmas. Esse tipo de avaliação permite maior comprometimento dos gestores, bem como proporciona aprofundamento na avaliação, mas é custoso e demorado. Do ponto de vista do desenvolvimento individual, a avaliação de de- sempenho fornece o feedback imprescindível para a discussão dos pontos fortes e fracos do funcionário, a análise de suas potencialidades e o aprimoramento de sua performance. Se o avaliado não reconhece seus pontos a serem melhorados, a avaliação de desempenho tem seu sentido esvaziado, inviabilizando um plano de melhoria desse funcio- nário. (PEREIRA, 2014, p. 101) Há outras formas tradicionais de avaliação de desempenho: a escolha forçada, auto- avaliação, comparação de pares, entre outras. Nesta Unidade focaremos na avaliação 360 graus ou feedback com múltiplas fontes e a avaliação de competências, pois são as novas tendências para avaliação de desempenho. A avaliação 360 graus possui a sua elaboração gerenciada pelos gestores, mas tem a participação de todos os envolvidos – avaliadores e avaliados. Todos são responsáveis pelo processo em si. Ao corpo gerencial cabe monitorar o trabalho da equipe; cabe ao colaborador a responsabilidade pelo próprio desempenho, por meio de autoavaliação. Do mesmo modo, os superiores passam a saber qual é a avaliação de seus trabalhos, em todos os aspectos, por sua equipe. A avaliação de desempenho é uma forma mais democrática da gestão de desempe- nho. Prevê o recebimento de diversos feedbacks por parte de todos os membros da equi- pe. Ao dividir a responsabilidade da avaliação entre líder e liderados, a tensão da equipe fica menor e menos pessoalizadas, uma vez que a visão de um avaliador pode se a mesma dos demais e sinalizar a necessidade de mudanças ou a assertividade das ações. A avaliação de competências,por sua vez, dá-se a partir da definição das compe- tências importantes para o desempenho da função. Assim, são avaliadas competências conceituais (conhecimentos) e técnicas (habilidades) necessárias ao desempenho espe- rado, além da postura do profissional frente às diversas situações (atitudes). 8 9 Vale enfatizar que nenhuma das técnicas de avaliação de desempenho pode garantir êxito na gestão do desempenho. Ao contrário, cabe ao gestor de pessoas ater-se não só aos métodos de avaliação, mas principalmente saber ponderar os resultados e, a partir destes, criar planos de ação para o desenvolvimento profissional. O gestor deve estar ciente de que a avaliação de desempenho não tem o objetivo de padronizar desempenhos, mas produzir conhecimento sobre cada pessoa e traçar mé- todos de desenvolvimento para a mesma. Isso é muito importante, pois é preciso con- siderar que as pessoas são diferentes, com histórias e potencialidades distintas e essas distinções podem ser benéficas para qualquer organização. É preciso estar atento(a) ao fato de que a avaliação de desempenho deve ser feita todos os dias e os feedbacks também precisam ser constantes, pois só assim se assegura o desenvolvimento. Comumente, os gestores não gostam de se colocar na posição de avaliadores, ou juízes, mas é fundamental que as pessoas sejam informadas sobre o que se espera delas e que haja a troca de expectativas. Em suma, a avaliação de desempenho é um processo, mas deve estar focado na natu- reza competitiva dos negócios para prover desenvolvimento de profissionais que possam assegurar a competência essencial da organização. O resultado de qualquer avaliação deve apresentar aspectos relevantes para a identi- ficação de oportunidades de melhoria e a elaboração de um plano de ações em relação a vários níveis: organização, por área e individual. É importante lembrar que qualquer método de avaliação deve ser usado para o crescimento das pessoas, tanto do avaliador como do avaliado, jamais usando a avaliação como forma de punição ou coerção. Deve ser um processo comum e agradável para gerar resultados transparentes – e não tendenciosos. Precisa ser verdadeira para gerar informações reais que possam ser usadas no planejamento das ações da empresa, logo, voltadas às pessoas. A avaliação de desempenho deverá ser um processo que leve o funcionário a se motivar e a se sentir estimulado a aprimorar cada vez mais seu desempenho. Para que isso aconteça, esse processo dependerá muito da postura do avaliador e do avaliado. Para maximizar a motivação, as pessoas precisam perceber que o esforço que fa- zem leva a uma avaliação de desempenho favorável (PEREIRA, 2014, p. 106). O assunto avaliação de desempenho é bem amplo, portanto, assista ao vídeo intitulado Avaliação de desempenho, disponível em: https://youtu.be/AjAX30YV89c 9 UNIDADE Planejamento Estratégico de Pessoas Planejamento de Carreira “Carreira é o conjunto de atitudes, comportamentos e atividades que resultam em experiência e conduzem as pessoas a ter sucesso ou não em sua vida profissional”. (Douglas T. Hall) Nas últimas décadas as empresas passaram por diversas práticas de gestão, tais como desenvolvimento organizacional, reengenharia, qualidade total, downsizing, entre ou- tras. Todas essas mudanças obrigaram tanto empresas, como empregados a repensarem a gestão de carreira. As relações de emprego até alguns anos atrás eram concebidas como relações de longo prazo de estabilidade e previsibilidade; de modo que nem a estabilidade se manteve nos dias atuais, ao contrário, as relações se tornaram de curto prazo e o profissional ficou mais comprometido com a própria carreira do que com a empresa. Daí a importância de se abordar de forma cada vez mais enfática o tema planejamento de carreira. Muitas vezes, as pessoas se acomodam em seus cargos na empresa e não pensam que a mudança é constante e que elas poderiam ascender a cargos melhores ou mesmo trabalhar em outro cargo que lhe desse maior satisfação. Outras vezes, elas até têm esse objetivo, mas podem se deparar com exigências de habilidades e competências para um cargo das quais ainda não dispõem. (PEREIRA, 2014, p. 305) Em seu livro, Modelo de competências e a gestão de talentos, Maria Rita Gramigna (2002, p. 119), ao abordar o desenvolvimento profissional, faz menção às seguintes frases: “Ultimamente, não tenho participado de treinamento”; “Minha empresa está em época de redução de custos”; “O número de cursos oferecidos por minha organização vem diminuindo a cada mês”; “A empresa exige desenvolvimento, mas não oferece treinamento”; “Solicitei autorização para participar de um congresso e a direção não aprovou”. Tais frases são vinculadas, pela autora, à seguinte questão: “Quem é responsável pelo seu desenvolvimento?” Ou seja, tanto as frases quanto a pergunta servem para colocar em pauta outra questão: Até quanto a empresa é responsável pelo desenvolvimento do profissional e até quanto este mesmo deve se responsabilizar por seu próprio desenvolvimento? Sem dúvida, a empresa deve se preocupar com a capacitação de seus profissionais, mas não é a única responsável por isto. Poderíamos até dizer que o maior responsável pelo seu desenvolvimento é o próprio profissional. Olhemos, então, um pouco para cada uma das partes. O gerenciamento de carreira deve fazer parte das práticas de gestão de pessoas de qualquer organização. É por meio do gerenciamento de carreira que a empresa pode- rá reter talentos importantes para a manutenção de sua vantagem competitiva. Como já temos ouvido por inúmeras vezes, “os bens mais valiosos das organizações são as pessoas”. De nada adiantaria investir em tecnologia, se não houvesse capital humano 10 11 qualificado na organização. Assim, para estabelecer um plano de carreira na empresa, é fundamental a análise de seus padrões culturais, bem como de suas necessidades para o alcance das metas estabelecidas para a mesma. As abordagens sobre desenvolvimento de carreira entre os autores diferem bastante entre si. Algumas dão ênfase às necessidades da empresa e afirmam que seus colabora- dores devem planejar as suas carreiras com base nos anseios da empresa. Outras abor- dagens pregam o contrário, onde o próprio colaborador deve se preocupar com a sua felicidade e atrelar a carreira ao que lhe dá prazer. Não estamos aqui para dizer se tal autor está mais certo que outro, o que é preciso entender é que a responsabilidade pelo desenvolvimento profissional não pode ser responsabilidade de apenas uma das partes envolvidas na relação empresa-colaborador. Se a empresa precisa de pessoas com talento, sabe que tais indivíduos não nascem prontos, de modo que precisará arriscar nos profissionais que contrata, logo, se a organização optar em custear um colaborador em um curso de idiomas, porque tem a necessidade de ter sempre alguém que fale aquela outra língua, deverá arriscar e confiar que o colaborador participará do curso, aprenderá e trará resultados para a companhia; por outro lado, o colaborador poderá ficar tão bom que a concorrência fará uma oferta mais tentadora e este não resistirá. Mas o plano de carreira não deve ser apenas preocupação da empresa. O colabo- rador precisa investir em sua própria formação para ser interessante às organizações. Achar que a empresa é responsável pela sua carreira e esperar que promova o seu desenvolvimento sem que o colaborador se movimente para fazer justiça ao desenvol- vimento é demasiadamente ingênuo. Com as empresas reduzindo seus quadros e, ao mesmo tempo, sendo pressionadas pela concorrência, fazer frente a esta nova realidade exige de o profissional planejar e desenvolver sua carreira como se fosse um negócio. Quando a pessoa desenvolve e gerencia sua carreira como seu próprio negócio, deixa de ser dependente da instabilidade do mercado e da vontade das pessoas que a cercam. (PEREIRA, 2014, p. 307) É necessário que você reflita sobre este assunto, ou seja, que oplanejamento de carreira é bilateral, de modo que tanto a empresa precisa investir no colaborador, quanto o colaborador precisa investir em si mesmo. Ambos terão sucesso se acreditarem que planejar a carreira é mutuamente bom. Assista ao vídeo intitulado Planejamento de carreira, no qual você verá uma explicação bem prática sobre o planejamento de carreira. Disponível em: https://youtu.be/XfYTAbpieEk Cabe ressaltar que o gestor, de qualquer área da empresa, deve estar atento ao pla- nejamento da carreira de seus liderados e orientá-los, sempre que possível, a fim de ter uma equipe bem preparada para atendê-lo. 11 UNIDADE Planejamento Estratégico de Pessoas Gerenciamento de Carreira “Para se ter sucesso é preciso amar de verdade o que se faz”. (Steve Jobs) Gerenciar uma carreira é tarefa relativamente fácil. A carreira é o percurso profissio- nal que pode ser traçado e modificado ao longo da vida por um profissional. Este que pode acertar a carreira ou não. Se errada, torna-se necessário recomeçar e realinhar para acertar; mas se já começou certo, é preciso somente que seja pensada, refletida e planejada, isto é, gerenciada. Para gerenciar a carreira é importante tomar as decisões certas para obter o máximo desempenho de seu conhecimento, habilidade e atitudes, isto é, sua competência, cujo objetivo é alcançar o sucesso – e isto é gerenciável. O sucesso é o resultado de seu trabalho, dito de outra forma, é conseguir com seu trabalho atender às suas necessidades; mas para ter sucesso é necessário ter esforço e garantir a qualificação, o resultado de estudos formais e informais que deem a você conhecimento; segundo, é fundamental habilidade, pois somente o conhecimento não lhe dará qualificação, de modo que você precisa ter habilidade em usar esse conhecimento; terceiro, relacionamento, afinal, ter conhecimento e habilidade sobre o conhecimento, mas não saber se relacionar com as pessoas não levará você a lugar algum; e por último, atitude, pois sem esta os conhecimentos e as habilidades não servirão para nada. Na prática seria algo como o seguinte exemplo: você escolheu uma carreira como advogado(a). Estudou muito. Foi o(a) primeiro(a) aluno(a) em sua turma, mas nunca soube compartilhar o que sabia, não participava dos trabalhos e nem dos momentos de descontração; além disso, considerava seus colegas de turma tolos e incapazes. Surpreendeu-se alguns anos mais tarde em perceber que aqueles seus colegas eram ótimos profissionais, enquanto você, que tinha muito conhecimento, mas pouco relacionamento, nenhuma atitude e nada de habilidade, não conseguiu se quer exercer a sua profissão. Outro aspecto importante para o gerenciamento da carreira é o emocional – já dis- corremos sobre inteligência emocional em unidades anteriores. Imagine que você se preparou muito tempo para ser promovido(a), mas no momento em que a vaga ficou disponível, o escolhido foi outro colega. Você tem, então, duas atitudes a tomar: uma pautada na ausência de inteligência emocional e a outra, com inteligência emocional. No primeiro caso, você ficaria desmotivado(a), perderia o interesse pelas tarefas, cometeria erros e seria desligado(a) da empresa; no segundo, você parabenizaria seu colega, ficaria à disposição para ajudá-lo nas novas tarefas para que este percebesse o seu potencial e lhe ajudasse a crescer. Além disso, você precisa de estratégia. Escolher as empresas mais adequadas ao seu perfil profissional, definir cargos alinhados às suas competências. Atualmente você tem o apoio da internet para buscar informações sobe cargos e organizações. Converse com pessoas que tenham mais experiência que você e aprenda como ter sucesso e feli- 12 13 cidade na condução da sua carreira. Se as dúvidas forem muitas, procure um coaching, profissional que muito ajuda a clarear as ideias sobre o futuro profissional de cada um. E o mais importante, faça tudo que for possível para ser feliz na sua carreira, pois se você estiver feliz, todos à sua volta ficarão. Marketing Pessoal “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. (Peter Drucker) O profissional contemporâneo deve administrar a própria carreira como se fosse um prestador de serviços – e não um empregado. Assim como uma empresa, esse profissional oferece um produto e/ou serviço, cobra o preço pelo qual, mas também deve pensar em quais pontos pode atuar e, em hipótese alguma, deve esquecer-se de realizar a promoção ou divulgação de seu serviço. É impossível mencionar marketing sem retomar aos conceitos de Produto, Praça, Preço e Promoção (4P). Da mesma forma que um produto desenvolvido por uma empresa passa pelo crivo dos 4P, quando discorremos sobre marketing pessoal, podemos analisar o profissional pela mesma ótica, vejamos: 1. Produto – deve se adaptar às necessidades do mercado. Aspectos como de- sign, embalagem, durabilidade, entre outros, conferem ao produto maior o me- nor valor. Então, o profissional deve se preocupar em agregar valor a si e isso é possível com a atualização constante, como novas experiências profissionais, com postura adequada e, além disso, com uma boa apresentação pessoal. Deve estar atento ao perfil que as organizações procuram e encontrar em si qualida- des que possam preencher as exigências dessas organizações; 2. Praça – os grandes centros empresariais foram, durante muito tempo, asso- ciados à oferta de empregos, mas nem sempre é assim. Muitas das grandes empresas têm se deslocado dos grandes centros para regiões mais afastadas e, por isso, nem sempre a melhor oportunidade de trabalho está nas regiões me- tropolitanas. O profissional deve ponderar tal aspecto, avaliar, principalmente, se o tipo de serviço que presta tem maior demanda nos grandes centros ou em regiões mais afastadas. Deve refletir, ainda, se há intenção de mudança de cida- de e/ou Estado, ou se são preferíveis algumas modificações profissionais. Tudo isto deve ser ponderado quando se planeja a carreira; 3. Preço – Tratar da pretensão salarial ou dos honorários é sempre uma questão delicada. A maioria das pessoas não gosta, por exemplo, de dizer o quanto ganha. Esse assunto tornou-se quase um tabu, mas se torna importantíssimo quando se trata de carreira. O profissional deve saber o valor de seu trabalho e negociá-lo, do contrário, poderá ser descartado por estar “caro” demais, ou mesmo se estiver “barato” demais, logo, considerado como um produto de baixa qualidade. Vale ponderar sobre o quanto você cobra pelo seu serviço; 13 UNIDADE Planejamento Estratégico de Pessoas 4. Promoção – ao contrário do preço, o tema promoção é recorrente no ambien- te de negócios. Muito se tem dito da promoção, utilizando, para isso, o termo marketing pessoal. Importa fazer e manter bons contatos, além de cuidar da imagem. Mas, lembre-se de que quando se menciona imagem, não se pode restringir à apresentação física do profissional, mas, principalmente, ao compor- tamento ético e responsável desse. A postura contará muito para a propaganda de um profissional no ambiente de negócios. Algumas pessoas negligenciam isso, mas atitudes justas e éticas contam muito na imagem que os outros terão do profissional. Ao tratarmos de planejamento e gerenciamento de carreira, devemos considerar as- pectos simples, mas importantíssimos, pois o cuidado com os detalhes da carreira é que podem levar ao sucesso profissional. Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) “Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”. (Confúcio) Desde a pesquisa de Elton Mayo, sabemos que as pessoas buscam no trabalho satisfação no atendimento às suas necessidades. É na empresa que o colaborador passa maior parte de seu dia, deixando do lado de fora da organização a sua família, os seus amigos, entre outras situações que o deixam feliz, tais como esportes e estudos. Se você dividir as 24 horas do dia, perceberá que um colaborador passa mais tempo voltado ao trabalho que a si. Se pensarmos no valor da empresae no tempo que o colaborador passa dentro desta, entenderemos que a organização precisa ter um ambiente que torne o trabalho mais favorável. As empresas que perceberam que qualidade de vida traz felicidade ao colaborar e que este, mais feliz, produz com mais desempenho, mudaram a forma de gerir as pessoas e passaram a se preocupar com maneiras de tornar a vida do colaborador menos difícil no trabalho. Não há uma regra que possa ser seguida para definir o que traz qualidade de vida ao colaborador. Isso é medido de acordo com a empresa, sua área de atuação e a relação que tem com os colaboradores, mas existem algumas situações que são comuns às orga- nizações que resolveram investir na qualidade de vida de seus colaboradores, tais como: • Compensação justa e adequada – remunerar de acordo com o cargo e a função do colaborador, bem como com o que é praticado no mercado; • Condições de trabalho – oferecer ambiente salubre, seguro e saudável, com uma jornada de trabalho justa; 14 15 • Uso de desenvolvimento de capacidades – práticas de avaliação que propiciem o crescimento, atreladas à autonomia e ao bom relacionamento entre as pessoas; • Oportunidade de crescimento – plano de carreira com perspectivas profissio- nais voltadas à empresa e fora desta, bem como estabilidade profissional e cres- cimento interno; • Integração social – ambiente interno sem ações preconceituosas, adaptado às diferentes pessoas e respeito às quais; • Constitucionalidade – respeito ao indivíduo e ao profissional, cumprimento das leis trabalhistas; • Respeito – papéis definidos e delineados e horários que não impeçam o colaborador de viver a sua vida familiar; • Relevância social – empresa com imagem íntegra e que não afete a dos profissio- nais, ou seja, responsabilidade empresarial e respeito ao empregado. Os programas de qualidade total muitas vezes fracassam em decor- rência da gestão do fator humano. A gestão de pessoas é um dos fatores mais importantes do sucesso empresarial no que se refere à qualidade total e de vida. (PEREIRA, 2014, p. 213) A qualidade de vida no trabalho está relacionada à motivação, logo, não é difícil perceber quando é necessário se preocupar com QVT; basta realizar uma pesquisa de clima organizacional para descobrir quais aspectos incomodam os colaboradores e, diante das respostas, traçar as estratégias mais adequadas para devolver a motivação às pessoas. Assista ao vídeo intitulado Entrevista Drauzio Varella sobre qualidade de vida no trabalho. Trata-se de uma conversa bem interessante sobre a qualidade de vida no ambiente laboral. Disponível em: https://youtu.be/uSsC9jwwNV4 Endoempreendedorismo “Não tente ser uma pessoa de sucesso. Em vez disso, seja uma pessoa de valor”. (Albert Einstein) Empreendedorismo é uma palavra que está na moda – e já faz algum tempo. Não há muita dúvida sobre o seu significado. Segundo o Dicionário do Aurélio ([20--]), em- preendedorismo é a: “Atitude de quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quais- quer atividades de organização e administração”. Ou seja, o empreendedorismo prevê a criatividade e inovação. Tratam-se de algumas das características mais cobiçadas nos profissionais, uma vez que a maioria dos colaboradores atuantes nas organizações não 15 UNIDADE Planejamento Estratégico de Pessoas expõe essas habilidades, ou porque a empresa não dá espaço para isso, ou por terem receio de ficarem expostos. Qualquer que seja o motivo, o gestor precisa estimular seus colaboradores a apresentarem as suas ideias. Se olharmos a nossa história, o homem das cavernas era empreendedor. Diante das dificuldades impostas em sua época, precisou desenvolver estratégias para sobreviver. Isso não parou por aí. Nossa história mostra diversos momentos em que o indivíduo precisou criar para sair do lugar comum. Outro momento surpreendente foi a Revolução Industrial. Se você vivesse no século XVIII e lhe dissessem que o telefone era um apa- relho importante, muito provavelmente você responderia que telefone era uma tolice. O que diria, então, se tivesse sido congelado nessa mesma época e descongelado na atualidade, com os smartphones usados com naturalidade? O telefone e todas as suas variantes apenas foram possíveis porque alguém sonhou, acreditou nesse sonho e o fez virar realidade. Mas o que há de tão diferente em situação como a do telefone, computadores, aviões, navios etc.? A criatividade! É sobre isto que discorreremos! O trabalho realizado pelas pessoas há muito é mecanizado. Por mais que as teorias proponham que não seja dessa forma, é muito difícil excluir as tarefas repetitivas e, consequentemente, as pessoas tendem a ficar acomodadas em seu trabalho nada diferente todos os dias. O resultado é grave para as pessoas e empresas. Às organizações, a repetição das tarefas leva o colaborador a deixar de pensar no que está fazendo. Podem acontecer acidentes de trabalho, ou ainda doenças físicas ou psicológicas. Às pessoas, desmotivação, perda do interesse pela vida profissional, doenças físicas e psicológicas. Assista ao vídeo intitulado Criatividade é o que nos faz humanos, no qual você verá uma expli- cação sobre criatividade em tempos modernos. Disponível em: https://youtu.be/4OqFxRZb0E8 Contrário ao que a maioria pensa, criatividade não é estratégia para marketing ou desenvolvimento de novos negócios, é importante para qualquer área da empresa, afi- nal, as organizações que optaram em investir em criatividade para seus colaboradores perceberam os resultados muito rapidamente. As pessoas de bom humor tendem a ser mais criativas do que as mal- humoradas. Elas têm mais ideias, avaliam mais alternativas, e seus colegas acham que suas ideias são originais. (ROBBINS, 2010, p. 109) Assim, a empresa que procura promover criatividade deve: • Ter os seus canais de comunicação sempre abertos; • Diversidade de especialistas nas equipes; • Liberdade de apresentação de ideias, sem preocupação com hierarquia; • Estímulo às sugestões e novas ideias; • Autonomia e poder de decisão fornecidos às pessoas; • Sistemas abertos de gestão; 16 17 • Sentimento de pertencimento; • Visão do trabalho como satisfação; • Comprometimento da empresa e dos colaboradores. Os resultados são perceptíveis. Para as empresas, os lucros tendem a aumentar, o turnover diminui, os conflitos internos tendem a diminuir, as equipes trabalham mais sintonizadas etc. Para as pessoas, o trabalho passa a ter mais valor, de modo que ir ao qual deixa de ser penoso e cansativo; passam a se sentir parte da empresa – e os clientes percebem isso! Para tentar oferecer maior valor ao cliente as empresas não devem enfocar apenas a redução do preço. Elas devem buscar alternativas inovadoras, diferenciando sua proposta de valor dados concorrentes. O maior valor agregado quando a empresa consegue criar um ambiente em que exista uma forte relação emocional entre ela e seus clientes. (BARBIERI, 2012, p. 137) Entenda que as pessoas são ótimas para fazer a empresa ter sucesso, mas que precisam ser geridas em sua carreira. Como profissionais, se não dissermos às pessoas se estão acertando ou errando, continuarão a fazer o que executam sem pensar. Logo, se queremos pessoas que tragam resultados às organizações, precisamos conduzi-las para que sejam mais incríveis, gerenciadas, enfim, autônomas em suas ações. 17 UNIDADE Planejamento Estratégico de Pessoas Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Saiba a importância da avaliação de desempenho https://goo.gl/pSkJ9S João Paulo Pacífico, sócio-fundador do Grupo Gaia – como a felicidade dos funcionários pode impactar nos resultados Ouça o podcast intitulado João Paulo Pacífico, sócio-fundador do Grupo Gaia – como a felicidade dos funcionários pode impactar nos resultados. Além de ser um áudio divertido, o entrevistado faz uma abordagembem interessante sobre o impacto das empresas na vida dos colaboradores e como pensar em qualidade de vida no trabalho pode ajudar no desempenho das pessoas e, consequentemente, no resultado dos negócios. https://goo.gl/DQdq6Z Vídeos Max Gehringer - Faça o seu marketing https://youtu.be/3LSHXOOwehc Filmes Os Estagiários Trata-se de uma comédia bem divertida, mas que cobra um olhar apurado, a fim de perceber como os protagonistas fazem o planejamento e gerenciamento de carreira, bem como todo o processo de avaliação de desempenho. Perceba, ainda, o valor da qualidade de vida no trabalho e o endoempreendedorismo. 18 19 Referências AVALIAÇÃO de desempenho. 25 jan. 2013. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=AjAX30YV89c>. Acesso em: 3 fev. 2018. BARBIERI, U. F. Gestão de pessoas nas organizações – práticas atuais sobre o RH estratégico. São Paulo: Atlas, 2012. BITENCOURT, C. Gestão contemporânea de pessoas – novas práticas, conceitos tradicionais. 2. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2010. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. GRAMIGNA, M. R. Modelo de competência e gestão dos talentos. São Paulo: Pearson Makron, 2002. MASCARENHAS, A. O. Gestão estratégica de pessoas. São Paulo: Cengage Learning, 2013. MESQUITA, F. Planejamento de carreira. 10 maio 2017. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=XfYTAbpieEk>. Acesso em: 3 fev. 2018. PEREIRA, M. C. B. RH essencial – gestão estratégica de pessoas e competências. São Paulo: Saraiva, 2014. PÉRSICO, N.; BAGATINI, S. B. Comportamento humano das organizações. Curitiba, PR: Intersaberes, 2013. PIANGERS, M. Criatividade é o que nos faz humanos. TEDxUDESC Joinville, 8 mar. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4OqFxRZb0E8>. Acesso em: 3 fev. 2018. ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional – teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Avaliação de desempenho – saiba a importância de uma avaliação de desempenho. 13 dez. 2017. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/tipos- de-avaliacao-de-desempenho,bab3438af1c92410VgnVCM100000b272010aRC RD>. Acesso em: 3 fev. 2018. SIGNIFICADO de empreendedorismo. Dicionário do Aurélio, [20--]. Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/empreendedorismo>. Acesso em: 3 fev. 2018. 19 Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Gestão de Pessoas e Negociação Gestão de Pessoas Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Ana Beatriz Teixeira Silveira Revisão Textual: Prof.ª Me. Luciene Santos Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Origem e Evolução da Gestão de Pessoas; • Motivação; • Liderança; • Trabalho em equipe. Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Proporcionar visão sistêmica da gestão de pessoas, de sua formação, nos dias atuais. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Gestão de Pessoas UNIDADE Gestão de Pessoas Contextualização Para entender esta unidade, é importante que você assista a dois filmes: Daens, um Grito de Justiça e Um Senhor Estagiário. Você pode ter certeza de que vai gostar mui- to dos dois, mas assista com olhar nas pessoas, isto é, pessoas no ambiente de trabalho. Observe o modo como as pessoas são tratadas em ambas as produções. Se você já assistiu, deve ter percebido que, em Daens, o trabalhador era tratado com total desvalorização: mal remunerado, ambiente de trabalho em péssimas condições, so- cialmente mal visto, enquanto em Um Senhor Estagiário é exatamente o oposto: as pessoas são valorizadas! Daens - Grito de Justiça: https://youtu.be/aZukyg1Wov4. Um senhor estagiário: https://youtu.be/jpLoPaInLtg. Você deve alegar que isso faz parte do contexto da época e, em parte, você tem razão, mas não é só isso. Há, no decorrer da História da Administração, um momento em que se percebe que as pessoas são mais importantes que as máquinas, e é por isso que temos hoje empresas que tratam seus colaboradores como as pessoas são tratadas em Um Senhor Estagiário. Muito bem, criado nosso ambiente de estudo, vamos entender como realmente essa história aconteceu e em que ela resulta para as empresas atuais. 6 7 Origem e Evolução da Gestão de Pessoas “Você pode sonhar, criar, projetar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas são necessárias pessoas para fazer do sonho uma realidade. “ Fonte: Walter Elias Disney - https://goo.gl/TV8H57 Em que momento as pessoas tornaram-se importantes para as empresas? Antes da Escola das Relações Humanas Você já deve ter estudado a história da Administração. Sabe, entre outras coisas, que a Administração, como ciência, tem início com as ideias de Frederick Taylor. Taylor focou seus esforços para entender a Administração pela observação das gran- des empresas organizadas que se tinha exemplo em sua época: a Igreja e os Exérci- tos. Nessas duas empresas, as pessoas eram apenas meios para alcançar os objetivos. Lembre-se de que Taylor vivia a segunda fase da Revolução Industrial e desenhou o modelo de gestão para as empresas da época seguindo o mesmo pensamento, isto é, a administração da empresa tinha enfoque mecanicista do ser humano, logo o operário era considerado mera engrenagem no corpo da empresa. Era desrespeitado por sua condição de ser humano. Não devemos, no entanto, afirmar que Taylor estava errado, pois era esse o modelo que funcionava nas empresas de sua época e se temos outra visão hoje, é por que Taylor deu início a essa discussão e muito do que ele praticava, é validado ainda hoje, como a divisão do trabalho em tarefas mínimas, que estimulou o desenvolvimento de estudos de tecnologia e automação industrial. Para muitos, esses dois últimos assuntos são conside- rados culpados por demissões nas empresas, mas a finalidade mais adequada é que auto- mação industrial e tecnologia tornam o trabalho humano menos repetitivo e monótono. Outro estudioso importante da Administração foi Fayol. Ele seguiu os pensamentos de Taylor, mas, como é normal, acrescentou sua visão, pois adequou os estudos de Taylor ao que era vigente na Europa. Henri Fayol foi considerado o pai da Administração, pois pensava a empresa de forma abrangente e completa. Relacionou quatorze princípios básicos que completam os estudos de Taylor: divisão do trabalho, autoridade e responsabilidade, unidade de comando, unidade de direção, disciplina, prevalência dos interesses gerais, remunera- ção, centralização, hierarquia, ordem, equidade, estabilidade dos funcionários, inicia- tiva e espírito de corpo. Alguns dos princípios defendidos por Fayol são estudados até hoje. Têm roupagem nova, mas o valor é o mesmo: estabilidade dos funcionários = retenção ≠ turnover e espírito de corpo = trabalho em equipe. Esses são bons exemplos de como os princípios de Fayol são validados até os dias de hoje. 7 UNIDADE Gestão de Pessoas Turnover é a alta rotatividade de funcionários em uma empresa, ou seja, um empregado éadmitido e outro desligado de maneira sucessiva. Fonte: https://goo.gl/gA42GH Se compararmos Taylor e Fayol é possível perceber que eles tinham olhares total- mente diferentes. Enquanto Taylor preocupava-se com a empresa cujo olhar era do chão de fábrica para cima (Administração Científica), Fayol olhava a empresa com o sentido contrário, isto é, de cima para baixo (Administração Clássica). Até aqui, você deve ter percebido que não se fala em pessoas com valor para as empresas. Ao contrário disso, percebe-se que as máquinas são importantes, mas as pessoas não. Embora essa fosse a visão da época, não podemos nos esquecer de Henry Ford. Ele não foi estudioso da Administração, mas demonstrou interesse pelas pessoas no ambiente de trabalho, diferente de seus contemporâneos que entendiam o sucesso das empresas pelo uso das máquinas. “Em primeiro lugar, um empreendedor deve compreender as pessoas que trabalham para ele. Ele não deve cometer o erro de pensar neles como unidades ou ganhadores de salários ou como sendo diferentes dele mesmo, em qualquer aspecto. Se ele for obter seu melhor trabalho ou esforço, seu interesse e, consequentemente, os melhores resultados em seus negócios, ele deve perceber que os seres humanos que trabalham para ele têm as mesmas ambições e desejos que ele.” FORD, Henry. How I made a success of my business. in FERREIRA A. N.; REIS. A.C.F.; PEREIRA, M.I. Gestão Empresarial. 2011. Pág. 17. E é a partir da fala de Henry Ford que vamos dar sequência ao pensamento do valor das pessoas nas organizações. A Escola das Relações Humanas Você deve saber que uma ciência não tem data de início, desenvolvimento e térmi- no. Ela começa e evolui, com acréscimos e mudanças de acordo com as necessidades daqueles que se interessam pela ciência. Com a Administração não foi diferente. Após as primeiras ideias de Taylor e Fayol, outros, de acordo com o que observavam e estu- davam, desenvolveram outras linhas de pensamento sobre gestão. O quadro abaixo demonstra isso: Tabela 1 - As Principais Teorias da Administração ANOS TEORIAS 1903 Administração Científica 1909 Teoria da Burocracia 1916 Teoria Clássica 1932 Teoria das Relações Humanas 1947 Teoria Estruturalista 8 9 ANOS TEORIAS 1951 Teoria dos Sistemas 1953 Abordagem Sociotécnica 1954 Teoria Neoclássica 1957 Teoria Comportamental 1962 Desenvolvimento Organizacional 1972 Teoria da Contingência 1990 Novas Abordagens Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração. Slide 11 Da mesma forma que Taylor e Fayol registraram seus pensamentos sobre a Adminis- tração, com Elton Mayo não foi diferente, mas o enfoque que ele colocou é o que desejo tratar com vocês, isto é, a partir das observações de Mayo é que se tem a percepção do valor humano nas empresas. Elton Mayo seguiu os pensamentos iniciados por Kurt Lewin sobre as pessoas nas empresas. Para conhecer as ideias de Kurt Lewin, assista ao vídeo: https://youtu.be/gSHoBGjY4AU. Vale lembrar que, por volta de 1930, o capitalismo americano sofre forte abalo. Falo da Crise de 29. Essa crise afetou a economia mundial. Apenas para situar o tempo da Crise de 29, os empresários pagavam salários baixos, aumentavam a produção e mantinham os preços elevados. O Estado não intervinha e os empresários recorriam a financiamentos da estocagem. Isso resultava em paralização da produção, desemprego e como os preços eram altos, os estoques permaneciam cheios. A crise refletia a situação na Bolsa de Valores, que negociava cada vez mais produtos a preços baixos, o que resultou na famosa quebra da Bolsa. Somente após a Crise de 29 que o Governo interviu para evitar situações semelhantes no futuro e adotou medi- das para isso: salário mínimo, tempo máximo de trabalho por dia, previdência social e legalização dos sindicatos. Foi em meio à Crise de 29 e à vigência das teorias de Taylor e Fayol que as empresas sinalizavam a necessidade de eficiência, logo as empresas consideraram a importância conjunta dos fatores humanos e materiais para avaliação da produtividade no trabalho. Elton Mayo contribui diretamente para o entendimento do valor humano nas empre- sas. A base de seu estudo era o comportamento humano e apontava quatro pressupostos a serem comprovados: Pressuposto − algo que se pressupõe; que se supõe antecipadamente, ou seja, aquilo que se imagina e pensa sobre determinada coisa ou situação antes mesmo de ter contato ou conhecimento sobre ela. Fonte: https://goo.gl/YKScSG • Integração e comportamento sociais – o empregado tem necessidade de inte- gração social, isto é, quando integrado socialmente à empresa e aos demais traba- lhadores, os resultados produzidos são mais ajustados às necessidades da empresa. 9 UNIDADE Gestão de Pessoas É o espírito de corpo (trabalho em equipe) de que falei anteriormente com vocês. Nem sempre o trabalhador concorda com o que os demais trabalhadores fazem, mas por fazer parte do grupo social, ele adere ao movimento, uma greve, por exemplo. Segundo esse pressuposto, os aspectos sociológicos, psicológicos e emo- cionais são mais importantes que os técnicos; • Participação nas decisões – o valor da participação nas decisões. O trabalhador é um ser pensante, logo deve ser considerado nas decisões do trabalho em uma iniciativa de baixo para cima, com vista ao aumento da produtividade; • Homem Social – o trabalhador não visa nas relações com o trabalho somente o salário, ele valoriza mais as relações sociais como reconhecimento, aprovação e participação dos grupos; • Conteúdo do trabalho – o trabalho deve estimular o trabalhador. Tarefas monó- tonas e repetitivas não colaboram com a produção, portanto, as tarefas devem ser estimulantes e levar o trabalhador a produzir mais e com qualidade. Para comprovar seus pressupostos, Mayo realizou a experiência de Hawthorne, realizada em uma unidade de montagem de relés da indústria de Hawthorne da Western Eletric. A base da experiência seguia os pressupostos citados anteriormente e que estavam justificados no abatimento moral dos trabalhadores das empresas americanas: perda do interesse pelo trabalho, fadiga e monotonia. A observação da experiência foi feita em grupos. Um grupo continuou a trabalhar sem alterações das tarefas, o outro grupo sofreu alterações na iluminação, pausas e jornada de trabalho. O que se percebeu incialmente foi que somente pela presença dos pesquisadores no ambiente de trabalho, os trabalhadores entenderam que havia interesse por eles e ambos os grupos sinalizaram alterações positivas na produtividade. Os resultados da experiência de Hawthorne foram decisivos para mudança da visão mecanicista para a humanística. Percebeu-se que: • A produtividade dos trabalhadores era determinada por padrões e comportamentos informais estabelecidos pelo grupo de trabalho; • Os padrões e as normas informais dos grupos de trabalhadores são influenciados por elementos que eles trazem em sua cultura e hábitos próprios e refletem carac- terísticas de sua socialização; • Quando existe um conflito entre as regras de trabalho e os padrões informais esta- belecidos pelo grupo, a tendência era diminuir a produtividade. Mayo conclui duas situações muito significativas. A primeira foi sobe o esforço coletivo: • Fortalecer relações com os grupos e não individualmente; • Desenvolver as bases do trabalho em equipe, autogoverno e cooperação. A segunda foi sobre Conceito de Autoridade: • Supervisor como um intermediário entre alta administração e grupos; • Autoridade não deve se basear na coerção e sim na cooperação e na coordenação. 10 11 Sobre as conclusões de Elton Mayo, o rumo dos estudos conduziu para a seguinte situação: a empresa é um sistema social, dividida em organização formal e organização informal. Na organização formal, estão concentrados os objetivos, as tecnologias, a estrutura, as competências, os equipamentos, isto é, o que é tangível e mensurável. Já na organização informal há o que não está previstono organograma oficial, pois tem caráter espontâneo e é formada por grupos informais, pelos aspectos afetivos, culturais e jogos de poder. Definem normas de conduta dos grupos informais, a cultura organi- zacional, a regras para gerenciar conflito e cooperação, além de definir poder e política dentro dos grupos. Agora que você já sabe como as pessoas passaram a ser valorizadas nas empresas, passamos a estudar os aspectos que resultaram da transição da Teoria Clássica para as Teorias das Relações Humanas. Vários assuntos envolvem a teoria, mas o foco do nosso estudo não é a teoria e sim três assuntos muito pontuais resultantes da teoria: motivação, liderança e trabalho em equipe. Leia o texto “Gestão das relações humanas na organização”, em: https://goo.gl/qjaLDD. Motivação “A persistência é o menor caminho para o êxito.” Fonte: Charlie Chaplin – https://goo.gl/WY1tsi Começo essa parte do estudo com o seguinte diálogo: Definimos motivação como o processo responsável pela intensidade, pela direção e pela persistência dos esforços de uma pessoa para alcançar determinada meta. Embora a motivação, de maneira geral, esteja relacionada ao esforço para atingir qualquer objetivo,[...]. (ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional, 2010, pág. 196) Por si só, o assunto já ficaria explicado pela citação do autor, mas a situação não é tão simples assim e é necessário discutir um pouco mais profundamente para que ele fique bem entendido. Motivação é uma condição do indivíduo e que ninguém pode motivar o outro. O que pode ser feito a alguém é produzir estímulos para que o indivíduo fique motivado. Isso é muito importante de ser entendido, pois desmitifica uma fala muito comum nas empre- sas: “Precisamos motivar os colaboradores!”. Quando se percebe essa necessidade, está mesmo na hora de produzir estímulos capazes de fazer as pessoas quererem produzir esforços no sentido que a empresa necessita. Um dos grandes desafios que a maioria dos profissionais enfrenta em sua rotina diária é manter a motivação no trabalho e esse problema não é só do colaborador. O emprega- dor também precisa estar atendo aos níveis de motivação de seus colaboradores. 11 UNIDADE Gestão de Pessoas Os estudos sobre motivação vêm das Teorias Comportamentais, cuja base é a neces- sidade, isto é, o indivíduo torna-se motivado a partir de uma necessidade. Fácil entender o processo. Imagine que você está com fome. Sua necessidade é comer para saciar a fome, certo? Mas para comer você deverá aplicar algum tipo de ação: comprar a comi- da, fazer a comida, pedir a comida entre outras situações e, somente, depois da ação realizada, é que você terá a necessidade satisfeita. A motivação está exatamente na ação que você realizará para satisfazer a necessidade. Necessidade é o desconforto entre o estado real e o estado ideal. A motivação é constante. Uma vez saciada uma necessidade, outra surgirá e assim sucessivamente. Dessa forma: • Toda necessidade cria um estado de tensão e uma predisposição à ação; • A motivação leva o indivíduo ao comportamento cujo foco é satisfazer suas necessidades; • Satisfeita a necessidade, o indivíduo chega ao seu equilíbrio, normalmente, essa satisfação é temporária; • Caso um comportamento ou ação não leve à satisfação da necessidade, é por que ocorreu uma barreira e, nesse caso, há a frustração; • A frustração pode levar a reações emocionais diversas: agressividade, inércia, omis- são, aceitação ou alienação; • Assim se cria o ciclo motivacional. Equilíbrio Estímulo Satisfação Necessidade Ação ou Comportamento Tensão Figura 1 As teorias que falam sobre motivação são muitas e não são o foco desse estudo, mas entendo ser importante que você, em algum momento, faça alguma leitura sobre o assunto. Procure entender mais sobre as seguintes teorias: 12 13 • Hierarquia das necessidades (Maslow); • ERC (Alderfer); • Dois fatores (Herzberg); • Realização ou necessidades adquiridas (McClelland); • Expectação (Vroom); • Equidade (Stacy Adams); • Teoria do reforço (Skinner). Para ampliar seus estudos, sugiro que você assista ao vídeo Teoria Comportamental. Ele trata das teorias comportamentais com foco nas empresas. O vídeo é bem curtinho e você vai entender por que a Psicologia contribui tanto nesse período nas empresas. Acesse o link: https://youtu.be/sWNGM4Uz3U4. O que sabemos sobre a motivação nas empresas é que ela vai movimentar o moral dos colaboradores e provocar diferentes resultados no comportamento deles, o que pode afetar, significativamente, o clima organizacional. Tabela 2 MORAL ELEVADO Fanatismo Euforia Atitudes positivas Satisfação Otimismo Cooperação Coesão Colaboração Aceitação dos objetivos organizacionais Boa vontade Identificação Atitudes negativas Insatisfação Pessimismo Oposição Negação Rejeição dos objetivos organizacionais Má vontade Resistência Dispersão Disforia BAIXO MORAL Agressão 13 UNIDADE Gestão de Pessoas Agora, você já compreende o valor da motivação no ambiente empresarial, e só precisamos acrescentar um ponto muito importante: a empresa não pode motivar, ela pode oferecer estímulos para manter a motivação. Cabe ao líder perceber o nível de motivação dos colaboradores e manter a média de motivação para obter os resultados esperados pela empresa. Assim, encerramos mais um tema relacionado à gestão de pessoas e que nos leva diretamente a outro assunto de extrema importância: a Liderança. Liderança “De todas as coisas que fiz, a mais importante foi coordenar as pessoas que trabalham comigo e seus esforços para alcançar nossos objetivos. “ Fonte: Walter Elias Disney https://goo.gl/9sWkiZ Eis aqui outro assunto que leva à muita discussão, aliás, leigos e estudiosos, todos têm uma opinião sobre o que é liderança, mas é preciso cautela para definir Liderança. Quando Elton Mayo fala, em sua pesquisa em Hawthorne, sobre a importância do comando nas tarefas e como as pessoas reagem a esse comando, ele, naquele momento, não define liderança. Porém, desperta nos demais estudiosos a necessidade de entender a liderança, pois percebeu que pessoas precisavam de comando, mas que comandar não era simples, muito menos fácil, afinal, falamos de pessoas e sabemos que elas são diferentes, inteligentes e organizadas. Para entender mais em como surgiu o uso do termo ‘liderança’, sugiro que você leia o texto “Liderança: a administração do sentido”, em: https://goo.gl/86DG7p. O que é possível afirmar sobre a liderança, na época de Mayo, é que os estudiosos entenderam sua importância para as empresas, assim como os administradores também, e logo procuraram desenvolver uma descrição das características que um líder deveria ter. Muitos erros foram cometidos por tentar seguir essa descrição, mas por meio de erro também foram entendidas muitas coisas sobre a liderança, por exemplo: • Liderança não é nata. O indivíduo pode desenvolver a liderança ao longo de sua vida; • O líder não lidera em tempo integral e nem é líder de todas as situações, aliás, isso seria muito chato; • As características físicas do indivíduo não definem seu poder de liderança. Essas três estão em destaque e ainda hoje passam pelo crivo do senso comum. Posto isso, é preciso adotar uma postura sobre as teorias de liderança. Creio ser inte- ressante alertá-lo de que todas as teorias são valiosas e que você deve conhecê-las mais profundamente para que possa formar sua própria opinião. Para ampliar sua visão sobre liderança, assista ao vídeo “Administração - Aula 28 (Liderança)”. Nele você encontrará boa orientação sobre comportamento e ajudará a compreender por que os estudiosos deram tanta atenção ao comportamento dos trabalhadores nas empresas. Acesse o link: https://youtu.be/I6jqwCj1wPM. 14 15 Embora o tema liderança transite pelo cenário empresarial desde a primeira metade do século XX, e as empresas busquem encontrar os líderes mais assertivos desde então, existe grande dificuldade em diferenciar um líder deum chefe. Talvez haja mais chefes nas empresas que líderes, pois, mesmo que seja grande a distinção entre os papéis dos dois, líderes e chefes, há muita dificuldade de o indivíduo posicionar-se como líder e não como chefe, isto é, a liderança está muito mais para a forma de influenciar as pessoas para determinado objetivo do que a forma em como a pessoa cumprirá com aquilo para o que foi contratada de acordo com a ordem recebida. Definimos liderança como a capacidade de influenciar um conjunto de pessoas para alcançar metas e objetivos. (ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional, pág. 359 2010). Entendido o que é liderança, vamos ao último assunto desta unidade: trabalho em equipe. Trabalho em Equipe “O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe ganha campeonatos. “ Fonte: Michael Jordan - https://goo.gl/ophKis Até aqui, esperamos que você tenha compreendido claramente o que é liderança, pois o trabalho em equipe está diretamente relacionado ao contexto de liderança. Se liderar é influenciar pessoas para que um objetivo seja alcançado, trabalhar em equi- pe é reconhecer essa influência, e junto a outras pessoas produzir os resultados esperados. Parece confuso, pois nossa cultura não nos permite muito facilmente entender como isso acontece. Vivemos uma sociedade muito individualista, cujo benefício isolado pare- ce ser melhor, mas não é, ao contrário disso, o trabalho em equipe é muito mais eficaz. Para ajudá-lo a entender esse conceito, queremos que você volte aos dois filmes men- cionados no começo desta unidade. Lembra? Daens e Um Senhor Estagiário! Nos dois casos, as histórias aconteceram porque as pessoas trabalharam em equipe. Na rebelião de Daens, ou no acerto do erro de Jules ao enviar a mensagem para sua mãe, só foi possível atingir o objetivo porque as pessoas trabalharam em equipe. Equipe: Grupo em que os esforços individuais resultam em um nível de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais. (ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional, pag. 239, 2010). Trabalhar em equipe é bem diferente de trabalhar em grupo. Isso é outro fato bastan- te confuso para as pessoas nas empresas, mas é bem simples de entender. A empresa, isto é, todas as pessoas que trabalham em uma empresa formam um grupo e estão orga- nizadas em equipes. Cada uma dessas pessoas está inserida em uma função e desenvolve determinadas tarefas de acordo com suas competências. Se uma dessas pessoas falhar 15 UNIDADE Gestão de Pessoas sozinha no pensamento de grupo, todos sofrerão os impactos do erro, mas se essa mesma pessoa errar dentro de uma equipe, os demais integrantes são capazes de reor- ganizar a situação e arrumar o erro antes que o grupo – a empresa – sofra o impacto. E você deve estar se perguntando como a liderança está relacionada ao trabalho em equipe, certo? Muito bem observado! O papel do líder é fazer com que essa equipe trabalhe em sintonia, produza sinergia e esteja afinada aos anseios da empresa. Quanto maior for a influência do líder sobre as pessoas de sua equipe, maiores serão os resultados para a empresa. Assista ao vídeo “trabalho em equipe“. Nele você vai perceber o poder do trabalho em equi- pe. Acesse o link: https://youtu.be/PnYUbaWe0hY. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Nos bastidores da Disney Nos bastidores da Disney. Tom Connellan, Saraiva, nele você vai encontrar a abordagem sobre as estratégias da Disney para atender as expectativas de seus clientes. Filmes Daens – Um grito de Justiça 1993 Daens – Um grito de Justiça 1993 – Drama – Bégica, França e Países Baixos. Na cidade de Aalst, norte da Bélgica, um grupo de trabalhadores vive em condições miseráveis, vítimas da exploração da indústria de tecidos onde estão empregados. A situação começa a mudar quando um padre revolucionário é transferido para a cidade e assume a igreja local. Um senhor Estagiário Jules Ostin (Anne Hathaway) é a criadora de um bem-sucedido site de venda de roupas que, apesar de ter apenas 18 meses, já tem mais de duas centenas de funcionários. Ela leva uma vida bastante atarefada, devido às exigências do cargo e ao fato de gostar de manter contato com o público. Quando sua empresa inicia um projeto de contratar ido- sos como estagiários, em uma tentativa de colocá-los de volta à ativa, cabe a ela trabalhar com o viúvo Ben Whittaker (Robert De Niro). Aos 70 anos, Ben leva uma vida monótona e vê o estágio como uma oportunidade de se reinventar. Por mais que enfrente o inevitá- vel choque de gerações, logo ele conquista os colegas de trabalho e se aproxima cada vez mais de Jules, que passa a vê-lo como um amigo. Leitura A liderança e o trabalho em equipe https://goo.gl/QQbsYR 17 UNIDADE Gestão de Pessoas Referências CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. São Paulo: Editora Campus Elservier. Disponível em: <www.elsevier.com.br> e<www.chiavenato.com>. Acesso em: 19 jun. 2018. ________. Gestão de Pessoas. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. FERREIRA A. N.; REIS. A.C.F.; PEREIRA, M.I. Gestão Empresarial. De Taylor a nossos dias – Evolução e Tendências da Moderna Administração de Empresas. São Paulo: Cengage Learning, 2011. PEREIRA, M. C. B. RH Essencial – Gestão Estratégica de pessoas e competências. São Paulo: Saraiva, 2014. ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional – Teoria e Prática no contexto brasileiro. 14 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 18 Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Gestão de Pessoas e Negociação Clima Organizacional e Cultural Organizacional Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Ana Beatriz Teixeira Revisão Textual: Prof.ª Me. Luciene Santos Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução; • Comunicação Empresarial; • Cultura Organizacional; • Relacionamento Interpessoal; • Inteligências; • Ética Profissional. Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Conhecer os aspectos ambientais da empresa. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Clima Organizacional e Cultural Organizacional UNIDADE Clima Organizacional e Cultural Organizacional Contextualização Você gostaria de ter em seu currículo empresas consideradas como boas para traba- lhar? Empresas como Bradesco, Gol Linhas Aéreas, ou Grupo AMBEV? Creio que sim. O que você tem de expectativa quanto a essas empresas é que supõe serem empresas com bom ambiente de trabalho, que ofereça possibilidade de crescimento, boa remu- neração, benefícios adequados ao cargo etc. Mas você não conhece essas empresas o suficiente para garantir que, se trabalhar em qualquer uma delas, terá a satisfação neces- sária para ser feliz. Em verdade, o que fazemos é, por nossa observação da imagem da empresa repre- sentada pelas informações divulgadas, acreditar que são boas empresas e elas vão se preocupar em fazer essa divulgação para garantir que a sociedade tenha a ideia de que são empresas confiáveis. Isso faz parte das estratégiasde competitividade, o que não quer dizer que será realmente boa para você. O que sabemos é que essas empresas, por externarem valores que se adequam aos nossos anseios, garantem que profissionais mais qualificados sejam atraídos para elas. É sobre isto que vamos tratar nesta unidade: o ambiente da empresa. Bom estudo! 6 7 Introdução Antes: As pessoas são importantes para a empresa, isso já sabemos, mas elas são capazes de indicar o caminho que os negócios podem seguir? Clima Organizacional Uma folha que cai desarruma o universo. O respiro de uma ave afeta o clima da Terra. O balançar de uma teia de aranha afeta a galáxia. Uma criança que nasce muda o destino do mundo. Cada gesto de amor salva toda a humanidade. (Valter da Rosa Borges) Stephen Robbins, em seu livro Comportamento Organizacional, alerta que as ha- bilidades técnicas são importantes, mas insuficientes para o sucesso das atividades de gestão. O autor adverte que o ambiente profissional cada vez mais competitivo e deman- dante requer dos gestores habilidades interpessoais que possam amenizar as pressões do cotidiano (ROBBINS, 2010). O desenvolvimento das habilidades interpessoais dos gestores também auxilia as organizações a atrair e reter funcionários com alto nível de desempenho. Independentemente das condições do mercado de trabalho, os funcionários que se destacam estão sempre em falta1. Empresas com reputação de serem bons locais de trabalho – tais como CPFL Energia, Randon, Plascar, Eurofarma, Unimed Rio e Cultura Inglesa – levam grande vantagem . um exemplo da importância das habilidades interpessoais dos gestores é que nas melhores empresas para se trabalhar, onde as práticas de liderança e relacionamento são mais bem avaliadas, cerca de 20 por cento dos funcionários permanecem por mais de dez anos nas organizações, ao passo que nas outras empresas brasileiras esse índice é de apenas nove por cento2. (ROBBINS, 2010, p.2) Nota-se, no comentário de Robbins, a importância do Clima Organizacional na ges- tão estratégica de pessoas, uma vez que a motivação profissional ultrapassa questões técnicas ou de remuneração. A definição de Clima Organizacional varia um pouco entre os autores da área. Mas, de certa forma, as definições recaem sobre os calores, as atitudes e as crenças que permeiam as organizações e influenciam o comportamento. A constituição do clima 1. Ver, por exemplo, C.Pentilha, “Hiring Hardships”. Entrepreneur, out, 2002, p.34-35 2. Daniela Diniz, “Um exemplar para o Brasil”, Guia Você S/A Exame – As melhores Empresas para Você Trabalhar 7 UNIDADE Clima Organizacional e Cultural Organizacional organizacional incide sobre as impressões gerais, ou a percepção que os funcionários têm acerca desses aspectos. Todavia, importa ressaltar que, como nem todos perce- bem os acontecimentos do mesmo jeito, a impressão ou a opinião que os funcionários têm acerca do clima organizacional não é unânime, pois pode variar de funcionário para funcionário. Um aspecto é certo, o clima organizacional reflete o comportamento organizacional, isto é, atributos específicos de uma organização, seus valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual, pessoas ou grupos, relacionam-se no ambiente de trabalho. Assim, como aponta Robbins (Comportamento Organizacional , 1996 , Stephen P. Robbins), a satisfação no ambiente de trabalho, relaciona-se a fatores que vão além da remuneração e tipo de trabalho exercido, a motivação pode estar diretamente vinculada aos relacio- namentos interpessoais promovidos na organização. O clima é resultante da cultura das organizações, de seus aspectos positivos e nega- tivos e que constituem a atmosfera psicológica que envolve a relação entre a empresa e os funcionários. Falar sobre clima nos remete, muitas vezes, às variações do tempo. O clima atmos- férico inclui os diversos fenômenos climáticos aos quais a Terra está sujeita. As quatro estações: primavera, verão, outono e inverno, transmitem-nos um pouco a ideia de cli- ma. Esse está sujeito às tempestades, à bonança, às tormentas, às frentes frias, à chuva mais intensa, ao tempo seco etc. O clima organizacional não é muito diferente. O que chamamos de clima organizacional compreende a atmosfera psicológica da empresa, formado pelas pessoas que trabalham numa empresa e constituem o meio interno dela. Assim, tal como as variações climáticas, das quais a Terra está sujeita, há, também, muitas variações climáticas na empresa. Podemos encontrar, nas organizações, momentos de tormenta outros de bonança, ou seja, o clima pode “esquentar” ou ficar “ameno”. E, com certeza, essas variações climáticas interferem no desempenho organizacional. Vejamos: o clima atmosférico é influenciado pelos chamados fatores climáticos, ou seja, elementos naturais ou influenciados pelas ações humanas, que são capazes de alte- rar as características do clima. Dentre os fatores climáticos, podemos destacar: a pressão atmosférica, as massas de ar, a vegetação, a altitude, a latitude, as correntes marítimas, o relevo, entre outros. Para que sejam compreendidos, os fatores climáticos precisam ser estudados de forma interdisciplinar, pois um interfere no outro. Do mesmo modo que os fatores climáticos interferem no clima terrestre, existem alguns fatores influenciadores do clima organizacional. Esses fatores podem ser destaca- dos aleatoriamente. 8 9 Tabela 1 Clareza Organizacional Entendimento dos objetivos globais da organização e do cargo de forma clara e racional. Recompensa Análise da remuneração total compatível ao mercado e que contribua para um bom desempenho. Ritmo de Trabalho e Desempenho Avaliação do grau mínimo e máximo de aceitação de desempenho, envolvendo padrões de qualidade, recursos, esforços e dedicação. Norma e Valores de Empresa Aceitação das normas da empresa embasadas na disciplina e em sua interferências no serviço. Relacionamento Identificação e/ou empatia dos funcionários enquanto grupo (espírito de equipe, desentendimentos, ajuda, colaboração, entre outros) Liderança Confiança e aceitação manifestada pelo funcionário em relação à chefia. Motivação Estado emocional para realização das tarefas oportunidades, desafio, reconhecimento e aproveitamento a capacidade do funcionário. Desenvolvimento Análise da preparação e habilitação do funcionário fornecida pela empresa. Orientação para crescimento e critérios de promoção. Segurança e Estabilidade Avaliação quanto ao vínculo empregatício e a permanência na empresa. Comunicação Descrição do nível formal e informal de interação (reunião, burocracia, integração, troca de ideias, comunicação por escrito, entre outros aspectos). Liberdade e Respeito Profissional Avaliação da autonomia e respeito concedidos aos funcionários na exposição de suas ideias. Local de Trabalho Análise da adequação e adaptação do funcionário quanto ao espaço físico de trabalho. Tomada de Decisão Ações das chefias para deliberar, autorizar a aprovar medidas (centralização e objetividade). Respeito à Empresa e Orgulho Admiração e identificação com a empresa e sua imagem, bem como apoio e consideração dessa pelos funcionários. Cabe ressaltar que motivar ou tornar satisfeitas necessidades dos colaboradores é par- te da missão da área de gestão de pessoas cujo objetivo é o diagnosticar, periodicamen- te, o clima organizacional, especialmente, porque ele afeta próprio desempenho dos ne- gócios. Daí a importância de o gestor de pessoas saber mensurar o clima organizacional, avaliar os fatores influenciadores, pois só assim poderá intervir de forma mais pontual. Ao realizar o Diagnóstico Organizacional, tem-se como objetivo obter informações precisas, tal como um termômetro dos vários fatores organizacionais que possam afetar o relacionamento do grupo e/ou o andamento do trabalho na organização como um todo. Dentro desse contexto, a técnica de Pesquisa de Clima Organizacional constitui um dos instrumentos mais utilizados no DiagnósticoOrganizacional, o qual permite monitorar e avaliar o nível de satisfação dos colaboradores, podendo fornecer dados diversos como, por exemplo, qual o vínculo e o grau de comprometimento dos colabo- radores com as atividades desenvolvidas, finalmente, com a organização. Além da pesquisa, existem outras formas de se diagnosticar o clima organizacional, entre elas, podemos destacar as entrevistas de desligamento, programas de sugestões, reuniões com os colaboradores e avaliações informais de clima. Reforço que o papel do líder na avaliação de clima da empresa, começa pela observação da equipe que está sob seu comando. Erros constantes, faltas injustificadas ou turnover podem indicar que a equipe está vivendo algum tipo de problema e isso impactará os resultados da equipe e, consequentemente, da empresa. 9 UNIDADE Clima Organizacional e Cultural Organizacional Como não é o foco desta disciplina estudar pesquisa de clima Organizacional, sugiro que você assista ao vídeo Pesquisa de Clima Organizacional em: https://youtu.be/p0peQmcVBDM A mensuração do clima organizacional tem se mostrado tão importante nas organiza- ções que a maioria dos órgãos certificadores de excelência empresarial e organizacional exige o uso de pesquisas de clima no processo de qualificação das empresas, todavia, a aplicação da pesquisa não deve se restringir ao cumprimento de tais exigências, ao contrário, o resultado de pesquisas devem fornecer dados importantes tanto para iden- tificação de oportunidade de melhorias, quanto para a elaboração de um plano de ações. Cabe ao gestor estar atento e, tal como o “Homem do Tempo”, aprender a observar as mudanças climática e saber agir e, principalmente, reagir a elas. Comunicação Empresarial “Se falares a um homem numa linguagem que ele compreenda, a tua mensagem entra na sua cabeça. Se lhe falares na sua própria linguagem, a tua mensagem entra-lhe diretamente no coração.” Nelson Mandela Vamos começar com uma pergunta simples: o que é comunicação? Sei que neste momento muitas respostas passaram por sua cabeça para responder a minha pergunta, mas quero que você foque sua resposta em contato. O sentido da comunicação é o contato entre interlocutores que, de modo democrático, devem interagir para efetivar o contato, isso é, a comunicação. Desde que o homem passou a viver em sociedade, ele se preocupou em se comunicar, aliás, é uma necessidade humana manter a comunicação ativa. Nas empresas, a comunicação é condição de sobrevivência. Empresas que se pre- ocupam com boa comunicação garantem que seus colaboradores tenham mais satis- fação na realização das tarefas, pois sabem o que estão fazendo e para onde devem conduzir seus esforços. Para tratarmos do assunto comunicação empresarial, é preciso deixar claro que o foco da comunicação empresarial é a imagem da empresa. Saliento que comunicação na empresa é estratégia e deve ser bem elaborada para alcançar os objetivos organizacionais. A comunicação empresarial está dividida em dois tópicos distintos que se relacionam: a comunicação interna e a comunicação externa, ambas buscam criar, estabelecer e manter a imagem corporativa, cada uma com suas estratégias. A comunicação externa deve ser elaborada pelo marketing da empresa, que, nesse caso, não tem como objetivo vender os produtos da empresa, mas garantir que a imagem da empresa será bem aceita pelos stakeholders. 10 11 Stakeholder: significa público estratégico e descreve uma pessoa ou grupo que tem interesse em uma empresa, negócio ou indústria, podendo ou não ter feito um investimento neles. Fonte: https://goo.gl/MmKkBJ A comunicação interna deve ser de elaborada pelos Recursos Humanos da empresa, que terá como preocupação manter a uniformidade das informações necessárias ao bom andamento das tarefas. Nossa discussão aqui não tem como foco ampliar o assunto sobre comunicação em- presarial, mas sim como a comunicação empresarial deve ser usada como estratégia para a gestão de pessoas. Como você se sentiria se chegasse à empresa para mais um dia de trabalho e desco- brisse que ela havia falido? Pode parecer que isso não aconteça, mas já aconteceu. A Varig é um clássico exemplo dessa situação. Agora reflita: se a empresa faliu, é porque não vinha bem havia algum tempo, e como você não percebeu isso? Para conhecer um pouco sobre falha de comunicação no caso da Varig, sugiro que você leia o texto Ex-funcionários da Varig ainda tentam receber dinheiro 11 anos após falência da empresa, em: https://goo.gl/eqajJ2 A questão não é falta de atenção, mas, como já disse anteriormente, a comunicação é uma estratégia da empresa e deve ser usada para expressar confiabilidade e, quando isso não ocorre, casos como o da Varig podem acontecer. Para a gestão de pessoas, a comunicação é de extrema importância. Comunicações eficazes garantem o sentido do trabalho. Diálogo como o autor: A comunicação é poderosa e pode ser utilizada para o bem da hu- manidade, ou manipulada no sentido oposto. A comunicação infor- ma, motiva, ensina, emociona, vende, distrai, entusiasma, dá status, constrói mitos, destrói reputações, forma opiniões, deforma pensa- mentos, distorce fatos, orienta, desorienta, faz rir, faz chorar, inspira, narcotiza, reduz a solidão e – num paradoxo que confirma a gran- de magnitude do seu potencial – produz até mesmo incomunicação. (MATOS, 2009, p. 29) Emissor Receptor Canal • Inspira con�abilidade • Tem intencionalidade • Produz mensagens que devem ser e�cazes. • Deve poder decodi�car a mensagem • Devem querer decodi�car a mensagem. • Podem sofrer ruídos • Oferecem feedback. Figura 1 – A comunicação tem um processo simples 11 UNIDADE Clima Organizacional e Cultural Organizacional Esse processo é, aparentemente, simples: o emissor tem uma intenção para emitir uma mensagem e ele deve ser confiável o bastante para que o emissor queira entender a men- sagem; o emissor escolhe um canal para que a mensagem possa chegar ao receptor e esse deve ser capaz de entender o conteúdo da mensagem. Se não houver nada que danifique (ruído) a mensagem e o receptor conseguir decodificar a mensagem, pode-se afirmar que ele foi eficaz e para medir isso, basta observar a resposta (feedback) produzida. Na prática e no dia a dia do trabalho, a comunicação funciona de forma bem fácil: o líder (emissor – intenção: realização de tarefas, confiável: construção do papel na condução de pessoas) produz uma mensagem (solicitação de realização de uma determinada tarefa) e o receptor (capaz de entender, pois compreende o que a mensagem do líder informa e confia no líder o suficiente para executar o que é solicitado) produz a resposta esperada pelo emissor: a realização da tarefa (feedback). Ciente disso, você precisa saber que a comunicação tem direção, isto é, um fluxo que direciona o receptor no sentido que o emissor precisa produzir respostas. A descendente é a mais conhecida pelos colaboradores, pois é a usada pela empresa. Trata-se da comunicação que obedece a uma hierarquia e, normalmente, tem origem nas lideranças e é direcionada aos demais níveis. Usa os canais formais (e-mail corporativo, intranet, mural etc.) definidos pela empresa. A ascendente tem o sentido contrário. Surge na base da pirâmide empresarial e segue para os níveis superiores da empresa. Não utiliza canais formais e é chamada de ‘rádio peão’. Vale ressaltar que a ‘rádio peão’ deve ser levada em conta no processo de gestão, pois, como diz o ditado ‘onde há fumaça, há fogo’, é sempre bom saber o que os colaboradores falam informalmente e, se for de interesse da empresa, corrigir a comunicação para evitar desvios que possam comprometer o desempenho das pessoas. Há, ainda, a comunicação lateral. Ela é feita entre os pares de trabalho. Eles utilizam tanto os canais formais aos quais têm acesso como os canais informais, comuns aos grupos aos quais estão vinculados. Comunicação é um dos temas voltados à gestão de pessoas que causam maior preocupação
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