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ATENÇÃO! o resumo a dor torácica de uma forma geral, ou seja, não adentra em cada diagnóstico possível. Sendo assim, é necessário fazer uma leitura complementar sobre cada doença. A dor torácica (e equivalentes anginosos) é um dos maiores desafios para o emergencista e uma das mais importantes causas de procura ao departamento de emergência (DE), com 8 milhões de atendimentos ao ano e entre 5 e 10%das consultas no DE com 50 a 70% dos pacientes necessitando permanecer em unidades de dor torácica. Na maioria das vezes a dor torácica está associada a condições de baixo risco, mas a minoria restante possui alto risco de morbidade e mortalidade , ao mesmo tempo que existem condutas que alteram completamente o curso da doença . Por ser um sintoma abrangente e por muitas vezes inespecífico, a dor torácica entra na lista de suspeitas diagnósticas de diversas síndromes e condições, dentre elas a síndrome coronariana aguda (SCA). A SCA é sempre lembrada no diagnóstico diferencial de dor torácica, por além de ser uma emergência que oferece alto risco, representa cerca de 25% dos diagnósticos relacionados ao desconforto torácico. AVALIAÇÃO A dor torácica é um sintoma de diferentes doenças que podem levar a um desfecho adverso grave em minutos, horas ou dias. A avaliação deve ser sequencialmente focada em cada um desses grupos de doenças, confirmando ou excluindo o diagnóstico. Devem ser feitos uma rápida anamnese e exame físico com o objetivo de excluir as causas de risco de óbito. Deve-se questionar as características da dor, em especial dor de intensidade desproporcional ao quadro, irradiação, tempo de instalação (súbito ou não), sintomas associados, associação com esforço, náuseas e vômitos, antecedentes e fatores de risco.Simultaneamente deve-se realizar o exame físico, em especial inspeção local, característica e simetria de pulsos, medir a pressão arterial nos quatro membros, ausculta pulmonar e cardíaca, testar dor à palpação e pesquisa de sinais focais neurológicos. O eletrocardiograma deve ser realizado em todo paciente triado com dor torácica ou suspeita de equivalente anginoso em até 2 minutos de sua entrada no DE. Esse exame deve ser visto por um médico e avaliado em até 10 minutos de sua entrada. Os diagnósticos ameaçadores à vida que devem ser confirmados ou afastados. Para as síndromes aórticas é recomendado o escore de risco de detecção de dissecção de aorta (ADD-RS) em associação com dímero-D.Em pacientes com escore negativo ou no máximo com um ponto e que têm dímero -D negativo, o diagnóstico pode ser descartado com segurança . A taxa de falso-negativo é de 0,3%. Se síndrome aórtica for a principal suspeita, não se deve iniciar antiagregação ou anticoagulação.A embolia pulmonar deve ser questionada com alguns dos vários escores de risco existentes, como Wells ou Geneva. Caso venha como baixo risco, a regra PERC permite ainda identificar pacientes que não precisam sequer do dímero-D para descarte do diagnóstico.Caso venha como alta probabilidade, a antiagregação já está indicada (mesmo sem confirmação diagnóstica). Os demais diagnósticos ameaçadores à vida são mais raros, mas devem ser aventados. A rotura esofágica tem incidência de 3 para 1.000.000 e em geral está associada a alcoolismo e em geral (55- 75%) o paciente se apresenta com vômitos. A presença de enfisema e ar no mediastino pode ser o fator que ajuda no diagnóstico. O ultrassom na sala de emergência possibilita o diagnóstico de tamponamento cardíaco. A clássica tríade de Beck composta por hipotensão, turgência jugular e hipofonese de bulhas está presente na minoria dos casos (10-40% dos casos). A simples presença de derrame pericárdico não faz o diagnóstico. É necessário colabamento diastólico do átrio direito e, em casos mais graves, do ventrículo direito. Deve-se proceder imediatamente com a punção de Marfan. Ultrassom, radiografia e exame físico (enfisema subcutâneo, ausculta pulmonar) podem sugerir a presença de pneumotórax. O pneumotórax espontâneo que se torna hipertensivo é raro. Em geral, o pneumotórax hipertensivo está associado a trauma ou em alguns casos a procedimentos como cateterização venosa central. O quadro clínico é composto por taquicardia, hipotensão, turgência jugular e hipóxia, evolução para choque e parada cardíaca. A conduta é a descompressão imediata com tubo e, se não estiver disponível, descompressão com agulha. ATENÇÃO!A classificação da dor deve ser uma das primeiras condutas frente ao paciente com queixa de dor torácica na emergência. O objetivo é justamente identificar uma dor de origem cardíaca e, dentre estas, de etiologia isquêmica. Este será o dado de maior valor preditivo positivo para doença coronariana aguda, que é normalmente a primeira causa a ser excluída. DOR TIPO A: definitivamente anginosa (presença das características típicas): dor em aperto ou queimação, em repouso, ou desencadeada pelo esforço ou estresse, com irradiação para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, aliviada pelo repouso ou nitrato. Não são necessários exames complementares para a definição diagnóstica. DOR TIPO B: provavelmente anginosa (presença de 2 características típicas)): as características da dor torácica fazem da insuficiência coronária a principal hipótese, porém, são necessários exames complementares para a definição diagnóstica. DOR TIPO C: provavelmente não anginosa (presença de 1 característica típica): dor torácica cujas características não fazem da insuficiência coronária a principal hipótese (dor torácica atípica), porém, são necessários exames complementares para excluí-la. DOR TIPO D: definitivamente não anginosa (nenhuma característica típica): dor torácica atípica, cujas características não incluem a insuficiência coronária aguda no diagnóstico diferencial. Com a suspeita diagnóstica inicial elaborada por meio da história clínica e do exame físico, utiliza-se dos exames complementares para confirmação diagnóstica e/ou estratificação do risco para eventos adversos em curto prazo; ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO Para auxiliar os médicos da emergência na escolha da hipótese diagnóstica e na decisão da melhor estratégia terapêutica, foi desenvolvido o escore HEART. O escore HEART facilmenteidentifica a probabilidade de eventos adversos (morte, infarto, revascularização miocárdica urgente [angioplastia ou cirurgia]), no período de seis meses após a apresentação, auxiliando na triagem de pacientes com dor torácica aguda na emergência. Os pacientes com escore de 0 a 3 pontos apresentam chance de 1,6% de experimentarem um evento adverso; para aqueles com escore de 4 a 6 pontos uma chance 13%; e para os com pontuação 7 ou mais, 50% de chance de apresentarem um evento adverso. Com o escore HEART é possível imediatamente identificar os pacientes elegíveis para alta hospitalar sem a necessidade de testes adicionais ou procedimentos invasivos. LEMBRE-SE TRATAMENTO O tratamento da dor torácica dependerá da etiologia da mesma. É necessária uma avaliação rápida e eficaz para tomada de condutas específicas. De medidas gerais, todo paciente com dor torácica deve ser monitorizado, com cardioscópio, oxímetro de pulso e pressão arterial. A utilização de oxigenioterapia só deve ser utilizada naqueles pacientes que efetivamente precisem, com saturação periférica reduzida. ATENDIMENTO DO PACIENTE INSTÁVEL A dor torácica pode ser o sintoma cardinal de um paciente instável. Os pacientes devem ser atendidos na sala de emergência e monitorizados. Deve-se obter acesso venoso periférico. Oxigênio deve ser ofertado caso a saturação de 0 2 esteja menor que 90%. Deve-se focar no nível de consciência do paciente e em seus sinais vitais e prosseguir com a sistematização do ABCDE. Não há clara evidência na literatura para essa técnica, mas essa abordagem traz os benefícios de uma unificação da conduta da equipe e semelhante à técnica do check-list, não preterindo algum passo importante. Caso o paciente não evolua para estabilidade que permita uma avaliação mais cuidadosa e prolongada , as opções são limitadas. O exame físico e o ultrassom à beira do leito ajudam a fazer a lista de diagnósticos a seguir. No caso de identificação de pneumotórax hipertensivo e tamponamento cardíaco, estes devem ser prontamente tratados. Se o paciente estiver apresentando uma dissecção de aorta, deve-se identificar o tipo de dissecção e solicitar avaliação cirúrgica. A terapia farmacológica envolve redução da frequência cardíaca e pressão arterial e não anticoagular ou antiagregar o paciente. Já na parada cardíaca por embolia pulmonar, a recomendação é de se realizar a trombólise durante a parada cardíaca. ATENÇÃO!Para a confecção desse material foram usados livros ,artigos científicos,conteúdos de aulas e palestra da faculdade UNIME de medicina e conteúdos de aulas, material didático de outras plataformas de ensino e material confeccionados por outros colegas, portanto não é um conteúdo autoral. Ou seja, o conteúdo contido no resumo não é de criação minha, eu apenas compilei o material da melhor forma para estudo.
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